Lona 898

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

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Ano XV > Edição 898 > Curitiba, 27 de maio de 2014

Marcha da Maconha reúne mais de mil pessoas Foto: Laura Torres

EDITORIAL “Como sempre é discutido, o álcool e o cigarro provocam inúmeros males, mas não são proibidos.” p. 2

OPINIÃO

Feiras de adoção retiram animais da rua e encontram donos responsáveis

Com o intuito de diminuir a quantidade de animais de rua, a Prefeitura de Curitiba promove feiras de adoção; em 2014 já foram duas p. 3

“A campanha eleitoral para a presidência da República não começou mas é possível prever as estratégias.” p. 2

#PARTIU A Grande Escolha traz para o Brasil toda a força do futebol americano nas grandes telas p. 6

Foto: James Cava

No facebook, o evento tinha mais de 4 mil presenças confirmadas. A marcha deu início às 13 horas, na Boca Maldita, e seguiu por mais de p.3 três horas até o Palácio Iguaçu COLUNISTAS Uliane Tatit e Nicole Braga “Se em 2010 a moda já agitava o Ministério da Cultura, hoje, a polêmica é muito maior. Começou quando estilistas brasileiros conseguiram verba p. 5 pública para desfiles.” Bruno Requena “É em meio ao ambiente brutal que a indústria fonográfica se tornou, desde meados dos anos 70, que surge uma menina de apenas 19 anos, voz exuberante que chocou por seu grande p. 5 talento: Marisa Monte.”


LONA > Edição 898 > Curitiba, 27 de maio de 2014

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EDITORIAL

A saga cannabis

A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), irá decidir na quinta-feira um dos temas mais polêmicos dos últimos tempos: a liberação do medicamento Canabidiol, que tem a cannabis como um dos componentes. O princípio ativo da maconha consta na relação de substâncias proibidas de entrarem no Brasil pela Anvisa, e a importação de remédios produzidos com a cannabis só é autorizada em condições excepcionais, e quando cumprida uma série de exigências burocráticas. Os pedidos de permissão de importação do Canabidiol, usado no combate a síndromes convulsivas e no tratamento do câncer, por exemplo, são analisados caso a caso para que a liberação seja aceita. Essa rigidez no controle está totalmente correta do ponto de vista da lei. No entanto, como sempre é discutido, o álcool e o cigarro provocam inúmeros males, mas não são proibidos. E ainda não possuem nenhuma contribuição para a ciência e a medicina. Hoje, alguns países já tiveram a consciência disso, e o uso da substância já ajuda muitas pessoas, sendo comprovada a sua eficácia em diversos tratamentos.

OPINIÃO

A “sujeira” dos outros é sempre um bom argumento Lis Claudia Ferreira

A campanha eleitoral para a presidência da República ainda não começou – não oficialmente pelo menos – mas já é possível prever quais serão as principais estratégias adotadas pelos candidatos. Ao que tudo indica, se preocuparão não com o que podem oferecer aos eleitores, mas com a “ficha suja” dos oponentes. Esse tipo de campanha não é novidade, porém, haverá um gosto a mais na “receita eleitoral” de 2014. O julgamento do mensalão já começa a cair no esquecimento (o PT já respira mais aliviado). Porém, a Copa do Mundo foi um “tiro pela culatra” e tem se revelado o pior pesadelo de Dilma Rousseff. Os candidatos da oposição não se esquecerão de toda a crítica que a Copa tem. Como se isso não bastasse, Dilma ainda terá que lidar

com a CPI da Petrobrás. O PT até tentou dividir o peso sugerindo que além da compra da Usina de Pasadena, se investigasse também o porto de Suape (PE) e as obras do metrô paulista, atingindo assim o PSB e o PSDB. Como a proposta não foi aceita, Dilma deverá lidar sozinha, com as consequências negativas. Eduardo Campos (PSB), também tem preocupações, já que na última semana (em plena crise por conta da greve da PM de Pernambuco) uma imagem na qual Campos aparece em um jatinho viajando para São Paulo com a família, foi postada e imediatamente tirada de sua rede social. O candidato culpou os assessores, mas já era tarde: “bala na agulha” de Dilma (PT) e Aécio Neves (PSDB). Neves não está livre de críticas também.

Em novembro de 2013 foi apreendido na zona rural do município de Afonso Cláudio (ES), a 138 km de Vitória, um helicóptero com quase 500 kg de cocaína. A aeronave pertencia a uma empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), tido como aliado de Aécio. Recentemente, durante a 27ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, Aécio foi questionado sobre o helicóptero por Marcelo Ximenes (25), estudante da PUC-RS que foi retirado do salão. As campanhas no rádio e televisão só começam em 19 de agosto. Até lá, dois desejos serão compartilhados por todos os candidatos: que os oponentes e os eleitores tenham memória fraca e que mais “deslizes” dos outros candidatos sejam descobertos. A nós, resta aguardar pela “troca de tiros”.

É preciso separar o preconceito da ciência. Não há mais espaço para isso. Não permitir os estudos com o princípio ativo da cannabis para uma eventual descoberta de cura para várias doenças é, no mínimo, irresponsável. As leis, costumes e preconceitos não se aplicam apenas as questões ligadas à maconha, mas sim, ideias arcaicas que seguem com força atualmente. A retirada da cannabis da lista de substâncias proibidas pode revelar um progresso para a área de saúde do país, a qual está carente de atenção e decisões necessárias e sensatas. Se o uso do medicamento para fins medicinais for liberado, a partir de então os laboratórios poderão entrar na agência com pedido de registros para a venda de todo e qualquer medicamento fabricado com a planta. Além disso, os pacientes terão como importar esses compostos sem restrições. Charge: Roberth Lucas

A respeito dessa polêmica plantada na nossa sociedade, o único pensamento correto para este caso tão delicado é simples: coloque a saúde sempre em primeiro lugar.

Expediente Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Carolina Justi, Kawane Martynowicz e Luiza Romagnoli Editorial Da Redação


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NOTÍCIAS DO DIA

Cerca de 1.500 pessoas participam da Marcha da Maconha Tayná Soares

Durante todo o trajeto, os participantes carregavam faixas em favor da legalização e da descriminalização da droga e cantavam marchinhas como “se o Brasil legalizar, eu vou plantar” Nem mesmo o frio e a chuva impediram os curitibanos de sair pelas ruas de Curitiba pedindo a legalização da maconha. Cerca de 1,5 mil pessoas (contagem feita pela organização) participaram do evento que foi organizado através das redes sociais. No facebook, o evento tinha mais de 4 mil presenças confirmadas. A marcha deu início às 13 horas do domingo dia 25, na Boca Maldita, e seguiu por mais de três horas até o Palácio Iguaçu e depois os participantes retornaram à região central. Durante todo o trajeto, os participantes carregavam faixas em favor da legalização e da descriminalização da droga e cantavam marchinhas como “se o Brasil legalizar, olê olê olá, eu vou plantar” e também “legalize já, uma erva natural não pode te prejudicar”. No início da Marcha, os organizadores do evento conversaram e auxiliaram aos participantes para que não fizessem o uso da maconha durante o evento, porém, o efeito foi ao contrário. Um dos organizadores da marcha, James Kava, explica que é difícil controlar esse tipo de situação. “É difícil controlar mais de mil pessoas e dizer o que eles devem ou não fazer. Nós fizemos nossa parte em explicar que era melhor não fazer o uso da maconha durante a marcha”, comenta. Francisca Rocha, participa do evento já fazem três anos. “Sempre tentamos fazer uma marcha tranquila. Não queremos a legalização da maconha simplesmente para podermos fumar em locais públicos sem termos riscos. A regulamentação do uso da droga pode diminuir os índices de criminalidade, acabar com o tráfico de

Foto: James Cava

drogas e diminuiu com a violência e é por isso também que nós lutamos”, explica. Os organizadores da Marcha e alguns participantes estavam vestindo camisetas com a frase “Tudo muda”, uma referência a muda da maconha. Os usuários contestam o fato do cigarro e o álcool serem liberados, mas a maconha não. “Muitas pesquisas revelaram que o uso da maconha é menos nocivo que o cigarro. O álcool, por exemplo, causa mais estragos que a maconha”, comenta estudante Tatiana Ferreira. Durante todo o trajeto da Marcha, não se viu viaturas policiais. Também não teve nenhuma confusão durante o percurso. A marcha prejudicou um pouco o trânsito da cidade e deixou alguns motoristas irritados. “Eu saio de casa pra passear num domingo e tenho que ficar um bom tempo esperando toda essa gente passar na frente do meu carro. É complicado”, explica o motorista Gabriel Rodriguez. Caroline Elefanti, foi até a Boca Maldita para participar da Marcha, porém desistiu logo em seguida. “Está tudo muito desorganizado. Os organizadores não sabem pra onde vão, quem participa está perdido e além do mais, muita gente veio pra cá apenas para poder “fumar seu baseado” tranquilamente. Tá errado, não é

Mesmo na chuva, a Marcha contou com mais de mil pessoas > Foto: James Cava

por isso que estou aqui”, comenta.

O início A Marcha da Maconha acontece anualmente em diversos locais do mundo. O evento começou em 1994 em Nova York e mais de 485 cidades participam desde então. No Brasil, o ato acontece desde 2002, mas em Curitiba, a primeira marcha aconteceu em 2006, porém ganhou maior proporção em 2009. Uso medicinal Em março deste ano o “Fantástico” exibiu a história de Anny, uma menina de 5 anos que tem uma doença rara e epilepsia grave. Seus pais lutavam na justiça pela liberação da importação

de um remédio chamado Canabidiol (CBD), que tem substâncias derivadas da maconha e é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. No dia 3 de abril, o juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3º Vara Federal de Brasília, liberou os pais para importante o medicamento. Após o uso do CBD, a menina apresentou melhoras nas crises, segundo os pais. O juiz afirmou que o uso do remédio é para um caso específico e que ele preserva o direito fundamental à saúde e à vida. A Anvisa está estudando mudar, até o fim do mês que vem, o processo de importação de medicamentos com “canabidiol”, que segundo estudos científicos, pode ser usado para tratar doenças, entre elas, neurológicas. “Eu considero liberação desse medicamento para a menina Anny uma vitória. É bom saber que os pais dela não precisam mais usar o medicamento clandestinamente. Agora ele tem apoio, tudo está dentro da lei e a menina está melhorando. Isso é ótimo”, comenta Kava. O médico Leandro Leal Kutiansky também concorda com a liberação do medicamento. “Desde que Anny começou a usar esse medicamento, ela mostrou uma melhora e isso é bom. Em primeiro lugar, temos que nos importar com a saúde e bem estar das pessoas e por este motivo, concordo com a liberação do uso do medicamento para a menina”, explica.


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GERAL

Prefeitura de Curitiba promove feira de adoção de animais Além da possibilidade de adotar um animal, as feiras também oferecem o serviço de microchipagem Laura Torres

Durante todo o ano, a Prefeitura de Curitiba promove feiras de adoção de cães em gatos e microchipagem. O objetivo desses eventos é diminuir o número de animais abandonados nas ruas da cidade. De acordo com Alexander Biondo, diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, a importância da adoção é tirar esses animais da rua. “Quando você não compra e adota, você ajuda a diminuir o número de animais na rua que a sociedade tanto critica”, explica Alexander. Em 2014, já foram realizados dois eventos de adoção. No último, havia cerca de 20 protetoras, 3 ongs e 100 animais, dos quais 43 foram adotados. “Apesar da relação de um gato para sete cães, Curitiba adora gatos. Sempre temos uma recepção muito boa aqui”, diz Biondo. A atriz Monique Rocha Martins, 22, adotou um cachorro em uma das feiras, “fazia algum tempo que queria ter um cachorrinho mas não queria comprar porque tem muito pra adotar, fui conhecer a feira e me apaixonei por ele”, conta.

e os dados do animal que ele é encaminhado para a microchipagem”, explica Dirciane. Quando uma pessoa encontra um animal na rua, é importante que entre em contato com a Rede de Proteção Animal, qualquer clínica ou pet shop que tenha um leitor de microchip. Se o cachorro tiver um microchip com um número cadastrado na rede de proteção animal com os dados do proprietário do animal é possível devolvê-lo.

Juliane foi conhecer a feira e acabou adotando duas cachorrinhas > Foto: Laura Torres

A castração é uma cirurgia que impede a procriação e o cio, e deve ser realizada por um médico veterinário, é necessária a anestesia geral e pode ser feita em filhotes. Os animais continuam territorialistas, mas tornam-se mais calmos; machos não procuram mais por fêmeas no cio, e deixam de uivar ou miar excessivamente.

“A importância da microchipagem é a identificação do animal”

Para adotar um animal, é necessário preencher um formulário de responsabilidade, no qual o dono se comprometendo a fazer a castração e o processo de microchipagem. “A importância de ambos é para que não aumente o número de cães na rua, tanto da castração quanto da microchipagem”, afirma Juliane Giselli Prestes. A estudante não tinha a intenção de adotar, mas acabou levando duas cachorrinhas, “logo quando entrei me apaixonei, elas foram abandonadas não faz muito tempo e provavelmente são mãe e filha, não seria justo separar elas e acabamos adotando as duas”, explica Juliane.

Já a microchipagem é a introdução de um pequeno chip, por meio de uma agulha subcutânea, na pele das costas do cachorro, entre as escápulas do animal. O chip contém um número vinculado ao cadastro dos dados do responsável pelo animal. O serviço de microchipagem é oferecido por diversas clínicas, e seus preços são variados. Para moradores da cidade de Curitiba, a prefeitura disponibiliza o processo gratuito em cães e gatos durante os eventos promovidos pela Rede de Proteção Animal.

De acordo com Alexander Biondo, a raça pressupõe um modelo para o cão, alguns tem uma marcação diferente, como o Beagle, mas no geral as raças são muito parecidas, “se você não chipar seu animal e ele se perder ou for roubado, você não consegue dizer que é seu”, diz. A importância da microchipagem é a identificação do animal e comprovação de propriedade, “se ele some, facilita a localização tanto de proprietário, quanto do animal”, afirma Biondo. A médica veterinária Dirciane Floerter explica que a microchipagem pode ser feita por qualquer pessoa que se responsabilize pelo animal e não necessariamente animais adotados nas feiras ou sem raça definida, “É só fazer o cadastro, com os dados de Registro Geral, CPF, comprovante de residência

Se o animal não tem o microchip ele deve ser microchipado, “Se não for encontrado o dono, o animal é encaminhado para adoção, mas é importante que a pessoa que encontra um animal faça a divulgação em redes sociais e sites de divulgação”, afirma Dirciane. A Rede de Proteção Animal é um programa da Prefeitura de Curitiba que busca melhores condições de vida para a fauna da cidade e que oferece um sistema de cadastramento e de identificação animal (SAI) e envolve agentes públicos, iniciativa popular e terceiro setor. Para mais informações sobre as feiras e a Rede de Proteção Animal acesse, ou pelo telefone 3350-8933.

Alexander Biondo, diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna > Foto: Laura Torres


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COLUNISTAS

Catwalk

Uliane Tatit e Nicole Braga

Arte para vender, arte para inovar Se em 2010 a moda já agitava o Ministério da Cultura - MinC, hoje, a polêmica é muito maior. Tudo começou quando os estilistas brasileiros renomados, Alexandre Herchcovitch, Pedro Lourenço e Ronaldo Fraga, conseguiram verba pública para a realização de desfiles. Parecia que, finalmente, a moda brasileira receberia um pouco de atenção do Governo, não fosse por aqueles que consideraram a atitude uma grande barbaridade, teimando em ignorar a Lei Rouanet. Nela está clara a autorização do uso de dinheiro público para

fins desse tipo, tanto é que o projeto do Plano Setorial da Moda deverá entrar em vigor, imediatamente. A moda é muito mais que uma passarela cheia de garotas altas e magras usando roupas de grife. Cada desfile tem um conceito, um tema que abrange desde o cenário até a maquiagem. O que poucos sabem, e preferem deduzir de qualquer maneira, é que na maioria das vezes os assuntos abordados são relacionados à cultura brasileira. O desfile da marca Água de Coco, na São

Paulo Fashion Week Primavera/Verão 2014, por exemplo, foi inspirado nas riquezas, misturas e diversidades do nosso país. Já em quesitos comerciais, será ótimo para a indústria têxtil: a movimentação do mercado irá aumentar. O destaque não deve ser para uma arte que brasileiros também sabem criar e valorizar. A Lei Rouanet, que presa pela proteção e valorização da expressão cultural nacional, ajuda muito, é claro, mas ser um pouco patriota e inteligente fará das obras brasileiras muito mais. Quem sabe algo tão grande quanto as estrangeiras são para nós. Os brasileiros, há um bom tempo, insistem em idolatrar as tendências vindas de fora; do mais exagerado ao mais simples, sempre acabamos admirando. A verdade é tão completa que modelos como Gizele Oliveira, freelancer internacional, afirmam que a moda exterior é de fato muito bem estudada, sendo todo trabalho uma reconstrução do passado. “Indústria comercial são essas tendências que vêm e vão, o que

a mídia dita. Moda de verdade é cultura, é arte.”, comenta Gizele. Já para Ingrid Aver, modelo que reside em Milão, toda forma de história é cultura, mas sem dúvidas tudo relacionado à moda está em torno da indústria comercial. “O mundo é capitalista, as pessoas produzem pensando no retorno, no capital. É uma forma de mercado onde você gasta e investe, mas tem retorno, lucros ou prejuízos. É como qualquer outro mercado ou profissão.”, afirma. Agora, a história promete ser outra. Uma prova disso foi a SPFW Outono/ Inverno 2014, que teve inúmeros desfiles realizados em espaços públicos de São Paulo. Com os grandes investimentos e projetos para o Plano Setorial da Moda, os benefícios serão equilibrados tanto para profissionais quanto para pessoas comuns, se hoje não podemos frequentar desfiles fechados e limitados, talvez, no futuro, com mais conhecimento e interpretação, possamos desfrutar também desse pedaço de arte brasileira. Pedaço que também modificará a economia nacional.

“O Brasil não é só verde, anil e amarelo...” É em meio ao ambiente brutal que a indústria fonográfica se tornou, desde meados dos anos 70, que surge uma menina de apenas 19 anos, cabelos negros e ondulados, beleza exótica, voz exuberante que chocou por seu talento inúmeros críticos e plateias distintas: eu estou falando de Marisa Monte. O apelo de hits, e vida pessoal dos artistas, tinham mais apelo de público do que sua própria arte, o que se agravou nos 80. Praia e surf, pop-rock, ombreiras, botas de cano longo, resumidamente a época dos exageros, no qual a efemeridade imperava e muita porcaria tocava nas rádios.

setembro de 87. Saudada como uma sensação da música popular brasileira, pelo seu repertório eclético e de extremo bom gosto, virou mania na cena musical, tornando-se instantaneamente uma cantora cult, sendo comparada com Elis Regina e Gal Costa.

Marisa de Azevedo Monte sonhava em ser cantora de ópera, e na sua adolescência começou a estudar canto lírico. Participou do espetáculo “Rocky Horror Show”, dirigido por Miguel Falabella, e se apresentava informalmente nos barzinhos cariocas. Nelson Motta produziu o primeiro show da cantora no bar Jazzmania, do Rio de Janeiro, em

O seu segundo álbum “Mais” (1991), foi produzido por Arto Lindsay em Nova York, é nesse álbum que Marisa lança suas primeiras músicas em parceria com Nando Reis e Arnaldo, desenhando seu próprio estilo. O álbum mais aclamado de sua trajetória musical é “Verde, Anil e Amarelo, Cor de Rosa e Carvão”, de 1994, que marca o início de

O primeiro disco foi lançado em janeiro de 1989 intitulado “MM” com samba, jazz, funk, blues, soul, bossa nova e rock. Estourou por todo o Brasil com a sempre lembrada canção “Bem Que Se Quis”, uma versão da canção do italiano Pino Daniele o disco vendeu mais de 500 mil cópias, consagrando a artista.

História da MPB

Bruno Requena

sua parceria com Carlinhos Brown, integrando a nova geração da MPB com elementos da velha guarda. Um disco clássico e belíssimo. Este disco conta com importantes gravações como a canção “Segue o Seco”, de Brown, que refletia a seca devastadora do nordeste, levando a reflexão de um problema social que acompanha o Brasil há séculos. Com um repertório impregnado de raízes brasileiras. O disco contou com inúmeros instrumentistas de primeira categoria, como o cantor Gilberto Gil. É neste disco que Marisa se afirma e se encontra no espaço musical, trazendo todas as suas

influências e mesclando-as com gerações de músicos distintos. É de ouvir e se apaixonar, uma canção é indiscutivelmente mais bela que a outra, canto perfeito em técnica e emoção, qualidades de Marisa que impressionam até hoje. Da longa turnê mundial, Marisa lança o disco seguinte de nome “Barulhinho Bom”, provocando grande polêmica por sua capa, um desenho do artista pornô Naif Carlos Zéfiro. Marisa vendeu mais de 9 milhões de discos no Brasil. Recentemente a cantora acaba de lançar em CD e DVD o registo de sua última turnê “verdade uma ilusão”.


LONA > Edição 898 > Curitiba, 27 de maio de 2014

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ACONTECEU NESTE DIA

É fundada São Petesburgo, na Rússia Em 27 de maio de 1703, O Czar russo, Pedro O Grande funda a cidade de São Petersburgo. Ela é uma cidade federal da Rússia localizada às margens do rio Neva, na entrada do golfo da Finlândia, no mar Báltico. A cidade designou-se Leningrado de 1924 até 1991, e Petrogrado entre 1914 e 1924. É frequentemente chamada apenas de Petersburgo . Serviu de capital do Império Russo por mais de duzentos anos, entre 1713 e 1728

e novamente entre 1732 e 1918. São Petersburgo deixou de ser a capital em 1918, após a Revolução Russa de 1917. É a segunda maior cidade da Rússia e, em território, a quarta maior da Europa, atrás de Moscou, Londres e Paris. São Petersburgo é um dos maiores centros culturais da Europa e um importante porto russo no Báltico, possui 5 milhões de habitantes e 6,2 milhões vivem nas suas cercanias.

Igreja do Salvador em Sangue, São Petesburgo, Rússia > Foto:Alex Malev

#PARTIU Música Samba do Compositor Paranaense A Roda de Samba está em seu quinto ano de existência, e esse ano começou ontem. A Roda já recebeu mais de 450 canções inéditas de autores locais. Inspirado no “Samba da Vela”, de São Paulo, o Samba do Compositor Paranaense existe desde 2010 para promover o samba paranaense, e integrar músicos e compositores. Data: 26/05/2014 a 22/12/2014 – toda segunda-feira Horário: das 19h30 às 22h > Ingresso: gratuito Local: Teatro Universitário de Curitiba – TUC

Em Cartaz Sob a Pele Ficção > 108min > 16 anos A Grande Escolha Drama > 109min > 14 anos X-Men: Dias de um Futuro Esquecido Aventura > 120min > 12 anos A Recompensa Comédia > 93min > 16 anos

Exposição Exposição permanente no MASAC Exposição “Imaginária, Paramentos, Objetos de Culto e Mobiliário” pertencentes à Mitra da Arquidiocese de Curitiba. Ingresso: gratuito Data: de terças a domingos Horário: 9h às 12h e 13h às 18h (3ª a 6ª feira); 9h às 14h (sábado; domingo e feriados) Local: Museu de Arte Sacra – MASAC

Draft Day: futebol americano ganha mais força O futebol americano ainda é um esporte pouco conhecido no Brasil, embora o filme consiga entreter e despertar o interesse pelo universo A equipe de futebol americano Cleveland Browns está tendo uma péssima temporada, e o gerente do time, Sonny Weaver Jr. (Kevin Costner), está ameaçado de demissão. No tradicional dia de contratação de novos talentos, Sonny deve provar ao mundo dos esportes que é capaz de trazer os melhores nomes para a sua equipe. Sonny Weaver Jr., um sujeito desesperado em formar um time campeão e que busca sair da sombra do pai, um ex-técnico recém-falecido. O drama entre pai e filho, que reflete na forma como Sonny recebe a notícia de que vai ser pai, segue uma série de clichês, que obviamente terminam em uma redenção. O futebol americano ainda é um esporte pouco conhecido no Brasil, embora com o passar do tempo é possível perceber uma maior adesão. Canais de esporte da TV por assinatura, já dão mais atenção ao mesmo, inclusive com a transmissão de Super Bowl. É interessante um filme que chega para contar um pouco sobre os bastidores de tal esporte, focando sua atenção no Draft. Uma prática esquisita

Imagem: Divulgação

para o país do futebol, mas que é muito comum nos Estados Unidos. O filme tenta ser para o futebol americano o que O Homem que Mudou o Jogo, foi para o baseball. Não tem a força dramática e a qualidade dos diálogos do texto de Aaron Sorkin, nem as atuações de nomes como Brad Pitt, Jonah Hill, Philip Seymour Hoffman e Robin Wright. Mas ainda, consegue entreter e despertar o interesse em tal universo.


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