Lona 901

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

lona.redeteia.com

Ano XV > Edição 901 > Curitiba, 30 de maio de 2014

Foto: Kawane Martynowicz

Michel Temer inicia Congresso de Direito Eleitoral Temas como democracia, reforma política e até mesmo a compra de votos foram debatidos por especilistas, políticos e acadêmicos, dup.3 rante o evento que dura até sábado EDITORIAL “O vandalismo é filho mimado da ignorância e do desrespeito ao outro, percorre as ruas livre, no entanto.” p. 2

Foto: Garry Knight

OPINIÃO

Turismo Backpacker pode ser uma bagagem repleta de emoções

O mochileiro tornou-se a figura do estilo independente de viajante, e uma maneira de olhar o mundo com outros olhos p. 4

“Os amantes da telona sabem de todo o potencial e das belas produções de Quentin Tarantino.” p. 2

#PARTIU Espetáculo musical celebra a carreia de Cazuza dando vida no palcos aos seus maiores sucessos p. 6

COLUNISTAS Lucas Karas “A situação é muito preocupante para os lados alviverdes,que estão há oito jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. Com base nesses jogos, criei duas teorias sobre o Verdão.” p. 5 Maria Luiza Lago ““Playing For Change” é um movimento que há dez anos conecta pessoas ao redor do mundo através da música. Para eles, a música pode quebrar qualquer barreira e vencer as p. 5 distâncias entre as pessoas.”


LONA > Edição 901 > Curitiba, 30 de maio de 2014

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EDITORIAL

A má educação nossa de cada dia e o desrepeito Em reportagem publicada pela Gazeta do Povo ontem, o vandalismo contra árvores recém plantadas na Rua Marechal Floriano Peixoto, em Curitiba, motivou uma apuração sobre as árvores vandalizadas, arrancadas e depredadas da cidade. Os números preocupam: 40% dos plantas sofrem algum tipo de ação depreciativa. Não é de hoje, e não são apenas as árvores - organismos importantes na urbanidade de uma metrópole -, que sofrem com esse tipo de violência gratuita, fruto de uma educação cultural precária. O transporte, as vias, os monumentos, os prédios, e tudo aquilo que possa, de alguma maneira, ser denominado “público” agoniza do mesmo mal. Ao contrário do que, quem depreda um patrimônio desses, parece pregar, a ideia de “público” é, primordialmente, definida pelo dicionário (também conhecido como ‘pai dos burros’) com os seguintes dizeres: “adj. Que se refere ao povo em geral: interesse público”. Ou seja, há uma ausência grave da (cons)ciência de que tudo aquilo que é público não pertence ao governo, ou simplesmente “a ninguém”. Trata-se de uma posse coletiva, de todos aqueles que podem - e devem - usufruir dos benefícios da posse. Seja o ar menos poluído, reciclado pelas árvores que a prefeitura aguarda de três a quatro anos para plantar; seja da possibilidade de fazer o bom uso de um telefone no meio da rua, sem passar pelo desgosto amargo de ver-se frustrado diante de uma estrutura danificada. O vandalismo é filho mimado da ignorância e do desrespeito ao outro, percorre as ruas da cidade livremente como se, de alguma maneira distorcida, pregasse uma justiça ao bel prazer egoísta de quem o pratica e não vê, assim, tão latente, que prejudica a si mesmo. “Um bom homem luta por si e os seus, um grande homem luta por todos os outros”, já diria o defensor dos humanos, Philip DeFranco.

OPINIÃO

O que Quentin Tarantino prepara em seu próximo longa? Matheus Gripp

No início deste ano, o vazamento de seu roteiro da pré-produção de um filme de faroeste, “The Hateful Eight”, irritou muito o icônico cineasta Quentin Tarantino. Considerando o fato uma “traição”, o diretor havia anunciado que desistiria de tocar o projeto para frente. Entretanto, na última quarta-feira do mês de maio, Tarantino deu indícios de que voltou atrás. Ao fazer a leitura do antigo roteiro no Film Independent Festival, Quentin revelou à revista especializada “Variety” que já estava trabalhando em uma segunda edição.

çar ainda este ano, mais especificamente em novembro. Os amantes da telona sabem de todo o potencial e das belas produções que Quentin Tarantino sempre entrega aos espectadores. Com o longa em fase embrionária, as informações e os detalhes de “The Hateful Eight” ainda são extremamente escassos e rasos. Até

o início das gravações, é mais do que certo de que especulações e teorias sobre o filme irão bombar na internet. O que podemos esperar, no entanto, é mais um belo projeto do diretor. Os fãs do trabalho do cineasta ficam no aguardo, agradecendo a retomada do projeto e esperando para ver como Quentin Tarantino, mais uma vez, irá surpreender a todos.

A notícia alegrou os fãs de cinema. O último longa-metragem de Tarantino foi uma produção bangue -bangue, “Django Livre”, lançado em 2012, com um elenco de peso: Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson e Christoph Waltz, este último, foi vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme. Para a leitura do primeiro roteiro, o cineastra convocou, além de Samuel L. Jackson, Michael Madsen, de “Cães de Aluguel, Tim Roth, de “Pulp Fiction”, além de Bruce Dern, indicado ao Oscar de Melhor Ator por suas atuação em “Nebraska” . A obra, segundo os críticos cinematográficos que tiveram a chance de acompanhar o ensaio/ leitura, em muito se assemelha com as primeiras produções do cineasta, lá no início de carreira. A sinopse, pouco reveladora, indica que o longa, de fato, trará elementos clássicos de filmes de faroeste, como os famosos saloons no deserto. Informações do site “The Film Stage” indicam que a produção cinematográfica pode come-

Expediente Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto

Quantin Tarantino > Ilustração: Duane Valentino

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Carolina Justi, Kawane Martynowicz e Luiza Romagnoli Editorial Da Redação


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NOTÍCIAS DO DIA

Congresso traz debates eleitorais e convidados políticos de peso Kawane Martynowicz

cultural, e não legislativo, e afirmou-se, por fim, que religião e política não devem jamais se misturar.

A alguns meses das eleições, o IV Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral discutiu temas como democracia, fidelidade partidária e compra de voto, e contou com a participação de Michel Temer Teve início, na manhã de ontem, o IV Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, realizado no pequeno auditório da Universidade Positivo. A Cerimônia de abertura, com início previsto para às 9h, porém, começou somente por volta das 10h, em razão do atraso do Vice-Presidente da República, Michel Temer, que iniciaria a palestra. Cerimônia de abertura contou com nomes de peso da plolítica > Foto: Kawane Martynowicz

O evento contou também com a participação do Ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto; do Presidente do Instituto Paranaense de Direito Eleitoral (IPRADE-PR), Guilherme Gonçalves; do Senador Roberto Requião; dos vereadores Bruno Pessuti e Paulo Salamuni; do Vice-Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Cassio Telles; e, ainda, do Reitor da Universidade Positivo (UP), José Pio Martins.

O Vice-Presidente da República, Michel Temer > Foto: Kawane Martynowicz

Antes da cerimônia inicial, o Presidente do IPRADE deu as boas-vindas à plateia, desejando que o dia não ficasse tão frio por lá. Em seguida, o Reitor José Pio cumprimentou a todos, e afirmou que a universidade se sentia honrada em sediar o evento. Com a palavra de abertura, o Vice-Presidente da República, Michel Temer iniciou dizendo-se surpreso com o público. “Eu esperava umas 70 ou 80 pessoas, no máximo, e quando chego aqui essa surpresa, esse interesse acadêmico”, alegrou-se. O tema central de seu discurso foi a reforma política, difundida em época eleitoral e esquecida depois da eleição do candidato. Temer afirmou que um dos problemas do sistema político é a eleição sem o plebiscito, ou seja, sem fazer uma consulta prévia ao povo. Disse, ainda, que sua proposta de reforma política é baseada na craição de um novo sistema, que funcione da maioria para a minoria. “Vamos tentar fazer o povo participar. Eles vão se sentir mais responsáveis”, afirmou esperançoso, Temer. Já Aires Britto, iniciando a conferência com uma aula sobre democracia e a Constituição Brasileira, disse ser amigo de Temer há 40 anos, e que ele é uma figura central da república. Em meio a muitas metáforas utilizando o futebol

e recitando versos de canções populares, ele disse que a soberania e a cidadania juntas são o meio de campo para uma democracia, cujo objetivo está na sua superlatividade, no aspecto constitucional brasileiro. “A democracia é o maior dos valores e princípios. Finalmente o povo brasileiro percebeu que merecia uma democracia, que é um fundamento para a soberania popular, um instrumento do, e para, o povo”, afirmou, Ayres Brito.

“O brasileiro percebeu que merecia uma democracia.” Com o atraso, ao meio-dia foi realizado o 1º Painel: Partidos Políticos e Fidelidade Partidária, com os palestrantes João Marcos Amaral, Thiago Bovério, Joelson Dias, o debatedor Márcio Silva e o presidente da mesa, Fernando Knoerr, todos advogados. A conversa inicou-se enaltecendo Ayres Britto pelas suas observações, abordando as disputas internas e o direito eleitoral. No debate, a fidelidade partidária foi vista como um conceito

Às 15h, ocorreu o 2º Painel: Compra de votos, Caixa 2 e Limites de doações. A primeira palestrante, Marilda Silveira, advogada e doutora em direito, contextualizou a compra de votos desde o século passado, em que as pessoas eram induzidas dentro das salas de votação, em troca de vantagens. Antes isso poderia ser gravado como prova, mas agora precisa de autorização judicial, podendo ser reconhecida a ilicitude do ato, questionada por Marilda. Para ela, “a captação ambiental ser, ou não, ilícita vai depender do caso concreto”. O promotor de justiça Rodrigo Lopez Zílio, também debateu sobre a captação de sufrágio e gastos ilícitos. “A Justiça Eleitoral precisa ter um ponto de equilíbrio entre a segurança jurídica e a efetividade das decisões”, afirmou. Novamente Curitiba O Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, que acontece de dois em dois anos, foi escolhido para ser sediado em Curitiba novamente. Desde 2008, em sua primeira edição, o evento não reunia todas as unidades da federação; nesta, todas as 27 se encontraram presentes aqui na capital. Profissionais, estudantes e autoridades de todo o país vieram para debater as regras eleitorais para o pleito de 2014. Segundo o site do Congresso, na edição anterior, em 2012, ano de eleições municipais, o evento reuniu mais de 1.100 pessoas, que puderam acompanhar as palestras dos últimos dois Presidentes do TSE: a Ministra Cármen Lúcia e o Ministro Ricardo Lewandowski. Este ano, o número deve ficar por volta de 700 pessoas. O Congresso continuará nessa sextafeira, com a presença do Ministro-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, José Antonio Dias Toffoli, às 19h30, e vai até sábado, com a conferência de encerramento prevista para 11h30 da manhã, no Pequeno Auditório da pós.


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GERAL

Mochileiros enfrentam os desafios de explorar diferentes países A adrenalina inesperada move os adeptos do Turismo Backpacker, o que não significa que o planejamento prévio não seja necessário Amanda Oliveira

O desejo de viajar sem gastar muito é um dos itens na bagagem desses viajantes. Mais conhecidos como mochileiros, eles levam a vontade de explorar lugares novos, e o desejo por aventuras inesperadas como itens indispensáveis para sua viagem.

dia da viagem. Estava fazendo estágio e larguei pra poder ir, levando só os 400 reais que recebi. Não tinha mochila apropriada, muito menos ideia de pra onde eu iria nem itinerário. Foi algo bem na louca mesmo, mas que não me arrependo de ter feito’’., conta Ehnaeull.

“Ser mochileiro já te coloca numa forma de vida específica, de viajar para viver diferente e conhecer, povos e culturas diferentes, sem compromisso e preocupações’’, diz o psicólogo Raphael Lascio. “Muitas pessoas optam por ser mochileiro, para sair da rotina de vida com cobrança, vida de conforto, comodidade, rotina, estresse entre outras preocupações’’, completa.

Buscando a liberdade no roteiro que esse tipo de viagem oferece, Ehnaeull relatou como o Turismo Backpacker ajudou também no seu amadurecimento pessoal.

Alguns mochileiros são capazes de abandonar tudo e ingressar na aventura sem planejamento prévio, como no caso do Ehnaeull Gonçalves. ‘’Minha primeira viagem, foi pro Paraguai e Argentina. Minha amiga já estava preparada pra ir e decidi acompanhá-la no

‘’Fui forçado a aprender coisas que não sabia e conheci lugares e pessoas que ajudaram a mudar minha visão de mundo em ambas as viagens’’. Ehnaeull reforça a dica para os viajantes de primeira viagem, ‘’não dá pra viajar sozinho sem se organizar bem, planejamento é muito importante. Você não pode se dar ao luxo de gastar à toa. Não precisa seguir o roteiro à risca, mas é bom criar um pra ter uma ideia do que você quer fazer e aonde quer ir. Se você for ficar em algum albergue, o melhor é reservar com antecedência - senão corre o risco de chegar lá e não ter vagas disponíveis’’, alerta.

A aventura nem sempre é o principal fator que motiva as viagens > Foto: Claire à Taiwan

Já, para o professor de inglês Marcos Redivo, viajar dessa forma é uma experiência de ‘’superação, autoconhecimento, disciplina e persistência’’. Ele viajou sozinho para a Espanha, apenas com uma mochila de roupas na bagagem. O professor mochileiro comenta os cuidados que o viajante deve ter ao organizar a sua bagagem, ‘’é importante lembrar que você vai carregar ela nas costas a todo momento. Qualquer item na mochila pode acabar sendo pura vaidade e peso

Daniel no Taj Mahal, um dos pontos de seu projeto “Mochileiro das Maravilhas” > Foto: Arquivo Pessoal

extra. Durante minha viagem acabei largando pelo caminho roupas, um livro e tênis de corrida’’. Para ele não é só a sede de aventura que leva uma pessoa a optar por esse tipo de viagem, uma vez que ele próprio não se considera um aventureiro. ‘‘Gosto de aventuras, mas não pratico nenhuma atividade radical a não ser

“Viajando, aprendi a olhar pro mundo de um jeito diferente’’ pegar o Inter 2 às seis da tarde’’, brinca. Diferente do mochileiro Daniel Thompson que, já aos 34 anos, conta com um passaporte repleto de experiências por todo o mundo. ‘’Gosto de aventuras e atividades radicais e sempre tento incluí-las em minhas viagens. Paraquedismo, Rafting, e Bungee Juumping, são algumas dessas aventuras que coleciono’’. Há seis anos, Daniel fez um roteiro de visita às maravilhas do mundo contemporâneo, tudo isso em seis meses,

em seu projeto de nome “O Mochileiro das Maravilhas’’. Em 2012, a segunda etapa do projeto foi a volta ao mundo das Maravilhas Naturais, que o viajante contou em seu blog pessoal, passo a passo. Atualmente Daniel está na TV Gazeta com o programa ‘’ O Mochileiro’’. O viajante de plantão, que já morou em outros países, também conta sobre seu amadurecimento em suas viagens, ‘’viajando aprendi a valorizar mais o que temos, a me desapegar materialmente, respeitar mais as pessoas e o planeta. A entender mais as diferenças e olhar pro mundo de um jeito diferente. Mas já passei por muitos apuros, como não ter onde dormir, perderem minha bagagem e ficar só com a roupa do corpo, me perder em um local no qual eu não falava o idioma e onde as pessoas não falavam português, entre outros’’, relata. Para aqueles viajantes que ainda não estão se sentindo preparados para viajar por conta com as dicas dadas por Daniel, Marcos, e Enaheull, existem agências de viagens que oferecem pacotes para mochileiros de 9 a 28 noites como a CI (Central de Intercâmbio e Viagens). As viagens incluem hotel, passeios à escolha do viajante, bilhetes de trem, seguros com assistência médica, serviço de translado, informações


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COLUNISTAS

Futebol Cervejeiro Lucas Karas

Tá difícil O primeiro tempo da partida entre Criciúma e Coritiba foi um dos piores que já vi na minha vida. Jogo truncado, feio. Terminou com um segundo tempo melhor, mas com um fim já previsível: mais uma derrota. A situação é muito preocupante para os lados alviverdes,que estão há oito jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. Contudo, depois destes oito jogos, criei duas teorias sobre o Verdão. Uma que parece real, por mais gozado que possa ser e outra que é uma probabilidade esperançosa para a torcida Coritibana.

A primeira: ele se adapta com o time que joga. Pensemos, foram quatro jogos contra times de qualidade técnica no mínimo boa: Santos, São Paulo, Cruzeiro e Inter. Em todos os jogos, o Coritiba apresentou, pelo menos, um bom futebol. Buscou o gol e fez um jogo competitivo com todos, marcou cinco gols. Mas em compensação, tomou seis. Mas o que incita a curiosidade é que com esses times, o Coritiba apresentou um futebol melhor. Ok, agora vamos aos outros quatro jogos, contra Chapecoense, Criciúma, Sport

e o Furacão. Todos com qualidade técnica razoável para ruim. O Atlético está se recuperando, mas antes do clássico, apresentava um futebol pobre, muito por causa, em minha opinião, de Miguel Angel Portugal estar no comando. Mas enfim, voltemos a falar do Cori. Pois bem, nestes quatro jogos o Coritiba apresentou o futebol mais pobre, chegando à beira do ridículo, como foi ontem, como foi no clássico, como foi contra o Sport e como foi contra a Chapecoense. Em todos os jogos, o Coritiba ou perdeu (três) ou empatou. Chego a seguinte conclusão: O Coritiba joga bem contra times bons. E vira medíocre quando enfrenta times de qualidade menor. Talvez a solução, então, seja trazer times europeus para disputar o Brasileirão. Com isso, o Coritiba pode vir até a ser Campeão do Mundo, quem sabe? Mas antes disso, tem que se recuperar e é aí que entra minha outra teoria:a esperança da 13ª rodada. Ano passado, o Coritiba teve um inicio avassalador. Liderou por três rodadas e se manteve

no G4 até a 14ª rodada. Contudo, depois da derrota para o Vasco da Gama, em pleno Couto Pereira, na 13ª rodada, levou o time alviverde a uma derrocada impressionante, que culminou com uma luta intensa contra o rebaixamento no final do campeonato. Pois bem, este ano, pode ser o contrário. Quem sabe o começo ruim fica somente até a 13ª rodada e a partir da 14ª, a recuperação começará. E no fim , quem sabe o Coritiba não imita o guerreiro Furacão do ano passado que ficou de forma merecida com uma das vagas da Libertadores da América. Uma esperança, que parece ser a única para o torcedor frustrado, que de tão indignado, propôs um até, um jogo contra os jogadores do Verdão. Cerveja Rapidinho, a bera que indico hoje é a Dunkelweizen, da Erdinger Weissbräu. Escura, encorpada e forte, vai muito bem neste friozinho com carne de porco assada. Temperatura entre 8º e 12ºC é a ideal para saborear esta cerveja com graduação de 5,2%

Língua universal da música “Playing For Change” é um movimento que há dez anos conecta pessoas ao redor do mundo através da música. O site oficial do movimento afirma que a ideia central do projeto é que a música pode quebrar qualquer barreira e vencer as distâncias entre as pessoas. Tudo começou em 2005, quando Mark Johnson estava andando em Santa Monica, na Califórnia, e ouviu a voz de Roger Ridley, cantando apaixonadamente a canção “Stand By Me”. Mark, então, convidou-o para fazer uma gravação, e Roger aceitou. Desde então, o “Playing For Change” vem viajando ao redor do mundo, gravando e filmando pessoas que cantam nas ruas, nos metrôs ou em outros lugares públicos, descobrindo verdadeiros artistas. O co-fundador do projeto disse que “como seres humanos, nós nascemos e morremos igualmente, juntos. O que nos leva a interagir entre nós depende de nós mesmos, parando e ouvindo a

língua universal da música. Traga essa energia positiva á todo lugar que você vá”. De músicos ao redor do mundo, do Rio de Janeiro ao Senegal, os filmes do projeto mostram a mesma música sendo tocada por várias pessoas, em diferentes lugares. Quando você vê, todos estão cantando em uma só voz. É como Mark Johnson disse, “a língua universal da música”. Ao mesmo tempo, conhecemos suas histórias: Baaba Maal, nasceu numa família de pescadores no norte do Senegal e hoje é um dos embaixadores da música West African. O músico senegales tem uma banda, a Daande Leol ( que significa “ a voz do povo”) e faz turnês ao redor do mundo com ela. Damien Cherbit é um guitarrista de Paris, França, que aprendeu a tocar sozinho, desde os seis anos e hoje faz parte de vários projetos musicais. Ele compõe para a indústria do cinema, publicidade e entretenimento. Keiko Komaki, nasceu em Kagoshima, no Japão, e começou a tocar piano

What’s the story?

Maria Luiza Lago

aos cinco anos de idade. Se apaixonou pelo estilo musical de Nova Orleans e mudou-se para lá, mesmo com a reprovação da sua família, para tentar uma carreira como artista. Hoje ela toca para cinco bandas diferentes, como tecladista, e muitas outras no passado, com os mais renomados músicos da cidade. Você pode ajudar também a realizar os sonhos de várias pessoas ao redor do mundo, através do “Playing For Change Day” (PFCDay), no dia 20 de Setembro deste ano. Você pode providenciar instrumentos para quatro programas musicais no Nepal por um ano; achar uma

locação segura para crianças da comunidade de Khlong Toey, em Bangkok, Tailândia, aprenderem música por um ano; e muitas outras coisas mais. Basta fazer doações para a Playing For Change Foundation, criando a sua própria campanha e ajudando a divulgar o projeto. Você pode até se tornar um dos embaixadores do PFC, promovendo o álbum seguinte, o PFC 3, espalhando por mídias sociais, organizando eventos beneficentes para a fundação. Ficou com vontade de participar? É só entrar no site oficial do PFC, e se inscrever, você fica por dentro dos projetos, de muita música e de histórias!


LONA > Edição 901 > Curitiba, 30 de maio de 2014

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ACONTECEU NESTE DIA

Joana D’arc é queimada viva em praça pública Em 30 de maio de 1431, a heroína francesa chamada de “A Donzela de Orléans”, Joana D’arc foi queimada viva pelos borguinhões. A camponesa analfabeta tornou-se santa e padroeira da França, em 1920. Sua canonização veio tarde, dois séculos demais de sua morte, e foi realizada pelo Papa Bento XV. Apesar de jovem, apenas uma adolescente de 19 anos, Joana foi uma importante chefe militar na Guerra

dos Cem Anos, tomando partido dos Armagnacs, contra os borguinhões, aliados dos ingleses. Capturada em 1430, ela foi a julgamento, acusada de heresia e assassinato. Ela foi queimada viva na Praça Velhor Mercado, às 9h, em Ruão. Suas cinzas foram jogadas ao rio Sena, pois seus executores não queriam que ela se tornasse objeto de adoração pública. Sua figura é venerada e conhecida até os dias de hoje.

Gravura de Joana D’arc de 1505 > Imagem: Wikimeadia Commons

#PARTIU Em Cartaz A Culpa É Das Estrelas Drama > 125min > 12 anos A Grande Noite Comédia > 92 min > 16 anos Alabama Monroe Drama > 11 min > 14 anos Amor, Plástico e Barulho Drama > 83 min > 14 anos

Teatro Musical Cazuza “Pro Dia Nascer Feliz” Datas: 31 de maio e 1 de junho Horário: às 21h30 (31/05), e às 19h (01/06) Classificação: 14 anos Local: Teatro Guaíra Rua XV de Novembro, 971, Centro Ingressos: Plateia > R$220 (inteira), R$110 (meia) Balcão > R$ 180 (inteira), R$ 90 (meia) Pontos de vendas: Quiosque Disk Ingressos Assinante Gazeta do Povo possui 50% de desconto

Shows Gratuitos Fran Rosas Data: 01/06 Local: projeto Música Nos Parques Pocket Show de Du Gomide Data: 30/05 > Horário: 19h30 Local: FNAC Joice Cândido Data: 03/06 > Horário: 20h Local: Teatro da Caixa

“Música pro dia nascer feliz” celebra Cazuza Escrito por Aluísio de Abreu, a peça retrata a história de vida do Cazuza, um dos maiores e mais importantes compositores da música brasileira A criação do texto surgiu a partir de conversas com pessoas próximas ao cantor e inúmeras pesquisas, buscando representar a forma rasgada do comportamento do jovem dos anos oitenta. Seus maiores clássicos em carreira solo ou no Barão Vermelho estarão presentes como “Pro Dia Nascer Feliz”, “Codinome Beija Flor”, “Bete Balanço”, “Ideologia”, “O Tempo não para”, “Exagerado”, “Brasil”, entre outros. A seleção foi feita obedecendo aos fatos e viradas de sua vida. A montagem do espetáculo é de autoria de João Fonseca, que conversou com Lucinha Araújo (mãe de Cazuza), uma das peças fundamentais para a estruturação. Graças as lembranças dela foi possível conhecer melhor a vida e o obra do artista, marcada de momentos exagerados e também intimistas. A obra é encenada de maneira cronológica, contando desde a formação do Barão Vermelho, até a luta de Cazuza contra o câncer. Tem duração total de 135 minutos e possui um intervalo. Destaque para os atores Emílio Dantas, que

Pôster do musical > Imagem: Divulgação

vivera Cazuza e também Susana Ribeiro, que interpreta Lucinha Araújo. A peça promete ser arrebatadora, afinal o talento e a poesia de Cazuza não podem ser esquecidos. Sua obra é atual e ainda tem muito a dizer sobre a juventude de hoje que não pode acompanhar seu trabalho. E também marcará os fãs, que poderão matar as saudades do eterno exagerado ao som de reinterpretações de suas canções mais famosas.


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