Lona 906

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Ano XV > Edição 906 > Curitiba, 08 de agosto de 2014

Candidatos a governador apresentam propostas EDITORIAL “Planejamento e gestão. Essas foram as duas palavras mais repetidas ontem no Fórum 10.” p. 2

Foto: Arquivo AFS USA

OPINIÃO

Parcerias possibilitam intercâmbio durante curso do ensino superior

Estudar em um outro país na graduação se tornou a realidade de muitos jovens brasileiros graças às parcerias entre governos e universidades p. 4

“Um dos artifícios usados para “prender” o público é a cena pós-crédito, que funciona como um‘teaser’de outra produção.” p. 2

#PARTIU Teatro de bonecos retrata temas adultos e delicados como suicídio e velhice p. 6

Foto: Isadora Nicastro

Durante Fórum realizado na Universidade Positivo, os três principais candidatos ao cargo de governador do Paraná puderam apresentar p.3 ideias e responder perguntas da plateia COLUNISTAS Maria Luiza Lago “Às vezes a iniciativa de formar uma banda ou seguir carreira solo pode surgir muito cedo, como por exemplo os Beatles, os Ramones e muitas p. 5 outras bandas por aí.” Lucas Karas “E mostrou também que nós, brasileiros, precisamos desapegar do nosso ego. Ego que nos faz ficar presos ao pensamento de que o futebol se curva perante nós, os pentacampeões.” p. 5


LONA > Edição 906 > Curitiba, 08 de agosto de 2014

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EDITORIAL

Planejar para crescer

Planejamento e gestão. Essas foram as duas palavras mais repetidas ontem no Fórum 10, série de sabatinas com os candidatos ao governo do Paraná, Roberto Requião, Gleisi Hoffmann e Beto Richa, na Expo Unimed. Seguindo um modelo de 20 minutos de exposição para cada candidato e tempo para respostas de associações empresariais e da plateia, Requião, Gleisi e Richa abordaram propostas e feitos já realizados no governo do Paraná. Independente do que cada um defendeu, uma lição fica dos discursos: em uma administração moderna, é preciso planejar. Escolas de administração há muito tempo insistem na necessidade de fazer uma gestão profissional, que prime não só pelo planejamento mas também pela manutenção das condições reais de cada situação que se apresenta. Responsável pelo quinto PIB do Brasil, segundo último censo do IBGE, o Paraná ainda carece de planos a longo prazo. A segurança e o transporte, que há pouco mais de 20 anos eram consideradas áreas exemplares na região, hoje dependem de novos projetos para se renovarem. Apenas no transporte, pode-se perceber o atraso a que foi imposto nos últimos anos pela criação de linhas exclusivas para ônibus, em vias normais da cidade de Curitiba, apenas em 2014. Em outras cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, vias como essa já existem há mais de dez anos. Ainda na área de mobilidade, a cidade também peca na ausência de quilômetros de ciclovias. Na segurança pública, infelizmente testemunhamos viaturas sem gasolina para locomoção e a declaração do atual governador de que não valeria a pena investir em educação aos policiais. Em entrevista à rádio CBN, há dois anos, Richa “explicou”: “Outra questão é de insubordinação também, uma pessoa com curso superior muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um superior, uma patente maior”. Quando planejamento não faz parte da gestão pública, os resultados são atraso em áreas prioritárias, como saúde, educação, segurança e transporte, além de colapso eminente de estruturas que, a princípio, deveriam servir o cidadão.

OPINIÃO

Um atrativo a mais Davi Carvalho

“No escurinho do cinema, chupando drops de anis, longe de qualquer problema, perto de um final feliz”. A música de Rita Lee tem sua exceção: nem sempre o final é o final e, não tão longe de ser feliz, é também angustiante para os fãs o que tem por vim depois dos créditos. O cinema vem se reinventando, a fim de atrair mais espectadores. Um artifício usado para “prender” o público é a cena pós-crédito, que como o nome já diz, é uma cena – breve – exibida logo após os créditos. É como um‘teaser’de outra produção. Vários estúdios fazem uso desta técnica, como a 20th Century Fox (nas franquias X-Men, Quarteto Fantástico, Elektra e Demolidor), mas foram os filmes da Marvel os pioneiros na exibição destas cenas. O recurso é um complemento à cronologia das produções. Ao todo são oito as histórias incríveis de super-heróis da série Os Vingadores. A

estreia das cenas pós-crédito veio com o filme “Homem de Ferro”, em 2008, e desde então o atributo é figurinha certa em todas as outras produções. Nem sempre a cena é sobre a continuação do próprio filme, um exemplo foi em “Homem de Ferro 2”, em 2010, onde o público é levado até o deserto do Novo México e agentes da S.H.I.E.L.D encontram um “artefato alienígena”­ que seria o martelo de Thor ­, indicando a nova produção:“Thor”(2011). Genialmente explorado, este recurso atiça a curiosidade dos fãs das histórias em quadrinhos e interage diretamente com eles ao desvendar pistas importantes sobre o destino dos personagens e das obras futuras. É uma marca tradicional que leva às sequências dos filmes uma grande expectativa, prendendo o espectador até o final e deixando ansiosos os fanáticos por estas grandes histórias dos heróis.

Em exibição nos cinemas, a recente estreia da Marvel, o leve e divertido “Guardiões da Galáxia”, já tem uma das melhores cenas pós­ -créditos, onde Howard, o Pato falante, aparece em uma cena impagável ao lado de Colecionador, e de um cachorro astronauta russo, o Cosmo. É queridinha dos fãs por não haver contraste com a diversão do filme – que se manteve na pós-crédito.­Além disso, os detalhes da cena, e seus personagens carismáticos arrebatam o espectador. Para saber quem são esses personagens até então não muito conhecidos pelos espectadores resta esperar ansiosos por mais um surpreendente filme. E assim, as cenas pós­créditos atribuem mais valor à produção, uma inovação que instiga não só aos fãs dos heróis já conhecidos, como também os levam à esperar pelo desvendamento da história por trás de um pato falante (WTF?!?) e outras cositas a la Marvel.

Cinema > Foto: Leo Hidalgo

Expediente

Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi e Isadora Nicastro Editorial Da Redação


Curitiba, 08 de agosto de 2014 > Edição 906 > LONA

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NOTÍCIAS DO DIA

Gleisi, Requião e Richa se apresentam em Fórum Além de apresentarem suas propostas para o futuro do estado, os candidatos a governador puderam responder perguntas da plateia Isadora Nicastro

Os três principais candidatos a governador do estado Paraná, Roberto Requião (PMDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Beto Richa (PSDB), participaram ontem do evento Fórum Permanente Futuro 10 Paraná. Os candidatos puderam expor suas propostas para o desenvolvimento do estado, responderam perguntas, negaram acusações e fizeram inúmeras críticas aos seus opositores. O primeiro a falar foi o canditato Roberto Requião. O senador, concentrou suas críticas na economia do estado, contextualizando a atual situação no todo do cenário econômico mundial. Disse estar disposto a retomar uma política centrada no desenvolvimentismo, e não mais na democracia social como vem fazendo a atual presidente da República, Dilma Rousseff. Para Requião, o que falta ao Paraná é uma melhor gestão dos recursos que são arrecadados. Durante sua apresentação, afirmou ainda seren inadmissí-

veis os problemas apontados durante o governo de Beto Richa, como a falta de gasolina nas viaturas policiais e as goteiras nas escolas. Sobre Gleisi, Requião houve uma provocação em relação a um projeto de autoria do senador, que está “parado nas mãos” da colega. Requião, no entanto, não se aprofundou em novas propostas: “Nós vamos fazer exatamente como fizemos antes”, disse. Já a senadora Gleisi Hoffmann explorou suas ações no Paraná junto ao Governo Federal. Prometeu ações como a criação de um PAC-Paraná e ousar na utilização da internet para unificar os sistemas e fazer um governo mais transparente. Além disso, Gleisi afirmou que pretende aproximar os jovens universitários do governo fazendo uma parceria com a academia para a realização de projetos, para que os novos conhecimentos não demorem a ser colocados em prática. Gleisi também citou o problema das goteiras nas escolas e concordou com Requião, afirmando que o lento desenvolvimento do estado não é a falta de dinheiro. “O problema no Paraná não é a falta de arrecadação. É a má gestão. Aumentaram em 122% os gastos. E gastou no quê? Qual é a grande obra de investimento que esse estado teve?”, disse a senadora.

Beto Richa defendeu-se das acusações dos outros candidatos > Foto: Ana Mira

Sobre uma suposta “perseguição” do Governo Federal a Beto Richa, Gleisi afirmou que o problema que aconteceu foi a falta de representatividade do atual governador, que foi poucas vezes até Brasília para lutar por seus projetos. Segundo

Gleisi e Requião se cruzam durante evento> Foto: Ana Mira

ela, foram poucos os projetos encaminhados pelo mesmo.

milhões) com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Por fim, o candidato Beto Richa se defendeu, argumentando que, quando foi eleito, recebeu um governo endividado e reclamou da falta de recursos encaminhados pelo Governo Federal.

O Fórum O Fórum Permanente Futuro 10 Paraná busca encontrar um ponto de harmonia entre o governo do Estado, a sociedade e os empresários. Para isso, reúne mais de cinco mil lideranças de todas as regiões do estado, em diversas áreas de atuação, com a finalidade de discutir e montar um plano de desenvolvimento para o estado. Seu slogan é “construindo um Plano de Desenvolvimento para o Paraná”.

Richa insistiu durante todas as suas respostas em um “bloqueio ao estado do Paraná” pela federação por diferenças politicas e disse ter “demorado a perceber que tinha sido enganado” por eles. Argumentou que sempre foi muito respeitoso em seu governo independente da filiação partidária de seus colegas e se demonstrou um justiceiro, “fazendo justiça ao Paraná e aos paranaenses”. Em relação à sua ausência em Brasília, o governador afirmou que trata-se de uma inverdade, já que no dia anterior estava na capital federal. Ainda argumentou que existem mais de 520 projetos encaminhados ao Governo Federal de interesse do Paraná, realizados por ele. Richa negou todas as acusações de seus adversários e pediu desculpas se errou em algum momento durante seu mandato: “Posso errar, é verdade. Mas jamais errei por má fé”. Richa esteve ontem em Brasília assinando um contrato de financiamento no valor de US$ 68,5 milhões (R$ 156

Durante a realização do evento, procura-se fazer uma análise, e posterior formulação de um plano estratégico integrado de desenvolvimento para o estado, de maneira que as múltiplas vozes envolvidas cheguem à um denominador múltiplo comum, informando e mobilizando a sociedade do Paraná. O evento foi organizado em forma de uma sabatina. A ordem dos candidatos foi definida por sorteio e cada candidato teve 20 minutos para defender seus planos de governo. Em seguida, líderes de diversas áreas de atuação que participam do fórum fizeram perguntas com os temas de infraestrutura, gestão pública, educação, inovação e empreendedorismo. No tempo restante, foram lidas perguntas da plateia.


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GERAL

Jovens passam a procurar intercâmbio durante a graduação Adquirir conhecimento em outro país deixa de ser sonho, e passa a se tornar a realidade de muitos estudantes brasileiros Daniele Andrade Vieira

O número de brasileiros que optam por cursar a graduação fora do país está crescendo. Essa movimentação de estudantes coloca o Brasil como participante de umas das tendências do ensino superior em outros países: a internacionalização do ensino. Segundo a Assessoria de Imprensa da Belta (Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais) cerca de mil brasileiros viajaram para estudar no exterior este ano. A Belta ainda prevê que o número de embarques cresça 15%, para 232,4 mil.

A universitária Eloisa Canziani cursa Biotecnologia e ganhou uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, em Ohio, na Kent State University, pelo programa “Ciência Sem Fronteiras”. Eloisa comentou que, sobre o novo ambiente acadêmico, “o que mais me chamou a atenção é o fato de que os alunos são muito independentes e dedicados. Eles buscam sempre algo a mais fora da sala de aula”. O tempo dentro de uma sala de aula, nos Estados Unidos, é menor do que o tempo das universidades no Brasil.

Grande parte desse crescimento se deve ao projeto “Ciência sem Fronteiras”, que neste mês ganhou a versão “Cultura sem Fronteiras”. Os programas fornecem bolsas de intercâmbio pelo período de um ano a estudantes brasileiros de graduação e pós-graduação em diversos cursos, desde que tenham bom desempenho acadêmico. Assim, possibilitam que os acadêmicos estudem no exterior.

Nos Estados Unidos, a média que o universitário fica em sala é de 15 horas/ aula por semana. Porém, o aluno acaba tendo de ficar muito mais tempo estudando fora do horário de aula, para fazer tudo que é programado e manter o alto nível acadêmico. A aula acaba servindo como um “tira-dúvidas” e “roda de discussão” sobre o conteúdo a ser estudado em casa. A biblioteca da universidade que Eloisa estuda funciona 24 horas, esse método de ensino faz com que o aluno vá atrás do conhecimento.

Eloisa Canziani fez intercâmbio nos Estados Unidos > Foto: Arquivo Pessoal

O “Ciência Sem Fronteiras” é aberto a estudantes das áreas de tecnológicas, engenharias, ciências exatas, biológicas, nanotecnologias, entre outras. Para conseguir uma bolsa de estudos no exterior, também chamada de “bolsa de graduação sanduíche”, o candidato deve estar matriculado em curso de nível superior, e ter cursado no mínimo 20% e no máximo 90% do currículo previsto para seu curso. Além disso, o estudante deve se comprometer a permanecer no Brasil, após o retorno do intercâmbio, o dobro de tempo que passou estudando no exterior. É preciso também ter

realizado o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e ter atingido nota superior a 600 pontos no exame. Os convênios entre universidades nacionais e estrangeiras também são responsáveis pelo crescimento do intercâmbio. Nas universidades brasileiras há o departamento de relações internacionais que possibilita que o aluno curse algumas matérias de seu curso no exterior, e que alunos de outros países venham estudar no Brasil. Maxime Pierrepont, deixou a França para fazer intercâmbio durante sua Maxime Pierrepont veio da França e diz ter se adaptado bem ao Brasil > Foto: Argraduação em Engenharia Civil. quivo Pessoal Há 6 meses em Curitiba, o jovem estuda tarão as aulas de equivalências em unina Pontifícia Universidade Católica do versidades de outros países, de forma Paraná – PUCPR e conta que foi incenti- detalhada. O diferencial desse tipo de vado por amigos a estudar no país, “foi intercâmbio é que não há o duplo difácil a adaptação aqui, exceto a língua, ploma, como na graduação sanduíche. Para realizar o ensino no exterior, o aluno deve ter nota igual ou superior a 7.0, ter cursado 40% da sua grade curricular, comprovar domínio do idioma requerido pela universidade de destino, e não ter pendências financeiras com a Universidade Positivo.

“Os alunos são muito independentes e dedicados.”

eu não conseguia entender as aulas no primeiro mês, mas me ajudavam”. Stella Maris Jofré, é responsável pelo departamento de relações internacionais da Universidade Positivo, e conta que o intercâmbio está sendo cada vez mais procurados pelos jovens. Segundo Stella, os cursos da universidade que mais buscam se informar sobre o intercâmbio são Administração, Arquitetura, Design e Direito. Neste tipo de intercâmbio, o aluno pode escolher estudar por período semestral ou anual. No fim do curso, o estudante recebe seu histórico universitário, em que es-

Proporcionar aos estudantes brasileiros a oportunidade de adquirir conhecimento em países desenvolvidos e em grandes universidades é um grande passo para o ensino superior. Os programas de convênios entre universidades e o Ciência Sem Fronteiras fazem com que muitos jovens realizem o sonho de adquirir uma educação mais elevada, uma nova experiência, por conta própria, através de seus esforços. Viver em um outro país, sair da “zona de conforto”, ter contato com novas culturas e outros idiomas, estudar e poder se desenvolver na sua profissão são os benefícios de um intercâmbio durante a graduação, que fará diferença na vida pessoal e profissional destes jovens.


Curitiba, 08 de agosto de 2014 > Edição 906 > LONA

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COLUNISTAS

What’s the story? Maria Luiza Lago

Another cog in the “burning machine” Música não tem restrição de idade, sexo ou cor; ela é para todos aqueles que querem mostrar ao mundo o que sentem, por acordes, notas musicais, batidas, letras. Às vezes a iniciativa de formar uma banda ou seguir carreira solo pode surgir muito cedo, como por exemplo os Beatles, os Ramones e muitas outras que ainda não foram descobertas, mas que já tem um possível futuro no cenário musical. A “Burning Machine” é uma dessas bandas. Eduardo Borda, tecladista, 14

anos; Jule Rainbow, vocalista, 15 anos; Tiemi Saeki, Baixista, 14 anos; Sirius Zack, guitarrista, 17 anos e Sofia Zucherelli, baterista, 14 anos formam a banda que existe há 4 meses, com influências como Green Day, Blink-182, My Chemical Romance e Paramore. O nome da banda surgiu de um trecho da música do My Chemical Romance (MRC), entitulada “Teenagers”. O MCR é uma banda americana, que surgiu em Nova Jersey, em 2001. O principal estilo tocado pelos integrantes é o rock.

Na música que deu nome à banda adolescente, a canção diz “another cog in the murder machine” (outra peça na máquina de assasinato), eles apenas substituiram “murder”, por “burning”. Jule, Tiemi e Sirius foram os primeiros a integrar a banda adolescente, enquanto Eduardo e Sofia embarcaram na aventura mais tarde. Alguns deles se conheceram na própria escola que frequentam. A ideia de formar a banda veio espontaneamente, enquanto estavam em um fila de show. Até o presente momento, o quinteto já tocou em espaço organizado pelo pai de Tiemi, replicando covers e uma única música de autoria própria. A canção, chamada “Old Hope”, foi escrita por Jule Rainbow (a vocalista do grupo), e se baseia na história de uma paixão homoafetiva que não é correspondida. Os integrantes explicam, de uma maneira divertida mas ao mesmo tempo comprometida, porquê ter uma banda é, para eles, importante: “Música é vida, cara. Sem ela, a vida seria chata”,

afirma Tiemi, baixista. “A música serve para alegrar todo mundo”, diz a vocalista, Jule. “Eu queria ter uma banda faz tempo”, conta Sofia, baterista, “só que ninguém gostava das mesmas coisas que eu e ninguém tinha paciência para tocar comigo. Quando você acha alguém que quer ter uma banda e consegue produzir e tocar música, é algo muito legal. Imaginar que alguém possa se identificar com as nossas músicas é algo único”. Eduardo, tecladista, ressalta que, para ter uma banda, além do comprometimento e dedicação, é preciso gostar daquilo que se faz. A iniciativa desses jovens de se reunir, tocar e aproveitar realmente o que se está fazendo é algo único, que proporciona uma sensação exclusiva: experimentar o poder da música, com as pessoas que você gosta, independente da idade. Exige comprometimento, dedicação e maturidade, que vem aparecendo cada vez mais cedo, mas que, se direcionada de maneira correta, pode dar tão certo quanto bandas que estão “na estrada” há 50 anos.

Voltei! É, pois é. Voltamos né? Depois de quase dois meses, volto a escrever nesta maravilhosa coluna. Muita coisa aconteceu nesse meio tempo, ein. Que Copa do Mundo, não. A melhor que já vi (ok, não vi muitas e as que vi, não assisti com tanta atenção como esta). Foi sensacional, um grande espetáculo. Mas a Copa não foi só show. Mostrounos também o tal do futebol moderno, que tanto estão falando por aí. Sim, aquele futebol envolvente que a Alemanha, depois de mais de dez anos de preparação, nos apresentou no Mundial de 2014. E mostrou também que nós, brasileiros, precisamos desapegar do nosso ego. Ego que nos faz ficar presos ao pensamento de que o futebol se curva perante nós, os pentacampeões. Precisamos aceitar que nossa seleção, que nossos clubes e jogadores estão ultrapassados. Não podemos ficar dependente de uma escola (a gaúcha) que já teve muito sucesso, mas que

hoje, está em decadência. O nosso futebol não precisa de um choque de realidade. O nosso futebol não precisa de mudanças urgentes. Precisa sim, de planejamento. Planejamento que não é exclusivo da CBF, tão culpada e crucificada (talvez, justamente). Precisa começar de baixo. Pelos clubes e pela preocupação de formarmos jogadores com mentalidade de campeões e não de empresários. Achei muito interessante um comentário do ex-técnico da Seleção e hoje comandante do Corinthians, Mano Menezes. Confere aí: “Nós não estamos mais jogando a Copa do Mundo. A Copa reuniu os melhores jogadores do mundo(...), com preparação de equipes de oito, quatro anos. Então, a situação de preparação para essa competição (Brasileirão) é diferente.” Interessante. Concordo na parte de que não podemos pensar que o Brasileirão terá a qualidade da Copa do

Futebol Cervejeiro

Lucas Karas

Mundo. Isso é impossível. Mas fico pensando onde está essa preparação das seleções citada por Mano? Usemos o senso comum e citemos a Alemanha. Antes da Copa, o futebol alemão já brilhava. Borussia e Bayern fizeram uma final de Champions. Não à toa. A Federação Alemã promoveu uma profunda mudança no futebol do país, a partir dos anos 2000. Demorou, mas os frutos vieram. A Alemanha domina os campeonatos mundiais da Base, sempre mostrando um futebol de qualidade. Eles não abandonaram o planejamento, mesmo quando os resultados ainda não vinham. E finalmente, se sagraram campeões do mundo.

Planejar não é lá o forte do brasileiro. Mas, precisamos aprender. No futebol, o planejamento é tão ou mais importante quanto saber de tática e ter a técnica. É preciso mudar o pensamento do futebol brasileiro. Para isso, muito planejamento e muito mais paciência. O futebol agradece. Dica de bera A cerveja que indico para hoje é a Jerimoon Pumpkin Ale, da Bier Hoff, microcervejaria daqui de Curitiba. Uma cerveja extra clara feita, como o próprio nome diz, com abóbora. O gosto lembra muito o doce de abóbora. Ótima cerveja, leve e muito saborosa!


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ACONTECEU NESTE DIA

É criada a Cruz Vermelha A Cruz Vermelha foi criada em 8 de agosto de 1863, por um grupo de suíços que se comoveu com as cenas dramáticas das guerras. É uma instituição que tem como princípio fundamental socorrer feridos de guerras e vítimas de catástrofes naturais. No ano seguinte à criação, aconteceu a primeira Convenção de Genebra, cujos fins eram semelhantes aos propósitos da Cruz Vermelha. O evento reuniu 55 países e deu início

à história do direito humanitário. Na ocasião, ela era dirigida somente por suíços, mas, depois da Primeira Guerra Mundial, cada sociedade formou o seu próprio grupo. No Brasil, a Cruz Vermelha é autenticada como sociedade de socorro voluntário, autônoma, assistencial aos poderes públicos e serviços militares de saúde. Foi fundada no país em 1908, tendo sua sede instalada no Rio de Janeiro, sendo em 1912 reconhecida pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Jovens infermeiras da Cruz Vermelha, nos anos 50 > Foto: Arquivo British Red Cross

#PARTIU Em Cartaz O Mercado das notícias Documentário > 94min > Livre Vestido pra casar Comédia > 101min > 12 anos Uma lição de vida Drama > 103min > 14 anos Guardiões da Galáxia Ação > 122min > 12 anos

Teatro Em Concerto – Contadores de Estórias Local: CAIXA Cultural Curitiba (R. Conselheiro Laurindo, 280, Centro) Data: de 8 a 10 de agosto Horários: às 20h e às19h > Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia) O Beijo no Asfalto Local: Centro Cultural Boqueirão (R. José Guercheski, 299, Boqueirão) Data: até 31 de agosto > Horário: 20h Ingresso: gratuito

Shows Racionais MC’s Local: Curitiba Master Hall Data: 09 de agosto Horário: 21h30 Ingressos: a partir de R$46 Black Label Society Local: Curitiba Master Hall Data; 10 de agosto Horário: 18h Ingressos: a partir de R$100 (meia)

Inusitado teatro de bonecos estreia em Curitiba Com bonecos por personagens, Em Concerto retrata temáticas pesadas para um público adulto e complexo na CAIXA Cultural da cidade O teatro de bonecos Em Concerto conta pequenas histórias com temas delicados como o suicídio, a velhice e um pouco de romance. Discutindo esses temas de forma sutil e sem palavras, os bonecos parecem vivos e transmitem muita emoção aos espectadores. A técnica utilizada no espetáculo é a “manipulação direta”, na qual os bonecos são movidos por atrizes-bailarinas, que vestidas de preto, mesclam-se ao fundo negro, desaparecendo da cena. A peça foi criada e dirigida por Marcos Ribas em 1994 e é composta por vários trechos de outros espetáculos do grupo Contadores de Estórias, como Pas de Deux, Maturando e Rodin Rodin. O grupo formado por Ribas começou em 1971 e desde 1981 tem sede em Paraty, no Rio de Janeiro. A companhia de bonecos já rodou mais de 15 países com o espetáculo e hoje se apresentam regularmente na cidade histórica. Por ser uma cidade muito turística, lá recebem espectadores de todos os lugares do mundo, que se encantam com o tea-

Bonecos retratam temas delicados > Fotos: Divulgação

tro de bonecos destinado a adultos. Inicialmente, o grupo se apresentava ao ar livre, e foi apenas no período da Ditadura Militar que adaptou-se aos palcos. Nessa mesma época, realizaram também a primeira montagem de peças para adultos, já que seu foco, anteriormente, era o público infantil.Em seu repertório, figuram obras das mais várias, seja com bonecos menores, ou de tamanho humano. A experimentação é marca principal da companhia, cujos membros estão semprem viajando.


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