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Ano XV > Edição 910 > Curitiba, 14 de agosto de 2014
Foto: Andréa Rêgo Barros (SEI)
Morte de Eduardo Campos muda quadro eleitoral Marina Silva, que teve 19 milhões dos votos nas eleições de 2010, e após aliança programática tornou-se vice de Campos, pode ocupar o p.3 lugar EDITORIAL Falecem, também, junto com Eduardo Campos os 9% que creram em suas propostas e ideias p. 2
OPINIÃO
Publicitário renomado faz palestra aos estudantes da Universidade Positivo
Nizan Gaunaes faz palestra na Universidade Positivo e, em clima descontraído, falou sobre mercado de trabalho, e a vida na área de comunicação p. 4
“Confesso que nunca me incomodei muito com isso tudo, mas, neste ano, o caso foi mais grave.” p. 2
#PARTIU Dos esgotos de Nova York para as telas de cinema de Curitiba: as Tartarugas Ninja estreiam longa p. 6
COLUNISTAS Rodrigo Silva “A trágica morte do presidenciável Eduardo Campos, candidato ao planalto pelo PSB, pode trazer novos rumos à disputa eleitoral. Campos oscilava p. 5 entre 8 e 10% nas pesquisas.” Luiz Kozak “No princípio, era a serpente. O primeiro animal de estimação do qual se teve, e tem notícia foi a peçonhenta doméstica de Adão - aquele mesmo, da dupla sertaneja Adão e Eva.“ p. 5
LONA > Edição 910 > Curitiba, 14 de agosto de 2014
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EDITORIAL
Eleições das eleições
Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu em Recife (10 de agosto de 1965), e carregou desde sempre o histórico familiar na política: filho do poeta e cronista Maximiano Campos e de Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União; e neto de Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco. Formou-se em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Lamentavelmente a coincidência em falecer no mesmo dia que seu avô entrou para a lista dos históricos que superam o acidente ocorrido nessa quarta-feira (13). Seu caminho na política não é ativo, sendo o ápice da sua trajetória governar Pernambuco por duas vezes. Sua primeira gestão deixou como marco a restauração da BR – 101 que se encontrava em estado caótico. Estabeleceu projetos como a ferrovia Transnordestina, Refinaria de Petróleo Abreu Lima e a fábrica de hemoderivados Hemobrás. Socialista, Campos colocou as contas públicas no Portal Transparência do Estado, o mesmo considerado pela ONG um dos melhores do país. No tempo de Campos, o estado de Pernambuco cresceu acima da média nacional, levando à premiação pelo Movimento Brasil Competitivo. Atuou ativamente em todas as áreas publicas: saúde, educação e segurança, apresentando projetos. Exemplo disso é o Pacto pela Vida, responsável pela segurança e redução no índice da violência em Pernambuco. Deixou em destaque Pernambuco com a maior rede de escolas de referência do Brasil. Em abril de 2013, Campo se distanciou do governo para disputar as eleições de 2014 para a presidência da República. Em outubro de 2013 formou a aliança com a Rede Sustentabilidade, comandada pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Agora, se despede da eleição com 9% da preferência dos eleitores, segundo o IBOPE. Entre seus projetos como presidente, prometia promover uma reforma tributária. Como se a vida capitulasse diante de regras determinadas, a política brasileira parou nessa quarta-feira. A explicação é que mais dia menos dia, cessa aquele movimento repetitivo e involuntário de respirar. Do histórico forte que o Brasil carrega quando o assunto é política, falecem também, junto com Campos, os 9% que creram em suas propostas e ideias.
OPINIÃO
Quando a campanha eleitoral é inconveniente Viviane Menosso
Todo período de eleição é aquela mesmice. A cada dois anos a cidade fica enfestada de propagandas, cartazes, cavaletes, panfletos e carros de som com jingles dos candidatos. Os indivíduos que estão disputando as eleições todo ano são multados por fazerem campanha antecipada, utilizar irregularmente artefatos de divulgação e até por poluir da cidade com seus flyers.
duas obras em colaboração com o conhecidíssimo inglês Bansky. Na Copa do Mundo de 2014, OSGEMEOS ilustraram o avião que transportou a seleção brasileira com seus grafittis. São artistas que ilustram e embelezam as ruas e – felizmente – são reconhecidos. Agora, o muro da Praça em Curitiba onde havia o único resquício
d’OSGEMEOS na cidade, foi todo coberto por tinta azul e fixado cartazes da candidata Cantora Mara Lima e do Beto Richa. Uma obra de arte foi exterminada para dar espaço à campanha eleitoral. Tamanha ignorância. Agora vamos contemplar os sensacionais cartazes com as fotos dos amados candidatos.
Confesso que nunca me incomodei muito com isso tudo, mas, neste ano, o caso foi mais grave. A asquerosa propaganda política exterminou uma obra de arte significativa para a cidade. No centro de Curitiba, mais especificamente na Praça 19 de dezembro, residia em um muro de um estacionamento o único grafitti sobrevivente dos artistas “OSGEMEOS”. Estes grafitteiros são dois irmãos gêmeos, nascidos em São Paulo, os quais possuem talento que atravessam as fronteiras do Brasil. Eles já demonstravam dom artístico desde criança. Com um estilo de desenho bem característico, criativo e peculiar, incentivo da família e capacidade de sobra, OSGEMEOS já depositaram suas marcas nas paredes, prédios e ruas de diversos lugares do mundo e por todo o país. Eles realizaram inúmeras exposições em diversos museus e galerias em países como Estados Unidos, Cuba, Chile, Inglaterra, Alemanha, Lituânia, Espanha e Japão. Em 2013, a dupla Gustavo e Otávio Pandolfo, que sempre trabalharam juntos, chegou a fazer Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
Um dos artistas da dupla grafitando no evento “Indie Hip Hop” > Foto: Patricia Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi e Isadora Nicastro Editorial Da Redação
Curitiba, 14 de agosto de 2014 > Edição 910 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Eduardo Campos morre e deixa incógnita para as eleições 2014 Isadora Nicastro
cinegrafista Marcelo Lira; o fotógrafo oficial, Alexandre Severo e os dois pilotos, Marcos Martins e Geraldo Cunha. A presidente Dilma Rousseff se pronunciou por meio de uma nota oficial, decretando luto oficial de três dias em homenagem à memória do ex-governador de Pernambuco e também suspendeu a sua campanha pelo mesmo período. Além disso, a presidente declarou sua amizade e respeito a Eduardo Campos, independente de disputas políticas.
O PSB tem dez dias para declarar o novo candidato; a vice-presidente da chapa, Marina Silva, aliada ao condidato em 2013, é a principal opção do partido de acordo com cientistas políticos O candidato à presidência pelo PSB Eduardo Campos morreu em um acidente de avião ontem, perto das dez horas da manhã, em Santos. Segundo o Comando da Aeronáutica, a aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Guarujá, no estado de São Paulo. O acidente muda o quadro político eleitoral e pode colocar na disputa Marina Silva, candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos. Incógnita A morte inesperada do candidato à presidência deixou o cenário político brasileiro sem previsões. A ex-ministra Marina Silva é cotada para assumir a liderança da chapa do PSB, já que concorria a vice-presidência. Segundo o cientista político e professor da UFPR, Ricardo Oliveira, ela deve ser a principal opção no quadro sucessório, até porque tem um nome expressivo na política brasileira. “Sua candidatura vai provocar uma mudança, já que Marina Silva teve um desempenho razoável na última eleição. Em função do quadro partidário ela ficou como vice, já que ela não pode sair candidata à presidência da república pelo seu partido, o REDE. Ela não teve condições ou competência para alavanca-lo. Então, agora, Marina seria beneficiada pelo trágico acidente” comentou o professor. Segundo o cientista, ainda não é possível prever se os votos de Eduardo Campos migrariam para Marina Silva. O ex-governador tinha um eleitorado disperso, de faixa etária bem distribuída. Marina, no entanto, tem o apoio dos jovens e rejeição nos setores mais conservadores, como no agronegócio. “Marina Silva foi bem superior na última eleição aos índices que o Eduardo Campos possuía até agora”, comentou Oliveira. Eduardo Campos contabilizava até o momento,
Marina Silva e Campos, em aliança recém formada em 2013 > Foto: José Cruz (Agência Brasil)
segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 8% das intenções de voto. Marina Silva, nas eleições presidenciais de 2010, ficou em terceiro lugar na corrida presidencial com 19 milhões dos votos. Outro ponto que poderia influenciar os eleitores seria a questão emocional pelo trágico acidente. O posicionamento do partido e de Marina Silva diante da tragédia podem trazer mais espaço à chapa. Se esse cenário realmente se concretizar, há muita especulação sobre quem poderia assumir a vice-liderança da chapa. Ricardo Oliveira comenta que o PSB tem vários nomes, inclusive o senador do PDT pelo Distrito Federal, Cristovam Buarque. O partido tem dez dias para decidir quem pode substituir Eduardo Campos, segundo determinação do Tribunal Superior Eleitoral. Atualmente, a presidente Dilma Rousseff lidera as pesquisas. No último levantamento divulgado pelo Datafolha, nos dias 15 e 16 de julho, Dilma tinha 36% dos votos, enquanto o candidato do PSDB, Aécio Neves, contabilizava 20%. O candidato do PSC, Everaldo Pereira tinha 3% das intenções de voto e José Maria (PSTU), Luciana Genro (PSol), Eduardo Jorge (PV), Rui Costa Pimenta (PCO), e Eymael (PSDC), com 1% cada. Os candidatos Mauro Iasi e Levy Fidelix não atingiram nem 1%. Os eleitores que vota-
Eduardo Campos, ainda como Governador de Pernambuco > Foto: Arquivo Senado Federal
riam em branco ou anulariam o voto, eram 13% e uma parcela de 14% dos eleitores se declararam indecisos. O acidente O candidato à presidência estava cumprindo sua agenda no Rio de Janeiro e embarcava rumo ao Guarujá, onde participaria de uma coletiva de imprensa. Antes do controle de tráfego aéreo perder o contato com a aeronave em que estava o ex-governador, as informações eram de que quando o avião se preparava para pouso, precisou retomar o voo por causa do mau tempo. Não houve sobreviventes na queda do avião. Junto com o candidato estavam no voo o assessor direto Pedro Valadares; o assessor de imprensa Carlos Augusto Percol; o
O candidato Aécio Neves também cancelou sua agenda por causa da morte do candidato e declarou que o Brasil perde um dos seus mais talentosos políticos e que fará uma oração para à família do ex-governador. A candidata à vice na chapa de Eduardo Campos, Marina Silva, alterou sua capa do Facebook para uma faixa preta, simbolizando o luto, mas até o momento não tinha dado nenhuma declaração. Eduardo Campos fez faculdade de economia na Universidade Federal de Pernambuco e, seguindo os passos do avô, começou cedo sua carreira na política. Foi deputado estadual em 1990 e a partir de 1994, eleito por três vezes deputado federal. Em 2006 foi eleito pela primeira vez governador de Pernambuco e depois, reeleito. Eduardo Campos também participou do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando foi ministro de Ciência e Tecnologia. Eduardo Campos morreu aos 49 anos, no mesmo dia em que seu avô, Miguel Arraes também faleceu. Era casado com a economista Renata Campos, com quem
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GERAL
Nizan Guanaes dá dica aos alunos: “Se vire!” Alunos dos cursos de Comunicação da Universidade Positivo puderam dialogar com um dos mais influentes publicitários brasileiros Alice Assunção
O encontro teve início com uma aula fechada, para 45 alunos de Publicidade e Propaganda selecionados conforme seu desempenho acadêmico pela coordenação do curso. Após a aula, Nizan conversou por aproximadamente 1h30 com 150 estudantes dos cursos de Publicidade e Propaganda e de Jornalismo, respondendo perguntas e dando dicas para o mercado de trabalho. “Nizan levou a propaganda brasileira ao mais alto nível do mundo, e trazê-lo à Universidade para que os alunos sentem frente a frente e possam perguntar o que vier a cabeça, é uma coisa que não tem preço... Os alunos vão carregar para o resto da vida na profissão”, afirma Rogério Mainardes, Diretor Corporativo de Marketing e Diretor da Escola de Negócios da Universidade Positivo. Nizan comentou diversos assuntos, entre eles a descriminalização da maconha, a nova era digital, intercâmbios, equilíbrio emocional, qualificações e
Guanaes ouve os alunos de Comunicação > Foto: Alice Assunção
não teve medo de soltar o verbo para falar com seu público: “Se vire, as pessoas quando querem, querem... Crie um currículo, tenha preparo físico, concentração e foco”, afirmou. Nizan Guanaes foi o primeiro a palestrar para os estudantes após a criação da Escola de Comunicação e Negócios, ele comentou sobre esse diferencial da Positivo: “A universidade e o mundo dos negócios são desfocados, e nos Estados Unidos eles agem de mãos dadas, e é isso que temos que construir e é isso que a Positivo está fazendo aqui... Eu já me comprometi com a Escola, com as professoras e com o Rogério, a estar continuamente vindo e ajudando”, relata. Fernando Zolet, do 2º ano de Publicidade e Propaganda, conta que Nizan foi o mais direto de todos os palestrantes que ele já ouviu: “Ele é objetivo e inspirador, um cara tão bem sucedido falando que você pode ser igual ele”, afirma. Além de assistir a palestra, Fernando ganhou um estágio do publicitário ao comentar no meio de uma pergunta que era competente, mas não conseguia estágio na área. “A importância da palestra no meu caso foi muita, porque eu ganhei um estágio do Nizan Guanaes”, conclui Fernando. Ao ser indagado sobre o futuro do jornalismo, Nizan discorreu sobre uma suposta crise e alerta: “Confundiram o jornalismo com papel”. O publicitário comenta que o momento atual é a era do ouro no jornalismo, e que é necessário compreender a área digital, e para finalizar ele faz uma comparação: “Tem que fazer jornalismo, como as blogueiras de moda estão fazendo a moda”, conclui.
Em entrevista após palestra, Nizan falou sobre a Escola de Comunicação e Negócios > Foto: Karina Sonaglio
Quem é Nizan Guanaes? Entenda um pouco mais sobre a vida e o trabalho do publicitário que é ícone na sua área dentro e fora do Brasil Nizan Guanaes nasceu em 1958 em Salvador, na Bahia, local no qual formou-se em administração na Universidade Federal da Bahia. Começo sua carreia como redator publicitário ainda em Salvador, depois seguiu para São Paulo, onde trabalhou na Artplan. Em 1985 foi trabalhar na DPZ, no Rio de Janeiro. Em 89, Nizan comprou a marca DM9, que teve um grande crescimento e em 97 juntou-se com a DDB, virando a agência DM9DDB. Ele foi responsável também pelas campanhas à Presidência da República do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998). Em 2000 Nizan vendeu sua agência e dedicou-se à criação do primeiro portal de internet gratuito do Brasil, a IG. Voltou ao mercado publicitário apenas em 2002, e fundou o grupo ABC, composto por 15 empresas da área de publicidade. Entre os seus trabalhos mais famosos estão à propaganda “Hitler”, da
Folha de São Paulo; a “Guaraná e a pipoca”, da Guaraná Antarctica; a “Criando com Serpa”, do Banco Itáu; a “Tomou da Parmalat”; e a “Outdoor”, para a Central do Outdoor. Atualmente, Nizan Guanaes é um dos publicitários mais premiados do mundo. Entre os seus prêmios estão: - Selecionado pela Advertising Age como um dos melhores anunciantes do século 20; - Uma das doze lendas vivas da propaganda mundial no Festival Internacional de Publicidade de Cannes; - Duas vezes vencedor do Prêmio Caboré como Melhor Empresário da Indústria da Comunicação; - Cinco vezes líder empresarial do setor de Comunicação pela Gazeta Mercantil; - Escolhido pela Revista Dinheiro, um dos cincos Empreendedores que fizeram o ano ano 2003 acontecer; - Apontado como um dos cincos brasileiros mais influentes em 2010; - Entre 100 empresários mais criativos do mundo em 2011, pela revista Fast Company.
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COLUNISTAS
Geni e o Zepelim Rodrigo Silva
O cenário político sem Campos A trágica morte do presidenciável Eduardo Campos, candidato ao planalto pelo PSB, pode trazer novos rumos à disputa eleitoral. Em terceiro lugar, Campos oscilava entre 8 e 10% da preferência dos eleitores nas pesquisas. Figura desconhecida no cenário nacional, o ex-governador de Pernambuco vinha buscando território junto ao eleitorado Brasil afora. Agora tudo fica diferente. A coligação tem até dez dias para se pronunciar e comunicar um novo nome. A ex-senadora Marina Silva, vice na chapa
do PSB, é o nome mais provável. Candidata pelo Partido Verde (PV) em 2010, Marina obteve quase 20 milhões de votos e chegou ao final da campanha em terceiro lugar. Durante os últimos quatros anos, desfilou-se do Partido Verde e tentou fundar a Rede. Não conseguiu o número mínimo de assinaturas para o registro do Partido e o sonho de se tornar candidata por uma sigla sem a carga ideológica dos já existentes não decolou. O jeito foi filiar-se rapidamente a um partido. Em 4 de outubro do ano passado,
surpreendeu o mundo político ao se filiar ao PSB e traçar nas palavras dela “uma aliança programática”. Para Campos, que prometia ser a terceira via, foi ótimo. Ter um cabo eleitoral como Marina era mais do que importante. Tudo parecia normal até o trágico dia de hoje.
Brasil, tinha muito de político e de interesses futuros. Campos estava com 49 anos e Marina tem 56. Ele era uma liderança sabida e promissora para os próximos anos. Ela está consolidada no cenário nacional e dependendo das circunstâncias, pode chegar ao posto almejado.
Com a morte do presidenciável, as cadeiras se movimentam e modificam o quadro da coligação. Mariana era uma vice que agregava ao candidato Eduardo Campos, mas também a si própria. Sem a chance de se candidatar, a ex-ministra precisava de palanque e holofotes. Esperar até a próxima eleição em 2018 seria arriscado demais. O mundo gira em velocidades aceleradas e o universo político não fica de fora dessa lógica.
Mas as circunstâncias nem sempre são fáceis no mundo político. Se Marina for confirmada candidata pelo partido nos próximos dias, tudo mudará. É impossível vislumbrar o cenário político com ela no páreo somado à comoção e à repercussão que a morte de Eduardo Campos trará.
Era possível que ao fim desta campanha, Eduardo e Marina, em terceiro lugar, rompessem sua “aliança programática”. E cada um com seus dividendos vislumbrassem 2018, logicamente, em partidos diferentes. O cenário que se desenhava era este. O programático da aliança, por mais que contemplasse metas e desafios para o
Ele representava uma alternativa ao que está e ao que um dia já foi. Entre a polarização PT – PSDB estava o candidato jovem, competente e governador bem avaliado de Pernambuco. A morte fará com que todos esses adjetivos se sobressaiam. No lugar virá Marina, que já agradou parte do eleitorado em 2010. Diante do histórico, o que ela dará ao PSB? Difícil responder. Uma certeza apenas: esta eleição será uma incógnita.
Sobre o Éden, Mãe Dináh e churrascarias No princípio, era a serpente. O primeiro animal de estimação do qual se teve, e tem notícia foi a peçonhenta doméstica de Adão - aquele mesmo, da dupla sertaneja Adão e Eva.
falante. O animal gerou várias discussões entre o casal e o divórcio foi inevitável. Os bens foram divididos. Eva ficou com a cobra, Adão com as folhas de figueira. E o resto é lenda.
Cansada dos mesmos presentes - brincos de brócolis, sandálias de jaca, colares confeccionados com casca de banana (nada de folhinhas simpáticas para tampar-lhe as partes, ainda) – a primeira esposa da Humanidade lançou o ultimato ao marido: Um presente decente ou pulava a cerca dos Jardins do Éden. E assim, Adão foi pioneiro a sentir na pele a pressão feminina por mimos. Ele sabia que era esse o preço a pagar por conviver com tamanha perfeita invenção do Todo Poderoso.
De lá pra cá, a prática tornou-se uma tendência tão forte entre as gerações posteriores, que acabou por gerar disputas não apenas afetivas, mas também no mercado de trabalho.
Na primeira data comemorativa em que nosso herói se viu pressionado, presenteou-a com uma mascote inusitada – diga-se de passagem que ele não conhecia Golden Retrievers ou gatos persas -, veio então uma serpente
Incitatus, o cavalo favorito de Calígula, era adorado pelo Imperador. O equino tinha à sua disposição dezoito criados pessoais e compunha o rol de senadores de Roma. Contestado pela controversa decisão política adotada no Império, o governante disparou: Quanto mais conheço meus súditos e senadores, mais amo meu cavalo. Séculos depois, seguindo o exemplo do ídolo ítalo-equino, o até então desconhecido polvo Paul decidiu colocar seu nome na história adivinhando re-
Trocando em miúdos
Luiz Kozak
sultados da Copa de 2010, na África do Sul, forçando a demissão de ícones como Mãe Dináh e Pai de Ogum. Recém-casados do nosso tempo, antes com o objetivo de formar uma família, decidem abandonar o sonho da maternidade e adotam cães, gatos e iguanas, vestindo seus pseudo-herdeiros com roupas infantis de gosto duvidoso. E preferindo dar-lhes banhos de luxo com mimos de preços ultrajantes. Avançamos – e muito – no tratamento com os animais, tanto que recentemente um grupo de internautas bondoso fez grande rebuliço ao saber do
possível sacrifício do tigre de Cascavel. Conseguiram que o animal voltasse a ser visitado no zoológico da cidade – afinal, lugar de animal é dentro de jaula mesmo. E o garoto? Quem se importa? O tigre é tão fofo... Segundo fontes seguras, após a vitória, os manifestantes que semana que vem libertarão cachorrinhos explorados por companhias de produtos cosméticos, foram comemorar em uma churrascaria famosa da cidade, conhecida por sua ainda mais famosa carne de onça e pela promoção “Coma um bife de 5kg e saia sem pagar nada”. Que não esqueçam de palitar os dentes.
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ACONTECEU NESTE DIA
Massacre de Badajoz mata milhares de pessoas Durante a Guerra Espanhola, no dia 14 de agosto de 1936, ocorreu o Massacre de Badajoz, alguns dias após a Batalha de Badajoz. O massacre aconteceu em consequência da repressão exercida pelo Exército Sublevado contra os civis e militares defensores da Segunda República, após a tomada da cidade pelas forças Sublevadas. Estima-se que entre 2 e 4 mil pessoas foram executadas. Durante todo o episódio, vários
assassinatos foram cometidos pelas pelas ruas da cidade, inclusive os de recém-nascidos. Logo no primeiro dia, o general Juan Yagüe, mais conhecido como o açougueiro de Badajoz, ordenou o confinamento de todos os presos, a maioria civis, na Praça de Touros. Segundo artigos publicados por jornalistas, apenas na primeira noite, existem testemunhos de que houve 1800 vítimas, e as ruas foram semeadas de cadáveres.
Centro da cidade de Badajoz, aonde ocorreu o massacre > Foto: Arquivo Wikimedia
#PARTIU Teatro
Cowbunga!
Frozen – Uma Aventura Congelante Local: Teatro Bom Jesus Data: 30 de agosto Ingresso: R$ 60 (inteira) e R$30 (meia)
Leonardo, Rafael, Michelangelo e Donatello, dos esgotos de NY para as telas de cinema.
Casa de Bonecas - Aqui também faz frio Local: Teatro Cena Hum Data: 15 a 24 de agosto Horário: 20h Ingresso: R$30 (inteira) e R$15 (meia) Gênero: drama
Em Cartaz Chef Comédia > 115min > 12 anos As Tartarugas Ninja Aventura > 101min > 12 anos Estação Liberdade Drama > 88min > 16 anos Não Pare na Pista Drama > 112min > 16 anos
Exposições Mutações Local: Salão Brasil – Memorial de Curitiba Data: de 07 de agosto até 09 de novembro Horário: terça a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 18h , fins de semana das 9h às 15h. João Turin - Vida e Obra Local: Museu Oscar Niemeyer (MON) Data: até 02 de novembro Horário: de terça a domingo das 10h às 18h Ingresso: R$6 (inteira) e R$3 (meia)
Quem reconhece este bordão, já sabe que a partir de hoje, poderá reviver bons momentos da sua infância com “ As Tartarugas Ninja” (TMNT – Teenage Mutant Ninja Turtles) nos cinemas.. Dirigidopor Jonathan Liesbesman, o filme conta com um enredo envolvendo o principal inimigo de Leonardo, Rafael, Michelangelo e Donatello: O Destruidor. Com a ajuda de seu sensei, o Mestre Splinter (Danny Woodburn) e da jornalista April (Megan Fox), os quatro irmãos lutam para enfrentar o mal que está devastando Manhattan. O elenco também conta com Pete Ploszek, Jeremy Howard, Noel Fisher, Alan Ritchson e Will Arnet.
Cartaz do filme > Foto: Divulgação
“Não pare na pista, é muito cedo pra você se acostumar” Um dos lançamentos da semana é o filme “Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho”, que conta a trajetória do mais lido escritor brasileiro, Paulo Coelho. Dirigido por Daniel Augusto, o filme retrata a juventude (Ravel Andrade), a vida adulta (Júlio Andrade) e a maturidade do escritor, alcançada em 2013. Com depoimentos de Paulo Coelho, foi possível retratar sua vida durante a Ditadura Militar, alguns detalhes sobre a sua parceria
com Raul Seixas, e fatos desde a sua infância até alcançar o seu sucesso como escritor, com O Alquimista. O ator Júlio Andrade representou o escritor em duas fases de sua vida, sendo assim necessária uma maquiagem especialmente elaborada para que fosse proporcionado o aspecto de envelhecimento. O drama conta também com a atuação de Fabíula Nascimento, Enrique Diz, Paz Vega e Lucci Ferreira.