Lona 914

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

lona.redeteia.com

Ano XV > Edição 914 > Curitiba, 20 de agosto de 2014

Evento reuniu os três principais candidatos a governador, Roberto Requião, Beto Richa e Gleisi Hoffmann para assinar e discutir documento com recomendações para a política industrial paranaense

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EDITORIAL

Foto: : Fábio Rodrigues Pozzebom (Agência Brasil)

“Dunga apostou na mistura de idades, a linha a ser seguida para resgatar o bom e velho futebol brasileiro.” p. 2

OPINIÃO

Eleições de outubro contarão com eleitores mais escolarizados

Levantamento, entretanto, também aponta uma redução no número de eleitores com voto facultativo (entre 16 e 17 anos de idade) p. 4

Foto: Daniele Andrade Vieira

Líderes industriais sabatinam candidatos do Paraná

“O aborto clandestino é, em muitos países, uma das principais causas de mortalidade materna.” p. 2

#PARTIU Documentário traz proposta inusitada e divertida para pensar e ver a capital paranaense p. 6

COLUNISTAS Luiza Romagnoli “Um Xperia Z2 foi passear de barco com seu dono na Suécia, e caiu no fundo do mar (!!!), a 10 metros (!!!) de profundidade, e sobreviveu (!!!), depois de passar p. 5 seis semanas debaixo d’água (!!!).” Cleberton Mendes “Nos últimos doze anos a seleção ficou no comando de apenas três técnicos diferentes. Sem renovação no modo de pensar e na gestão, o futebol da seleção brasileira vai p. 5 continuar aos trancos e barrancos.”


LONA > Edição 914 > Curitiba, 20 de agosto de 2014

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EDITORIAL

Na busca pelo prestígio

Após quatro anos, o técnico Dunga está novamente no comando da Seleção Brasileira. Escolhido pela cúpula da CBF, o capitão do tetra assumiu pela segunda vez a função de treinador da amarelinha no dia 22 de julho de 2014, duas semanas após a derrota vexatória de 7x1 sofrida pelo Brasil diante da Alemanha nas quartas de final da Copa do Mundo. Analisando os jogadores há cerca de um mês, Dunga anunciou a sua primeira convocação na última terça-feira (19), para os dois amistosos que a seleção realizará nos Estados Unidos. Os adversários das duas partidas serão a Colômbia no dia 5, em Miami, e o Equador no dia 9 de setembro, em Nova Jersey. O técnico convocou 10 jogadores que disputaram a Copa do Mundo no Brasil, são eles: o goleiro Jefferson, o zagueiro David Luiz, o lateral direito Maicon, os volantes Luiz Gustavo, Fernandinho e Ramires, os meios campistas Willian e Oscar, e os atacantes Hulk e Neymar. Os destaques da lista foram o retorno do experiente volante Elias, que vem fazendo boas partidas pelo Corinthians, e também a primeira convocação da dupla avassaladora do Cruzeiro, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. O meio campista e o atacante, respectivamente, estão em excelente fase e certamente já poderiam ter sido convocados para disputar o último mundial. Ambos foram um dos grandes responsáveis pela brilhante campanha cruzeirense no Brasileirão de 2013, quando a equipe sagrou-se campeã com quatro rodadas de antecedência. Outro novato que integrará a seleção é o zagueiro corintiano Gil, os demais convocados para os amistosos foram o goleiro Rafael Cabral, os zagueiros Miranda e Marquinhos, os laterais Filipe Luis, Alex Sandro e Danilo, e os atacantes Diego Tardelli e Philippe Coutinho – uma das principais esperanças brasileiras para a próxima Copa. Com a difícil missão de devolver o prestígio ao futebol do Brasil, Dunga apostou na mistura de idades entre os jogadores e provavelmente essa seja a linha a ser seguida para a tentativa de resgate do bom e velho futebol brasileiro.

OPINIÃO

Aborto: como a legalização da prática pode salvar vidas? Guilherme Nunes

O aborto clandestino é, em muitos países, uma das principais causas de mortalidade materna. Isso se deve ao fato de que nesses mesmos lugares, cujas mortes durante a gravidez são frequentes, a prática do aborto é ilegal. Portanto, uma vez que não exista opção às mulheres grávidas a não ser criar um filho, muitas vezes sozinhas ou sem condições financeiras, estas se veem obrigadas a realizar um aborto clandestino. No Brasil, por exemplo, o aborto é permitido apenas em casos de risco à saúde, anencefalia do feto, ou em casos nos quais o feto é proveniente de violência sexual contra a mulher. Excluindo totalmente o direito de escolha da mesma em relação ao seu futuro e ao seu próprio corpo, a razão pela qual os governantes recusam-se ou raramente se pronunciam em relação ao aborto é o medo de perder eleitores, uma vez que grande parte da população brasileira é contra esta prática, muitas vezes devido à falta de informação. A verdade é que, em países aonde o aborto é legalizado, tendo em vista que a prática em clínicas licenciadas é infinitamente mais segura, a taxa

de mortalidade materna originada do aborto é praticamente reduzida a zero. Os procedimentos realizados ilegalmente para a retirada do feto de dentro do útero são inúmeros, e muitas vezes são utilizados instrumentos inapropriados e perigosos como cabos de arame, cabides, mangueiras, entre outros. Muitas mulheres morrem após perfurarem o próprio útero e adquirirem doenças advindas dos “instrumentos abortivos”. O misoprostol foi um medicamento comercializado livremente até os anos 90 com o fim de tratar doenças no estômago, mas passou a ser proibido devido suas propriedades abortivas. Esta é uma técnica enormemente mais segura e eficaz, em comparação com as anteriores. Pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde revelam que enquanto as vendas de misoprostol aumentavam, a taxa de mortalidade materna diminuía. Apesar de o misoprostol ser vendido para fins abortivos em países como França, Inglaterra e, mais recentemente, Uruguai, e distribuído para mulheres que o solicitarem em Cuba, a própria prática ilegal do comércio desta substância no Brasil é o que a tor-

na efetivamente perigosa. A falta de conhecimento em relação aos métodos de aplicação do comprimido e o fato de ele ser vendido ilegalmente, vindo sem embalagens e tornando-o facilmente falsificável, são fatores que, ainda que o remédio em si seja seguro, tornam-o um método perigoso. Algumas questões éticas e religiosas contrariam a legalização da prática baseando-se na teoria de que um feto é um ser humano em potencial, e por isso não pode ter sua vida limitada. Mesmo com médicos e cientistas afirmando que a vida se dá início apenas após o terceiro mês de gravidez, que é quando o feto passa a portar um sistema nervoso e quando a maioria dos países passa a tratar o aborto como crime, é difícil estabelecer um consenso sobre quando é que a vida efetivamente começa. Muitos médicos ainda se recusam a abortar um feto mesmo quando é necessário fazê-lo em prol da vida da mãe, mas é necessário entender que quando se legaliza o aborto, a tendência à baixa taxa de mortalidade entre gestantes causa menos dano à vida do que a própria prática do aborto.

“Eu decido e você se cala” > Ilustração: Nuria Tamarit

Expediente

Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi , Alessandra Becker e Isadora Nicastro Editorial Da Redação


Curitiba, 20 de agosto de 2014 > Edição 914 > LONA

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NOTÍCIAS DO DIA

Sabatina sobre política industrial reúne canditatos a governador Daniele Andrade Vieira

pendente cortar vários gastos públicos, como reduzir mais as secretarias. Richa afirmou que pretende alterar seu modelo de governo para que sua gestão avance cada vez mais.

Gleisi, Roberto Requião e Beto Richa assinaram um documento com as propostas do setor industrial do governo do Paraná, e também apresentaram suas propostas de campanha

Ao ser questionado sobre alterações no salário mínimo regional, o candidato concordou com a proposta da Fiep em discutir possíveis mudanças. Richa comento que baixar o preço do pedágio é uma meta em seu governo, mas concluiu dizendo que sobre o assunto não vai fazer promessas.

Foi realizado ontem, um encontro da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com os três principais candidatos a governador do Paraná – Beto Richa (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB). Durante o evento, os candidatos receberam a publicação “Propostas para Competitividade da Indústria Paranaense – Recomendações para Política Industrial”. Este documento foi feito de forma coletiva, durante a Semana da Indústria de 2014 e teve a participação de mais de 500 lideranças do setor produtivo do Paraná. O documento foi construído com o objetivo de contribuir para a formulação de uma política industrial paranaense, em que são apontadas as ações consideradas prioritárias para a área. A publicação é dividida em 12 eixos, considerados os “fatores-chave de competitividade” para a área, e pede aos candidatos ao cargo de governador que se comprometam com as demandas ali assinaladas, de maneira que a política industrial do Paraná seja eficiente e contribua para o desenvolvimento do Estado. Este documento tem mais de 100 páginas, nas quais são detalhadas todas as propostas em torno dos 12 eixos. Os eixos, em si, são: tributação, relações de trabalho, educação, política e gestão pública, financiamento produtivo, segurança jurídica e burocracia, meio ambiente e sociedade, inovação, infraestrutura, produtividade, mercados e política econômica. As três propostas consideradas prioridade para o setor industrial são relações de trabalho, tributação e educação.

Um dos planos de governo de Gleisi Hoffmann é o PAC Paraná, um novo modelo de desenvolvimento para o Estado > Foto: Daniele Vieira

Além das propostas do documento, a Fiep pretende criar um monitoramento do governo do candidato eleito, para que sejam cobrados as propostas incluídas pelos líderes do setor da indústria. Cada candidato teve 25 minutos para apresentação de propostas e mais 25 minutos para responder perguntas da plateia. A ordem da apresentação foi definida por um sorteio. Roberto Requião falou às 14h30; Beto Richa, às 16h e Gleisi Hoffmann, às 17h30. O candidato Roberto Requião comentou dos feitos durante seu governo, como o salário mínimo regional, as televisões em escolas públicas, etc. Requião ressalta que não pretende acabar ou diminuir o salário mínimo regional: “Se o povo não tem o que gastar a economia não avança, a economia tem que crescer com o apoio do Estado. Essa parceria de trabalhadores, indústria e governo é o que faz as coisas andarem”, afirmou. Ao ser questionado, caso fosse eleito a governador, sobre o que mudaria para acabar com a corrupção, Requião respondeu que faria seu governo ter total transparência em suas ações. Roberto Requião comentou, ainda, que o pedágio é um

Requião não pretende acabar ou diminuir o salário mínimo regional, mas sim diminuir o preço do pedágio no Paraná > Foto: Daniele Vieira

problema para o Estado, atualmente, e que, se eleito, pretende baixar o preço. Beto Richa foi o segundo candidato a se pronunciar no evento. Ao iniciar seu discurso, Richa também comentou sobre seus feitos no cargo de governador, como a Defensoria Pública para a população mais baixa e a contratação de cerca de 10 mil policiais. Beto Richa comentou que durante seu governo não houve nenhuma manifestação do movimento sem terra ocupando terrenos no Estado, e também afirmou que não recebeu apoio do governo nacional em sua gestão. O candidato falou que se for reeleito,

Gleisi Hoffmann foi a terceira e última candidata a discutir no evento. Um de seus planos de governo é o PAC Paraná, um novo modelo de desenvolvimento para o Estado. A candidata defendeu a isenção de impostos a micro e pequenas empresas, pois, para ela, são essas as empresas que mais geram empregos no Paraná, e que também não fazem arrecadação para o estado. A senadora pediu apoio aos empresários da indústria, para que o aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais seja incluído no PAC 3, de Dilma Rousseff. Gleisi Hoffmann aproveitou o evento para criticar a atual gestão estadual, e ainda negar que o estado do Paraná esteja sendo discriminado pelo Governo Federal. A candidata ressaltou que trata-se de “uma mentira, para justificar a incompetência administrativa do atual governo”.


LONA > Edição 914 > Curitiba, 20 de agosto de 2014

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GERAL

Eleitores de 2014 têm mais estudo que em 2010 Dados divulgados pelo TSE mostram que escolaridade dos eleitores está crescendo, enquanto número de eleitores facultativos está diminuindo Bruna Karas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou, no mês de julho, dados sobre o eleitorado apto a votar nas eleições de outubro. Segundo o TSE, a escolaridade dos eleitores aumentou em comparação com a eleição de 2010. Atualmente, 5,6% dos 142,8 milhões de eleitores concluíram um curso de graduação. Há quatro anos, eram quase três milhões de pessoas a menos. Com relação ao ensino médio, os números também cresceram. O número de cidadãos com ensino médio completo aumentou em aproximadamente 5,9 milhões e hoje soma 16,6% dos eleitores. Pessoas com ensino superior incompleto passaram de 2,7%, em 2010, para 3,6% neste ano; e os eleitores com ensino médio incompleto representam 19,2% do número total. Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná, Rodrigo Horochovski, o aumento da escolaridade dos brasileiros é uma mudança gradativa que começou há mais de meio século e se intensificou nos últimos 20 anos. “O Brasil está se tornando mais urbano, mais escolarizado, menos pobre e desigual.” Ele acredita que as eleições - e os eleitores - serão cada vez mais livres e conscientes e, portanto, menos “submissos” com o passar dos anos.

votar da melhor maneira possível segundo seus interesses”. A pesquisa, de certa forma, nos mostra isso: dos 68 eleitores que responderam às perguntas, 51 (portanto, 75% dos entrevistados) afirmaram que fazem algum tipo de pesquisa sobre os candidatos antes das eleições.

A escolaridade do eleitor brasileiro aumentou > Foto: Steven S.

O doutor em Ciências Sociais, do Núcleo de Pesquisa em Sociologia Política Brasileira, Renato Perissinotto, acredita que o aumento da escolaridade e a redução dos eleitores facultativos podem estar diretamente relacionados. “Os eleitores jovens de hoje são extremamente bem informados e têm se mostrado muito descontentes com alguns traços recorrentes da nossa política.” Para ele, este é um dos desafios da política brasileira atual: “Identificar maneiras de evitar que o jovem se afaste totalmente da política institucional”.

“O Brasil está mais urbano, mais escolarizado.”

Em contrapartida, o número de eleitores com direito ao voto facultativo (que têm entre 16 e 17 anos) diminuiu. São cerca de 760 mil eleitores a menos do que em 2010. Na última eleição para presidente, eram 2.391.352 eleitores com idades entre 16 e 17 anos. Nesse ano, são apenas 1.638.751 adolescentes nesta faixa etária. Vale lembrar que para os jovens nessa idade, nem o voto, nem o título são obrigatórios.

A reportagem do LONA fez um levantamento sobre o assunto, com cerca de 70 pessoas. Do número total, 74% possuem ensino superior incompleto; 20% possuem ensino superior completo; 3% ensino médio completo e outros 3% ensino médio incompleto. Quando questionados sobre seu nível de interesse político, 54% dos entrevistados responderam “médio”, 26%

declararam ter um “grande” interesse, 13% responderam “pequeno” e apenas 7% afirmaram ter um interesse “muito grande” pela temática política. Apesar de se tratar de uma pesquisa informal, os dados levantados nos mostram que um maior grau de escolaridade não significa necessariamente maior interesse político. Ou seja, a falta de interesse na política brasileira pode não estar diretamente relacionada com o nível de educação formal da população do país. Renato Perissinotto ressalta, ainda que “isso [o aumento de escolaridade] não quer dizer que eles são eleitores ‘melhores’, assim como o eleitor analfabeto não é um eleitor “pior”, quer dizer apenas que o eleitor com mais escolaridade terá mais condições de reunir informações para

A estudante Natália Delfino, de 17 anos, vai esperar até a obrigatoriedade do título de eleitor para fazer o documento. “Acho a situação política brasileira muito vergonhosa, toda essa corrupção não me desperta nenhum interesse em participar do processo.” Para ela, os candidatos não têm se mostrado preocupados com o público mais jovem: “Está evidente que os jovens estão insatisfeitos e, de certa forma, estão tentando mudar isso, com os movimentos de junho do ano passado, por exemplo”, explica. Anna Beatriz Cordeiro, de 16 anos, tentou fazer o documento, mas o prazo já havia passado. “Não me interesso muito por política, mas acho importante contribuir, já que eles são responsáveis por decidir tudo da nossa vida.” Ela acredita que, se as pessoas tiverem um maior nível de escolaridade, buscarão mais informações e, assim, votarão de forma mais consciente.

O número de eleitores brasileiros entre 16 e 17 anos diminuiu > Foto: Arquivo FIES


Curitiba, 20 de agosto de 2014 > Edição 914 > LONA

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COLUNISTAS

8Bits

Luiza Romagnoli

Eta à prova d’água maravilhosa! É possível um celular sobreviver 6 semanas embaixo de água salgada? Sim. Segundo o site sueco Nyheter24, um Xperia Z2 foi dar um passeio de barco com seu dono Alexander Maxen em Gotemburgo, na Suécia, e o celular caiu no fundo do mar (!!!), a 10 metros (!!!) de profundidade, e sobreviveu (!!!), mesmo sendo resgatado depois de seis semanas (!!!), sendo que o Z2 foi feito para aguentar apenas 1,5 metros de profundidade, em água doce, por apenas 30 minutos. Só para constar: Fizeram até ligações depois do resgate. Mas além de desafiar as leis-não-escritas-da-

vida, o Xperia Z2 consegue fazer outras coisas legais, que competem muito bem com os tops de linha. Eis que a própria Sony fez uma listinha das coisas legais que o Z2 pode fazer: 1. O Xperia Z2 tem alta resistência à poeira também. Além de ter os vidros do display e das costas do celular resistente a riscos. Mas cuidado. Não é à prova de crianças. Nem de cachorros. 2. Não perturbe: quando você ativa o processamento inteligente de chamadas, ele faz com que você atenda uma ligação só de levar o aparelho à orelha. (Não. Não

precisa dizer “Alô” também). Mas e se você não puder atender? Ou se for sua sogra te ligando? Aí, é só sacudir o aparelho, e ele rejeita a chamada. E se você o deixar virado para baixo, desligará a campainha. Só não deixe o celular virado para baixo quando a sua mãe estiver te ligando. 3. Não tenha seu sono de beleza interrompido: quando você ativar o Smart Connect do Xperia Z2, ele iniciará também um temporizador que colocará o aparelho em modo silencioso caso você caia no sono. Nunca mais seus amigos te ligarão bêbados do James. 4. Toque duas vezes na tela e ele liga: se você liberar a função “toque para acordar” nas configurações do aparelho, é possível ativar a tela tocando apenas duas vezes no visor. Dã. 5. A luz vai com a sua cara: a luz de fundo inteligente permite que o celular reconheça quando a pessoa estiver olhando para a tela. Assim, o brilho ainda se manterá mesmo que você estiver lendo um e-book ou visualizando uma apresentação de fotos. Que educadinho. 6. Música automática: o Smart Connect também conta com a função “Music at

Home”, permitindo que o aplicativo de música seja ligado assim que os fones de ouvido forem conectados no celular. Retirá-los fará com que a reprodução seja encerrada. Okay. Essa última parte até o meu Windows Phone faz. 7. Câmera de cinema: a câmera traseira do Z2 tem 20,7 megapixels e ela filma em 4k (!!). Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, a câmera frontal tem míseros 2,2 megapixels e a filmagem em 4k dura apenas 5 minutos, por esquentar demais o aparelho. Há rumores que isso ainda vai ser concertado. Oremos. 8. Tecnologia vestível: a SmartBand, é a pulseira que acompanha o Xperia Z2 e que funciona como um notificador enquanto você não está com o seu celular por perto. Bem conveniente, como eu disse há alguns textos atrás. O Xperia Z2 tem muito potencial para poder concorrer à altura, ou até um pouco acima com os tops de linha, por ter essas e outras características, além de um processador obscenamente bom. Mas se você estiver pensando em adquirir um, venda seu rim, ou tenha em mãos R$2.500,00.

Roda Viva A última grande novidade no comando da seleção foi o Felipão. Em 2001 estreava no comando da seleção um gaúcho, Luiz Felipe Scolari, era ídolo nos clubes em que passou, e reconhecido por seu trabalho em todo o Brasil. Em um ano ganhou seu maior título, e o último mundial para a seleção. Em 2006 Dunga entrava no lugar de Parreira, que já havia treinado a seleção em 94 (seleção que Dunga era capitão). Sem nenhuma experiência como treinador, o técnico começou bem, com ótimos números, mas no momento mais importante, não conseguiu lidar com as dificuldades encontradas. A derrota veio, e a seleção caiu nas quartas de finais do Mundial. Em 2010 assume outro gaúcho, mas esse nem a copa iria disputar. Mano Menezes entra em 2010 e sai em 2012. Com um trabalho muito questionado, Mano acreditou na renovação da CFB, e não conseguiu montar uma equipe

competitiva e vitoriosa. Sua fase foi de experiências: testou quase todos os jogadores que se destacavam e não tinham uma idade avançada. Mas esqueceram de avisá-lo que na Seleção é diferente, a equipe não ia participar das eliminatórias, as poucas partidas tinham que ser aproveitadas melhor, pois o mundial dessa vez ia ser em casa. Quando o trabalho começou a engrenar a Seleção perde na Copa América e o planejamento para 2014 é totalmente mudado. Mano está fora dos planos, e alguém experiente e com um passado vitorioso é chamado. Sem grande sucesso como técnico nos últimos 6 anos, Felipão volta à Seleção. Com a missão de recuperar o bom futebol e vencer em casa, a CBF escolhe Luiz Felipe Scolari e Parreira como auxiliar. Scolari deixavao Palmeiras na zona de rebaixamento. Com pouco mais de uma ano para a Copa, Felipão conseguiu ganhar a Copa das Confederações e recuperar um pedaço da torcida.

Minuto Final

Cleberton Mendes

A Copa do Mundo começou. A seleção Brasileira chegou até a semifinal, e entrou para a história ao levar a maior goleada da equipe na competição. Segundo o técnico e seu auxiliar a equipe jogou bem, o problema foi que houve “um apagão” de alguns minutos. Será que esse apagão é a melhor justificativa? Claro que não, um trabalho sem planejamento, com profissionais fracos, sem sucesso em seus trabalhos recentementes e uma entidade focada apenas no lucro, não pode ser justificado pelo “apagão” . Logo após a final da Copa, Dunga é anunciado. Dunga, sem nenhuma no-

vidade, e sem um trabalho que o credencie para o cargo, o novo gaúcho tem a missão de reconstruir a máquina de diversão dos brasileiros. Esse vai e volta de treinadores. Os melhores profissionais brasileiros que atuam como técnico nos últimos 8 anos, ainda não tiveram uma chance no comando da seleção. A CBF fala muito em renovação, mas vive repatriando antigos conhecidos. Nos últimos doze anos a seleção ficou no comando de apenas 3 técnicos diferentes. Sem renovação no modo de pensar e na gestão, o futebol da seleção brasileira vai continuar aos trancos e barrancos.


LONA > Edição 914 > Curitiba, 20 de agosto de 2014

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ACONTECEU NESTE DIA

Cessar-fogo é acordado entre Irã e Iraque Depois de oito anos de guerra no Golfo Pérsico, um dos mais longos e sangrentos conflitos do século XX, no qual mais de um milhão de pessoas morreram, um acordo foi selado entre os países Irã e Iraque. O pacto culminou com o fim da guerra e o reestabelecimento da paz entre as duas nações, no dia 20 de agosto de 1988. No total, 350 observadores militares da ONU tomaram posição na frente de guerra Irã-Iraque para fis-

calizar o cessar-fogo. As hostilidades entre as duas nações já haviam sido formalmente suspensas no início do mês, quando o Irã, lado mais prejudicado do conflito, acatou à decisão do Conselho de Segurança e assinou um acordo de paz com o seu inimigo histórico. Findado o conflito, o Iraque retomou imediatamente o fluxo de navios mercantes no Golfo Pérsico, enquanto o país de Saddam Hussein anunciou a reabertura do aeroporto de Basra, fechado pelo conflito.

Saldo da guerra foi de mais de um milhão de pessoas > Foto: Arquivo Reuters

#PARTIU Documentário

Curitiba é pão francês

Gastronomia Urbana Documentário propõe uma nova visão da cidade de Curitiba e estreia hoje no espaço da Cinemateca. A obra é de autoria de um curitibano, Ricardo Machado.

Documentário busca retratar a capital mais fria do país de forma diferente, mudando o conceito de “cidade modelo”

Local: Cinemateca Curitiba Data: 20 de agosto Horário: 20h Classificação: Livre Duração: 96 minutos

Shows Orquestra Opus convida Ana Carolina Local: Teatro Positivo Data: 20 de agosto Horário: 19h30 Ingressos: a partir de R$26,00 Negra Li – Você vai estar na minha Local: Santa Marta Data: 21 de agosto Horário: 19h Ingressos: R$40 (masculino) e R$25 (feminino)

Teatro Para Poe Local: Teatro Cine Glória Data: 21 de agosto > Horário: 20h Ingressos: R$40 Classificação: 18 anos As Richas Local: Teatro Cena Hum Data: 21 de agosto > Horário: 22h Ingressos: R$40 Classificação: 14 anos

Comparando um pão francês com Curitiba, o documentário “Gastronomia Urbana” busca retratar a cidade de uma forma diferente, fazendo uma relação entre os elementos da cidade e os ingredientes de uma receita de culinária. Para isso, o documentário traz personagens fortes que retratam de forma crítica Curitiba, como um caminhoneiro, um rapper da Vila Capanema, um ciclista, um índio, estudantes e madames da classe alta. Esses personagens heterogêneos devem retratar a diversidade da cidade que é repleta de lugares antagônicos. A equipe do filme visitou diversos lugares em busca desses personagens que pudessem olhar de forma crítica e bem humorada para a mesma cidade, sendo de classes sociais diferentes. Entre as locações estão um restaurante de luxo, uma lanchonete humilde, um salão de beleza, e até mesmo o aterro da Caximba. Curitiba, que já foi considerada cidade modelo no país, tem em sua estrutura uma mistura de planejamento e inovação. Com culturas e povos de todos os lugares e, uma onda crescente de des-

“Bull Dog” > Foto: André de Paula

controle. No cotidiano, essa combinação revela uma “nova” cidade, que há tempos deixou de ser uma cidade conservadora, planejada e ecológica, para incorporar dentro de si um pouco mais do mundo e da realidade brasileira. O diretor do documentário é Ricardo E. Machado, um curitibano. É formado pela Academia de Cinema de Nova Iorque e estreia sua produção de longas-metragens com o documentário “Gastronomia Urbana”.


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