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Ano XV > Edição 919 > Curitiba, 28 de agosto de 2014
UP recebe mais de sete mil visitantes durante Mostra Foto: Divulgação
Visitantes tiveram feedbacks de alunos, participaram de oficinas e ainda assistiram a um bate papo com o rapper Emicida; mais de sete p.3 mil pessoas estiveram presentes na Mostra de Profissões 2014 COLUNISTAS
EDITORIAL “Todos os anos, o dilema se repete: a difícil escolha em optar por uma carreira para prestar o vestibular.” p. 2
Foto: Ana Paula Severino
OPINIÃO
Exposição sobre fotojornalismo fica no MON até setembro
Publicação que deu origem ao fotojornalismo no Brasil, a revista Cruzeiro tem sua história contada em mais de 300 imagens p. 4
“A homeopatia foi criada em uma época na qual a medicina não se baseava em evidências.“
p. 2
#PARTIU Banda aclamada no axé music, Jammil e Uma Noites aquece a noite curitibana com hits de sucesso p. 6
Luiza Romagnoli “Apesar da ideia de descontos em produtos Apple ser muito tentadora, desanima um pouco quando você pensa quanto um MacBook custa aqui e quanto custa nos States. Mas eu digo como funciona.“ p. 5 Luiz Kozak “Os anti-heróis, ao contrário de seus antônimos, não são encorajados pela imprensa. São os pais da contracultura, os que veem a vida além do portão de casa. Em uma definição bem sim- p. 5 plista, são os incomodados.”
LONA > Edição 919 > Curitiba, 28 de agosto de 2014
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EDITORIAL
A difícil escolha
Todos os anos, o dilema mais comum entre os jovens se repete: a difícil escolha em optar por uma carreira para prestar o vestibular nas instituições de ensino superior. As opções são várias, tanto de instituição quanto de carreiras. Fora os adendos: pública versus privada, custos do curso, etc. Para facilitar na resolução dessa grande incógnita, existem inúmeras opções. Entre as mais comuns estão a procura por um orientador vocacional, as visitas às instituições de ensino, a identificação e enumeração de pontos negativos e positivos de cada carreira, e, ainda, as mostras de profissões. As mostras são um dos principais meios para dar confiança e certeza ao estudante sobre qual curso seguir no ensino superior. Normalmente, são compostas por alunos e professores dos próprios cursos, que desempenham as funções de “tira dúvidas”, e conselheiros sobre a determinada carreira. Os eventos também promovem debates, palestras, oficinas e até mesmo visitas guiadas em alguns dos casos, tudo para tornar a escolha do jovem vestibulando mais descomplicada. Durante todo o cursar do ensino médio, o objetivo que mais envolve os alunos é passar no vestibular e ingressar na faculdade. O ensino superior é o principal precursor para o início da carreira profissional dos estudantes. Uma decisão importante que não deve ser vista com leviandade. A liberdade de escolha para desempenhar aquilo pelo qual se tem verdadeira paixão influencia não apenas no futuro do estudante enquanto profissional, mas também como cidadão e ser humano. Uma boa escolha, próxima às afinidades do candidato, resulta em um bom profissional, que aprecia o trabalho que desempenha e, acima de tudo, tem realização pessoal na escolha que fez. A pressão parece ser muita para pessoas com tão pouca idade, mas é preciso manter em mente que se escolhida com apreço, calma e - o maior clichê de todos - sentimento, não tem como dar errado.
OPINIÃO
Homeopatia não é remédio Filipe Mendes Webber
A homeopatia foi criada em uma época na qual a medicina não se baseava em evidências. A primeira dissertação sobre a terapia alternativa foi publicada em 1796, por Samuel Hahnemann. Somente em 1972 houve a introdução do método científico à prática médica, com a publicação do professor britânico Archie Cochrane. É fácil perceber que os princípios do tratamento homeopático não são produtos da ciência.
nas alternativas) são comercializados no mundo inteiro, incluindo vários países desenvolvidos. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia como especialidade médica desde 1980. Tratamentos homeopáticos são cobertos pelo Sistema Único de Saúde e também são comercializados pelas farmácias. “Qual é o nome da medicina alternativa que funciona?”, pergunta
Tim Minchin, no texto Storm. Alguns pesquisadores definem que os tratamentos alternativos são aqueles que não possuem validação científica ou são considerados inacessíveis ao método científico experimental. Trocando em miúdos, medicina alternativa é aquela que não foi provado que funciona ou foi provado que não funciona. A medicina alternativa que funciona chama-se medicina.
Similia similibuscurantur. Este primeiro princípio pode ser traduzido como “o semelhante pelo semelhante se cura”. Em outras palavras, o “remédio” consiste em dar mais da substância que é a causa da enfermidade. Dentro dessa lógica, para uma pessoa com hiperglicemia seria receitado açúcar. O segundo princípio determina que quanto mais diluída uma substância é, mais eficaz ela será no tratamento. Os “remédios” homeopáticos vêm com uma escala da diluição da substância. O princípio é aplicado de tal forma que muitas vezes não sobra nenhuma molécula do “remédio” na solução final. Diversos estudos independentes apontam a ineficácia do tratamento homeopático. Liderado pelo Dr. AijingShang, um estudo publicado no periódico científico The Lancet confirma que a homeopatia é tão eficiente quanto o placebo. O Centro Nacional de Medicina Alternativa e Complementar dos Estados Unidos afirma que os princípios do tratamento homeopático violam noções fundamentais de química e física. A falta de evidências nunca foi um problema. Responsáveis por um mercado bilionário, tratamentos homeopáticos (e outras mediciExpediente
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Ilustração: Nepenthes boschiana, de 1839, por P.W. Korthals
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Isadora Nicastro Editorial Da Redação
Curitiba, 28 de agosto de 2014 > Edição 918 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Visitantes presenciam na prática a vida universitária Público soma sete mil visitantes, superando a expectativa que era de cinco mil no dia e o volume diário em relação à mostra do ano anterior Luiz Richalski
ano anterior. Aqueles que marcaram presença no evento puderam ver como os próprios alunos da instituição chamam a atenção dos possíveis calouros.Fosse por meio do uso de megafones, desfile de peças de roupas feitas por alunos (como no caso do curso de design de moda), ou com uma corrida de carrinhos no corredor central da universidade.
Sediada pela Universidade Positivo, em um dia ensolarado, a Mostra de Profissões 2014 reuniu os 35 cursos da instituição, tanto os de graduação quanto os técnicos, os quais foram expostos por alunos, funcionários e voluntários da Universidade . O evento ocorreu ontem no campus da instituição, e além da mostra em si, ainda contou com um bate papo com o rapper Emicida. Os visitantes puderam ter o feedback dos alunos que já fazem parte da instituição. “É importante, principalmente quem está no primeiro passar isso para o aluno que tá querendo entrar no curso”, afirma Marcelo Duarte, aluno de Design de Produtos e funcionário da biblioteca da Universidade Positivo, que participou da mostra. Além do contato com os alunos que já cursam o ensino superior na universidade, os visitantes puderam também conhecer mais sobre a estrutura da instituição pelos voluntários, que realizavam tours guiados pelo campus.
Alunos e professores distribuíram o jornal impresso, mostrando um pouco sobre o curso de jornalismo > Foto: Divulgação
os possíveis candidatos ao vestibular, mostrando como os cursos funcionam na parte acadêmica e ainda dando um panorama sobre a situação de cada profissão no mercado de trabalho. Se mesmo assim, os candidatos não encontrassem o curso desejado, poderiam buscar, ainda, a Central de Carreira, que também teve seu espaço em meio aos stands dos cursos na mostra. Lá, os funcionários buscavam saber sobre o perfil da pessoa, seus interesses e os elementos que ela tivesse em comum com o curso desejado.
Deste modo, os candidatos eram orientados sobre as possíveis áreas que seu perfil de interesse poderia cursar. No entanto, a análise não se tratava de uma “veste vocacional”, já que o próprio visitante poderia buscar em sites gratuitos os mesmo testes. Sobre o assunto, Dâmaris adveter que “ele não deve seguir o teste vocacional, pois é uma ferramenta que auxilia, que deixa mais seguro com a escolha do curso. O teste não define ninguém e não é necessário segui -lo”, completa.
“Nem sempre essas informações estão alinhadas. Então, quando não tem o curso na instituição, é realizada uma orientação a respeito dos motivos do candidato e quanto ele tem em comum com a escolha” conta Dâmaris Cristo, uma das organizadoras da mostra e coordenadora da Central de Carreira da universidade. Ela ainda comenta que “o curso deve suprir as ex-
Segundo o marketing da Universidade Positivo, o público que visitou a universidade durante todo o dia somou, aproximadamente, 7 mil visitas, superando o volume diário do
“O teste não define ninguém e não é necessário seguí-lo.”
Parte da programação da mostra também incluia oficinas preparadas especialmente para mostrar um pouco da prática vivenciada durante a faculdade. André Zbonik, possível candidato ao vestibular, participou das oficinas do curso de jornalismo. “Dá mais vontade de fazer o curso, quando participei e vi como é o modo de ensino, os professores e o local onde eu poderei estudar” relata André, que completa dizendo que “foi legal, como os professores nos trataram como alunos nas oficinas, dando um gostinho de como será quando eu for calouro”. A mobilização que contou com o corpo docente da universidade e diversos alunos de cada curso atenderam
pectativas e interesses do candidato, em termos daquilo que ele traz, como uma possível projeção”.
A mostra de profissões foi finalizada com a presença do rapper Emicida, que contou um pouco da sua história de vida, as dificuldades financeiras e outros sonhos que teve durante a construção de sua carreira. Segundo Dâmaris, a ideia por trás da vinda de personalidades que são ícones e referências profissionais em suas áreas é abrir um espaço de discussão no qual o aluno possa perceber que uma carreira de sucesso não implica, necessariamente, em uma narrativa “redondinha”. Emicida é profissional da área artística, e foi destacado com um dos 30 brasileiros mais influentes pela revista Forbes. “Ouvir o que ele tem a dizer é sempre interessante, sem a menor pretensão de transformar isso em uma receita ou em uma verdade absoluta”, completa Dâmaris. “E a história de toda pessoa que faz sucesso naquilo que deseja é interessante” finaliza a coordenadora.
Visitantes eram guiados por voluntários às oficinas e visitas pelo câmpus da Universidade Positivo > Foto: Divulgação
LONA > Edição 919 > Curitiba, 28 de agosto de 2014
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GERAL
Principal revista ilustrada do século XX está em exposição Com mais de 300 imagens e matérias datadas das décadas de 40 e 50, a revista O Cruzeiro conta a trajetória do fotojornalismo no Brasil Ana Paula Severino
A revista que integrava os Diários Associados, de Assis Chateaubriand, está em exposição no Museu Oscar Niemeyer, no coração do Centro Cívico de Curitiba. A publicação O Cruzeiro incorporou de vez o fotojornalismo à imprensa brasileira numa época em que não existia outra revista no ramo. O Cruzeiro cobriu e registrou pela lente de seus fotográfos - pelo período de 20 anos - a história do Brasil totalmente sozinho. As imagens vivas e impactantes fazem uma análise crítica do país, além de dar um prazer visual ao leitor. A cidade do Rio de Janeiro da década de 1940 foi uma grande vitrine do Brasil para as fotorreportagens da revista, suas belas paisagens e o estilo de vida dos cariocas resultavam em matérias com fotos admiráveis. Com o fim do Estado Novo, os questionamentos sobre os limites éticos do fotojornalismo ganharam espaço. Em especial por meio de trabalhos de fotógrafos como José Medeiros, Luciano Carneiro, Flavio Damm, Luiz Carlos Barreto e Eugênio Silva. O periódico fez com que a arte fotogréfica ganhasse tanta importância quanto o texto em si, talvez até mais. Fato que teve grande valor para os fotógrafos, é claro. A partir do título de repórter fotográfico, esses profissionais viram seu trabalho ser mais valorizado, e passaram a receber a atenção e o reconhecimento que mereciam.
fotógrafo José Medeiros humanizou e foi responsável pela criação de uma nova imagem da população índigena no Brasil: pela primeira vez eles chegavam aos veículos de massa. Especulase, ainda que a mesma reportagem tenha ajudado na construção do Parque Nacional do Xingu, no início de 1960. A revista foi publicada durante 47 anos, e sustenta recordes ainda não quebrados, como edições com mais de 750 mil exemplares vendidos. Ao cobrir o suicídio de Getúlio Vargas, em agosto de 1954, a Cruzeiro atingiu a impressionante tiragem de 720.000 exemplares.
A questão dos índios caiapós retratada pela revista . Foto: Ana Paula Severino
e Mario de Moraes viajaram do Rio de Janeiro a Pernambuco, se vestiram de cortadores de cana e sentiram na pele a realidade dos trabalhadores que utilizavam o meio de transporte em situação precária no país. Além disso, muitas vezes a revista trabalhava com o sensacionalismo, ultrapassando o limite entre a notícia e a ficção. Temas com pouca relevância social ou política, mas que concentravam a curiosidade popular, funcionavam como estratégia comercial para o periódico. Por esse motivo, a revista Cruzeiro poderia ser considerada, pelos mais intelectuais, como fútil. O fato, no entanto não diminui sua importância no cenário jornalístico do país na época.
O Cruzeiro fica exposto no MON até 14 de setembro
Chateaubriand usava muitas vezes sua revista para se autopromover, política e socialmente. Os problemas sociais eram mostrados com frequência na Cruzeiro, como na primeira fotorreportagem a ganhar o Prêmio Esso, intitulada “Paus-de-Arara, uma tragédia brasileira”, de 1955. Ubiratan de Lemos
Um dos pontos mais interessantes na história da revista é que foi ela quem criou esse modelo de beleza moderna que temos hoje. Mulheres com cinturas finas e pernas longas estampavam as capas da Cruzeiro.
A figura da mulher era muito importante para a magazine, ela fazia parte desse deleite visual já mencionado, e mostrava a modernidade da sociedade que já contava com o aumento da participação feminina no país. Mais um momento histórico de suma importância registrado pela publicação. Uma das matérias mais importantes que a Cruzeiro já publicou foi sobre os índios Caiapós. Na época, a cultura indígena era praticamente desconhecida, e nenhum outro veículo da grande mídia tinha contato com os indígenas. Muitas al deias sequer podiam ser alcançadas. Foi a primeira vez que jornalistas conseguiram entrevistar índios para que os mesmo contassem sobre os confrontos que tinham com os seringalistas. A reportagem feita por Arlindo da Silva em parceria com o
Em exposição no MON até dia 14 de setembro, a Cruzeiro volta a fazer parte da sociedade, mostrando toda sua força e importância, da qual muitos, infelizmente, não têm conhecimento. A revista, à sua maneira, revolucionou o modo de fazer jornalismo, introduzindo na imprensa brasileira as reportagens fotográficas. Ao visitar a exposição, o visitante pode ter uma noção não somente de como era o periódico, mas também como era o país nas décadas de 1940, até meados de 1960 Um período de renovação em todos os cenários, desde o político até o social, responsáveis pela formação da sociedade atual.
As mulheres tinham destaque na revista Cruzeiro > Foto: Ana Paula Severino
Curitiba, 28 de agosto de 2014 > Edição 918 > LONA
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COLUNISTAS
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Luiza Romagnoli
Desconto “engana bobo” Como bons universitários que somos – comendo miojo e nos regando em café e cerveja, também precisamos de um computador para dormir em cima. E nada melhor do que dormir em cima de um computador de “grife” depois de digitar aquelas trocentas páginas do seu artigo/TCC/whatever. Pensando nisso (ou quase), a Apple está dando descontos para estudantes universitários – e professores, nos seus computadores, iPads e acessórios. Sim, esses descontos são para brasileiros também, mas não é esse mar de rosas que você está pensando.
Apesar da ideia de descontos em produtos Apple ser muito tentadora, desanima um pouco quando você pensa no quanto um MacBook custa aqui e quanto custa nos States. Mas se você ainda se interessou, eu digo como funciona. Segundo o site TechTudo, para conseguir o desconto, é necessário ser aluno de ensino superior e ter os documentos da universidade em dia. O mesmo benefício se aplica a professores (docentes). Todas essas informações devem ser passadas digitalmente para a loja oficial
da Apple no Brasil assim que você solicitar a compra do produto que você quiser. E o frete de entrega é grátis!
que a gravação aumenta a demora de entrega do tablet em até dois dias para sua humilde residência de universitário.
Porém, há um limite para a quantidade de produtos comprados: você só pode ter apenas um equipamento por ano acadêmico, se ele for desktop (iMac), Mac Mini ou notebook (MacBook Air ou Pro). No caso de iPads, monitores ou softwares, é possível adquirir, no máximo, duas unidades durante o período. É bom dizer que o desconto não se aplica aos iPhones. Porque iPhone não é material acadêmico. Risos.
Okay. Vamos falar dos descontos agora. O iPad Air recebe um desconto de R$ 100. Já o modelo do tablet com tela Retina tem um desconto mais modesto de R$ 70, independente de ser 16, 32 ou 64GB. Os MacBooks Pro com tela Retina, oferecem três modelos de 13 polegadas. O com o processador de 2,6 GHz e 128 GB de SSD sai por R$ 6.699. Com o desconto, o estudante paga apenas R$ 6.179. A versão que conta com chip de 2,6 GHz e SSD de 256 GB custa, originalmente, R$ 7.699, mas para você, querido universitário carente de recursos monetários até para a mensalidade do curso, o preço cai para R$ 7.179. TUDO PE-CHIN-CHA.
Para ter o desconto, é preciso entrar no site da Apple do Brasil. Dá para fazer uma simulação de preço e ir até o fim da compra, escolhendo cor, memória e modelo do gadget que você quer comprar. E no caso do iPad, o aparelho pode ser desbloqueado ou ter vínculo com um plano de alguma operadora de celular. E quando você faz a compra do seu produto, você pode customizá-lo gratuitamente na Apple Store oficial, gravando seu nome na traseira do iPad, por exemplo. Claro
E como eu só tenho 2.900 caracteres pra escrever, eu digo que se você, caro amigo universitário com condições monetárias suficientes para aderir um produto Apple com desconto, quiser saber mais sobre os produtos e os descontos de bobo que vem com eles, por favor, clique nesse link.
Os anti-heróis Eles sempre existiram. De Judas, aquele sacana, a James Dean. Nunca foram convidados para animar festas, muito menos nomeados para ilustrar comerciais de margarina. Os anti-heróis, ao contrário de seus antônimos, não são encorajados pela imprensa, tampouco criados por ela. São os pais da contracultura, os que veem a vida além do portão de casa. Em uma definição bem simplista, são os incomodados. Woody Allen sempre foi avesso às premiações. O diretor e humorista nova-iorquino ganhou inúmeros Oscar durante os últimos quarenta anos, mas nunca compareceu para receber nenhuma das estatuetas. A única exceção foi em 2002, um ano após o 11/09, quando foi convidado pela Academia a homenagear a cidade que serviu de fundo para seus mais geniais longa-metragens: Nova York. Segundo ele, a cidade merecia o esforço de tirar o terno do armário, bater a poeira de cima dele, ajustar a gravata borboleta, pegar um avião até Los Angeles e
misturar em seu discurso humor e comoção, dignos de suas maiores obras. E foi aplaudido de pé, mesmo abominando tudo que o prêmio representa. Outro que nunca foi simpático a receber prêmios por seu trabalho é Morrissey, o ex-vocalista dos The Smiths. Grammy’s, BritAwards, VMA’s... Não importa, ele não tem interesse. E mesmo esse sendo o principal motivo do fim da banda, o inglês sempre se mostrou fiel a cena indie e mainstream que lhe venera há 30 anos. Nelson Piquet, com seu estilo debochado, ria da cara dos repórteres que tinham coragem de entrevistá-lo e nunca se importou em ser o bom-moço, o ídolo da nação, cargo esse bem ocupado por Ayrton Senna, o tricampeão educado e polido. Mas você já deve ter se perguntado qual é o meu objetivo com tudo isso, caro leitor. Então vamos ao que interessa, mes-
Trocando em miúdos
Luiz Kozak
mo que fosse possível terminar a coluna de hoje somente citando mais desses personagens essenciais da cultura pop. Em tempos de bom-mocismo exagerado e do politicamente correto ultrapassando as grades do bom senso, esses indivíduos se tornam ainda mais necessários. O mundo ainda precisa de compositores que gritem para quem quiser ouvir que o vegetarianismo é, sim, assunto para Billboard, como já fez Morrissey e sua banda, com icônico disco ‘Meat Is Murder’. O cinema ainda precisa se desgrudar da fórmula de filmes rasos baseados em comédias nacionais ruins e casais adolescentes que nada têm a
dizer, e discutir sobre assuntos como traição e filosofia, característicos dos filmes de Woody Allen. Em Annie Hall, vencedor de melhor filme em 1977, o monólogo final de Allen conta a clássica piada do rapaz que procura desesperadamente um médico para curar a loucura de seu irmão, que acredita ser uma galinha. O doutor então pergunta: “Mas por que você mesmo não tenta convencê-lo do contrário?” O rapaz então responde: “Eu até o faria, mas preciso dos ovos”. Os anti-heróis incluídos em nossa sociedade se aplicam a essa mesma lógica: são exagerados, contraditórios e até malucos, mas no fim, todos nós precisamos dos ovos.
LONA > Edição 919 > Curitiba, 28 de agosto de 2014
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ACONTECEU NESTE DIA
Discurso “I have a dream” é proclamado Realizado no dia 28 de agosto de 1963, o “I Have a Dream”, ou “Eu Tenho um Sonho” em português, é o nome popular dado ao histórico discurso público do pastor e ativista político americano Martin Luther King. O discurso falava da necessidade da união e da convivência pacífica e harmoniosa entre negros e brancos no futuro. Realizado nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington, foi um momento decisivo na história do
Movimento Americano pelos Direitos Civis. Feito em frente a uma plateia de mais de duzentas mil pessoas que apoiavam a causa, é considerado um dos maiores na história, e foi eleito o melhor discurso estadunidense do século XX em uma pesquisa feita no ano de 1999. Luther King foi nomeado “O Homem do Ano de 1963”, pela revista Time e, no ano seguinte, se tornou a pessoa mais nova a receber um prêmio Nobel da Paz.
1Martin Luther King no Lincoln Memorial, em Washingtonr > Foto: Arquivo DP USMC
#PARTIU Em Cartaz O Homem das Multidões Drama > 95 min > 14 anos Viva a Liberdade Comédia > 93 mim > 12 anos Uma Lição de Vida Drama > 121 min > 12 anos Amantes Eternos Drama > 123 min > 14 anos
Shows Jammil e Uma Noites Local: WS Brazil Data: 28 de agosto de 2014 Horário: 23h Ingresso: R$40 (feminino) e R$80 (masculino) Margareth Menezes - Para Gil & Caetano Local: Teatro da Caixa Data: 28 a 31 de agosto de 2014 Horário: 20h Ingresso: R$20 (inteira) e R$10 (meia)
Teatro Helena Local: Teatro José Maria Santos Data: 29 e 30 de agosto Horário: 20h Ingresso: R$30 (inteira) e R$15 (meia) O Senhor dos Temporais (Infantil) Local: Teatro do Piá Data: até 31 de agosto de 2014 Horário: 11h Ingresso: Entrada franca
Jammil e Uma Noites faz show em Curitiba Banda baiana se apresenta na capital paranaense e promete sacudir o público com canções vibrantes A banda de axé Jammil e Uma Noites se apresentará novamente na cidade de Curitiba, hoje às 23h, na WS Brazil. Encabeçados pelo vocalista Levi Lima, a banda chega para animar e aquecer o público curitibano com os seus principais sucessos como “Colorir Papel”, “Praieiro”, “Tchau, I have to go now” e “Ê, Saudade, trazendo um pouquinho do calor e do tempero baianos. O grupo Jammil inicial foi formado em 1994 pelos amigos Tuca Fernandes, Manno Góes e Roberto Espínola com a proposta de produzir músicas que misturassem os ritmos do axé e do samba. O projeto musical da banda começou a fazer sucesso em todo o Brasil e tornouse essa febre que é até os dias de hoje. Em 2011, Tuca Fernandes, o principal precursor da Jammil anunciou que estava se retirando do grupo para se aventurar em carreira solo. No mesmo ano, Roberto Espínola também comunicou a sua saída da banda. De toda a formação original, o único que restou foi Manno Góes que acabou saindo do conjunto dois anos depois, em 2013.
Cartaz do show > Imagem: Divulgação
Com o elenco todo reformulado, agora composto por Levi Lima (vocalista), Beto Martins (baterista), Ariel Rangel (percussão), Fabinho Scooby (teclado) e Maguinho (baixista), a banda logo lançou o seu novo hit intitulado “Colorir Papel”. Devido ao grande sucesso em todo o Brasil, a canção foi uma das escolhidas para compor a trilha sonora da novela global “Fina Estampa”, no ano de 2011. A banda participa das principais micaretas do país.