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Ano XV > Edição 920 > Curitiba, 29 de agosto de 2014
Band organiza debate entre candidatos a governador EDITORIAL “A ideia era que os candidatos dessem vida e voz a temas de relevância para a população paranaense. Porém...” p. 2
Foto: Thaynara Oliveira
OPINIÃO
Publicitário cria latas de lixo artísticas que levam à reflexão social
Depois de perceber que a questão do lixo era um problema social na cidade de Curitiba, Gustavo Santos Silva resolveu usar sua arte p. 4
“Aí está a resposta para o atual momento musical brasileiro: o prazer a qualquer custo.” p. 2
#PARTIU Lucy estreia no Brasil e traz cenas de ação totalmente focadas em personagens femininas. p. 6
Foto: Ana Mayer
Com duas horas de duração, o programa foi dividido em quatro blocos e contou com a presença de todos os candidatos; além de lançar questões uns aos outros, os candidatos falaram de suas propostas p.3 COLUNISTAS Lucas Karas “Quando estreou como técnico do Coritiba, em 2012, Marquinhos Santos conseguiu uma vitória de 3 x 0 perante o Flamengo, no Couto Pereira. A p. 5 vitória animou o time.” Ana Santos “Algumas bandas que chamam mais a atenção e me fazem querer procurar/ pesquisar/achar muito mais conteúdo referente. E uma dessas bandas se chama Dunas. “ p. 5
LONA > Edição 920 > Curitiba, 29 de agosto de 2014
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EDITORIAL
Debate sem debate
Ontem à noite foi transmitido ao vivo o debate da Band, dos candidatos ao cargo de governador do Estado do Paraná. A ideia ao reunir todos os candidatos em um único estúdio era, inicialmente, de permitir que os próprios dessem vida e voz a temas de relevância para a população paranaense. O que se viu, no entanto, estava longe de ser deveras relevante: o tempo de pergunta de cada candidato era utilizado para tentar ‘cutucar’ na ferida do outro, isso quando a pergunta em si, ou mesmo a resposta, não o faziam. Uma briga de egos, uma troca de acusações fosse ao candidato em si, ou ao partido do mesmo. Em suma, se o próprio dicionário define o debate enquanto a “ação de discutir uma questão; discussão, polêmica: tomar parte num debate”, os candidatos ao gorverno do Paraná só conseguiram se lembrar do termo “polêmica”. Se esta é a postura enquanto estão em uma corrida pelo cargo, o que esperar de cada um deles caso assumam a posição? Apontar os erros alheios sempre foi estratégia humana, desde muito antes de toda essa história de democracia, mas fazer uso de um espaço público, que deveria ser utilizado para questões de verdadeira importância para os paranaenses, para transformá-lo em uma competição sobre quem esconde melhor a sujeira debaixo do tapete é um desrespeito. Ao todo foram aproximadamente duas horas de despautérios televisionados em rede nacional, divido em quatro blocos de quase meia hora. Um verdadeiro espetáculo digno do pão e circo que alimento há anos nosso processo democrácito, chamado de eleição. O clichê filosófico “o roto falando do amasso” não poderia ter sido melhor e mais tristemente ilustrado. E a população paranense? Que vá às favas tentando escolher qual dos males lhe parecer o menor, ou que sabe ofender o outro candidato sem ser assim, tão na cara de pau.
OPINIÃO
A música retrógrada e careta Bruno Requena
Ao olharmos para nossa cultura musical dos anos 30 a diante, percebemos movimentos populares, musicalmente falando, de grande importância e fomentação do crescimento da identidade do brasileiro. De Noel Rosa a Ary Barroso, de Chiquinha Gonzaga a Heitor Villa Lobos. A imagética do brasileiro estava em um caldeirão de informações e um caldo cultural delicioso e com muito tempero. Maysa e Dolores Duran transgrediam sua época, únicas compositoras femininas em um mar de compositores homens e machistas, que desvalorizavam sua importância. Havia ali uma semente plantada do que seria Rita Lee, Gal Costa, Fafá de Belém. Mulheres com uma imagética aflorada da feminilidade. Mulheres sensuais, sapecas, humanas e carnais. Gal mostrava as pernas e usava o corpo para expressar a sensualidade do desbunde, hippie e transgressora. Rita Lee era a personificação do deboche, da irreverência, sempre mutante. Fafá tinha seios fartos e corpo avantajado, rompendo os estereótipos estabelecidos da mulher fatal, um canto cheio de tesão. Em tempos de Funk Carioca, onde há nitidamente um retrocesso na figura da mulher, desvalorização do corpo e submissão carnal e social. Torna-se a mulher um objeto de prazer e de vulgaridade. Cria-se uma sensação de retrocesso em assuntos tão debatidos e conquistados pela mulher moderna. Há de se compreender, que, este texto tem como intuito analisar Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
a evolução da mulher no cancioneiro popular, ou seja, como esse tema foi discutido e cantado. O que se nota é uma exploração do sexo, e decadência na poesia musical. Essa informação cultural é sabido por todos? Qual é o papel das rádios na divulgação da cultura musical? O funk carioca não é o único estilo musical que retrocede a figura feminina, o sertanejo universitário é uma crônica da juventude atual, mostra que os jovens estão preocupados em “pegar geral” e “beber, cair e levantar”. Será que nós não é que somos os caretas?
resume a uma simples resposta? SEXO? O sexo é importante, mas tornar o foco principal de nossas vidas e música não seria um exagero e animalescamente selvagem? A música virou um puteiro e nós viramos egoicos. Seres alienados em busca de prazer imediato. Aí está a resposta para o atual momento musical brasileiro: o prazer a qualquer custo.
Transformar nossa cultura numa balada é pequeno demais para um Brasil que merece ser cantado. O que me espanta é a atual figura da mulher e a posição do homem em novamente tratar o sexo feminino como objeto de sua desgraça amorosa e traição. Esses dias, vi um vídeo na internet onde uma menina menor de idade subia num palco de show de funk onde o cantor tirava sua roupa na frente da plateia e fazia movimentos sexuais em cima dela. Todos aplaudiam. O alerta é: ouvimos o que nos emociona, o que nos traduz. Será mesmo que o que somos e sentimos se
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Ilustração: Arquivo Pixabay
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Isadora Nicastro Editorial Da Redação
Curitiba, 29 de agosto de 2014 > Edição 920 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Poucas propostas e muitas ofensas marcam debate de candidatos Ana Mayer
candidato teve a oportunidade de defender seu voto e falar sobre seu plano de governo, em dois minutos. Seguindo a ordem da bancada, o candidato Beto Richa foi o primeiro a falar e afirmou que em sua gestão o Paraná foi o maior gerador de empregos. Geonísio Marinho disse que vai fazer diferente e promete não decepcionar a população. A candidata Gleisi Hoffmann prometeu criar o Programa de Aceleração do Crescimento do Paraná. Já o candidato Rodrigo Tomazini usou seu tempo para criticar seus companheiros.
O debate realizado na TV Bandeirantes serviu apenas para troca de ofensas; paranaenses continuam sem saber quais são as principais propostas dos candidatos ao governo O primeiro debate realizado em televisão entre os candidatos a governador foi marcado por poucas propostas e pela troca de ofensas entre os participantes. Durante as duas horas de programa, muito pouco foi apresentado e as ofensas resultaram em quatorze pedidos de direito de resposta. O Debate contou com a participação dos oito candidatos ao governo do Paraná: Beto Richa (PSDB), Bernardo Piloto (PSOL), Gleisi Hoffmann (PT), Geonísio Marinho (PRTB), Roberto Requião (PMDB), Ogier Buchi (PRP), Tulio Bandeira (PTC) e Rodrigo Tomazini (PSTU). O confronto aconteceu no estúdio da TV Bandeirantes na noite de ontem. O clima de conflito se estabeleceu logo na primeira pergunta, quando o candidato do PMDB não conseguiu concluir seu raciocínio e foi atacado pelo adversário que tenta a reeleição do estado. Beto Richa e Roberto Requião trocaram ofensas e o ex-governador aproveitou seu tempo para menosprezar a gestão atual. Após o bate-boca entre os últimos governadores paranaenses, o clima não foi amenizado. Gleisi Hoffmann também usou seu tempo para criticar Richa: “Chega de lamentações candidato. O Paraná está cansado de governante surpresa, de governante Kinder Ovo”. O debate seguiu e o clima continuou o mesmo. Gleisi Hoffmann e Geonísio Marinho usaram todo o tempo de pergunta, resposta, réplica e tréplica para atacar o candidato do PSDB. Porém ainda no primeiro bloco, o candidato Ogier Buchi pediu que os companheiros se respeitassem e afirmou, “o povo do Paraná merece mais. Quem está nos assistindo é para
Dividido em quatro blocos, o debate deu oportunidade a todos os candidatos > Foto: Ana Mayer
conhecer nossas propostas. Chega de bate-boca, o Paraná é mais do que isso”. Saúde, educação, pedágios e até aposentadorias foram temas abordados no programa, porém os paranaenses que acompanharam o debate não puderam perceber quais são as verdadeiras propostas para esses temas. No segundo bloco, o candidato Tulio Bandeira questionou a candidata do PT sobre o tempo de governo de um mesmo partido e sobre a inclusão de familiares na gestão. “Nós estamos vivendo em curral eleitoral”, disse Bandeira. Em sua pergunta, o candidato também comentou sobre os companheiros petistas de Gleisi que estão presos. A candidata não gostou da pergunta e respondeu agressivamente, “O senhor não tem moral para falar isso e deveria respeitar quem ajudou a construir o Paraná”, acusando-o de ter 30 processos na justiça e já ter sido preso. Ao final do debate, o candidato afirmou em coletiva que deverá ser inocentado em todos os processos. O candidato Rodrigo Tomazini enfatizou o valor dos pedágios e afirmou que em seu governo só existirá a cobrança se a população quiser: “Nós vamos fazer um plebiscito com a população
Debate contou com todos os candidatos ao cargo de governador > Foto: Ana Mayer
e se a maioria quiser, o pedágio continua”. O candidato também afirmou que as tarifas são verdadeiros assaltos à população e que seus adversários são patrocinados por donos de praças de pedágios. Já o candidato Bernardo Piloto preferiu defender o Hospital das Clínicas e criticou a atitude do Governo Federal em privatizar o HC. Para ele a privatização acontece porque donos de hospitais particulares financiam as campanhas e, quando eleitos, os governantes não podem destinar dinheiro apenas ao Sistema Único de Saúde. As propostas foram apresentadas de fato nas considerações finais do debate. Cada
O candidato Bernardo Piloto afirmou que o debate foi uma vergonha e disse que é lamentável discutir baixarias como “quem anda à cavalo e quem anda de Porsche”. Para Roberto Requião estamos vivendo em uma mentira, o candidato afirma que o Paraná vive um apagão. Túlio Bandeira prometeu enxugar a gestão, eliminando secretarias desnecessárias. E por fim, Ogier Buchi encerrou sua participação criticando atitude de seus adversários, que na maior parte do tempo, apenas trocaram ofensas. Regras O primeiro candidato a perguntar foi definido por sorteio. Ele definia para quem seria a pergunta e o tema. O adversário que respondesse era o próximo. O tempo de cada pergunta era de trinta segundos; para as respostas dois minutos; a réplica, um minuto; e trinta segundos de tréplica. Os pedidos de direito de resposta eram concedidos diante de ofensiva ou calúnia.
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GERAL
Lixeira arstísticas levam à reflexão social e ambiental Projeto social une arte, reflexão e preocupação com o futuro do meio ambiente como solução para o problema do lixo na capital Thaynara Oliveira e Talissa Kojuman
Gustavo Santos Silva, ou Gustas como é conhecido, tem 24 anos, é paulistano e formado em publicidade e propaganda. Olhando assim, nas primeiras impressões, nada o difere de um adulto normal. Porém, graças a sua iniciativa as ruas de Curitiba ganharam um novo destaque artístico.
decidiu usar seu talento para resolver a situação, fazer a diferença.
Intitulado “Lixarte”, o projeto tem como objetivo suprir o problema da falta de lixeiras em determinados pontos da cidade. O grande diferencial é o uso do grafite em suas produções, que além de transformar o latão – matéria prima de seu trabalho – ainda promove a disseminação da arte e, também, discussões sociais.
Suas latas, fazem uma crítica social através de personagens. Você acredita que os desenhos fazem pessoas “enxergarem” a real situação, coisa que outros meios não fariam? Creio que faça a pessoa prestar atenção no lixo e depois, talvez, refletir sobre a questão. Acredito que o fato de transformar um objeto comum a todos, faz com que haja uma reinterpretação do objeto, somado a informação que está pintada nele. No caso das críticas sociais, como a retratação da pobreza, gostaria de levar as pessoas à reflexão do que está indo para dentro do lixo, serve de sustento para outros.
A ideia originou-se durante uma tarde no MON (Museu Oscar Niemeyer),onde ele percebeu que diversas pessoas tomavam cervejas no local e jogavam as latas no chão. Observando o loval, Gustavo percebeu que não havia destino apropriado para elas. A partir disso
Depois de pronta, a arte e a lata > Foto: Talissa Kojuman
Confira agora, nessa entrevista exclusiva, os principais detalhes a respeito de seu trabalho, alé de seu pensamento a respeito do futuro, tanto de Curitiba, quanto de sua arte.
Os três primeiros latões surgiram graças a um amigo que conseguiu num ferro velho. E hoje continua assim? Ou você tem outros “fornecedores”? Hoje tenho outros parceiros que trabalham com soluções ambientais. O pessoal do REÚNO. Já fizemos algumas parcerias bem legais nos últimos tempos. Seu trabalho está espalhado por parte de São Paulo e Curitiba. Você tem planos futuros pra expandir isso para outros lugares do país? Com certeza, curto muito viajar. E viajar aliado ao fato de pintar em outro estado ainda é mais massa (risos). Minha vontade era ter um “lixarte” em cada estado do
Gustas trabalhando na sua última obra durante a feira Alto Juvevê Gastronomia > Foto: Thalissa Kojuman
país, pra aproveitar e conhecer todos o cantos do Brasil. O projeto visa trabalhar o problema de falta de lixeiras na cidade. Você observa que desde o início até o presente momento, já ouve alguma melhora nesse sentido, em relação ao governo?
“O trabalho absorve informação do ambiente.” A meu ver não houve uma melhoria significativa. Ainda falta uma atenção para a questão do lixo na cidade. Durante suas criações, existe interferência das pessoas, por curiosidade, vontade de ajudar. Que dica você deixa pra quem quer transformar o espaço que vive? Existe sim, isso é o legal de pintar na rua, estar aberto a receber ideias de pessoas que passam e comentam algo. O trabalho acaba ficando sempre mais rico, pois absorve informação do ambiente.
Sabemos que além de latas, você tem outros trabalhos com desenhos. Eles também trabalham nessa linha? De mexer com as pessoas, mostrar o problema do mundo? O tema sociedade sempre me inspira muito, acho que sempre acabo trazendo alguma reflexão sobre o indivíduo e a sociedade no processo geral da criação de um trabalho. Na realização dessa matéria, fomos atrás das três latas na cidade. Só encontramos uma delas. E pensamos em como seria legal ter um trabalho assim em casa. Já pensou em fazer pra vender? Pois é, infelizmente eles somem mesmo (risos). Já fiz alguns para venda sim, e também faço sobre encomenda. Em 2013 fui convidado para pintar 5 latões no Design Week em SP e eles ficaram a venda em uma loja. O Gustas já tem novos projetos em mente? Tem algum detalhe desse, ou de outros projetos que ainda não conhecemos? Você sempre tem novas ideias para o mesmo projeto? Ah, sempre tento pensar em algo novo, mais como um exercício diário de renovação de técnicas e linguagem. Tenho algumas coisas em mente, mas preciso de mais tempo para planejar tudo e colocar em prática.
Curitiba, 29 de agosto de 2014 > Edição 920 > LONA
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COLUNISTAS
Futebol Cervejeiro Lucas Karas
Que mudança! Quando estreou como técnico do time profissional do Coritiba, em 2012, Marquinhos Santos conseguiu uma vitória de 3 x 0 perante o Flamengo, no Couto Pereira. A vitória animou o time Coxa Branca, que conseguiu afastar o fantasma do rebaixamento. Ontem, a vitória, o lugar e a estreia se repetiram. Mas o que mais deve ser ressaltado é a mudança na postura dos jogadores. De um time apático, sem vontade a um time vibrante e que disputava cada bola como se fosse a última. Mais do
que isso, um time com comportamento tático e técnico dignos de um grande clube como o Coritiba. Além disso, a saída de Celso Roth e de Paulo Paixão aliviou também a folha do clube. Juntos, ganhavam em média R$500 mil por mês. Um valor surreal para o Verdão, que passa por problemas financeiros. Agora, com Marquinhos Santos um novo ciclo começa (que clichê, não?). Mas a chegada no novo (velho) técnico não é a única coisa a ser feita no Coritiba. O time do Alto da Glória precisa enxugar
sua folha e focar as contratações em jogadores que se encaixem na realidade do clube. Buscar na série B é uma boa alternativa. Vejamos 2011. No time, não havia nenhum jogador com destaque nacional. Mesmo assim, o clube conquistou o Paranaense, chegou ao recorde de vitórias, à final da Copa do Brasil e só não fisgou a vaga para a Libertadores devido a uma derrota, na última rodada do Brasileiro, para o Furacão. Acima de tudo, o Coritiba precisa se livrar dos jogadores caros que não estão sendo utilizados, como Lincoln, que está emprestado ao Bahia, mas que é custeado pelo Coritiba. Renovar o elenco, mantendo os principais jogadores é a alternativa. E que Marquinhos Santos, dessa vez, tenha a oportunidade de desenvolver o bom trabalho que sabe fazer. Que baile! É, o trator chamado América-RN passou por cima de outra vítima. E dessa vez, paranaense. O time do norte do Brasil, que nem tem tanta qualidade assim, conseguiu, no contra -ataque, matar o jogo contra o Furacão (e já, praticamente, se classificar para as quartas).
Não vi o jogo, mas acredito que o terceiro gol resume um pouco do que foi a partida. Um Atlético afobado e com uma defesa frágil, muito frágil. Quando vi o lance do último gol fiquei confuso, pois pensei que era apenas um lance da defesa do América. Demorei para perceber que aquilo era um ataque. Quando caiu a ficha, fiquei estarrecido. Doriva saiu e acho que a diretoria apenas consertou um erro. Gosto do Leandro Ávila e acredito que ele irá comandar bem a equipe até o final do campeonato e quem sabe mais. Contudo, é urgente a contratação de um ou mais zagueiros. Pois, desse jeito, veremos mais e mais adversários balançando a rede de Wéverton no esquema 2-4-4 (isso mesmo). Que cerveja! A dica de hoje é a Lager Naturtrübe, da Curitiba Gauden Bier. Uma cerveja extra, não filtrada, com um sabor marcante de cevada. Leve, tem apenas 4,7%. Beba-a entre 1 a 4ºC.
Dunas Primeiros meses na faculdade, primeiros meses em Curitiba, primeiros meses de vida na “cidade grande”. Eufórica, procuro encontrar com o que mais me identifico na vida. Aos poucos vou encontrando. Peço sugestões a alguns amigos e vários deles me passam diversas listas de sugestões. Vou procurando no google e ouvindo uma por uma. Umas eu deixo como ‘’favoritos’’, enquanto outras logo descarto. Com algumas me identifico mais, com outras nem tanto. Mas tem algumas bandas que chamam mais a atenção e me fazem querer procurar/pesquisar/achar muito mais conteúdo referente. E uma dessas bandas se chama Dunas. A banda, curitibana, nasceu da parceria entre os amigos da capital paranaense. Os integrantes são: Francisco Bley (guitarrista ‘base’ e vocalista), Guilherme Nunes (guitarrista ‘solo’), Gabriel Fran-
ça (baixista) e Lorenzo Molossi (baterista). Ela foi formada em 2009, porém, com toda a pompa de “montar uma banda oficialmente”, o projeto só foi concretizada no ano de 2011. Dunas já tem um EP que foi lançado no mesmo ano em que foi oficializada, em 2011, contendo 5 faixas. As letras das canções são, para mim, reflexivas e me deixam pensativas quando as ouço ao longo do meu dia. Compartilho aqui minhas impressões e sentimentos sobre algumas delas: Gregário. Esse som me faz viajar, entrar em outra dimensão, mesmo não sabendo bem o porquê dessa sensação. Quem sabe seja devido aos seus solos de guitarra. Ou a letra. Na verdade, acredito que seja o conjunto todo da música que me faz viajar. Olho pela janela do ônibus que pego todos os dias e me pergunto para aonde vou. “E você vai, vai, vai, vai vai sem nem saber por quê”, a letra me sopra aos ouvidos.
What’s the story?
Ana Santos
A música Vírus para mim é também bem marcante e reflexiva. A canção apresenta uma composição falando do senso comum e das pessoas que não buscam uma identidade própria. Foi a partir dessa música que o primeiro clipe da banda curitibana foi gravado. No início, a banda se apresentava em bares da cidade. Algumas pessoas pediam para que fizesse algumas versões covers, porém os integrantes sempre preferiam e insistiam em apresentar apenas suas músicas autorias. As maiores influências dos componentes da banda vão desde Interpol à
Radiohead, passando por Apanhador Só, Mutantes, Caetano Veloso, The Microfones entre outros. Na cena curitibana o gosto dos integrantes variam de Audac audac à Farol Cego. De uma maneira geral, a Dunas pode ser considerada entre os estilos Indie Rock e do Post-Rock. O grupo musical lançou neste ano o seu segundo EP, intitulado Boas-Vindas. Esse trabalho é um pouco diferenciado do primeiro, pois contêm faixas exclusivas e ao seu própriomodo despojado, apresenta um instrumental que curte um modo de fazer música de formas mais experimental.
LONA > Edição 920 > Curitiba, 29 de agosto de 2014
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ACONTECEU NESTE DIA
Furacão Katrina atinge os Estados Unidos No dia 29 de agosto de 2005, um grande furacão, que ficou conhecido como Furacão Katrina, destruiu uma parte dos Estados Unidos, em uma tempestade tropical que alcançou a categoria 5 da Escala de Furacões de Saffir-Simpson. Os ventos alcançaram mais de 280 km/h, e causaram grandes prejuízos em torno da região metropolitana de Nova Orleans, onde mais de um milhão de pessoas foram evacuadas. A
maré ciclônica do Katrina causou 53 diferentes pontos de acometimento, submergindo 80% da cidade. O furacão também atingiu Mississippi, Louisiana, Alabama, e passou pelo sul da Flórida, causando cerca de dois bilhões de dólares de prejuízo e seis mortes. O Katrina causou aproximadamente mil mortes, sendo um dos furacões mais destrutivos a ter atingido os EUA. Foi a 11ª tempestade de 2005 a receber nome, sendo o quarto entre os furacões.
Nova Orleans após o furacão Katrina > Foto: Arquivo Pixabay
#PARTIU Shows
“Lucy” estreia no Brasil
Thaís Gulin Local: Teatro do Paiol Data: 29 de agosto de 2014 Horário: 21h e 23h Ingresso: R$30 (inteira) e R$15 (meia)
Com grandes atores no elenco, o longa de ação chega para trazer adrenalina ao público brasileiro em clima futurista
Uma Noite Com Os BeeGees Local: Teatro Positivo Data: 30 de agosto de 2014 Horário: 21h Ingresso: R$120 (inteira) e R$60 (meia)
Em Cartaz A 100 Passos de um Sonho Drama > 122 min > 10 anos Lucy Ação > 91 min > 16 anos O Médico Alemão Drama > 93 min > 12 anos Anjos da Lei 2 Comédia > 112 min > 14 anos
Teatro Menino, vô te contá no domingo (Infantil) Local: Teatro de Bonecos Dr. Botica Data: 30 e 31 de agosto de 2014 Horário: 11h30, 15h e 17h Ingresso: Gratuito Sem O Que Você Não Pode Viver (Dança) Local: Casa Hoffmann Data: 29 a 31 de agosto de 2014 Horário: 21h – sexta e sábado; 19h – domingo Ingresso: Gratuito
Scarlett Johansson está novamente em ação nas telonas de Curitiba, o filme “Lucy”, no qual a atriz é a principal protagonista estreou ontem (28) em todas as salas de cinema do Brasil. O longa-metragem é considerado um dos principais filmes mundiais que trabalha e prioriza as cenas de ação feminina durante todo o processo de filmagem. O elenco do longa ainda conta com a participação do experiente e consagrado ator, Morgan Freeman. A trama é dirigida e escrita por Luc Besson, o autor francês traz em seu histórico de produção a opção preferencial em colocar personagens do sexo feminino como protagonistas das principais cenas de ação e ficção dos seus filmes. Algo não muito comum em filmes internacionais, pois normalmente a preferência para viver personagens com esse tipo de perfil é quase sempre pelo sexo masculino. O principal foco do filme é mostrar como uma mulher comum pode se transformar em um gênio ou, mais precisamente
Cartaz do filme > Foto: Divulgação
como é tratada na trama, em uma “mulher do futuro”. A personagem Lucy vivida por Scarlett, ingere acidentalmente uma quantidade considerável de uma poderosa droga sintética que aumenta em 100% a capacidade de raciocínio do cérebro. O filme parte do princípio que o “normal” de uma pessoa é utilizar apenas 10% dessa capacidade cerebral. É a partir desse ato de descuido de Lucy que a trama de ação e ficção científica começa a se desenvolver.