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Ano XV > Edição 921 > Curitiba, 01 de setembro de 2014
Prática de esportes radicais aumenta entre curitibanas EDITORIAL “A igualdade racial começou a ser “respeitada” oficialmente e historicamente apenas em 1888.” p. 2
Foto: Bianca Ogliari
OPINIÃO
Alienação parental é discutida em mesa redonda na Universidade Positivo
Discussão contou com a presença da desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná e especialista no assunto, Lenice Bodstein p. 3
“Um problema chamado torcidas organizadas. Algumas torcidas têm seguidores até mesmo fora do Brasil.” p. 2
#PARTIU Semana de estreias: documentário sobre Hélio Oiticica e longa-metragem brasileiro marcam a programação. p. 6
Foto: Cuteshef66
Modalidades não convencionais são alternativas para mulheres corajosas, não satisfeitas com os sistemas tradicionais como academias, p. 4 ou práticas esportivas comuns COLUNISTAS Igor Castro “Demorou mas chegou, teremos um jogador brasileiro na NFL. O kicker Cairo Santos foi efetivado titular em sua posição no time do Kansas City p. 5 Chiefs, a conquista não foi fácil.“ Jorge de Sousa “Seja em Dilma, Marina ou Aécio que o seu voto seja consciente e bem analisado, para que não sejamos pegos no contra pé outra vez, vendo a bola estufar as redes em mais um gol p. 5 contra dos homens de Brasília.”
LONA > Edição 921 > Curitiba, 01 de setembro de 2014
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EDITORIAL
A questão é?
A igualdade racial começou a ser “respeitada” oficialmente e historicamente no Brasil, no dia 13 de maio de 1888, há exatamente 126 anos. O marco na história do país aconteceu com o sancionamento da lei da abolição da escravatura, também conhecida como Lei Áurea, aprovada pela princesa Isabel. Mas infelizmente, em pleno século XXI, a discriminação racial ainda se mantém contínua em nossa sociedade. Mesmo com tantas políticas afirmativas, programas, ações e campanhas repudiando o racismo, a desigualdade ainda permanece em nosso país como uma espécie de pilar intacto. No esporte e principalmente no futebol, casos de discriminação racial estão acontecendo com constante frequência. Contradição, já que teoricamente a principal finalidade do esporte é promover uma relação social mais ativa entre os grupos de pessoas que praticam as respectivas atividades. O último caso envolvendo discriminação racial no futebol que teve grande repercussão nacional foi do goleiro Aranha, do Santos. Em partida realizada na cidade de Porto Alegre e válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o jogador foi chamado de “preto fedido” e “macaco” por alguns torcedores do Grêmio, adversário do time paulista na competição. Além dessa hostilização, o arqueiro da equipe paulista ainda teve que ouvir gritos vindos das arquibancadas imitando ruídos e gestos do animal. Não é a primeira vez que a torcida do time gaúcho está envolvida em situações de racismo nesse ano. No dia 30 de março, em uma partida válida pelo campeonato gaúcho, Internacional e Grêmio faziam o clássico da rodada. Após o final da partida, um “torcedor” insultou o zagueiro Paulão do Internacional, quando esse seguia a caminho do vestiário. Na ocasião, o Grêmio arcou como responsável pelos atos racistas e recebeu uma multa no valor de R$ 80 mil reais. Até quando a multa substituirá o pilar da desigualdade? Até quando o dinheiro colocará panos quentes em atos discriminatórios? A questão é: até quando o racismo terá voz?
OPINIÃO
Organizadas, impunidade e injustiça Cleberton Mendes
Um problema chamado torcidas organizadas. Algumas torcidas como a Fiel do SC Corinthians, ou Urubuzada do Flamengo, Mancha Verde do Palmeiras e muitas outras, têm seguidores até fora do Brasil. O que foi criado para ser um celebração entre amigos vem se tornando um problema. Em uma competição internacional de 2011, um jovem de 14 anos morreu dentro do estádio em Oruro. Na competição da Libertadores da América, em um jogo entre Corinthians e San José, um jovem foi atingido por um artefato proibido, durante a comemoração de um gol da equipe brasileira. No momento do gol, a torcida estava estendendo sua bandeira - utilizada em todos os jogos- e o gol saiu, e um torcedor armou o artefato inflamável para comemorar, e nesse momento, segundo testemunhas que estavam perto “o garoto se atrapalhou, e não conseguiu disparar para o alto”. Não existe um forma segura de utilizar esses tipos de explosivos em locais como estádios de futebol, a tragé-
dia aconteceu, Kevin não resistiu à violência do artefato e faleceu. Após o acidente (ou crime) mais de 5 pessoas ficaram presas na Bolívia, sem contato com familiares ou outro tipo de ajuda. Uma pessoa cometeu o crime, e aleatoriamente pessoas foram escolhidas como suspeitos – como se encontram os suspeitos em um estádio de futebol com mais de 30 mil pessoas? Deixando de lado um pouco os casos de morte e acidentes, ocasionados por violências físicas como briga entre torcidas, ou por ações inconsequentes como a ocorrida com Kevin na Libertadores, outro problema recorrente no futebol brasileiro e no mundo, são os atos de racismo. Torcidas no mundo inteiro - algumas com alguns ídolos negros – costumam gritar suas canções racistas, e nenhuma providencia ou punição é implantada. Por parte da equipe é até é fácil entender, a parte financeira fala mais alto. Por parte dos organizadores e associações que comandam o futebol é meio estranho nenhuma atitude ser tomada.
Na última semana um ato racista ganhou as manchetes. No início uma torcedora foi a peça central da agressão, ofendendo um jogador da equipe adversária, gritando macaco em direção ao atleta. A indignação foi grande, e reuniu apoio de todos os cantos do Brasil. No domingo a equipe da torcedora, o Grêmio de Porto Alegre, voltou a campo, e os responsáveis pela equipe, que já haviam dado um nota de repúdio, planejaram um ato contra o racismo, mas parte da torcida não participou, e cantou versos racistas. Qual é a responsabilidade do time de futebol com seus torcedores? Os atos de brigas e violência não são nenhuma novidade, atos racistas também não. O primeiro é normal em todo o Brasil, o segundo é quase uma exclusividade do sul. Antes que isso se espalhe, o torcedor e sua equipe precisam ser punidos. Muita coisa acontece no Brasil, alguns fazem de conta que estão resolvendo, e cabe a nós fazer de conta que estamos acreditando.
A Império Alviverde é uma das torcidas organizadas do Coritiba > Foto: Leonardo Stabile
Expediente
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Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Isadora Nicastro Editorial Da Redação
Curitiba, 01 de setembro de 2014 > Edição 921 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Alienação parental pode prejudicar relação entre pais e filhos Davi Carvalho
gerado pelo conflito, pois [a questão] de bens é fácil resolver, mas a dos filhos não. Esta é uma questão muito forte na separação. As litigiosas são grandes culpadas da alienação parental, há por meio de quem detém a guarda, um “implante” de memória nas crianças. Sem contar que o conflito ‘você quer ficar com seu pai ou sua mãe?’ já é o suficiente para traumatizar a criança”, comenta.
Tema antigo, mas pouco debatido até então, a alienação parental ganhou visibilidade após a criação de sua própria lei; no entanto, o diálogo ainda é preciso para entender sua aplicação Na última sexta-feira, o curso de Direito da Universidade Positivo, promoveu no auditório do Bloco Amarelo, uma mesa redonda sobre a alienação parental. O tema tem ganhado destaque nas discussões em torno do direito de família. Alunos de diversos cursos lotaram o espaço. Duas pessoas se conhecem e iniciam um relacionamento, por fim acabam casando-se. O casal tem filhos e constitui uma família, até o momento em que resolve se separar. Como ficam os filhos? Em geral, é nos casos de separação, em sua maioria litigiosas (quando não há acordo entre as partes e a separação precisa ser decidida por meio de um processo judicial), que acontece a alienação parental. A ação que vem de longa data, é caracterizada quando um dos cônjuges aliena a criança, de forma sutil e gradativa, a fim de desmoralizar e menosprezar a imagem do outro. Este passa a ser mais ostensivo até que consegue distanciar o filho do ex-cônjuge. A cena é bastante comum, mas só ganhou espaço para discussão agora, sob o aspecto dos efeitos que pode causar no comportamento e no fator psicológico do menor. A palestrante, Lenice Bodstein, desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, usou de sua especialização e doutorado em Direito de Família para explanar o ato conforme é regido pela legislação vigente no país. Seu principal ponto no debate foi o detalhamento das leis da Guarda Compartilhada (11.698 de 13 de Junho de 2008) e da Alienação Parental (12.318 de 26 de Agosto de 2010). “A falta de estrutura familiar e legal precisava ser detectada em suas principais
Alunos de diversos cursos lotaram o auditório > Foto: Hannah Cliton Fagundes
questões, para isso a legislação foi feliz em detrimento da criação de tais leis. Hoje, se faz lei sobre tudo, visto que os hábitos dos povos mudam, a sociedade muda e as normas precisam ser atualizadas em concordância. O direito está em movimento, para isto, basta ver a conquista da União Homoafetiva, os direitos do anencéfalo e a barriga de aluguel”, comenta a especialista. A lei da Guarda Compartilhada vem sendo considerada de extrema importância, visto que rege sob a mais notada forma de criação dos filhos diante da busca por uma relação saudável. Acredita-se que esta é, segundo a lei, uma melhor “responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns” (Artigo 1º, parágrafo 1º). Foi com o surgimento da Lei da Alienação Parental que essa responsabilização passou a ser mais justa e correta. A lei estabelece que: “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolesAs crianças são as vítimas da alienação parental > Foto: Davi Carvalho
cente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este” (Artigo 2º). André Caon, representante da página “Guarda Compartilhada Curitiba”, abordou opiniões normalmente discutidas em fóruns e debates relacionados ao tema. “A guarda compartilhada seria a melhor solução para o problema e não apenas a guarda única, como quase sempre acontece. Hoje isso é tratado como exceção quando deveria ser o contrário. A criação dos filhos é algo a ser feita por ambos, assim dificulta o surgimento de problemas como esse
Por fim, o professor de Direito da Universidade Positivo e da FAE, Rodrigo Soares Santos, especialista em psicologia e perito técnico, concluiu o debate reforçando: “Estamos falando de uma instituição que ainda não é rígida, não há tanto discurso na relação ‘quem aliena’ e ‘quem é alienado’. Não é só pai e mãe, às vezes uma família inteira pode alienar a criança, por isso a lei da alienação parental fez questão de incluir os avós, por exemplo, pois tal alienação pode ser por um conjunto de pessoas”. O discurso da alienação parental é importante para o debate da estrutura familiar e o interesse da sociedade. A mesa redonda levantou e apresentou questões importantes: as novas leis precisam se reiterar de problemas sociais, atualizando a legislação a fim de ter uma estrutura judiciária que proteja, no caso as crianças, do ato agressivo de pais e parentes, visto o caso da alienação parental que existe desde sempre, mas não havia leis vigentes que ordenem sobre tal fato.
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GERAL
Cresce o número de mulheres praticantes de esportes radicais Nos últimos dez anos houve um aumento na participação feminina de aproximadamente 15% nas modalidades esportivas radicais Amanda Carolina Cordeiro
Em Curitiba, existem aproximadamente 900 mil mulheres, segundo dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Dentre elas, conforme informações do CuritibAtiva, órgão da Prefeitura de Curitiba, 54% dessas mulheres fazem atividades físicas casualmente, como caminhadas e corridas, e 17,4% delas praticam regularmente atividades esportivas. Deste percentual, cerca de 27 mil mulheres praticam esportes radicais. Traçando o perfil das mulheres radicais, pouco mais da metade delas tem entre 15 e 25 anos, com renda familiar estimulada em torno de três salários míninos. Os esportes radicais mais exercitados são as caminhadas e corridas em trilhas, o skate (e loongboard), o ciclismo, o bungee jump e o surf. Em comparação à Pesquisa de Esporte de Municípios realizada pelo IBGE, em dez anos houve aumento de cerca de 15% da participação feminina nos esportes radicais na capital paranaense. A socióloga Sandra Maria Mattar, especializada em comportamento contemporâneo feminino e professora de Sociologia pela PUCPR, atribui esse crescimento feminino nas atividades como o resultado da ascensão da mulher na sociedade de forma geral. “A partir do momento em que as mulheres entraram no mercado de trabalho, o comportamento delas também mudou em outros aspectos sociais. A prática de esportes, que historicamente era algo masculino, agora tem participação feminina, como forma de promover igualdade sexual”, explica.
A organização dos skatistas curitibanas “As Praça” comentou que, apesar do crescimento feminino no esporte, elas sofrem preconceito e não são estimuladas pelo governo ou por patrocinadores como os homens, em comparação a outros estados como Santa Catarina e Rio de Janeiro. Um exemplo é da surfista profissional, nascida e criada em Curitiba, Gabriela Soranzo que atualmente mora no Rio de Janeiro. “Quando estava no Paraná, consegui apenas patrocínios pequenos, tenho várias amigas curitibanas que também são surfistas que se mudaram em busca de melhores oportunidades.”
Jessyca Mahylla em um salto de bungee jump; ela afirma que não perde a feminidade apesar de praticar esportes radicais > Foto: Arquivo Pessoal
ques já não são mais o suficiente, caso da modelo Jessyca Mahylla, que já saltou de bungee jump nove vezes e duas de paraquedas. Além disso, a modelo também pratica escalada há mais de dois anos. “Estava desmotivada de ir apenas para a academia, então resolvi me aventurar em escaladas de paredão”, conta.
“O esporte é uma forma de promover a igualdade.”
Esportes radicais Os esportes radicais são alternativas para quem não quer apenas praticar as modalidades tradicionais. E para as mulheres a academia e as corridas nos par-
O instrutor de bungge jump Deniel Rocha, que promove saltos na região metropolitana de Curitiba , diz que prefere as esportistas. “Elas são mais organizadas e atentas às coordenações e dicas que eu passo”, ressalta o instrutor. Segundo a agência de ecoturismo Aventura Curitiba, as mulheres procuram principalmente as trilhas a pé, pois são uma forma de testar a resistência física, além de contemplar a natureza. Skatistas No último Go Skate Day CWB, estimase que aproximadamente 35% dos esportistas eram mulheres, segundo um
dos organizadores do evento, Sonner Machado. A tatuadora Rose Hamatato anda de skate como lazer há mais de dez anos. “Quem anda de skate me trata bem, mas tem gente que não pratica o esporte e duvida da minha capacidade de fazer manobras”, conta. O skatista curitibano profissional Pedro Medula tem sua opinião: “O skate é um esporte democrático, as competições femininas vêm apresentando melhoras significativas nos últimos anos, principalmente no loongboard”. O loongboard é um skate de corrida, e tem como características o chap (prancha) mais largo. A estudante Karina Albano, comenta: “Prefiro o long porque acho mais seguro; apesar de ele atingir uma velocidade maior, proporciona maior equilíbrio, o que torna mais fácil para andar, acho que é por isso que muitas meninas preferem o longboard também”.
A Secretaria do Esporte e Lazer de Curitiba promove, desde 2008, o primeiro evento esportivo exclusivo para mulheres, os Jogos Femininos de Curitiba. Promovidos pela Prefeitura, os jogos têm como objetivo atrair atletas amadoras de toda a cidade e região metropolitana para competir em provas de natação, futebol de campo, futsal, handebol, voleibol, bolão e basquete. No entanto, nenhum esporte radical se encontra no cronograma dos jogos. A equipe do Lona tentou entrar em contato com o Departamento do Incentivo ao Esporte e Promoção Social, mas não obteve êxito.
Isadora Campos e Barbara Ramos no Caminho do Itupava. As trilhas são muito procuradas entre as mulheres. > Foto: Arquivo Pessoal
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COLUNISTAS
Draft
Igor Castro
Habemus brasileiro na NFL! Demorou mas chegou, teremos um jogador brasileiro na NFL. O kicker Cairo Santos foi efetivado titular em sua posição no time do Kansas City Chiefs, a conquista não foi fácil. Cairo estava na Universidade de Tulane e neste ano foi draftado pelos Chiefs que buscavam um jogador de calibre na posição. Não é por acaso que o kicker brasileiro foi considerado em 2012 o melhor jogador em sua posição, quando acertou os 21 field goals que tentou, destes 12 eram de mais de 40 jardas, e dois de 50 jardas ou mais.
Sua entrada na NFL não foi nada fácil: Cairo teve que passar por vários testes e nada melhor do que os jogos de prétemporada para isso. Suas atuações foram crescendo ao longo dos jogos, e o jogador lutou quase que diariamente para permanecer no Chiefs: seu concorrente principal era o atual kicker dos Kansas, Ryan Succop. Após os testes, dos 75 jogadores que haviam sido recrutados, só sobraram 53, dentre eles Cairo Santos. Contudo, o brasileiro derrubou seu rival Ryan
Succop não apenas com qualidade, mas também pelo salário (um calouro recebe cerda de US$500 mil dólares ao ano, equivalente a 1,1 milhões de reais). Valor quase cinco vezes menor do que de Ryan Succop, que recebia US$9,4 milhões de dólares, R$21,3 milhões por ano. Além disso, o Kansas City Chiefs está com seu orçamento salarial quase estourando o teto da NFL e tendo apenas US$ 4,3 milhões de dólares (R$ 9,8 milhões) em caixa. Antes de Cairo Santos outro brasileiro conseguiu disputar os jogos de prétemporada, mas não teve o mesmo sucesso de Santos. Maykon Bonani de 25 anos fez alguns jogos testes pelo Tennessee Titans, porém não conseguiu a vaga na equipe. Vale lembrar que Bonani teve duas oportunidades de entrar na NFL, as duas pelos Titans. Cairo que tem apenas 22 anos fará sua estreia no próximo domingo dia 7 de setembro na temporada regular da NFL. O jogo será justamente contra o Tennessee Titans.
Que notícia boa temos para essa nova temporada da NFL. Enfim teremos um representante de fato brasileiro, nascido aqui mesmo em nosso país. Outro jogador que pode ser “considerado” brasileiro, embora não tenha nascido em terras tupiniquins, é o offensive tackle Breno Giacomini que tem familiares ligados ao Brasil. Giacomini nasceu nos Estados Unidos, diferentemente de Cairo que é de fato filho da terra. No entanto, Giacomini tem poucas chances, embora não nulas, de conquistar um titulo de Super Bowl, o jogo final da temporada da NFL. Giacomini conquistou o título na temporada passada com a camisa do Seattle Seahawks. Agora o americano com laços brasileiros vai disputar a temporada pelo time doNew York Jets. Resta-nos desejar boa sorte a Cairo Santos, para que ele desempenhe o melhor do seu trabalho e que conquiste a confiança dos dirigentes dos Chiefs, e o carisma da torcida (que é o principal objetivo de conquista).
A gente quer também o tal do legado Esse texto pode soar até como um anticlímax, visto que o torneio mundial já passou e a Alemanha já nos levou a taça e a dignidade no desporto bretão. Mas, que ele sirva de lembrete para que no outubro próximo o senhor e a senhora leitores e eleitores lembrem que nós já caímos em conversas eleitorais passadas e por isso estejamos calejados para esse novo pleito. O Brasil “venceu” (digo isso porque apenas o nosso país se candidatou para ser sede desse mundial) a disputa pelo direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 no ano de 2007, ou seja, Inácio Lula da Silva foi quem prometeu que o evento iria modificar o pais, não só pelo turismo que iria atrair durante o torneio, mas também pelas diversas obras nas cidades sedes nos mais variados setores públicos. Nesse período, as promessas viraram desculpas e o tão sonhado “legado da Copa”, só pintará (isso se pintar) em 2018, ou seja, só para a próxima Copa.
Por conta da falta do investimento prometido, a pauta dos protestos populares de junho do ano passado se viraram contra o evento da FIFA. Com direito até a incineração de álbum e figurinhas da Copa, os gritos de “Abaixo Copa pela educação!” entre outros, fizeram a entidade máxima do futebol e o governo brasileiro tomarem uma série de medidas de segurança para resguardar o evento. O ponto principal disso é sempre não se esquecer que os manifestantes (obviamente aqueles que não são acéfalos e sabem que destruição de patrimônio público ou privado é crime e que ele mesmo paga a conta no fim) tem muita razão em seus discursos. Goste ou não de futebol, o evento em geral trouxe pouca coisa de relevante a população brasileira além dos jogos em si (que aliás só uma parcela pequena do povo que pôde desfrutar desse bônus), e o que poderia ter sido um marco para a remodelação da sociedade nacional,
Politicalizando
Jorge de Sousa
virou apenas mais uma festa das elites. O maior problema é o cinismo de muitas das autoridades que sempre ousam taxar de idiotas o povo brasileiro. Dizer que o tempo de se protestar era em 2007 e não agora, é uma das falas mais cretinas e absurdas já existentes. Ora, se naquele período houvessem os protestos, qual seria a lógica, sendo que o tal legado era o “Moisés” que iria elevar nossa sociedade em diversos aspectos? É muito mais fácil desviar a incompetência própria para o quebraquebra das manifestações (mais uma vez digo, realizado por imbecis), do que fazer com que uma boa parcela da
população acredite em mais lorotas da cartolagem brasileira, que são sustentados pela politicagem corrupta que existe em nosso país. Seja no esporte ou na política, o sete a um fica barato perto do que a população brasileira tem que engolir todos os dias. Seja em Dilma, Marina ou Aécio (cito os três porque um deles será presidente e os outros candidatos não tem quaisquer chances de tal feito) que o se voto seja consciente e bem analisado, para que não sejamos pego no contra pé outra vez, vendo a bola estufar as redes em mais um gol contra dos homens de terno de Brasília.
LONA > Edição 921 > Curitiba, 01 de setembro de 2014
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ACONTECEU NESTE DIA
Começa a Segunda Guerra Mundial A guerra mais devastadora dos últimos tempos teve início no dia 1º de setembro de 1939, quando a Polônia foi invadida pela Alemanha nazista e pela Eslováquia, que na época era um estado “fantoche alemão”. Dois dias depois, o Reino Unido e a França declararam guerra à Alemanha. Muitos países que não se envolveram inicialmente acabaram aderindo ao conflito em resposta a eventos como a invasão da União Soviética
pelos alemães e os ataques japoneses contra as forças dos Estados Unidos. A Segunda Guerra durou até 1945, incluindo todas as grandes potências mundiais, organizadas em duas alianças militares opostas: as forças dos Aliados e as forças do Eixo, com a vitória dos Aliados. Foi o maior conflito da história, sendo mobilizados mais de 100 milhões de soldados, e também o mais sangrento, vitimando 70 milhões de pessoas, a maioria civis.
Prisioneiros soviéticos enforcados pelas forças alemãs, em janeiro de 1943 > Foto: Arquivo Wikimedia Commons
#PARTIU Teatro Muito Barulho Por Quase Nada – Clowns de Shakespeare Local: Teatro da Caixa Data: de 04 a 07 de setembro Horário: 20h (quinta a sábado) – 19h (domingo) Ingresso: R$10 (inteira) e R$5 (meia) 1968 (Drama) Local: Teatro Barracão Encena Data: de 05 a 14 de setembro Horário: 20h (sextas e sábados) – 18h (domingos) Ingresso: R$40 (inteira) e R$20 (meia)
Em Cartaz Magia ao Luar Comédia Dramática > 98 min > 12 anos Hélio Oiticica Documentário > 95 min > 14 anos A Oeste do Fim do Mundo Drama > 104 min > 14 anos No Olho do Tornado Ação > 89 min > 12 anos
Exposições Pausa e Movimento (Pintura) Local: Museu Histórico de Campo Largo Data: a partir de 14 de agosto de 2014 Horário: 9h às 17h (segunda a sexta) – 10h às 15h (sábado) Ingresso: Gratuito O Grito do Olhar (Fotografia) Local: Jokers Pub Data: até 27 de setembro de 2009 Horário: 11h30 às 14h30 e das 18h até meia noite Ingresso: Gratuito
Hélio Oiticica em fitas K7 Dirigido e produzido por César Oiticica Filho, sobrinho de Hélio Oiticica, o filme sobre a vida particular e profissional do artista brasileiro está em cartaz, no Espaço Itaú de Cinema. Oiticia era um artista multifacetado: atuou como pintor, escultor, astista plástico e perfomático. Além disso, declarava-se de aspirações anarquistas. O documentário foge das características comuns dos documentários, e traz ao telespectador uma narrativa diferente sobre a história do artista. As gravações foram feitas através de fitas K7 pelo próprio Hélio, e mostram em uma sequência progressiva de acontecimentos alguns recortes de sua própria rotina. As fitas foram encontradas pelo sobrinho do artista, quando esse organizava e produzia uma exposição sobre a vida pessoal e artística do tio.
Cartaz do documentário > Imagem: Divulgação
Brasil e Argentina unidos no cinema O longa metragem “A Oeste do Fim do Mundo”, roteirizado e produzido pelo diretor brasileiro Paulo Nascimento – não tão conhecido e reconhecido no cenário do cinema nacional – está em cartaz na cidade de Curitiba no Espaço Itaú de Cinema. O filme ficará em cartaz em sessões com horários especiais apenas até o dia 03 de setembro. O destaque da produção do longa ficou por conta das gravações nas belas paisagens pró-
ximas às Cordilheiras dos Andes, no oeste da Argentina. O filme conta a história de um homem que vivia solitário nessa região, Leon. Sua única atividade era cuidar de seu posto de gasolina, pouco frequentado por habitantes e turistas. A chegada de uma mulher chamada Ana na localidade vira a vida do protagonista pelo avesso. Não só a dele, como a dela também. Perdidos no caminho entre a Argentina e o Chile, Ana e Leon vão expôr seus dramas pessoais ao telespectador.