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Ano XV > Edição 926 > Curitiba, 09 de setembro de 2014
Evento durou quatro dias e contou com a presença de Beto Richa, Gleisi Hoffmann, Roberto Requião, Bernando Pilotto, Ogier Buchi, Geonísio Marinho e Tulio Bandeira
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EDITORIAL “O novo desafio é tirar ‘selfies’ sem maquiagem e sem nenhum filtro para melhorar a qualidade da imagem.” p. 2
Foto: Fernanda Umlauf
OPINIÃO
Artesã indígena vence mais de quatro horas de viagem para vir a Curitiba
A viagem que custa R$88 por pessoa é feita toda semana por Natália, que vende seus artefatos na capital, mas mora na aldeia Rio das Cobras p. 4
Foto: Ana Justi
Sabatina encerra com saldo positivo para candidatos
“A trágica morte de Eduardo Campos deixou muitas incertezas em relação às eleições.” p. 2
#PARTIU Jorge Mautner, musicista e escritor carioca, ganha homenagem em documentário exibido por congresso. p. 6
COLUNISTAS Luiz Romagnoli “O que é, o que é? É rosa, flutua e canta? Não! Não é uma fada (nem Edward Cullen), mas sim uma caixinha de som! A IFA desse ano mostrou do que os asip. 5 áticos são capazes.” Uliane Tatit e Nicole Braga “É bom lembrar que a década de 90 foi um “resumo” do século XX, então, é claro que muita coisa lembrará outros anos, mas na junção de ideologia e estilo, os 90 tomarão conta de 2015.” p. 5
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EDITORIAL
Sem rótulos nem definições
Após o desafio do “Balde de Gelo”, que buscava arrecadar doações em prol da campanha em combate à doença Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), virar febre em todo o mundo e arrecadar mais de 100 milhões de dólares, segundo os organizadores da campanha, a moda agora é fazer outro tipo de desafio. Difícil quem ainda não viu nas suas redes sociais, seja no facebook ou no instagram ou até mesmo em ambas as páginas, o novo desafio proposto pelas usuárias da internet nessa última semana. A nova moda agora gira em torno especialmente das mulheres, e vem angariando cada vez mais popularidade e desafiantes. O novo desafio proposto é o de tirar selfies, ou seja, um autorretrato da pessoa sem maquiagem e sem nenhum filtro para melhorar a qualidade da imagem, e assim postá-las nas redes sociais. O projeto intitulado de “Stop the Beauty Madness”, traduzido para o português como “Pare com a Loucura de Beleza”, foi criado e lançado pela ativista e escritora norte-americana Robin Rice. O objetivo principal da campanha é fazer com que as mulheres valorizem e explorem mais os seus padrões naturais de beleza. Com todo respeito à iniciativa proposta, ao desafio #nomake e a todas as participantes desse projeto, mas até que ponto chega o bom senso diante do intuito principal da campanha? Será que vale a pena uma mulher, menina, moça, como queiram, tirar dezenas de fotos sem maquiagem, sem cabelo arrumado e sem colocar nenhum filtro na imagem apenas para escolher uma de todas as outras que foram tiradas, só para aceitar um desafio? Se o agrado em usar pouca ou muita maquiagem é preferência de uma garota, por que mudar isso, por que insistir para que as pessoas adotem um estilo de vida que é o seu? Seja com várias camadas de rímel, com base, pó, blush e corretivo, ou se a sua preferência é por não usar nada de maquiagem, lembre-se que o que deve ser preservado é o jeito único de ser de cada indivíduo. Viva da sua maneira, sem priorizar rótulos, definições e alguns desafios!
OPINIÃO
Marinando Ana Paula Severino
A trágica morte de Eduardo Campos deixou muitas incertezas em relação às eleições, podemos considerar que o maior afetado nesse cenário é o candidato do PSDB, Aécio Neves, que, em pesquisa divulgada na sexta-feira, 29, pelo Datafolha, está 19 pontos atrás das candidatas do PT e do PSB, empatadas em 34%. Em 2010, Marina Silva conseguiu quase 20 milhões de votos pelo Partido Verde, ficando em terceiro lugar, com 19,33% dos votos. Esse ano, o que mais impressiona é o aumento exorbitante que a candidata teve, já que, em possível segundo turno, se cogita que vença a atual presidente por 50% a 40%. Entretanto, nem tudo são flores para Marina. Com esse crescimento meteórico, a candidata agora tem que lidar com os ataques vindos de todos os lados, principalmente de quem tem mais a temer: Dilma Rousseff.
e com esse possível segundo turno, os votos de Aécio serão voltados para Marina, que tem aí o seu grande trunfo. O fator sentimental pode fazer grande diferença, também. A morte trágica de uma figura pública causa comoção em todo o país e, nesse caso, contamos com o agravante das regiões. Eduardo Campos saiu de Pernambuco com 80% de aprovação em seu governo, região a qual Marina não consegue grande empatia. Por isso, Aécio agradeceria, se não fosse a imensa força de Dilma, e de suas
diversas Bolsas, na parte mais carente do Brasil. Não será dessa vez que o neto de Tancredo Neves chegará ao Palácio da Alvorada, os brasileiros resolveram o deixar marinando. Marina Silva embaralhou todo o cenário eleitoral de 2014. Apesar das controvérsias em sua chapa e em seu conservacionismo, para muitos a criadora do quase-partido Rede Sustentabilidade traz em sua figura uma esperança para a política. Basta apenas que essa Nova Política, a qual ela tanto se orgulha, não seja baseada no Novo Testamento...
O desejo de renovação que explodiu nas manifestações de junho de 2013 prejudica especialmente Rousseff. Talvez o maior incômodo esteja no Partido dos Trabalhadores, o qual se encontra há 12 anos no poder, por muitos considerado um mal à democracia, já que não sabemos o que um novo governo poderia fazer de diferente, melhorar ali, no lugar de um partido que um dia já cultivou esperanças de um Brasil igualitário e fez muitos jovens se engajarem. A perda de Campos não causa apenas um abalo emocional em todo o Brasil, mas também em todas as estruturas eleitorais. Aécio, provavelmente, herdaria os votos de Eduardo, votos esses dos manifestantes que de forma alguma votariam em Dilma. Agora, seguindo essa mesma lógica Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
Stencil de camiseta feito em 2009 > Ilustração: Egeu Laus
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi e Alessandra Becker Editorial Da Redação
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NOTÍCIAS DO DIA
Candidatos ao governo participam de sabatina na UP Bruno Henrique
pena de morte, e favorável ao aborto e ao combate efetivo da homofobia.
Os principais temas discutidos foram segurança, educação, transporte, saúde, e direito LGBT; não faltaram críticas de vários candidatos à atual gestão, e mesmo à anterior No primeiro dia de sabatina (03), o atual governador do estado, Beto Richa, do PSDB, comentou sobre a rebelião do presídio em Cascavel. O candidato disse que os pedidos dos presos estão sendo atendidos e alegou que a antiga gestão deixou para a atual a “pior situação prisional do país”. Sobre a educação, Richa afirmou que serão contratados 13 mil professores e que também haverá maior investimento em universidades públicas. Sobre a COPEL, Richa disse que se o estado pudesse usar a própria energia produzida, teria a energia mais barata do mundo, e atacou o governo federal. O segundo candidato a participar da sabatina foi Túlio Bandeira, do PTC, que pretende “enxugar a máquina pública”, ou seja, parar de gastar com áreas que considera pouco produtivas e de custo equivalente. Quanto à saúde, o candidato pretende acabar com as filas nos postos de saúde e hospitais criando o Telemedicina, uma conferência entre médico e paciente, na qual os exames seriam analisados em tempo real por um central médica regional. Para isso, seria utilizado o suporte tecnológico da CELEPAR. A ideia é diminuir a espera por resultados e laudos médicos. Quem deu início ao segundo dia de sabatina foi à ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, do PT. Durante a conversa, Gleisi disse que o Paraná tem altos índices de violência contra a mulher e que pretende criar a “Patrulha Maria da Penha” e a “Casa da Mulher”. A candidata também alegou que muitos dos policiais e delegados do Estado não têm um curso de capacitação adequado. Sobre educação, Gleisi comentou que o estado não aderiu com força ao
E pra finalizar a semana de sabatinas os candidatos Ogier Buchi, do PRP, e Rodrigo Tomazini, do PSTU, mostraram suas metas para o governo. O candidato do PRP declarou ser a favor de privatizar os presídios, mas contrário à privatização da COPEL. Outra meta de Buchi é reduzir o número de secretarias do Estado, de 30 para apenas 4: segurança, desenvolvimento, gestão pública, e qualidade de vida.
A sabatina foi aberta ao público de toda Curitiba > Foto: Ana Justi
PRONATEC do Governo Federal. Em temas mais polêmicos, a petista declarou que é contra o aborto, e que o preconceito é uma intolerância que “deve ser trabalhada com a sociedade”. Geonísio Marinho, do PRTB, deu sequência ao segundo dia de sabatina (04). Já de início afirmou que está consciente do tamanho de seu programa, menor do que os demais, o candidato disse que sua ideia é cumprir todas as metas. Para a educação, Marinho afirma ser um “defensor da velha educação”, e deseja premiar alunos que atingirem 20% a mais do que sua média padrão com uma poupança. Questionado sobre o posicionamento em relação aos direitos LGBT o candidato disse que não é a favor do casamento gay. Sobre o alto valor nos pedágios, Geonísio disse que os outros candidatos não se preocupam com este problema porque andam apenas de avião. Roberto Requião foi quem abriu o 3º dia, e já de início comparou o módulo policial das UPS a “um motel”. Afirmou que no lugar dessas unidade pretende criar uma polícia “verdadeiramente comunitária”. Requião ainda falou sobre o governo de Lerner, anterior ao seu: afirmou que “a COPEL só não foi vendida
Candidatos menores, como Bernardo Pilotto, tiveram tempo igual a grandes nomes > Foto: Ana Justi
porque o Bin Laden destruiu as torres gêmeas”. Sobre os pedágios, o candidato pretende seguir o modelo norte americano, no qual o valor é definido pela dona da concessão, mas permite a existência de uma via pública paralela. Quem fechou a noite foi Bernardo Pilotto, que pretende tomar medidas desmilitarizantes para a polícia. Sobre educação, Pilotto declarou que é preciso reavivar “o tesão do aluno” pela aprendizagem. Pilotto apoia a regulamentação do uso, da venda e daprodução das drogas, já que o problema tornou-se uma questão de segurança e saúde pública para o candidato. Partidário do PSOL, Bernardo é contra a
O candidato do PSTU declarou que é preciso capacitar melhor os profissionais de segurança. Tomazini atacou, ainda, o atual governo declarando que “esse tipo de política só serve para criminalizar a classe pobre”. Falando de saúde, o candidato - que é totalmente contra a privatização do Hospital de Clínicas - disse que esse processo vai prejudicar ainda mais a saúde. Sobre aborto, o candidato defende que a mulher tem o direito de realizá-lo. Outra meta governamental de Tomazini é trazer de volta à vida o Banestado (banco estatal que foi privatizado), que atualmente pertence ao Itaú. A sabatina foi considerada por todos os candidatos muito “produtiva”, uma vez que cada um teve espaço de tempo igual para esclarecer e apresentar suas propostas, independentemente do seu resultado nas pesquisas eleitorais.
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GERAL
Dona Natália: um coração que carrega 45 anos de esperança Natália é mestiça, filha de pai português e mãe indígena. O centro é seu local de trabalho, mas sua moradia não é exatamente lá Catarina Correa e Fernanda Umlauf
Natália Vinso Freitas, 45 anos, tem 5 filhos e mora no Município de Nova Laranjeiras, numa reserva indígena, na aldeia de Rio das Cobras, no interior do Paraná. A mulher de pequeno porte, contém os traços característicos da etnia e vem regularmente a Curitiba. Natália pode ser encontrada encostada numa parede, sentada no chão, fazendo e vendendo seus artesanatos repletos de cores e de formas. Quem a acompanha desta vez é seu neto Ian, de 4 anos. Quando indagada sobre se pretende ficar em Curitiba e trazer os filhos e marido para cá, Natália foi breve e pontual, e sem pensar exclamou: “meu lugar é lá”. Seu marido é índio, e trabalha com pesca e venda, raramente vem junto com a mulher para cá, já que a situação da família indígena não autoriza grandes gastos. A viagem, segundo Natália, é exaustiva e longa, leva em média 4h30. Para não viajar sozinha ela trouxe o neto, que não paga passagem. A viagem custa R$88 por pessoa, tornandose muito cara para a mulher trazer o marido e os filhos.
to, para quando chover não se molhar. O local é o chão próximo a um banco na Rua XV de Novembro, no centro de Curitiba. Os artesanatos são feitos com palha e plumas pintadas, e se não são vendidos retornam para a aldeia para, na semana seguinte, serem colocados à venda novamente. Os preços variam entre 10 e 30 reais. A mulher de 45 anos chama atenção por fazer seus artefatos sem tentar alardear sua situação. Natália aceita doações e durante a realização desta reportagem conta que estava esperando uma mulher levar-lhe roupas, pois, no fim de semana cumpriria sua rotina: retornaria para a aldeia com os lucros. Dona Natália e seus pensamentos > Foto: Catarina Correa
Natália esperava garantir a concessão de passagens para poder voltar no fim de semana para o Munícipio de Nova Laranjeiras, e ficar com o pequeno lucro para si e para a família.
“Meu lugar é lá.”
Com estudo apenas até a quarta série (foi ela quem quis escrever seu sobrenome indígena na folha de anotações), a artesã mudou a situação dos filhos: quem não terminou o terceiro grau está nesse percurso.
Enquanto permanecem na capital, Natá- - Natália Vinso Freitas, artesã lia e o neto dormem indígena que vende seus no FAS (Fundação de artefatos na Rua XV, em Curitiba, Ação Social), lugar mas mora em uma aldeia. onde também fazem suas refeições. Muitos outros, na mesma situação, vivem na fundação O neto Ian, não fala português, apenas também (por exemplo, moradores de a língua indígena tupi-guarani, dialeto rua). Na FAS, há um sistema chamado que ela e os cinco filhos conhecem tão “Casa da Acolhida e do Regresso”, que bem quanto a língua nacional. Natália consiste em uma unidade de atendi- relata que as únicas palavras que Ian mento ao migrante ou itinerante que sabe falar em português é um apelo necessita de albergagem temporária aos transeuntes: “me dá uma moedie/ou concessão de passagens para o nha”, repete o pequeno garoto com as retorno ao município de origem. Além mãos sujas. Segundo Natália, na aldeia desses dois serviços, o sistema tam- onde mora o português é ensinado e bém oferece triagem, cadastro, aten- suas filhas estudavam das 9 horas da dimento social, encaminhamentos e manhã até às 17 horas da tarde. Há orientações sociais caso a situação do apenas um colégio no município, o Colégio Rural Estadual Indígena Rio das solicitante precisar.
Cobras; mantido pelo Estado do Paraná. Além da escola, a aldeia de Natália conta com saneamento básico: têm esgoto, banheiro e a água, que vem diretamente do rio localizado próximo ao local de assentamento. De acordo com o site da Secretária da Educação do Paraná, em 2013 ocorreu no Colégio Estadual uma entrega de documentos pessoais dos alunos (RG e Certidão de Nascimento) feitos através do projeto Justiça no Bairro, no qual - segundo o site, foram feitos a documentação de todos os alunos das instituições da Terra Indígena do Rio das Cobras e também da população em geral que não possuía documentos. Quando questionada sobre a escolha do local aonde vende seu artesanato, Natália hesita e responde que escolheu ficar num ponto mais cober-
Ian é uma criança quieta, mas brincalhona: usa uma caixinha de chicletes como brinquedo. O menino corre e por vezes some da vista da avó, mas sempre volta para perto de Natália. Aos quatro anos, Ian traja uma camiseta do time da capital paulista, São Paulo Futebol Clube. Natália conta que foi sua filha, mãe do menino, quem escolheu e comprou a camiseta, já que ambos são torcedores do time paulista. A mesma filha presenteou a mãe e avó de Ian com uma pequena televisão, de imagem em preto e branco, que fica em sua casa, na aldeia do Rio das Cobras.
Produtos vendidos por Natália > Foto: Fernanda Umlauf
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COLUNISTAS
8Bits
Luiz Romagnoli
Mini OVNI’s O que é, o que é? É rosa, flutua e canta? Não! Não é uma fada (nem Edward Cullen), mas sim uma caixinha de som! A IFA – uma feira de tecnologia que acontece em Berlim – desse ano, mostrou mais uma vez o que os asiáticos são capazes de fazer: uma caixa de som, rosa, que flutua. Ela se parece muito com um OVNI que gira. E, fique tranquilo boys, não tem só na cor rosa. O aparelhinho chamado apenas de “Floating Bluetooth Speaker”, ou altofalante Bluetooth flutuante é fabricado
pela empresa ASWY e tem um sistema super moderno: tem 3W (Watts) de potência, suporta Bluetooth 4.0 e tem autonomia de até cinco horas de bateria. Além de funcionar sem fio, você pode ainda plugar a caixinha com um cabo 3.5mm ou usá-lo como microfone, caso queira a função de viva-voz. Na IFA, elogiaram muito o Floating Bluetooth Speaker, porque ele REALMENTE funciona muito bem e é muito bonitinho. Eita Giovana! “Mas como assim esse troço flutua?”, você deve estar se perguntando. Eu explico.
Bom, praticamente funciona por magnetismo: para manter o alto-falante no ar é necessário liga-lo a uma fonte de energia externa. A base também inclui uma porta USB integrada, assim você não precisa usar um adaptador secundário para carregar o dispositivo (apesar de ser possível). Além disso, por ser um alto-falante portátil, é possível levá-lo para qualquer lugar que você for. A base precisa estar completamente alinhada com o eixo principal do auto-falante. Mas isso é bastante complicado, já que demanda certa força e muito, mas muito jeito. Por que você acha que foram asiáticos que fizeram isso? Nós, reles mortais do Ocidente, não conseguimos reproduzir tal aparato tecnológico. Curioso, que esse não foi o primeiro projeto da ASWY. A empresa tem ainda outros aparelhos, como uma caixa de som feita em alumínio, muito bem acabada, que é resistente à água (IPv5); caixinhas que imitam malas; pequenas torres torcidas e coloridas, que também são bem interessantes. Mas elas não são tão legais quanto a Floating
Bluetooth Speaker! Porque, sabe né? ela flutua. Por magnetismo. É demasiadamente maneiro. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, a caixinha de som flutuantesuper-maneira não sai muito barata não. Porque convenhamos: tecnologia usando esse tipo de magnetismo não dá em árvore. O preço sugerido para o felizardo que quiser adquirir uma caixinha rosa é de US$150, e será lançada em novembro desse ano. Claro que com essa verba você pode comprar uma caixinha muito mais potente, mas sem o mesmo charme. Sabe como é, toda a mágica do magnetismo. Aliás, o som, mesmo em um ambiente com muito ruído, como é o caso da feira, ficou bastante claro. Vendo pelos vídeos espalhados em blogs de tecnologia, esse trocinho funciona muito bem. Conclusão: essa é uma das coisas inúteis mais úteis que eu já vi, e quero todo mundo fazendo vaquinha para me dar de aniversário – que é em novembro. Obrigada. De nada.
O uniforme de setembro É hora de esconder o cartão de crédito e prestar atenção. Setembro, o mês da moda, chegou. Nos primeiros dias, quem se responsabilizará pelas apostas serão, é claro, sites, blogs e as grandes revistas; e, a partir das últimas duas semanas, os olhos devem ficar fixados nas passarelas das principais semanas de moda. É claro que, em média, 50% (e com muito esforço) de tudo que será lançado virá ao Brasil. De qualquer jeito, teremos que esperar o SPFW de Outono/Inverno, que será em novembro e deve trazer muita influência estrangeira, principalmente, por causa da tal estação. Mas, antes que todo mundo se confunda, é bom lembrar: setembro é primavera e, em breve, nosso verão está aí, logo, não vamos misturar as coisas. Anos 90 O “futuro da moda” é a década de 90. Depois de uns bons anos, a inspiração vem totalmente da rua e do estilo de vida que a nova geração pretende ter.
Não foi à toa que Anna Wintour apostou em Cara Delevingne como nova top model, ela é a Kate Moss da nossa geração - e não podemos ignorar isso. O que impressiona não é só o fato de ambas dominarem as passarelas e propagandas, mas sim, que as duas tiveram atitudes que mexeram com milhares de jovens. Cara apresenta um novo estilo de vida que lembra muito o de Kate: elegante, despojada, que vive em festas e, principalmente, na mídia. As duas souberam usar os meios de cada época. Se Cara virou ícone, a “culpa” é, sem dúvidas, do Instagram. Além do estilo de vida, os acessórios também parecem “cópias” do passado. A gargantilha (sim, aquela preta de plástico que você usava ao redor do pescoço), chamada também de Tattoo Chocker, voltou a ser usada massivamente no exterior e o Brasil já está na lista, tudo indica que, as mesmas pessoas que usavam a gargantilha na época, usarão agora.
Catwalk
Uliane Tatit e Nicole Braga
Pode até parecer comum, mas de repente a cintura alta e o boyfriend voltaram ao armário de grande parte do público feminino (dica: esses modelos facilitam e muito na perda “visual” de peso). E a regata/blusa cropped? Sim, essa está no mercado há um bom tempo, mas só agora que as consumidoras conseguiram aprender a usar. Os anos 2000 foram confusos, muito da moda foi perdida com o tal criação do estilo de vida e da dominação da cybermoda (esses termos nos confundem e foram usados errados). Hoje, é quase emocionante ver Beyoncé usando o “look simples” que Cyndi Lauper e Madonna usavam em suas turnês entre o final
da década de 80 e início de 90; e um alívio esquecer das roupas usadas por Britney Spears e Christina Aguilera, no começo dos anos 2000. A sandália gladiadora é um outro exemplo, e até o Chuck Taylor, que foi eternizado principalmente entre os anos 80 e 90, são as grandes promessas do mercado. É bom lembrar que essa década foi um “resumo” do século XX, então, é claro que muita coisa lembrará outros anos, mas na junção de ideologia e estilo, os 90 tomarão conta de 2015. Talvez tudo isso seja apenas desespero, uma crise de identidade ou mera falta de criatividade.
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ACONTECEU NESTE DIA
Morre o baixista Champignon, do Charlie Brown Luiz Carlos Leão Duarte Junior, conhecido pelo nome artístico de Champignon, foi encontrado morto, na madrugada de 9 de setembro de 2013, aos 35 anos. Ele foi o baixista da banda Charlie Brown Jr por 13 anos, a qual fez grande sucesso no cenário da nova geração do rock nacional. O baixista supostamente cometeu suicídio com uma pistola 38. Sua esposa, após ouvir o disparo, encontrou o corpo do
músico caído ao chão, com ferimento do lado direito da cabeça. Ela entrou em estado de choque, e os vizinhos, ao ouvirem os gritos, chamaram a polícia. Uma equipe do SAMU chegou a ser acionada ao local, e o caso ainda segue sendo investigado pela 89º Delegacia de Polícia local. Champignon morreu seis meses após Chorão, seu companheiro na banda Charlie Brown Jr, ter morrido de overdose, e quatro meses depois de outro amigo cometer suicídio.
Champignon durante show do Charlie Brown Jr, em 2012 > Foto: Divulgação
#PARTIU Em Cartaz Hércules Ação > 98 min > 14 anos Se Eu Ficar Drama > 107 min > 12 anos Um Amor em Paris Comédia Dramática > 98 min > 14 anos Anjos da Lei 2 Ação > 112 min > 12 anos
Exibições de Filmes Os Xeretas Local: Cine Guarani Data: até 01 de novembro Horário: 16h Ingresso: gratuito Jorge Mautner, o filho do Holocausto Local: Cinemateca de Curitiba Data: 09 de setembro Horário: 18h30 e 20h Ingresso: gratuito
Exposição Brasil, Passado e Futuro Mostra que revisita os principais acontecimentos do país desde o Brasil Colônia propõe pensar o futuro das terras tupiniquins. Produzida pela Cultura Invest, a exposição reúne fotografias, vídeo-entrevistas, maspas e infográficos sbore as muitas facetas da nação brasileira. Local: Memorial de Curitiba Data: até 04 de janeiro de 2015 Horário: de terça a sexta das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábado, domingo e feriado das 9h às 15h Ingresso: gratuito
Congresso apresenta documentário sobre Mautner O XV Congresso da Associação Lationoamericana de Estudos Germanísticos (ALEG) traz documentário em sua programação cultural Com direção de Pedro Bial e Heitor D’Alincourt, grandes nomes da música como Gilberto Gil, Caetano Veloso e o próprio Jorge Mautner participam do documentário “Jorge Mautner, o filho do Holocausto”, que faz parte da programação cultural do XV Congresso da ALEG, realizado em Curitiba. O filme conta a tragetória pessoal e profissional de Mautner, compositor e cantor brasileiro, que também se arriscou um pela literatura. Carioca, o artista é filho de refugiados europeus - a mãe era iugoslava, e o pai austríaco. Nascido Henrique George Mautner, em 1941, aprendeu a tocar o violino com o padrastro, em São Paulo. Seu primeiro livro, publicado aos 18 anos, começou a ser escrito aos 15. “Deus da chuva e da morte” ganhou o Prêmio Jabuti em 1962, e faz parte da triologia “Mitologia do Kaos”, juntamente com os volumes “Kaos” (de 1964), e “Narciso em tarde cinza” (1966). Ativo durante a ditadura, Mautner exila-se Estados Unidos, e mais tarde na Inglaterra, onde se aproxima de grandes nomes como Caetano Veloso e Gilberto
Mautner em apresentação musical > Foto: Élcio Paraíso
Gil, que reconhecerão o trabalho de Jorge, e firmarão parcerias com o musicista e escritor. O longa retrata sua vida a partir da juventude, e procura exibir em suas cenas toda a complexidade da trajetória multifacetada do artista, que já exibia sinais de ousadia e revolta na tenra infância: expulso do colégio antes de concluir o terceiro ano científico, Jorge adere ao Partido Comunista já em 1962, e se expressa totalmente contra o regime militar no país.