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Ano XV > Edição 928 > Curitiba, 11 de setembro de 2014
Novo seriado da Rede Globo gera polêmica racista EDITORIAL “Para o Paraná Clube, ‘não há nada que não possa piorar’ condiz muito com a atual realidade do time.” p. 2
Foto: Roberty Souza
OPINIÃO
Ricardinho reassume o comando do Paraná Clube para próxima rodada
Com histórico enquanto meio-campista, o ex-jogador assume pela segunda vez o time Tricolor, e busca vencer as adversidades p. 4
“A tão falada nova política remete muito à proposta de governo antiga e já foi apresentada por Tancredo Neves.” p. 2
#PARTIU Vogue’s Fashion Night Out traz celebridades, palestras, workshops e shows para a capital paranaense. p. 6
Foto: Divulgação
Com título sugestivo, “Sexo e as Nêga” de direção de Miguel Falabella seria inspirado no sucesso americano “Sex And The City” e gerou prop.3 testos contrários à sua exibição na Globo COLUNISTAS Luiz Izalberti “A ação dos policiais nas últimas manifestações trouxe ao centro das discussões a polêmica da desmilitarização, desconhecida por muitos. A verdade é p. 5 que o assunto antecede 2013.” Lucas Karas “O Paraná Clube sofreu uma debandada. O técnico Claudinei Oliveira e o zagueiro Gustavo foram para o Furacão e o atacante Giancarlo, para o rival paranaense Coritiba.” p. 5
LONA > Edição 928 > Curitiba, 11 de setembro de 2014
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EDITORIAL
Não há nada tão ruim...
A autoria é desconhecida, mas o provérbio “Não há nada tão ruim que não possa piorar”, existe e não é à toa. Para o Paraná Clube o provérbio não só condiz com a atual realidade, mas também explica a extrema má fase que o time vem enfrentando fora dos gramados nestas duas últimas semanas. Na quarta–feira, dia 03, a diretoria e os jogadores foram todos pegos de surpresa pelo anúncio da saída do técnico Claudinei Oliveira. O excomandante comunicou o seu desligamento da equipe para assumir a comissão técnica de outro clube da cidade de Curitiba, o Atlético Paranaense. Claudinei Oliveira era considerado pelo Paraná Clube o técnico ideal para o comando da equipe, teve da direção o aval para montar o time com o elenco de jogadores que desejasse. Teve a oportunidade de pedir reforços e trabalhar com os jogadores da categoria de base, mas também teve de lidar com os constantes atrasos de salários.
OPINIÃO
A falta de força de Marina Silva Sarah Graçano
A tão falada nova política remete muito à proposta de governo antiga e já foi apresentada por Tancredo Neves, na primeira eleição presidencial após a ditadura. Tancredo não pertencia a nenhum polo político nacional, defendia a política de governar com os melhores de cada lado para garantir as melhores ideias, assim como Marina. Ao contrário da candidata do PSB, ele era visivelmente capaz de fazer isso. O então candidato tinha uma posição política forte e conseguia equilibrar os extremos, diferente da candidata atual, que é facilmente influenciada por ocasiões e interesses alheios. Uma personagem sem posicionamento. É importante lembrar que fazer uma nova política não significa não ter um plano de governo. Marina garante que “procura homens de bem”, mas
ainda não respondeu quem são as pessoas que dividirão o governo com ela, nem as propostas de governo que mudarão o país. Tudo o que sabemos sobre o governo de Marina é que teremos o fim da polarização. Marina é um poço de contradições: ficou em terceiro lugar nas eleições de 2010 em seu próprio estado, pelo qual era senadora (se fosse boa o suficiente para governar o país, seu trabalho teria sido reconhecido); mudou de ideologia partidária diversas vezes, aliando-se a partidos opostos; é uma ambientalista casada com o dono de uma grande madeireira, que negou sua posição contrária ao novo código florestal; desfez alianças lançadas por Eduardo Campos, dividindo sua própria chapa e mostrando-se uma figura de liderança fraca. Uma mulher que não consegue manter sua própria equipe de cam-
panha organizada, jamais conseguirá governar bem um país como o Brasil, que problemas e precisa de soluções. Crenças religiosas ganham votos, mas não resolvem. Marina vai contra princípios do estado laico e coloca em risco o direito de igualdade dos brasileiros. No lugar de apresentar propostas, a candidata fala de princípios pessoais. É trágico imaginar uma mulher como Marina Silva na presidência da república. É necessário eleger um governante que lidere uma mudança genuína, alguém que assuma a paternidade do Brasil. Marina não se entende com suas próprias convicções e não é capaz de organizar sua chapa. É fácil observar que não é ela a força política que o Brasil precisa para mudar. Na verdade, ela parece ser a melhor opção se os brasileiros quiserem afundar ainda mais o seu país.
Mas não foi só Claudinei Oliveira que trocou o Paraná Clube pelo Atlético Paranaense, o zagueiro Gustavo Schiavolin um dos líderes da equipe paranista desse ano, também anunciou o seu desligamento do clube, e logo deve assinar contrato como o mais novo reforço do rubro negro. Além do técnico e do zagueiro, o clube também perdeu o atacante Giancarlo Moro, mas dessa vez não foi para o Atlético Paranaense e sim para o Coritiba. O jogador anunciou a sua saída e confirmou a negociação com o alviverde. Para suprir a falta das principais percas, o Paraná Clube anunciou que o penta campeão mundial e ídolo da torcida tricolor Ricardinho, seria pela segunda vez o técnico escolhido para dar sequência aos trabalhos na equipe. Enquanto os salários e os direitos de imagem dos atletas continuarem atrasando, o Paraná Clube não terá condições de se firmar em qualquer campeonato. Os jogadores do clube sempre estarão aptos e esperando chances de jogar em outras equipes que paguem os seus salários em dia. Jogar por amor ao clube ficou num passado bem distante, o que leva a jogar agora é apenas o lado financeiro.
Marina Silva e Eduardo Campos, em 2013 > Foto: José Cruz (Agência Brasil)
Expediente
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Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Bruna Karas Editorial Da Redação
Curitiba, 11 de setembro de 2014 > Edição 928 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Nova série da Rede Globo gera protestos contra racismo Inspirado em seriado americano, Miguel Falabella estreia sua nova produção na próxima terça-feira Bruna Karas
A nova minissérie da Rede Globo, “O Sexo e As Nêga”, prevista para estrear na próxima terça-feira (16), têm gerado protestos nas redes sociais. Criada em maio deste ano, a página no Facebook “Boicote Nacional ao programa ‘Sexo e as negas’ da Rede Globo” já conta com quase 11 mil curtidas. A página explica: “nosso objetivo é criar uma mobilização nacional contra o programa da rede globo ‘Sexo e as negas’ e refletir sobre a representação da mulher negra na tv”. Mulheres negras de vários lugares e faixas etárias têm contribuído com a campanha enviando fotos com a hashtag “Sexo e as Nêga não me representa”.
so por injúria racial, e foi demitida do emprego em uma empresa que presta serviços à Policlínica da Brigada Militar. Na última segunda-feira (8), a Polícia Militar de Londrina foi chamada para investigar um caso de racismo por mensagens de celular, enviadas pelo aplicativo WhatsApp. A estudante de direito da Faculdade Arthur Thomas, Celiana Lúcia, denunciou os colegas e apresentou cópias das mensagens que fazem piadas com a cor da estudante.
O programa, do ator e diretor Miguel Falabella, é inspirado no seriado americano “Sex and The City” (Sexo e a Cidade, em português), produzido pela HBO e veiculado entre 1998 e 2004. A série foi sucesso nos EUA e se espalhou pelo mundo, mas não continha referências às diferenças raciais.
Segundo Celiana, as mensagens trazem fotos da vítima e comentários como “é o pé da Celiana? Com meia ou sem?”, em referência à cor negra. Os comentários se estendem até às roupas da estudante: “nem em favela se vestem desse jeito”. Em entrevista à RPC TV, Celiana declara que não deixará a situação impune. “Nós estamos no quarto ano de Direito, eles conhecem a lei. É muito humilhante.” Foi aberto um boletim de ocorrência pelo crime de injúria racial e os alunos envolvidos serão chamados para depor.
Para a doutora em sociologia, Maria Tarcisa Silva Bega, os protestos são extremamente válidos. “Além do estereótipo de ligar a mulher ao sexo, o nome traz também o claro preconceito racial”, declara a professora. Em entrevista coletiva do programa na Central Globo de Produção na última segundafeira (8), Falabella ironizou a situação, afirmando que “este país precisa mesmo de protestos!”. “Não vemos programas com o nome ‘O Sexo e os Homens Brancos’”, contesta a socióloga.
Em abril, outro caso de racismo ganhou repercussão: o jornalista e apresentador do SBT de Maringá, Lourival Santos, ofendeu o jogador do Londrina, Maicon Silva. Na final do campeonato paranaense entre Maringá e Londrina, o apresentador xingou o jogador de “macaco” após o time londrinense fazer um gol. A Rede Massa, afiliada do SBT, publicou uma nota oficial repudiando o caso e informando que o jornalista foi afastado de suas atividades na TV Tibagi de Maringá.
Nos últimos meses, vários casos de racismo têm gerado revolta na internet. No dia 29 de agosto, no jogo entre Grêmio e Santos, pela Copa do Brasil, o goleiro gremista Aranha foi ofendido pela torcida com adjetivos racistas. Uma torcedora de 23 anos do Grêmio foi flagrada em vídeo gritando a palavra “macaco”. Ela responderá um proces-
A professora interpreta que as recentes manifestações de racismo estão ficando mais frequentes porque um grupo que antes era oprimido, agora está quebrando barreiras. “Assim como a torcedora do Grêmio, as pessoas têm consciência que estão sendo racistas, pois acreditam que este seja um traço constitutivo da sociedade.”
Torcedora do Grêmio que chamou Aranha de “macaco” responde por injúria racista > Foto: Arquivo 101 Great Goals
Racismo e a legislação brasileira Racismo é crime previsto no Código Penal Brasileiro, e na lei antirracismo de 1989, ambas prevem de um a três anos de detenção Há duas situações criminosas diferentes relacionadas ao racismo. Uma delas é o crime de injúria motivada por “elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”, descrita no § 3º, artigo 140, do Código Penal Brasileiro. A outra é a “lei antirracismo” de número 7716/89, que integra os “crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. As duas determinam pena de 1 a 3 anos de reclusão mais multa. O Ministério Público do Paraná instituiu, em 2012, o Núcleo de Promoção de Igualdade Étnico-Racial do MP-PR (Nupier). O órgão tem como objetivo desenvolver ações que promovam a igualdade étnico-racial e que protejam os direitos de indivíduos afetados por discriminação e demais formas de intolerância. Para a coordenadora do Nupier, Mariana Bazzo, o Núcleo tem grande
importância para o Paraná porque o estado não contava com um órgão especializado neste assunto. “Nós atuamos junto às promotorias para garantir todos os procedimentos legais, para instruir os policiais sobre o correto preenchimento de documentos e atuamos na garantia do cumprimento da lei que institui o ensino afro-brasileiro nas escolas.” A Ordem dos Advogados do Brasil instalou, na última quinta-feira (4), a Comissão de Igualdade Racial e Gênero, que será presidida pelo advogado Mesael Caetano dos Santos. O objetivo da comissão é ajudar na luta contra o racismo, promover a igualdade e, também, abrir espaço na OAB para jovens advogados negros. O Departamento de Direitos Humanos e Cidadania do estado do Paraná também conta com um Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, que visa combater o preconceito e a discriminação e garantir os direitos da população negra.
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GERAL
“Muito melhor do que há dois anos” Ricardo Luís Pozzi Rodrigues, 38 anos, ou simplesmente Ricardinho, faz sua segunda passagem como treinador pelo Paraná Clube Roberty Souza
Scolari para substituir o volante Emerson. Durante o mundial o então meia corinthiano disputou três partidas, e comemorou a conquista do pentacampeonato.
Após dois anos, Ricardinho volta a ser treinador do Paraná Clube. Com a saída de Claudinei Oliveira para o Atlético Parananense, o clube resolveu o problema com uma solução “caseira” O time foi treinado de forma interina pelo auxiliar técnico, Luciano Gusso que, comandou o clube durante a derrota, na última segunda-feira, para o Joinville por 3x0.
Ainda muito ativo, Ricardinho jogou também por outros times: primeiro o Sâo Paulo, no qual fez apenas duas temporadas; depois, em 2004, transferiu-se para a Inglaterra, atuar pelo Middlesbrough. Nas terras da rainha fcou por alguns meses; em seu retorno ao Brasil, defendeu o Santos, pelo qual conquistou o Brasileirão (2004). Entre idas e vindas ao exterior, jogou pelo Besiktas, da Turquia; e pelo Al-Rayyan, do Qatar; por fim, pelo Atlético Mineiro, quinto time nacional defendido pelo meio-campista, contanto ainda o Bahia.
Durante o jogo, houve rumores de que o clube estava acertando a vaga com um treinador que já havia treinado o clube em outra oportunidade. O nome de Ricardinho acabou ganhando força, já que o técnico teve uma passagem com treinador em 2012, no Paraná. Ricardinho foi apresentado de forma oficial ontem pela manhã. Juntamente com ele, estava o presidente do clube, Rubens Bohlen, e o superintendente de futebol, Celso Bittencourt. Com passagens por times como o Avaí e o Ceará, o novo treinador sente-se, agora, muito mais preparado do que durante a sua primeira passagem pelo clube. “Estudei e me preparei para a profissão em todos os aspectos, hoje estou melhor que há dois anos, como estarei melhor daqui cinco, dez anos”, comenta o treinador.
Ricardinho diz que voltou melhor do que dois anos atrás > Foto: Roberty Souza
Coritiba até o final da temporada. Gian vai por empréstimo e o Paraná irá receber uma compensação financeira pela transferência. Apesar dos problemas, a reestreia de Ricardinho já está marcada. Será sábado, dia 13, às 16h10, na nova casa: a Vila Capanema. O jogo será contra o Santa Cruz - PE. O Paraná Clube vem de derrota da última rodada, na qual perdeu para o Joinvile por 3x0. É atualmente o décimo quarto colocado somando um total de 26 pontos, apenas 6 a mais que o primeiro time na zona de rebaixamento para a Série C, o Bragantino que tem 20 pontos.
“Estudei e me preparei para a profissão em todos os aspectos.”
No entanto, o novo técnico terá grandes problemas em seu retorno. Além dos problemas de atrasos salariais, a zaga e terá que buscar reforços já que Gustavo rescindiu o seu contrato e deve acertar com o Atlético Parananense, cujo treinador é o seu ex-comandante de Paraná Clube, Claudinei Oliveira. Outro jogador que está muito próximo de deixar o Tricolor é o atacante Giancarlo, que deve defender o
Engatinhando como treinador Nascido no estado de São Paulo, em 1976, Ricardo Luís foi meio-campista e chegou a atuar pela Seleção Brasileira, aposentou-se como jogador em 2012. Dentro das quatro linhas, a categoria de Ricardinho era incontestável. Habilidoso com a perna esquerda, suas habilidades
foram descobertas nos anos 90, no time de base do Paraná Clube. No entanto, foi apenas na tempora de 1995 que chegou ao time profissional, no qual permaneceu por dois anos. Disputou 38 partidas e marcou apenas dois gols. Fez parte da equipe que conquistou os títulos paranaenses de 1995, 1996 e 1997. Em 1998, foi contratado pelo Corinthians, formando par no meio campo com Marcelinho Carioca. Permaneceu por quatro anos no clube paulista e conquistou sete títulos importantes: campeão de clubes da FIFA em 2000, dois títulos Brasileiros (1998 e 1999), uma Copa do Brasil (2002), um Torneio Rio-São Paulo (2002) e dois Campeonatos Paulistas (1999 e 2001). Jogou um total de 289 partidas, nas quais marcou 67 gols. Em 2002, às vésperas da Copa do Mundo na Coreia do Sul e no Japão, foi convocado por Luiz Felipe
Como treinador atuou no Paraná Clube, Ceará, Avaí e novamente pelo Paraná Clube. Com o tricolor foram 49 jogos com 24 vitórias, 12 empates e 13 derrotas, aproveitamento de 57,1%. No Ceara foram apenas 13 jogos. 5 vitórias, 2 empates e 6 derrotas. 43,58% de aproveitamento. E no seu último trabalho, o Avaí-SC foram 19 jogos com 8 vitorias, 3 empates com mais 8 derrotas, seu aproveitamento foi superior aos 47%. Seu único título foi o Campeonato Paranaense da segunda Divisão, no ano de 2012.
Superintentede de futebol do Paraná Clube, Celso Bittencourt, falou sobre o contato do treinador > Foto: Roberty Souza
Curitiba, 11 de setembro de 2014 > Edição 928 > LONA
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COLUNISTAS
Facepalm
Luiz Izalberti
Que polícia nós queremos? Estudar jornalismo vem me proporcionando leituras que fazem com que eu mude várias das minhas opiniões. Recentemente li ‘’O Abusado ’ e ‘’Rota 66’,’ de Caco Barcelos, e há pouco tempo tive que me apresentar para o alistamento militar obrigatório. Fui dispensado, mas tudo isso só contribuiu para que eu fortalecesse uma opinião que já possuía (devido às manifestações do ano passado): a polícia brasileira deve ser desmilitarizada.
dade, propostas e debates a respeito do assunto antecedem 2013.Desde que foi estipulada, na constituição de 1988, a bipolarização da polícia é algo questionado, e desde 2009 propostas de emenda a respeito, como a PEC 102, tramitam no congresso. É importante, porém, fazer algumas perguntas: Que polícia nós queremos? De que forma? Que poder queremos que exerça? Que arma queremos que seja usada? De que forma?
A ação dos policiais nas últimas manifestações trouxe ao centro das discussões essa polêmica desconhecida por muitos. Na ver-
A própria ONU vem propondo que o Brasil desmilitarize sua polícia. A organização ressaltou a importância de garantir que todos
os crimes cometidos sejam investigados de maneira independente, combatendo as impunidades cometidas contra juízes e ativistas de causas nobres. Acredito que, ao fazer essa proposta, a ONU não considere apenas desmilitarizar, mas sim unificar as duas forças policiais. É até difícil pensar que o Estado precise manter duas instituições tão diferentes, com atuações, treinamentos e perfis distintos. A possibilidade interessante dessa unificação, que ocorre em vários países, é a promoção para diferentes áreas. Um policial pode, por exemplo, iniciar sua carreira na área ostensiva, adquirindo experiência de rua para que, após alguns anos de mérito, ele seja promovido à área investigativa e aplique sua experiência prática nas suas apurações. Qual é o problema, então, de unificar a polícia ostensiva (militar) e investigativa (civil)? É difícil definir para o Brasil um inimigo externo específico. O exército nunca convocou aos brasileiros, mas já convocamos o exército para ‘’atuar’’ com os nossos cidadãos inúmeras vezes. Seja por um discurso bélico ou pela imagem de algum marginal ou raficante, um ser mítico tão perigoso
que parece justificar tantas afrontas aos direitos humanos. Na polícia, com tanta gente que pode usar da violência contra o cidadão de forma lícita, é inegável que o que separa a legítima defesa do abuso da força é uma linha muito, muito tênue. Querendo ou não, a polícia é um reflexo da sociedade, ela é humana. Há hierarquia, disciplina, um rigor no treinamento e na maneira com que punições passam a ser um processo de humilhação para a aceitação da subordinação. Como podemos esperar que tais profissionais, submetidos muitas vezes a um treinamento desumano, possam ser comedidos em suas ações e coniventes com a vida de um criminoso? Não é a toa que temos a criminalização da pobreza. Vemos a polícia militar como algo amedrontador, e a civil como corrupta e ineficaz. Talvez assim, por heranças culturais, respeitemos mais a farda do que um policial civil. A polícia, sem dúvida, deve-se fazer respeitar - mas não por medo, e sim por competência e censo de justiça. Nos protestos de classe média, temos bala de borracha. Nos confrontos nos morros, isso é apenas misericórdia.
Debandada O Paraná Clube sofreu uma debandada. O técnico Claudinei Oliveira e o zagueiro Gustavo foram para o Furacão e o atacante Giancarlo, para o Coritiba. Além disso, o jovem lateral esquerdo Breno está sendo negociado por um grupo de empresários e deve pintar no Fluminense. Dos jogadores que saíram ou que podem sair, todos eram titulares absolutos. Claudinei foi um bom técnico, e teve importante papel na recuperação de um clube com dificuldades tanto técnicas quanto financeiras. Pelo menos, está chegando o atacante Anderson Aquino. O jogador que não conseguiu se firmar no Coritiba, deve deslanchar na série B e ser importante para o Tricolor escapar do rebaixamento. O time da Vila Capanema precisa agora, com a ótima escolha de trazer Ricardinho novamente, continuar apresentando o bom futebol das últimas. Mesmo sem o seu melhor zagueiro, mesmo sem o seu melhor atacante.
Coritiba Finalmente, os reforços do Verdão parecem fazer efeito. Hélder, Elber, Rosinei, Joel, Martinuccio. Todos antes questionados, justamente pela torcida, ganharam na quarta o carinho da torcida, na ótima vitória contra a Chapecoense. Mas, um problema antigo voltou a perambular os corredores do Couto Pereira. Em seu Instagram, o atacante Zé Love, que têm demonstrado uma regularidade muito grande no futebol postou uma mensagem em defesa dos colegas. No texto, falava sobre atraso nos salários. Afirmava que falava pelos jogadores que não recebiam um salário tão alto por mês e que não iriam conseguir cumprir compromissos com mais de três meses sem receber. Com a saída da comissão técnica encabeçada por Celso Roth, parecia que a situação financeira do clube se estabilizaria, afinal, eram 500 mil a menos na folha. Contudo, vemos a falta de uma gerência capaz de minimizar isso. Ora, sempre sabemos dos atrasos através
Futebol Cervejeiro
Lucas Karas
dos jogadores. E o número geralmente é três. Quando bate os três meses, os atletas se manifestam. É como se houvesse um pré-acordo para que isso ocorra sempre que se repetir. Furacão Claudinei Oliveira chega para ajeitar a casa. E o zagueiro Gustavo, para ajeitar o quintal. Contratações pontuais e importantíssimas para o Rubro-Negro, que agora deve se arrumar. O time não é ruim e tem a qualidade dos piás da base. Basta agora, com Claudinei no comando e com a experiência de Gustavo na zaga, o Furacão se afastar cada vez mais da área do rebaixamento.
Este é o primeiro objetivo. Chegar aos 45/48 pontos e se livrar do fantasma. E aí, pode-se pensar em voos maiores. Dica de bera A dica de hoje vai para uma cerveja diferente de tudo o que você já experimentou. Da curitibana Way Beer, a Sour me Not acerola é uma cerveja clara e muito, mas muito azeda. Contudo, é saborosa e muito interessante. Por ser bastante ácida, deve ser tomada com calma e parcimônia. A bera é vendida em uma garrafinha de 310ml e possui apenas 3,5%. Consuma ela entre 0 a 4ºC e lembre-se de ir com a cabeça aberta, porque ela vai te surpreender...
LONA > Edição 928 > Curitiba, 11 de setembro de 2014
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ACONTECEU NESTE DIA
É publicada a primeira edição da revista Veja Criada e publicada em 11 de setembro de 1968, pelos jornalistas Roberto Civita e Mino Carta, a Veja é uma revista brasileira de distribuição semanal, sempre às quartas-feiras, que pertence à Editora Abril. Apesar de fundada na ditadura militar como uma revista centro esquerdista, a partir dos anos 90 ela passou a ter ideias vinculadas ao liberalismo econômico e às políticas de direita. Entre os temas abordados estão questões
de cunho político, econômico e cultural. Mesmo não sendo o foco da revista, assuntos como tecnologia, ciência, ecologia e religião aparecem em alguns exemplares. Eventualmente são publicadas edições que tratam de assuntos regionais como a Veja SP, Veja Rio, Veja Brasília e Veja BH. Com uma tiragem que ultrapassa um milhão de cópias, sendo a maioria de assinantes, a Veja possui a maior circulação do país.
Primeira edição da Veja > Foto: Arquivo Pessoal
#PARTIU Teatro
Vogue’s FNO traz celebridades para Curitiba
Atman Local: Teatro Novelas Curitibanas Data: 11 de setembro a 12 de outubro Horário: 20h Ingresso: gratuito
Evento fashion conta com palestras, exposições, shows e workshops para o público curitibano durante todo o dia de hoje
As aventuras de Tito e seu cãozinho Local:Teatro dos Bonecos Dr. Botica Data: 13 e 14 de setembro Horário: 11h30, 15h e 17h Ingresso: R$15 (inteira) e R$7,50 (meia)
Shows Paula Toller no Vogue’s Fashion Night Out Local: Shopping Mueller Data: 11 de setembro Horário: 21h Ingresso: aberto ao público Antíteses - Des amores Local: Auditório Antônio Carlos Kraide (Portão Cultural) Data: 11/09/2014 Horário: 20h Ingresso: R$10
Em Cartaz 3 Dias Para Matar Drama > 117 min > 14 anos Anjos da Lei 2 Comédia > 112 min > 14 anos Se Eu Ficar Drama > 107 min > 12 anos Hércules Ação > 98 min > 12 anos
A revista Vogue traz para o Brasil a quinta edição do Vogue’s Fashion Night Out, um evento de moda que acontece em 19 países de quatro diferentes continentes. No Brasil, somente quatro capitais recebem o FNO: Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e Vitória. Na capital paranaense, o evento acontece no Shopping Mueller, das 10h às 24h. O evento traz experts da equipe Vogue que selecionam os melhores looks das novas coleções de seus parceiros com a tag ‘Vogue Indica’. Há, também, palestras sobre tendências, sobre história da moda e sobre os bastidores da revista. Além de shows, exposições e coquetéis para os clientes. Na capital paranaense, o evento começa às 10h e traz DJs da Radiola Records e finger foods. A exposição “As capas emblemáticas da Vogue” fica aberta para visitação durante todo o dia e, às 11h, haverá o workshop “As capas emblemáticas da Vogue”, com Giovanni Frasson, um dos diretores de moda da revista. Às 15h, o ator Guilherme Leicam estará no local para uma sessão de fotos e às
O ator Guilherme Leicam participará de sessão de fotos com os fãs > Foto: Divulgação
16h, uma blitz de moda acontece nos corredores do shopping com a fashionista Paola de Orleans e Bragança e o fotógrafo Tinko Czetwertynski. O evento termina com a presença da blogueira Bruna Vieira (Depois dos 15), às 18h, e um show da cantora Paula Toller às 21h. Depois de Curitiba, o FNO segue para São Paulo no dia 16 de setembro e encerra a tour brasileira em Vitória, no dia 9 de outubro.