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Ano XV > Edição 939 > Curitiba, 29 de setembro de 2014
Foto: Arquivo Futebol Amador PR
Liga amadora permite que jogadores realizem sonhos Com o sonho de jogar profissionalmente, jogadores que não chegaram às grandes competições profissionais ganham espaço com o p. 4 futebol amador em Curitiba EDITORIAL “O que se nota no discurso dos presidenciáveis é tão somente o clássico o’ sujo falando do mal lavado.’” p. 2
Foto: Talissa Kojuman
OPINIÃO
Semana de Comunicação integrou Jornalismo e Publicidade e Propaganda
Estudantes de ambos os cursos compareceram em peso à palestra de Álvaro Borba sobre o uso das redes sociais pela Prefeitura de Curitiba p. 3
“Friends não é apenas sobre amizade, é sobre aprender com os erros, amadurecer, formar uma família.“ p. 2
#PARTIU Maratonista curitibano que percorreu o mundo todo pelo esporte lança livro na Livraria Cultura. p. 6
COLUNISTAS Jorge de Sousa “Meus caros é quase chegada a hora. Essa é a última “Politicalizando” antes do primeiro turno das eleições desse ano. Por isso, traçarei um panorama de como anda a disputa por aqui no Paraná.” p. 5 Igor Castro “Um dos maiores jogadores da Major League Beisebol está prestes a se aposentar. O shortstop (jogador interbases) Derek Jeter, aos 40, vai pendurar as luvas e o bastão.” p. 5
LONA > Edição 939 > Curitiba, 29 de setembro de 2014
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EDITORIAL
O sujo e o mal lavado
Os ataques estão sobrando. A troca de farpas é cada vez mais intensa. A defesa ferrenha por cada partido também é grande. É natural que o que mais se espera de um debate político seja a apresentação das propostas de governo que os candidatos aos cargos públicos têm a oferecer aos eleitores. Mas parece que os fatos não estão condizendo com a realidade, ou pelo menos com o que se espera da realidade. Prova disso foi o penúltimo debate político realizado antes das eleições com os candidatos a presidência da República, promovido pela TV Record, no último domingo, dia 28. Como de praxe, as críticas mais afiadas ficaram centralizadas entre os três principais candidatos: a atual presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff; a candidata pelo PSB, Marina Silva; e o candidato pelo PSDB, Aécio Neves. Primeira e segunda colocadas respectivamente nas pesquisas eleitorais realizadas pelos institutos de todo o país, Dilma Rousseff e Marina Silva foram as que mais se alfinetaram no que diz respeito à troca de partidos, posições políticas e ações do atual governo. Terceiro colocado nas pesquisas, Aécio Neves não confrontou a candidata Marina Silva, mas priorizou os ataques a Dilma Rousseff, falando principalmente sobre os escândalos da Petrobrás e também sobre o recente discurso da candidata do PT na ONU. Os telespectadores ainda tiveram a possibilidade de acompanhar declarações cheias de ódio do candidato pelo PRTB, Levy Fidélix, sobre a união homoafetiva. A polêmica resultou de um questionamento da candidata do PSOL, Luciana Genro, ao seu adversário sobre os altos índices que o país está registrando em violência contra o público LGBT. Em suas respostas, Fidélix associou os homossexuais à pedofilia e disse, ainda, que é preciso “enfrentar os gays e mandá-los para longe”. Troca de farpas, partidarismo e discurso homofóbico estão sobrando. Toda a lavação de roupa suja está sendo feita em debates, em público. Poucas propostas e poucos planos são apresentados. O que se nota no discurso dos presidenciáveis é tão somente o clássico e eterno clichê “o sujo falando do mal lavado”.
OPINIÃO
20 anos de Friends Ana Paula Severino
“Não há nada para dizer”. Se você for um fã que, assim como eu, é meio esquisito e já assistiu cada temporada mais de sete vezes, vai saber que essa foi a primeira frase da sitcom, em 22 de setembro de 1994. Entretanto, sobre Friends, há tudo para dizer! Não vou colocá-la como a melhor série de comédia já feita, já que não quero briga com os fãs de Seinfeld, mas uma coisa não se pode negar: os seis amigos do Central Perk têm a melhor abertura de série de todos os tempos. A cena da fonte ao som de I’ll Be There For You, do The Rembrandts, fazem milhares de pessoas baterem palmas sincronizadas até hoje.
escolhe, “nos estávamos dando um tempo” não é desculpa, devemos fazer a dança da vitória sempre que possível, camisinhas funcionam só em 97% dos casos, cantamos melhor quando estamos resfriados e que todos nós temos a nossa lagosta. Marta Kauffman e David Crane conseguiram criar personagens que, além de empáticos, se eternizaram. Chandler, o cara engraçado que ninguém lembra a profissão;
Phoebe, a massagista/cantora “fora da caixinha”; Monica, a chef de cozinha com manias de limpeza; Joey, o ator com sua burrice fofa; Ross, o paleontólogo nerd e Rachel, a patricinha mimada. O final da série, visto por 52,5 milhões de telespectadores, traz fãs às lágrimas não importa quantas vezes seja assistida. A câmera mostrando as seis chaves no balcão do apartamento vazio e depois focando na icônica moldura da porta é de partir o coração.
O grande diferencial do seriado é a união. Em 236 episódios, divididos em 10 temporadas, o elenco permaneceu o mesmo. Parte disso deve-se ao fato de que os atores eram amigos na vida real, os salários eram iguais, chegando, em sua última temporada, a US$1 milhão por episódio. Sem protagonista, todos tinham o mesmo espaço para desenvolver sua história. Exibida de 1994 a 2004, a série ainda é reprisada pelo Warner Channel, e tem boa audiência. Em comemoração aos 20 anos do programa, o querido Central Perk foi recriado em Nova York, com elementos decorativos originais da série, como o sofá laranja, recebendo até a vista do Gunther de vez em quando. Friends não é apenas sobre amizade, é sobre aprender com os erros, amadurecer, formar uma família. Percebe-se o crescimento dos personagens, uma das coisas mais bacanas do seriado que deixou diversas lições de vida para seguir, como: amigos são a família que a gente Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Bruna Karas Editorial Da Redação
Curitiba, 29 de setembro de 2014 > Edição 939 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Palestra sobre mídias digitais da Prefeitura vira bate-papo Beatriz Moreira
O jornalista Álvaro Borba, um dos administradores das redes sociais da Prefeitura de Curitiba, não só lotou a sala do evento como tirou gargalhadas da plateia e falou sobre sua trajetória profissional Na quarta-feira, a Semana da Comunicação recebeu uma das palestras mais descontraídas e aguardadas pelos alunos. O jornalista Álvaro Borba veio apresentar as estratégias utilizadas pela nova proposta de mídias digitais da Prefeitura de Curitiba. No auditório um do Bloco Vermelho, estudantes e professores lotaram o local, ficando até mesmo de pé para assistir ao assessor de mídias digitais do município, que provocou muitas gargalhadas na plateia e também gerou debates e discussões. Metade do público era formada por alunos de Jornalismo, enquanto a outra parte era de alunos de Publicidade e Propaganda. Nenhuma palestra anterior havia agregado tantos estudantes de ambos os cursos em uma única sala. Dividindo sua fala em duas partes, Álvaro primeiro mostrou quais as estra-
Prefeitura de Curitiba e o uso das Redes Sociais, com Álvaro Borba > Foto: Talissa Kojuman
tégias utilizadas pelas páginas da Prefeitura, para depois expliar como uma teoria política de origem alemã ajudou na visibilidade da capivara, mais novo mascote e símbolo da cidade. Segundo a explicação dada pelo jornalista, a melhor maneira de ganhar visibilidade nas mídias sociais, é gerando o que concebe-se chamar de “ressonância”. De forma simplificada, isso sig-
nifica abrir mão de certa formalidade, supostamente fator de legitimidade, e no processo produzir publicações que gerem discussão. Com a polarização entre os usuários, conteúdos espontâneos sobre o assunto são criados e o tema pode ser distruibuído pelas redes e, então, pela mídia. “O ponto ótimo da ressonância cruza com a legitimidade mediana”, explica Borba durante a segunda parte da palestra.
“Ninguém prestaria atenção na mensagem ‘Crianças só no banco de trás’ se não tivesse essa foto da mamãe capivara carregando o bebê capivara nas costas”, comenta. Para Borba, é a quebra de uma estática legítima que gera o movimento. Hoje, as mídias digitais da Prefeitura são conhecidas mundialmente por conta de seu uso da cultura pop para transmitir mensagens pertinentes à instituição. Não é a toa que a “Prefs”, como é conhecida a página do município no Facebook, lançou uma campanha de doação de sangue graças a uma brincadeira entre mídias digitais com a Prefeitura do Rio de Janeiro. O “Casamento Vermelho” como ficou conhecido, possui uma lista de presentes que incluem iniciativas da sociedade civil e do empresariado para melhorar a cidade. Segundo Álvaro, essa é uma tentativa de dar significado maior às brincadeiras, e transformá-las em iniciativas positivas. No entanto, questionado sobre a resposta preparada pelo jornalista Rogério Galindo, que lista promessas eleitorais não cumpridas feitas pela atual gestão, o assessor apenas respondeu: “Acredito que o Galindo está fazendo o que é pago para fazer. Eu faria o mesmo no lugar dele”.
Jornalistas falam sobre a Copa 2014 Beatriz Moreira
Palestra encerrou a Semana de Comunicação > Foto: Talissa Kojuman
“A melhor maneira de não assistir à Copa é cobrir a Copa”, afirma o jornalista Leonardo Mendes Jr., da Gazeta do Povo. Além do repórter, o tema “A Cobertura da Copa do Mundo” trouxe para a mesa Lycio Vellozo, autor do livro “O mundo das Copas”. Os convidados falaram um pouco sobre a cobertura jornalística durante o evento. A Copa do Mundo FIFA® teve sua segunda edição no Brasil em 2014 e, de acordo com o Governo Federal, deixou legados para o povo brasileiro. Foram 12 cidades que sediaram o evento, 10 das quais tiveram seus estádios construídos ou renovados, além de obras de infraestrutura nos municípios e estados.
Foram investimentos em portos, aeroportos e mobilidade urbana, recursos que vieram do PAC 2 – Programa de Aceleração do Crescimento. De acordo com a reportagem “O não-legado da Copa do Mundo”, da Agência Pública de Jornalismo Investigativo, o mundial teve a seguinte dotação orçamentária: R$ 7,5 bilhões em estádios, R$ 6,5 bi em Mobilidade, R$ 1,7 bi em Aeroportos, R$ 814 milhões no entorno das arenas, R$ 528 em Portos, R$ 422 mi na Segurança, R$ 226 mi no Turismo e R$ 167 mi em Telecomunicações. O recurso é a soma de investimentos diretos da União e empréstimos assumidos pelo Estado em nome da iniciativa privada.
“Curitiba passa a ter shows do tamanho que não tinha”, comemora o jornalista da Gazeta. Mas ele também critica: “Não tem desculpas pelos atrasos”. Ainda de acordo com a matéria da Pública, 24 obras de infra-estrutura que foram prometidas sequer saíram do papel. Como as obras são contabilizadas em aporte de recurso, não se pode comparar em números absolutos, mas dados do Governo Federal apontam que 82% das obras ficaram prontas a tempo. Lycio Ribas rebate: “Não adianta não dizer que não foi derramamento de dinheiro público porque foi”. Ele é reverberado por Leonardo: “Estamos no Brasil, terra do político de cartola”.
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GERAL
Futebol amador alimenta sonhos não realizados Jogar campeonatos amadores é opção para satisfazer o sonho frustrado de quem desejou um dia ser jogador de futebol profissional Marco Oliveira
Muitos meninos sonham em se tornar jogadores de futebol. Ser aquele grande camisa 10 de um time e ter o nome ovacionado pela torcida. Mas a verdade é que nem todos conseguem realizar esse desejo, e, depois de adultos, uma das saídas encontradas para poder satisfazer esse sonho, é jogar nos campeonatos amadores de futebol. O futebol amador não gera milhões como o futebol profissional, e nenhum jogador consegue viver apenas dessa atividade. Mas uma coisa é garantida no campeonato, todos os jogadores dão a vida pelo time. Em Curitiba, o futebol amador está dividido em times de vários bairros da cidade. Comparando os jogadores do futebol amador com os do futebol profissional, parece que muitas vezes quem recebe salários exorbitantes são os jogadores amadores. Em uma partida do Campeonato Brasileiro, os atletas às vezes jogam sem raça e sem vontade, enquanto isso, no amador, a vontade de vencer um jogo chega a ser maior do que uma final de Libertadores.
2014, que ainda está sendo disputada pelos times. Histórias marcantes Golinho de Cerveja - Arion foi escalado para jogar de atacante no campeonato de 2012, e por esse motivo o jogador protagonizou uma cena muito engraçada, segundo ele próprio. “Era uma das primeiras partidas do campeonato, não lembro bem contra quem que era, nosso time só tomava pressão, a bola só ficava com o time adversário, e eu como era atacante ficava parado lá na frente, até que teve uns 3 escanteios para eles, eu aproveitei e fui no alambrado, tomei um gole de cerveja do meu amigo e voltei correndo para o gramado”, conta dando risada. O futebol amador tem as mesmas regras que o profissional > Foto: Arquivo Futebol Amador PR
cou para trás e que não pôde se realizar. Arion Michalski sonhava em ser jogador pelo Coritiba, time para o qual torce desde criança. Hoje, trabalha como porteiro em um condomínio de Curitiba, e joga os campeonatos amadores pelo time do São Francisco. “Eu era moleque ainda, mas ia brincar no campinho e ficava me imaginando no meio do Maracanã, marcando um gol na final da Copa do Mundo”, lembra Arion.
“Ficava me imaginando no meio do Maracanã.”
Prova disso, foi uma final de campeonato amador em Curitiba, os times que se enfrentavam eram rivais e o jogo foi muito mais tenso e truncado que qualquer Atletiba da história. “Parecia que aquele jogo era uma grande luta livre, eu tomei umas três cotoveladas no rosto, e um monte de pisadas no calcanhar”, conta Eduardo Vargas, zagueiro de um dos times.
A rotina de um jogador amador não tem muitas vantagens com viagens e premiações extraordinárias como a dos profissionais. O essencial mesmo é jogar um bom futebol, ser guerreiro e persistente. Benefícios não tem nenhum, a não ser o de alimentar um sonho que fi-
Outro que não conseguiu realizar o sonho de adolescente foi Sandro Pereira, hoje ele tem 38 anos, e atua como colocador de piso. Somente nas horas de lazer é que atua como goleiro do Rodhia, um dos times do futebol amador de Curitiba. Assim como muitos outros, também teve seu sonho frustrado quando por necessidade começou a trabalhar muito cedo, e viu a chance de poder ser um jogador profissional cada vez mais longe da sua realidade. “Meu maior sonho com certeza era ter virado um jogador de futebol, ouvir a torcida gritar o meu nome, ver um es-
tádio lotado e quem sabe ao invés do Galvão Bueno ter narrado ‘sai que é tua Taffarel’, ele ter narrado ‘sai que é tua Sandro’”, fala cabisbaixo.
Pânico no jogo – O jogo estava rolando, as divididas eram cada vez mais fortes entre os jogadores, o árbitro da partida tinha dificuldades para acalmar os ânimos dentro de campo. Até que uma hora o jogo “explodiu”. No final do segundo tempo o bandeirinha não marcou impedimento em um lance que ocasionou o gol do time adversário, e acabou provocando a ira da torcida. “Alguns invadiram para querer tirar satisfações, os jogadores adversários estavam todos irritados. Mesmo as ameaças não sendo diretamente para nós, o pânico e o medo foram bastante”, conta o goleiro Sandro.
Futebol Amador O futebol amador começou a ser organizado em Curitiba pela Federação Paranaense de Futebol há 67 anos, e junta os principais times dos bairros da cidade para disputar a competição. As regras do jogo são as mesmas que a do futebol profissional. Os estádios não são como os torcedores estão acostumados a ver pela televisão, são arquibancadas pequenas, às vezes até mesmo sem cadeiras. Já a torcida é formada em sua maioria por familiares e amigos dos jogadores, mas isso não tira o mérito e a emoção dos jogos. Apenas nesse ano, já aconteceram dois campeonatos amadores: a 51ª Taça Paraná e a Copa de Futebol Amador de Técnicos e jogadores não recebem salário, mas têm garra > Foto: Arquivo Futebol Amador PR
Curitiba, 29 de setembro de 2014 > Edição 939 > LONA
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COLUNISTAS
Politicalizando Jorge de Sousa
Reta final Meus caros é quase chegada a hora. Essa é a última “Politicalizando” antes do primeiro turno das eleições desse ano. Por isso, traçarei um panorama de como anda a disputa pelo Palácio Iguaçu aqui no Paraná. No ringue se encaram Beto Richa e Roberto Requião, sendo que este luta para sobreviver até o próximo round. As últimas pesquisas eleitoreiras mostraram boas chances da eleição acabar ainda no primeiro turno em favor do atual governador, embora sempre vale-se lembrar da última eleição para a
Prefeitura de Curitiba houve o grande erro em colocar Gustavo Fruet como fora do segundo turno, sendo que no final ele acabou sendo eleito prefeito. Então, todo cuidado é pouco para você meu caro eleitor, que deve sempre votar pela sua consciência e não pelos dados eleitorais. Voltando ao panorama eleitoral, o que é certo até o momento é a falha na estratégia de Requião de retirar votos de Beto Richa. O que parecia ser tão fácil no começo da corrida eleitoral, agora mostra que Requião precisará mais do que o nome para vencer
essa disputa. Já para Richa, vale a velha máxima da cautela e canja de galinha. Afinal, o menor ruído de escândalo será tratado como ouro pelo PMDB. Já pode-se colocar inclusive os apoios dos candidatos derrotados na primeira etapa do jogo, para os “sobeviventes”. Sendo que Gleisi Hoffmann é a candidata que mais agrega votos e ela certamente se aliará a Requião, cabe a Richa conseguir apoio de alguns “nanicos” para aumentar sua propaganda eleitoral (Geonísio Marinho, Tulio Bandeira e Ogier Bucchi são bons nomes para essa estratégia). Mas, sempre vale bater na tecla que mesmo com os votos de Gleisi se transferindo diretamente para Requião (o que é um exercício difícil de colocar total certeza), Beto Richa ainda estaria na dianteira da disputa eleitoral. Por isso volto a colocar a importância para o PMDB em se “roubar” votos do atual mandato tucano. Como fazer isso? Coloco alguns pontos a seguir. Primeiro Requião deve realmente mostrar suas propostas e não apenas bater no atual governo. Richa nesse aspec-
to ganha de longe do ex-governador, já que sempre defende seu mandato (mesmo que em algumas áreas indefensáveis) sem diretamente acusar Requião. Por isso, humildade deve ser a lei para ele. A minha segunda dica é mais fácil ainda de se aplicar. Usar a situação da Copel e da Sanepar a seu favor. A candidata Gleisi Hoffmann usou essa falha de Richa muito mais do que Requião, e no segundo turno com o apoio dela Requião pode usar esse artifício consigo. Richa já deve pensar em uma situação melhor de defesa para essa situação, pois a desculpa de se colocar a culpa no Governo Federal já esta ficando gasta. Um pouco de atitude e reparação dos órgãos estatais seria melhor do que falas vazias em minha opinião. O resultado meus caros, no próximo domingo saberemos. Sinceramente, penso que um segundo turno faria muito bem para a política estadual, afinal a discussão afunilada com apenas dois candidatos deixa as ideias de ambos muito mais clara, o que facilita a decisão do voto para você meu caro eleitor.
Uma lenda se despede Um dos maiores jogadores da Major League Beisebol está prestes a se aposentar. O shortstop (jogador interbases) Derek Jeter, aos 40, vai pendurar as luvas e o bastão após disputar 20 temporadas da MLB com o New York Yankees. Seu último jogo no Yankee Stadium foi contra o Baltimore Orioles, consagrando-se vitorioso por 6x5. Sua saída da MLB ocorrerá na partida contra o Boston Red Sox, no histórico Fenway Park, onde receberá uma homenagem. Derek Jeter tem várias conquistas, das quais podemos destacar cinco títulos da Word Series, as finais da MLB, e ser o sexto jogador com mais rebatidas de todos os tempos da liga, com mais de 3 mil rebatidas, ficando atrás apenas de Babe Ruth, Joe DiMaggio e Mickey Mantle. Além disso, o jogador teve 14 aparições no All Star Game, o jogo das estrelas, e foi MVP da Word Series do ano 2000 (Prêmio de jogador mais va-
lioso das partidas finais), com cinco luvas de ouros, prêmio que homenageia o melhor jogador de cada temporada. Por fim, é o líder em jogos, rebatidas e bases roubadas da história da MLB. Um staff que não se deve jogar fora. Foi, também, um dos poucos jogadores que saiu limpo de um dos maiores escândalos de doping da MLB. Tornouse um ídolo e um jogador respeitado pela torcida do Yankees por sua raça e determinação dentro de campo. Derek Jeter adquiriu um profissionalismo invejável, sendo uma referência no esporte tecnica e eticamente. Sua história é admirável. Nascido em New Jersey, Derek Jeter nunca imaginava o sucesso que viria a ter. Apesar de sempre ir ap Yankee Stadium com sua avó, Derek não pensava um dia estar dentro de campo, deixando de ser um mero torcedor para se tornar o maior jogador de toda a história da franquia nova yorquina do time de bei-
Draft
Igor Castro
seibol. Mesmo assim, aconteceu. O camisa 2, número usado por Derek Jeter em todos seus anos de MLB, pode ser comparado a jogadores de outros esportes que tiveram uma única camisa ao longo de sua trajetória. Um deles é o goleiro Rogério Ceni, também com 40 anos, que durante sua vida futebolística só vestiu a camisa do São Paulo. O goleiro tem vários recordes em sua carreira, como o maior número de jogos pelo clube e maior goleiro artilheiro do mundo. Histórias como essa são muito raras de acontecer em nosso mundo capitalista atualmente. Ver jogadores vestindo
uma única camisa durante toda sua carreira esportiva é algo fora dos nossos padrões. Hoje vemos muitos jogadores mudando de clube, sempre em busca de mais dinheiro e aquilo que importa para eles - fama. Não há uma preocupação em querer deixar sua própria marcar na história no clube pelo qual ele foi revelado, ou pelo qual tem uma forte identificação. Estamos tendo que conviver com várias situações em que determinado jogador se torna o nosso ídolo, e em pouco tempo ele se despede do seu time e vai para outro sem nenhuma explicação.
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ACONTECEU NESTE DIA
Publicada a primeira tira de Mafalda No dia 29 de setembro de 1964, foi publicado pela primeira vez um cartoon da personagem Mafalda. A puclicação aconteceu no jornal Primera Plana, sugerida pelo editor-chefe da época e amigo do cartunista argentino Quino, Julián Delgado. Com o passar dos anos, outras personagens foram surgindo. Mafalda, cujo nome foi inspirado pela novela Dar la cara, de David Viñas, teve origem em 1962, para um cartoon de publicida-
de do diário Clarín. Entretanto, o jornal rompeu o contrato e a campanha foi cancelada. As tirinhas contam as histórias de uma menina de seis anos de idade preocupada com o mundo, que tem uma visão perspicaz e crítica do estado atual da humanidade, e questiona tudo, principalmente o contexto dos anos 60 em que se encontra. Com uma alta popularidade na América Latina e Europa, na cidade de Buenos Aires, por exemplo, existe uma praça chamada Mafalda.
A personagem Mafalda sentada em um banco da praça em Buenos Aires que a homenageia > Foto: Winnie Affonso
#PARTIU Shows
Maratonista faz lançamento de livro em Curitiba
Roberto Bravo Local: Capela Santa Maria Data: 30 de setembro de 2014 Horário: 19h30 Ingresso: R$30 (inteira) e R$15 (meia)
O atleta curitibano Marcelo Alves lança livro para contar as viagens que fez como maratonista pelo mundo todo
Trio Serra Acima Local: Teatro do Paiol Data: 30 de setembro Horário: 20h Ingresso: R$20 (inteira) e R$10 (meia)
Lançamento Guia de Visitação ao Cemitério Municipal São Francisco de Paula Local: CAIXA Cultural Data: 30 de setembro > Horário: 19h30 Ingresso: Gratuito Extremos Local: Livraria Cultura – Shopping Curitiba Data: 30 de setembro de 2014 Horário: 19h Ingresso: Gratuito
Exposições Romy Pocztaruk Local: SIM Galeria Data: até 31 de outubro Horário: das 10h às 19h (segunda a sexta-feira) e das 10h às 18h (sábados) > Ingresso: Gratuito Inventário Local: Museu Municipal de Arte - MuMa Data: até 01 de fevereiro Horário: das 10h às 19h (terça-feira a domingo) Ingresso: Gratuito
O maratonista brasileiro, Marcelo Alves, lança nesta terça-feira, dia 30 de setembro, a sua obra autoral Extremos, na Livraria Cultura, do Shopping Curitiba, às 19h. O livro faz uma abordagem sobre os momentos mais marcantes das duas principais viagens que o esportista realizou para participar de provas internacionais feitas na Antártica e no Polo Norte. Marcelo Alves é o único brasileiro que já realizou participações nas duas corridas, consideradas até o momento, as mais extremas do mundo. O gosto pela corrida e pela prática de esportes está presente desde quando o maratonista ainda era adolescente e realizava participações em eventos como amador. Profissionalmente começou a correr em 2011, virando tecnicamente atleta três anos depois. No currículo esportivo do curitibano constam diversas participações em provas nacionais e internacionais com altíssimos graus de dificuldade. Dentre elas estão a North Pole Marathon, realizada no Polo Norte e considerada a competição mais fria do mundo, a Ice Marathon, na Antár-
Cartaz do evento > Foto: Divulgação
tida, a Everest Mountain e também a Jungle Marathon, essa feita na Amazônia e apontada pela rede de televisão CNN como a prova com o mais alto nível de dificuldade dentre todas as realizadas mundialmente. No lançamento da obra, Marcelo Alves contará em uma palestra mais detalhes sobre a produção do livro Extremos e também sobre a sua carreira no esporte, além de distribuir autógrafos ao público presente. A entrada para o evento é gratuita.