Lona 951

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

lona.redeteia.com

Ano XV > Edição 951 > Curitiba, 15 de outubro de 2014

MP-PR recomenda uso de nome social em escolas EDITORIAL “Cerca de dois mil imigrantes africanos vivem no estado, a discriminação está aumentando consideravelmente.” p. 2

Foto: Arquivo Marcha das Vadias Curitiba

OPINIÃO

Grupos feministas estão presentes nas maiores universidades

Estudantes se organizam para realizar campanhas de conscientização, debates sobre direito de gênero, diversidade sexual e outros p. 4

“A maioria das pessoas não vive o suficiente para ver o circo duas vezes, estes são tempos exaustivos.“ p. 2

#PARTIU A dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano faz três apresentações na capital paranaense. p. 6

Foto: Adriano Vizoni

Estudantes menores de idade transexuais têm o direito de ter seus nomes sociais utilizados em documentos como provas, chamadas e p.3 listas de divulgação públicas COLUNISTAS Luiza Romagnoli “Normalmente eu não escrevo sobre jogos. Mas o jogo que eu escreverei hoje é melhor que muito FPS (First Player Shooter). Valiant Hearts é um jogo de p. 5 puzzle que ressoa até hoje.” Cleberton Mendes “O campeonato brasileiro só fica bom quando o G4 e Z4 estão competitivos. Quando o líder do campeonato começa a tropeçar, e a zona de rebaixamento muda, a reta final pode ficar p. 5 muito interessante.”


LONA > Edição 951 > Curitiba, 15 de outubro de 2014

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EDITORIAL

Sociedade individualista

O primeiro indivíduo que apresentou um dos principais sintomas do Ebola, a febre alta, e estava com suspeita de ser o primeiro registro de um caso da epidemia no Brasil, realizou recentemente dois exames médicos para saber se havia ou não contraído o vírus, e ambos os resultados foram negativos. O homem estava sob cuidados médicos, desde a semana passada, em uma área de isolamento própria para suspeitos ou portadores do vírus, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Soulyname Bah tem 47 anos, e é um imigrante da Guiné, um dos países africanos que possui um dos maiores índices de registro oficial da epidemia. Antes de chegar em situação de refúgio, Bah passou pelo Marrocos, depois pela Argentina, e só então chegou ao Brasil, onde atualmente reside na cidade de Cascavel, no oeste do Paraná. Talvez, a divulgação dessas simples informações pessoais do imigrante foi um dos principais equívocos feitos pela mídia nacional, no que diz respeito aos cuidados com as informações repassadas à população sobre o vírus Ebola no Brasil. Desde o momento em que foi constatada a suspeita, e a identidade do indíviduo revelada publicamente pela mídia, os imigrantes africanos estão sofrendo forte discriminação, agora não pela cor, mas sim pela nacionalidade que possuem. Atualmente, segundo dados da Polícia Federal, cerca de dois mil imigrantes africanos vivem na região oeste do estado, e os casos envolvendo atos de discriminação e violência sobre eles estão aumentando consideravelmente. A dimensão dos atos levou a Comissão de Igualdade Racial e Gênero da OAB/PR, a divulgar uma nota demonstrando repúdio pelas constantes e lamentáveis situações de discriminação. Situações essas que mostram o quanto a população brasileira ainda é individualista, daquelas que olham apenas “para o próprio umbigo”. Em virtude da epidemia que preocupa o mundo, a sociedade reitera a discriminação ao invés de aprender a coabitar com as diferenças de cada sociedade, seja ela africana, ou não.

OPINIÃO

O homem que aparenta conseguir nocautear um boi Bianca Ogliari

Senhoras e senhores, bem-vindos ao cenário pós-apocalíptico. Bombas e radiação são apenas detalhes do futuro indeterminado que o mundo de dentro dessa lona nos apresenta. Cidades sem país, sem região e sem rota. Lugares que podem não existir mais, quando houver retorno. O uso de flashbacks é a artimanha para se explicar os personagens. Parece fantasia, sonho. Mas, é assim o universo quando estamos em becos sem saída. Algumas coisas na nossa vida vieram do circo, ou que nossa vida pode ser um espetáculo. Algumas coisas somadas á outras se resultam em outras, e assim tornando nossas vidas em uma sequência. E o terror, esse é mais presente em nossas vidas do que a felicidade. Em muitos casos, quando somos “acrobatas”, temos duas saídas: ou o alto, ou o chão.

Recuperando corpos mutilados pela guerra - guerra são todos os dias que somos obrigados a lutar contra e favor das nossas vontades. Quem nunca viveu uma Guerra, não deve saber o que é viver em “reta-guarda”. Mas viver em “reta-guarda” é algo que fazemos muito, e se não fazemos, deveríamos fazer desde já.

tempo. Ganhar asas aqui, na realidade, também leva tempo. A cada cicatriz tem uma história.

Uma cidade que é reconstruída em cima de destroços tem que se manter a base de destroços e a sobrevivência é a destruição sem esperança. Mas qualquer um com coragem e os meios, pode atravessar de oceano a oceano. E conclusões assim são encontradas a cada desvendar desse mundo imensamente circense.

Ninguém no circo é de verdade hoje em dia, e a verdade hoje em dia, na realidade, muitas vezes é comprada. E nós, nós somos o circo que sobrevive sobre alma e sobre ossos.

Cada artista do Circo tem um figurino, e é assim que se substitui a alma que foi roubada pela guerra. O medo é substituído por saber. Até por que, ganhar asas ali, leva

Então, respeitável publico, se você está disposto a mudar a sua forma de olhar as pessoas e as coisas que lhe cercam, seja bem-vindo, se você acredita em choque de realidade, seja bem-vindo.

Para ser humano completo você precisar viver em vagões, o solo deve ser sua base principal de autossuficiência. E o Circo tem a função de esconder as marcas não desejadas do passado. A maioria das pessoas não vive o suficiente para ver o circo duas vezes, estes são tempos exaustivos.

Os homens não são como as máquinas. Um ser repleto de emoção não se deixa levar pela razão, e como já julga a filosofia: a paixão é o problema do homem. Aplaudese a vida, como se ela dependesse disso, sem saber por quê. Se você sempre quis ver o ser humano em uma lente de aumento, você está no lugar certo, quando ele está sem saída. O pânico e a angustia é maior do que a normalidade. Você enxerga o desenrolar da história, você entende o desespero dessa sociedade pós-humanos, que preenche as partes dos corpos com ferramentas, transformando o ser mortal em imortal. Expediente

Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes

Ilustração: Arquivo Pixabay

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Bruna Karas Editorial Da Redação


Curitiba, 15 de outubro de 2014 > Edição 951 > LONA

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NOTÍCIAS DO DIA

Inclusão de nomes sociais é recomendada pelo MP-PR no litoral Escolas do litoral devem adotar nos registros escolares internos o nome social dos estudantes menores de idade transexuais Alice Assunção

O Ministério Público do Paraná (MP -PR) enviou na última quinta-feira, dia 9, uma Recomendação Administrativa (04/2014) para as secretarias de Educação de Antonina e Guaraqueçaba e ao Núcleo de Educação de Paranaguá, no Litoral Paranaense, orientando que as escolas públicas e privadas desses municípios incluam nos registros escolares os nomes sociais dos estudantes transexuais menores de idade. Uma Recomendação Administrativa pode entrar em vigência sem necessidade de votação ou outra autorização. Segundo um release divulgado no site do MP-PR, o pedido foi realizado pelo promotor de Justiça Rafael Carvalho Polli e do promotor substituto Ricardo Scartezini Marques, da 2ª Promotoria de Justiça de Antonina, após serem notificados de que uma escola de ensino fundamental e médio de Antonina estaria adotando medidas discriminatórios contra gays e transexuais, em especial quanto ao uso do nome social. As denúncias chegaram ao MP-PR através de Toni Reis, doutor em Homofobia nas escolas e Diretor Executivo do Grupo Dignidade (Organização não governamental, sem fins lucrativos, pioneiro no estado do Paraná na área da promoção da cidadania LGBT - lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).

fazer é tornar o ambiente mais favorável, debater sobre identidade de gênero, demonstrar que o nosso gênero independe do corpo que nascemos e até mostrar a possibilidade de não aceitar os gêneros que estão postos pra nós, rompendo com o binarismo”.

Estudantes têm o direito de serem chamados pelo nome social > Foto: Wilson Dias (Agência Brasil)

social é essencial, uma questão de dignidade e respeito. Para muitas pessoas o nome contido no Registro Geral (RG) pode machucar, trazer memórias ruins, e mostrar que a pessoa transexual não é reconhecida por quem ela realmente é”. Na recomendação é orientado que o nome social dos estudantes seja inclusos em registros internos, como listas de divulgação pública, carteiras estudantis, provas e chamadas, sendo colocado o nome civil do estudante apenas no histórico escolar e certificado de conclusão de curso.

“Onomeéomínimo; chamarumapessoa transpelonomeé respeitá-la.”

Segundo Toni, tratar uma pessoa sem respeitar seu “sexo psicológico” é um desrespeito à dignidade humana. A identificalção por meio de seu nome social é fundamental para a inclusão, além de evitar o desrespeito, a discriminação e a violência. A transexual Dju Lazaroto de Andrade, 22 anos, estudante de Ciências Sociais na UFPR concorda com Toni Reis: “O reconhecimento do nome

O promotor Rafael Carvalho Polli contou que o caso na escola de Antonina foi resolvido através de um procedimento instaurado pelo MP-PR, que fez o pedido da inclusão de nome social nas escolas do litoral para orientar o debate sobre essa situação, incluindo na grade curricular ações que promova a inclusão social dos transexuais. “Independente da idade, o pedido de ser reconhecido pelo nome social pre-

cisa ser aceito, pois é uma situação que causa constrangimento, e com a inclusão dos nomes sociais nos registros internos evita-se, principalmente, a evasão desses alunos” afirma o promotor. Nas escolas a mudança irá funcionar da seguinte maneira: estudantes menores de 16 anos precisam da autorização dos pais, além de uma análise mais criteriosa com especialistas; já os maiores de 16 anos necessitam apenas da autorização dos pais; e para maiores de 18 basta solicitar a mudança. Para Mariane Sottomaior, 21 anos, estudante de Direito da Universidade Positivo e participante do Grupo Alzira (Grupo que luta pela igualdade de gênero), o direito de ser transexual deve ser respeitado, e todas as pessoas devem escolher como devem ser tratadas. A estudante ainda complementa: “O que a escola pode

Dju Lazaroto conta que tem dificuldades no dia a dia em ser reconhecida pelo seu gênero, principalmente em instituições: “O nome é o mínimo; chamar uma pessoa transexual pelo nome que ela quer é simplesmente respeitá-la. É um detalhe que não muda nada na vida de quem o fala, e tudo na vida de quem o escuta”. Para Mariane Sottomaior melhor que a inclusão do nome social nas escolas seria a aprovação de uma lei de identidade de gênero, que alteraria os registros públicos, assim, a pessoa transexual teria seu gênero respeitado em todos os locais e não apenas nas escolas. Os órgãos dos municípios do litoral têm um prazo de 20 dias para avisar todas as escolas da recomendação alterarando os nomes dos alunos. Rafael Carvalho Polli comenta que a divulgação dessa inclusão está sendo feita para que a medida seja implantada em todo o Paraná. Segundo Toni Reis, o MP-PR já está com um parecer para que o conselho social aceite todos os nomes de transexuais das escolas do Paraná.

Sede do Ministério Público do Estado do Paraná > Foto: Arquivo MP-PR


LONA > Edição 951 > Curitiba, 15 de outubro de 2014

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GERAL

Coletivos feministas nas universidades ganham seguidores Grupos que pretendem discutir os direitos de gênero no ambiente acadêmico estão cada vez mais presentes Bruna Karas

As universidades do Brasil vêm ganhando, nos últimos meses, cada vez mais adeptos dos chamados ‘coletivos feministas’. Os grupos têm como objetivo promover discussões e debates sobre o tema, auxiliar estudantes que tenham sofrido algum tipo de violência/assédio ou discriminação, levar a discussão e propostas de medidas à direção e criar campanhas dentro das universidades. A estudante de direito, Alessandra Calisto, foi uma das criadoras do grupo “Coletivo de Gênero e Diversidade Sexual” da Universidade Positivo. “Eu sempre senti falta dessas discussões no meio acadêmico, na UP esse debate é praticamente inexistente”, conta Alessandra. Ela conta que, num debate sobre feminismo no Facebook, conheceu outra estudante da UP e propôs que o grupo fosse criado. “Nosso campus é repleto de exemplos de preconceitos raciais, sociais, de gênero, sexuais e por aí vai; o coletivo veio como uma maneira de debater essas relações de opressão dentro do ambiente acadêmico”.

haverá uma palestra sobre transexualidade logo que estivermos mais organizados”. Segundo ela, uma palestra com este tema vem para suprir uma carência de debates nesse sentido. “Não se fala em transexuais e eles também devem ser pauta, pois são alvo de imenso preconceito”, finaliza Alessandra.

A própria Universidade Positivo tem um coletivo > Foto: Bruna Teixeira

uma sociedade muito conservadora pode ser impulsionada “para o questionamento necessário do preconceito e da discriminação”. Para Maria Luísa, os grupos de discussão de temas como este dentro das universidades é um ato de cidadania. “Acredito que a universidade é pra ser um lugar que nos forma para a vida também e só a formação profissional não basta; é preciso que nos formemos como cidadãos e seres humanos que respeitam a todos”, afirma.

“A universidade é um lugar que nos forma para a vida também.”

A estudante de Arquitetura e Urbanismo, Maria Luísa, é uma das idealizadoras do coletivo feminista “3 Marias”, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Ela conta que há muito tempo sentia falta desse debate dentro da universidade. “Eu gosto muito do feminismo faz bastante tempo e percebi que eu não queria ser só mais uma dentro da academia”.

A socióloga norte-americana Miriam Adelman, que estuda gênero e teoria feminista, apoia a iniciativa. “Vejo com bons olhos esta proliferação de núcleos de estudos e de ativismo feminista entre os jovens aqui em Curitiba”, declara. Para ela, isso mostra que mesmo

Alessandra Calisto defende que o feminismo é necessário porque ainda há muito o que se conquistar. “Mulheres ainda recebem salários desiguais, ainda são discriminadas se o seu comportamento sair do padrão feminino imposto pela sociedade, ainda são utilizadas como objeto para venda de determinados produtos, ainda não podem fazer escolhas sobre seu próprio corpo, etc.”

A socióloga Miriam Adelman conta que a criação destes grupos no ambiente acadêmico lhe dá “esperanças”, mas que a luta por direitos iguais não será fácil pois “para o reconhecimento de direitos básicos (o direito de decidir, o direito de controle das mulheres sobre seus corpos; o direito de existir, para pessoas LGBTT) ainda temos muito caminho pela frente”. O coletivo “3 Marias”, da PUCPR, tem planos de construir, ainda este mês, uma apostila que sirva de material de apoio. “Pensamos também em fazer intervenções ativas na PUC, como cartazes, atos, protestos, cines-debate, mesas redondas de debate, palestras etc.”, conta a criadora do grupo. O coletivo da UP, por ser ainda muito recente, está começando a se organizar agora. “De início, prometemos que

Kellyana Veloso, estudante de direito e uma das participantes do coletivo feminista da Universidade Positivo, acredita ser essencial que a discussão destes temas aconteça dentro das universidades para “desmistificar algumas questões e para estabelecer que não só a mulher é oprimida com o machismo”. “As questões de gênero e orientação sexual também devem ser debatidas, pois em pleno século XXI não podemos ter um Código Civil que ainda faz menção ao casamento somente entre homem e mulher”, argumenta. O estudante de psicologia, Henrique Leão, defende que a universidade é um espaço perfeito para estes grupos de discussão por abarcar diferentes áreas do conhecimento: “Falando um pouco do que vemos na Psicologia, a faixa etária dos estudantes universitários costuma ser a faixa em que as pessoas mais se sentem à vontade para discutir esse assunto”.

A ideia dos grupos é estudar os temas para promover debates> Foto: Wikimedia Commons


Curitiba, 15 de outubro de 2014 > Edição 951 > LONA

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COLUNISTAS

8Bits

Luiza Romagnoli

Corações Valentes Normalmente eu não escrevo sobre jogos. Mas o jogo que eu escreverei hoje é melhor que muito FPS (First Player Shooter). Valiant Hearts é um jogo de puzzle que ressoa até hoje nos confins do universo gamer. Simples e singelo, o game mostra uma linda narrativa de vários personagens dentro do contexto da Primeira Guerra Mundial. A jogabilidade é em side-scrolling (ou seja, jogos de plataforma tipo o Super Mario, Angry Birds, etc) que permitiu que o game alcançasse um grande público. A novidade é que agora o jogo

será disponibilizado gratuitamente aos donos de iOS. Lembrando que o game já é disponível para usuários de PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 3, Xbox 360 e PC. (High Five!) O software do jogo é 2D e tem animação no estilo de histórias em quadrinhos. Apesar de ser em 2D, o jogo é muito rico em detalhes e em como tudo se mexe. Ele deixa de lado toda a tecnologia nos games da nova geração, mas faz bonito no quesito emoções, o que o torna bem mais artístico e único.

A história gira em torno de quatro diferentes personagens: a enfermeira belga Anna, o americano Freddie, o ‘tiozão’ francês Emile e seu genro, o alemão Karl. Também contamos com a companhia do cãozinho Walt (que é a coisinha mais fofinha já testemunhada pelo universo gamer), grande auxílio dos personagens na resolução de diversos puzzles. Mas o que é puzzle game? É o tipo de jogo que você tem que desvendar pequenos quebra-cabeças para passar de fase, conseguir troféus ou concluir objetivos. O jogador vai acompanhar a história de cada personagem, e se emocionar com seus dramas (sério gente, é muito lindinho e emocionante) e que podem levar a mudanças drásticas no jogo, de acordo com a sua decisão. Tem certa pegada de RPG (Role Playing Game). Todas as histórias se ligam e são unidas pelo Walt (coisinha fofa), que sempre o guia os personagens pelo caminho, seja farejando minas terrestres ou passando por arames farpados. E como eu

disse, é um puzzle game: não é de tiro. Apesar do contexto ser meio pesado. Porque a história de Valiant Hearts segue cronologicamente os eventos da Primeira Guerra Mundial, que teve início em 1914. E o objetivo dos desenvolvedores foi mostrar o lado (des)humano da guerra, e como todas as pessoas sofrem, independente do lado que estavam. Não, não vou dar mais spoilers. Fato interessante: o game é basicamente uma aula de história, que mostra informações sobre o que aconteceu de verdade nos lugares ou situações relativos ao local onde jogador se encontra naquele momento. Valiant Hearts também conta com 119 objetos históricos escondidos, cada um deles contando um pouco mais dos costumes do período – por exemplo, ao encontrar agulhas de crochê você descobre que esse era um hobby muito comum entre os soldados. Sheldon ia ficar orgulhoso sabendo que pode sim misturar conhecimento com diversão. Agora, terminando esse texto, morri de vontade de voltar a jogar e saber como ele termina.

G4 e Z4, título e rebaixamento O campeonato brasileiro só fica bom quando o G4 e Z4 estão competitivos. Com um líder que tinha tudo para conquistar o campeonato com um vantagem grande começa a tropeçar, e a zona de rebaixamento passa a ser dinâmica, a reta final do campeonato nacional pode ficar muito interessante. Desde o começo do ano o G4 e o Z4 pareciam ter seus candidatos a protagonistas definidos. Na parte de cima da tabela os mineiros não estavam nada quietos. O Atlético Mineiro é o último campeão brasileiro da Libertadores, e a equipe do Cruzeiro é o atual campeão nacional. Do Eixo Rio-São Paulo sempre vamos ter alguns times, de paulista temos Corinthians e São Paulo, carioca temos nesse ano apenas o Fluminense. Do sul – para complicar apenas, pois nunca conquistam títulos - a dupla Grêmio e Internacional sempre acabam disputando na parte de cima da tabela.

No segundo bloco, o mais importante, já que rebaixa os clubes, o famoso Z4. Esse é mil vezes mais competitivo que o primeiro. Na parte de cima da tabela o título está quase definido e os quatro primeiro não devem mudar até o fim da temporada. Na zona da “degola” nada parece decidido, cada pontinho conquistado naquela vitória de goleada por 1x0, naquele empate sofrido, ou até mesmo nos tribunais – onde os grandes levam vantagem - pode fazer a diferença. Ai, como queria que o Flamengo continuasse mal e caísse, mas forças ocultas livram esses grandes! Aquelas mesmas forças que livraram o Fluzão – espero viver para ver o dia desse time pagar a sua segunda divisão e voltar com dignidade para a elite do futebol – que em algumas edições anteriores da competição quase pagou com um rebaixamento. Nada contra os cariocas, mas é quase impossível os dois principais clubes do Rio de Janeiro serem justamente rebaixados.

Minuto Final

Cleberton Mendes

No caso do Botafogo e do Vasco, que não tem influência nos bastidores,os times são punidos, caem para segunda divisão e tudo bem. Já com a dupla FLA-FLU, equipes pequenas são condenadas, perdem mando de campo, pontos e jogadores, tudo isso para livra os protegidos do Rio. No ano passado a Portuguesa foi a grande prejudicada para salvar o Flamengo, até o começo do ano ela lutou para tentar mudar a injustiça sofrida, mas apenas depois de inúmeras decisões desfavoráveis conseguiram entender, que na terra do futebol manda e ganha quem tem mais dinheiro.Voltando para parte

de cima, a grande decepção vem sendo o Corinthians. O clube que era cotado como favorito ao título, faz uma campanha muito irregular, o grande mérito é o seu sistema defensivo – o melhor do Brasil desde sua reformulação pós queda para segunda divisão- que acaba garantindo a equipe no escalão superior da tabela do campeonato. O Cruzeiro – para infelicidade de muitos e deixar claro a falta de emoção dos pontos corridos na parte superior – já está com as mãos na taça, e os classificados para a libertadores também estão praticamente definidos. A emoção fica com o Z4, que sem dúvida alguma vai ser decidida na última rodada.


LONA > Edição 951 > Curitiba, 15 de outubro de 2014

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ACONTECEU NESTE DIA

Grupo Os Mutantes estreia para o Brasil A banda brasileira de rock psicodélico Os Mutantes, formada pelo trio Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias, teve sua primeira aparição na televisão no dia 15 de outubro de 1966. A participação foi no programa dominical da TV Record ‘O Pequeno Mundo de Ronnie Von’, comandado pelo próprio Ronnie, uma das estrelas da Jovem Guarda. Bastante influenciado pelos Beatles, o grupo impressionou tanto que foi convidado a fazer par-

te do elenco fixo do programa. Eles também participaram das gravações do LP Ronnie Von - nº 3. Os Mutantes logo se tornaram um dos principais nomes da nova MPB Tropicalista, até oficializarem o fim do grupo em 1978. Na década de 90, a banda teve sua importância reconhecida no cenário do rock nacional e internacional como um dos grupos mais criativos, dinâmicos, radicais e talentosos tanto da era psicodélica, quanto da história da música mundial.

Os mutantes: Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias > Foto: Arquivo America’s South and North

#PARTIU Teatro Wakaba - Yume wo tsunagou Local: Teatro Positivo - Grande Auditório Data: 15 de outubro Horário: 20h Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia) Flores Dispersas - Fragmentos daVida e Obra de Júlia da Costa Local: Miniauditório do Teatro Guaíra Data: 16 de outubro Horário: 21h Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia)

Shows Zezé Di Camargo e Luciano Local: Wood’s Bar Data: 15 de outubro Horário: 22h30 Ingressos: variam entre R$100 e R$400 Luis Otavio Almeida Local: Teatro Regina Vogue Data: 15 de outubro Horário: 20h Ingressos: R$10 (inteira) e R$5 (meia)

Cinema Alternativo Hoje eu quero voltar sozinho Local: Cine Guarani Data: até 15 de outubro Horário: 19h Ingressos: R$ 12 e R$ 6 (meia entrada) Mostra de Cinema Hispânico Local: Cinemateca de Curitiba Data: até 17 de outubro Horário: 19h30 Ingresso: gratuito

Zezé Di Camargo e Luciano se apresentam em Curitiba A dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano vêm à capital paranaense para três apresentações nesta semana. Além da quarta-feira no Wood’s Bar, os artistas se apresentam no Teatro Guaíra na quinta e sexta-feira (16 e 17). No repertório, a dupla traz todos os principais sucessos da carreira que já completa mais de 20 anos. Com 26 discos lançados desde 1991, o show contará com imagens que relembram a trajetória dos irmãos e com músicas como “É o Amor” e “Pão de Mel”. O Wood’s Bar é uma balada especializada em música sertaneja, que existe desde 2005 e que atualmente conta com treze filiais espalhadas pelas regiões sul, sudeste e centro-oeste.

O cantor da dupla, Zezé > Foto: Divulgação

Fundação Cultural homenageia Dia da Hispanidade No dia 12 de outubro é comemorado o Dia da Hispanidade. Em homenagem à data, o Centro Cultural da Espanha e a Fundação Cultural de Curitiba promovem a Mostra de Cinema Hispânico entre os dias 14 e 17 de outubro, sempre às 19h30. Os filmes serão exibidos com áudio original em espanhol e legendas em português. Nomes de peso passarão na tela. Na terça-feira, será exibido o filme “No” (2012), do diretor Pablo Larraín, que foi indicado ao

Oscar de melhor filme estrangeiro em 2013. Na quarta-feira, dia 15, é a vez de “La Teta Asustada” (2009), filme ganhador do Festival de Cinema de Havana e do Urso de Ouro de 2009 que é dirigido por Claudia Llosa. “7 Días em la Habana” (2012) é composto por sete curtas metragens, dirigidos por sete pessoas diferentes e vai passar na quinta, dia 16. Na sexta-feira, dia 17, o filme “Séptimo” (2013) encerra o festival.


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