Lona 956 (23/10/14)

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

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Ano XV > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014

Foto: Arquivo Universidade Positivo

Evento de Marketing Político reúne alunos da UP A Universidade Positivo recebeu os palestrantes Diogo Busse, Victor Hugo Domingues, Lucas Desordi e Victor Hugo Domingues dos Sanp.3 tos para falarem sobre o Maketing na Política EDITORIAL “Os campeonatos nacionais são disputados a ferro e fogo, pelo times e principalmente pelos torcedores.” p. 2

OPINIÃO

Foto: EFE

Sem punição, número de brigas entre torcidas aumenta no país

Confrontos entre torcedores de times de futebol rivais vem sendo cada vez mais comuns durante os campeonatos nacionais p. 4

“O único interesse deles é garantir mais um voto, dando-lhes o cargo de presidente da República.” p. 2

#PARTIU Cantor e compositor de música caipira de raiz, Renato Teixeira, faz quatro apresentações em Curitiba. p. 6

COLUNISTAS Luis Izalberti “Falar ‘Brasil’ e ‘internet lenta’ até parece redundância. Não deveríamos pensar assim, mas é verdade. Qualquer brasileiro com um plano de internet p. 5 móvel ou banda larga reclama.” Priscilla Fontes “Caraca, como é que essa mulher tem coragem de sair para caminhar no parque com a pança caindo para fora da camiseta justinha? Mas também, a doida quer colocar São Paulo den- p. 5 tro de Curitiba... Só podia dar nisso. “


LONA > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014

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EDITORIAL

O fantástico mundo do futebol e da impunidade O Brasil é conhecido internacionalmente como “o país do futebol”, o motivo que deu sentido a esse adjetivo não é bem definido, mas há alguns fatos que podem comprovar a hegemonia desta tão famosa frase. Um dos principais fatos é que apenas o nosso país conseguiu conquistar cinco Copas do Mundo em toda a história. Outro ponto a ser destacado, é que Pelé, considerado o maior jogador de todos os tempos, é brasileiro. Além disso, os jogadores do nosso país são mestres no futebol arte, que por sinal é um dos principais componentes de toda a nossa história futebolística. Outra marca, talvez a mais importante delas seja a união que o esporte proporciona entre os torcedores de diversos clubes. Aqui no Brasil, os campeonatos nacionais são disputados a ferro e fogo, pelos jogadores, pelos clubes, e principalmente pelos torcedores. A histórica rivalidade entre os clubes do futebol brasileiro, quando é sadia e pacífica, chega a ser divertida e interessante, pois cada indivíduo tem a oportunidade de defender seus clubes com garra, unhas e dentes. Em várias vezes, os argumentos são fracos, mas o que importa é a interação, a troca de figurinhas, e lógico as incansáveis e constantes gozações. Mas, o que vem tomando conta do futebol no Brasil, desde os anos 90, são as brigas, as pancadarias, e as frequentes mortes de torcedores envolvidos em confusões nos dias de jogos, principalmente quando esses jogos são clássicos. O caso mais recente foi o do torcedor palmeirense, Leonardo da Mata Santos, que morreu atropelado, segundo a polícia, por um torcedor santista, no último domingo (19), após o “derby” entre os clubes paulistas. Desde o começo deste ano, já foram registradas treze mortes envolvendo indivíduos das torcidas organizadas dos times brasileiros, sejam eles membros ou inocentes que acabaram perdendo a vida devido à rivalidade compulsiva entre as organizações. Em nenhum dos casos os infratores foram punidos, mas por se tratar do “país do futebol”, a informação não surpreende em nada.

OPINIÃO

Ignorância eleitoral: problema ou benção? Matheus Gripp

O despertador toca e você se apronta e vai para o compromisso da manhã. Ao entrar no carro, o instinto natural é ligar o rádio e ouvir uma boa música, afinal, seria impossível sobreviver à rotina diária sem um som de qualidade no começo da manhã. Junto com a falta de motivação, ao sintonizar na estação de preferência, temos que ouvir propaganda política. “Tudo bem”, você pensa, “os candidatos vão dizer as propostas que têm para o país”. Ledo engano. O que se ouve é uma série de acusações das mais variadas possíveis. Ambos utilizam de ataques pessoais a esmo, envolvendo, inclusive, pessoas das famílias. As pesquisas mostram que esta é uma eleição extremamente acirrada, sem nenhuma previsão de vencedor. E parece que o caminho da vitória não é dizer o que cada um vai fazer de bom no governo, e sim apontar os defeitos do oponente. Aliás, esta é possivelmente a eleição com o maior número de baixarias da história do Brasil. As redes sociais não param com notícias sobre o cenário político atual. Soa engraçado, no entanto, o fato de que as pessoas só postam o que lhes é mais conveniente e ignoram a verdade, replicando informações de portais pouco confiáveis e propagando diversas inverdades. Usuários das redes são criticados por uma simples postagem, seja defendendo ou atacando Aécio e/ou Dilma. Pessoas têm perdido amizades de longa data e discutindo com familiares por um motivo que não deveria ser motivo de tanta discórdia e ódio. Expediente

Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes

É importante que estejamos alinhados e atentos com as propostas dos candidatos, afinal, é o futuro do nosso país que está em jogo. No entanto, com esse nível tão baixo de ambos os lados, fica até compreensível entender as pessoas que simplesmente não suportam ouvir o tema “política”. Uma simples opinião pode gerar discórdia e, em alguns casos, uma discussão mais acalorada. Vale mesmo a pena arriscar acabar com um relacionamento por causa de algo que só é levado a sério neste país em alguns momentos?

Não, não vale. Nenhum deles se preocupa se temos nossos problemas no dia a dia, se temos contas a pagar, ou se tudo vai bem conosco e nossas familias. O único interesse deles é garantir mais um voto, dando-lhes o cargo de presidente da República. Até o dia 26 de outubro, quando se realiza o segundo turno das eleições, veremos muitos ataques e muitos militantes fervorosos, ávidos na missão de angariar votos. Tomara que o dia 27 de outubro chegue logo e possamos retomar com a nossa programação normal.

Ilustração; Arquivo Clip Art

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Bruna Karas Editorial Da Redação


Curitiba, 23 de outubro de 2014 > Edição 956 > LONA

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NOTÍCIAS DO DIA

Universidade Positivo realiza mesa redonda sobre política Profissionais de diferentes áreas discutem sobre as propagandas eleitorais e os diversos comportamentos observados durante o período Sulen de Paula

“Marketing Político”: esse foi o tema do evento que ocorreu nesta quarta-feira, no bloco amarelo, da Universidade Positivo. A conversa funcionou como uma mesa redonda mediada pelo Doutor Gildo Baliana. Os profissionais Diogo busse, Victor Hugo Domingues, Lucas Desordi e Victor Hugo Domingues dos Santos discutiram sobre as propagandas eleitorais e os diversos comportamentos observados durante esse período, levantando diferentes pontos de vistas conforme suas respectivas áreas: Política, Direito, Economia e Marketing. “O horário Eleitoral é público e custa dinheiro, sugiro então que os candidatos utilizem o tempo não para falar sobre a vida particular de cada candidato, e sim para apresentar propostas” afirma Victor Hugo Domingues; Advogado, empresário e professor de direito. Segundo o advogado, o Tribunal Eleitoral tem estado em “confronto” entre dizer o que é permitido e o que não é nas propagandas eleitorais, no qual em momentos é a favor de algo e em outros é contra. Victor ainda chama a atenção para refletirmos se, na maioria das vezes, é falado de marketing ou política, há uma necessidade de se ter uma separação entre as duas coisas, mas que no dia a dia acabam se confundindo entre si.

mo governo seguir nessa linha, melhorar bem essa relação entre público e privado eu tenho certeza que o Brasil tem capacidade de voltar à crescer”, aconselha o especialista.

> O evento foi mediado por Gildo Baliana e discutido por Diogo busse, Victor Hugo Domingues, Lucas Desordi e Victor Hugo Domingues dos Santos > Foto: Suelen de Paula

as redes sociais, “São ferramentas que nos permitem divulgar ideias, e também nos permitem ouvir o que as pessoas querem”, conta. Como exemplo, relata a sua experiência, com as propagandas eleitorais de 2012, no qual se mobilizou junto com amigos para fazer uma propaganda eleitoral nesses padrões, sem custos, apenas usando a internet como divulgação. O projeto resultou em vários compartilhamentos, e ao final do processo eleitoral conseguiram 4240 votos.

“É preciso coragem de enfrentar a opinião pública.”

Diogo Busse, Político e atual professor da UFPR, trouxe para a conversa suas ideias de trazer arte e entretenimento para a política, tornando-a mais agradável, o que segundo ele é um fator importante que falta, para gerar mais interesse por parte dos cidadãos pelo assunto. O professor ainda ressaltou que há possibilidade de fazer propagandas eleitorais mais econômicas, usando, ferramentas como

Para o professor de marketing, Victor Hugo Domingues dos Santos, existe uma grande importância em melhorar a monitoração das redes sociais em período eleitoral, pois as ferramentas sempre vão ter a oportunidade de serem utilizadas de uma maneira adequada aos interesses coletivos e também aos interesses privados. Segundo a opinião do professor isso irá depender do direcionamento do candidato, se o mesmo tiver uma orientação ética essas ferramentas irão proporcionar utilizações

éticas, se não, irá proporcionar utilizações não éticas. Tudo depende muito da competência e astúcia dos profissionais envolvidos, por que se houver situações em que os candidatos da oposição utilizam de estratégias que não sejam éticas, eles conseguirão converter essa situação em algo positivo e ético.

Ao finalizar, o mediador Gildo Baliana destaca a importância de ouvir os diferentes pontos de vista, e de estabelecer essa conexão nas ideias apresentadas, pois a política brasileira necessita de mudanças, precisa de reformas para melhorá-la. E cada uma das áreas apresentadas nesse bate papo tem sua devida importância no cenário da política. Para o advogado Victor Hugo Domingues, é importante deixar claro essa “alerta” dos quatro pontos de vista em relação as fórmulas que são apresentadas, mas que no fundo não há nada por trás, que nada mais é do que a profissionalização do marketing na política traz hoje. “Eu acredito que a opinião pública deve sim ser ouvida, mas precisamos de políticos que também tenham coragem de enfrentar a opinião pública e educa-la para entender quando o público precisa ser liderado” diz o professor Victor Hugo Domingues dos Santos, ao ser questionado sobre a importância da junção de todos os pontos de vista para a melhora de vários aspectos da política brasileira como um todo.

Pelo ponto de vista do economista e professor da UP, Lucas Desordi, o país tem que concertar diversas coisas para que a economia melhore. Segundo ele, o Brasil deve encontrar uma nova forma de crescimento, é preciso trabalhar uma melhor relação entre o público e o privado – que tem tido uma participação cada vez maior no setor público. E uma forma de reconfigurar isso, seria aumentando a transparência, melhorando a eficiência, buscando boas parcerias privadas e grandes investimentos – seguros. “Se o próxi- O advogado Victor Hugo Domingues foi quem deu início à noite falando sobre a importância de apresentar apenas propostas nas propagandas eleitorais. > Foto: Suelen de Paula


LONA > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014

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GERAL

Violência no futebol brasileiro aumenta gradativamente Sensação de impunidade motiva torcedores a cometerem atos violentos, e as punições ainda não são efetivas Camilla Oliveira

A morte de Leonardo da Mata Santos, de 21 anos, foi mais um caso de violência protagonizada por integrantes de torcidas organizadas. No último domingo, dia 19, uma briga entre torcedores do Palmeiras e do Santos interditou o tráfego na rodovia Anchieta, em São Paulo. Horas antes do jogo, realizado no Pacaembu, um ônibus que transportava santistas foi surpreendido por um grupo de palmeirenses armados com pedras, facas e rojões. Durante o incidente, Leonardo morreu atropelado por outro torcedor, e além dele, mais quatro pessoas ficaram feridas e seis torcedores foram detidos. No mesmo dia, Curitiba também foi cenário da agressividade das torcidas. Após a partida entre Atlético – PR e Flamengo, disputada na Arena da Baixada, torcedores que carregavam pedras e pedaços de pau, invadiram o supermercado Condor, no bairro Água Verde, assustando os clientes. O estabelecimento ficou fechado por cerca de

30 minutos. Segundo a Polícia Militar, não houve feridos e ninguém foi preso. Segundo o sociólogo Christian Bedretchuk, quando os torcedores estão juntos têm a sensação de anonimato e impunidade, o que os motiva a agir de modo mais agressivo. “É diante da torcida que o indivíduo demonstra sua identidade, manifestando-se e agindo de maneira que não faria isoladamente. Todo o sentimento de impotência e frustração pessoal é diluído no coletivo das arquibancadas”, afirma. Bedretchuk explica, no entanto, que a agressividade das torcidas não é exclusividade dos times brasileiros. Ele comenta que há vários casos de violência entre torcedores de outros países e cita como exemplo os Barras Bravas, na Argentina, os hooligans, na Inglaterra, e o conflito entre russos e poloneses, ocorrido durante a Eurocopa 2012. Punições Além de físicas, as agressões podem ser morais. Manifestações racistas dentro dos estádios são também uma forma de violência e seguem a lógica do falso anonimato, sendo assim as punições podem ser aplicadas. O torcedor é passível de detenção caso cometa, por exemplo, os crimes de lesão corporal ou injúria racial, mas um dos grandes empecilhos a isso, porém, é a identificação dos envolvidos.

Leonardo da Mata Santos morto em confronto entre as torcidas do Santos e Palmeiras > Foto: Divulgação/Facebook

O secretário da torcida organizada Os Fanáticos, Gilmar Alves, declara que os integrantes que desrespeitam as normas da associação são punidos. De acordo com ele, um torcedor que jogou uma bomba durante o clássico Atletiba disputado no dia 4 de outubro foi excluído do quadro de

Brigas entre torcidas têm sido cada vez mais comuns > Foto: Divulgação

sócios. Entretanto, Alves revela que a fiscalização da Polícia Militar não é efetiva. “Falta ação das autoridades quando há situações de confronto. Muitas vezes acontecem brigas em terminais, mas os policiais não agem”, reclama. Mário Celso Cunha, que foi o Coordenador Geral da Copa do Mundo em Curitiba, associa a agressividade das torcidas

“As quadrilhas aproveitam os jogos para praticar a violência”. ao uso de bebidas alcoólicas e drogas e à influência das torcidas organizadas. Ele acrescenta que muitas pessoas mal intencionadas infiltram-se nas torcidas com o objetivo de promover brigas, e afirma: “As quadrilhas de bairros ou facções aproveitam os dias de jogos para praticar a violência. Na maioria das vezes, isso ocorre fora dos estádios”. Cunha explica ainda que as medidas públicas relacionadas à brutalidade nos estádios devem ser mais rígidas. “Câmara Municipal e Assembléia Legislativa já debateram o tema, fizeram

CPI do Futebol e outras ações, mas tudo continua igual. A mudança tem que partir de cima, da casa maior, que é o Congresso Nacional, valendo para todo o Brasil. Somente as leis geradas lá é que poderão resolver esse problema, colocando nos Códigos Penais medidas mais duras”, analisa. Já o Ministério do Esporte afirma que tem trabalhado na criação de medidas mais efetivas contra a brutalidade nos gramados, visando promover a integração social das torcidas e facilitar a interlocução com órgãos públicos e entidades de prática desportiva. “Estão sendo mantidas reuniões com forças de segurança e judiciário para tratar da efetivação do trabalho do Juizado do Torcedor e de delegacias especiais nos estados. Além disso, o Ministério tem realizado seminários regionais com torcedores”, declarou o ME em comunicado. O órgão também destaca a aplicação do Estatuto do Torcedor, criado em maio de 2013. O documento tipifica, oficialmente, os confrontos entre torcedores como crime. Segundo o artigo 41-B do documento, provocar tumulto, ou praticar ou incitar a violência seriam crimes que prevem pena de reclusão de 1 a 2 anos e multa. Além de punir atos violentos, o Estatuto tem como objetivo tornar mais organizado, seguro e justo o futebol brasileiro.


Curitiba, 23 de outubro de 2014 > Edição 956 > LONA

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COLUNISTAS

Facepalm

Luis Izalberti

Lentidão na internet e na burocracia Falar “Brasil” e “internet lenta” até parece redundância. Não deveríamos pensar assim, mas é verdade. Qualquer brasileiro com um plano de internet móvel ou banda larga já teve ou tem reclamações desses serviços. Isso se tiver o privilégio de que sejam utilizáveis. A questão, como a maioria dos problemas do país, é complexa, embora na maior parte seja culpa da privatização. A privatização da telefonia aconteceu, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e concessionou

a área de serviços através de contratos ridiculamente benéficos às empresas privadas. Esses contratos deveriamser revistos após 10 anos, inclusive. A Agência Nacional de Telecomunicações, a ANATEL, também parece alheia à situação. Não há como alegar que a agência coloca o consumidor em 1° lugar quando estipula que as empresas são obrigadas a fornecer apenas 20% da velocidade nos planos. Se você paga uma fortuna por 100 megabytes, não tem direito a reclamar se receber

apenas 20. A situação é tão deplorável que se você recebesse esses 20, provavelmente já estaria feliz. A maioria dos consumidores recebe menos de 20% da velocidade pela qual paga. A situação da internet móvel é pior ainda. Nesse caso o motivo somos nós mesmos e a demanda que causamos. As operadoras não estavam preparadas para o crescimento exponencial da procura por planos de dados. A infraestrutura não acompanhou, e a culpa é da burocracia. A imensa demanda é uma culpada até mesmo para planos fixos, mas é mais culpada ainda se aliada à burocracia brasileira, que trata um consumo do século XXI com eficiência do século XX. No caso da tecnologia móvel, o principal problema é a falta de antenas, mas como governo brasileiro dá autonomia para que cada município possa criar sua legislação a respeito, cria-se uma série de dificuldades. Há tempos uma proposta de lei única está parada no Congresso Nacional.

Nossos estimados representantes democráticos parecem de fato não ter grandes interesses em melhorar as condições da internet - e os que tem não triunfam. Luciana Genro e Marina Silva, as candidatas a presidência que mais falavam em mudanças na questão (embora ainda de forma pouco satisfatória), não garantiram uma vaga no segundo turno. O que nos resta é Aécio Neves e Dilma Rouseff que, ao menos nesse ponto, são sim parecidos. Dilma se destaca um pouco com a sua proposta ‘’banda larga para todos’’ que garante ‘’democratizar ainda mais a internet do Brasil’’, como se já fosse algo democratizado. A proposta também fala em ampliar as redes de fibra ótica, mas não vai muito além nas melhorias estruturais e tampouco se detalha nisso. Aécio, por sua vez, promete expansão do acesso à internet e de sua infraestrutuda com ‘’garantia de acesso dos brasileiros à internet de qualidade e com custo compatível’’. Tudo o que conseguimos obter, de todos os lados, são apenas promessas.

O manual do chato Caraca, como é que essa mulher tem coragem de sair para caminhar no parque com a pança caindo para fora da camiseta justinha? Mas também, a doida quer colocar São Paulo dentro de Curitiba... Só podia dar nisso. Ninguém merece ter que ver uma cena dessas logo cedo! E a outra, então? É enorme e usa essas roupas largas que a deixam maior ainda! Jesus! Olha aquela gorda de biquíni fio dental. Acho que vou criar uma regra de etiqueta: tenha bom senso. Só vista um biquíni se tiver um corpo que agrade a minha visão. Por que você não faz uma progressiva nas madeixas? Ficaria tão bonito liso! Você deveria ondular um pouco seu cabelo escorrido, deixar com um pouco de volume. Nossa, essa aí passa tanta maquiagem pra vir pra aula que tá parecendo um palhaço de circo! Isso é blush ou você levou uma tijolada? Aff, olha a cara de doente da menina. Pelo menos um rímelzinho cairia bem.

Como é que tem coragem de sair de casa assim, parecendo uma anêmica? Ela é gata, mas é rata de academia. Tá ficando tão musculosa que parece um homem. Acho bonito um corpão definido, mas não muito. Mulher que só pensa nisso é vazia demais, não tem conteúdo! Precisa ser informada. Muito magrela também não rola. É impressão minha ou você deu uma inchadinha? Tá precisando perder uns quilos, né? É importante levar uma vida saudável, então pare de comer tanta porcaria. Não, não é questão de beleza, é para cuidar da sua saúde. Credo, você tá magra demais, tá virando anoréxica? Sabe, eu vou te dar um conselho: isso é frescura. É só se esforçar e comer. É bulimia? Quanta paranóia! Você só precisa tentar ser uma pessoa normal! As trancinhas pra disfarçar o cabelo ruim só pioram a situação, Deus me livre! E aquele cabelo black power arma-

Inquietação explícita

Priscilla Fontes

do com uma flor? A moça deve achar que tá arrasando. Não dá pra alisar mesmo? Claro que existe negra bonita, só que tem que se cuidar, se vestir direito. Assim como qualquer mulher branca... Eu não sou preconceituoso, até acho algumas atrizes morenas bonitas! Mas Deus que me livre se for gorda! A fulana é lésbica porque não me conhece! Faltou conhecer um cara como eu pra saber o que é bom. Mulher de verdade tem que saber se portar. Se for fácil demais, é promíscua. Se for difícil demais, ninguém aguenta. Tem que ser parceira, mas não pode fazer coisa de homem. Beber muito, falar alto, ser en-

graçada? Não curto, tem que ser tudo com moderação. Cara, olha o tamanho da saia daquela mina. Dá pra ver até o útero! Aposto que ela tá querendo – se negar fogo, é uma chata! Vamos chegar chegando, vou logo passando a mão. Que nada, esse papo de respeitar e ficar na conversinha é coisa de gay! Elas é que tem que se dar ao respeito, quem se veste assim quer aparecer mesmo. Ela não quis ficar comigo! Quem ela pensa que é? Essa mulherada tá se achando demais. Pensa que vai conseguir alguém melhor? Brother, vamos pegar todas hoje! Partiu baixar um balde de whisky? É que assim elas gamam, você sabe – mulher gosta é de cara rico.


LONA > Edição 956 > Curitiba, 23 de outubro de 2014

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ACONTECEU NESTE DIA

Realizado referendo sobre venda de armas Realizado no Brasil em 23 de outubro de 2005, o referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições não permitiu que o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento entrasse em vigor. A redação do textodizia: “É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei”. A consulta popular foi feita com a seguinte questão:

“O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”. Os eleitores puderam optar pela resposta “sim” ou “não”, ou ainda pelo voto em branco ou nulo. A votação deu a vitória à Frente Parlamentar conservadora pelo direito à legitima defesa (vitória do “não”), com 59.109.265 votos rejeitando a proposta (63,94%), enquanto 33.333.045 foram a favor (36,06%). Os partidos políticos PT e PSDB convergiram, votando pelo “sim”.

Após referendo, a proibição da venda de arma no Brasil foi vetada > Foto: Arquivo AnelGTR

#PARTIU Em Cartaz O Físico Aventura > 119 min > 14 anos Trash – A Esperança Vem do Lixo Drama > 115 min > 14 anos O Homem Mais Procurado Suspense > 122 min > 12 anos Festa No Céu Comédia > 95 min > 10 anos

Shows Renato Teixeira Local: Caixa Cultural Data: de 23 a 26 de outubro Horário: 20h (quinta a sábado) – 19h (domingo) Ingresso: R$20 (inteira) e R$10 (meia) Duo Luz – Ribeiro Local: Capela Santa Maria Espaço Cultural Data: 23 de outubro de 2014 Horário: 20h Ingresso: R$30 (inteira) e R$15 (meia)

Literatura Leituras da Ditadura: Ontem, hoje e amanhãs Local: Teatro SESI Portão Data: 25 de outubro de 2014 Horário: 18h Ingresso: gratuito Cutucando a Inspiração Local: Teatro Universitário de Curitiba – TUC Data: 24 de outubro de 2014 Horário: 19h Ingresso: gratuito

Renato Teixeira se apresenta em Curitiba Cantor e compositor brasileiro de músicas de origem caipira realiza quatro shows na capital paranaense esta semana Um dos maiores ícones da música brasileira está retornando aos palcos curitibanos a partir desta quinta – feira, dia 23. O cantor e compositor paulista, Renato Teixeira se apresenta no teatro da Caixa Cultural, do dia 23 ao dia 26 de outubro. As apresentações de quinta, sexta, e sábado serão realizadas às 20h, e o último show que será feito no domingo, às 19h. Para compor o repertório dos shows vários sucessos muito conhecidos pela população foram escolhidos como “Tocando em Frente”, composta em parceria por Renato Teixeira e Almir Sater durante um jantar, “Frete”, que foi tema de apresentação do seriado Carga Pesada, da emissora Rede Globo, além de “Peguei a Viola”, “Amanheceu”, “Romaria”, entre diversas outras. As apresentações de Renato Teixeira em Curitiba ainda contarão com a presença dos músicos Natan Marques, com os instrumentos guitarra e violão, Marcião Gonçalves, no baixo, e sem falar na participação do filho do experiente cantor, Chico Teixeira, esse assumirá o comando do violão de doze cordas, além de também compartir como vocalista em alguns momentos do show.

O cantor e compositor Renato Teixeira > Foto: Divulgação

Renato Teixeira sempre deixou claro o seu posicionamento musical ao defender insistentemente, e com muito empenho, a composição de canções caracterizadas pela raiz, e também de canções caipiras, por parte dos músicos sertanejos. O músico compôs recentemente a canção “Rapaz Caipira”, na qual critica duramente, entre os versos, a atual fase de identidade consumista imposta nas letras sertanejas de hoje.


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