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Ano XV > Edição 964 > Curitiba, 04 de novembro de 2014
Novembro é o mês de conscientização masculina EDITORIAL “Foram prometidas ao todo mais de 16 mil vagas para a educação infantil durante essa atual gestão.” p. 2
Foto: Guilherme Dea
OPINIÃO
Público adulto é o maior frequentador da Gibiteca de Curitiba
Segundo a coordenadora do local, Maristela Garcia, são os adultos quem mais usufruem do acervo e das oficinas p. 4
“Dizem que exagero quando digo que Breaking Bad é a melhor série da história, mas sustento minha opinião.” p. 2
#PARTIU Banda que teve música regravada pelo Jota Quest, Tianastácia, faz pocket show em Curitiba. p. 6
Foto: Arquivo SGNH
Inspirado no Outubro Rosa, que visa conscientizar sobre o câncer de mama, o Novembro Azul busca alertar para os perigos do câncer de p.3 próstata, que atava os homens COLUNISTAS Uliane Tatit e Nicole Braga “Chegamos a nossa última coluna, confesso que achei que não chegaríamos até aqui. Mas desde já gostaria de agradecer a oportunidade dessa p. 5 aprendizagem. “ Bruno Requena “As canções de Chico Buarque de Hollanda encantam com sua gama de possibilidades. Canções românticas entre homem e mulher, ou até mesmo entre eu-liricos homossexuais. “ p. 5
LONA > Edição 964 > Curitiba, 04 de novembro de 2014
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EDITORIAL
Adaptar mais, construir menos
Durante a acirrada campanha eleitoral de 2012 que levou o candidato Gustavo Fruet, do PDT, a se tornar prefeito da cidade de Curitiba pelos próximos quatro anos, promessas envolvendo melhorias precisas e consistentes na área da educação foram uma das prioridades impostas por ele e toda a sua equipe. Mais precisamente, foram prometidas ao todo mais de 16 mil vagas para a educação infantil durante essa atual gestão, números esses que envolvem a ampliação de escolas desde a creche até o ensino pré-escolar, para crianças com 0 a 5 anos. A principal meta da “era Fruet” é ultrapassar o número de vagas abertas nas gestões anteriores de Beto Richa, do PSDB, e de Luciano Ducci, do PSB, que assumiu o cargo logo após o tucano se ausentar para concorrer às eleições para o cargo de governador do estado do Paraná. Juntos, entre os anos de 2005 e 2012, Richa e Ducci criaram mais de 13 mil vagas escolares para o público infantil, contando com a construção de alguns Centros Municipais de Educação Infantil, os CMEIS. No entanto, o atual prefeito, Gustavo Fruet, não conseguirá terminar os 46 novos CMEIS prometidos por ele no seu plano de metas, pois apenas sete dessas obras estão previstas para serem entregues no início do ano de 2015. Ao invés de construir novos centros educacionais para a cidade, Fruet pretende promover uma adaptação nas escolas de ensinos fundamentais para que estas possam receber crianças com idades entre 4 e 5 anos. Com a iniciativa a prefeitura pretende abrir mais de 8 mil vagas para o ensino infantil, se os resultados se confirmarem a atual gestão dá passos largos para alcançar o plano de metas estipulado para a área da educação. A incógnita que fica é, a medida não abrange crianças entre 0 a 3 anos que necessitam do berçário, e historicamente Curitiba sofre com a excessiva falta de vagas nas creches. Para parte da população que depende dos serviços, talvez fosse mais benéfico que em vez de se preocupar tanto com metas, a gestão se preocupasse mais em atender a demanda dos mais necessitados.
OPINIÃO
O professor que virou um monstro Matheus Gripp
Um professor de química de uma escola americana, em situação financeira complicada, ouve do médico a pior notícia possível naquele momento: ele está com câncer de pulmão e não há o que fazer – a doença é inoperável. Em transe pelo o que tinha acabado de ouvir, acaba se prendendo a uma mancha de mostarda no jaleco do médico. Chega em casa e encontra uma festa surpresa realizada pela sua mulher, grávida, e é obrigado a aturar piadas do seu cunhado, um policial da divisão da narcóticos. Não tem coragem de contar o que havia acontecido. Acompanhando a prisão que o esposo da irmã da sua mulher fez pela televisão, percebe que pode começar a produzir metanfetamina para deixar uma herança financeira aos familiares. A vida de Walter White, a partir daquele momento, nunca mais seria a mesma.
difícil a compreensão quando se começa a partir de um episódio aleatório. A série não é tão espetacular nos primeiros momentos, mas a curiosidade em saber o que acontecerá a seguir prende os espectadores. Não pretendo dar spoilers sobre o seriado, mas costumo dizer que, pra mim, há uma vida antes de Breaking Bad e uma vida depois de Breaking Bad. Walter White, antes um mero professor, se transformou em um verdadeiro monstro, temido por todos.
A vontade, que antes era deixar um legado financeiro, foi sobreposta pelo desejo de ser o maior e o melhor. Dizem que exagero quando digo que Breaking Bad é a melhor série da história, mas sou enfático em sustentar minha opinião. Muitas vezes, o seriado não deixa nada a desejar às grandes produções cinematográficas. Não há na televisão alguém como Walter. Muito mais do que uma história de transformação ou de um vilão, Breaking Bad é uma história de superação – e de êxito.
Quando começou a produção da droga juntamente com seu ex-aluno, o polêmico e explosivo Jesse Pinkman, Walter colocou na cabeça de que só estava fazendo aquilo porque não poderia deixar a mulher à deriva para cuidar de dois filhos. O problema foi que a venda o transformou no maior traficante da região de Albuquerque, Novo México, gerando atritos com chefes do tráfico no local. Decidiu adotar para si o codinome “Heisenberg” e, por uma questão de estilo, passou a desfilar com um chapéu preto. A sinopse de Breaking Bad, por si só, já carrega uma grande expectativa em quem assiste à série pela primeira vez. Com o desenrolar dos episódios, fica difícil parar para fazer qualquer outra coisa. Cativante, o enredo faz com que os capítulos estejam diretamente ligados entre si, tornando Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
Ilustração: Zero Byte
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi, Alessandra Becker e Bruna Karas Editorial Da Redação
Curitiba, 04 de novembro de 2014 > Edição 964 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Movember: o bigode que salva vidas Logo após o Outubro Rosa, ao redor do mundo tem início o Outubro Azul, onde o combate as doenças masculinas ganham os holofotes Vinicius Arthur Santos
“Mudando a cara das doenças masculinas”. Esse é o slogan do Novembro Azul, campanha que surgiu na Austrália em 2003 com o intuito de conscientizar homens em relação ao câncer de próstata. A ideia foi de um grupo de jovens de Adeilaide, que deixaram os bigodes crescerem durante o mês de novembro, para arrecadar fundos para caridade durante o mês de novembro, por isso o nome do movimento: Movember é uma mistura de das palavras moustache(bigode) e november(novembro). O projeto não teve esse mês de promoção escolhido sem motivo: no dia 17 é dia mundial de combate ao câncer de próstata. Desde a fundação da Movember Foundation, em 2004, já foram arrecadados mais de 500 milhões de dólares e, segundo a própria fundação, mais de 800 projetos em 21 países são ajudados anualmente. Hoje o Movember, tal qual o Outubo Rosa, já vai além do combate ao câncer de próstata e se dedica a todas as doenças que venham
a afetar homens ao redor do mundo. As formas de promoção do evento são semelhantes às do Outubro Rosa: são iluminados pontos turíticos, algumas grandes empresas fazem menções a campanha e embaixadores são escolhidos para apresentar esse trabalho ao redor do mundo, como no caso do piloto de Fórmula 1 Jenson Button, que deixou o bigode crescer em 2012. O câncer de próstata continua sendo um dos tipos de câncer mais fatais aos homens, pois o principal tipo de exame preventivo é bastante invasivo e culturalmente sua aceitação é mínima. O exame mais utilizado para a detecção do câncer de próstata ainda é o exame de toque, que sofre preconceito por seu processo. Mesmo que esse receio com exame ainda seja grande, ele ainda é o caminho mais seguro para saber se o homem tem ou não o câncer de próstata, pois os outros tipos de exame, através de ecografia, por exemplo, não deem 100% de certeza de seus resultados. Além desses dois já citados, podem ser feitos outros tipos de exame, como: ultrassonografia transretal, que em muitos casos não detecta o câncer no início, a cintilografia óssea, sendo utilizada para detectar metástases desse tipo de câncer, que muitas vezes aparecem nos ossos da bacia e região pélvica, a tomografia computadorizada, ressonância magnética e a Varredura Prostacint, que funciona de forma muito parecida com a cintilografia óssea, mas também detecta metástases nos gânglios linfáticos e outras regiões não ósseas.
Campanha visa conscientizar sobre câncer de próstrata > Imagem: Arquivo Revifé
A prevenção ao câncer é a maior arma ao seu combate. Segundo dados do INCA, Instituto Nacional
Assim como no Outubro Rosa, monumentos ganham iluminação colorida > Foto: Arquivo Ver Mais Design
do Câncer, o Paraná é o terceiro estado com maior incidência de câncer de próstata, com uma média de 89,30 casos a casa 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul, com 105,70 casos, e do Rio de Janeiro, 103,38 casos. Por outro lado, o Amapá é o estado com menor incidência, com apenas 20,96 casos, o Pará tem apenas 25,09 e o terceiro estado com o menor
“Queremos mudar a cara das doenças masculinas.” número é o Amazonas, com 27,94 casos por 100 mil habitantes. As taxas de mortalidade em relação ao número de casos registrados giram em torno de 20% do total de casos registrados. O estado do Tocantins tem a maior taxa de mortalidade do Brasil, com 18,72 óbitos relacionados ao câncer de próstata, seguido do Acre, 17,78, e Rio de Janeiro,17,19, para cada 100 mil homens. Os estados que menos tem casos de óbitos associados à doença são o Maranhão, com 11,26 óbitos, o Pará, com 11,60 e Alagoas, com 12,48 de mortes a cada 100 mil homens.
Câncer de mama Muitos homens não sabem que o câncer de mama também pode afetar o sexo masculino e a prevenção é essencial. O exame tem o mesmo processo do feminino e os sintomas são: protuberância ou inchaço, geralmente indolor, pele ondulada, retração do mamilo, vermelhidão ou descamação da pele da mama ou do mamilo, inchaço nos linfonodos axilares. Igual aos sintomas, as causas da doença partem do mesmo princípio, sendo comumente alterações hormonais, alterações genéticas hereditárias ou adquiridas. Por mais que ainda sejam pequenos, comparados aos casos femininos, já existem casos de mortalidade masculina relacionada ao câncer de mama. Na escala de óbitos a cada 100 mil homens, os números aprecem quase inexistentes, mas já são pelo menos, 0,33 vítimas de câncer de mama em Goiás, 0,30 no Rio de Janeiro e 0,28 em Tocantins. Em muitos estados não houve registro de morte masculinas por câncer de mama ou suas complicações, mas o alerta deve ser dado e o período do outubro azul é onde essas informações estão ainda mais evidentes. Muito melhor do que fazer um exame que gere um pouco de constrangimento para muitos homens, é poder viver uma vida tranquila e com a segurança de que sua saúde está em dia.
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GERAL
Gibiteca de Curitiba oferece mais do que apenas leitura Com um público adulto predominante, a Gibiteca é um espaço que funciona além do empréstimos de exemplares de HQ’s e gibis Guilherme Dea
Em uma movimentada rua do centro da capital paranaense, ergue-se um casarão vermelho cheio de detalhes e ornamentos. No fim do pátio deste casarão se encontra uma garagem, decorada com famosas revistas em quadrinhos, de todas as épocas, e um grande letreiro amarelo, que anuncia ao visitante o que se encontra ali: A Gibiteca de Curitiba. Inaugurada em 16 de outubro de 1982, a Gibiteca nunca foi pensada como apenas uma “biblioteca de gibis”, e sim como um espaço para cartunistas, desenhistas e quadrinistas compartilharem suas obras e interagirem entre si. É o que conta o idealizador da Gibiteca, o arquiteto e professor aposentado Key Imaguire Júnior. “Então comecei a pensar que isso deveria existir, um espaço em que eles pudessem conversar, montar revistas, para ler gibi, enfim. E essa é a ideia da Gibiteca. Nunca foi uma biblioteca de gibis. Era sempre um local de encontro e reunião dos cartunistas, do pessoal envolvido com produção”, diz o arquiteto, que no final dos anos 70 emprestava seu escritório – que ficava no térreo da casa de seus pais – para os autores da revista Casa de Tolerância. Nesta época, o Brasil viva a fase do chamado “Ciclo Alternativo de Revistas” – revistas com conteúdo alternativo produzido primariamente por estudantes e serviu de ponto de partida para inúmeros ilustradores brasileiros.
adulto”, diz a coordenadora da Gibiteca, Maristela Garcia. “As crianças, quando vem, vem com as escolas ou com os pais. O público que lê mais é o adolescente para adulto.”
Fachada da Gibiteca > Foto: Guilherme Dea
bilidade econômica do período levou ao cancelamento do projeto – afinal, era uma mídia que ainda não estava consolidada. A ideia em si sobreviveu, e finalmente, em 1982, a Gibiteca foi fundada em uma das salas da prestigiosa Galeria Schaffer, na Rua XV de Novembro. O acervo foi montado por meio de doações de editoras e colecionadores locais.
“O maior público de quadrinhos é o adulto, não as crianças.”
No começo dos anos 80 a ideia chegou até o Prefeito de Curitiba na época, Jaime Lerner, que então selecionou Key e Domingos Bogestabs (o arquiteto da Ópera de Arame) para realizar os projetos da futura Gibiteca. Porém a insta-
Com um fluxo intenso de oficinas, exposições, cursos e grupos de criação, o crescimento do local foi tanto que a Galeria Schaffer já estava pequena. Então houve a mudança do local para o Complexo Solar do Barão, mais especificamente na Casa da Baronesa. “Como a Gibiteca não cabia mais na Schaffer, em 1989 veio para a Casa da Baronesa. Ótimas condições, poderíamos ter o acervo que quiséssemos, exposição em sala própria, enfim, tinha toda a estrutura para funcionar bem e funcionou muito bem”, relembra Key. Infelizmente, nem mesmo o sucesso impediu que a Gibiteca fosse movida
para a garagem do Solar do Barão para dar lugar ao Museu da Fotografia. O point dos cartunistas beirou o fechamento, mas foi salvo graças aos seus visitantes, com conta o pai da Gibiteca. “Houve a reação das pessoas frequentadoras da Gibiteca. Esse pessoal que se formou aqui, que vinha aqui, que se reunia aqui, reagiu e em função desta reação que eles [a Prefeitura] tiveram que mantê-la.” E é na garagem que a Gibiteca se encontra até hoje. Inicialmente o local não estava em condições ideais para manter os gibis, mas com o tempo e a dedicação de seus funcionários, tudo foi se organizando. Se engana quem acha que o principal público da Gibiteca são as crianças. “Por incrível que pareça, todo mundo acha que são as crianças. Mas o maior público de quadrinhos é o
A Gibiteca funciona como uma biblioteca normal. Há cerca de 24.000 gibis (com alguns datados da década de 50), além de livros teóricos sobre quadrinhos e livros de RPG. A variedade de quadrinhos disponível impressiona, e vai de quadrinhos americanos clássicos, passando por mangás, quadrinhos alemães, italianos, espanhóis, até curitibanos (muitos deles formados na Gibiteca). Há até mesmo as primeiras edições nacionais de Batman, Capitão América, O Globo Juvenil (datados da década de 40) e uma coleção completa do Pasquim. Para quem quer ir além da leitura, são ofertados cursos de quadrinhos, que vão do básico ao avançado e cobrem diversas especificidades, como mangás, caricatura e figuras humanas. A Gibiteca fica na Rua Carlos Cavalcanti, número 533, no Centro de Curitiba. Ela fica aberta durante a semana entre 9h e 12h durante a manhã e entre 14h a18h da tarde. Aos sábados, funciona apenas a tarde.
Espaço também recebe desenhistas, oficinas e palestras > Foto: Guilherme Dea
Curitiba, 04 de novembro de 2014 > Edição 964 > LONA
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COLUNISTAS
Catwalk
Uliane Tatit e Nicole Braga
É o fim da temporada para nós Uliane Tatit Karl Lagerfeld homenageou Gabrielle Chanel com o filme “The Return”; Gisele Bündchen resolveu investir nos vocais; Cara Delevingne e Kate Moss dividiram ensaios fotográficos; Costanza Pascolato e Marilu Beer inovaram com um sofachat via YouTube; Anna Wintour, que não fazia dessas há um bom tempo, ignorou o desfile de Giorgio Armani; a Moschino ganhou as passarelas; Jean Paul Gaultier deu adeus ao prêt-à-porter; Oscar de la Renta, infelizmente, não está mais entre nós; e, nesta temporada, o maior evento de moda bra-
sileira, o São Paulo Fashion Week completa 20 anos. A partir de agora, todos esses momentos farão a diferença no que será usado e feito nos próximos anos. É um pouco arriscado apostar nisso antes que 2014 termine, mas, provavelmente, é o início de uma nova era na moda. Acredito que também seja importante prestar atenção na moda masculina, na moda prática (de rua), em movimentos como o “Fashion Revolution Day” e nos próximos trabalhos de Jeremy Scott (para mim, ele será o estilista que afetará grande parte dos vestiários). Esses são meus comentários finais. Espero,
nesse ano, ter mostrado que moda é muito mais que passar um cartão de crédito em uma liquidação. Espero ter mostrado um significado que, em cada peça, complete sua personalidade. Nicole Braga A moda tem história e cada pedacinho dela é diferente. Cada inspiração, cada “retorno” têm um motivo. Vamos combinar que esse ano não faltaram foram “looks antigos”! Queria fazer uma retrospectiva de algumas das nossas publicações favoritas. Começando com o MET gala 2014. Criamos uma expectativa e acabamos nos decepcionando. Nada em destaque. O tema principal da festa pouco foi lembrado. Mas gosto dessa coluna especificamente porque tive que ceder o meu lado fã e ser imparcial. Minha segunda publicação favorita é recente. O que podemos dizer sobre o último desfile da Dolce & Gabbana? Até agora continuo apaixonada e esperando pela replicação com um valor menor, claro. Parece que é fácil chegar e escrever. Na maioria das vezes eu fiz o papel consumidor, e olhando hoje, minha opinião mudou muito desde a nossa primeira coluna. Muitas vezes
você precisa deixar o seu gosto pessoal e encarar que certo detalhe merece um tom crítico. Inúmeras vezes tive que admitir estar errada sobre determinado look e perceber que eu mesma estava usando errado. Chegamos a nossa última coluna, confesso que achei que não chegaríamos até aqui. Mas desde já gostaria de agradecer a oportunidade dessa aprendizagem. Graças a essa coluna me forcei a sair da minha zona de conforto, tive que correr atrás de aprender sobre um assunto que pouco sabia. E o São Paulo Fashio Week? No primeiro dia, o SPFW não trouxe muita novidade. É terrível como a moda brasileira se deixa levar pelo estrangeirismo. Porém, o evento também trouxe momentos interessantes como o debate entre Paulo Borges e Altuzarra, que comentaram a importância dos desfiles. Outro detalhe curioso será a parceria entre Riachuelo e Versace, apresentada nesta quinta-feira (06). E, para “quebrar o gelo” do evento, no último domingo, o SPFW realizou a pré-estreia do filme “Saint Laurent” no Brasil. Para saber quais serão os próximos desfiles, clique aqui.
Simplesmente Chico As canções de Chico Buarque de Hollanda encantam com sua gama de possibilidades. Canções românticas entre homem e mulher, ou até mesmo homossexuais. Chico ousa em sua obra, levando sua arte ao extremo. Um belíssimo eu lírico feminino em canções como “Olhos nos olhos”, música que Maria Bethânia lançou e que marca uma revolução no cancioneiro popular, mostram uma mulher dando a volta por cima em um término de relacionamento, acabando com a culpa que lhe era atribuída. E como é indispensável falar sobre este grande compositor (se não o melhor)! Vou comentar algumas canções de seu repertório vasto e encantador. Senhoras e senhores, Chico é tudo de bom! Chico estourou na época dos festivais com a canção “A Banda”, que levou seu nome aos quatro cantos do Brasil. Defendida juntamente com Nara Leão, “A Banda se tornou a queridinha do festival. Nara conta em entrevista que de-
morou muito tempo pra que ela se “livrasse” da canção, porque aonde quer que fosse, restaurantes, bares, boates, na escola dos filhos, solicitavam com fervor que cantasse-na. Um sucesso tremendo, o empurrão que Chico precisava para divulgar sua ótima música. Não posso esquecer de dizer que foi Nara Leão quem lançou Chico Buarque. Elis Regina conta em uma entrevista ao programa Ensaio, da Tv Cultura de 73, que Chico, ainda desconhecido, foi até sua casa mostrar algumas de duas canções, mas era muito tímido e Elis achou que ele não tinha gostado dela e que não queria que cantasse suas músicas. Ela comenta que ele entrou calado, meio amuado e quase nada disse, um tanto desconfortável” descreveu a cantora, “perdi de lançar o Chico, e Nara Leão lançou”. No começo da sua carreira Chico era muito comparado com o compositor Noel Rosa. Fazia sambas geniais e deliciosos que logo caíram na boca do
História da MPB
Bruno Requena
povo como: “Pedro Pedreiro” e “Ole Olá”. Logo depois emplacou sucessos como “Tem Mais Samba” e “Roda Viva”, que foi tema da peça de mesmo nome. Nos tempos de ditadura, a encenação foi invadida por um grupo de caça aos comunistas, os atores da peça apanharam e tiveram suas roupas e cenários completamente destruídos. Chico Buarque nunca foi de fazer muitos show e transitou por vários meios e linguagens: teatro, literatura, cinema, carnaval, entre outros. Um dos shows mais emblemáticos de sua carreira foi o que dividiu o palco com Maria Bethânia, em 75. O espetáculo deu origem a
um disco recheado de sucessos: “Sonho Impossível”, “Sem açúcar” e “Gota D’água”. Chico conta, em entrevista ao programa Vox Populli da Tv Cultura, no final dos anos 70, que muitas pessoas reclamavam que ele esquecia a letra nos espetáculos, ele ri: “Nada mais justo reclamarem”. Que Chico Buarque é uma preciosidade em nossa arte, não é mistério algum, ele faz parte da imagética brasileira, trazendo à cena artísticas ricas composições com grandes parcerias: Tom Jobim, Francis Hime, Edu Lobo, Roberto Menescal, Gilberto Gil entre outros. É só ouvindo pra entender.
LONA > Edição 964 > Curitiba, 04 de novembro de 2014
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ACONTECEU NESTE DIA
Barack Obama é eleito presidente dos EUA Em 4 de novembro de 2008, Barack Obama ganhou a presidência dos Estados Unidos com 69,4 milhões de votos, sendo o presidente mais votado da história do país e o segundo mais votado do mundo. Obama tornou-se o primeiro afro-americano a ser eleito presidente. Obama ganhou com 52,9% dos votos populares, contra 45,7% de seu concorrente, John McCain, nomeado como candidato republicano. Em 10
de fevereiro de 2007, Obama anunciou sua candidatura, prometendo acabar com a Guerra do Iraque, aumentar a independência energética e fazer com que os serviços de saúde fossem universais, em uma campanha de “esperança” e “mudança”. Na Convenção Nacional Democrata, Hillary Clinton pediu aos seus partidários que o apoiassem e, junto com o ex-presidente Bill Clinton, fizeram campanha a seu favor, que fez o discurso de aceitação para mais de 75 mil pessoas.
O presidente americano Barack Obama > Foto: Arquivo Oficial da Casa Branca
#PARTIU Teatro
Tianastácia faz pocket show em Curitiba
O Amor Venceu Local: Teatro Regina Vogue Data: 5, 6 e 7 de novembro Horário: 20h30 Ingressos: a partir de R$30
O Shopping Palladium recebe o pocket show “Love, Love”, da banda Tianastácia. O show tem o mesmo nome do álbum lançado em 2013 cuja música tema integra a trilha sonora do filme “Mato Sem Cachorro”. Entre as músicas do repertório estão “Alô, Alô, Alô” e “El Nobre Aventurero”. A banda surgiu em 1992 como um hobby, mas três anos mais tarde virou coisa séria quando venceu o FestValda, com a música “Cabrobó”. Em sua discografia, Tianastácia já acumula dez discos e teve grande reconhecimento quando, em 2005, o Jota Quest regravou a música “O Sol”, de autoria do guitarrista Antônio Júlio Nastácia. O grupo é formado pelos músicos Antônio Júlio Nastácia (guitarra), Beto Nastácia (baixo), Glauco Nastácia (bateria), Maurinho Nastácia (vocal e violão) e Podé Nastácia (vocal e violão).
O Incrível Menino Preso na Fotografia Local: Teatro da Caixa Data: 5, 6, 7 e 8 de novembro Horário: 20h Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia)
Shows Tianastácia Local: Livrarias Curitiba – Shopping Palladium Data: 5 de novembro Horário: 19h30 Ingresso: gratuito Lorena Chaves - Voz e Violão Local: Teatro do Paiol Data: 5 de novembro Horário: 20h Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia)
Exposições Desapego Local: On The Road Business Communication Center Data: até 20 de dezembro Horário: segundas, das 8h às 21h Ingresso: gratuito IDEA/Brasil 2014 Local: Museu Oscar Niemeyer Data: até 1º de março de 2015 Horário: terças, das 10h às 18h Ingressos: R$6 (inteira) e R$3 (meia)
A banda Tianastácia > Foto: Divulgação
Trabalhos de design ganham exposição no MON O Museu Oscar Niemeyer recebe a exposição da 7ª edição do prêmio IDEA/Brasil – edição brasileira do prêmio americano IDEA Awards – com mais de 100 projetos de design premiados pelo evento. Os projetos estão distribuídos em 24 categorias: Ambientes, Acessórios Pessoais, Casa, Comerciais e Industriais, Comunicação, Design de Interface, Escritório, Embalagens, Estratégia de Design, Ecodesign, Entretenimento, Informáti-
ca, Jóias, Lazer e Recreação, Médicos e Científicos, Pesquisa, Têxteis e Transportes. A mostra segue até o dia 1º de março de 2015, tem curadoria de Joice Joppert Leal e é realizado pela Associação Objeto Brasil. Há 18 anos a organização promove o aperfeiçoamento técnico e estético de produtos e serviços no país. O prêmio tem como objetivo dar mais visibilidade para os participantes e ajudar na construção do design brasileiro.