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Ano XV > Edição 977 > Curitiba, 19 de agosto de 2015
Financiamento coletivo concretiza projetos curitibanos Foto: Eduardo Vernizi
Projetos culturais e de cunho social encontram na mobilização e no crowdfunding uma maneira de sair do papel p.4
EDITORIAL “Já passou a época em que só podíamos reclamar das injustiças do mundo” p. 2
OPINIÃO
Foto:> Flickr
“Tirar a Petrobras das mãos da União é uma luta pela qual nem a oposição vê viabilidade.” p. 2
“Qual é a senha do Wi-Fi?”
#PARTIU
O hábito de estar conectado à internet não se limita apenas aos jovens; muitos adultos também têm o costume de ficar horas no mundo virtual. p. 3
A Ópera de Arame receberá no próximo sábado, dia 22 de agosto, o grupo Camisa de Vênus. p. 6
COLUNISTAS Brisa Möllmann “Historicamente, o jeito mais corriqueiro de ofender uma mulher é atingir tanto sua forma física, eternamente julgada e moldada em padrões, quanto sua sexualidade” p. 5 Brayan Valêncio “Um jogo pode sim causar algum tipo de stress, mas sempre - sempre - haverá algum motivo superior para tais atrocidades ocorrerem” p. 5
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EDITORIAL
Sinta-se à vontade para mudar o mundo A inteligência coletiva é a junção de vários indivíduos em prol de uma única causa, sendo interesse de todos. Isso sempre existiu no mundo, mas nos dias atuais, com o uso da internet, pessoas com o mesmo desejo podem tornar projetos realidade de maneira ainda mais prática. Com o surgimento da internet, essa inteligência coletiva – como define o filósofo Pierry Levy – passou a ganhar força em todo o mundo, e em vários setores. Um desses é a cultura. Mas não se limita só a esse campo: são inúmeros os projetos ambientais, sociais, educativos e de empreendedorismo. E um crowdfunding - um sistema de financiamento coletivo - permite que tais ideias saiam do papel, reunindo várias pessoas com o mesmo estilo de vida, o mesmo gosto e o mesmo objetivo em comum. Com o financiamento coletivo é possível colocar em prática projetos como livros, CDs, DVDs e até mesmo colaboração com ONGs. O site bicharia.com.br, por exemplo, arrecada dinheiro para ser destinado a projetos e ONGs que cuidam de animais no Brasil inteiro. Com novas inciativas no ambiente virtual, é possível que bandas, artistas, grupos e comunidades possam ter mais facilidade em concluir projetos. Grandes gravadoras, editoras, livrarias e até o incentivo público deixaram de ser barreiras para a produção independente no Brasil. Hoje em dia, o público em geral pode interagir com o projeto que está em desenvolvimento. Ele pode selecionar o que acredita ser bom ou não e investir nisso. Para a cultura, isso é um avanço, pois dá mais oportunidades aos artistas que, até então, não tinham condições ou investimentos para que pudessem lançar seus projetos. Já para projetos mais altruístas envolvendo meio ambiente ou causas sociais, nem se fala - quanto mais ajuda melhor. O crowdfunding é um meio democrático, em que todos têm o direito de sugerir, participar e tornar um sonho realidade. Já passou a época em que só podíamos reclamar das injustiças do mundo - se é que essa época existiu. Hoje podemos lutar pelo que acreditamos e sermos, como já dizia Gandhi, a mudança que queremos para o mundo.
OPINIÃO
Uma Petrobras privatizada teria menos problemas? Luis Izalberti
Sempre que a Petrobras aparece na mídia com alguma notícia de queda nas ações, suspeita de superfaturamento em obras ou desvio de dinheiro, a discussão de privatizar ou não a estatal ganha força. Mas nunca o tema foi tão debatido quanto agora, com a Operação Lava a Jato. Repercutindo desde o ano passado, o escândalo com confirmação de desvio de pelo menos R$ 6,2 vem gerando uma indignação sem precedentes e perfeitamente compreensível. Mas tirar a empresa das mãos do Governo Federal resolveria tais problemas? A Petrobras é, na verdade, uma empresa de capital aberto, mas com o governo brasileiro – a União – como principal acionista. Ou seja: ela não é completamente estatal, e sim majoritariamente. Mas sobre esse sistema, uma coisa pode ser dita: as ações não tem sido mais tão lucrativas desde que a empresa abriu para a capitalização em 2010. E estatal ou não, uma empresa deve, sim, ser lucrativa. Claro que, uma vez que sejam do governo, despesas com projetos culturais e
sociais são muito mais recorrentes nas empresas. A Petrobras é um exemplo disso, mesmo que essas preocupações ainda sejam mais um meio e uma estratégia para um fim: o lucro. E se esse lucro, inadmissivelmente, não está sendo satisfatório devido a corrupção e favorecimentos políticos, o que deve ser feito é investigar e punir. E aí está a diferença do cenário privado e do estatal: no último, o favorecimento indevido é assim considerado legalmente ou, ao menos, as investigações tornamse mais fáceis. Dizer que grandes empresas privadas não apresentam casos de corrupção é o mesmo que afirmar que na ditadura militar se roubava muito menos – até pode ser verdade, mas a questão é que não temos como saber. Isso porque no regime militar tínhamos a censura antidemocrática e perseguição ao jornalismo livre e, hoje, nas empresas e bancos privados, há também uma espécie de censura: porém lícita e constitucional, que não estabelece sobre instituições privadas o
dever de divulgar publicamente suas despesas e arrecadações. Essa garantia de privacidade é por vezes justa e necessária e, por outras, quase que uma névoa para encobrir grandes esquemas. Fosse a privatização uma medida de grande necessidade a ser tomada pelo Governo Federal, isso seria cobrado e defendido pela oposição – mas não é o que acontece. O PSDB tem, inclusive, duas Propostas de Emenda Constitucional que buscam proibir que a empresa e outras estatais saiam do poder da União. O objetivo das PECs 370/2009 e 466/2010, ainda não aprovadas e ambas de autoria do deputado Eduardo Leita PSDB-RJ, é justamente o de desfazer o argumento petista de que o PSDB seria a favor da privatização. E isso foi feito: o ex-candidato Aécio Neves citou as PECs nos debates de 2014 e reiterou que um governo tucano não privatizaria a empresa. Ou seja: tirar a estatal das mãos da União é uma luta pela qual nem o principal partido de oposição vê viabilidade.
Sede da Estatal no Rio de Janeiro > Foto > Flickr
Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Santos, Francisco Mateus e Luis Izalberti Editorial: Da Redação
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GERAL
Financiamento coletivo é nova forma de negócio para projetos curitibanos Só pelo site de financiamento coletivo Catarse.me, projetos curitibanos arrecadaram R$542.976,00 em contribuições Ana Santos
Como um novo modelo de negócio, o crowdfunding, ou financiamento coletivo, tem sido a saída para muitos projetos no Brasil. E em Curitiba, não é muito diferente: entre 2011 e 2014, de acordo com um levantamento feito no Catarse, foram arrecadados R$542.976,00 para projetos culturais na capital paranaense. Esses sites de financiamento coletivo se tornaram uma das principais ferramentas para que as pessoas possam realizar os mais variados tipos de projetos, que vão desde produções audiovisuais, musicais, livros e até mesmo ONGs.
Ideias de sucesso A Banda Mais Bonita da Cidade foi a pioneira neste novo estilo de empreendedorismo. Em 2011, com a ascensão da canção Oração, eles sentiram a necessidade de realizar um trabalho mais concreto, e decidiram lançar o projeto de gravação do primeiro CD no site catarse.me. Dentro de um mês eles conseguiram mais arrecadação do que eles haviam estipulado. O valor total foi de 5.396 reais. Agora, três anos depois do primeiro CD, eles estão novamente apostando no sistema de financiamento coletivo, pelo site embolacha.com.br, para a produção do DVD Ao Vivo, gravado em 2014, no teatro Cine Jóia em São Paulo. Para cada valor de doação, há um benefício que o colaborador pode receber. Neste novo projeto d’A Banda Mais Bonita da Cidade, o apoiador pode receber desde um ingresso para um show da banda, ou até mesmo um pocket show na própria casa. Carminha Domingues colaborou com o primeiro financiamento coletivo da banda, em 2011. Em troca, ela recebeu um CD e uma camiseta da banda. Ela está participando novamente do financiamento, agora para o lançamento do DVD. “Quero ver esse DVD. Espero do fundo do meu coração que meu dinheiro não volte, pois é isso que acontece quando o projeto não alcança o objetivo. Já apoiei e sempre que precisar faço novamente.” Manuela Almeida auxiliou em dois projetos pelo site Catarse, dos can-
Foto > Ana Justi
tores curitibanos Ana Larousse e Leo Fressato. Com a colaboração, Manuela recebeu o CD físico, e um passeio na casa onde foi gravado, pela A Banda Mais Bonita da Cidade, o clipe da música Oração (autoria de Leo Fressato) em Rio Negro, no Paraná. “Ajudei poucos, aliás só projetos com que me identifico, e a sensação de ajudar uma pessoa/banda ou seja la o que for é muito gratificante saber que você pode contribuir com a realização do sonho de alguém não tem preço”. Outro exemplo é a escritora Bel Pesce, que através do site Kichante está lançando o seu terceiro livro. E é a pessoa que mais arrecadou recursos nesta plataforma. O livro A Menina do Vale levantou R$ 889.385,37, sendo que a meta era de R$260.000,00.
Regras Para os projetos sugeridos nos sites de financiamento coletivo, é estabelecido um limite de tempo para a arrecadação de recursos, e é estipulado um valor para cada projeto lançado. Caso o autor não consiga arrecadar o valor estipulado, o projeto é encerrado e o dinheiro é devolvido para quem colaborou. No site do Catarse, por exemplo, o autor pode escolher entre um ou sessenta dias para deixar a proposta no ar. Se o valor necessário for arrecadado, o site fica com 13% do dinheiro. Qualquer pessoa pode lançar algum projeto artístico utilizando esse recurso de financiamento coletivo.
Plataformas
O Kickstarter.com é o maior site de financiamento coletivo do mundo. Já foi responsável por projetos como o Ouya, um console de jogos que pretendia arrecadar $500.000 e terminou com mais de $8.500.000.
O Catarse.me é o maior e mais conhecido site de financiamento coletivo do Brasil, assim como o kickstarter é no exterior. Ele conta com mais de 1.800 projetos já financiados e 33 milhões doados para projeto
A Embolacha.com.br é uma ferramenta focada na relação entre artistas e público. A ideia é de que fãs contribuam de forma direta e ativa em projetos dos seus artistas, participando das escolhas e recebendo recompensas exclusivas para as contribuições.
O Bicharia.com.br é a primeira plataforma brasileira de crowdfunding focada em auxiliar no financiamento de projetos que envolvam animais carentes para que ONGs e associações possam criar, viabilizar e executar seus projetos.
O Moola-Hoop.com é uma ferramenta que alavanca o poder da comunidade para financiar empresas, com foco no empreendedorismo feminino.
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GERAL
Uso excessivo de smartphones não está só relacionado a jovens O Brasil é o sexto país com mais usuários de smartphone no mundo, com projeção de chegar a 71,9 milhões de dispositivos dentro dos próximos três anos Paulinne Giffhorn
Tem wi-fi? Essa é a primeira pergunta que Paulo Ketschkesch (55) faz quando chega a algum estabelecimento. Paulo, que é fisioterapeuta, passa ao menos 8 horas conectado ao aparelho utilizando redes sociais e jogos. Ele inclusive comprou baterias extras, assim não precisa perder tempo carregando o celular. O uso de smartphones é cada vez mais frequente no Brasil e não tem limite de idade. Um levantamento realizado pela eMarketer apontou 38,8 milhões usuários de aparelhos celulares inteligentes no país ao fi-
nal do ano passado, com projeção de chegar a 71,9 milhões de dispositivos dentro dos próximos três anos. É comum ouvir que jovens são mais propensos a serem viciados no “brinquedinho”, mas a filha de Paulo tem outra visão. Gabriele, que tem 25 anos, acaba ficando incomodada com o uso exorbitante do pai. “Toda vez que vamos jantar é a mesma coisa: precisamos pedir para que ele se desligue um pouco do mundo virtual. Acho que ele usa [o smartphone] mais do que eu”. Ao perguntar a Paulo se ele se considera um “heavy user”, um usuário intenso, ele dis-
> Foto: Pixabay
“O ideal seria reservar momentos para direcionar toda a atenção e energia aos relacionamentos reais e pessoais” corda. Diz que entra eventualmente na internet, apenas para checar os acontecimentos. A psicóloga Elizabeth Fernandes, especialista em psicologia comportamental, acredita que os adultos utilizam o smartphone pela rapidez de acesso a dados e informação e como facilitador para contatos. Ela explica que por ser um objeto que não tenha feito parte de seus cotidianos durante a infância e juventude, os adultos acabam se encantando mais, gerando uma curiosidade infinita com as inovações - ao contrário dos jovens que já nasceram ao redor de toda essa tecnologia. O comportamento, que não é exclusivo dos adultos, acaba gerando conflitos nas relações familiares. Segundo Elizabeth, o ideal seria fazer um “acordo familiar” no qual seriam
> Foto: Flickr
reservados momentos para desligar o equipamento e direcionar toda a atenção e energia aos relacionamentos reais e pessoais. “Se observarmos uma sala de uma casa, poucos estarão conversando - a grande maioria estará cada um com seu smartphone, em seu próprio mundo, ignorando o resto. Então é preciso se desligar por algum tempo”, diz a psicóloga. Além de prejudicar as relações sociais, o uso excessivo de smartphones também pode causar problemas de saúde. A BBC publicou uma pesquisa feita com o oftalmologista Andy Hepworth, na qual ele afirma que a luz azul violeta que brilha na tela dos smartphones é potencialmente perigosa e tóxica à parte de trás dos olhos. A longa exposição à essa luz pode, potencialmente, causar danos aos olhos, além de afetar os padrões de sono e humor.
Países com mais usuários de smartphone (por milhões)
Fonte: eMarketer 2014
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COLUNISTAS
Diana
Brisa Möllmann
A gravata deles está sempre bem alinhada “A gravata dele não combina com a camisa”, “É um cafajeste!” “Ele engordou tanto nos últimos tempos”. Não, né? Não faz sentido. A roupa do Aécio Neves sempre foi impecável, não? O físico do Eduardo Cunha nunca esteve melhor. A sexualidade do Calheiros não é importante o suficiente para entrar em pauta alguma. Mas a Gleisi tem o nariz plastificado.
A Luciana Genro, coitada, tem o cabelo ruim. E a Dilma. Ah, a Dilma é vagabunda. É vaca. Gorda, dentuça. O cabelo curtinho é coisa de lésbica. Isso faz mais sentido, não? Isso é até bastante comum. Entenda: a questão não é não poder criticar as nossas políticas. Você pode - e deve. A passagem de Hoffmann pelo Senado é algo certamente du-
vidoso. Luciana Genro, mesmo com histórico político na família, não conseguiu se posicionar politicamente numa abrangência nacional. O fato de o mandato da Dilma ter o pior índice de rejeição da história fala por si só. Mas a roupa de sua posse não tem nada a ver com isso. O corpo da presidente foi algo tão atacado nas manifestações desse domingo que é assustador. Claro, o coro geral dos gritos de revolta eram contra a corrupção, mas não houve estranhamento quando a xingaram de puta. E o fizeram mesmo que esse discurso não esteja atrelado a sua política, e sim com a objetificação do corpo feminino que, mesmo em tempos modernos, contínua tão enraizada na cultura brasileira.
Esse alinhamento entre revolta eleitoral e discurso misógino se dá ao
passo que um homem eleito é um político. Já uma mulher eleita é, antes de política, uma mulher. E, historicamente, o jeito mais corriqueiro de ofender uma mulher é atingir tanto sua forma física, eternamente julgada e moldada em padrões, quanto sua sexualidade, que “deveria” ser inexistente ou então desconhecida. O pior de tudo: prostituta não é xingamento, é profissão. Adjetivos de cunho sexual não deveriam ser usados como diminutivos da figura alheia, como agressões. Não deveriam ser usados no geral. Até porque, mesmo se o alvo do xingamento for o homem, sua parceira também leva a pedrada. É sonhar tão alto não querer mais ver algo como slut shamming tão comum? É tão utópico assim ouvir criticarem a Dilma com palavras como “ineficiente”, “corrupta” e “incoerente”?
#SomosTodosDonkeyKong Cada vez é mais comum, ouvir nos noticiários – geralmente sensacionalistas – que crianças e adolescentes mataram, torturaram ou fizeram qualquer ato de brutalidade por estarem “copiado” situações presentes em videogames. Mas será que de fato jogos manipulam a ponto de fazer com que alguém mate? Em um momento de crise onde a maioria dos setores parecem estar patinando, a indústria de jogos continua crescendo e dando cada vez mais destaque para o Brasil, Esse super assédio no mercado local, acaba por fazer de uma geração apaixonada por tecnologia também apaixonada por esse conteúdo de entretenimento, que antes parecia tão distante daqueles que se interessavam. Mas com esse aumento significativo, manchetes como: “Suspeito de matar pais PMs
usa foto de game de assassino no Facebook”, ou “Garoto de 14 anos ‘viciado’ em vídeo game mata a tia a facadas e diz que sofria bullying” pipocaram em toda a mídia, causando uma discussão se de fato os jogos de videogame violentos, tornam quem os joga violento também. A resposta para a pergunta que está logo no primeiro parágrafo – e que demorou para aparecer – nem precisava ser respondida. Afinal um jogo pode sim causar algum tipo de stress, mas sempre - sempre - haverá algum motivo superior para tais atrocidades ocorrerem, seja um problema psicológico ou qualquer coisa que tenha levado o “player” ao máximo da irritação. Jogos não são, então, de forma alguma, motivos para crimes. Eles podem ser um agravante mas nunca o principal responsável.
Desmistificando Brayan Valêncio
A ideia de que a culpa é inteiramente dos jogos parte do princípio de que é muito mais fácil arrumar um argumento qualquer para satisfazer a opinião pública do que realmente ir a fundo e descobrir o que de fato motivou tais ações - afinal uma resposta definitiva precisa ser dada. É extremamente sem sentido dizer que jogar GTA ou Assassins Creed te transformam em um assassino, pois se fôssemos seguir à risca essa suposição, jogar PES ou FIFA te transformaria em um atleta profissional, jogar Just Dance te transformaria em um super dança-
rino (sem rosto!), jogar The Last of Us te transformaria em um caçador de zumbis, jogar God of War te transformaria em um Deus grego, literalmente, jogar Mario World te transformaria em um encanador bigodudo que veste vermelho e jogar Batman, bom, já sabe né? É claro que, com tantos exemplos, a situação chega a parecer idiota. Mas se um dia realmente for provado que jogos causam algum tipo de distúrbio mental, eu prometo que pararei de achar que The Sims é apenas um jogo e começarei a encará-lo como minha verdadeira família.
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ACONTECEU NESTE DIA
SBT entra no ar O Sistema Brasileiro de Televisão, SBT, entrou ao ar para todo o país no dia 19 de agosto de 1981, depois de Silvio Santos conseguir as concessões da Rede Tupi, extinta em 1980. A primeira grade do SBT já contava com uma vasta programação de desenhos animados, como Popeye, Pica Pau, e Tom & Jerry. A emissora, nos primeiros anos, tinha como público principal as clas-
ses baixas, com programas como Show Sem Limites, Bozo e O Homem do Sapato branco. Inicialmente o jornalismo não era uma das atrações principais do canal, sendo que apenas 5% da programação era preenchida com notícias. Dois meses depois de estrear é que o departamento de jornalismo começou a trabalhar em seu primeiro telejornal, que foi Noticentro, que tinha a equipe vinda da Rede Tupi.
Centro de Televisão da Anhanguera, sede da SBT em Osasco, SP > Foto: Wikimedia Commons
#PARTIU Shows Camisa de Vênus Local: Ópera de Arame Data: 22/08 Horário: 21h Ingressos: R$ 60 a R$ 120 Zé Ramalho Local: Teatro Positivo Data: 22/08 Horário: 21h Ingressos: R$ 80 a R$ 380
Exposições Traços Curitibanos Local: Museu Municipal de Arte Data: até 30/08 Horário: 10h às 19h Ingressos: gratuito Passagem de Tom Local: Museu da Gravura Cidade de Curitiba Data: até 13/09 Horário: Ter a Sex (9h às às 18h) / Sab e Dom (12h às 18h) Ingressos: gratuito
Teatro Paranã Local: Teatro Novelas Curitibanas Data: 06/08 a 06/09 Horário: 20h Ingressos: gratuito A Lenda das Amendoeiras em Flor Local: Teatro de Boneco Data: 22/08 e 23/08 Horário: 11h30, 15h e 17h Ingressos: R$ 7,50 e R$15
Camisa de Vênus faz show em Curitiba Marcelo Nova e Robério Santana vem a Curitiba para uma única apresentação na Ópera de Arame neste sábado (22) para comemorar os 35 anos de história do grupo Camisa de Vênus. O grupo baiano traz em seu repertório os grandes sucessos que marcaram sua carreira nestes 35 anos, como “Bete Morreu”, “Só o Fim” e “Deus Me Dê Grana”. A banda terminou em 1997, dois anos após um pequeno retorno do grupo, que se separou pela primeira vez em 1988. Em 1989, já em carreira solo, Marcelo Nova gravou com Raul Seixas “A Panela do Diabo”, que foi o último trabalho do maluco beleza. Algumas reuniões da banda já aconteceram, em algumas delas houve a participação de Luiz Carlini, ex-guitarrista do Tutti-Frutti. A última reunião foi em 2010, mas sem a presença de Marcelo Nova. A última apresentação do grupo em Curitiba foi nos anos 90. Nestes 35 anos de carreira, a Camisa de Vênus já lançou três discos ao vivo e cinco álbuns de estúdio, sendo “Duplo Sentido” de 1987 o último trabalho com a formação original e que também contou com a participação de Raul Seixas na faixa “Muita estrela, pouca constelação”. Quem acompanha Marcelo Nova (vocal)
Marcelo Nova comemora os 35 anos da Camisa de Vênus > Foto: Flickr
e Robério Santana (baixo) é Leandro Dalle (guitarra), Célio Glouster (bateria) e Drake Nova (guitarra), filho de Marcelo. Os ingressos variam de R$60 a R$120, e podem ser adquiridos nos Quiosques Disk Ingresso, no site diskingressos.com.br, ou pelo Call Center Disk Ingressos: (41)3315-0808. Quem comprar dois ingressos na modalidade inteira, ganha mais dois para o mesmo setor.