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Ano XV > Edição 980 > Curitiba, 16 de setembro de 2015
A influência das drogas psicoativas no desenFoto: Creative Commons
volvimento de doenças mentais Drogas psicoativas são como um gatilho para doenças mentais, ao passar dos anos e do consumo os sintomas começam a aparecer e se p.3 estabelecer, a doença mais comum é a esquizofrenia. COLUNISTAS
EDITORIAL Nossa opinião sobre a esquizofrenia e o consumo de drogas. p. 2
Foto: Creative Commons
OPINIÃO
Livros de colorir viram febre entre adultos
Os smartphones estão sendo deixados de lado por essa nova moda. Será que é realmente útil para descarregar o stress do cotidiano? p. 3
Murilo Prestes fala sobre o panelaço da classe A, um tipo de manifestação que tem se tornado comum... p. 2
#PARTIU Confira as dicas de programas para seu final de semana! p. 6
Politicalizando Jorge de Sousa comenta o comportamento do brasileiro de não cobrar seus governantes, e o quanto isso é prejudicial ao país... p. 5
Desmistificando Brayan Valêncio fala sobre as datas comemorativas religiosas no nosso calendário... p. 5
LONA > Edição 980 > Curitiba, 16 de setembro de 2015
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EDITORIAL
Um gatilho para a esquizofrenia Nessa edição o LONA traz uma matéria sobre a esquizofrenia, mostrando como esse mal atinge a vida social dos indivíduos; desde os tratamentos até os sintomas dos mais diversos. O nosso personagem tem sua história aberta para contextualizar como sofrem em alguns âmbitos as pessoas que têm esquizofrenia, sofrimento que se desencadeia principalmente pelo preconceito das pessoas, uma vez que o portador pode apresentar algumas dificuldades, na fala, na inserção social, entre outros. A esquizofrenia é uma das doenças que podem se desencadear na vida de diversos brasileiros, sendo manifestada logo na adolescência, a doença precisa ser abordada e tratada para o resto da vida, já que os transtornos mentais, devem ter acompanhamento médico periódico, uma vez que se dividem em ciclos, em momentos pode haver uma melhora na qualidade de vida social e em outros momentos pode haver uma piora da doença. O estereótipo de que as drogas podem ser o strart para a doença também deve ser abordado com cuidado pela família e pelo paciente, e sobretudo pela equipe médica que faz acompanhamento do portador da doença. A esquizofrenia pode trazer consigo uma bagagem carregada de energias negativas para a vida do cidadão, os surtos psicóticos aparecem e podem levar até aos pensamentos de ceifar a própria vida, e é aí, mais uma vez, que a família tem um papel de extrema importância para manter a qualidade de vida do indivíduo, dos familiares e da coletividade ontem estão inseridos. Os tratamentos que visam a reinserção do indivíduo podem além da barreira familiar, por tratar o paciente como alienado, ou privá-lo de algumas atividades rotineiras da vida social, pode esbarrar em outra barreira, a financeira. Os tratamentos que por vezes podem demoram várias vezes, custam caro para várias família, e a sua interrupção pode desencadear não só uma piora no quadro clínico, mas também uma falta de vontade na pessoa de seguir em frente e melhorar seu convívio social. Confira mais detalhes sobre como é a vida do paciente esquizofrênico na matéria especial do LONA desta semana.
OPINIÃO
Panelas vazias nas sacadas e cheias na periferia Murilo Prestes
A desordem política que tomou conta do país nos últimos anos tem deixando uma parte da população insatisfeita. Uma militância contrária ao Partido dos Trabalhadores e à presidente Dilma Rousseff vem organizando manifestações das mais diversas formas nas grandes capitais; a forma de se manifestar, é bastante corriqueira: bater panelas nas sacadas dos prédios de bairros luxuosos Brasil a fora. Essa maneira superinteligente é considerada a melhor forma de protestar; afinal o que é melhor do que querer e pedir mudanças sem sair do confortável lar? Causa conflito de pensamentos imaginar que pessoas que se intitulam de oposição inteligente, com graduações, mestrados e doutorados não conseguiram pensar em uma forma efetiva de protestar, mostrando efetivamente suas insatisfações. Esse protesto pode acontecer assim, talvez porque haja falta de interesse em se misturar com a camada da população que vive a vida real da maior
parte dos brasileiros que constituem a classe C, população pobre. A tão inteligente oposição tem como principal objetivo caçar o mandato de Dilma Rousseff através do impeachment da presidente. Os protestos quando saem as ruas juntam o grupo dos eventos chamados de “Super Manifestação”, “Maior Manifestação” e outros nomes do gênero. Mas será mesmo a maior? Na primeira revolta que aconteceu na cidade de São Paulo, no primeiro semestre do ano, a blogueira e jornalista Natasha do Amaral saiu perguntando para pessoas de várias faixas etárias, qual era seu objetivo no movimento; e os protestantes da “maior manifestação que o Brasil já viu” não sabiam responder, pelo menos os questionados por ela. Pessoas sem objetivos nas ruas realmente estão protestando? Entendem o que querem? Qual situação que querem mudar? Sinceramente, creio que não! Falta argumentos pra muitos. Antes de bater panela no seu confortá-
vel flat é preciso entender qual sua real revolta para solicitar impeachment da nossa representante, saber quem vai assumir e entender a situação do país, pois se não houver o mínimo de embasamento, nada disso fará sentido. A política pode estar em crise, porém nos últimos doze anos de atuação do partido na presidência do Brasil, milhões de brasileiros puderam encher as panelas em casa, principalmente brasileiros que compõem as camadas mais baixas da população. Talvez as classes A e B protestam porque fica mais difícil enriquecer mais e mais em tempos que o governo toma medidas de austeridade econômica. Ou talvez só não querem dar espaço para que os mais pobres tenham oportunidade de dividir condomínio com eles, já que a última década também foi a oca em que mais brasileiros puderam ingressar no ensino superior e deixar a linha da pobreza.
Os chamados “panelaços” têm sido constantes em manifestações contra Dilma, o desafio da presidenta é controlar esse barulho. (Créditos: Creative Commons)
Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Daniele Vieira,Davi Carvalho e Murilo Prestes Editorial Da Redação
Curitiba, 16 de setembro de 2015 > Edição 980 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Esquizofrenia: os tratamentos para um mal mental Francisco Matheus e Marcela Gama
ao longo da vida, desenvolver algum tipo de doença mental; e uma dessas doenças é a esquizofrenia, que pode se manifestar já na adolescência e necessita ser tratada pelo resto da vida.
De acordo com pesquisas e especialistas,jovens que tem predisposição genética para a esquizofrenia,podem desencadear a doença mais cedo se fizerem uso de drogas psicoativas “Só usamos 2% de nossa visão, os outros 98% não usamos. Queria aprender a usar toda a minha visão.” Essa foi a explicação para o número 98 tatuado nas pernas. Com apenas 17 anos, Bruno* já está internado em uma clínica psiquiátrica. Foi escolha da família, que depois de ter presenciado o filho ter vários surtos psicóticos, decidiu interna-lo para um melhor tratamento. Por causa dos medicamentos, fala com dificuldade, e em seu olhar existe um vazio, como se não pertencesse ao mundo em que estava. De fato isso é verdade, pois a clínica não permite que ele coloque seu coração e alma em nenhum lugar. Não consegue meditar nem rezar. A rotina imposta é o que faz seu relógio girar. De manhã tem os grupos de apoio e consultas médicas, enquanto pela tar-
A esquizofrenia é um transtorno mental grave, em que o contato com a realidade dá lugar às alucinações visuais e auditivas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 26 milhões de pessoas no mundo sofrem de esquizofrenia, mas menos de 50% delas tem acesso a um tratamento adequado.
Doença tem como sintomas sensação de coante perseguição e delírios. (Créditos: Creative Commons)
de tem recreação e educação física. Mas o que o levou a estar ali? O gatilho foi quando o garoto fez uso de drogas, e passou então a ter interesse por ciência, chegando a fazer experiências e usar seu tempo livre para estudar. Apesar da grande inteligência, dizia coisas irreais, e chegou a tentar fugir de casa e teve vontade de se matar. Em sua defesa, ele diz que foi ar-
O tratamento Francisco Matheus e Marcela Gama
Não existe cura para a esquizofrenia, por isso o tratamento precisa ser continuo para garantir qualidade de vida ao paciente. Os cuidados psiquiátricos e psicológicos também são fundamentais, bem como os grupos de apoio e a terapia ocupacional. Os medicamentos antipsicóticos também fazem parte do tratamento, já que eles previnem episódios agudos e controla os sintomas. Um dos problemas enfrentados por muitos, é o preço do tratamento, já que os remédios e as terapias custam caro, mas através do programa Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), programa regulamentado em 2009 pelo gover-
no federal, remédios antipsicóticos podem ser adquiridos gratuitamente por pacientes, desde que estejam dentro dos critérios do programa e tenham receita e laudo médico.
mação, e que lhe deram droga errada. Ele foi diagnosticado com um transtorno mental, e que precisava do tratamento para diminuir os delírios. Apesar da sensação de se sentir isolado do resto das pessoas, por medo de ser taxado de louco, Bruno não está sozinho.
O transtorno pode se desenvolver por conta de um fator genético, por um problema bioquímico ou pelo uso de substâncias tóxicas. Para o diagnóstico clinico, o paciente precisa passar por um período de acompanhamento com um psiquiatra e psicólogo, para identificar os sintomas, como delírios, alucinações e conversações desconexas.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, 30% dos brasileiros irão, que sofrem de transtornos mentais graves em uma clinica psiquiátrica, diz que o tempo de tratamento da esquizofrenia varia, já que cada paciente responde ao tratamento de um jeito. Mas quando internado e respondendo bem ao tratamento, a pessoa pode ficar até 8 meses sem ter alucinação.
Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), programa regulamentado em 2009 pelo governo federal, remédios antipsicóticos podem ser adquiridos gratuitamente por pacientes, desde que estejam dentro dos critérios do programa e tenham receita e laudo médico.
O internamento ocorre por causa dos surtos psicóticos, que muitas vezes podem se tornar um perigo às outras pessoas e ao doente em si. Esse perigo é causado pelas alucinações sonoras, vozes que a pessoa ouve dando ordens. “Já aconteceu de casos em que o doente esfaqueou alguém porque a ‘voz mandou’.”, diz Tocach.
Não é certa a duração do internamento. Segundo a psicóloga Lislaine Tocach, que trabalha com pacientes
Os esquizofrênicos tem fama de serem violentos, mas a principio não são.
O que os tornam violentos são os surtos, e ficam assim por autoproteção. Em alguns episódios a pessoa pode se descontrolar totalmente, chegando a se bater. Mas quando o surto passa e começa a voltar à realidade, não se lembra de nada do que aconteceu. O que muitos não sabem, é que essas pessoas, quando tem sucesso no tratamento, podem levar uma vida saudável, trabalhar, estudar e também ter uma família. As pessoas sabem muito pouco sobre os transtornos mentais, e isso acaba criando um preconceito com quem sofre de algum tipo de doença mental.
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GERAL
Depois de 10 anos da febre tecnológica, lápis de cor substituem smartphones Novidade no mercado, os livros de colorir estão em alta para o combate ao stress Leonardo Mion
Não há mais como fugir da tecnologia, até a alguns anos podíamos nos ater ao impresso e analógico para trabalhar e estudar, mas hoje está impossível. Todo conteúdo de jornais locais e internacionais está disponível online, além de que ao longo da ultima década houve a digitalização dos arquivos da maioria das empresas e repartições públicas.
Quem não conhece pode observar o numero de vendas e pensar que são romances ou livros de autoajuda, mas essas duas obras são livros de colorir.
A praticidade virou lei. E não fica só nisso, agora até as tradicionais revistas de palavras cruzadas são deixadas de lado, existem versões digitais de jogos clássicos como sudoku, paciência e pinball.
Quem usa?
Talvez por causa desse excesso de procura e por ser extremamente rentável, o mercado da tecnologia foi o que mais cresceu nos últimos anos. E é nos excesso de digitalização que surgiram novos nichos de mercado. Juntos, os livros “Jardim Secreto” e “Floresta Encantada” venderam mais de 220 mil copias no Brasil, só em abril desse ano.
O preço acessível pode ser um atrativo, mas a alta procura pode ser um exemplo do desgaste que a tecnologia está causando nas pessoas.
Vitória Vargas (19) é estudante de publicidade e propaganda e há dois meses comprou os livros “Fantasia Celta” e “Jardim Secreto”, o preço dos dois gira em torno de R$ 30,00 cada. Ela conta que pratica o “exercício” com muita frequência, nos intervalos das aulas e horários de almoço, e a perspectiva de Vitória é exatamente a de que os livros servem como um escape para a correria causada pela praticidade da tecnologia, ela conta: “é uma forma de descansar e se desligar do mundo um pouco, além de que é preciso desenvolver paciência durante o livro, principalmente por conter detalhes pequenos, e desenvolver essa habilidade te ajuda até mesmo no dia-a-dia.” A maioria dos usuários conta que levam em torno de 2 à 3 horas para preencher um desenho, o que é muito tempo considerando que grande parte das pessoas hoje carregam smartphones para todos os lados e é comum que isso seja uma distração frequente.
Celulares estão sendo trocados por lápis de cor, a moda é colorir desenhos. (Créditos: Creative Commons)
É interessante observar que as gerações adultas de hoje são as últimas que não tiveram a tecnologia tão presente no cotidiano, uma das explicações
Livros para colorir viram sucesso entre os adultos que desejam se desestressar. (Créditos: Creative Commons)
dadas por especialistas é de que a pintura de desenhos pode trazer um tipo de nostalgia infantil aos usuários. Quem explica? Apesar da divulgação e do título de “antiestresse”, profissionais alertam que os livros não substituem de forma alguma uma terapia real com um
“...Grande parte das pessoas carregam smartphones para todos os lados.” psicólogo. E alertam para riscos, em entrevista à revista Época, a famosa arte-terapeuta Deolinda Fabetti afirma que os estímulos dos livros podem levar a sudorese, dormência nas pernas, e picos emocionais que devem ser acompanhados por psicólogos. Segundo ela, há observações pessoais a se fazer antes de começar a pintar, como criar um espaço confortável e não se preocupar de antemão com o resultado da pintura.
Há fundamento? Não há como negar que a rotina profissional pode ser desgastante e que para quem não tem tempo ou dinheiro para pagar sessões de terapia, os livros de colorir podem ser uma alternativa acessível. Mas o alerta que fica é de que eles não são uma solução, como tudo que mexe com o emocional deve ser bem pensado e mesmo o acompanhamento não sendo algo imprescindível, os livros não são uma terapia certificada e não substituem um psicólogo.
Curitiba, 16 de setembro de 2015 > Edição 980 > LONA
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COLUNISTAS
Politicalizando Jorge de Sousa
Muletas Observar o rumo político do Brasil é uma tarefa inglória. Ao mesmo tempo em que um feixe fino de esperança insiste em não desaparecer, a inegável derrocada da sociedade brasileira esta mais do que evidente. Não apenas pelo âmbito governamental, mas principalmente no meio civil mesmo, nas pequenas escolhas que fazemos dia após dia e que impactam em todo o nosso meio. E hoje, a grande base da nossa população carece de dever cívico, embora se coloque sempre a criticar os
políticos, nos quais ela própria elege. A auto-crítica é vital para a construção de qualquer indivíduo, que formam um por um a base de uma sociedade. O grande problema é que não estamos conseguindo formar grandes personalidades em nosso cotidiano, muito pela ridícula política de educação nacional, que não é apenas ruim com o PT, visto que desde a época de D.João VI já isolava socialmente grande parte dos brasileiros.
Mas, cobrar os políticos nacionais é dever de todo cidadão, inclusive com seu voto. O comodismo é uma doença que assola os homens e mulheres de Brasília, que ao perceberem total inércia daqueles a quem deveriam representar, permanecem deitados em seus berços esplendidos.
o todo, ou seja, eu, você e até mesmo aquele que fez tal pedido. Ter perspicácia e vontade para aprender um pouco mais da história do seu país deveria ser obrigatório para qualquer cidadão, inclusive no meio estudantil, para que a identidade nacional seja criada em cada nascido no país.
O primeiro passo para a mudança desse panorama é o combate da própria hipocrisia cotidiana, que nos coloca em um “altar de moralidade” perante o resto da sociedade, colocando conceitos, e até mesmo preconceitos, para qualquer transeunte, audacioso o bastante, que atravessar o seu caminho. Como disse o ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, o único modo de se encontrar a verdade é olhar para si próprio e esquecer de todo o ódio e sentimentos ruins que se tenha, deixando apenas a paz e justiça florescer.
Não digo que o patriotismo cego deve ser soberano, mas uma noção da importância do estado é mais do que preciso para o bem social. Que se inicie então a campanha. Larguem suas muletas! Cumpram cada um seu papel ne engrenagem social, não como inertes fantoches, e sim, fazendo valer seu papel como cidadão, conseguindo assim, seus direitos.
Os recentes pedidos pelo retorno dos militares ao poder é um exemplo claro da péssima análise feita pelo indivíduo, que com sua ação prejudica
Jogar água gelada e despertar do sono a classe política nacional parece uma boa não é? Até eu, com minha fratura na tíbia esquerda, estou propenso a largar minhas muletas e correr em marcha para discutir política com quem o quiser e achar que o valha. Boa noite e boa sorte.
2010: Depois da Lua Naturalmente as pessoas acham que um feriado prolongado, como o do dia 7 e 8 de setembro, é uma unanimidade na sociedade e que não há quem não espere ansiosamente esses dois dias de descanso extras, mas, há um seleto grupo que não concorda com datas como a do feriado municipal de Curitiba e até mesmo o Natal. Afinal, quem preferiria acordar cedo, sair de sua casa e passar o dia trabalhando/estudando, enquanto poderia estar dormindo ou fazendo vários nadas? A resposta é simples, aqueles que não concordam com tais datas são os populares “Laicistas Extremistas”. Essa parcela da sociedade avalia que por o Estado não possuir religião oficial, e apoiar toda e qualquer tipo de crença religiosa em sua essência, qualquer associação Federal com alguma religião especifica é inconstitucional. De fato, a República Federativa do Brasil é laica, mas, não significa que aceitar todos os tipos de fé (e a falta dela), sejam a mesma coisa que esquecer
sua história, sua cultura - que relativamente falando é bem enraizada - e sua origem. Somos indiscutivelmente católicos por colonização, ou seja, herdamos costumes e ideais da terra de Pero Vaz de Caminha e Amália Rodrigues. Então, datas como o dia da padroeira de Curitiba (Nossa Senhora da Luz dos Pinhais), a Páscoa, o Natal, o Corpus Christi (leia o Lona 972) e tantas outras que seguem o calendário religioso não são “opressoras com as demais religiões”, “ditadoras de uma fé ultrapassada” ou “sinais de que nem a constituição é respeitada nesse país”. Os crucifixos nos fóruns são constantemente criticados, e apesar de o ex-presidente do STF, ministro Ayres Britto, explicar que não há incitação religiosa nesse caso, porque a imagem de Jesus é para mostrar como um homem pode ser guiado pela “justiça”, ainda sim é motivo de discussão sobre a real laicidade do Estado Brasileiro.
Desmistificando Brayan Valêncio
Não cabe a mim dizer se o crucifixo é algo somente religioso, ou se nós não levamos a pratica, aquilo que está escrito nos papeis, mas, é importante ressaltar que o viés ideológico de datas comemorativas com caráter religioso é (de novo) muito mais cultural que religioso. E também datas como a própria Páscoa e o Natal, não possuem mais o mesmo objetivo, agora elas são simplesmente datas de comércio em potencial, datas que talvez começaram com foco em um grupo religioso, mas que com o tempo foi usurpada pelo capitalismo financeiro e passaram a ser muito mais abrangente. IHá sempre quem diga que: “Deveríamos acabar com qualquer incitação cul-
tural/religiosa no Brasil e começarmos um novo país livre dessas crendices obsoletas, onde não haveria diferenciação entre raça, gênero, credo e opção sexual”. Esse sonho utópico não pode acontecer, mas, o Brasil caminha sim para uma situação onde os ideais da Revolução Francesa se adaptam e onde todos garantam a “plena” cidadania. Pode demorar, mas irá acontecer (pensamento positivo!). Só não podemos recomeçar um novo país e deixar sua rica história de lado, afinal, quem aqui quer deixar de viver em 2015 - Depois de Cristo - e passar a viver no ano lunar de 2010 como a China?
LONA > Edição 980 > Curitiba, 16 de setembro de 2015
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ACONTECEU NESTE DIA
Nascia B.B King, o rei do blues No ano de 1925 em Itta Bena, no Mississippi nascia Riley B. King, popularmente conhecido como B.B King. Quando jovem estudou gravações de guitarrista de jazz e blues, sua fama começou quando nos anos 50, King fazia de um programa de rádio de música negra, intitulado “Beale Street Blues Boy” e tinha o apelido de Blus Boy, que mais tarde foi abreviado para B.B King, o apelido pegou e tornouse o nome artístico de Riley B. King.
Durante os anos King ganhou váriaos Grammy Awards: por melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970, melhor gravação étnica ou tradicional, em 1981, melhor gravação de Blues tradicionais, em 1983. E A marca Gibson Guitar Co. nomeou-o “Embaixador das guitarras Gibson no Mundo”. King faleceu aos 89 anos, de dêmencia vascular.
Mesmo com a idade avançada, B.B King ainda se apresentava ao redor do mundo. (Créditos: Creative Commons)
#PARTIU Show Rod Stewart em Curitiba Dia 17 de abril > Local: Arena da Baixada Pela quinta vez no Brasil, o cantor Rod Stewart desembarca na quinta-feira em Curitiba para um show. Conhecido pelas trilhas em muitas novelas brasileiras, os ingressos para conferir o cantor britânico custam a partir de 1.500 até 100 reais. Horário: 21h30
Exposição Curitiba, aquarela e nanquim Dia 23 de setembro >Local: A Casa Romário Martins Divino Ferreira de Magalhães trabalha na cidade como professor de aulas de desenho e pintura. A coletânea traz 45 trabalhos das técnicas aquarela e bico de pena, em contrações icônicas e pontos turísticos da capital paranaense. Horário: 9h às 18h00 na semana 9h às 14h00 final de semana
Teatro MOVE - Mostra de Solos de Teatro e Dança Dia 16 a 25 de setembro> Local: Al. Júlia da Costa, 204, São Francisco. Com mais de cinco trabalhos de dança e teatro, as peças têm ligação com nosso cotidiano, abordando questões corriqueiras da rotina corrida no dia a dia dos grandes centros urbanos. Todas as apresentações acontecem com o Obragem de Teatro e têm entrada gratuita. Horário: 21h00
Drácula e os zumbis Se diversão e boas risadas é o que você procura, estreou no Teatro Lala Schneider a comédia Drácula e os Zumbis. Uma mistura de tragédia e comédia que vai fazer o público vibrar e sentir um “medinho” do já conhecido pai dos vampiros, o temido Drácula. A loucura toda está armada, pois a peça ganha uma pitada de zumbis, criaturas e personagens completamente fora do normal. Além, é claro, de um clima todo assombroso da terra dos vampiros. O diretor do espetáculo já adianta um pouco do que esperar da nova peça do clássico horário de meia noite de sextas e sábados no Teatro Lala: “Esse foi um dos filmes mais icônicos dos anos 1960, foi um dos grandes filmes que fizeram parte da minha infância e que se tornou uma eterna fonte de inspiração para os muitos de meus espetáculos”, conta João Luiz Fiani. A peça não tem a pretensão de reproduzir o filme, mas sim de trazer toda a atmosfera mágica dos contos envolvendo o famoso conde da Transilvânia, que nessa deliciosa comédia, invade uma aldeia em busca do sangue de uma jovem donzela, filha de um taberneiro local. Logo forma-se um esquadrão para resgatá-la e então toda a confusão está armada. Vampiros, zumbis, estranhas criaturas, um cientista maluco, uma donzela em perigo e seu herói são
O clássico “Drácula” em uma versão omédia, é risada garantida. (Créditos: Divulgação)
os personagens centrais dessa hilariante comédia. SERVIÇO Temporada: de 04 de setembro até 31 de outubro de 2015 Horários: sextas e sábados meia-noite Ingressos na bilheteria: R$50 (inteira) e R$25 (meia). Duração: 80 minutos Classificação indicativa: 12 anos