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Ano XV > Edição 972 > Curitiba, 03 de junho de 2015
Aborto previsto em lei não é acessível para quem precisa Foto: 4freeimages
Norma técnica prevê procedimentos até a 22a semana gestacional, em Curitiba, no entanto, estes são realizados apenas até a 12ª semana p.3
EDITORIAL É preciso saber medir o limite entre o que é responsabilidade do cidadão e p. 2 dos órgãos públicos.
OPINIÃO
Foto: Huitzil
Praça de Bolso do Ciclista reocupa centro de Curitiba Construída a partir de mutirões organizados pela comunidade, a praça que fica entre as ruas São Francisco e Presidente Faria, no bairro São Francisco, é p. 3 um dos muitos exemplos de ocupação urbana na capital.
No dia 25 de maio, a empresa de cosméticos O Boticário publicou a sua campanha de Dia dos Namorados p. 2
#PARTIU Roberta Miranda se apresenta na próxima sexta-feira, no Teatro Positivo p. 6
COLUNISTAS Jorge de Sousa “A ignorância da cidadania nacional é o que mantém a engrenagem podre da política nacional a rodar.” p. 5
Brayan Valêncio 60 dias após o domingo de Páscoa é comemorado outro feriado religioso e quando vai chegando essa data, sempre tem alguém que pergunta: “O que é Corpus Christi?” p. 5
LONA > Edição 972 > Curitiba, 03 de junho de 2015
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EDITORIAL
Um empurrãozinho da população Em matéria publicada hoje no LONA, colocase em pauta a ocupação de espaços públicos para socialização. É cada vez mais premente a necessidade de pensar modelos alternativos de mobilidade, uso das ruas pelos seus cidadãos e contribuição do poder público para que tudo isso se concretize. Além disso, é preciso também chamar a participação da sociedade. A Praça de Bolso do Ciclista, nas esquinas das ruas São Francisco e Presidente Faria, é um exemplo de trabalho comunitário em parceria com o poder público. A CicloIguaçu – Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu – foi responsável pela iniciativa. Ao saberem que o terreno vazio era da prefeitura e estava abandonado, entraram em contato para pedir a cessão do espaço para construção da praça. Com anuência da prefeitura, o local foi cedido. Ao poder público, coube a tarefa de fazer terraplanagem e ceder material. À sociedade, ficou o trabalho de tornar o projeto realidade. Apesar disso, é preciso também saber medir o limite entre o que é responsabilidade do cidadão e dos órgãos públicos. Quando a população começa a intervir no papel do poder público, podem acontecer situações de parceria, como a vista na Praça de Bolso do Ciclista, mas também de total desespero por falta de serviços básicos. Não são poucas as notícias nesse sentido: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Curitiba. Todas essas capitais já foram destaque em notícias evidenciando o esforço da população para melhorar iluminação pública comprando lâmpadas, levar mais policiamento às ruas abastecendo viaturas sem gasolina ou para aumentar a segurança instalando sistemas particulares (câmeras, rondas extensivas), como aconteceu em Curitiba, no Bairro Alto. Tendo em vista quanto se paga de imposto, não se pode simplesmente fazer pelo poder público aquilo que lhe é obrigação. Participação, sim, substituição de deveres, não.
OPINIÃO
Se não tiver amor, Reclame Aqui Ágatha Santos
No dia 25 de maio, a empresa de cosméticos O Boticário publicou a sua campanha de Dia dos Namorados no Youtube. Até aí, tudo normal. A questão é que milhares de pessoas - cerca de 173 mil! - encararam a propaganda de trinta segundos que incluía casais heterossexuais e homossexuais como uma verdadeira “afronta” à família tradicional brasileira. Imediatamente após a marca publicar o vídeo na internet, grupos religiosos e conservadores fizeram uma verdadeira corrente (tipo aquelas correntes chatas que existiam no Orkut) para dar “dislikes” e mostrar a sua insatisfação com o material publicitário. Extremistas chegaram a reclamar d’O Boticário no Reclame Aqui, que é um site voltado para reclamações sobre produtos em geral. Rapidamente, a empresa respondeu às reclamações desse público e alegou que aceita todas as formas de amor, sem distinção de raça ou gênero. Nas redes sociais, vi de tudo. Inclusive pessoas que reclamaram por não ter um casal negro na propaganda e até concordo. Não há um casal negro na propaganda, mas isso geraria um outro texto. Afinal de contas, são só 30 segundos e não daria para colocar todos os tipos de casais que existem no mundo. A questão que incomoda mesmo é a capacidade que as pessoas
Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
têm de querer impor os que elas julgam como certo ou errado, apontando a Bíblia na cara de todo mundo e fazendo o “juízo final” aqui na terra. É só ir até o canal da empresa no Youtube e conferir quais são os argumentos e quais são as críticas em relação ao comercial, que também está sendo veiculado na televisão e “poluindo” milhões de residências brasileiras, com “crianças indefesas” que podem se tornar gays ao espirrar algumas gotas de Acordes - um perfume doce muito bom de O Boticário, aliás. É óbvio que as crianças, nesse caso, são o que menos importa. O que está acontecendo é que um monte de gente que não entende a pluralidade do amor, e menos ainda sobre o que é respeito em relação à orientação sexual, está incomodada pelo espaço que o público LGBT vem conquistando nas novelas, nos comerciais e em toda a mídia. Para estes, é inaceitável o amor que acontece entre quatro paredes, sem incomodar ninguém. Acontece que o feitiço virou contra o feiticeiro. 173 mil pessoas se incomodaram e foram até o vídeo dar o tal do “dislike”. Porém, entre gays, lésbicas, transexuais, bissexuais, heterossexuais, católicos, evangélicos, ateus e macumbeiros, mais de 300 mil resolveram ir até lá e dar uma “resposta”, incentivando a propaganda.
Pró-Reitor Acadêmico Carlos Longo Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Além de dar o seu “like” no comercial da marca, muitas pessoas resolveram comprar o presente do Dia dos Namorados em uma das centenas de lojas da empresa. O que fica de tudo isso? Um enorme parabéns a O Boticário, que além de mostrar que apoia a causa com uma iniciativa bastante simples e sutil, conquistou milhares de novos clientes com uma campanha que - não tenha dúvidas - foi pensada nos mínimos detalhes. Não há mais espaço para os julgamentos ultrapassados e preconceituosos que uma camada da sociedade brasileira insiste em querer esfregar na cara das pessoas. A campanha foi e está sendo bem sucedida e O Boticário vai ganhar muito mais do que planejava quando fez o seu “Estudo de Mercado”. Da Bíblia, preferimos a passagem que diz que devemos amar as outras pessoas como somos capazes de amar a nós mesmos. Especialmente no Dia dos Namorados, o que vai prevalecer não é o ódio dessas pessoas que se esqueceram do bom senso e do respeito à liberdade de expressão e do amor, seja ele em qualquer forma. O que vai prevalecer são as borboletas no estômago que você sente ao ver o “mozão” abrindo o tal do presente que você lembrou de comprar mesmo com toda a correria do dia a dia.
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Luiz Kozak, Roberty Souza Editorial Da Redação
Curitiba, 03 de junho de 2015 > Edição 972 > LONA
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NOTÍCIAS DO DIA
Aborto previsto em lei ainda não é acessível para quem precisa Ana Justi
Norma técnica prevê procedimentos até a 22a semana gestacional, em Curitiba, no entanto, estes são realizados apenas até a 12a semana
De acordo com dados da Secretaria de Saúde de Curitiba, entre 2002 e 2012, cerca de 93 mulheres engravidaram em decorrência de estupro. Destas, 44 realizaram o abortamento seguro conforme prevê a legislação brasileira. Na maioria dos casos, o atendimento nos hospitais aconteceu nas primeiras 72 horas após o ocorrido. Embora o decreto de lei 2848/40 de 07 de dezembro de 1940 permita a interrupção da gravidez sempre que esta acontecer em decorrência de uma violência sexual, nem todos os casos conseguem o direito garantido. Em Curitiba, os hospitais que realizam o procedimento o fazem apenas até a 12a semana de gestação, tempo máximo para a realização do procedimento sem que seja necessária uma interven-
Protesto pró-escolha cristão, “abortar é minha liberdade, é minha decisão”, em Madrid
estupro que acarrete uma gravidez, a mulher faça o B.O. na Delegacia da Mulher”, conta. Outro objetivo do NAVES é a conscientização da população sobre as medidas de urgência que precisam ser tomadas no caso de estupro: é imprescindível que a vítima vá até uma Unidade de Saúde nas primeiras 72 horas do ocorrido para garantir a eficácia das medidas de profilaxia.
O decreto de lei 2848/40 permite a interrupção da gravidez sempre que esta acontecer em decorrência de violência sexual
ção cirúrgica. No entanto, a própria norma técnica “Prevenção e tratamento de agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes” prevê a interrupção de uma gravidez que ultrapasse essa idade gestacional. Pela norma, o limite para a realização de tratamentos e/ou procedimentos que resultem no aborto seria 22 semanas. Apenas após este tempo a gestante não poderia solicitar o abortamento seguro. Muitas vezes, as vítimas optam pelo aborto inseguro, e não chegam a denunciar a agressão. “As meninas não queriam registrar porque os agressores ou eram da família ou muito próximos. Quando perguntei se queriam ir para um hospital e exigir o cumprimento da lei, todas ficaram com medo de não conseguir e se passar muito tempo”, conta Joana*, militante do movimento feminista. “A última menina que chegou até mim já estava com 5 meses, desesperada. Como o tempo avançado da gravidez era muito arriscado, ela vai ter a criança. E ainda convive na mesma casa que o cara que a estuprou, é muita dor”, comenta a militante.
Núcleo de Apoio Criado em novembro de 2013, o Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro – NAVES é coordenado pelo Ministério Público do Paraná, e atende às vítimas (tanto homens quanto mulheres) maiores de idades que tenham sido violentadas em Curitiba e Região. Por uma questão de divisão de âmbitos especializados, o atendimento é feito somente àqueles que sofreram a violência em local público, fora do ambiente familiar, por exemplo. Essa diferenciação se dá uma vez que já há áreas específicas que tratam de questões familiares/da infância e adolescência. Além de fornecer auxílio psicológico gratuita e sigilosamente, o Núcleo também assiste juridicamente às vítimas de violência, acompanhando a investigação do crime e, no caso de denuncia, realizando a sua representação. De acordo com Jacqueline Fontoura, assessora jurídica do núcleo, embora nem todas as vítimas realizem a representação contra os criminosos, para solicitar a realização do aborto seguro é preciso registrar o Boletim de Ocorrência. “Sempre indicamos que, em caso de
Alternativas Para o Estado, é uma responsabilidade, nos casos em que o aborto não é contra a lei, treinar e equipar as redes de saúde para que assegurem que os abortamentos sejam seguros e acessíveis. Além do procedimento, garantese à mulher atendimento de qualidade em caso de complicações derivadas do abortamento, e planejamento reprodutivo pós-aborto, em especial para que o mesmo não torne a acontecer. É obrigação do médico que atende à vítima de estupro informa-la da possibilidade de interromper a gravidez conforme previsto no Decreto -Lei 2848 de 7 de dezembro de 1940, artigo 128, inciso II do Código Penal Brasileiro. No entanto, existem outras alternativas para o caso. A mulher pode optar por manter a gravidez até o nascimento da criança, com todos os cuidados pré-natais que a situação exige, e depois poderá escolher entre permanecer com o recém nascido ou proceder com os mecanismo legais de adoção. Neste caso, é a própria rede de saúde quem providencia as medidas necessárias junto às autoridades para garantir o processo legal de adoção. Optando por qualquer uma das alternativas, aplicam-se os princípios de sigilo e confidencialidade, para garantir a privacidade da vítima. *Nome fictício criado para preservar a identidade da fonte
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GERAL
Praça de Bolso do Ciclista vira ponto turístico de Curitiba A Praça funciona desde setembro do ano passado, e faz parte do projeto de ocupação urbana da Prefeitura Hannah Cliton Fagundes Construída a partir de mutirões organizados pela comunidade, a praça que fica entre as ruas São Francisco e Presidente Faria, no bairro São Francisco, é um dos muitos exemplos de ocupação urbana na capital. A realização do projeto só funcionou porque houve um consenso entre a prefeitura da cidade, o Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) e os cicloativistas da região. Nesse caso, a ocupação de um espaço que pertencia ao poder público e estava abandonado acarretou no entrosamento da comunidade, que pôde participar do projeto desde a sua concepção. Ciclistas, artistas, grafiteiros, comerciantes, moradores, enfim, cidadãos se uniram e se mobilizaram para construir um ponto de encontro direcionado aos ciclistas, mas que abrangeria a todos. “Essa era uma rua morta, aí depois da praça trouxe um público bacana, mas que atrai outros tipos de público que vêm para prejudicar”, diz Chady Ataya, 32 anos e dono de um restaurante árabe ao lado da praça. Ele se refere ao fato de que, um tempo depois da inauguração da praça, outras pessoas passaram a frequentar, e alguns depredaram o local. O objetivo da praça sempre foi ser um ponto de encontro focado nos ciclistas, mas não só para eles. “Várias
cidades já têm praça do ciclista, onde os grupos se encontram, e aqui ainda não tinha e era um bom momento pra marcar isso”, conta Yasmim Reck, coordenadora de comunicação da ONG Ciclo Iguaçu, que participou da construção da praça desde o início. Segundo ela, a experiência de construir a praça com as próprias mãos mudou a sua vida. “É algo que te tira da tua rotina, eu gostei muito e acho que todo mundo deveria construir uma praça na vida. Eu queria que as pessoas tivessem a oportunidade de ter tido essa experiência, talvez elas fossem interagir com o espaço de outra forma. Ainda tem gente que joga lixo no chão e não vê a cidade como dela”, opina Yasmim. Assim como a Ciclo Iguaçu, a empresa nasceu a partir de ideais compartilhados por jovens estudantes de diversas áreas no Coletivo Interlux, um dos mais importantes do início da década de 2000 em Curitiba. Fernando Rosembaun, 37 anos, sócio proprietário da Bicicletaria Cultural e ex-participante do coletivo, diz que “após a construção da praça as pessoas tomaram outros rumos e ela ficou um pouco deixada para andar com as próprias pernas. A ideia é que a praça continue sendo cuidada, as pessoas a tomem para si e cuidem dela”.
Ponto de encontro de ciclistas, a Praça revitalizou a Rua São Francisco, no centro de Curitiba
Um dos princípios da ocupação urbana é tomar a cidade de volta, e interagir com outras pessoas. “Quando você vai fazer um projeto viário pensando na velocidade do automóvel, a escala que você usa é muito maior. Aí vem o conceito da escala humana, que é você voltar a fazer um projeto pensando naquela pessoa que tá caminhando ou no ciclista”, conta Yasmim. “Cidade como lugar de encontro e não de passagem” A intervenção urbana é outra forma de manifestação que está ligada à ocupação. Artistas usam o graffiti, estêncil, sticker, pichação e outros materiais como meio de chamar a atenção para a cidade. Muitas pessoas acreditam que uma imagem inesperada em um lugar inusitado vai atrair o olhar de quem está passando não só para a arte, mas para o local em volta. O Coletivo Interlux, além de eleger a bicicleta como meio de transporte e começar com o ativismo, criava muitas intervenções urbanas, exposições de arte e mobilizava pessoas para conhecerem sua causa. Depois que o coletivo se fragmentou, foram criadas a ong Ciclo Iguaçu (Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu) e a Bicicletaria Cultural, que presta serviço aos ciclistas. Devido a essa ligação estreita entre cicloativismo, intervenção e ocupação urbana, é que artistas foram convida-
dos para homenagear a praça e nela deixar sua marca. A artista plástica Mona Caron esteve presente na cidade em 2014 para o III Fórum Mundial da Bicicleta e foi a precursora da iniciativa. A suíça que mora em São Francisco, nos Estados Unidos, também é ativista e quis pintar um painel na cidade para marcar o movimento em prol da bicicleta. “Um grupo saiu atrás para ver onde pintar e pegar autorização. Nós percebemos que o terreno ali na frente da bicicletaria cultural estava abandonado e, na busca da autorização para o painel, descobrimos que o terreno era público, aquela parte da praça, e é um bom lugar para fazer a praça de bolso do ciclista”, conta Yasmim. O painel foi pintado, e é considerado o marco zero da construção da praça. A flor e a bicicleta que foram pintadas por Mona serviram ao propósito da intervenção urbana, de atrair o olhar para dentro da cidade. A partir da arte, foi criada a praça e tudo o que ela vem trazendo desde sua inauguração. Hoje o lugar está pichado e muitos lamentam pelo “mau uso”, mas o desejo dos construtores sempre foi que o lugar se reinventasse, e é o que está acontecendo. “Foi legal construir algo desse tamanho, que a cidade e o poder público assimilaram. É um espaço que está se transformando a todo momento, o grande desafio é como ele será daqui pra frente”, opina Rosembaun.
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COLUNISTAS
Politicalizando Jorge de Sousa
Oftalmologia Por mais trágica, e de certa forma cômica, que seja a política na terra canarinha, sempre tem uma dose de acefalia alheia para piorar o cenário. Sim, eu falo de você que insiste em ver o universo como uma luta entre PT X PSDB, colocando os heróis e vilões em seu lado preferido (como é possível achar atos heroicos nos setores políticos hoje em dia?). Por isso venho a inserir mais da metade da culpa do lodo moral, no qual o Brasil esta atolado até o pescoço, em sua miopia.
Quando vemos personagens como Renan Calheiros, Eduardo Cunha e afins comandarem os rumos do país e observar que, muitas e muitas vezes, as redes sociais fervem com notícias partidárias. De Aécio “cheirador” até Lula “pinguço”. Tudo com informações mirabolantes e escabrosas, que, por mais cruéis que sejam, nunca atingem a legenda e seus filiados. Pois é meu leitor, sete a um foi pouco mesmo. O que já deveria ter bastado é a risada fácil dos caciques da política nacional
com essa “Faixa de Gaza” nas redes sociais de cada dia. Afinal, é tanto nome da Lava Jato daqui, passando pela Zelotes acolá, que é mais fácil só xingar o outro lado do muro, do que ver que as ervas daninhas crescem em abundância nas duas partes. Aqui no Paraná, um dos casos mais célebres foram os arautos de defesa às ações da Polícia Militar do Paraná contra os professores no Centro Cívico. Meus caros, se nem o Fábio Campana ousou falar do caso, é porque você que quer descer a lenha nos magistrados esta sozinho nessa. Merecidamente solitário, apoiado em sua ira cega de sempre ter que encontrar razões utópicas de basear seu posicionamento político, quando o seu próprio partido perdeu a sua ideologia há tempos. Se você doou seu dinheiro para o José Dirceu esta proibido de rir do coleguinha tucano e ainda esta no mesmo canto da sala com o chapéu de burro. A ignorância da cidadania nacional é o que mantém a engrenagem podre da política nacional a rodar. Casos como as doações feitas ao Implican-
te pelo governo paulista e ao Dilma Bolada feita pela presidência, são exemplos claros do auxílio do poder público em incentivar as discussões sem qualquer base entre a população, visto que a existência desta impede que diálogos inteligentes, que permitam a sociedade refletir, ao invés de apenas gritar, o que realmente esta sendo feito com o nosso sistema democrático, regime no qual nós deveríamos ter o controle dos nossos representantes e não o inverso. Em “Ensaio sobre a cegueira”, o escritor português, José Saramago, relata uma sociedade que é acometida por uma epidemia de perda de visão, ocasionando um cenário apocalíptico. O olhar para se tornar crítico, precisa ser treinado e, mais do que tudo, desvinculado de observações cegas e inconclusivas, motivadas por afeição e não pela razão, esta sendo absolutamente necessária para uma mudança real em nosso meio. Por isso consulte seu oftalmologista o mais rápido possível. Por que o “antes que seja tarde” esta esperando na próxima postagem.
Afinal, o que é Corpus Christi? 60 dias após o domingo de Páscoa é comemorado outro feriado religioso e quando vai chegando essa data, sempre tem alguém que pergunta: “O que é Corpus Christi”, e então alguém responde: “É o corpo de Cristo”. Todos os anos milhões de fiéis celebram o feriado de Corpus Christi, porém têm quem come more sem nem ao menos saber o motivo da celebração. Costumeiramente, Corpus Christi é uma festa da cultura da Igreja Católica, na qual eles acreditam sentir a presença do Corpo e Sangue de Cristo. O feriado surgiu no século XIII, quando uma freira chamada Juliana de Mont Cornilon relatou ter visto o próprio Cristo e ouviu ele pedir que queria um dia de destaque para a celebração do seu Corpo. Alguns anos mais tar-
de, quando o Papa Urbano IV estava fazendo uma missa, na hora da celebração da hóstia, fiéis afirmaram ter visto sair sangue. Sendo assim, Urbano IV solicitou serem trazido os objetos da cele bração para sua cidade, e assim foi realizada a primeira procissão. Tempos depois, ficou instaurado que a nova data comemorativa seria feita anualmente, em um prazo de 60 dias após a celebração pascoal, ou seja, não haveria uma data fixa, mas sim uma variante que a única garantia seria celebrar sempre na quinta-feira. Erroneamente, há a ideia de que Corpus Christi é um feriado nacional, mas, a data é apenas um ponto facultativo segundo as leis nacionais, entretanto, historicamente todas as capitais brasileiras costumam aderir a esse
Desmitificando... Brayan Valêncio
feriado e em 2015 não foi dife rente. Definir a data como feriado, acontece anualmente através de um decreto onde o poder executivo municipal regulamenta o dia como uma das datas festivas do ano, pode também ser decretado ponto facultativo na sexta-feira que sucede o Corpus Christi. A cultura por tuguesa costuma ornamentar tapetes em homenagem a data e essa prática pegou no Brasil, sendo o maior símbolo da festividade. Diversos fieis vão
a igreja e com matérias específicos, confeccionam tapetes dos mais variados tipos – geralmente utilizando a cor vermelha -, porém com enfoque sempre nas imagens e costumes religiosos. Então, o feriado de Corpus Christi é um dia extremamente religioso, principalmente para os católicos, aonde eles demonstram sua fé, provando acreditar que a hóstia representa o corpo de Cristo e reafirmando a crença de que ele morreu para limpar os pecados de todos.
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ACONTECEU NESTE DIA
03 de julho de 1883: Morre Franz Kafka Há exatos 91 anos, a literatura mundial perdeu uma das suas maiores referências. Nascido no dia 3 de julho de 1883, em Praga, Franz Kafka. Filho de judeus, o mais velho de seis irmãos, Kafka estudou química mas, se formou em direito. Autor de contos como A Metamorfose (1915), O Processo (1925) O Castelo (1926), trabalhou numa compania de seguros e nas horas vagas se dedicava a literatura. Nas
suas obras, o constante o confronto entre os personagens e o poder das instituições, demonstrando a impotência e a fragilidade do ser humano. Só conhecemos sua obra graças ao seu amigo Max Brod, que deixou todos os direitos da sua obra para ele e com um ultimo pedido. Tudo deveria ser queimado sem ser lido. Morreu em 3 de junho de 1924, aos 40 anos, vítima de tuberculose, na cidade de Klosterneuburg, Áustria.
#PARTIU Exposição OBRAS SOB GUARDA DO MON Local: Museu Oscar Niemyer (MON) Data: De 14/04 até 12/07 de Terça a Domingo: 10h às 18h Ingresso: R$ 6 inteira, R$ 3 meia entrada HERÓIS DE BRINQUEDO Local: C entro Cultural Solar do Barão Data: 29/05 até 05/07 Ingresso: Gratuito
Shows ROBERTA MIRANDA Local: TEATRO POSITIVO Data: 05/06 Ingresso: De R$ 66 a R$286 PAULA TOLLER Local: Teatro Positivo Data: 12/06 Ingresso: De R$ 66 a R$366
Teatro MEMÓRIAS POSTUMAS DE MACHADO DE ASSIS Local: Miniauditório Guaíra Data: Até 07/06, sempre às 20h Ingresso: R$43 inteira, R$21,50 meia O FAÚNO Local: Teatro Paiol Data: 06/06 Ingresso: Gratuito
Roberta Miranda se apresenta em Curitiba Na próxima sexta-feira, a cantora Roberta Miranda volta a Curitiba como o seu mais novo trabalho. “Roberta canta Roberto”. Fã de Roberto Carlos, a cantora pinçou diversas músicas e chegou ao número de 12, sempre com a aprovação do Rei. Entre elas estão, Nossa Senhora, Se você Quiser, Como é grande o meu amor por você entre outas. Algumas canções tem como autor Erasmo Carlos, grande figura da jovem guarda. O show será realizado no Teatro Positivo, localizado na rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, número 5300.
Quisque ultricies convallis tortor nec venenatis. Interdum et malesuada fames ac ante
Dia dos Namorados ao som de Paula Toller A cantora Paula Toller volta a Curitiba no dia 12 de junho, dia dos namorados. A loira traz a sua nova turnê “ Transbordar ” e traz as canções “Calmar ”, “O sol desaparece” entre outras e sucessos do tempo do Kid Abelha, como “Nada Sei”. Com 10 faixas, o novo álbum conta com par ticipações em algumas compo sições como na música “ Será que eu vou me arrepender ” com Arnaldo Antunes e tem nos vocais a par ticipação
de Hélio Flanders. Beni Borja, ex K id Abelha ajudou na composição de outras duas músicas. “Seu nome é Blá” e a “À Deriva pela vida”. O show será realizado no Teatro Positivo, localizado na rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, número 5300.