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Ano XV > Edição 975 > Curitiba, 25 de junho de 2015
Elefante branco curitibano: o esporte pede socorro EDITORIAL O esporte brasileiro está em ruinas. Exatamente como a estrutura do Pinheirão e a do Ginásio do Tarumã. p. 2
OPINIÃO Uma das pessoas chegou a escrever que “agredir é errado, mas fazer macumba também é”. p. 2
Foto: Flickr
Pais continuam tendo grande importância na educação sexual
#PARTIU
Diálogo entre pais e filhos é fundamental na aceitação da sexualidade p. 3
O cantor Marcos Almeida, ex-vocalista da banda Palavrantiga, se apresentará no Teatro Paiol. p. 6
Foto: Karina Sonaglio
Série de reportagens aborda três gigantes do esporte que já foram muito prestigiados mas hoje estão às moscas: o Ginásio do Tarumã, o p.4 Estádio do Pinheirão e o Jockey Club do Paraná. COLUNISTAS Brayan Valêncio Uma das consequências do não uso do protetor solar são as manchas que acabam surgindo, e por mais que a pele não queime, serão formadas algumas p. 5 machas da cor branca. Jorge de Sousa E o maior derrotado nessa história é o povo brasileiro, que assiste inerte seus representantes, ou as pessoas que deveriam representa-los, atuarem de forma lamentável. p. 5
LONA > Edição 975 > Curitiba, 25 de junho de 2015
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EDITORIAL
Declínio de gigantes
O esporte brasileiro está em ruinas. Exatamente como a estrutura do Pinheirão e do Ginásio do Tarumã. Vamos fazer algumas lembranças aqui. Num espaço de 9 anos, o Brasil entrou na rota do esporte mundial. Em 2007, recebemos os jogos Pan-Americanos, sete anos se passaram e, veio a Copa do Mundo e ano que vem temos as Olímpiadas, no Rio de Janeiro. O Brasil tem um grande potencial esportivo, mal utilizado e com pouco investimento. O Ginásio do Tarumã era a casa da seleção brasileira de ginástica. De lá, saíram grandes nomes da modalidade. Daiane dos Santos, Laís Souza, os irmãos Daniele e Diego Hypólito, entre outros. O vôlei também ocupava o espaço que hoje está em situação de abandono e descaso. Em 1985, ano que o futebol paranaense conquistava seu primeiro título no futebol, foi inaugurado também, o Pinheirão. Por algum tempo, foi a casa do Atlético Paranaense e do Paraná Clube, era administrado pela Federação Paranaense de Futebol que, desde aquela época, cometia seus equívocos, sendo o Pinheirão talvez, o maior deles.
OPINIÃO
Em nome da intolerância Pamela Castilho Cohene
Existe um ditado que diz que sobre futebol, política e religião não se discute. De maneira simplista, a interpretação dessa frase é: todos somos livres para escolher por qual time torcer, em quem votar, qual religião seguir. Porém, não é essa ideia de alguns. É perceptível que vem crescendo cada vez mais o sentimento de intolerância. Algumas pessoas, que se julgam as grandes detentoras da sabedoria e da verdade, pararam de respeitar o direito de ir e vir, espalhando o discurso de ódio nas redes sociais, nas rodas de conversa, nas ruas. “Não pense como todos e você será repreendido”, é basicamente a máxima o que se vê por aí. Vítima de todo esse ódio, uma menina de 11 anos foi acertada na cabeça por uma pedra enquanto saia de um culto de candomblé no Rio de Janeiro, no último domingo (14). Ela estava com a família, que foi perseguida e intitulada de “macumbeira”. A menina chegou
a desmaiar depois da agressão. No desespero, a família não pode nem sequer socorrer a vítima da maneira correta, pois tinha que primeiro fugir dos agressores. A avó da menina promoveu no Facebook, depois do episódio, uma campanha pela paz e contra a intolerância religiosa. Casos como esse, em que há agressão física, chocam a sociedade. Porém, existem agressões semelhantes que nem sempre envolvem o físico e também precisam ser levadas em conta. Um exemplo ocorreu em outubro do ano passado na Câmara de Curitiba, envolvendo a vereadora Carla Pimentel, que na ocasião votou contra um simples título de utilidade pública que seria dado para um centro espírita. Em sua explicação, a parlamentar afirmou que o projeto era favorável a um “centro de macumba” e recriminou outros vereadores da bancada evangélica que votaram a favor.
São discursos como esse, vindos de “representantes do povo”, que incentivam a violência e o ódio. Nos comentários do Facebook, várias pessoas se chocaram com a agressão, mas ao mesmo tempo, recriminaram a família. Uma das pessoas chegou a escrever que “agredir é errado, mas fazer macumba também é”. Um reflexo da ignorância, do desconhecimento de outras culturas e religiões e, ainda, do extremo desrespeito espalhado por esses que se dizem “religiosos”, num mundo onde a violência se justifica “em nome de Deus”. Mas não há motivo para o desespero absoluto, ainda há esperança: no mesmo post do Facebook, várias pessoas comentaram pregando o respeito e formando uma corrente. “Sou evangélica e respeito você”, foi o comentário inicial. Logo depois, vários outros comentaram a mesma coisa, apenas mudando sua opção religiosa. Talvez nem tudo esteja perdido.
Em 1989, totalmente concluído, tinha capacidade para 54 mil pessoas. Dez anos se passaram e, uma reforma, “aproximou” as arquibancadas do campo. O fato é, que o Pinheirão nunca empolgou, claro teve seus momentos de glórias. Talvez o maior deles, foi na Copa Sul, com a final entre Grêmio e Paraná Clube. Vitória gaúcha. Em 2003, tivemos um solo curitibano, a presença da seleção brasileira pouco mais de um ano após a conquista do penta, jogando pelas eliminatórias de 2006. O adversário era o Uruguai e a partida terminou empatada em 3 a 3. Passado os momentos bons, a desgraça quase que anunciada. Em 2007, a conta dos impostos bateu até que o estádio foi a leilão. A FPF conseguiu a anulação, cinco anos depois, o último prego no caixão. O complexo foi leiloado por mais de R$ 57 milhões de reais para um grupo do ramo atacadista. Seu ultimo evento? Ainda 2007, Cianorte venceu o JMalucelli por 2 a 1. Com apenas 22 anos de existência, um fim trágico e melancólico, por conta da gestão amadora. Isso reflete no futebol, no esporte e no país. Lamentável.
Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Alessandra Becker, Ana Santos e Francisco Mateus Editorial: Roberty Souza
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GERAL
Pais e filhos: aceitação da homossexualidade Karoline Granatto
Mesmo com uma sociedade mais aberta à aceitação da homossexualidade, assumir a sexualidade para a família continua sendo um desafio Os pais tem muita influência na vida dos filhos, principalmente na questão de educação sexual. Eles exercem influencia na personalidade, mas orientação sexual não se trata de personalidade. Há muita coisa envolvida quando falamos de aspectos que motivam uma pessoa a sentir desejo sexual por uma pessoa do mesmo sexo ou do sexo oposto. Para muitos, esse assunto ainda é um tabu, principalmente quando se está em questão a homossexualidade, algumas barreiras sobre este assunto já foram quebradas, porém apesar de estarmos mais informados e menos arcaicos, continua sendo um tabu e alvo de muito preconceito. Pais não tocam nesse assunto com os filhos, deixando nas mãos dos filhos a descoberta sobre o mundo e sua orientação sexual sem saber nada sobre o assunto e opinião dos seus pais. Apesar de a sociedade estar se mostrando cada vez mais adaptável aos novos padrões de comportamento, isso não significa que estamos livres do preconceito. Como aumento das informações, muitas pessoas conseguem
Laura Muller, especialista em sexualidade > Foto: Reprodução
Para algumas familias, homossexualidade ainda é tabu > Foto: Flickr
entender o que antes não era possível e passam a enxergar determinadas situações com maior tolerância. Laura Muller (45) é psicóloga especialista em sexualidade, formada em jornalismo e muito conhecida por ter trabalhado na Revista Claudia e dar dicas no programa Altas horas. “Desde 1997 esse tema deve ser tratado no ensino, a partir dos 7 anos deidade. Hoje, mais de uma década depois, a gente ainda não tem a totalidade das escolas abordando o assunto. Muitas vezes as questões surgem nesse ambiente. Os beijos, as brincadeiras... Então a escola tem um papel fundamental nessa
formação. A educação sexual precisa ser uma ação conjunta entre família, escola e sociedade. Estamos formando essas crianças e adolescentes para serem adultos melhores, cada vez mais confortáveis com seu corpo, sua saúde e a sua sexualidade.” A dificuldade de conversar sobre o assunto entre a família não é de hoje, é como uma herança, também pode ser devido a religião e como consequência, os pais se sentem inseguros em conversar sobre o assunto com os filhos. A maioria tem medo que esteja incentivando o filho a descobrir mais sobre o assunto e decidem por não educar sexualmente, não fazem ideia da diferença que a informação e o apoio faz. Acreditam que por seus pais não terem os ensinado e conversado sobre esses assuntos desde pequenos eles também não precisam fazer o mesmo com seus filhos, afinal e eles farão sua descoberta. Para o auxiliar de escritório, Cristian Meza Lopes (18), contou sobre como foi sua conversa com seus pais quando decidiu “assumir” sua sexualidade, disse que foi um pouco difícil, mas depois a família aceitou, com exceção a seu pai, que disse aceitar, mas que não quer muito contato. “No início como eu morava com meu pai, foi muito difícil
pelo fato dele ser evangélico, seguir as doutrinas da igreja rigorosamente e ser muito arrogante. Passei por várias “batalhas” e uma das batalhas principais que eu passei foi a minha saída de casa, porque realmente meu pai não aceitava. Então, devido a isso, eu decidi sair de casa para que ele e eu vivêssemos nossas vidas tranquilamente. O lado da minha mãe foi totalmente diferente. Ela demorou a aceitar, mas ao contrário do meu pai, ela me respeitava independente da minha orientação sexual. Minha família já sabe que sou homossexual, tanto que eu tenho um namorado, o Thiago, que eles tratam como membro da família também. Meus avós o têm como próprio neto. Todos o adoram, principalmente respeitam.” Muitos filhos preferem que os pais não saibam sobre sua sexualidade ou demoram em fazê-lo. Isso é um reflexo da atitude dos pais frente esse assunto. Pais preconceituosos tendem a intimidar o filho e deixá-lo desconfortável para se abrir com eles. A tolerância deve partir de dentro de casa. Pais que estabelecem um diálogo desde cedo com seus filhos, apoiam em suas atitudes e os conduzem para o caminho do bem, formam pessoas mais confiantes e capazes de lidar com a diversidade e o preconceito que existem no mundo. Ter um diálogo aberto entre a família, onde ambos os lados podem compartilhar suas preocupações e fazer perguntas é a melhor forma de se relacionar com os filhos e pais. Provavelmente o filho tem dúvidas, sente-se nervoso e confuso quanto a sua orientação sexual, é normal, principalmente na adolescência em que tudo fica a flor da pele. Julgar, acusar e ameaçar só tende a piorar a insegurança. Assim como é difícil se assumir para os pais, com o resto da família não é diferente. Porém é necessário que os pais façam sua parte na hora de contar para o restante da família. Diminuir, minimizar a pessoa, mostrar que foi um problema e sentirse envergonhado da orientação sexual do filho só irá fazer com que a família tenha a mesma atitude.
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GERAL
Almir Nélson de Almeida: o cinquentão abandonado Há cerca de um ano e meio sem sediar competições oficiais, o mais antigo ginásio do Paraná já foi deixado para trás há alguns anos. Karina Sonaglio
O tempo começa a pesar para o Ginásio Professor Almir Nélson de Almeida. A estrutura já não é mais a mesma, o letreiro com o nome do local já não está mais completo, a cor pálida, as rachaduras e os descascados nas paredes denunciam a idade. Tem um semblante de cansado, mas o novo cinquentão da capital paranaense, completados em janeiro deste ano, conhecido como Ginásio do Tarumã pelos mais íntimos, continua vivo - porém, abandonado. O piso ainda é o mesmo de 50 anos atrás. A madeira pregada no chão começa a estufar. O concreto das arquibancadas está, em alguns pontos, danificado. A arquibancada, feita com longas tábuas de madeira, se encontra abaulada - um risco caso fosse utilizada. O pó está impregnado por toda parte em uma camada grossa. O canto do ginásio na parte abaixo do placar serve apenas para depósito de aparelhos de ginástica.
Palco de grandes conquistas do esporte paranaense, sobretudo com a equipe do Rexona Vôlei entre 1997 e 2003, o Ginásio do Tarumã, com capacidade para 4 mil espectadores, sofre com o esquecimento. Ginásios como o Chico Neto, em Maringá, se tornaram as principais sedes de eventos esportivos no estado do Paraná. Por ter sido saqueado diversas vezes, há cerca de 20 dias um guarda foi colocado no ginásio. Vidros e banheiros quebrados e portas arrombadas são os sinais da bandidagem e da depredação dentro e fora do Tarumã. A única parte ainda viva por lá é uma sala utilizada por empréstimo para a Federação Paranaense de Skate há 4 anos, e um cachorro que vive nos arredores, alimentado por pessoas da federação. Segundo José Alberto de Campos, Coordenador de Esportes do Paraná, o ginásio está passando por um período de estudo de reforma, já que foi fechado pelo Corpo de Bombeiros por requerer algumas adequações. Entretanto, não é possível avaliar ainda quanto a obra irá custar. Campos comentou também que é estudada a possibilidade de realizar uma parceria com o Colégio Militar após a reforma para a utilização dos alunos.
Arquibancadas do ginásio do Tarumã empoeiradas, sem nenhum cuidado > Foto: Karina Sonaglio
O abandono do ginásio, entretanto, tem indignado pessoas como Bruna Corcini, jornalista que viveu intensamente o auge do Rexona Vôlei em Curitiba. Nascida em Londrina, no norte do estado, veio para a capital com 13 anos e se apaixonou pela equipe de vôlei comandada por Bernardinho. Ela lembra de assistir os treinos das cate-
Bruna Corcini luta para promover a revitalização do ginásio do Tarumã > Foto: Karina Sonaglio
gorias de base, nas quais vários conhecidos participavam para competições. As crianças treinavam em quadras subdivididas ao lado da quadra principal dentro do Tarumã, dando aos pequenos atlewtas o contato diário com os profissionais. Bernardinho, conhecido pelo seu temperamento explosivo, costumava cobrar bastante também dos pequenos que por ali treinavam.
“O pó está impregnado por toda parte em uma camada grossa” Com essa memória de um passado não tão distante, Bruna resolveu então agir. Há cerca de um ano ela vem tentando encontrar meios para mobilizar autoridades para a reforma do ginásio. Dois meses atrás, a ex-torcedora do Rexona criou na internet uma petição para tentar conseguir uma grande quantidade de assinaturas da população. Nos próximos dias, ela pretende ampliar essa ideia entregando no comércio da cidade – e em especial no bairro do Tarumã -, folhas dessa petição pedindo a assinatura daqueles que con-
cordam com o projeto. “Quinhentas mil assinaturas seria um bom número”, diz ela. Bruna ainda conta com uma ajuda de peso. Marcelo Negrão, ouro nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, com a Seleção Masculina de Vôlei, vem ajudando nessa ideia e mantém contato regularmente com a curitibana. Negrão tem familiares na capital paranaense e estaria disposto a vir para Curitiba ser um dos pilares dessa nova equipe – até mesmo como técnico. A revitalização do “cinquentão abandonado” não seria apenas pelo lazer e entretenimento que o esporte traria para a cidade, mas também pela ajuda em causas públicas, como o desempenho escolar de crianças e adolescentes. A participação nas categorias de base da época era controlada com as notas conquistadas dentro de sala de aula. “Minha amiga me contava que precisava tirar nota 7 na próxima prova para poder continuar treinando no Rexona”, recorda Bruna. Bairros como o próprio Tarumã, Cajuru, Capão da Imbuia e Bairro Alto poderiam aproveitar o local para ocupar crianças e adolescentes com o incentivo ao esporte. “Se juntar umas 200 ou 300 crianças, imagina o quanto esse resultado se multiplica”, reitera.
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COLUNISTAS
Desmistificando Brayan Valêncio
Lugar Ao Sol Lá vem mais uma daquelas pérolas: “Nossa você tem sorte em ser negro, pois não precisa passar protetor solar e não vai ficar ardido com o sol”. – Vocês foram avisados –, então será que de fato a cor da pele influência na necessidade de passar protetor? Não, não mesmo. A alta quantidade de melanina não protege as pessoas de pele negra da radiação solar, então, todos devem utilizar o filtro solar para que se previnam de problemas pós superexposição solar.
Pessoa mais morenas, muitas vezes acreditam estar protegida, e exageram na exposição do sol, sem se preocupar com o tempo e nem com o uso do filtro solar, mas já foi comprovado por especialistas que apesar de não sofrer queimaduras, a exposição ocasiona problemas de saúde. O mito foi transmitido pelo fato das negras terem mais proteção pela pigmentação, é quanto maior a pigmentação, mais protegida a pele será. Ninguém é totalmente imune aos raios solares, por esse motivo, é recomendado para as pessoas de peles
negras o FPS de menor, porém nunca deve ser inferior ao fator de número 15. Uma das consequências do não uso do protetor solar são as manchas que acabam surgindo, e por mais que a pele não queime, serão formadas algumas machas da cor branca. Também é mais fácil de desenvolver melasma que é a alteração na pele em determinadas partes do corpo, além de o excesso de exposição frequente pode enrugar e envelhecer a pele, o problema maior é quando esse contato com o sol é em apenas um lado do rosto, deixando o rosto com traços mais “velhos” de um lado e do outro aparentemente mais natural. A exposição ao sol deve ser realizada no máximo 15 minutos ao dia, para o corpo absorver vitamina D, isso sem o filtro solar. Aí chega você fala: “moleza! Aqui em Curitiba só tem sol por 15 minutos no dia mesmo, quando tem! ” Então outro problema entra em jogo, a de que
as pessoas da capital, independente da tonalidade de pele, tem déficit de vitamina D no corpo, pois o curitibano além de não ver o sol com frequência, quando ele aparece, a sombra é sempre a primeira opção. Os raios solares são importantes para o corpo por diversos motivos, e independentemente da tonalidade da pele, ele deve ser sempre bem-vindo, com as devidas precauções. O curitibano não é tão carrancudo e solitário como é estereotipado para fora do Estado, mas, se os Estados Unidos e Cuba se reaproximaram e até a Globo e o Tom Cavalcantti esqueceram as diferenças, não está na hora de o sol e a capital do pinhão deixarem as picuinhas de lado? Vamos concordar, ambos os lados têm que ceder, o centro da cidade poderia ser com menos prédios altos, deixando o sol mostrar sua cara de vez em quando, e o sol poderia ser mais simpático e aparecer mais, afinal, vai que o rostinho dele é igual ao do solzinho do Teletubbies.
A velha esquerda Estava com meu irmão mais novo um dia desses e no meio de tantos programas infantis, paramos no filme Megamente. Até por não ser um filme maçante, fiquei atento no roteiro, que conta a história de um vilão, que sempre derrotado pelo herói bonitão e ídolo da cidade, acaba finalmente conseguindo vencer seu antagonista e mata-lo (vejam o filme, ou não, para descobrir como a história se sucede). No meio da película, o rapaz tem uma epifania, na qual percebe que sem o seu opositor, sua vida se torna fútil e sem objetivos. Antes que o caríssimo leitor ache que caiu na crítica cultural por engano, saiba que o conflito vivido pelo Megamente, é exatamente o vivido pela política nacional hoje. A falta de uma oposição de nível no cenário nacional. Eu cresci vendo o PT perder mais do que ganhar. Vi Lula ser derrotado de forma humilhante em 1998. E o par-
tido desanimava? Que nada. Tal qual um jornalista investigativo, eles conseguiam colocar os poderosos PSDB e PMDB em xeque, além de serem, mesmo com bancadas menores, efetivos na Câmara e Senado Federal. Acima de tudo, o PT fazia política. Vem 2002. E a vitória magna. A presidência da república era finalmente do partido e todos os anseios e desejos da legenda poderiam ser colocados para funcionar. Bom, a realidade mostrou que muita coisa ficou pelo caminho e o poder corrompeu as estruturas do PT, que mesmo hoje ainda estando no poder, vê um horizonte perigoso para os próximos ciclos eleitorais. O sempre “na onda” PMDB se manteve na base aliada. E o destituído PSDB aparecia em um cenário totalmente inédito. Ele era à esquerda. Pela primeira vez o partido tinha a chance de ser a pedra e não a vidraça, de mostrar que a
Politicalizando Jorge de Sousa
legenda poderia voltar ao posto principal ao menor sinal de crise petista. Não foi dessa vez. Os tucanos agem na maior parte como bebês chorões e adoram tomar medidas que beiram o ridículo, que apenas fortalece, o muitas vezes combalido, Partido dos Trabalhadores (PT). Mesmo com a crise atual, não é possível cravar que em um pleito nacional o PSDB conseguisse retomar o poder, tamanha sua incompetência de realizar seu principal papel e principalmente entender que ser oposição não é apenas “jogar contra”, e sim fazer política, colocando seu adversário nas cordas
e colocando o povo ao seu lado. E o maior derrotado nessa história é o povo brasileiro, que assiste inerte seus representantes, ou as pessoas que deveriam representa-los, atuarem de forma lamentável em seus papéis. Não digo que o governo tucano teve apenas altos, muito pelo contrário, teve diversos problemas, muitos deles iguais aos que o PT enfrenta hoje. Mas, a força de uma oposição consistente dava esperança à população, pois mesmo nas horas mais escuras (sem piada com o apagão de 2000) quando se via a esquerda, observava-se um novo caminho para o Brasil. Hoje, apenas a saudade ficou.
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ACONTECEU NESTE DIA
Seleção da Argentina vence primeira Copa do Mundo No dia 25 de junho de 1978, a seleção da Argentina vencia a seleção da Holanda na Copa do Mundo.
da Argentina contra o Peru, em que a seleção anfitriã venceu a seleção peruana, por seis gols a zero.
A final foi em Buenos Aires, no Estádio Monumental, e a seleção argentina venceu por três gols a um a seleção holandesa. Pela primeira vez na história dessa seleção, o país leva o título de campeão mundial.
A seleção brasileira participou dessa edição da Copa do Mundo, ficando em terceiro lugar na classificação.
Durante o campeonato, um fato curioso também aconteceu no jogo
Depois de muita insistência, a Argentina sediou o campeonato, mas essa edição da Copa do Mundo gerou polêmica, porque o país vivia uma intensa ditadura militar.
Atacante Leopoldo Luque no Mundial de 1978 > Foto: Flickr
#PARTIU Shows
Marcos Almeida apresenta a turnê Eu Sarau
Marcos Almeida Local: Teatro Paiol Data: 27/06 Horário: 17h30 e 20h Ingressos: R$ 60,00 e R$ 30,00
O cantor traz à capital paranaense seu novo projeto e suas novas produções em carreira solo.
Thiaguinho Local: Teatro Guaíra Data: 25/06 e 26/06 Horário: 21h Ingressos: R$40,00 à R$400,00
O cantor Marcos Almeida, ex-vocalista da banda Palavrantiga, se apresentará em duas sessões no Teatro Paiol no dia 27 de junho, às 17h30 e às 20h.
Exposições Periscópio Urbano Local: Biblioteca Pública do Paraná Data: 20/06 a 20/08 Horário: seg a sex : 8h30 às 20h; sáb: 8h30 às 13h. Ingressos: Entrada gratuita A Fotografia no Acervo do MAC/PR Local: Museu de Arte Contemporânea do Paraná Data: 16/04 a 13/09 Horário: ter a sex: 10h às 19h; sab e dom: 10h às 16h Ingressos: Entrada gratuita
Teatro Amor Com Humor Se Paga Local: Miniauditório do Teatro Guaíra Data: 25/06 a 27/06 Horário: 20h Ingressos: R$ 15,00 e R$ 30,00 Luz, Cama... Ação Local: Teatro Lala Schneider Data: 05/06 a 28/06 Horário: 23h59 Ingressos: R$15,00 a R$40,00
Após Marcos sair da banda Palavrantiga, o cantor lançou, em 2014, a música Biquíni de Natal. E a partir daí, iniciou o projeto de carreira solo com a turnê Eu Sarau. Na Palavrantiga, Marcos foi vocalista, guitarrista e responsável pela maioria das composições. A banda foi criada em 2007 e produziu três CDs que são: Palavrantiga vol. 1, Esperar é Caminhar e por último o álbum Sobre o Mesmo Chão. Marcos Almeida se apresenta em Curitiba com a turnê “Eu Sarau” > Foto: Divulgação
No ano de 2013, já em carreira solo Marcos percorreu o Brasil com a turnê Nossa Brasilidade, que conta com a parceira da musicista Lorena Chaves. E, em algumas ocasiões, com a participação de músicos diversos, como Weslei Santos e a vocalista da banda Simonami, Lilian Soares. Com o projeto solo Eu Sarau, Marcos traz à capital paranaense um repertório composto por algumas releituras da
banda Palavrantiga, além de músicas que fez em parceria com a cantora mineira Lorena Chaves, como por exemplo, a música Dança. Marcos também estreia canções novas nesse novo projeto. Os ingressos podem ser adquiridos no site www. gorockbee.com e diretamente no Teatro Paiol. A entrada custa R$ 60,00 e a meia-entrada R$ 30,00. Para quem adquirir o ingresso pelo site será cobrada uma taxa de serviço no valor de R$ 3,00.