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Fabio Giorgio

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Samantha Abreu

Samantha Abreu

Escritor, autor de Na BOCA do BODE – Entidades Musicais em Trânsito (Atrito Arte/2005); e produtor audiovisual, dirigiu Beleléu Cá Entre Nós – Itamar Assumpção antes do Nego Dito. Editou o zine Toxina F.C. e corroteirizou e coapresentou o programa Risco no disco, na Usp FM. Nasceu e vive em São Paulo. Os poemas inclusos nesta publicação integram o livro inédito Bigorna em queda livre.

a galáxia (ad)mirada de uma rua sem saída ou apenas um moleque da vila Paiva que passava horas das noites fitando o céu

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havia antes da miragem e do incrível rio que desaguara no precipício das iniciativas um incalculável manto escuro cobrindo tudo e a mudez reverente da inocência em sua recusa guerrilheira

(sobrou um despropósito nessa lembrança – morro da avenida Conceição):

dói um bocado mergulhar sem medo

merreca no universo espanando o pó de estrelas – de constelações inteiras

(limar o nó repetidas vezes da abstração inicial)

nós em todos nós

[pauta desabalada cuja métrica absurda a distende infinitamente – e haja poeira dentro da cosmológica garrafa para ser sacudida]

a romper, decidida o cordão umbilical com o planeta azul – e mergulhar no mistério

desembaraça o novelo ou renova a lida, cortando mais uma vez a linha ao burilar o verso

e seu reverso, ao parir o silêncio do fim?

rabiscador de desalinhos

minhas preces vagabundas não se acomodam no colchão são dardos nada tranquilizadores agora que zunem zombando até mesmo da cultivada impaciência antes das bombas: – a vila Bagdá fica logo ali mesmo que nem seja a menor e menos evidente pista falsa [plantada nos rincões dos pixels ordinários ainda que a reticente oração da paróquia dos descrentes [grite dentro de mim para não disparar o dedo – fantasma sisudo que se fez irromper na anatomia [em único gesto quer rasurar a paisagem rabiscando um novo desalinho: esta noite nunca mais

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