MACAÉ OFFSHORE 1
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MACAÉ OFFSHORE 3
ÍNDICE / CONTENTS
Matéria de capa | Report of Cover
Um mar de oportunidades em tecnologia offshore Cadeia Produtiva
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R$ 53 milhões em negócios
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Oportunidades para fornecedor estrangeiro
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Petrobras quer fornecedores mais próximos
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Negócios offshore pela internet
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Exploração & Produção Petrobras vai adicionar 1 milhão de barris por dia de capacidade de produção em 2013
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Pré-sal já produziu 250 milhões de barris
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Tecnologia & Serviços Soluções integradas para mercado offshore
18
Por mais startups e incubadoras
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Petrobras destaca a importância da tecnologia offshore
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Finep lança segundo edital do InovaPetro
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Empresas & Negócios 22 24 GE aumenta parcela de conteúdo local com operação em Recife . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Wärtsilä apresenta sistema híbrido de propulsão para embarcações offshore. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 FMC Technologies busca parceiros no segmento de nanotecnologia offshore. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Castrol apresenta nova competência em lubrificação submarina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 BP exibe equipamento para fechamento de poço.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Sonda da Faxe Drilling em exposição na OTC Brasil 2013.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Expro apresenta tecnologia de gerenciamento de poços onshore e offshore. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Clariant Oil Services destaca soluções de ponta e investimentos em P&D.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Honeywell mostra novo provador de vazão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Brastech recebe certificação pioneira no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Laferge ganha selo API para fabricação de cimento para poços de petróleo.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Maré Alta
37 Mais informações: www.macaeoffshore.com.br
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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER
Desafios tecnológicos que geram oportunidades O Brasil tem inúmeros desafios pela frente para desenvolver a cadeia produtiva de óleo e gás, diante das gigantescas descobertas do pré-sal. E tem pressa em atender às demandas tecnológicas nessa nova fronteira. Um dos mais importantes eventos para o desenvolvimento de recursos offshore nas áreas de perfuração, exploração, produção e proteção ambiental desembarcou pela segunda vez no Brasil, reunindo os principais players e fornecedores do mercado global. A segunda edição da OTC Brasil, realizada entre os dias 29 e 31 de outubro, no Riocentro, mostrou que a iniciativa, organizada pela Offshore Technology Conference, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), foi mais uma vez acertada. A programação, que teve apoio da Onip, ANP e Petrobras, atraiu mais de 15 mil seletos formadores de opinião sobre o setor de todo o mundo, com 1.900 congressistas e 192 trabalhos técnicos de alto nível, um aumento de 40% se comparada à primeira edição. Uma feira com 400 expositores apresentou as últimas tecnologias e novidades do setor, em sete pavilhões internacionais – EUA, Alemanha, Países Baixos, China, Reino Unido, Suécia e França. Outra iniciativa que se consolida como sucesso durante o evento é a tradicional Rodada de Negócios promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) em parceria com o Sebrae-RJ. O objetivo é fomentar negócios e possibilitar às grandes empresas identificar alternativas competitivas de fornecimento de bens e serviços no mercado doméstico. Este ano, foram inscritas 17 empresas âncoras (compradoras) e 93 fornecedores dessa cadeia produtiva. Quem circulou pela compacta, porém, expressiva feira, com público qualificado e direcionado, de certo, não a compara com sua matriz em Houston ou com a Rio Oil & Gas, ambas gigantescas, mas saiu com a certeza de que a OTC Brasil passa a ocupar lugar de destaque no calendário de óleo e gás do Rio de Janeiro nos anos ímpares. Sem dúvida, é ponto de encontro dos tomadores de decisão do setor e representa, de fato, um mar de oportunidades em tecnologia e negócios. E a versão 2015, certamente, promete ainda mais. A conferir.
Capa / Cover: Editora Macaé Offshore Fotos / Photos: Divulgação A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Editora: / Editor: Rosayne Macedo / MTb. 18446 jornalismo@macaeoffshore.com.br Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga, Rodrigo Leitão e Flávia Domingues redacao@macaeoffshore.com.br reportagem@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Luiza Valente comercial.rio@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: Silvia Bancovsky Tradução em inglês: / English version: Brunno Braga Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies Edição Extra - Novembro Extra Edition - November Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties
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CAPA
Um mar de oportunidades em tecnologia
offshore
OTC Brasil 2013 atrai mais de 15 mil pessoas em três dias e feira conta com 400 expositores Divulgação
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ais de 15 mil profissionais, executivos e especialistas do setor vindos de todo o mundo se reuniram entre 29 e 31 de outubro no Rio de Janeiro para a OTC Brasil 2013. A conferência e exposição de três dias, organizada pela Offshore Technology Conference (OTC) e pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), teve a participação de 1.900 congressistas e apresentou 192 trabalhos técnicos selecionados, um aumento de 40% comparado à primeira OTC Brasil, que ocorreu em 2011.
O evento reuniu executivos de empresas como Petrobras, Schlumberger, Total, Shell, Chevron, Baker Hughes, ExxonMobil e BP. A OTC Brasil 2013 também incluiu uma exposição com 400 expositores, inclusive empresas prestadoras de serviços chave e operadoras com participação majoritária no mercado brasileiro. A exposição, que demonstrou o entusiasmo em torno da emergência do Brasil como um grande player na arena mundial de E&P, cobriu 9.000 m2 continha sete pavilhões internacionais – EUA, 6 MACAÉ OFFSHORE
O evento reuniu mais de 15 mil pessoas durante três dias no Riocentro
capa
Alemanha, Países Baixos, China, Reino Unido, Suécia e França. Com o tema central ‘De Norte a Sul: Um Mar de Oportunidades’, a segunda edição da OTC Brasil, se consolida como um dos eventos mais importantes do mundo para o desenvolvimento dos recursos offshore nas áreas de perfuração, exploração, produção e proteção ambiental, reunindo diversas lideranças do setor de óleo e gás do país. “A feira representa um mar de oportunidades para os visitantes da indústria offshore”, declarou Marcos Assayag, presidente do comitê técnico da OTC. Para ele, o ponto forte da conferência é o fato de acontecer no Brasil exatamente no momento em que o país oferece diversas oportunidades para o mercado offshore. “Reunimos grandes empresas, acadêmicos e demais players para apresentar suas soluções criativas. Pensamos na qualidade de
cada sessão para que sejam feitas aqui discussões estratégicas para o setor energético. E o Brasil, pelo pioneirismo em algumas áreas, é o palco ideal”. Já João Carlos de Lucca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), destacou: “Hoje é um dia especial para o setor de petróleo e gás. A OTC representa o principal fórum para promover a atividade petrolífera e ser realizado no Brasil é um privilégio”. Edward Stokes, presidente do Conselho Diretor da OTC, afirmou estar feliz em participar da segunda rodada da OTC Brasil, e aproveitou a sessão de abertura para anunciar que o presidente do IBP, João Carlos de Luca, vai presidir o Comitê Executivo da OTC na próxima edição brasileira, em 2015. Ele agradeceu o esforço para a realização do evento. “Esta feira é fruto de coordenação e muito trabalho das pessoas envolvidas. É interessante
ver como tantos indivíduos podem se unir e focar em torno do mesmo objetivo”, reforçou Stokes. A abertura contou ainda com a participação de Renato Bertani, CEO da Barra Energia e presidente do Conselho Mundial do Petróleo (WPC), além do presidente da Statoil Brasil, Thore Kristiansen, que destacaram as possibilidades de investimento e desafios para o setor a médio e longo prazos. “O Conselho Mundial do Petróleo está em 70 países e cobre 45% do consumo e produção de óleo e gás. Nossa maior missão é garantir a sustentabilidade como chave da produção, engajando todos os interessados nesse projeto”, disse Bertani. Já Kristiansen deixou claro que o Brasil é um dos pontos focais da Statoil para os próximos anos, revelando inclusive que atualmente 70% dos escritórios da companhia contam com funcionários brasileiros.
Programa técnico abrangente e consistente O abrangente programa técnico do evento, oriundo de Houston (EUA), teve foco no setor offshore de águas profundas brasileiro e avaliou todos os aspectos do sistema de perfuração e poços offshore, estruturas flutuantes e produção submarina avançada, bem como a cada vez mais complexa gestão de integridade usada para mantê-las em funcionamento. A série de almoços-palestras da OTC Brasil deu aos congressistas a oportunidade de ouvir as visões de executivos e especialistas de altíssimo nível para discutir assuntos nacionais e internacionais. Graça Foster, presidente da Petrobras, foi a keynote speaker do almoço palestra do primeiro dia, quando discutiu a necessidade de a empresa de dobrar de tamanho nos próximos seis anos, a fim de atender à crescente demanda por
energia, bem como à crescente importância da produção no setor de E&P. Um almoço-palestra intitulado “Estratégia de Exploração Total na América Latina”, teve como destaque Dennis Palluat de Besset, presidente da Unidade Brasileira da Total. A gigante francesa adquiriu recentemente uma participação de 40% em cinco blocos na bacia do Foz de Amazonas; uma participação de 50% na bacia de Barreirinhas; uma participação de 45% no Ceará e três participações de 25% no Espírito Santo, entre outras, na 11ª rodada que ocorreu em maio. A empresa também tem mais investimentos em outros países da América do Sul. Outros almoços-palestras incluíram tópicos tais como “Perfurando Melhor em Conjunto” com o presidente e
CEO da Associação Internacional de Empreiteiros de Perfuração, Stephen Colville; “A Construção Nacional de 28 Sondas de Última Geração,” com João Ferraz, presidente da Sete Brasil; e “Conteúdo Local e Credenciamento de Fornecedores da Petrobras”, com Paulo Alonso, da Petrobras. Mais de 400 participantes estiveram presentes para o painel “Pré-Sal”, moderado pelo presidente da OTC Ed Stokes, da Conoco Phillips, e Osmond Coelho, da Petrobras. A sessão incluiu sete apresentações – todas da Petrobras – que guiaram o público ao longo de um tour detalhado pelos fatos e números mais recentes sobre o présal, bem como as soluções que estão sendo adotadas pela empresa e suas parceiras, no intuito de desenvolver os gigantescos recursos de óleo e gás. MACAÉ OFFSHORE 7
CAPA
Os caminhos para transformar conhecimento em eficiência O primeiro dia da OTC Brasil 2013 marcou também o início do programa Profissional do Futuro, organizado pela Offshore Technology Conference (OTC) e pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) com apoio do CEU (Centro de Empreendedorismo Universitário). Pela primeira vez na OTC Brasil, o programa levou jovens de universidades, escolas técnicas e centros tecnológicos para acompanhar a programação do evento e assistir a uma série de palestras voltadas para capacitação profissional e oportunidades do mercado de óleo e gás. O diretor do CEU, Alfredo Laufer, frisou a necessidade de aproveitar eventos do gênero para acumular conhecimento técnico e também definir rumos
profissionais: “O grande desafio é transformar conhecimento individual em coletivo para aumentar a eficiência do trabalho. Há uma grande onda de incentivo ao empreendedorismo, por exemplo, mas acreditamos nele desde que venha com transpiração”, avalia Laufer. Para o diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Shell Brasil, Flávio Rodrigues, a colocação no mercado de trabalho passa também pelo entendimento da importância que a sustentabilidade ganhou nas discussões sobre matriz energética: “A demanda mundial do setor energético vai crescer 80% até 2050. E todas as formas de energia serão fundamentais nesse contexto. Recursos como água e comida também terão uma demanda entre 40% e 50%
maior nos próximos 15 anos. Por isso precisamos de fontes mais limpas e eficientes. Nossa expectativa é de que, por volta de 2070, a energia solar já seja a mais utilizada no mundo”, explica Rodrigues. Oportunidades parecem não faltar. Estimativa da FGV aponta que, para cada R$ 1 milhão investido no pré-sal, serão gerados mais de 30 mil empregos. E nesse cenário, a compreensão exata dos próprios talentos e atualização constante são fundamentais: “Talento é oportunidade e também determinação pessoal. O mercado é uma via de mão dupla. Não dá para ficar estagnado no que se aprendeu há meses ou anos”, disse a gerente-geral do Instituto Capacitare, Débora Nascimento. Divulgação
Pela primeira vez, o programa Profissional do Futuro levou jovens estudantes para acompanhar a programação da OTC Brasil
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capa
Segurança nas operações no ‘coração’ das empresas O painel “Processos de Segurança em Operações Offshore”, realizado durante a OTC Brasil 2013, reuniu especialistas de diversas partes do mundo para discutir novos procedimentos de perfuração nas operações offshore para uma melhor prevenção e contenção de acidentes graves. Steve Flynn, vice-presidente de HSE da BP, abriu o painel falando sobre segurança no processo de perfuração, capacidade de respostas e a mudança no pensamento das empresas quanto à questão da segurança. Flynn afirmou que a contenção de riscos “deve estar no coração das empresas” e apresentou os cinco focos de segurança da BP: desenvolvimento de liderança e cultura, capacidade organizacional, incorporação das OMS (Operating Management System) na forma da empresa operar, gestão de riscos e o fortalecimento das checagens e balanços. O painel contou com a participação da gerente de Engenharia de Produção da Petrobras, Maria Lúcia de Fátima e Silva, que apresentou a abordagem de segurança da empresa. “Em 20 anos, a Petrobras conseguiu diminuir o número de acidentes e danos em 90%. Nosso processo de conscientização é fundamental para esse número, uma vez que abrange toda a empresa, desde o presidente até os demais funcionários”, afirmou Maria Lúcia, que ainda apresentou o processo de segurança, operações integradas e os estudos que a empresa realiza na área. O CEO da Petrotechnics, Phil Murray, afirmou que as empresas devem conhecer todos os riscos que podem envolver seus processos e que os funcionários também são responsáveis pela segurança. “As pessoas devem ter a capacidade de entender os riscos e o valor da segurança para elas
Fotos: Divulgação
e a empresa”, afirmou Murray, que também apresentou os processos de gestão de segurança e seus mecanismos de prevenção aos acidentes.
Para Phil Murray, CEO da Petrotechnics, as empresas devem conhecer os riscos e os funcionários também são responsáveis
Robin Pitblado, diretor de gestão de risco da Det Norske Veritas (DNV), fez um balanço sobre o que mudou na segurança da exploração offshore após o desastre com a plataforma Piper Alpha, em 1988, que causou 167 mortes. Robin apresentou as mudanças no conhecimento de incêndios e explosões, além de diversos tipos de sistemas de Gestão de Riscos Graves.
O painel discutiu diversos aspectos, incluindo a mudança na cultura organizacional em relação à segurança
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CADEIA PRODUTIVA
Paulo Mosa Filho
R$ 53 milhões em
negócios
Organizada pela Onip e Sebrae-RJ, rodada reuniu 17 empresas âncora
C
om expectativas de gerar cerca de R$ 53 milhões para os próximos 12 meses, a Rodada de Negócios, promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), em parceria com o Sebrae/RJ, durante a OTC Brasil 2013, reuniu 93 fornecedores inscritos e 17 empresas âncora (compradores) . Durante dois dias foram realizadas 311 reuniões. “O resultado da rodada foi compatível com o que esperávamos. Vale destacar
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que as expectativas de negócios foram bastante pulverizadas e envolveram um número maior de micro e pequenas empresas, o que atende a um dos objetivos das rodadas, que é a promoção de negócios ao longo de toda a cadeia de fornecimento”, disse o superintendente Bruno Musso. Outro evento organizado pela Onip na OTC Brasil foi a Rodada Internacional, em cooperação com a Ubifrance e o Consulado Americano. Participaram oito empresas estrangeiras que se
reuniram com possíveis parceiros nacionais, com o intuito de formar joint-ventures e/ou promover transferência tecnológica. A rodada ocorreu dentro da feira e foi considerada uma grande oportunidade pelos participantes. As 17 empresas âncora participantes foram: Baker Hughes, Delp, Estaleiro EISA, Forship, G-Comex, GE Oil & Gas, MRM, Onesubsea do Brasil, Oceaneering Brasil, Petrobras UOBC, Petrobras Distribuidora, Saipem, Shell, IESA Oleo e Gas, Technip, Transpetro e UTC.
CADEIA PRODUTIVA
Petrobras quer fornecedores mais próximos Para Almir Barbassa, fornecedores e companhias de petróleo serão sempre os grandes beneficiados com a proximidade
Por Rodrigo Leitão
Agência Petrobras
D
urante seminário realizado na OTC Brasil o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, confirmou a necessidade de a cadeia de fornecedores estar próxima à companhia, devido ao grande volume de produção de petróleo nos próximos anos. Na visão do diretor, os fornecedores e as companhias de petróleo serão sempre os grandes beneficiados com a proximidade. Barbassa destacou que o país tem muitas reservas de petróleo. “Quando tem demanda que perdura no tempo é a melhor condição para o fornecedor”, disse o executivo. Para ele, a proximidade do contratante também é fundamental para atender melhor às demandas. “A ideia é que trabalhando perto de uma demanda constante o fornecedor pode trabalhar com menos riscos. Além disso, as petroleiras ficam mais confiantes de que haverá companhias para suprir sua demanda por serviços e equipamentos”, concluiu.
Almir Barbassa, da Petrobras: “Perto de uma demanda constante o fornecedor pode trabalhar com menos riscos”
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CADEIA PRODUTIVA
Oportunidades para fornecedor estrangeiro Assessor da Petrobras sugere que indústria multinacional foque nas oportunidades que demandas do pré-sal vão gerar até 2020
O
s desafios do pré-sal envolvem novas questões tecnológicas quando comparadas às que foram superadas no passado na exploração dos campos do pós-sal. Daí surge a oportunidade de firmar parcerias de suprimento, inclusive as que incorporam inovação à cadeia de produção. Nesse cenário, há enorme campo para investidores estrangeiros, disse Paulo Alonso, assessor da presidente da Petrobras para Conteúdo Local, em almoço-palestra durante a OTC Brasil. No chamado aos fornecedores e projetistas estrangeiros da cadeia de petróleo e gás para que produzam no Brasil, Paulo Alonso citou um exemplo. “Em 2003, período inicial de implementação da atual política, a área de Exploração e Produção alcançava entre 49 a 53% de conteúdo local em sua operação. Hoje, já chegamos à faixa entre 55% e 65%, em alguns casos a 73 %, com tendência a crescimento dessa participação. Sugiro que a indústria multinacional foque nas oportunidades aí contidas, inclusive devido ao incremento de demandas que o pré-sal vai gerar até 2020.” Segundo Paulo Alonso, a política de conteúdo local traz benefícios para o país como a diversificação da economia local, aumento da atratividade para investidores, crescimento sustentável da
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economia, geração de empregos e incremento da receita proveniente de tributos. Para as empresas de petróleo, os ganhos vêm da redução dos custos de operação, proximidade entre fornecedores e operadores, redução da dependência de mão de obra estrangeira, aumento da capacidade de inovação dos fornecedores, redução dos custos de logística e disponibilidade de assistência técnica local. Paulo Alonso frisou que a atração de investimentos estrangeiros se insere na política de gestão da Petrobras. Ele está convencido de que a atual política de governo de estímulo à produção no país de itens para a indústria petrolífera já está nitidamente surtindo efeitos. “Em cinco anos, teremos um parque industrial de classe mundial, capaz de não só suprir as necessidades internas, como também apto para assumir projetos de petróleo e gás em qualquer parte do mundo, praticando preços competitivos e sustentáveis”, disse.
O executivo citou a árvore de natal (equipamento instalado na cabeça do poço) como item que demonstra o acerto dessa orientação de atrair investimentos para o Brasil. O último certificado emitido este equipamento alcançou 73% de fabricação nacional, informou. Conteúdo local em Libra - Sobre o processo de definição do percentual de conteúdo local da área de Libra, Paulo Alonso esclareceu que o valor foi estabelecido pelo governo com estreita colaboração da Petrobras e de instituições representativas dos fabricantes. “Estivemos reunidos em Brasília com o intuito de fornecer os elementos que o governo precisava para estabelecer o conteúdo local em Libra”, contou o executivo. “Os números apresentados pelo governo foram realmente sustentados pela Petrobras, outras companhias operadoras e instituições que representam a indústria no Brasil”, acrescentou.
Outros países Rússia, Ucrânia, Nigéria, Moçambique, Tanzânia, México, Venezuela e Equador são alguns países que, como o Brasil, atuam com diretrizes ditadas por políticas de conteúdo local. Segundo Paulo Alonso,
ao invés de representar entrave, essa orientação gera oportunidade de o capital produtivo de qualquer nacionalidade participar do processo de desenvolvimento da indústria local, seja diretamente ou por meio de parceria.
CADEIA PRODUTIVA
Negócios offshore pela internet Rede Petro Brasil lança ambiente virtual que reunirá 2 mil empresas de 14 estados para colaboração online
Por Brunno Braga
C
om o objetivo de facilitar a comunicação e a realização de negócios via internet, a RedePetro Brasil lançou durante a OTC Brasil 2013 o Ambiente Virtual de Negócios e Colaboração (AVNC), sistema que irá reunir cerca de duas mil empresas que atuam na área de petróleo e gás e que fazem parte do conjunto de 17 Redes Petro em 14 estados. O serviço é gratuito. O lançamento da plataforma virtual ocorreu durante a Offshore Technology Conference Brasil (OTC) e, segundo o coordenador do AVNC, Fernando Jefferson, ela funcionará como uma rede social entre as empresas e permitirá, também, o armazenamento centralizado e em nuvem de textos, planilhas, apresentações, fotos, vídeos e outros arquivos digitais, inclusive com controle de acesso. “No AVNC será criada uma grande biblioteca virtual, organizada em pastas, contendo documentação de interesse das Redes Petro e de suas associadas e colaboradores”, explica Jefferson. Ele afirma, ainda, que o AVNC oferecerá a ferramenta Petro Business BR, que permite a integração de negócios online, realização de pregões virtuais,
rodadas de negócio e o acompanhamento de processo de compra e venda entre as integrantes da rede e também com grandes empresas do setor. “A proposta da Rede Petro Brasil é um poderoso passo adiante para acelerar a comunicação entre as associadas das
Redes Petro, por meio da constante e ágil troca de informações e conhecimento entre os colaboradores das empresas, utilizando a mais avançada tecnologia web, com o objetivo de gerar novos negócios”, avalia Jefferson.
Coordenador do projeto, Fernando Jefferson (segundo à esquerda), afirma que nova plataforma funcionará como uma rede social entre as empresas
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EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
Petrobras vai adicionar 1 milhão de barris por dia de capacidade de
produção em 2013
Nove plataformas de produção serão concluídas este ano; três delas já estão em operação
A
Petrobras, pela primeira vez em sua história, vai receber nove unidades de produção em um único ano. A capacidade instalada de produção das plataformas totaliza 1 milhão de barris por dia e a entrada em operação das unidades será essencial para a companhia dobrar sua atual produção e atingir a meta para 2020 de 4,2 milhões de barris de petróleo por dia. As informações foram destacadas pela presidente da companhia, Maria das Graças Silva Foster, durante almoço-palestra na Offshore Technolgy Conference (OTC Brasil 2013), no Rio de Janeiro. Das nove unidades que entram em produção este ano, a presidente lembrou que já estão em produção os FPSOs Cidade de São Paulo, Cidade de Itajaí e Cidade de Paraty. Outras duas unidades - os FPSOs P-63 e P-55 - já estão na locação e a P-58 deve sair do estaleiro de Rio Grande em direção ao Parque das Baleias ainda este
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mês. Além destas, a P-61, a TAD (sigla para Tender Assisted Drilling), que foi construída na China, e a P-62 chegarão às locações em dezembro, informou a presidente, na sessão “Planejamento e Gestão de Oportunidades Offshore no Brasil: a Perspectiva da Petrobras”. “Nos próximos cinco, seis anos, será mais importante para nós o “P” de produção do que o “E” de exploração”, afirmou a presidente, comparando os esforços e investimentos para aumentar a produção de petróleo da companhia às atividades de exploração, que têm como objetivo novas descobertas. Construção naval - A presidente ressaltou também o crescimento da indústria naval nos últimos anos. “Temos um imenso orgulho dos estaleiros no Brasil. Há 10 anos, muitas pessoas riam quando falávamos em conteúdo local”, lembrou. “Além das 17 unidades estacionárias de produção que estão em obras hoje no Brasil, nós temos 28 sondas sendo construídas no país e 41
navios de transporte. Para cumprir esta curva (de produção), temos mais 12 contratações a fazer”, adiantou a executiva. Para ela, um dos motivos do sucesso dos estaleiros brasileiros é a associação com empresas estrangeiras experientes, critério que passou a ser exigência da Petrobras para firmar contratos. Leilão de Libra - Graça também afirmou que o modelo de partilha adotado pela primeira vez pelo governo brasileiro no leilão do pré-sal do Campo de Libra é muito bom para o país. “Nosso marco regulatório é bom para a maioria, e ruim para minoria”, disse Graça Foster. Sobre o leilão do Campo de Libra, a executiva destacou que houve muita competição entre as empresas. “Fizemos um trabalho dedicado. Esse consórcio não poderia ter ficado melhor. A Total e a Shell tem um significado importante para a Petrobras. Estou muito orgulhosa. Vamos trabalhar para cumprir os custos e prazos estabelecidos”.
Pré-sal já produziu 250 milhões de barris Desde a descoberta, em 2006, até dezembro de 2012, foram perfurados 37 poços exploratórios no pré-sal da Bacia de Santos, com índice de sucesso superior a 90%
A
produção acumulada no présal já alcançou 250 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás) desde que foi iniciada a produção da camada pré-sal, na Bacia de Campos, em 2008. A informação foi dada pelo gerente executivo de Exploração e Produção do pré-sal da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, durante painel sobre o pré-sal na OTC Brasil 2013. A produção atual do pré-sal, de 329 mil barris dor dia (bpd), alcançada em setembro de 2013, já é oito vezes maior do que a produção média do pré-sal no ano de 2010, quando foram produzidos 42 mil bpd. “O pré-sal já produziu 250 milhões de barris de óleo equivalente, mais do que toda a produção acumulada do campo de Garoupa, primeira descoberta da Petrobras na Bacia de Campos, em 1974, e que produz até hoje”, disse o gerente. O executivo também comparou o volume já descoberto no pré-sal da Bacia de Santos com outras grandes descobertas offshore realizadas nos últimos anos, no mundo. Segundo ele, o volume recuperável já declarado dos
campos de Lula e Sapinhoá, mais o volume contratado da Cessão Onerosa é de cerca de 15,4 bilhões de barris de petróleo equivalente, o que equivale a uma vez e meia o volume recuperável do campo gigante de Kashagan, no Mar Cáspio, e 15 vezes o volume recuperável do campo de Thunder Horse, nos EUA. A província do pré-sal como um todo, incluindo Bacia de Santos e Bacia de Campos, tem 149 mil quilômetros quadrados e equivale a três vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro. Já a área do pré-sal sob contrato da Bacia de Santos, de cerca de 15 mil quilômetros quadrados, equivale a 650 blocos de exploração e produção da porção norte-americana do Golfo do México. Desde a descoberta, em 2006, até dezembro de 2012, já foram perfurados 37 poços exploratórios no pré-sal da Bacia de Santos, com índice de sucesso superior a 90%. Considerando toda a província do pré-sal, o índice de sucesso supera 80% e o número de poços até o ano passado chegou a 80. “Esses números são fantásticos”, afirmou Carlos Tadeu. MACAÉ OFFSHORE 15
EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
Petrobras destaca a importância da tecnologia offshore O objetivo é diminuir o tempo até o primeiro óleo e o custo total para extração de petróleo e gás em alto mar
O
diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, destacou a importância do desenvolvimento de tecnologia offshore e capacidade de gerenciamento de riscos em grandes projetos, que em sua avaliação, devem focar não apenas na área de Exploração, mas principalmente na área de Produção. O objetivo é diminuir o tempo até o primeiro óleo e o custo total para extração de petróleo e gás em alto mar.
“É importante ter acesso às reser-
A partir da experiência no pré-
vas, à tecnologia e aos mecanismos
sal da Bacia de Santos e da seme-
adequados de gestão para produzir de
lhança geológica com a costa oeste
forma competitiva”, afirmou o diretor
da África, a Petrobras estuda no outro
durante a OTC Brasil 2013. Ao participar
lado do Atlântico o potencial de áreas
do painel “Perspectivas de Exploração e
em Angola, Nigéria, Gabão, Namíbia e
Produção no Atlântico Sul”, Formigli fez
Benin. A companhia já produz 30 mil
uma análise histórica da formação geo-
barris de petróleo por dia na Nigéria e
lógica do pré-sal na costa brasileira, que
em Angola e os resultados do traba-
se iniciou há cerca de 124 milhões de
lho na costa africana também trazem
anos com a separação dos continentes
aprendizado para a interpretação geo-
americano e africano.
lógica da margem equatorial brasileira.
Divulgação
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, destacou a importância do desenvolvimento de tecnologia offshore também para a área de produção
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TECNOLOGIA E SERVIÇOS
integradas
Soluções para mercado offshore
Firjan apresenta portfólio de serviços em solda, meio ambiente, automação e simulação
O
Sistema Firjan apresentou na OTC Brasil 2013 soluções integradas nas áreas de solda, meio ambiente, automação e simulação que garantem vantagens competitivas às indústrias de Petróleo e Gás. Por meio de uma mesa interativa, foi possível conhecer cases de união de materiais e inspeção, mitigação de riscos e gestão ambiental, modelagem matemática e sistemas de simulação virtual, locais e remotos, aplicadas ao mercado offshore. Executivos de grandes empresas como Petrobras, NOV, PR Energia e Keppel Fells, passaram pelo estande da Firjan para conhecer detalhes das soluções oferecidas pelos Centros de Tecnologia Senai Solda, Ambiental e Automação e Simulação. As unidades possuem portfólios específicos, mas também oferecem soluções integradas que reduzem tempo, custo e possibilitam visão ampla e melhor gestão do projeto, além da maximização do conhecimento e do resultado da solução aplicada.
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O diretor de Relações com o Mercado da Firjan, Alexandre dos Reis, ressaltou a importância da participação em eventos como a OTC: “Mais uma vez foi possível destacar para um público altamente especializado as soluções integradas em serviços tecnológicos. É um passo importante da consolidação do nome Sistema Firjan em eventos que atraem um grande público internacional, ressaltando os diferenciais do Brasil”. Crescimento do mercado - Reis também destacou as impressões em relação ao mercado de petróleo e gás para os próximos anos: “Conversando com os executivos do setor é possível notar que as perspectivas e expectativas são as melhores. Com os investimentos previstos para os próximos 10 anos, ninguém tem dúvidas de que o Brasil é um mercado atraente e que está se posicionando como destino de preferência de grandes empresas”. A gerente de Estratégias de Mercado de Petróleo e Gás do Sistema
Firjan, Glícia Carnevale, afirmou que o Brasil vive um momento muito favorável no que diz respeito à perspectiva de investimentos na indústria de petróleo e gás na próxima década. “Isso se deve ao resultado do leilão de Libra, que trouxe um bônus de assinatura elevado a ser pago pelo consórcio vencedor (R$ 15 bilhões). Além disso, observamos pela primeira vez uma parceria entre a Petrobras com estatais chinesas, como a CNPC e CNOOC, uma empresa francesa, a Total, e a anglo-holandesa Shell”, afirmou Glícia. Essa nova configuração de negócios traz, além das oportunidades, alguns desafios. Dessa forma, feiras como a OTC se tornam o momento ideal para que as empresas conheçam mais a fundo os principais players do setor de petróleo e gás. “O Sistema Firjan está pronto para ser parceiro nesse processo, oferecendo soluções para o mercado internacional assim como para empresas que possuem instalações no Brasil”.
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Palestras e debates Além dos cases apresentados no estande, o Sistema Firjan participou das palestras e painéis oferecidos aos visitantes. O vice-presidente do Sistema Firjan, Raul Sanson, fez parte do painel “Implementação de mega projetos offshore no Brasil: Desafios e Oportunidades”, realizado no último dia do evento. Durante o debate, Sanson destacou a importância de fortalecer a indústria nacional por meio da maior participação no processo de compras dos grandes projetos: “É necessário compreender que quanto menor a participação no projeto básico da cadeia produtiva, menor será a chance de vender ou fornecer equipamentos e serviços pela indústria local. O planejamento a longo prazo é essencial para o sucesso de qualquer projeto”. O gerente do Centro de Tecnologia Senai Ambiental, Paulo Furio, foi mediador do painel que apresentou modelos de planos de gestão e de ação, que visam prevenir ou reduzir os impactos ambientais através de procedimentos seguros e mitigação
para eventuais derramamentos de óleo. Empresários dos Estados Unidos, Europa e América Latina demonstraram estar em sintonia durante a apresentação dos modelos já em utilização por várias empresas do setor.
“Foi possível notar que, cada vez mais, as empresas entendem que as questões relacionadas à segurança e ao meio ambiente não estão na coluna de ‘gastos’, pois elas consideram que, com a aplicação desses novos modelos, é possível diminuir os riscos e o tempo dispendido nos processos, resultando em produções mais lucrativas a longo prazo. Acredito que alcançamos um novo paradigma no que diz respeito à gestão da segurança e à redução de impactos ambientais”, afirmou Furio.
Segundo Sanson, “é necessário compreender que quanto menor a participação no projeto básico da cadeia produtiva, menor será a chance de vender ou fornecer equipamentos e serviços pela indústria local.”
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Por mais
startups e incubadoras
Desafio é preencher lacuna entre pesquisas universitárias e aplicabilidade de novas tecnologias pela indústria
A
distância entre as pesquisas universitárias e a aplicabilidade pela indústria ainda é um dos maiores desafios dos pesquisadores que se dedicam ao desenvolvimento de soluções e novas tecnologias para o setor de óleo e gás. No painel “Redes Tecnológicas Brasileiras – Resultados Alcançados”, realizado na OTC Brasil 2013, especialistas dos mais renomados institutos de ensino do país debateram as oportunidades e desafios da produção do conhecimento com a chegada do pré-sal.
e a indústria, é necessário permitir o surgimento de empresas incubadoras, startups (com projetos ligados à pesquisa) ou spin-offs (nascidas de grupos de pesquisa).
Desde a publicação da Regulação nº 5 da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2005, que estabelece as regras para aplicação de recursos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) pela indústria de óleo e gás, as empresas têm aumentado os investimentos voltados para instituições de ciência e tecnologia. Somente a Petrobras investiu cerca de US$ 2 bilhões.
“Temos todos os ingredientes para o bolo – dinheiro, pesquisadores e oportunidades. Só não temos o cozinheiro. A Petrobras poderia ser um líder neste processo junto ao governo”, afirma o professor Clovis Raimundo Maliska, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Existe um consenso de que, para criar a ponte entre a área acadêmica 20 MACAÉ OFFSHORE
“Muitos alunos querem montar suas próprias empresas, mas não têm recursos e nem conseguem financiamento. Apenas a regulação da ANP não é suficiente. Precisamos ressaltar que existe este gap entre as duas pontas: universidades e empresas”, afirma Cristina Maria Quintella, da Universidade Federal da Bahia.
Outra grande preocupação dos acadêmicos é como manter pesquisadores e equipes ativos e unidos ao longo dos anos. Maliska acredita que a continuidade dos investimentos em P&D
permitirá a obtenção de resultados em 10 anos. Para isso, diz ela, é necessário melhorar a infraestrutura das universidades, aumentar as atividades de pesquisa, focar nos estudos em desenvolvimento de tecnologia, reduzir as burocracias para criação de empresas incubadoras, startups e spin-offs e, finalmente, manter as equipes. “Para garantir a permanência destes profissionais é necessário oferecer uma carreira profissional, salários competitivos, organização, formalização e planejamento”, afirmou o professor Marcelo Gattass, da PUC-RJ. Foram apresentados vários exemplos bem-sucedidos de parcerias entre universidades e institutos de pesquisa e a Petrobras. Um deles, o LabOceano da Coppe-UFRJ, chama a atenção pela grandiosidade e inovação. Trata-se do tanque mais profundo do mundo (15 metros), no qual foram feitos mais de 100 ensaios para empresas do Brasil e do exterior.
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Finep lança segundo edital do InovaPetro Nova chamada inclui linha de pesquisa focada em reservatórios convencionais e não convencionais
A
Reprodução
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) realizou o lançamento do segundo edital do InovaPetro durante a OTC Brasil 2013. A nova chamada terá uma quarta linha temática voltada a serviços de análise de petrofísica sobre reservatórios convencionais e não convencionais. As outras três linhas temáticas – “Tecnologias aplicáveis em processamento de superfície” (linha 1); “Tecnologias aplicáveis em instalações submarinas” (linha 2) e “Tecnologias aplicáveis em poços” (linha 3) – terão mudanças em seus respectivos escopos, que passam a focar também em inovações em serviços. Na linha 1, está previsto o desenvolvimento de projetos, qualificação e fabricação de unidade de flotação a gás dissolvido para água produzida; de eletrocloração para água do mar; e de serviços de tratamento e descarte de resíduos da atividade de construção e manutenção de poços terrestres para reservatórios convencionais e não convencionais (shale gas e shale oil). Na linha 2, a demanda é pelo desenvolvimento de ferramentas e prestação de serviços de inspeção e manutenção de equipamentos, dutos flexíveis, dutos rígidos e umbilicais submarinos; serviços de limpeza preparatória para inspeção interna de dutos multidiâmetros e dutos multidiâmetros para detecção de não-conformidades como corrosão interna, corrosão externa ou trincas.
Já na linha 3, serão aceitas propostas para o desenvolvimento de fornecedores de cimento classe G para cimentação de poços, bem como de plantas de moagem ultrafina (micronização) e de mistura seca de produtos cimentícios. Recentemente a agência divulgou o resultado do primeiro edital do InovaPetro, que recebeu demanda por cerca de R$ 2,7 bilhões para o apoio de projetos – valor próximo ao total previsto para ser disponibilizado pelo programa até 2017. Dos 16 planos recebidos, 11 foram aprovados, contendo 16 projetos
distribuídos nas três linhas temáticas da chamada pública, no valor total de R$ 353,6 milhões. FMC Technologies e a Radix engenharia tiveram três planos de negócios aprovados cada, todos na linha temática 1, mesma linha em que a Delp e a Jaraguá Equipamentos também tiveram, respectivamente, um e dois aprovados. Na linha temática 2, tiveram projetos aprovados a Evonik, Flexibrás, Ivision Sistemas de Imagem e Visão, Prysmian e TMSA. Já na linha 3, saíram vencedoras a Imep e a Mectron. MACAÉ OFFSHORE 21
EMPRESAS & NEGÓCIOS
Brastech recebe
certificação pioneira no Brasil
A empresa é a primeira prestadora de serviços em seu segmento a cumprir as normas API
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urante a Offshore Technology Conference Brazil (OTC), a Brastech se tornou a primeira prestadora de serviços do Brasil, especializada em inspeção e reparo de risers de perfuração, flutuadores e juntas telescópicas, a ser certificada pelo American Petroleum Institute (API), um dos mais importantes certificados para empresas de petróleo no mundo. A empresa recebeu as certificações API Spec Q1, ISO/TS 29001 e NBR ISO 9001, em cerimônia no estande da API.
Para o gerente de Serviços Globais do API, Chip Evans, é cada vez maior o número de empresas brasileiras que estão recebendo o certificado da empresa, o que demonstra, segundo ele, maior maturidade e compromisso com os padrões globais de qualidade. “A indústria brasileira de petróleo está ficando mais aberta e atenta ao que acontece no exterior”, afirmou Evans, que é responsável pelas atividades da empresa em Houston, Pequim, Cingapura, Dubai e no Rio de Janeiro.
“Essas certificações transformam a Brastech numa empresa globalizada”, afirmou o diretor-executivo da Brastech, Roberto Chedid. Para ele, com a retomada dos leilões de petróleo e a intensificação das operações no pré-sal, a demanda por serviços prestados pela empresa, sobretudo para manutenção e inspeção de risers, será ampliada. “Com isso, as empresas vão ficar cada vez mais exigentes. Mas estamos preparados e as certificações comprovam isso”, comentou o executivo.
As normas API são projetadas para ajudar os profissionais da indústria a melhorar a eficiência e a relação custo-eficácia de suas operações, em conformidade com requisitos legais e regulamentares, salvaguardar a saúde e proteger o meio ambiente. “Com o API, chegamos ao topo da excelência internacional para o setor de petróleo e gás. Foi uma grande conquista para a nossa empresa e é um grande diferencial para o mercado. Com isso estamos empenhados em agregar mais
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qualidade aos nossos processos e propiciar ainda mais satisfação aos nossos clientes”, disse Roberto Chedid Filho, diretor de Operações da Brastech. Segundo a gestora de Qualidade da Brastech, Leila Morais, o processo de mudanças para se enquadrar as exigências das normas e práticas da API, começou em setembro de 2012. Ao longo desse um ano, a Brastech aperfeiçoou os seus processos, desde o estudo das especificações até a análise das falhas de campos, passando pelo controle na execução dos serviços e na inspeção dos serviços concluídos. “A prática da qualidade permite a racionalização dos processos produtivos e o consequente aumento da produtividade,” explicou. Com o início das explorações no pré-sal, em função da maior profundidade para extração do petróleo, a demanda pelo serviço de inspeção e reparo de risers, flutuadores e juntas telescópicas vai aumentar
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Paulo Mosa Filho
significativamente. “Os próximos anos prometem. Com a certificação API garantimos que estamos prontos para atender o setor com as práticas exigidas pelo mercado internacional”, garantiu o diretor de Operações. A Brastech atua no setor de petróleo e gás há 42 anos, com representações que envolvem comercialização de produtos e equipamentos e serviços para as empresas, que atuam nas atividades de perfuração e produção offshore. Dentre os serviços da Brastech estão inspeção e reparo de risers de perfuração e juntas telescópicas, revitalização de flutuadores, abrangendo equipamentos de subsea. A empresa possui
matriz no Rio de Janeiro e Unidade de Serviços na Zona Especial de Negócios (ZEN), em Rio das Ostras.
Equipe comemora certificações, que “transformam a Brastech numa empresa globalizada”, segundo o diretorexecutivo Roberto Chedid
O American Petroleum Institute (API) é líder no desenvolvimento de padrões de equipamentos e operacional para a indústria de petróleo e gás natural. São mais de 600 normas e práticas recomendadas para cada API, elaborada pelos principais especialistas do setor do mundo. A API distribui mais de 250 mil documentos por ano em todo o mundo, para melhorar as operações de segurança, melhorar a garantia de qualidade, e promover a aceitação global de produtos petrolíferos e as melhores práticas.
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EMPRESAS & NEGÓCIOS
Laferge ganha selo API para fabricação de cimento para poços de petróleo Empresa é a primeira prestadora de serviços do segmento a cumprir as normas
T
ambém em cerimônia no estande do API – American Petroleum Institute, a Lafarge recebeu o certificado de direito de uso do selo API para fabricação de Cimento para Poços de Petróleo em sua fábrica de Cantagalo (RJ). O documento atesta o alto padrão de qualidade da unidade para produzir cimento API Classe G (HSR - Alta resistência a sulfatos) para a indústria brasileira de petróleo e gás. O certificado foi entregue ao presidente da Lafarge Brasil, Alexis Langlois, pelo gerente de serviços globais do departamento de serviços da indústria mundial do API, Chip Evans. O processo de certificação API na fábrica brasileira foi iniciado há um ano. Contando com o suporte e a expertise da equipe mundial da própria empresa, que tem 10 unidades em sete países já certificadas, a Lafarge Brasil investiu fortemente na linha de produção de sua fábrica de Cantagalo para industrializar o cimento Classe G segundo a Norma API 10A. A
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auditoria nas instalações da unidade foi chefiada pelo API e realizada no último mês de agosto. “Esta certificação é um reconhecimento do alto grau de qualidade na fabricação de cimento em nossa unidade fluminense, que está apta para fornecer um produto específico para poços de petróleo. Com isso teremos a possibilidade de participar de projetos importantes, como o Pré-sal, onde os equipamentos e materiais são exigidos ao máximo de sua performance”, celebra o presidente da Lafarge Brasil, Alexis Langlois. O selo API de qualidade é um contrato legal entre a Lafarge e o API garantindo que cada vez que o cimento HSR é fabricado na unidade de Cantagalo está em conformidade com os requisitos da API 10A. O programa de qualidade também estabelece que a fábrica tenha um Sistema de Gestão da Qualidade que satisfaça os requisitos da norma API Q1 (Especificação para Programas da Qualidade para a Indústria de Petróleo, Gás Natural e Petroquímica - Norma
ISO TS 29001), específicos do setor de Petróleo e Gás. Obter a certificação significa que o fornecedor comprovou, mediante auditoria, que seus produtos são fabricados e testados sob normas certificadas de confiabilidade e consistência, de acordo com os mais altos padrões da indústria petrolífera desde o projeto, especificação do material até os procedimentos de inspeção. A Lafarge opera em Cantagalo há 32 anos, desempenhando um importante papel no desenvolvimento socioeconômico da Região Norte Fluminense do estado. Desde o início da produção, em 1981, a empresa vem investindo no aumento de capacidade da fábrica, que hoje produz cerca de 1 milhão de toneladas de cimento por ano das marcas Mauá - líder de vendas no estado do Rio de Janeiro - Campeão e Maxx Concreto. Além de estar na vanguarda da produção do insumo, a unidade da Lafarge em Cantagalo também foi a pioneira na utilização de resíduos urbanos como fonte de energia para a fabricação de cimento.
MARÉ ALTA
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Árvore de natal e “cabine de mergulho” são destaques na exposição Durante o evento, os expositores destacaram as mais recentes tecnologias e serviços disponíveis na indústria. Quem visitou o estande da Petrobras, por exemplo, teve a oportunidade de, em uma pequena sala de cinema chamada “Cabine de Mergulho”, assistir a um filme sobre como é feita a perfuração até que seja alcançada a camada do pré-sal. A Schlumberger, a maior provedora mundial de serviços de óleo e gás, ofereceu em seu estande um canal de recrutamento onde profissionais das áreas de engenharia de petróleo, pesquisa, operações, geociência, comercial e de negócios aprende sobre como se inscrever para fazer parte da empresa.
Outro destaque ficou por conta da empresa Aptomar, que expõe um simulador do equipamento chamado “The Securus System”, uma tecnologia que permite a identificação e o monitoramento em tempo real de perigos a bordo de embarcações, como vazamentos de óleo e acidentes envolvendo pessoas da equipe. O equipamento, que pôde ser testado pelos visitantes, capta imagens em infravermelho e digital, oferece mapas interativos e compartilhamento em tempo real de imagens com o escritório em terra, entre outras tecnologias adaptadas exclusivamente para a indústria offshore. Já a FMC Technologies, empresa americana que fornece soluções
tecnológicas para a indústria de petróleo e gás, expôs, em uma de suas paredes laterais, um modelo em tamanho real da árvore de natal – equipamento instalado no fundo do mar para controlar a vazão de um poço submarino - que está sendo construído e deve ser entregue em 2014 para ser utilizado no pré-sal. José Mauro Ferreira, diretor de Vendas e Marketing da empresa, disse que a expectativa é que as encomendas de equipamentos e serviços comecem a ser feitas em 2016. A FMC Technologies também exibiu um mural interativo, com um telão touch screen em que o visitante pode explorar como funcionam os equipamentos produzidos pela empresa. Divulgação
Durante o evento, o público pôde conferir as últimas novidades em tecnologia offshore desenvolvidas pelas empresas do setor
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COVER
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GE aumenta parcela de conteúdo local com operação em Recife Empresa anunciou na OTC o início das atividades de packaging e testes para equipamentos de turbomáquinas Por Rodrigo Leitão
O CEO e presidente da GE Oil & Gas para a América Latina, João Geraldo Ferreira, anunciou durante a OTC Brasil que a companhia iniciou as atividades de packaging e testes no Brasil para seus equipamentos de turbomáquinas na cidade portuária de Recife. Segundo Ferreira, com a nova operação, a empresa aumenta a parcela de produção local nos equipamentos utilizados em projetos onshore e offshore no país. “Temos cumprido todas as exigências de conteúdo local definido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP)”, disse o CEO. As instalações estão localizadas na cidade portuária de Recife, com investimentos de US$ 20 milhões que se somam ao pacote de US$ 262 milhões da GE Oil & Gas no Brasil. “Este investimento demonstra nosso foco contínuo em aumentar a capacidade
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de fabricação local. Estamos empenhados em desenvolver a tecnologia aqui. A indústria do Petróleo e Gás tem uma enorme capacidade de crescimento e nossa maior ambição é permitir conquistas com maior velocidade”, disse Ferreira. As atividades de Packaging e teste serão realizadas em uma instalação de 55 mil metros quadrados, que inicialmente será dedicada ao cumprimento do contrato de US$ 500 milhões com a Petrobras para fornecimento de importantes equipamentos de Turbomáquinas, tais como geradores de turbinas a gás, compressores
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João Geraldo Ferreira diz que a empresa cumpre as exigências de conteúdo local
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de turbina a gás e moto compressores, para quatro novos FPSOs (floating production, storage and offloading). A Petrobras está construindo os quatro FPSOs (P-74, P-75, 76-P e P-77) para uso na região da Cessão Onerosa dos campos pré-sal da Bacia de Santos, no estado de São Paulo.
O contrato também utiliza soluções de outros negócios da GE, incluindo GE Power & Water e GE Power Conversion, que fornece motores, geradores e sistemas de controle de potência, também são fabricados no Brasil. A nova operação em Recife foi projetada para servir a outros projetos no futuro, ao passo que o Brasil
assume uma posição cada vez mais estratégica no mercado de petróleo e gás. O início dessas atividades permitirá a criação de mais de 100 novos postos de trabalho por meio da GE e de seus parceiros, incluindo a italiana Navalmare e outros fornecedores locais.
Wärtsilä apresenta sistema híbrido de propulsão para embarcações offshore Busca por menor consumo de combustível levará a novos sistemas de propulsão Durante a OTC Brasil, a multinacional finlandesa Wärtsilä destacou seu sistema híbrido de propulsão para embarcações offshore. O gerente Renato Barcellos apresentou um paper técnico sobre a aplicação da tecnologia, também conhecida como sistema DieselElétrico-Mecânico (DEM). O sistema se mostra uma solução interessante para embarcações que possuem mais de um perfil operacional ou que alterne momentos de alta e de baixa demanda
de potência propulsiva, além daquelas que demandam grande redundância de propulsão, mas nas quais a utilização de propulsão diesel-elétrica não seria a mais eficiente.
os benefícios da propulsão diesel-me-
Ainda pouco aplicado no transporte marítimo comercial, o sistema híbrido possui um grande potencial de utilização especialmente devido à maior disseminação de sistemas de controle eletrônico embarcados. “Por combinar
mente empregados no Brasil utilizam
cânica e da propulsão diesel-elétrica, o sistema híbrido é capaz de obter grande eficiência. Os maiores navios de manuseio de âncoras (AHTS) atualsistemas de propulsão híbrida fornecida pela Wärtsilä, com um consumo de combustível bem inferior ao esperado para embarcações de seu porte”, explica Barcellos.
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A FMC Technologies apresentou suas últimas novidades em seu estande, como a árvore de natal
FMC Technologies busca parceiros no segmento de nanotecnologia offshore Para especialista da empresa, avanços desta tecnologia no setor de óleo e gás começaram a ser percebidos nos últimos cinco anos, mas ainda não serão vistos no pré-sal de Libra A FMC Technologies está buscando parcerias no segmento de nanotecnologia no Brasil. O gerente de sistemas de engenharia do Departamento de Engenharia do Centro de Tencologia da empresa, Alan Labs, afirmou durante a OTC Brasil que a aplicação deste tipo de tecnologia tem o objetivo de proteger equipamentos da FMC. “É muito importante uma vez que as explorações offshore se mostram cada vez mais complexas e hostis. Por isso é necessário buscar métodos e 30 MACAÉ OFFSHORE
tecnologias que garantam a integridade dos equipamentos”. Segundo Labs, a indústria de nanotecnologia para segmento de óleo e gás ainda é bastante incipiente no Brasil, mas acredita que a parceria entre empresas e universidades pode encontrar soluções e inovações necessárias para atender às demandas. “Manifolds, árvores de natal e todos os tipos de equipamento vão precisar, por exemplo, de tecnologia anticorrosiva. Por isso estamos investindo em nosso centro de tecnologia”.
Na avaliação do executivo, a indústria de nanotecnologia no segmento de óleo e gás ainda está engatinhando, já que os avanços começaram a ser percebidos nos últimos cinco anos, se comparado a outros segmentos como o farmacêutico, o aeroespacial e o aeromotor. “A indústria de petróleo e gás é muito conservadora ainda, porém, os avanços já estão acontecendo. Acredito que a nanotecnologia não será usada ainda no processo de exploração do pré-sal de Libra”.
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Castrol apresenta nova competência em lubrificação submarina Com vistas ao crescimento do mercado offshore brasileiro, por conta do início do processo de exploração do pré-sal do campo de Libra, a Castrol Offshore está vindo com uma proposta diferente no setor de lubrificantes para sondas de perfuração e plataformas que serão contratadas pela Petrobras, a operadora do campo localizado na Bacia de Santos. Segundo o chefe da equipe de Subsea da Castrol Offshore, Chris Morrisey, a empresa conseguiu desenvolver lubrificantes capazes de lidar com altas temperaturas e pressão encontradas em ambientes de águas ultra profundas. “Além disso, os novos lubrificantes são ecologicamente corretos, pois sabemos que nesses ambientes, os riscos são grandes e assim teremos um melhor controle nos lubrificantes usados nos equipamentos subsea”, explica o executivo, que apresentou um artigo técnico sobre o novo lubrificante durante a OTC Brasil 2013. Ele revelou,ainda, que há estudos de expansão
para a fábrica da empresa, localizada no Rio de Janeiro. Chris Morrissey e o também perito da Castrol, John Morris, em parceria com Anders Brunvold, da OneSubsea, mostraram como o portfólio de lubrificantes vem sendo desenvolvido para satisfazer os requisitos ambientais e de desempenho das mais recentes bombas de estimulação submarina de alta performance e compressores de gás úmido. A Castrol mostrou como sua expertise técnica tem superado os desafios associados ao desenvolvimento de um lubrificante de alto desempenho para ambiente submarino que precisa lidar com temperaturas de processamento crescentes, pressões mais altas e maiores velocidades de rotação do eixo – em conformidade com os mais recentes e exigentes padrões ambientais. “A OTC Brasil é um ambiente fantástico para compartilharmos nosso
conhecimento com toda a indústria e nós usaremos a oportunidade para destacar os pontos fundamentais no processo de desenvolvimento, incluindo testes de estabilidade térmica de longo prazo, isolamento elétrico, propriedades de resistência à carga e gerenciamento de contaminação da água. Como parte do processo, elaboramos métodos que ultrapassam os padrões de testes da indústria, o que nos permite proporcionar maior garantia de segurança e elevada redução de risco operacional”, disse Chris Morrissey. Com 114 anos de existência, a Castrol também apresentou sua gama de produtos especializados e falou sobre suas principais pesquisas e desenvolvimentos na OTC Brasil. Anualmente, a Castrol fornece milhões de litros de lubrificante para fabricantes de equipamentos e operadores ao redor do mundo. No Brasil, a Castrol está desde 1957, quando instalou sua fábrica no Rio de Janeiro.
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BP exibe equipamento para fechamento de poço A BP exibe em seu estande na OTC Brasil 2013 uma réplica do seu sistema de capeamento de poços, equipamento composto por 250 peças, desenvolvido especialmente para fechamento emergencial de poços em águas profundas de até 3 mil metros. O pacote também inclui ferramentas para dispersão do fluxo de óleo e remoção de detritos. A construção desse equipamento faz parte de uma série de ações que a BP tomou para fortalecer sua habilidade em prevenir e responder a eventuais incidentes dentro de cinco frentes: prevenção e segurança; contenção; poços de alívio; resposta ao vazamento; e gerenciamento de crise. Armazenado em Houston e mantido sempre em estado de prontidão para ser mobilizado, o Well Cap, como é conhecido, pode ser enviado em até dez dias por sete aviões de carga pesada
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A BP aproveita o evento para exibir em seu estande equipamento desenvolvido para fechamento emergencial de poços em águas profundas
para qualquer país onde a BP opera. Chegando ao local de destino, os componentes são enviados para o local do poço. Em cada região onde atua, a BP
também conta com embarcações complementares e outros equipamentos necessários para instalar e acionar o sistema de capeamento de poços.
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Sonda da Faxe Drilling em exposição na OTC Brasil 2013 Pela primeira vez no país, uma sonda desse modelo é apresentada em um evento de petróleo Divulgação
A Faxe Drilling, empresa com sede em Macaé, fez uma exposição da Sonda Faxe, modelo Drillmec, na área externa do evento, em frente ao pavilhão 1. Pela primeira vez no país, uma sonda desse modelo é apresentada em um evento de petróleo. A Sonda Faxe possui tecnologia de ponta internacional e introduz um conceito inovador de tecnologia hidráulica aplicada à perfuração de petróleo e gás, com capacidade de prospectar óleo e gás a 4 mil metros de profundidade ou 300 toneladas de tração em terra. A capacidade de perfuração aliada à eficiência dos colaboradores da Faxe Drilling está trazendo resultados muito positivos para a empresa que conta, com duas dessas sondas: a Faxe 1 e a Faxe 2, operando no estado de Minas Gerais desde 2012, nas cidades de João Pinheiro e Presidente Olegário. Na região fazem a perfuração de poços pioneiros, nos blocos da operadora Petra Energia, e, ambas as sondas, têm operado a 99% de sua capacidade, sem Down Time. Em comparação a essas sondas, as Faxes 1 e 2 se diferem das mais antigas por agregarem grandes benefícios. De acordo com o gerente de Projeto, Claudionor Frederico, as sondas Faxe são inovadoras, principalmente no quesito segurança. “Devido ao fato de serem
A Sonda Faxe, que apresenta um conceito inovador de tecnologia hidráulica, foi uma das atrações na parte externa do evento
automáticas, exigem o mínimo de contato entre o homem e a máquina. Outra vantagem é a maior potência e rapidez nas operações, além da agilidade na desmontagem e montagem”, explica. A exploração de gás natural em Minas Gerais vem aumentando a cada dia. No ano passado, quando a Petra, empresa que contratou as Sondas Faxe 1 e 2,
iniciou as atividades de perfuração, os investimentos previstos para as cidades de Patos de Minas e Presidente Olegário chegaram a R$ 360 milhões. Em 2013, a previsão é de R$ 450 milhões. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) já autorizou a exploração de gás em 39 blocos localizados na região da bacia do São Francisco, que corresponde a um terço do território mineiro. MACAÉ OFFSHORE 33
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Expro apresenta tecnologia de gerenciamento de poços onshore e offshore A Expro, empresa especializada em gerenciamento de poços de óleo e gás, onshore e offshore, apresenta na OTC Brasil, a excelência de sua tecnologia. Um dos equipamentos demonstrado durante a OTC foi o CaTS, um sistema de telemetria sem cabo. A Expro acabou de fechar um contrato de quatro anos com uma petroleira, no valor de R$ 15 milhões, para
implantar essa tecnologia em sete poços de prospecção de óleo e gás, a maioria na Bacia de Santos. O sistema monitora reservatórios, aumenta a segurança dos dados e otimiza o plano de desenvolvimento do campo.
de fundo e circulação para operações
A Expro também mostrou na OTC a câmera HawkEye V, com tecnologia de ponta, e o ExACT, uma ferramenta multi-funcional de fechamento
Clamp-On SONAR, da Expro Meters, e
de drill stem testing (DST) ou tubing conveyed perforating (TCP). Outras tecnologias também foram demonstradas, como equipamentos de Well Testing, Chokes, Subsea e o medidor ainda uma maquete que reforça a posição da Expro de maior fornecedora de Slickline do Brasil.
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Uma das novidades levadas pela Expro foi um novo sistema de telemetria sem cabo
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Clariant Oil Services destaca soluções de ponta e investimentos em P&D Fornecedora de tecnologias químicas e serviços para as indústrias de petróleo, oleoduto e refinaria, a Clariant Oil Services destacou durante o evento seu portfólio de soluções para as operações de exploração e produção de hicrocarbonetos nos distintos cenários offshore: águas profunfas, ultraprofundas, óleo pesado, campos maduros, entre outros. “Temos um amplo portfólio de soluções, integrando produtos e
serviços, para atendar às necessidades offshore do setor de óleo e gás nos mais complexos cenários“, destaca Carlos Tooge, vice-presidente da Clariant Oil & Mining Services para a Latin America. “A Clariant Oil Services antecipou-se às demandas da indústria e desenvolveu produtos e serviços para produção em baixas temperaturas, águas profundas e ultraprofundas, e de óleos pesados, assim como explotação em ambientes
severos, onde há incidência de CO2 e H2S.” A Clariant Oil Services acumula mais de 40 anos de experiência provendo soluções para a indústria brasileira. A empresa recentemente inaugurou seu novo centro de inovação tecnológica em The Woodlands, Texas, ao norte de Houston, para dar suporte a sua organização global de Centros de Excelência, localizados no Rio de Janeiro, Reino Unido, Alemanha e Malásia.
Honeywell mostra novo provador de vazão A tecnologia, que funciona como um calibrador das turbinas que fazem a medição fiscal do volume extraído de petróleo, é utilizada por quase um terço dos FPSOs instalados no Brasil A Honeywell apresentou o novo Provador de Vazão durante a OTC Brasil 2013. A tecnologia, que funciona como um calibrador das turbinas que fazem a medição fiscal do volume extraído de petróleo, é utilizada por quase um terço dos FPSOs instalados no Brasil. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o país conta atualmente com 33 unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás natural e, desse número, 10 delas estão equipadas com a solução da Honeywell. Os FPSOs, construídos geralmente a partir da conversão de um navio-tanque, são 36 MACAÉ OFFSHORE
responsáveis pela medição do petróleo diretamente na extração. “As características do petróleo extraído, por estar em alto mar, variam constantemente e a medição precisa é muito importante”, disse Willian Louzavio, executivo da divisão Engineered Field Solutions da Honeywell. “O provador de vazão faz a calibração constante do equipamento e garante mais precisão na medição”. O sistema utiliza um conjunto com medidores e computadores de vazão que verificam e fornecem um perfil de vazão para os medidores, possibilitando
a parametrização do sistema de medição de acordo com as características do fluído a ser medido em relação às mudanças de condições em alto mar. A solução também atende aos processos de medição fiscal das plataformas de petróleo, de acordo com a resolução da ANP/Inmetro de nº1/2013, assinada em junho desse ano, que estabelece as condições e os requisitos mínimos para conferir credibilidade aos resultados das medições dos volumes produzidos, consumidos, injetados, transferidos e transportados, bem como os importados e exportados.
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Sisgraph apresenta software para construção naval A Sisgraph levou para a OTC Brasil 2013 o SmartMarine 2014, a nova versão do SmartMarine 3D, software que permite projetar e construir diversos tipos de ativos navais, como plataformas fixas, semi-submersíveis, FPSOs, embarcações de perfuração e outros tipos de facilities navais flutuantes. Também foram demonstradas soluções de integração com nuvens de pontos e de navegação, como
o SmartPlant Fusion, produto desenvolvido especialmente para capturar, organizar e disponibilizar com rapidez grandes volumes de informação, como documentos e projetos, de modo intuitivo altamente organizado.
Vôos direto Rio-Houston A United Airlines participou com um grande estande da OTC (Offshore Technology Conference), no qual apresentou os principais serviços
oferecidos em suas aeronaves. A companhia aérea é a única que oferece voos sem escala na rota Houston-Rio, e proporcionou a todos os
executivos o conforto do Boeing 777, a maior e mais potente aeronave da frota, para o trajeto vindo dos Estados Unidos rumo a OTC.
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Fabricação Digital: uma indústria de protótipos Durante a OTC, foram realizadas demonstrações das máquinas do projeto Fabricação Digital, lançado em agosto deste ano em parceria pela ONIP, INT e PUC-Rio, para atender à enorme demanda do mercado brasileiro por protótipos e produtos voltados exclusivamente para a área de petróleo e gás. O projeto conta com o investimento de R$ 10 milhões da Pe-
trobras, apoio da ANP e tem o objetivo de fortalecer a cadeia de fornecedores brasileiros de bens e serviços, desenvolver tecnologia nacional e permitir às indústrias a produção de protótipos e produtos em todos os tipos de tecnologias existentes atualmente, o que inclui sete técnicas de prototipagem e oito tipos diferentes de materiais, como titânio, alumínio, aço, nylon e outros plásticos de alta resistência.
Sebraetec para atender demandas tecnológicas do setor O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) criou em seu estande uma unidade de negócio específica para trabalhar com foco no setor. Maíra Campos, gestora do Projeto de Petróleo e Gás em parceria com o Cenpes, da Petrobras, falou sobre a importância do Programa Sebraetec de subsídio a serviços tecnológicos. “O Sebrae está na OTC para mostrar aos empresários sua capacidade de atender empresas de maior porte tecnológico, especificamente nesse setor. Nós queremos vincular a marca Sebrae a um tipo de serviço mais tecnológico e não somente de varejo.”
Bosh Rexroth apresenta tecnologia de revestimento para cilindros hidráulicos Com a nova marca Enduroq para suas tecnologias de superfície, a Bosch Rexroth apresentou durante a Offshore Technology Conference (OTC) um conceito integrado de seleção, engenharia e produção de tecnologia de revestimento que pode ser utilizado em qualquer segmento ou aplicação. Como parte deste conceito, a companhia expôs a Enduroq 3200, com revestimento
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de dupla camada, de uso pesado, baseada em Ultimet®. Este conceito foi especialmente desenvolvido para uso offshore em áreas molhadas (direct riser tensioners) e atende aos mais altos padrões desta indústria. O Enduroq 3200 é uma extensão das já existentes tecnologias Rexroth para hastes de pistão de cilindros hidráulicos de grande porte.
Forship marca presença duplamente no evento Especializada em engenharia de comissionamento, a Forship teve dupla participação na OTC Brasil 201. O vice-presidente de Consultoria Técnica da empresa, Antonio Prates, apresentou um paper sobre oportunidades e desafios na implantação de grandes empreendimentos no setor de óleo e gás e offshore no Brasil. A empresa também foi uma das âncoras da Rodada de Negócios promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) em parceria com o Sebrae-RJ. Participaram das rodadas, Júlio Dariva (Gerente de Suprimentos e Logística), Nestor Caputo (Assessor Técnico) e o Vice Presidente de Óleo e Gás da Forship, Paulo Elias.
Siemens divulga rede elétrica submarina Fornecedora mundial de soluções para geração de energia, a Siemens apresentou na OTC Brasil 2013 o Subsea Powergrid, rede elétrica submarina que permite produção e processamento de óleo e gás a partir de módulos instalados a até 3.000 metros de profundidade. Segundo a empresa, o equipamento permite o aumento da capacidade de produção de reservatórios no leito do mar e a exploração de reservatórios de pequeno porte que, de outro modo, não seriam economicamente viáveis. A empresa também divulgou seu portfólio para os setores de automação, compressão, geração, transmissão, distribuição de energia voltada para operações em alto mar e alimentação elétrica de equipamentos submarinos.
Plataforma santos
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