Tecnologia

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Carta ao leitor

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s negócios no setor de petróleo estão em crescimento. Disso ninguém duvida. Por isso, nesta edição, trazemos matérias diversas que pontuam estas áreas. Para começar, uma entrevista exclusiva com o novo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, que adianta sua estratégia de atuação para que o estado cresça nos próximos quatro anos. E ao falar sobre ações governamentais, agora no âmbito municipal, Rio das Ostras inicia os estudos para a Zona Especial de Negócios 2 (ZEN). Conheça a estrutura deste condomínio industrial que vem para alavancar ainda mais o setor de petróleo na Bacia de Campos.

Letter to the reader

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usiness in petroleum sector is increasing. No one doubts that. That is why in this issue we bring several articles that portray this subject. To start, you will see an exclusive inter view with the new State Secretary for Economic Development, Energy, Industry and Services of Rio de Janeiro, Júlio Bueno, who states beforehand his action strategy for a state growth within the next four years. Regarding governmental actions, now at the municipal level, Rio das Ostras starts the studies for Zona Especial de Negócios 2 (ZEN) (Business Special Zone). Learn about the structure of this industrial joint domain, which comes to boost even more the petroleum sector in Campos Basin.

Na área de tecnologia uma matéria sobre o Campo de Espadarte, onde está localizada a mais nova plataforma FPSO Cidade do Rio de Janeiro. O campo enfrentará grandes desafios daqui pra frente. Saiba o por quê!

In the field of technology one about Espadarte Field, where the newest platform FPSO Cidade do Rio de Janeiro is located. The field shall face big challenges from now on. Learn why!

Mão-de-obra qualificada é outro assunto relevante no setor. Por isso, trazemos uma matéria especial sobre Alpinista Industrial, atividade que vem ganhando força no mercado onshore e offshore, além de oferecer bons salários.

Qualified manpower is another relevant subject in the sector. Thus, we bring a special reporting on Industrial Climbers, activity, which is increasing on the onshore and offshore markets, in addition to offering good salaries.

Marjorie Carmona Editora

Marjorie Carmona Editor

Tecnologia/ Technology Petrobras busca soluções para Campo de Espadarte .. 18

Artigo/ Article Nem todo o petróleo é nosso? .................................. 10 Isn’t all the petroleum ours? ................................... 11

Negócios/ Business ZEN adiantada e município inicia estudos para ZEN 2 .... 24 ZEN in advanced stage and the city starts studies for ZEN 2 ................................................................... 28

Júlio Bueno tells us his action plan for Rio de Janeiro’s petroleum market ...................... 16

Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Cajueiros Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605

Direção Executiva: / Executive Directors: Gianini Coelho / Alexandre Calomeni Bruno Bancovsky adm@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Alexandre Calomeni adm@macaeoffshore.com.br Edição e Redação: / Editing and writing: Marjorie Carmona - MTB 38235/SP redacao@macaeoffshore.com.br Colaboradores/employees: Liliane Barboza/ Victor Scott

Diretor de Arte: / Art Director: Alan Vitorio arte@macaeoffshore.com.br Tradução em inglês: / English version: Primacy Translation

Foco Social/ Social Focus .............................................. 04 Empresas e Negócios .................................................... 06 Companies and Businesses ....................................... 08

Entrevista/ Interview Júlio Bueno conta seu plano de ação no mercado de petróleo do Rio de Janeiro ................. 14

A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngüe (Português / Inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807- Cajueiros Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605

Revisão: / Review: Ana Ferreira

Índice/Contents

Plano de vôo para a qualidade ................................. 12 Flight plan for quality ................................................... 13

Capa: FPSO Cidade do Rio de Janeiro Cover: FPSO Cidade do Rio de Janeiro Foto / Photo: Arquivo Petrobras/Petrobras File

Petrobras seeks solutions to Espadarte Field ......... 22

GEO do Brasil pronta para a zona de 3.000 metros ... 30 GEO do Brasil ready for the 3.000 meter zone ..... 32

Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies Assinatura: Subscriptions: (55) 22 2770-6605 / 2762-3201 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties

Trabalho/ Work Alpinistas industriais no mercado de petróleo ........... 34 Industrial climbers in the petroleum market .......... 38 MACAÉ OFFSHORE

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Foco Social

Social Focus

“Do que a sociedade necessita? De projetos factuais de curto prazo ou de projetos estruturantes de longo prazo?

“What does society need? Does it need short-term factual projects or long-term structuring projects?”

epois da “onda” de Responsabilidade Sócio-Ambiental que inunda o país nos últimos anos, esta pergunta é fundamental para que o movimento social não sucumba às prateleiras das iniciativas brilhantes, porém efêmeras.

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Em um país inserido em um continente (americano, sobretudo, América Latina) cada vez mais liderado por representantes do povo, a questão social não pode se limitar ao marketing. É urgente que os projetos sociais se tornem a alavanca de um novo mercado: inclusivo, justo e igualitário. Para tanto, as iniciativas do setor privado devem estar de acordo com aquelas do estado, tendo como objeto principal os interesses das comunidades, onde as empresas se inserem.

In a country within a continent - American, but above all South American - increasingly governed by representatives of the people, the social issue cannot be limited to the boundaries of marketing. It is urgent that social projects become the lever of a new market: inclusive, fair and equalitarian. To achieve that, the private sector initiatives must be aligned with the state’s, setting as their main goal the interest of the communities where the companies are based.

O papel intelectual da coletividade nas constantes transformações das sociedades deve ser levado em conta na elaboração dos projetos sociais, o que significa dizer que os indivíduos, suas demandas, necessidades e anseios precisam estar evidenciados nas propostas de projetos empresariais, no campo sócio-ambiental. Cabe também às empresas “quebrar as amarras impostas pelo subdesenvolvimento que alimenta a consciência intransitiva; vencer a comodidade da consciência transitiva ingênua, que mantém a distância social entre classes e papéis, ajudando as pessoas a exercerem a consciência crítica como forma de vida”, como preconiza o professor Paulo Rosas, referindo-se à educação.

The collectivity plays an intellectual role in the constant changes societies go through, and this must be taken into consideration when drawing up social projects. In other words, the individuals, their demands, needs, and desires must be highlighted in proposals of social, environmental projects. Companies should take responsibility to “break the locks imposed by underdevelopment, which feeds intransitive awareness; win over the naïve transitive convenience that keeps the social distance between classes and roles, helping people exercise the critical consciousness as a way of life”, as proclaimed by professor Paulo Rosas, referring to education.

Como exemplo, podemos citar o Pacto Global, através de dez princípios: “1) As empresas devem apoiar e respeitar a proteção dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente; 2) As empresas devem assegurar-se de que não estejam sendo cúmplices de abusos e violações de direitos humanos; 3) As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva; 4) As empresas devem apoiar a eliminação de todas as formas de trabalho forçado e compulsivo; 5) As empresas devem apoiar a erradicação efetiva do trabalho infantil; 6) As empresas devem eliminar a discriminação em relação ao emprego e ao cargo; 7) As empresas devem adotar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; 8) As empresas devem desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; 9) As empresas devem incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias limpas que não agridam o meio ambiente e 10) As empresas devem comprometer-se com o combate à corrupção em todas as suas formas.

As an example, we could mention the Global Pact, summarized ten principles: “1) Companies should support and respect the protection to the internationally recognized human rights; 2) Companies should ensure they are not complying with abuse and violation of human rights; 3) Companies should support freedom of association and the effective recognition of the right to collective negotiation; 4) Companies should support the ban of all forms of forced and compulsory work; 5) Companies should encourage the effective ban of child work; 6) Companies should ban the discrimination related to job and position; 7) Companies should adopt a preventive approach regarding environmental challenges; 8) Companies should develop initiatives to promote deeper environmental responsibility; 9) Companies should encourage development and transmission of clean technology that does not harm the environment; 10) Companies should be committed to fighting all forms of corruption.

Telma Oliveira do Prado

Coordenadora de Responsabilidade Social Petrobras/ Serviços Compartilhados 4

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fter the tide of Social-Environmental Responsibility that flooded the country in the last few years, the question is essential to prevent the social move ment from landing on the shelves of brilliant though short-living initiatives.

Telma Oliveira do Prado

Coordinator of Social Responsibility Petrobras/Shared Services


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Empresas e Negócios Gas Summit 2007

Será realizado entre os dias 21 e 23 de maio, no Hotel Blue Tree Towers Morumbi, em São Paulo, o Gas Summit Latin America 2007. Esta nova edição reunirá representantes dos governos de diversos países, entidades internacionais, associações e executivos da cadeia do gás natural, onde será discutido o panorama político e econômico da região, investimentos privados e condições reais de oferta de gás no continente. Para o encontro já está confirmada a presença do presidente da YPFB, Juan Carlos Ortíz. Para obter mais informações basta ligar no telefone (11) 30176808 ou pelo e-mail: ibc@ibcbrasil.com.br ou ainda pelo site: www.gassummit.com.br.

PAC x Navios

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) conta, e muito, com a construção dos 26 navios petroleiros da Transpetro que devem estar prontos até 2012, sendo que destes 15 devem ser entregues até 2010. Recentemente foi assinada, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a construção dos 10 primeiros. O custo chega à marca de R$ 4,1 bilhões. De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - que vai liberar R$ 2,47 bilhões ao setor naval - serão abertos 20 mil postos de trabalhos diretos e indiretos.

Alta da indústria naval Niterói está mesmo à frente quanto a retomada da indústria naval. O estaleiro Mauá-Jurong – em parceria com a Eisa – venceu a concorrência para a construção de 10 navios para a petroleira estatal venezuelana PDVSA. Com a encomenda dividida entre os dois estaleiros a expectativa é que para os próximos oito anos haja geração de 24 mil postos de trabalho, metade só em Niterói. Os navios correspondem a apenas um terço do plano de renovação da frota da PDVSA, que planeja comprar 42 navios. A encomenda permitirá a inserção dos estaleiros da cidade em um plano internacional e vai colaborar para o desenvolvimento sustentável do município para os próximos 15 anos.

Mais que o Gascav A China Petroleum and Chemical Corporation (Sinopec) - empresa contratada pela Transportadora Gasene para realizar a obra de construção e montagem do Gasoduto Cabiúnas-Vitória (Gascav) - quer fazer novos investimentos no Brasil, inclusive no Espírito Santo. Há quase um ano, a empresa desenvolve seu primeiro trabalho no setor energético brasileiro: é a responsável pela construção de cerca de 300 quilômetros de extensão de um duto da Petrobras que transportará gás 6

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natural e terá vazão de 20 milhões de m³/dia. A gigante chinesa mantém escritório no Rio de Janeiro e Espírito Santo. As principais ações de suas subsidiárias incluem exploração e produção de óleo e gás, refino, distribuição, transporte e comercialização de produtos químicos e derivados de petróleo.

Plataformas modernizadas Por causa da inserção de novas tecnologias e a reforma de oito plataformas antigas na Bacia de Campos (Enchova, Garoupa, Namorado 1, Namorado 2, Cherne 1, Cherne 2, Pampo e Pargo), realizada pela empresa Chemtech, a Petrobras incorporou mais de 400 milhões de barris de petróleo, o que equivale a US$ 24 bilhões, segundo cotações atuais da commodity. Em Enchova, por exemplo, a empresa desenvolveu um projeto para análise de dispersão de flare. Já em Cherne 2, foi feita uma análise mecânica e fluidodinâmica da torre desaeradora.

Produção 100% privada Está previsto para o mês de julho o início das operações do campo de Polvo, na Bacia de Campos, operada pela empresa norte-americana Devon. A expectativa é de extrair 50 mil barris por dia. O campo de Polvo tem quatro reservatórios com 348 milhões de barris de petróleo, cerca de 100 milhões são recuperáveis. Há ainda 575 milhões de metros cúbicos de gás natural, que serão usados como combustível na plataforma. A companhia informou que ainda não decidiu o que fazer com a produção, mas a tendência é que seja exportada - a estatal não tem interesse em comprar óleo do tipo pesado, característico das reservas da Devon.

Mais R$ 7,5 bilhões este ano

Além dos US$ 87,1 bilhões, a Petrobras vai ampliar em R$ 7,542 bilhões o volume de investimentos para este ano. Medida que foi aprovada pelo Conselho de Administração da estatal para adequar o orçamento a um ritmo mais acelerado de crescimento, que consiste em antecipar alguns destes empreendimentos e a inclusão de outros novos. No entanto, a maior parte dos novos investimentos será destinada ao Plano de Ampliação da Oferta de Gás (Plangás), que receberá R$ 3,328 bilhões a mais do que o estimado inicialmente. A companhia informa que inclui nos gastos as unidades de tratamento de gás de Cacimbas (Espírito Santo) e Caraguatatuba (litoral paulista); esta vai processar o gás natural produzido no campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, que deve entrar em operação entre o final de 2008 e o início de 2009.



Companies and Business Gas Summit 2007 Gas Summit Latin America 2007 conference will be held in Hotel Blue Tree Towers Morumbi, São Paulo, on May 21st to 23rd. This new conference edition will gather government representatives from several countries, international entities, natural gas chain officers and associations. They will discuss the political and economical scenario of the region, private investments and actual conditions to offer gas in the continent. Juan Carlos Ortíz, Director of YPFB, already confirmed his presence in the conference. For further information, please call to (11) 3017-6808, or send an e-mail to ibc@ibcbrasil.com.br, or go to www.gassummit.com.br.

PAC x Ships The Growth-Accelerating Program (Programa de Aceleração do Crescimento - PAC) strongly relies on the building of 26 Transpetro oil tankers until 2012, but 15 oil tankers will be delivered until 2010. Luiz Inácio Lula da Silva has recently approved the construction of the 10 first oil tankers. The cost to build up the oils tankers will reach R$ 4,1 billion. According to Brazilian National Bank for Economic and Social Development (BNDES), which will grant R$ 2,47 billion to the naval industry, 20 thousand direct and indirect jobs will be generated.

Naval industry on the rise Niterói is ahead as far as the resuming of naval industry is concerned. Mauá-Jurong shipyard – in partnership with Eisa – has won the bid for the construction of 10 ships for the Venezuelan state-owned oil company PDVSA. As the order has been divided between the two shipyards, it is expected that for the next eight years 24 thousand job positions will be created, half of this number in the city of Niterói. The ships correspond to only a third of the renewal plan of PDVSA fleet, which plans to purchase 42 ships. The order will allow the insertion of shipyards in the city in an international plan and will assist in the sustainable development of the city for the next 15 years.

More than Gascav China Petroleum and Chemical Corporation (Sinopec) - company contracted by Transportadora Gasene to perform construction and assembly works of Cabiúnas-Vitória Gas Pipeline (Gascav) - wants to make new investments in Brazil, including in Espírito Santo. For more than a year, the company has been developing its first work in the Brazilian energy sector: it is responsible for the construction of approximately 8

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300 kilometers of a Petrobras pipeline, which will transport natural gas and will have a flow rate of 20 million m³/day. The Chinese giant has an office in Rio de Janeiro and in Espírito Santo. The main operation areas of its affiliates include exploration and production of oil and gas, refining, distribution, transportation and commercialization of chemicals and oil by-products.

Streamlined Platforms Because of new technologies and the improvement of 8 old platforms (Enchova, Garoupa, Namorado 1, Namorado 2, Cherne 1, Cherne 2, Pampo e Pargo) in Campos Basin, developed by Chemtech, Petrobras incorporated over 400 million of oil barrels, which corresponds to US$ 24 billion according to the current prices of the commodity. In Enchova, for instance, Chemtech developed a project to analyze Enchova flare dispersion. In Cherne 2, a mechanical and fluidodynamic analysis was made on the deaeration tower.

Fully private production The start of operations in Polvo field, Campos Basin is scheduled to start in July. The North American company Devon will run these operations. Fifty thousand oil barrels a day are expected to be extracted. Polvo field has four oil reservoirs with 348 million of oil barrels and around 100 million of oil barrels are recoverable. There are also 575 million cubic meters of natural gas, which will be used as fuel in the platform. The company has not decided what to do with the production, but it might be exported - Petrobras is not interested in buying heavy oil, which can be found in Devon reserves.

More R$ 7,5 billion this year Besides the US$ 87,1 billion, Petrobras will invest more R$ 7,542 billion this year. This measure was approved by Petrobras Board of Directors to suit the budget in a faster rhythm of growth, anticipating some of these developments and including other ones. However, most investments is intended to be used in the Gas Supply Increase Plan (Plangás - Ampliação da Oferta de Gás), which will receive R$ 3,328 billion in addition to the amount initially expected. The company informs that costs include Cacimbas (Espírito Santo) and Caraguatatuba (São Paulo coast) gas treatment units. The latter will process natural gas produced in Mexilhão field, Santos Basin, which shall start operations between the end of 2008 and beginning of 2009.


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Articulando Nadando contra a correnteza

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importância do petróleo na geopolítica do mundo atual, aliada à perspectiva de sua escassez iminente no mercado global, reforça nossa convicção pelo retorno do monopólio estatal do setor, em nosso país, de forma a possibilitar a utilização da pequena reserva nacional para privilegiar nossa economia e a sociedade brasileira com derivados a preços justos nas próximas duas décadas, período da nossa tão glorificada auto-suficiência. Além de outros pontos, essa tese é apresentada, com bastante detalhe, em nosso livro “Nem todo petróleo é nosso”, recentemente lançado pela editora Paz e Terra. Renomados estudiosos e especialistas internacionais alertam, há algum tempo, para a inexorável escassez do produto, levando em conta que as jazidas geológicas de hidrocarbonetos, até então consideradas capazes de suprir a demanda mundial por muitas e muitas décadas, são interpretadas, hoje, como caminhando para sua fase final de produção, sem perspectivas de reposição de grandes volumes pelas novas descobertas ansiosamente esperadas. Estudos do renomado técnico Colin Campbell prevêem que o pico mundial de produção de petróleo ocorrerá até 2008. Por maior que seja a incerteza com relação à data do pico da produção, as conseqüências para a humanidade, a nosso ver, serão assustadoras. Infelizmente, o grupo que defende essa tese, no qual nos incluímos, não tem tido espaço na mídia e veículos especializados, para mostrar seus argumentos aos técnicos do setor, bem como buscar convencer a sociedade sobre a necessidade de mudanças urgentíssimas na atual legislação e, em especial na Lei 9.478, conhecida como a “lei do petróleo”. Se voltarmos nossa atenção para a questão brasileira, especialmente, e considerarmos a limitada potencialidade de novas e volumosas jazidas em nosso território, constataremos que teríamos pela frente poucas décadas de produção local, assim mesmo se restringirmos a exportação do produto, enquanto a Petrobras já atende, sozinha, as necessidades domésticas. Daí a urgente necessidade de modificações na legislação vigente, que permite a remessa para o exterior, pelas empresas transnacionais aqui instaladas, da sua produção local, com base nos contratos de concessão assinados com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), válidos no prazo de 30 anos. O Brasil tem tradição de respeito aos contratos já assinados, mas tudo que puder ser feito de forma a trazer benefício para a sociedade, mesmo não sendo o ótimo, deveria ser perseguido, pois, afinal de contas, “a política é a arte de se conseguir nadar contra a correnteza”.

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Assim, mesmo no contexto do modelo vigente, é preciso considerar que a exploração e produção de petróleo não devem visar, unicamente, suprir a demanda de momento, pagando impostos e taxas. Deve satisfazer a esses objetivos e muito mais, como ativar a economia local com suas compras de bens e serviços, gerar empregos para os nacionais e desenvolver tecnologias para as empresas genuinamente brasileiras. Não deve permitir a transferência de lucros extraordinários para o exterior, bem como a satisfação da demanda interna não deve se limitar à de curto prazo, sendo necessário existir um planejamento estratégico para o suprimento de médio e longo prazos, dada a importância dessa fonte energética para um país continente como o Brasil, com suas grandes assimetrias geográficas e sociais. Desta forma, não tem significado maior para a sociedade ler relatórios da ANP e do Ministério de Minas e Energia (MME) mostrando, como uma grande vitória, quanto foi arrecadado de bônus pelos leilões, pois o somatório desses bônus representa uma parcela ínfima do valor esperado do petróleo a ser descoberto nos blocos. Pouco importa, também, saber quantas empresas privadas estão prospectando e produzindo petróleo no país, uma vez que, se elas não estão atendendo aos interesses nacionais, quanto maior for o número delas pior para a sociedade. A sociedade civil brasileira aguarda uma forma de dialogar com a ANP e o MME, para que, de forma construtiva, se busquem caminhos alternativos para evitar o prosseguimento da exploração predatória das modestas, porém estratégicas jazidas de hidrocarbonetos no território nacional. Ao novo Congresso caberia convocar esse debate com técnicos, empresários e a sociedade em geral, cabendo, de imediato à ANP, como demonstração de patriotismo e boa intenção para dialogar, suspender qualquer nova rodada de licitações. Sergio Xavier Ferolla, brigadeiro aviador e engenheiro, membro titular, acadêmico conselheiro da Academia Nacional de Engenharia - ANE e vice-presidente da Academia Brasileira de Engenharia Militar Paulo Metri, MSc em Engenharia Industrial, Conselheiro do Clube de Engenharia e da Federação Brasileira de Associação de Engenheiros.


News & Views Swimming against the tide

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he importance of oil in modern world geopolitics, in addition to its prospective and imminent shortage in the global market, increases our belief in our country’s return to state monopoly of the oil sector. This would enable the use of the small national reserves to benefit Brazilian economy and consumers with derivates at fair prices for the next two decades, the period of our acclaimed self-sufficiency. Among other aspects, this thesis is presented in details in our book “Nem todo petróleo é nosso” (Not All Oil is Ours), recently published by Paz e Terra publishers. Renowned international scholars and specialists have alerted for long to the inevitable oil shortage. The geological hydrocarbon deposits that have been so far considered as capable of supplying the world demands for so many decades ahead are now considered close to its final production phase, with no prospects for large volume replacement by the new and anxiously awaited discoveries. Studies made by the renowned technician Colin Campbell forecast that the peak of world oil production will occur until 2008. No matter how uncertain predicting a peak can be, in our point of view, the consequences for mankind are terrifying. Unfortunately, supporters of this thesis, including us, have not been getting enough space in the media and specialized publications to defend their positions before sector technicians, as well as try to convince citizens of the need for extremely urgent changes in the current laws, especially to Law 9478, known as the “Oil Law”. If we focus our attention on Brazil’s situation, and the limited potential of new and large deposits in our territory, we can confirm that we are looking to few decades of local production, provided that we restrict exports while Petrobras alone can already supply our internal needs. Hence, we urge changes in the current legislation, which allows foreign companies operating nationwide to ship abroad their local production, based upon concession contracts signed with the National Agency of Petroleum (ANP), valid for 30 years. Brazil has traditionally respected the contracts it

has entered into, but anything that can possibly be done to benefit society, even though it may not be ideal, should be pursued because, after all, “politics is the art of swimming against tide”. Consequently, according to the current policy, let us consider that oil exploration and production should not aim exclusively to supply the present demand and pay taxes and contributions. It should meet those goals and go further, encouraging the local economy by purchasing goods and services, creating jobs and developing technologies for genuine Brazilian companies. It must not allow outrageous profit transfers abroad, nor should the internal demand be limited to the short term. Strategic planning for medium and long-term supply is required, given the importance of this source of energy in a country of continental dimensions like Brazil, and such huge geographic and social asymmetries. Therefore, it is not important that Brazilians read ANP and the Ministry of Energy reports, showing how big a victory it was the amount of bonuses collected in auctions, since the sum of those bonuses represents a tiny amount of the expected value of the oil to be discovered in the blocks. It’s no use learning how many companies are exploring and producing oil in the country, since the national interests are not being met, so the more they are, the more detrimental they will be to the country. Brazilians are waiting for a forum to debate with ANP and MME, so that alternative paths can be sought in a constructive manner, as a means to stop the ongoing predatory exploration of small, but strategic hydrocarbon reserves in Brazilian territory. The new Congress should propose debates with technicians, business people, and citizens in general. ANP should immediately, as a demonstration of patriotism and the willingness to open the debate, suspend any new bid rounds. Sergio Xavier Ferolla, aviation brigadier and engineer, regular member and academic adviser of ANE (National Academy of Military Engineering) and Paulo Metri, MSc in Industrial Engineering, Adviser of Engineering Club and Brazilian Federation of Associated Engineers. MACAÉ OFFSHORE

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Articulando Plano de vôo para a qualidade Qualidade, nunca se falou tanto esta palavra como nos últimos anos, principalmente no segmento de óleo e gás.

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odas as empresas envolvidas com a exploração e produção de petróleo, com a manutenção e apoio às atividades offsho re, buscam incansavelmente adequar e melhorar continuamente seus sistemas de gestão da qualidade, pois estas são as exi gências a serem cumpridas para permanecer no mercado mundial e também conseqüentemente, na nossa Bacia de Campos.

representantes da sociedade são convidados a conhecer na intimidade como funcionam os processos de planejamento operacional, manutenção, treinamento, atendimento e todos os demais processos da organização.

Num mercado onde as falhas podem ter um custo muito alto, do ponto de vista financeiro, de segurança ou mesmo ambiental, todos os cuidados dispensados aos clientes e processos internos são válidos e fundamentais, pois a qualidade é uma corrida sem linha de chegada, onde o cliente sempre espera uma pouco mais das organizações.

O programa TEAM (Treinamento, Execução, Atualização e Monitoramento), desta forma e fazendo um pequeno trocadilho, está abrindo a sua “caixa preta” organizacional para seus clientes e sociedade, tornando públicas situações que nenhuma outra empresa deste segmento até então fez.

As organizações por sua vez, com o objetivo de demonstrar a busca e a conquista de novos patamares de qualidade, têm utilizado como estratégia a certificação de seus sistemas de qualidade segundo a norma internacional ISO 9001:2000. Esta certificação serve como referência no mercado de óleo e gás e de certa forma é determinante para a escolha ou não de um fornecedor ou prestador de serviços. Muitos especialistas alegam que em aviação, por ser uma atividade extremamente regulamentada e controlada por órgãos oficiais (Anac – Agência Nacional de Aviação Civil), FAA-EUA (Federal Aviation Administration), JAA-Europa (Joint Aviation Authorities) não se faz necessário a busca de outro tipo de certificação. Este até pode ser um argumento, mas será que retrata uma verdade absoluta? Eu particularmente venho acompanhando, como consultor de sistemas de gestão da qualidade, uma empresa de aviação civil que resolveu quebrar este paradigma e que hoje se encontra em pleno processo de certificação ISO 9001:2000 do seu sistema de gestão da qualidade. Apesar de ser homologada pela Anac para realizar vôos regulares comerciais e manutenção de aeronaves para si e para terceiros, a TEAM entendeu que não basta atender aos requisitos legais e regulamentares, afinal isto é obrigação, e o cliente sempre espera mais do que simplesmente o cumprimento da obrigação. Hoje a TEAM busca ter um conhecimento mais profundo das necessidades de seu mercado e, principalmente, de seus clientes e vem com grande sucesso traduzindo estas necessidades e expectativas em critérios operacionais e comerciais, para melhor entender e atender seu mercado. O interessante é poder acompanhar a evolução de um modelo de gestão que sempre foi focado nos critérios técnicos e operacionais e que hoje demonstra também uma grande preocupação com os resultados da organização, principalmente no que se refere à satisfação de seus clientes. A TEAM está adotando um modelo conhecido pela indústria química como “Portas Abertas”, onde os clientes e até mesmo 12

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Esta posição da TEAM é muito importante e de vanguarda, pois demonstra para os clientes e para a sociedade um profundo respeito à transparência que deve existir em todas as relações comerciais, valorizando que o importante é a busca da melhoria contínua e a proximidade com os clientes.

João Camilo A. Netto – diretor técnico da

Kaizen Consultores Associados (empresa especializada em certificação de sistemas de gestão de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança e responsabilidade social) www.kaizenconsultores.com.br


News & Views Flight plan for quality Quality, this has never been so spoken as it is recently, mainly in the segment of oil and gas.

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ll companies involved in oil exploration and production, with maintenance and support to offshore activities, are always attempting to continuously adjust and improve their quality management systems, since these are the requirements to be fulfilled to remain in the world market and also, consequently, in our Campos Basin. In a market where failures may have a very high cost, in terms of finance, safety or even environment, all attention given to customers and internal processes are valid and fundamental, since quality is a race without arrival line, where customer always expect more from organizations. Organizations, in their turn, aiming at showing the search and the conquest of new levels of quality, have used as a strategy the certification of their quality systems in compliance with the international standard ISO 9001:2000. Such certification serves as a reference in the market of oil and gas and in such a way, it is determining factor for the choice of suppliers or service providers.

Many specialists claim that in aviation, because it is an activity extremely regulated and controlled by official bodies (Anac – Agência Nacional de Aviação Civil), FAA-EUA (Federal Aviation Administration), JAA-Europa (Joint Aviation Authorities), other types of certification are not required. This can be an argument, but does it portray an absolute truth? I have been monitoring, as a quality management system consultant, a company of civil aviation that decided to break this paradigm and today it undergoes a certification process of ISO 9001:2000 of their quality management system. Although it is approved by Anac to provide commercial regular flights and maintenance of aircrafts for its own and third party use, TEAM recognizes that complying with legal and regulatory requirements is not enough, all in all this is only an obligation, and customers always expects more than simply compliance with obligations. Today, TEAM seeks to have a deeper knowledge of the market needs and, mainly, of its customers and has been successfully translating such needs and expectations into operational and commercial criteria, so as to better understand and serve its market. It is interesting to follow the development of a management model that has always been focused on the technical and operational criteria, also showing a huge concern with the results of the organization, mainly regarding customer satisfaction. TEAM is adopting a model known by the chemical industry as “Portas Abertas – Open Doors”, where customers and even representatives of the society are invited to get to know the operational, maintenance, training, service planning processes, as well as all other processes of the organization. The program TEAM (Training, Execution, Updating and Monitoring), this way and making a little pun, is opening its organizational “black box” to its customers and the society, making public situations that no other company of this segment has ever made. The position of TEAM is very important and forward-looking, since it shows to customers and to society a strong respect to that transparency that must exist in every commercial relationships valuing that it is important to seek for the continuous improvement and closeness to customers.

João Camilo A. Netto – Technical Director of Kaizen Consultores Associados (company specialized in certification of quality, environment, health and safety and social responsibility management systems) www.kaizenconsultores.com.br MACAÉ OFFSHORE

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Entrevista Desenvolver para crescer

Em entrevista, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, conta como o estado vai crescer nos próximos quatro anos

Marjorie Carmona

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uncionário na Petrobras por 29 anos e ex-presidente da BR Distribuidora, o engenheiro Júlio César Carmo Bueno assumiu a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis) do Rio de Janeiro promete contribuir para o crescimento do estado fluminense. O seu currículo é marcado pelo sucesso, que pode ser conferido também no estado do Espírito Santo, onde atuou como secretário de Desenvolvimento e Turismo e elaborou um plano estratégico no estado para os próximos 20 anos.

Macaé Offshore: Em sua visita ao município de Macaé, no início do mês de janeiro, o senhor citou que o grande desafio no estado é crescer com desenvolvimento econômico. Como atuará para chegar a este resultado? Júlio Bueno: O primeiro conceito que devemos esclarecer é que para crescer é necessário que haja desenvolvimento com inclusão social, bem-estar. Não há como crescer sem desenvolver. Então uma das prioridades é de obter mão-de-obra qualificada voltada para o empreendedorismo, ou seja, que esta força de trabalho possa se transformar em micro ou quem sabe em grandes empresários. Outro fator relevante é que as empresas sejam inseridas no escopo de contratação, isto é, os contratos têm que ficar no Rio de Janeiro, claro que com política de competição de preço e qualidade. Além da qualificação das empresas. M.O.: Mas, já não existe no estado empresas que atendam a demanda, ou seja, que são qualificadas? J.B.: Existe sim. No entanto, há outros projetos, como o Pólo Petroquímico de Itaboraí, onde haverá a necessidade de ir mais além. Há novos projetos e as empresas têm que crescer e procurar novas metas. M.O.: E como será feita esta qualificação? J.B.: Para estas empresas estarem qualificadas, nós já contamos com a parceria do Sebrae que fará esta orientação empresarial, como também para os níveis emergentes deste ciclo. M.O.: Quais os demais setores que estão no seu plano estratégico de atuação? J.B.: Outro de extrema importância é o de desenvolvimento regional. Há um movimento intenso no interior do estado, que necessita de crescimento ao longo do espaço geográfico. Quando observo o noroeste do estado percebo problemas de estagnação. O Brasil é muito competitivo.

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Um exemplo disso é que 0,5% do álcool vêm do Rio de Janeiro. Celulose também é um setor relevante neste processo. Então o desenvolvimento destas duas áreas será muito bem-vindo. M.O.: Qual o montante destinado a esta pasta para que seus projetos saiam do papel? J.B.: O investimento público é de R$ 600 milhões, o que considero pouquíssimo diante dos desafios que temos pela frente. Por enquanto, terei que contar com um trabalho de logística bastante significativa. M.O.: O que há de mais emergente no setor de petróleo e gás, que terá prioridade neste início do seu governo? J.B.: Primeiro a retomada das licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que tem certa fragilidade regional e afeta de forma direta o Rio de Janeiro. Outro assunto de extrema importância é o gás. O Brasil tem pouco gás. É preciso se rediscutir a questão da matriz energética com urgência. M.O.: Depois do Norte Fluminense perder a briga de situar o Pólo Petroquímico, que ficará em Itaboraí, há um discurso que a Refinaria Premium será naquela região. O que o senhor tem a dizer sobre a afirmação? J.B.: Esta discussão é ainda muito preliminar. Minha concentração está voltada para o Pólo Petroquímico. Ainda é muito cedo para se discutir esta questão. M.O.: E quanto à retomada do projeto de construção do oleoduto para levar petróleo da Bacia de Campos para ser refinado em São Paulo, projeto que foi vetado pela ex-governadora Rosinha Matheus? J.B.: Somos a favor da racionalidade. Acho que é bem possível fecharmos este acordo, desde que tudo aconteça dentro da legalidade, ou seja, sem afrontar qualquer intervenção, como a ambiental, por exemplo. M.O.: E quanto à Lei Rosinha? Municípios que não foram beneficiados vão procurar um novo acerto, inclusive o governador Sérgio Cabral já

determinou que o município de Macaé seja inserido no benefício. Isto não irá impedir o crescimento e desenvolvimento dos municípios menores e até prejudicar? J.B.: O governador Sérgio Cabral me encarregou de apresentar uma proposta e farei em tempo adequado e da melhor maneira possível. Uma coisa é certa, não poderei ir de um lado da rua e pagar o ICMS de determinado produto a 18% e atravessar a rua e obter o mesmo produto com 2%. Isso não dá. M.O.: Para encerrar, gostaria de fazer algum comentário? Quero terminar dizendo que Macaé é um grande desafio, por ser a nossa capital do petróleo. Por isso, vamos oferecer todo o cuidado e apoio. Macaé é especial.

Lei Rosinha

A Lei 4.533, de 4 de abril de 2005, estabelece redução da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de 18% para 2% da receita bruta, que inclui o fundo de pobreza. O incentivo beneficia as empresas que querem se instalar em algum dos 31 municípios definidos pela então governadora do estado, Rosinha Matheus. Até então, os municípios beneficiados são: Aperibé, Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Cardoso Moreira, Carmo, Conceição de Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Macuco, Miracema, Natividade, Porciúncula, Quissamã, Santa Maria Madalena, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, São José de Ubá, São Sebastião do Alto, Sapucaia, Sumidouro, Trajano de Morais e Varre-Sai.

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Interview Developing to grow

In an interview, Secretary of State for the Economic Development, Energy, Industry and Services of Rio de Janeiro, Júlio Bueno, tells us how the state will grow in the next four years

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in other words, create means to allow this workforce to be in charge of small or large businesses. Another important factor is that companies get involved in the scope of hiring, contracts must remain in Rio de Janeiro, and of course, a price-competitive policy is required. M.O.: But, aren’t there companies in the State that can meet the demand, in other words, aren’t they qualified? J.B.: Yes, there are. However, there are other projects, such as Itaboraí Petrochemical Complex, where there will be a need to go beyond. There are new projects and the companies must grow and set new goals. M.O.: How will this classification be done? J.B.: To qualify those companies, we are counting on a partnership with Sebrae, which will offer guidance on business. There is also guidance available for the emergent levels of this cycle.

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etrobras employee for 29 years and BR Distribuidora former president, engineer Júlio César Carmo Bueno took office as Secretary of State for the Economic Development, Power, Industry and Services (Sedeis) of Rio de Janeiro and promises to contribute to the development of the state. His background is marked by success, which can be confirmed by the State of Espírito Santo, where he was a former Secretary of Development and Tourism, who designed a strategic plan to be performed during the next 20 years. Macaé Offshore: In a visit to Macaé in the beginning of January you mentioned that the biggest challenge to the State was to grow and sustain economic development. What will you do to reach this goal? Júlio Bueno: The first concept to be clarified is growth requires development along with social inclusion and welfare. There is no way to grow without promoting development. Therefore, one of the priorities is to hire skilled workforce driven by entrepreneurship,

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M.O.: What other sectors are in your strategic plan of action? J.B.: Another extremely important factor is the regional development. There is intense interest in the countryside of the State in sectors that need to grow in their geographical space. When I look at the northeastern part of the State, I realize that this area is facing stagnation problems. For example, 0.5% of the alcohol comes from Rio de Janeiro. An important sector in this process is cellulose. Therefore, the development will be welcome to those two areas. M.O.: How much will be invested to make in their projects? J.B.: Public investment is R$ 600 million, what I consider too little in face of the challenges that lie ahead. So far, I will have to count on a significant logistic work. M.O.: What’s new in the oil and gas sector and in your opinion will have priority in this beginning of the government term? J.B.: First, I’ll resume National Agency of Petroleum (ANP) biddings, which are quite


weak regionally and affects Rio de Janeiro directly. Other extremely important subject is gas. Brazil has little gas reserves. We need to resume talks about energy matrix issue urgently. M.O.: After the Northern State region lost the Petrochemical Complex to Itaboraí, there are rumors that the Premium Refinery will be in that region. What do you have to say about this? J.B.: This discussion is still preliminary. My focus is on the Petrochemical Complex. It is early to discuss it. M.O.: And what about bringing back the oil pipeline construction project, designed to bring oil from Campos Basin to be refined in São Paulo? The project was banned by former governor Rosinha Matheus. J.B.: Let’s be reasonable. I believe it is possible to close this deal, since all this happens in compliance with the law, in other words, without confronting any interventions, such as the environmental problem, for instance. M.O.: And what about Rosinha’s Law? Cities that will not benefit from this law will find a new settlement. Governor Sergio Cabral has already determined that Macaé will benefit from it. Will this prevent the growth and development of smaller cities, or even jeopardize it? J.B.: Governor Sergio Cabral assigned me to present a proposal and I will prepare it at the appropriate time

and in the best possible way. One thing is certain: I cannot take the 18% rate of ICMS on a product and change it to 2%. This cannot be done. M.O.: Just to finish this interview, would you like to say something else? J.B.: I want to finish by saying that Macaé is a major challenge, because it is our oil capital. For that reason, we are going to provide all attention and support. Macaé is special.

Rosinha’s Law

Law nº 4.533 of April 4th, 2005 establishes the reduction of ICMS tax basis from 18% to 2% of gross revenue, which includes the poverty fund This incentive benefits companies that want to be established in one of the thirteen cities defined by the former Governor Rosinha Matheus. So far the benefited cities are: Aperibé, Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Cardoso Moreira, Carmo, Conceição de Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Macuco, Miracema, Natividade, Porciúncula, Quissamã, Santa Maria Madalena, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, São José de Ubá, São Sebastião do Alto, Sapucaia, Sumidouro, Trajano de Morais and Varre-Sai.

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Espadarte: um campo marcado pelo desafio

Os projetos iniciam com investimentos na ordem de meio bilhão de dólares Fotos: Arquivo Petrobras

Marjorie Carmona

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pós inaugurar o FPSO Cidade do Rio de Janeiro – unidade que contribuirá de forma significativa com a auto-suficiência em petróleo –, o Campo de Espadarte, na Bacia de Campos, se prepara para os novos desafios. O primeiro deles é a perfuração de cinco novos poços para serem conectados à unidade FPSO Espadarte – a primeira plataforma do campo – estratégia que faz parte do Plano de Desenvolvimento Complementar. A primeira fase do projeto consiste na modelagem do reservatório, onde geólogos e engenheiros de reservatório estudam a geometria de fluxo, como a água se movimenta na reserva e etc. É neste momento também que se faz necessária a aquisição da sísmica, sobretudo a 4D (quatro dimensões), que fará o mapeamento do mesmo. Depois será feita a previsão de produção dos poços, detalhamento do projeto – que passa pelo conceitual e básico – e segue para aprovação. Aprovado, o poço será perfurado. “A lâmina d’água está na faixa de 1.300 metros. Será feita, possivelmente, a perfuração do poço na

Alan Vitorio

Gerente do Ativo Centro, José Adilson Tenório Gomes

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Existe a previsão que se obtenham mais duas plataformas para o Campo de Espadarte

horizontal, o que exige uma tecnologia bem avançada com contenção de areia e completação com árvore de natal molhada. Os poços serão conectados até o FPSO através de linhas flexíveis”, acrescenta o gerente do Ativo Centro, José Adilson Tenório Gomes. O custo para cada um destes projetos será em torno de 100 milhões de dólares. A respeito da tecnologia que será utilizada para a perfuração destes cinco novos poços, o gerente explica que é dominada pelo mercado, inclusive na Bacia de Campos. “Perfuração de poços horizontais, contenção de areia, elevação de gás ou bombeio centrífugo; para tudo isso existe tecnologia de ponta no mercado petrolífero”, ressalta.

Tecnologia para vencer o calcário

No entanto, o grande desafio em Espadarte, segundo o gerente, não é a perfuração dos cinco poços. Na parte sul do campo existe uma área bastante promissora de extração de petróleo, porém, composto de calcário com formações carbonáticas e não de arenito - areia bem compactada -, como acontece nos demais reservatórios. A dificuldade é a irregularidade da área, ao contrário do que acontece onde se tem arenito. Neste, ao perfurar o poço ele tende a desmoronar e se movimenta junto com o petróleo. Para que isso não aconteça é utilizada uma tela que serve como filtro. Já, com o calcário, o nível de complexidade é expressivo, pois há regiões de alta periculosidade, de barreiras, fraturamentos naturais dentro do reservatório, entre outros. “As dificuldades começam justamente aí. Em primeiro lugar a modelagem geológica disso, que é muito irregular. Como flui na fratura e dentro da matriz, que é a rocha propriamente dita? Como é que funciona a injeção de água já que a rocha é fraturada?”, questiona o gerente. Além disso, de acordo com José Adilson Gomes, o maior desafio é o leito marinho, ou seja, o fundo do mar, que está cortado por dois queniuns. Então são três abismos com uma profundidade de 300 metros cada e largura na faixa de 500 metros a um quilômetro. “O layout submarino será nosso principal problema, ou seja, perfurar um poço e conectar numa plataforma atravessando um fundo desnivelado”, afirma. MACAÉ OFFSHORE

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Uma das opções consideradas é a implantação de uma plataforma e, em seguida, a perfuração de um poço de longo alcance. A tecnologia para este trabalho ainda não está dominada no mercado. Perfurar um poço na vertical e outro na horizontal, também é uma das sugestões ou ainda a utilização de pontes móveis. Em sua previsão, o primeiro óleo a ser retirado nesta área é no dia 1º de janeiro de 2010. “Até lá tem que estar tudo resolvido”, determina. Etapas do projeto - De acordo com o gerente do Ativo Centro, até 2008 esta tecnologia deverá estar disponível para em 2009 iniciar o processo de perfuração de poços. “Nós não trabalhamos com a alternativa que lá pra frente vamos buscar soluções. Nós temos que, agora, conhecer todas as possibilidades para quando furar o primeiro poço saber o que vai colher”, avisa. Para resolver esta situação a Petrobras está buscando informações junto ao Centro de Pesquisas da Petrobras, no Suporte Técnico como também no exterior. “As informações são de domínio público, sendo assim, as empresas podem tomar iniciativa e oferecer soluções”, anuncia. Gomes não descarta a possibilidade de obter mais duas plataformas no Campo de Espadarte. Tudo dependerá, segundo ele, do preço do barril de petróleo. A primeira está prevista para 2010 e, a segunda, para entrar em operação em 2013 ou 2014. Perguntado que tipo de unidade será, José Adilson afirma que ainda não sabe. “Vamos ter que descobrir”. 20

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Campo de Espadarte

A 110 quilômetros distante do litoral, o Campo de Espadarte está na Bacia de Campos. O bloco principal da concessão foi descoberto em 1994, por meio do poço RJS - 409. Atualmente existem duas unidades em operação: FPSO Espadarte e FPSO Cidade do Rio de Janeiro. A primeira produz cerca de 50 mil barris por dia e a Cidade do Rio de Janeiro - que começou a produzir em janeiro deste ano - deve chegar, até o final de 2007, a produzir 80 mil barris por dia, podendo chegar aos 100 mil. FPSO Cidade do Rio de Janeiro - A mais nova plataforma da Bacia de Campos, que iniciou a operar no dia 9 de janeiro, poderá produzir 2,5 milhões de metros cúbicos de gás e estocar 1,6 milhão de barris de óleo. O navio-plataforma do tipo FPSO tem 320 metros de comprimento e 30 metros de altura. Em sua carga total de produção, a plataforma estará conectada em nove poços, sendo cinco produtores e quatro injetores de água. Entre as inovações tecnológicas desta unidade está o bombeamento de óleo centrífugo submerso - ou BCSS - que ajuda a transferir o petróleo produzido no campo para a plataforma em um sistema fora do poço, no leito marinho, que facilita tanto a manutenção quanto a troca de bomba. Ao longo de sua vida útil a unidade deverá pagar, aproximadamente, US$ 670 milhões de royalties ao governo fluminense.


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Fotos: Arquivo Petrobras

Two more platforms for Espadarte Field are expected.

Espadarte: a field marked by challenge

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Projects start with investments of half billion dollars

fter launching FPSO Cidade do Rio de Janeiro – a unit that will offer significant contribution to the self-sufficiency in petroleum –, Espadarte Field, in Campos Basin, is getting ready for new challenges. The first of these challenges is the drilling of five new wells to be connected to FPSO Espadarte unit – the first rig of the field – a strategy that is part of the Complementary Development Plan. The first stage of the Project consists on reservoir modeling, where geologists and reservoir engineers study the flow geometry, how the water moves in the reserve, etc. It is also in this moment that the acquisition of seismic becomes necessary, specially the 4D (four dimensions), which will map the reservoir. After that, an estimate of the production of the wells and project detailing – conceptual and basic project – will be carried out, going then to the approval stage. Once approved, the well will be drilled. “The water depth is approximately 1300

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meters. Well drilling might be done in the horizontal direction, which demands a highly advanced technology with sand containment and completion with wet Christmas tree. The wells will be connected to the FPSO through flexible lines”, says the manager of Ativo Centro, José Adilson Tenório Gomes. The cost for each of these projects will be around 100 million dollars. Concerning the technology to be used to drill of such wells, the manager explains that it is widely used in the market, including in Campos Basin. “Drilling of horizontal wells, sand containment, gas lift or centrifugal pumping; for all this, there is a high technology in the petroleum market”, he emphasizes.

Technology to defeat the limestone

Nevertheless, the great challenge in Espadarte, according to the manager, is not the drilling of the five wells. In the south part of the field, there is a very promising area for petroleum extraction, composed, however, of limestone with carbonatic formations instead of sandstone – very compact sand –, as in other reservoirs.


The difficulty is the unevenness of the area, as opposed to sandstone areas. Sandstone areas, when drilling the well it tends to collapse and move together with the petroleum. In order to prevent this from happening, a net serving a filter is used. On the other hand, with the limestone, the level of complexity is expressive, since there are regions of high risk, of barriers, of natural cracks inside the reservoir, among others. “The difficulties start right there. Firstly, the geological modeling, which is very irregular. How does it flow in the crack and inside the matrix, which is the rock itself? How does the water injection work since the rock is cracked?”, asks the manager. Besides, according to José Adilson Gomes, the biggest challenge is the seabed, that is, the sea floor, which is cut by two canyons. Thus, there are three cliffs with a depth of 300 meters each and width around 500 meters to one kilometer. “The submarine layout will be our main problem, that is, to drill a well and connect it to a rig passing through an uneven floor”, he states. One of the options is the implementation of a rig followed by the drilling of a long reach well. The technology for this work is still not known in the market.

Drilling a well in the vertical and other in the horizontal direction is also a suggestion, as is the use of mobile bridges. He forecasts that the first oil to be extracted from this area will be on January 1st, 2010. “Ever ything must be solved until then” he declares. Project stages – According to the manager of Ativo Centro, until 2008 this technology shall be available so that in 2009 the process of drilling wells can be initiated. “We don’t work with the alternative to reach solutions ahead in the future. We have to know now all the possibilities so that when we drill the first well, we know what we are gathering”, he warns. To solve this question, Petrobras is seeking information with Petrobras Research Center), in Technical Support as well as abroad. “The information are public domain, thus, companies can take initiative and offer solutions”, he announces. Gomes does not overlook the possibility of obtaining two more rigs in Espadarte Field. According to him, everything will depend on the price of the petroleum barrel. The first is foreseen to 2010 and the second, to start operating in 2013 or 2014. When asked about which type of unit it will be, José Adilson states he still does not know. “We will have to find out”.

Drillship Cidade do Rio de Janeiro, located in Espadarte Field

Espadarte Field

110 kilometers away from the coast, Espadarte Field is at Campos Basin. The main concession block was discovered in 1994, through the well RJS – 409. There are currently two units in operation: FPSO Espadarte and FPSO Cidade do Rio de Janeiro. The first produces around 50 thousand barrels a day and Cidade do Rio de Janeiro – which started producing in January of this year – must reach, until the end of 2007, the production of 80 thousand barrels a day, being able to reach 100 thousand.

FPSO Cidade do Rio de Janeiro

The newest rig of Campos Basin, which started its operations on January 9, will be able to produce 2,5 million cubic meters of gas and store 1,6 million barrels of oil. The FPSO is 320 meters wide and 30 meters high. In its production at total capacity, the rig will be connected to nine wells, five being producers and four being water injectors. Among the technological innovations of this unit is the pumping of submerged centrifugal oil – or BCSS – which helps to transfer the petroleum produced in the field to the rig in a system out of the well, in the seabed, which makes easier both the maintenance and the switch of pumps. Throughout its useful life, the unit shall pay, approximately, US$ 670 million in royalties to the government of Rio de Janeiro.

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Rio das Ostras parte para a outra etapa do projeto que alavancará o setor petrolífero do município: a Zona Especial de Negócios 2

Uma base operacional para grandes negócios

Prefeitura de Rio das Ostras parte para segunda fase da Zona Especial de Negócios

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município de Rio das Ostras já deu início aos estudos para a escolha adequada da área que será destinada à Zona Especial de Negócios 2 (ZEN 2), que ficará próxima da primeira – que está localizada em uma das entradas da cidade, próxima a Macaé. Esta pesquisa inclui cadastramento de empresas interessadas a se instalarem no local, como também já foi feito o acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços para o desenvolvimento do projeto com a Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial do estado do Rio de Janeiro).

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O espaço é de um milhão de metros quadrados e a previsão é que em 2008 os trabalhos estejam intensos, sobretudo considerando-se a rapidez desta nova fase, já que o município possui o licenciamento da ZEN 1, onde a infra-estrutura existente pode ser aproveitada. Esta segunda etapa do projeto do condomínio industrial vem para atender a demanda de empresas interessadas em se estabelecer naquela localidade, preparada pelo município a fim de intensificar o mercado de petróleo e gás. Atualmente, a Zona Especial de Negócios conta com seis empresas atuantes e 20 que estão em construção, além


Vilela adianta que um novo incentivo está sendo oferecido para que as empresas se instalem na ZEN: o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISQN ou o mais conhecido ISS) foi reduzido de 2,5% para 2,0%; benefício cedido às empresas voltadas para a indústria petrolífera. O presidente da ZEN informa que o prefeito do município, Carlos Augusto Balthazar, já aprovou a redução e o projeto agora será encaminhado para a Câmara de Vereadores. “Assim o mercado ficará ainda mais competitivo”, analisa Vilela.

de outras em processo de negociação. Toda a parte de infra-estrutura está finalizada, como: asfalto, rede de água, esgoto e iluminação. De acordo com o subsecretário de Turismo, Indústria e Comércio e presidente da Comissão Consultiva da ZEN, Roger Fabrício Vilela, a área já possui um reservatório significativo tanto na parte mais baixa do empreendimento quanto na mais alta, onde todas as empresas serão abastecidas pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Quanto à energia elétrica, o presidente avisa que a Ampla – empresa concessionária responsável pelo abastecimento de energia no município – se comprometeu a aumentar a demanda para a ZEN, assim que houver necessidade; independente disso, a maioria das empresas está criando suas subestações por meio

A prefeitura busca ainda junto ao governo do estado a inclusão do município de Rio das Ostras na Lei Rosinha – que reduz de 18% para 2% o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). “Vale comentar que, inclusive perdemos empresas que gostariam de fazer parte do condomínio industrial, porque não tínhamos incentivos. Realmente é um atrativo e torna-se desigual a competitividade na atração de empresas para o município em relação aos contemplados com a lei”, defende.

construção de uma rodovia intermunicipal paralela até a BR-101. Segundo Roger Vilela, o projeto também será apresentado à Petrobras. “Pela demanda de empresas que estão se estabelecendo na ZEN 1 e que estão interessadas na ZEN 2 certamente o tráfego vai crescer ainda mais e não haverá saída para que os dois municípios procurem uma solução, pois nem Macaé ou Rio das Ostras suportará o trânsito, que já é complicado. Também pensamos em retirar este pequeno trânsito entre a ZEN-Parque de Tubos. Para isso, vamos apresentar um projeto à Petrobras de interligar a Zona Especial de Negócios ao Parque de Tubos por meio de uma ponte”, adianta Vilela. Quanto aos prazos para que os projetos saiam do papel, o presidente diz que, infelizmente, a prefeitura não tem a mesma agilidade de uma empresa, já que o processo é bem mais complexo. Sobre a informação que a estatal poderia comprar uma área na ZEN, Roger Vilela revela que o município demonstrou interesse, mas que não há nada concreto. Presidente da Comissão da ZEN, Roger Vilela

A princípio a ZEN tem contrato firmado para receber 80 empresas, sendo que destas 90% atuam de forma direta no setor petrolífero e o restante de forma indireta. A ZEN 1 está prevista para operar em sua plenitude em 2008. Estradas – Outra preocupação das Prefeituras de Rio das Ostras e Macaé é a questão do tráfego promovido pelo setor, considerado bastante intenso. Para resolver o que existe e evitar um novo e maior congestionamento de caminhões, por exemplo, a Comissão Consultiva da ZEN estuda a possibilidade de uma parceria com o governo municipal vizinho (Macaé) para a

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de geradores para também atender a demanda, está previsto também um hospital da Unimed e um centro comercial com papelaria, restaurante, banco e etc.

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Grandes empresas, tecnologia e pessoal qualificado A proximidade com o município de Macaé e, conseqüentemente, com a Petrobras, tem feito com que grandes empresas se estabeleçam na Zona Especial de Negócios. São empresas internacionais e nacionais de diversos setores. Uma delas é a agência de caminhões da Volkswagen, outra de carros da Honda, empresa de vidros temperados, base do Sesi/Senai, entre outras. Uma bem representativa é a Aker Kvaerner – primeira empresa instalada na ZEN – que já aumentou o número de funcionários e construirá – atrás da base que já existe – uma fábrica de risers (dutos que ligam plataformas a campos submarinos de petróleo), num investimento de, aproximadamente, nove milhões de dólares. A Vallourec & Manesmman também ampliará sua atuação na ZEN. Agora, na recuperação de tubos (atualmente opera com estocagem na ZEN). O investimento para construir a fábrica chega à marca de R$ 5 milhões. Vilela

Crescimento sem atingir o meio ambiente

adiantou que a comissão está em negociação com as grandes empresas para se instalarem na ZEN e também marcará presença na Offshore Technology Conference, que acontece em Houston (EUA), a fim de atrair mais empresas.

A Responsabilidade Social e Ambiental são preocupação e prioridades na gestão da Comissão Consultiva da ZEN. A geração de emprego prevista pode ser considerada reflexo desta atenção ao município. Quanto à questão ambiental, será lançada no dia 21 de março com a presença do secretário estadual Júlio Bueno, o Plano de Gestão Ambiental da ZEN, onde serão apresentadas as diretrizes ambientais da ZEN, pois, próximo à ZEN existe a Lagoa de Imboassica, o Lago Encantado e o Rio Imboassica. Então as empresas terão que fazer manifestos, que por sua vez serão enviados para a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema). Assim o município poderá ter total controle ambiental das empresas instaladas na ZEN. “Desde o início nossa premissa foi escolher empresas que não provoquem qualquer tipo de resíduo industrial e que danifique, conseqüentemente, o meio ambiente”, disse ao ressaltar que com os manifestos será mais fácil detectar os problemas ambientais.

Centro de Qualificação – No mês de abril, durante as festividades do aniversário da cidade, a prefeitura irá inaugurar o Centro Municipal de Qualificação Profissional, localizado na Zona Especial de Negócios. O centro terá seis salas de aula, auditório, entre outras dependências. O objetivo é o de capacitar mão-de-obra local para que este pessoal seja absorvido pelas empresas que estão se instalando na ZEN. De acordo com Roger Vilela, os cursos não serão destinados apenas para o mercado de petróleo e gás, mas para turismo também, vocação da cidade. “Haverá treinamento desde a área de construção civil até um alto diretor de uma empresa”, avisa. Quanto à geração de emprego, a previsão é de que sejam quatro mil diretos.

Zona Especial de Negócios (ZEN 1)

Jorge Ronald

Centro de Qualificação Profissional, que será inaugurado no mês de abril

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• Área: um milhão de metros quadrados (ZEN 1) • Investimento público: R$ 16 milhões e há possibilidade de se investir mais R$ 5 milhões • Investimento privado: R$ 60 milhões • Número de empresas: prevista a instalação de 80 empresas • Geração de empregos: 4 mil diretos • Início das operações: 2008 (já existem seis empresas em operação) • Expectativa de arrecadação: R$ 2 milhões por mês de ISS


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Rio das Ostras goes to the following stage of the project, which will boost the city’s petroleum sector: Special Business Zone 2

Operational base for great business

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Rio das Ostras City Hall goes to second phase of the Special Business Zone

he city of Rio das Ostras has already started the study to choose the appropriate area that will be used for Special Business Zone 2 (SBZ 2), which will be near the first one – which is located in one of the city’s entrances, near Macaé. This research includes registration of companies interested in setting up facilities at the site, as already agreed with the State Secretariat for Economic Development, Energy, Industry and Services for the development of the Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro – State of Rio de Janeiro’s Industrial Development Company) project. The space is one million square meter big and the expectation is that in 2008 the work will be intense, considering, above all, the speed of this new phase, since the city is already licensed for SBZ 1, where the existing infrastructure can be used. The objective of this second phase of the industrial complex is to meet the demand of companies interested in settling in that location, which was prepared by the city with the purpose of expanding the oil and gas market. Nowadays, the Special Business Zone has six active companies and 20 under construction, besides others in negotiation process. The infrastructure has already been completed, such as: asphalt, water, sewage collection and lighting systems. According to Tourism, Industry and Commerce

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Marjorie Carmona

sub secretary and SBZ’s Advisory Committee, Roger Fabrício Vilela, the area already has an important reservoir both in the lowest and highest part of the project, which will be supplied by– Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos – State water and sewage collection company). In relation to electricity, the president says that Ampla – concessionary in charge of energy supply in the city – has undertaken to increase the demand for SBZ, as soon as it is necessary; in spite of that, most companies are developing their own substations by means of electrical generators, also to meet the demand. There are also plans for a Unimed hospital and a commercial center with a stationery store, restaurant, bank, etc. Vilela informs in advance that a new incentive is being offered for companies to set up facilities at SBZ: the Service Tax has been reduced from 2.5% to 2.0%; benefit granted to companies working in the oil segment. SBZ’s president says that the city mayor Carlos Augusto Balthazar, has already approved the reduction and the project will be submitted to the City Council. “As a consequence, the market will be more competitive”, Vilela explains. The City hall pursues, together with that state government, the inclusion of Rio das Ostras in Rosinha Law – which reduces from 18% to 2% the Value Added Tax on Sales and Services. “It is important to mention that we have even lost


out companies that wanted take part in the industrial complex, because we did not have incentives. It is really appealing and makes the competition to bring other companies uneven for the city in relation to the ones benefited by the law”, Vilela indorses. At first, SBZ has signed contracts to receive 80 companies. Among these, 90% are directly connected to the oil segment, and the others, indirectly. SBZ 1 is expected to be fully operational in 2008. Roads – Another concern of Rio das Ostras and Macaé City Halls is related to the traffic caused by the segment, considered heavy. To solve the existing truck traffic jams, for example, and preventing others, SBZ Advisory Committee studies the possibility of a partnership with the neighbor City (Macaé), for the construction of a parallel road between the two cities until BR-101. According to Roger Vilela, the project will also be presented to Petrobras. “Due to the demand of the companies settling in SBZ 1 and the ones interested in SBZ 2, traffic will, indeed, increase even more and there will be no room for the two cities to look for a solution, because neither Macaé nor Rio das Ostras can bear the traffic, which is already problematic. We also thought about removing this little traffic between SBZ and Parque de Tubos (Pipe Park). For that, we will introduce a project to Petrobras to connect the Special Business Zone to Parque de Tubos through a bridge”, says Vilela. About the deadlines for the projects to start, the president says that, unfortunately, the City hall is not as swift as a company, since the project is much more complex. About the information that the public corporation might purchase an area at SBZ, Roger Vilela says that the city was interested, but nothing has been confirmed.

Large companies, technology and qualified personnel The proximity to the city of Macaé and, consequently, to Petrobras, has brought large companies to the Special Business Zone. These are national and international companies from several segments. Among them, there are Volkswagen truck dealer, Honda car dealer, tempered glass company, Sesi/ Senai headquarters, and others. An important one is Aker Kvaerner – the first company established at SBZ – which has already increased the number of employees and will create – behind the already existing headquarter – a riser factory (pipes connecting platforms and oil subsea fields), an investment of, approximately, nine million dollars. Vallourec & Manesmman will also enlarge its operation at SBZ, now in pipe recovering (nowadays it operates with storage at SBZ). The investment to build the plant is of R$ 5 million. Vilela says that the commission is

negotiating with big companies to establish facilities at SBZ and to attend the Offshore Technology Conference, which will take place in Houston (EUA), aiming at attracting more companies. Qualification Center – In April, during the city’s anniversary, the City hall will open the City center for Professional Qualification, located at the Special Business Zone. The center will have six classrooms, an auditorium, among other facilities. The purpose is to enable local manpower to be used by the companies settling at SBZ. According to Roger Vilela, the courses will not be aimed only at the oil and gas market, but also at tourism, the city specialty. “There will be training from civil construction personnel to high executives of the companies”, he says. In relation new jobs, four thousand direct jobs are expected to be created.

Expansion without damaging the environment

Social and Environmental Responsibility are a concern and priority to SBZ’s Advisory Committee management. The said job creation can be considered an effect of this attention to the city. In relation to the environmental issue, on March 21, ZEN’s Environmental Management Plan will be launched with the presence of State secretary Júlio Bueno. This plan will introduce SBZ’s environmental guidelines, because, near SBZ there are Lagoa de Imboassica, Lago Encantado and Rio Imboassica. Therefore, companies will have to prepare reports that will be submitted to the Engineering and Environmental State Foundation Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema). Consequently, the city can have total environment control of companies established at SBZ. “Since the beginning, our premise was to choose companies that do not generate any kind of industrial waste and damage, consequently, the environment,” the secretary said, when emphasizing that the reports will facilitate the detection of environmental problems.

Special Business Zone 1 (SBZ 1) • Area: one million square meters (SBZ 1) • Public investment: R$ 16 million and the possibility of investing R$ 5 million more • Private investment: R$ 60 million • Number of companies: settling intention of 80 companies • Generation of jobs: 4 thousand direct jobs • Operation beginning: 2008 (ther e ar e alr eady six companies operating) • Tax collection expectation: R$ 2 million per month of Service Tax

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GEO do Brasil pronta para a zona de 3.000 metros

Victor Scott

No total, estamos construindo três grandes embarcações no estaleiro Aker Promar: uma delas, que será entregue no próximo verão tem 105 metros de comprimento para suporte à construção, e mais duas outras embarcações de 140 metros para suporte à construção. Todas estas embarcações terão a bandeira brasileira. As coisas estão acontecendo muito rapidamente. Seremos uma das maiores empresas de suporte à construção submarinas do mundo. E o Brasil é nossa principal porta de entrada no mercado sul-americano. M.O: Que serviços sua empresa fornece e qual é o escopo de atividade da GEO do Brasil? Pettersen: Manutenção submarina, inspeção, suporte à construção incluindo assistência na instalação de módulos e âncoras. E oferecemos, dentro do grupo, pesquisa geofísica do leito do mar para mapeamento. Ao fazermos o mapeamento, um gráfico do ambiente no leito do mar é feito, incluindo a camada superior de sedimento macio para que se possa avaliar se é seguro colocar dutos submarinos. Foi assim que a empresa começou e expandiu-se em todas as atividades mencionadas acima que se sobrepõem umas às outras e estão todas integradas.

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tuando como gerente geral da GEO do Brasil, cuja matriz é a Dof Subsea (antiga GEO ASA), Arvid Pettersen tem especialidade em gestão e operações e é responsável por toda a América do Sul. Após ter feito o treinamento na Academia de Guerra Naval Norueguesa na divisão para submarinos por quatro anos, Pettersen posteriormente trabalhou para o Serviço Hidrográfico Norueguês mapeando o fundo do mar pela Noruega. Com este currículo, ele está mais do que preparado para conduzir a empresa pela zona de 3000 metros de profundidade em águas brasileiras. Macaé Offshore: Qual é a missão da GEO do Brasil no setor offshore? Arvid Pettersen: Inicialmente, iremos fornecer serviços ROV para a Petrobras e outras empresas. Posteriormente, a empresa irá expandir a oferta de suporte à construção submarina, pesquisa no leito do mar e outros serviços. Estamos em enorme expansão. A GEO ASA, que é a minha empresa matriz, assumiu a Dof-Con, que é uma empresa que constrói grandes embarcações de construção. E a GEO ASA mudou o nome para DOF - Subsea ASA. No total, temos onze embarcações em operação e estamos construindo ou temos encomendadas outras dez. Então, em dois ou três anos, teremos 21 embarcações. E o próximo passo para expansão do grupo será investir mais pesado no suporte à construção. A maior embarcação que construiremos para suporte à construção terá 160 metros de comprimento, com guindastes e ROVs para auxiliar na exploração de novos campos em águas profundas.

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M.O: Quais são os planos de investimento da empresa para o futuro próximo? Pettersen: Temos a intenção de investir um valor que gira entre 600 milhões e 700 milhões de dólares nos três próximos anos, construindo embarcações e melhorando as instalações de Macaé. Estamos trabalhando em conjunto com a Norskan, nossa empresa co-irmã, que cuida do manuseio da embarcação enquanto a GEO do Brasil cuida dos serviços realizados a bordo. M.O: É possível comparar a sua experiência no Mar do Norte com as operações nas águas brasileiras? Pettersen: O Mar do Norte é muito mais raso do que as águas brasileiras, a zona mais profunda tem mil metros. Sem considerar este fato, as condições marítimas lá são piores devido à temperatura e ao gelo do Ártico. Mas a principal diferença é que as embarcações de suporte no Mar do Norte realizam uma variedade de funções enquanto aqui elas realizam tarefas muito específicas. Nossas embarcações no Mar do Norte têm múltiplas finalidades. M.O: Serão introduzidas novas tecnologias aqui? Pettersen: O grupo de empresas GEO sempre teve seu foco no trabalho com novas e altas tecnologias. Se podemos oferecer ao cliente um produto de melhor qualidade, ambas as partes irão se beneficiar com isso ao final. Em nossa embarcação Botafogo, por exemplo, temos uma alta certificação ROV no Brasil agora. Este ROV pode ser instalado a partir do nível de superfície até 3.000 metros


abaixo d’água em apenas 35 minutos. Tal rapidez e agilidade definitivamente ampliam a janela operacional em um ambiente onde tempo é dinheiro. Podemos fazer uma inspeção de três quilômetros até embaixo e voltar em uma hora e meia, enquanto a concorrência pode levar seis, sete horas para fazer o mesmo trabalho. Tal velocidade é alcançada a partir de um gancho especial, que é um dispositivo de alta velocidade, e por um sistema lançador que é compensado por qualquer movimento do navio. Este equipamento foi desenvolvido para condições típicas no Mar do Norte. No Brasil, às vezes, também temos condições de mar revolto, então, este lançador é ideal para operações em alto-mar e águas profundas. Uma qualidade como esta custa mais, mas, ao final, prova ser econômica para o cliente. Além do mais, a GEO possui o 3000 AUV/UUV. Este submarino sem fio usa células de combustível como forma de energia e pode fazer o mapeamento do leito do mar em águas profundas e pode funcionar por mais de sessenta horas em operação contínua. Ele demonstrou sua capacidade em operações que variam da região sub-Ártica até águas equatoriais. M.O: Em relação às altas pressões submarinas no Brasil, como o equipamento da GEO do Brasil lida com este fato? Pettersen: Isto não é realmente um problema, já que todos os nossos equipamentos foram projetados para 3.000 metros. E isto dá ao cliente a oportunidade de investigar novos campos de águas profundas o mais rápido possível. M.O: É possível comparar o fundo do mar no Brasil com aquele encontrado no Mar do Norte? Pettersen: O fundo do mar não é tão diferente, talvez mais arenoso em águas rasas, mas o principal fator aqui são as correntes. Quando se trabalha em águas profundas, como agora, as correntes são muito piores aqui com fatores variantes. Em uma camada, a água flui em uma direção e em camadas mais profundas, ela se move na direção oposta. Portanto, para trabalhar neste ambiente agressivo, é necessário ter equipamentos melhores devido ao impacto das

correntes que se alternam. Às vezes, é um pesadelo. Mas tudo é controlado por posicionamento GPS, eletrônico e acústico, então, operamos em um nível de segurança considerável. M.O: Onde a GEO do Brasil vai operar em primeiro lugar? Pettersen: Principalmente na Bacia de Campos, mas existem negociações em andamento para trabalhos também ao norte de Campos. Mas nosso ponto de partida é aqui. M.O: Que tipo de instalações a empresa está usando em Macaé? Existem planos para estabelecer uma base? Pettersen: Estaremos usando as instalações da Norskan e trabalhando de forma integrada com eles, utilizando a base e suprimentos daquela empresa aqui em Macaé. Muito em breve, um terceiro andar será construído sobre o prédio da Norskan para nossa maior comodidade. Começamos a operar em agosto de 2006 e hoje a nossa equipe é formada por 23 pessoas. No ano que vem a GEO do Brasil terá entre 60 e 80 pessoas trabalhando aqui, dependendo de nossos contratos. Estamos investindo muito dinheiro neste país e a empresa não daria um passo neste sentido se não houvesse um futuro previsível para trabalhos em potencial. As embarcações que estamos construindo são sofisticadas, construídas por brasileiros e também serão manobradas por pessoal brasileiro. M.O: Existe algum plano para elaborar cursos de treinamentos para operar este seu equipamento sofisticado? Pettersen: Certamente. Já que tanto dinheiro está sendo investido em tecnologia, precisamos investir na formação de pessoal também. Esta é a única maneira pela qual podemos fornecer o produto que é solicitado. O treinamento de pessoal é muito importante. Fazemos rodízios de nossa tripulação de modo regular para locais como o Oeste da África, a Noruega, o Golfo do México e outros locais. Onde quer que exista alta atividade, levamos nosso pessoal até lá para ajudar de modo temporário. E temos como foco ampliar nosso programa de treinamento de longo prazo, com a aquisição de um simulador muito sofisticado. O futuro da GEO no mercado brasileiro parece bastante promissor.

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GEO do Brasil ready for the 3.000 meter zone

Victor Scott

in the world. And Brazil is our main entrance into the South American market. M.O: Which services do you provide and what is GEO do Brasil’s scope of activity? Pettersen: Under water maintenance, inspection, construction support including assistance in the installation of modules and anchors. And within the group we offer geophysical survey of the seabed by mapping. When mapping we make a seabed chart of the environment, including the top layer of soft sediment so one can assess if it is safe to lay underwater pipelines. That is how the company started and expanded to all the above mentioned activities which also are all overlapping and integrated.

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M.O: What are the company’s investment plans for the near future? Pettersen: We intend to invest anywhere between 600 million and 700 million US dollars during the next three years building vessels and upgrading the Macaé installations. We are working together with Norskan, our sister company, which is involved in vessel handling while GEO do Brasil takes care of services carried out onboard.

cting as General Manager for GEO do Brasil, whose mother company is DOF SUBSEA (ex GEO ASA), Ar vid Pettersen is specialized in manage ment and operations and is responsible for the whole of South America. Trained at the Norwegian Naval War Academy in the submarine division for four years, Pettersen later worked for the Norwegian Hydrographic Service mapping the sea floor off Norway. With this résumé he is more than prepared to lead the company into the 3000 meter depth zone in Brazilian waters

M.O: How does your experience in the North Sea compare with operating in Brazilian waters? Pettersen: The North Sea is much shallower than Brazilian waters, the deepest zone being one thousand meters. Apart from that, sea conditions there are worse because of the Arctic weather and the ice. But the main difference is that in North Sea support vessels perform a variety of functions whereas here they carry out very specific duties. Our vessels in the North Sea are multipurpose.

Macaé Offshore: What is GEO do Brasil´s mission in the offshore sector? Arvid Pettersen: Initially we are supplying ROV services to Petrobras and other companies. Subsequently the company will expand to offer subsea construction support, seabed survey and other services. We are expanding enormously. GEO ASA, which is my mother company, took over DOF -CON, which is a company that builds large construction vessels. And GEO ASA changed name to DOF - Subsea ASA. In total, we have eleven vessels in operation and are building or have ordered another ten. So in two to three years we will have 25 vessels. And the next expansion move of the group is to go more heavily into construction support. The largest vessel we will build is 160 meters in length for construction support, with cranes and ROVs for helping develop new fields in deep waters. In total, we are building three large vessels in Aker Promar shipyard: one is to be delivered next summer is 105 meters in length for construction support plus two additional 140 meter vessels for construction support. All of these vessels will be of Brazilian flag. Things are happening very fast. We are going to be one of the largest subsea and construction support companies

M.O: Are any new technologies going to be introduced here? Pettersen: The GEO group of companies has always focused in working with new and high technologies. If we can give the client a better quality product, in the end both parties benefit from this. In our Botafogo vessel, for example, we have the highest certification ROV in Brazil now. This ROV can be deployed from the surface level to 3000 meters under in just 35 minutes. Such speed and agility definitely broadens the operational window in an environment where time is money. We can do an inspection three kilometers down back and forth in an hour and half while the competition may take six, seven hours to do the same job. Such speed is achieved by a special winch that is a high velocity device and by the launcher system which is compensated for any ship movement. This equipment was developed for typical North Sea conditions. In Brazil at times we also have rough sea conditions so this launcher is ideal for operating in high seas and deep waters. Quality such as this costs more but in the end it saves the client money. Moreover, GEO owns the Hugin 3000 AUV/UUV. This wireless submarine is powered by fuel cells and can do deepwater seabed mapping and run for more than sixty

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hours of continuous operation. It has demonstrated its capabilities in operations ranging from the sub-Artic region to equatorial waters. M.O: What about the high underwater pressures in Brazil, how does Geo do Brasil’s equipment handle that? Pettersen: It’s not a problem, really, since all the equipment we carry is designed for 3000 meters. And that gives the client the opportunity of investigating new deep water fields at an earlier age. M.O: How does the seafloor in Brazil compare with the one found in the North Sea ? Pettersen: The seafloor is not that different, maybe sandier in shallow waters but the main factor here are the currents. When working in deep waters, as we are now, the currents are much worse here with varying factors. In one layer the water flows in one direction and on deeper layers it moves in the opposite direction. Thus, to work in this aggressive environment one needs better equipment because of the impact of alternating currents. Sometimes it is a nightmare. But everything is controlled by acoustic, electronic and GPS positioning so we operate in a level of considerable safety. M.O: Where Is GEO do Brasil going to operate first in? Pettersen: Mainly in Campos Basin, but there are negotiations for jobs north of Campos, too. But our starting point is here.

M.O: What type of installation is the company using in Macaé? Do you plan to set up a base? Pettersen: We will be using Norskan’s facilities and working in an integrated form with them, using their supplies and base here in Macaé. Soon a third floor will be built over Norskan’s building for our convenience. We started operating in August 2006 and today our crew is made up of 23 people. Next year GEO do Brasil will have between 60 to 80 people working here, depending on our contracts. We are investing a lot of money in this country and the company wouldn’t step in if there wasn’t a foreseeable future for potential work. The vessels we are building are sophisticated, Brazilian built, and will be manned by Brazilian personnel. M.O: Are there any plans for setting up training courses for operating your sophisticated equipment ? Pettersen: Definitely. Since a lot of money is being invested in technology, one must invest in personnel, too. That’s the only way we can deliver the product that is required. Training people is very important. We regularly rotate our crew in places like West Africa, Norway, the Gulf of Mexico or wherever. Whenever there is high activity in one place, we bring in people from other sites to help on a temporary basis. And we focus on broadening our training program in the long run with the acquisition of a very sophisticated simulator. The Brazilian future for GEO looks very bright.

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Alpinismo industrial em alta no mercado petrolífero

Especialistas garantem que atividade está em ascensão, inclusive na Bacia de Campos

Fotos: Gaia

Liliane Barboza

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ouca gente conhece a importância dessa atividade para o trabalho onshore ou offshore. Mas eles estão nos prédios, navios e principalmente, nas plataformas da Bacia de Campos. De acordo com especialistas, é uma profissão em ascensão. O alpinista industrial, também conhecido como escalador industrial (rope access) – trabalho em alturas, onde se utilizam as técnicas do alpinismo, mas nas indústrias, é essencial na execução de tarefas difíceis. Uma das empresas que atua neste segmento há 10 anos é a Northshore, localizada em Macaé,está na fase final da instalação de seu Centro de Treinamento com o que há de mais moderno, trazendo o máximo da realidade offshore. A empresa está para receber a homologação da Industrial Rope Access Trade Association (Irata) - organização inglesa, atua de forma internacional e criou a técnica e as normas na operacionalização em cordas. De acordo com o diretor comercial e de novas tecnologias, Frederico Bueno, Macaé não está apenas sendo base para a profissionalização de escaladores como, por outro lado, está oferecendo mais opções àqueles que atuam e querem crescer no mercado petrolífero. O diretor ressalta ainda que além da modernização em equipamentos e de treinamento, a Northshore ainda se preocupou em oferecer valores e condições de pagamento diferenciados. Outra empresa, que como a Northshore é pioneira nesse ramo sediada em Macaé, a Gaia, treina esses profissionais há cinco anos. De acordo com o gerente-geral da empresa, José Albuquerque Júnior, que é formado em engenharia mecânica, a atuação desse profissional na execução de uma tarefa possui muitas vantagens, entre elas o custo reduzido das obras, pouca distribuição e/ou alteração no local de trabalho, velocidade nas tarefas e total segurança.

Os alpinistas industriais estão ganhando espaço no mercado onshore e offshore, inclusive na Bacia de Campos

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Ele explica que o principal requisito para quem quer seguir essa carreira é não ter medo de


O gerente acrescenta ainda que para ser escalador industrial é necessário, além desse treinamento, que a pessoa obtenha especialização em outra área, ou seja, soldador, caldeireiro, pintor, inspetores em geral, entre outras. Atualmente, a empresa conta com 120 alpinistas industriais que atuam na Bacia de Campos. “Existem quatro níveis de escaladores: I, II, III e o avançado”, acrescenta ao ressaltar que o treinamento era realizado apenas no Reino Unido, principalmente, nos países da Inglaterra e da Escócia. Após o treinamento, o gerente informa que o alpinista ainda passará por uma avaliação de um profissional filiado ao Irata que vem especialmente da Escócia. Somente

depois de passar por todos os testes o profissional estará apto ou não para atuar no mercado de trabalho. Já para a mudança de nível, o escalador terá que ter no mínimo um ano ou 1.000 horas de trabalho.

Liliane Barboza

altura e possuir um biótipo magro, para poder executar melhor o trabalho. “No treinamento que oferecemos simulamos situações reais, para que o escalador tenha uma vivência próxima à realidade”, explica.

De acordo com ele, todo alpinista industrial possui um log book, onde são anotados todos os trabalhos executados pelo escalador. “É como se fosse um livro de bordo do profissional”, completa. Apesar de a profissão exigir muita coragem e, sobretudo, um treinamento qualificado, o gerente-geral conta que não foi registrado qualquer acidente na Bacia de Campos. “Temos uma preocupação muito grande com isso e a Petrobras também, que está com a campanha andaime zero”, enfatiza.

O gerente-geral da empresa Gaia, José Albuquerque Júnior

Além de receber o treinamento, o escalador recebe também noções de manutenção dos equipamentos que serão utilizados na execução do

trabalho. Os principais são: cordas, croll, id, stop, conectores, mosquetões e harness. “Os materiais são todos importados”, frisa.

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Alan Vitorio

Baixo índice de acidentes

O técnico de Segurança do Trabalho III, da gerência de Engenharia de Instalação de Superfície da Unidade de Negócio da Bacia de Campos (UN-BC), Luiz Roberto Viana, diz que a atividade de acesso por cordas traz algumas vantagens na execução dos trabalhos nas unidades marítimas da Bacia de Campos. “Rapidez na realização das tarefas, baixo índice de acidentes, redução de material e pessoal embarcado”, explica.

Frederico Bueno, da Northshore

Atividade rende um bom salário

Um dos principais atrativos para quem escolhe se especializar em alpinista industrial é o salário, que pode chegar a R$ 7 mil dependendo do nível do profissional. No nível avançado, o salário pode ser muito mais atraente. O engenheiro mecânico de segurança no trabalho Décio José Ferreira Marinho trabalha na área há um ano e dez meses e na Gaia atua como coordenador. “Um dos atrativos da profissão são, sem dúvida, os salários”, afirma. Como todo escalador, Décio também possui um log book, onde foram anotados todos os trabalhos realizados por ele, principalmente em algumas plataformas na Bacia de Campos. “Estou no nível I, no entanto, pretendo participar de outros treinamentos”, adianta. Ele explica que atualmente essa atividade é totalmente terceirizada pela Petrobras, que apenas fiscaliza a execução da tarefa. O coordenador frisa ainda que a Gaia tem uma preocupação com os equipamentos de segurança do trabalho (EPIs). “Fornecemos para os nossos funcionários todos os equipamentos gratuitamente. Caso seja constatado algum desgaste, nós descartamos”, explica. O alpinista industrial Solomar Marcondes conta que é soldador e caldeireiro e atua na profissão há quatro anos. “Interessei-me pela atividade, pois, já escalava em rochas, além do ótimo salário”, afirma. Ele conta que está no nível I, porém, pretende se qualificar mais para que o seu salário seja melhor. “O interessante dessa profissão é que a gente pode trabalhar em prédios, plataformas, entre outros”. Marcondes alerta também que para esta atividade é necessário ter cautela, sobretudo, com a manutenção de equipamentos. “Temos que ter cuidado para não pisar nas cordas e verificar a qualidade dos materiais”, aconselha. Para Marcondes a profissão de alpinista industrial tende só a se expandir, principalmente, na Bacia de Campos. 36

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De acordo com o técnico, o alpinista industrial pode realizar as mais variadas tarefas, pois a utilização de acesso por cordas poderá ser adotada em diversos serviços. “Inclusive, já utilizamos, aproximadamente, 50 frentes de trabalhos diferentes em nossas unidades”, acrescenta. O alpinismo industrial, segundo Viana, é utilizado pela UN-BC a partir de empresas de Construção e Montagem, que são as responsáveis por contratar as empresas especializadas em acesso por corda. “Elas são cadastradas no Sistema Informatizado de Contratação da Petrobras”, informa.

Origem do alpinismo industrial

O gerente-geral da Gaia, José Albuquerque Júnior, conta que o alpinismo industrial (rope access) surgiu de duas atividades esportivas: a espeleologia – descer em cavernas – e escaladas em rochas. “Isso surgiu na França inicialmente na década de 70 e, posteriormente, na Inglaterra nos anos 80”, acrescenta. No entanto, o gerente lembra que essa atividade já é exercida desde 1887 e já foi utilizada na construção, por exemplo, da torre Eiffel (Paris), do Golden Gate (Estados Unidos) e outras. Porém, sem utilização de nenhuma técnica e sem oferecer segurança para os trabalhadores. No Brasil, o alpinismo profissional surgiu em 1995, mas a qualificação desses profissionais só foi realizada no exterior. “Somente a partir de 2001 é que ela foi mais divulgada e conhecida”, explica.


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Industrial climbers are gaining space in the onshore and offshore market, including in Campos Basin

High season for industrial climbing in the petroleum market

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Specialists guarantee that the activity is expanding, also in the Campos Basin

ew people know the importance of this activity for onshore or offshore work. However, they are in buildings, ships and mainly on Campos Basin platforms, and, undoubtedly, in accordance with specialists, the profession is on the rise. The industrial climber (rope access) – work on high places, where climbing techniques are used, but in industries -, it is essential in execution of difficult tasks. One of the companies acting in this sector for 10 years is Northshore, located in Macaé, which has recently created a Training Center with what is most modern in the world, bringing the most of the offshore reality. The company is about to receive confirmation from the Industrial Rope Access Trade Association (Irata) - English organization, which acts internationally and created the technique and the standards in the operation in ropes. According to the commercial and new technologies officer, Frederico Bueno, Macaé is not only the base for climbers qualification, but is also offering more options to those who

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act and want to thrive an the petroleum market. The director also emphasizes that besides streamlining of equipment and training, Northshore was also concerned in offering differentiated prices and payment conditions. Another company, Gaia, as Northshore, pioneer in this field and located in Macaé, has been training such professionals for five years. According to the company’s general manager, José Albuquerque Júnior, who has a degree in mechanical engineering, the work of this Professional in the execution of a task shows many advantages, including lower cost of work, little distribution or change of work place, task speed and complete safety. He explains that the main requirement for people who wish to pursuit this career is not to be afraid of heights and to have a thin biotype, for better work performance. “During the training that we offer, we simulate real situations, so that the climber can experience something close to reality”, he explains.


The manager also says that in order to be an industrial climber, it is also necessary that, besides this training, the person specializes in another field, that is, welder, boiler operator, painter, inspectors in general. Currently, the companies has 120 industrial climbers who work in the Campos Basin. “There are four levels of climbers: I, II, III and advanced”, he explains, highlighting that the training took place only in the United Kingdom, mainly, in England and Scotland. After training, the manager says that the climber will undergo evaluation of a professional member of the Irata, which comes mainly from Scotland. Only after undergoing all tests the professional will be qualified or not to work in the job market. For level changing, the climber will need at least 1000 hours of work. Every industrial climber has a log book, where all Works performed by the climber are recorded. “It is like the professional’s onboard book,” he says. In spite of the fact the profession requires a lot of courage and, above all, qualified training, the general manager says that no accidents have been recorded in the Campos Basin. “We are very concerned about this and Petrobras, too, since it has the zero scaffold campaign”, he highlights. In addition to being trained, the climber also learns about maintenance of equipment that will be used in the work execution. The main pieces of equipment are: ropes, croll, id, stop, connectors, snaps e harness. “The materials are all imported”, he says.

Activity is a good source of income

One of the main attractions for people who choose to become a specialist in industrial climbing is the salary, which may go as high as R$ 7 thousand depending on the professional level. In the advanced level, the salary can be much more attractive. Labor safety mechanical engineer Décio José Ferreira Marinho has worked in the field for a year and tem months and at Gaia he works as a coordinator. “One of the main attractions of the profession is, undoubtedly, the salary,” he explains. As every climber, Décio also has a log book, where all works that he performed were recorded, mainly in some platforms of the Campos Basin. “I am at level I, however, I intend to take part in other training sessions,” he says. He explains that, currently, this activity is completely outsourced by Petrobrás, which only monitors the task execution. The coordinator also highlights that Gaia concerns include work safety equipment (PPEs). “We supply to our employees all equipment free of charge. If any wear is detected, we reject it”, he explains. Industrial climber Solomar Marcondes says that he is a welder and boiler operator and he has worked in the profession for four years. “I became interested in the activity, since I already climbed rocks, in addition to the great salary,” he says. He says that he is in level I, however, he intends to acquire more qualification so that his salary will be better. “The interesting fact about this profession is that we can work in building, platforms, among others”. Marcondes also alerts that caution is necessary in this activity, especially, in relation to equipment maintenance. “We have to be careful in order not to step on the ropes and check the quality of materials”, he advises. For Marcondes, the industrial climber professional only tends to expand, mainly in the Campos Basin.

Low accident rate

Work Safety technician III, from the Surface Installation Engineering of Campos Basin Business Unit (UN-BC), Luiz Roberto Viana, says that the activity of access by ropes brings some advantages for the execution of works in the Campos Basin offshore units. “Swiftness in task execution, low accident rate, reduction in material and onboard personnel”, he explains. In accordance with the technician, the industrial climber may perform various tasks, since the use of rope access can be adopted in different services. “By the way, we have already used, approximately 50 different work fronts in our units”, he says. Industrial climbing, according to Viana, is used by the UN-BC by means of Construction and Assembling Companies, which are in charge of hiring companies specialized in rope access. “They are registered in Petrobras’s Computerized System,” he says.

Origin of industrial climbing

Gaia’s general manager, José Albuquerque Júnior, says that industrial climbing (rope access) came from two sports activities: speleology – climbing down caves – and rock climbing. “Its origin was in France, initially in the 70s and, later, in England in the 80s,” he says. However, the manager reminds that this activity has already been performed since 1887 and was already used in the construction of, for instance, the Eiffel tower (Paris), the Golden Gate (United States) and others. Yet, there was neither technique nor safety for workers. In Brazil, professional climbing started in 1995, but these professionals were only qualified abroad. “Only since 2001 is that it was advertised and known”, he explains.

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Serviços - Services Construção e Montagem •Skanska Brasil. Av. Pref. Aristeu Ferreira da Silva, 2.805 Novo Cavaleiros - Tel: (22)2765-4700 www.skanska.com

Cursos Profissionalizantes •Sesi / Senai - Unidade Macaé Al. Etelvino Gomes, 155 Riviera Fluminense - Tel: (22) 2791-9200

Cursos e Treinamentos Courses and Training Cursos e Treinamentos / Courses and Training

•Sampling Científica Rua 1, nº 101 Lote 186, quadra 10 Jardim Guanabara - Tel: (22) 2791-9005 www.samplingcientifica.com.br •Nutec Brasil - Treinamento Rua Prefeito Aristeu Ferreira da Silva, 1277 Novo Cavaleiros - Tel: (22) 2105-3361

Engenharia de Processos Process Engineering Engenharia de Processos / Process Engineering •Metroval Controle de Fluidos Ltda. R. Christiano Kilmeyers, 819 Nova Odessa/SP - Tel: (19) 3466-5859 www.metroval.com.br

Equip. Proteção Repiratória Equip. Proteção Repiratória Respiratory Protective Equipment Respiratory Protective Equipment •Drager Indústria e Comércio Ltda. Alameda Pucuruí, 51 Barueri/SP - Tel: (11) 4689-4944 www.draeger.com.br

Equip. - Technical Assistance

Bozza / Makita / Karcher / Schulz

•K. Lund do Brasil Est. São José e Imboassica, s/nº - Imboassica Macaé - RJ - Tel: (22) 2763-3151 www.kl-offshore.no

Gerenciamento de Resíduos Residue Management

•Ferpan Comércio de Metais Ltda. Rua Professor Rodolfo David Gomes, 180 G. dos Cavaleiros - Tel: (22) 2757-1101 ferpanmc@uol.com.br

Hotéis e Pousadas Hotels and Pousadas

•Crystal Apart Hotel R. Teixeira de Gouveia, 1.369 Centro - Tel: (22) 2762-0435 crystalaparthotel@bol.com.br

40 MACAÉ OFFSHORE 40 MACAÉ OFFSHORE

HSEQ - Management Systems HSEQ / Management Systems

•ModuSpec Consultores de Risco Ltda. Av. Nossa Senhora da Gloria, 665 - Sl. 201 Praia Campista - Tel: (22) 2765-7269 www.moduspec.com

Incêndio Incêndio / Fire - Fire

•C.M. Couto Sistema Contra Incêndio Av. Pref. Aristeu Ferreira da Silva, 2.255 Novo Cavaleiros - Tel: (22) 2773-5956 www.cmcouto.com

Legalização de Estrangeiros Legalização de Estrangeiros ExpatriateLegalization Legalization Expatriate

•Mundivisas Serviços Ltda. R. Teixeira de Gouveia, 1569 Centro - Tel: (22) 2759-2997 macae@mundivisas.com.br www.mundivisas.co.m.br

•Cooper Cameron Rod. Amaral Peixoto, 8.000 - km 164,5 Imboassica - Tel: (22) 2763-6331 www.coopercameron.com •FMC CBV Subsea Rod. Amaral Peixoto, km 187 Cabiúnas - Tel: (22) 2773-0700 www.fmctechnologies.com

Salvatagem - Rescue •Emares - Ayromar R. B, 1100 (Rod. Amaral Peixoto, km 183) S. J. Barreto - Tel: (22) 2759-4186 ayromar@lagosnet.com.br Serviços Offshore Offshore services Serviços Offshore / Offshore-services •Oceansatpeg Av. Pref. Aristeu F. da Silva, 2222 Novo Cavaleiros - Tel: (22) 2773-3674 www.oceansaetpeg.com

Locação de Máq. e ferramentas Locação de Máquinas-Ferramentas Machine Rental Machine Rental

Sistemas Completação Completion Systems / Completion Systems Sistemas Completação

Motores MWM e Reversores Motores e Grupos Geradores / MotorsZFand Locação de Máq. e Ferramentas MWM Motors and ZF Reversal Device Generators Group Machine Rental

Táxi Aéreo - Airline Companies •Team Linhas Aéreas Est. Hildebrando Alves Barbosa, s/nº Pq. Aeroporto - Tel: (22) 2762-9951 www.voeteam.com.br

•Alimaq Máquinas e Ferramentas Ltda. Rua Machado de Assis, 100 Guarulhos/SP - Tel: 0800-770-3500 www.alimaqlocacao.com.br

•Rebmar Comercial e Técnica Diesel Ltda. Av. Luzitânia nº 347 - Penha Circular Rio de Janeiro /RJ - Tel: (21) 2139-4599 eldafalcao@rebmar.com.br

Perfuração - Drilling Perfuração / Drilling

•Baker Hughes do Brasil Ltda. Rod. Amaral Peixoto km 184, Lt 32/34 Qd 05 Lagomar - Tel: (22) 2791-9300 www.bakerhughesdirect.com •Noble do Brasil Alameda do Açude, 175 Novo Cavaleiros - Tel:+55 (22) 2773-0101 www.noblecorp.com

/Remessas Express mail Expressas - Express mail

•Lógika Av. Guadalajara, 1220 - Lj. 02 Praia Campista - Tel: (22) 2762-5446

Reparos de Equip. Submarinos Sub sea equipment repair

•Aker Kvaerner Oil & Gas Rod. Amaral Peixoto, km 162, Rua A Zen-Rio das Ostras - Tel: (22) 2773-9000 www.akerkvaerner.com

•Baker Hughes do Brasil Ltda. Rod. Amaral Peixoto km 184, Lt 32/34 Qd 05 Lagomar - Tel: (22) 2791-9300 Est. de Imboassica, s/nº Granja das Garças - Tel: (22) 2773-6514 www.bakerhughesdirect.com

Telecomunicações

Telecommunications Telecomunicações / Telecommunications

•Jevin Comércio e Serviços Ltda. Av. Carlos Augusto T. Garcia, 1.766 Sol y Mar - Tel: (22) 2772-7330 www.jevin.com.br

Tradução & Interpretação Translators & Interpreters

•Mauro Lando. Português, Inglês,Francês e Espanhol Tel: (21) 2256-6647 / (21) 8124-4136 maurolando60@hotmail.com

Transportadoras - Transporting Companies Transportadoras / Transporting Companies •Expresso Predileto R. Sinézio Trindade Coelho, 23 e 24 Novo Cavaleiros - Tel: (22) 2773-4242 www.expressopredileto.com.br

Tubulação e CAD /- Process Tubing and CAD Engenharia de Processos Engineering •Cia. de Projetos Offshore projetosoffshore@yahoo.com.br tel:(22)9935-4861


MACAÉ OFFSHORE

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Comercial - Trade Ar condicionado e peças /

Air-conditioner and accessories •Condicionar Ltda. Rua Teixeira de Golveia, 1981, Lj. 8 - Centro Macaé / Tel.:(22)2759-1134/2772-3571 Rod.Amaral Peixoto, km 159 - Mar do Norte Rio das Ostras / Tel.:(22) 2764-8396

Conexões - Válvulas Connections - Valves Conexões - Válvulas / Connections - Valves

•Comercial Troyka Rua Santana, 50 Centro - Tel: (22) 2772-7775 www.troyka.com.br •Epiltec Macaé. Rua Cel. Sizenando de Souza, 967, Lj.a. Visconde de Araújo - Tel: (22) 2762-9192 epiltecmacae@terra.com.br •Flow CTV Inst. e Contr. de Fluidos Ltda. Av. Rui Barbosa, 2360 A Alto dos Cajueiros - Tel/fax: (22) 2759-3186 flowctv@flowctv.com.br

Containers Containers

•Multiteiner Comércio e Locação Av. Pref. Aristeu F. da Silva, 87 Novo Cavaleiros - Tel: (22) 2773-5907 www.multiteiner.com.br •Paulista Containers Marítimos Ltda. Av. Marg. Direita da Via Anchieta, 1135 Santos/SP - Tel: (13) 3298-9000 www.paulistacontainers.com.br

Cabos de Aço - Wire rope Desengraxantes / Fluidificantes

•Cabos de Aço. Av. dos Altonomistas, 4440 Osasco/SP - Tel: (11) 2147-8560 www.cimafbrasil.com.br

Eletrocloração / Trat. Águas Servidas Electrochlorination / Sewage Sistem

•Vicel Serviços Técnicos ZEN- Zona Especial de Negócios Rio das Ostras/RJ - Tel/Fax:(22)3321-2000 www.vicel.com.br

Equipamentos Elétro-eletrônicos Equipamentos Elétro-eletrônicos Electrical-electronic equipment Electrical-electronic equipment •Farnell Newark Inone Distribuidora R. Emir Macedo Nogueira, 240 Diadema/SP - Tel: (11) 4066-9447 www.farnell-newarkinone.com.br

42 MACAÉ MACAÉ OFFSHORE OFFSHORE

Equipamentos Elétricos Electrical Equipments

Equipamentos Elétricos / Electrical Equipments •Nutsteel R. Fco Pereira de Mendonça, 476 Pq. V. Miranda - Tel: (22) 2770-4469 www.nutsteel.com.br •Rexel Brasil Av. Ernesto Igel, 429 São Paulo - SP - Tel:(11) 2131-7500 vendasre@rexel.com.br

Equip. Segurança Individual Safety Equipments

Equip. Segurança Individual / Safety Equipments •Pendent Line Salvategem e Material de Segurança Ltda. R. Juvenal Barreto, 119 Aroeira - Tel: (22) 2772-3001 www.pendentline.com.br

Equipamentos e Sistemas Equipment and Systems

•Metroval Controle de Fluidos Ltda. R. Christiano Kilmeyers, 819 Nova Odessa/SP - Tel: (19) 3466-5859 www.metroval.com.br

Extintores de Incêndio Fire Extinguishers

•Emares - Ayromar R. B, 1100 (Rod. Amaral Peixoto, km 183) S. J. Barreto - Tel: (22) 2759-4186 ayromar@lagosnet.com.br •Pendent Line Salvategem e Material de Segurança Ltda. R. Juvenal Barreto, 119 Aroeira - Tel: (22) 2772-3001 www.pendentline.com.br

Ferramentas - Tools •Comercial Troyka Rua de Santana, 50 Centro - Tel: (22) 2772-7775 www.troyka.com.br

Gaxetas - Gasket •Teadit Ind. e Com. Ltda. Av. Pastor Martin Luther King Jr., 8939 Rio de Janeiro/RJ - Tel: (21) 2471-2500 www.teadit.com.br

Inertizante - Inibidor Corrosão Corrosion Inhibitor

•Biosul Química Ind. e Com. Ltda. Estrada do Engenho da Pedra, 216 Ramos/RJ - Tel: (21) 2564-3954 www.biosulquimica.com.br

Juntas de Vedação e Expansão Seals

•Teadit Juntas Av. Mercedes Benz, 390 - Dist. Ind. Campinas/SP - Tel: (19) 3765-6501 www.teadit.com.br

Lubrificantes - Lubricants •Krest Internacional Ltda. Av.. Prefeito Aristeu Ferreira da Silva, 2829 Novo Cavaleiros - Tel: (22) 2773-4383 krestlubes@krest.com.br - www.krest.com.br •Lumar de Macaé Com. e Rep. Ltda. Rod. Amaral Peixoto, km 164,7 Imboassica - Tel: (22) 2773-6516 lumar@lagosnet.com.br

Mangueiras - Hoses •Comercial Troyka Rua Santana, 50 Centro - Tel: (22) 2772-7775 www.troyka.com.br •Flow CTV Inst. e Contr. de Fluidos Ltda. Av. Rui Barbosa, 2360 A Alto dos Cajueiros - Tel/fax: (22) 2759-3186 flowctv@flowctv.com.br

Manômetros - Manometers •Comercial Troyka Rua Santana, 50 Centro - Tel: (22) 2772-7775 www.troyka.com.br

Pressostato - Pressurestat •Epiltec Macaé. Rua Cel. Sizenando de Souza, 967, Lj.a. Visconde de Araújo - Tel: (22) 2762-9192 epiltecmacae@terra.com.br

Termostato

- Thermostat

•Epiltec Macaé. Rua Cel. Sizenando de Souza, 967, Lj.a. Visconde de Araújo - Tel: (22) 2762-9192 epiltecmacae@terra.com.br




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