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Carta ao Leitor/Letter to the Reader
Nem euforia, nem retração
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oda a cadeia produtiva de óleo e gás vive uma demanda crescente por produtos e serviços. Em uma das pontas está o setor naval em franca atividade, resultado da reativação pela qual vem passando desde 2001. Com estaleiros a todo vapor, o setor emprega três vezes mais trabalhadores do que há 10 anos. O ponto sensível dessa evolução é justamente a sustentabilidade deste processo. Teremos mercado até 2020? Atrás desta resposta, destinamos esta edição da Macaé Offshore. Fomos ouvir aqueles que tocam essa indústria poderosa e delicada ao mesmo tempo. Você vai saber como as encomendas da Transpetro, financiadas pelo BNDES, movimentam estaleiros, empresas prestadoras de serviços do setor navipeças e geram postos de trabalho. O presidente da Usiminas/Cosipa, Rinaldo Campos Soares, conta como a siderúrgica se preparou para atender à demanda de ferro e aço. E os portos estão agüentando o rojão? Veja a opinião de um pesquisador da UFRJ (Coppe) sobre a situação dos portos do Estado do Rio de Janeiro. O que todos esperam – indústria, prestadores de serviços e profissionais – é que o governo administre uma política industrial sustentável para um setor que, historicamente, lida com períodos de grande euforia, como nos anos 70, seguidos de outros de retração prolongada, como na década de 90. Claro que a encomenda de navios traz uma carga extra de otimismo ao mercado, mas a preocupação com a demanda futura é um ponto no oceano que a gente não pode perder de vista. Fiquemos atentos!
Nor euphoria neither retraction
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he oil and gas productive chain is going trough a growing demand for products and services. In one extreme is the naval sector moving fast ahead, a result from the reactivation started in 2001. With shipyards at full speed, the sector is employing three times more workers than 10 years ago. The sensitive point of this evolution is exactly the sustainability of the process. Will the market be easy up to 2020? Searching for an answer is the concern of this Macaé Offshore issue. We wanted words from the people who lead this simultaneously powerful and delicate industry. You are going to know how Transpetro orders, financed by BNDES, mobilize shipyard and companies that provide services for ship parts manufacturers, and generate jobs. The President of Usiminas/Cosipa, Rinaldo Campos Soares, tell us how the industry was prepared to attend the demand for iron and steel. Are the ports prepared to for the upstream effort? Examine the opinion of a researcher from UFRJ (Coppe) about the situation of Rio de Janeiro State ports. What is expected – from industry, service provision and professionals – is a government administration that provides a sustainable industrial policy for a sector that, historically, deals with periods of great euphoria, such as the 70s, followed by others of long-term retraction, such as the 90s. Of course, the demand for ships brings a deep breath of optimism into the market, but the concern about future demands is a drop in the ocean to be watched upon. Let´s be aware!
Empresas e Negócios .............................. 08 Companies and Business ......................... 10 Empresas e Negócios / K-lund...................... 12 Companies and Business / K-lund.................. 13 Empresas e Negócios / Falck Nutec.............. 14 Companies and Business / Falck Nutec.......... 15
Entrevista / Interview Ramon Vazquez ........................................... 22 Ramon Vasquez .......................................... 24 Apagão portuário ............................................ 26 The Collapse of the port system.................. 30 Setor naval apruma o leme ..................... 34 The naval sector adjusts the sails .............. 40
Empresas e Negócios / TNF .................. 16 Companies and Business / TNF................... 17
ABESPETRO / ABESPETRO A união fa\ a força ................................... 46 Many hands make light work...................... 48
Empresas e Negócios / Devon............... 18 Companies and Business / Devon............... 19
Yes, nós temos negócio............................ 50 Yes, we have business .............................. 54
Articulando / News & Views A Usiminas/Cosipa no setor petrolífero ..... 20 Usiminas/Cosipa in the oil sector................ 21
Responsabilidade social, um bom negócio... 56 Social responsibility, a good business opportunity ............................................. 58
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A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngüe (Português / Inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807- Cajueiros Macaé/ RJ - CEP 27.916-000 - Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Cajueiros Macaé/ RJ - CEP 27.916-000 - Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br
Direção Executiva: / Executive Directors: Alexandre Calomeni / Bruno Bancovsky Gianini Coelho adm@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Alexandre Calomeni comercial@macaeoffshore.com.br Edição e Redação: / Editing and writing: Sônia Vasconcelos - MTB 13.677 redacao@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: Aurea Balocco Diagramação: / Diagramming: Alexandre A. D. de Albuquerque arte@macaeoffshore.com.br Tradução em inglês: / English version: Primacy Translation Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies
Índice/Contents Foco Social ............................................. 06 Social Focus ............................................ 06
Capa: Mônica Imbuzeiro Cover: Mônica Imbuzeiro
Assinatura: Subscriptions: (55) 22 2770-6605 / 2762-3201 assinatura@macaeoffshore.com.br
A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties
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Foco Social
Social Focus
ISO 26000 - um guia de diretrizes
ISO 26000, a guideline guide
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Brasil, juntamente com a Suécia, preside o Comitê da ISO para a elaboração da ISO 26000 - Norma Internacional de Responsabilidade Social, que estabelecerá um padrão internacional para implementação de um sistema de gestão de Responsabilidade Social. A ISO - International Organization for Standardization - é uma organização não governamental internacional de padronização, formada por representantes de mais de 150 países, criada em 1946, com sede em Genebra, Suiça. A construção da Norma tem contado com a participação dos vários públicos de interesse tais quais: consumidores, governos, indústrias, empregados, organizações não-governamentais (ONGs), institutos acadêmicos, de suporte e de pesquisa, com técnicas específicas que estimulam a participação destes diferentes stakeholders. Os temas principais da Norma são: Meio Ambiente, Práticas Trabalhistas, Direitos Humanos, Governança Organizacional, Desenvolvimento Social, Questões dos Consumidores e Práticas Operacionais Justas, questões fundamentais para que uma organização se torne socialmente responsável. Responsabilidade Social, Sustentabilidade e Transparência nos negócios vêm se tornando, cada vez mais, diferencial competitivo, reforçando a imagem positiva das organizações, sendo fator decisivo para atrair e reter talentos, bem como fortalecer a rede de influências da qual fazem parte. Como a ISO 26000 traz diretrizes sobre os princípios intrínsecos à Responsabilidade Social, auxiliando as organizações a melhorar o seu desempenho, torna-se imperativo considerar o seu conteúdo, resguardando as orientações ali contidas.
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razil, along with Sweden, presides the ISO Committee with the purpose of preparing ISO 26000 – International Standard for Social Responsibility, which will establish an international standard for the implementation of a Social Responsibility management system. ISO - International Organization for Standardization, created in 1946, with headquarters in Switzerland, is an international non-governmental organization for standardization composed of representatives from more than 150 countries. Many groups, interested in the development of the Standard, are participating in its creation, such as: customers, governments, industries, employees, non-governmental organizations (NGOs), research and support academic institutions that use specific techniques in order to stimulate the participation of these various stakeholders. The main themes of the Standard are: Environment, Labor Practices, Human Rights, Organizational Governance, Social Development, Customer Issues and Fair Operating Practices, which are primar y requirements for a company to become responsible. Social Responsibility, Sustainability and Transparency in business have increasingly become unique competitive features, reinforcing organizations’ positive image, a crucial factor for attracting and holding talents, as well as strengthening the influence network that they belong to. As ISO 26000 has guidelines concerning Social Responsibility intrinsic principles, assisting organizations with the improvement of their per formance, it becomes imperative to take into account ISO’S content, obser ving guidelines presented there.
Tendo em vista a sua abrangência, a ISO 26000 cobrirá todas as lacunas que existem referentes à gestão e Responsabilidade Social; e, devido ao seu processo de construção participativa, será um coletivo das demandas dos vários segmentos da sociedade. A sua publicação está prevista para 2008, e, diferentemente da ISO 9000 e da ISO 14000, não será uma norma certificadora, mas um guia de diretrizes. Um guia para uma nova cultura empresarial.
Considering its scope, ISO 26000 will fill all existing gaps related to Social Responsibility management; and, due its participative creating process, the standard will be a collection of demands required for many segments of the society. publication is forecasted for 2008, and, differently from ISO 9000 and ISO 14000, it is not a certifying standard, but a guideline guide. A guide for a new business culture.
Telma Oliveira do Prado
Telma Oliveira do Prado
Serviços Compartilhados Gerência de Relacionamento com Clientes e Comunicação Coordenação de Responsabilidade Social 6 6MACAÉ OFFSHORE MACAÉ OFFSHORE
Shared Services Customer Relationship and Communication Management Social Responsibility Coordination
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Empresas e Negócios
Jorge Ronald
Guerra de Titãs: PETROBRAS X ANP
O prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto, e a especialista em logística e administração da Embratel, Ângela Maria Gonçalves, assinam termo de concessão para a instalação de empresa na Zona Especial de Negócios
Rio das Ostras: infra-estrutura e aporte para o petróleo A Zona Especial de Negócios de Rio das Ostras vai de vento em popa. As empresas que acreditaram no empreendimento podem contar agora com serviços de voz e dados. A infra-estrutura dispõe de cabos de fibra ótica em toda a área e a criação de um Ponto de Presença para instalação de equipamentos de comunicação. Tudo isso foi viável por conta de uma parceria entre a Prefeitura e a Embratel, que está investindo R$ 800 mil na ZEN. Aliás, a Embratel também recebeu um termo de concessão para construir uma unidade própria no Condomínio Industrial, o que vai suprir uma carência de muitas empresas na região. A outra novidade do município de Rio das Ostras é a criação da Secretaria de Desenvolvimento, Negócios e Petróleo que terá como titular Roger Vilela, presidente da Comissão Consultiva da ZEN. A nova secretaria terá a missão de desenvolver ações ligadas ao setor petrolífero e ao desenvolvimento industrial do município.
A Pinamak comemora 30 anos com logomarca e casa novas A história da Pinamak se confunde com a da Bacia de Campos, que festeja 30 anos de produção de petróleo. Parceira. Ao longo dos anos, a Pinamak diversificou seu trabalho, executando serviços de movimentação e apoio marítimo à BC, atuando como operadora de depósito e terminais da Petrobras em vários estados e, hoje, desenvolve programas de qualidade e gestão para logística integrada, através de softwares com ferramentas para atendimento personalizado aos clientes. Em Macaé, a empresa conta com sua Base de 35 mil m² e, no Rio de Janeiro, acaba de inaugurar a nova sede na Barra da Tijuca e apresentar a sua nova logomarca, que resume a força de sua tradição e a busca pela qualidade e inovação, para prospecção no mercado atual. 8
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A 9ª. Rodada licitatória de blocos, em 27 e 28 de novembro, vai dividir a cena do mercado do petróleo com a disputa entre a Petrobras e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No papel principal está a Bacia de Campos, mais especificamente o o bloco CM273 (antigo BC400). A estatal entrou com um recurso formal pedindo que o bloco seja retirado do leilão, alegando que tem direito de explorálo, já que era dona dele, antes da Lei do Petróleo (que acaba de completar 10 anos). A Petrobras teve cinco anos para comprovar a viabilidade do bloco à ANP. E o fez. Começou a explorá-lo 2003 e notificou a descoberta de petróleo à ANP em agosto, nove dias após o prazo limite fixado para a devolução do bloco à Agência. Daí o impasse. O que não entra em discussão é a qualidade do “produto” que leva o preço mínimo mais alto da rodada, R$ 286 milhões.
Quer saber quanto a sua cidade recebe de royalties? É pra já! A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) disponibilizou no site www.anp. gov.br dez novas planilhas (além das três já existentes) detalhando os valores e os cálculos dos repasses feitos à União, aos Estados e aos municípios. As planilhas foram apresentadas durante o encontro Transparência nos Royalties, realizado no auditório da Federação das Indústrias do Estado (Findes). Faça as contas e veja se você está constatando a aplicação desses recursos na vida da sua cidade.
O Sistema by-pass de Barra do Furado Entre as obras previstas para o Complexo de Barra do Furado está a reconstrução dos molhes (estrutura enraizada na terra que pode servir de quebra-mar), além de viabilização do by-pass, que vai permitir o deslocamento de três milhões de metros cúbicos de areia de Quissamã para Campos e, ainda, a dragagem do canal das Flechas. A meta é que o calado do canal alcance sete metros de profundidade. Alguns especialistas questionam a utilização do by-pass no local. Mas, as prefeituras de Campos e Quissamã estão adquirindo um sistema que possui tecnologia australiana para realizá-lo. Recentemente, os engenheiros costeiros da Aqua Modelo, João Cassar e Luís Abílio, e o diretor da Cardno, Graeme Mcllwaim, confirmaram a viabilidade do projeto. Os três são representantes de duas firmas, uma brasileira e outra australiana, que desenvolverão o sistema by-pass. Estima-se que as duas prefeituras já tenham investido cerca de R$ 2 milhões no projeto que prevê, entre outros, a implantação de um estaleiro de construção e reparos navais e de uma base de apoio offshore, além de um terminal e um entreposto pesqueiro que atenda aos barcos de pesca da região.
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Companies and Business Rio das Ostras: infrastructure and funding for petroleum The Special Business Zone of Rio das Ostras shifts into high gear. The companies that believed in the venture may now make use of voice and data services. The infrastructure has optical fiber cables throughout the area, and a Point of Presence has been created for the installation of communication equipment. All of these achievements were possible due to a partnership between the City Government and Embratel, which is investing R$ 800 thousand in ZEN. By the way, Embratel has also been granted a concession to built its own unit in the Industrial Complex, fulfilling the needs of many companies in the region. The other novelty in the city of Rio das Ostras is the creation of the Development, Businesses and Oil Office, which will be run by Roger Vilela, president of ZEN’S Consulting Commission. The new office’s mission is to develop actions connected with the oil sector and the city’s industrial development.
Pinamak celebrates 30 years with new logo and office The history of Pinamak is embedded in Campos Basin’s history, which celebrates 30 years of oil production. Partner. Over the years, Pinamak diversified its work, performing services of handling and marine support to Campos Basin, working as an operator of warehouse and terminals for Petrobras in several states and, today, it develops quality and management programs for integrated logistics, through software with tools to provide customized service for the clients. In Macaé, the company has a 35 thousand m² facility and, in Rio de Janeiro, it has just opened the new head office at Barra da Tijuca and presented its new logo, which summarizes the strength of its tradition and the search for quality and innovation, for prospection in the current market.
The new Pinamak base, with 35 thousand m², at Barra da Tijuca, Rio
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WAR OF THE TITANS: PETROBRAS X ANP The 9th. Bidding Round of blocks, on November 27 and 28, will cause a turmoil in the scene of the oil market between Petrobras and the Brazilian National Agency of Oil, Natural Gas and Biofuels (ANP). The main character is Campos Basin, more specifically the block CM273 (former BC400). The government-controlled filed a formal appeal requesting the block to be taken out from the auction, claiming that has the right to explore it, as it owned it, before the Oil Law (which has just completed 10 years). Petrobras had five years to prove the feasibility of the block to ANP. And it did it. It started to explore it in 2003 and sent a notice informing the discovery of oil to ANP in August, nine days after the limit deadline set forth for the return of the block to the Agency. Then, the dispute started. What is not under discussion is the quality of the “product” with the highest minimum price of the round, R$ 286 million.
Do you want to know how much your city earns from royalties? Check it out! Ten new spreadsheets, besides the other three, are available at the National Petroleum, Natural Gas and Bio-fuel Agency (ANP) website www.anp.gov. br, specifying values and calculations of royalties transferences made by the Federal Government to the States and Cities. The spreadsheets were presented during Royalties Transparence meeting, which was held in Findes’ (Industry Federation of Espírito do Santo State) auditorium. Calculate and check if your city is enjoying the resources generated from the royalties.
Barra do Furado’s Bypass System The works planned for Barra do Furado Complex include the construction of a jetty (a structure fixed into the ground that might be used as a breakwater), in addition to the provision of a bypass system, enabling the displacement of 3 million cubic meters of sand from Quissamã to Campos and the drainage of Flechas channel. The goal is to make the channel depth reach 7 meters. Some experts questioned the use of a bypass system in the location. However, Campos and Quissamã’s City Government are acquiring a system with Australian technology to make it possible. Recently, shore engineers from Aqua Modelo, João Cassar and Luís Abílio, and Cardno’s director, Graeme Mcllwaim, confirmed that the project is viable. The engineers and the director are representing two companies, a Brazilian and an Australian one, which will develop the bypass system. It is estimated that both City Government had already invested around R$ 2 million in the project that forecasts, among other actions, the implementation of a shipyard for marine repair and construction and an offshore support base, as well as a fishing terminal and warehouse to meet the demand of local fishing vessels.
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K-Lund surpreende o mercado com Gerador de Nitrogênio 75% nacional O preço dos geradores sempre foi um fator inibidor para o mercado offshore. Agora, a K-Lund do Brasil dá um passo decisivo para atender à demanda, com a fabricação nacional do equipamento, o que significa baixo custo e facilidade nos reparos. Técnicos e engenheiros da Petrobras foram ver o equipamento de perto. E aprovaram a iniciativa
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Gerador de Nitrogênio elimina as etapas de transporte e abastecimento de garrafões, nas plataformas, já que produz ininterruptamente. Até aí nenhuma novidade, o que torna o equipamento viável para o pessoal da Engenharia de Poço, por exemplo, é a possibilidade de customizá-lo. “O peso do conjunto é fator importante em plataforma, mas a gente pode dividir o gerador em partes e colocá-lo dentro do peso ideal”, sintetiza João Carlos Calmeto, engenheiro de petróleo, da Petrobras. Outro ponto a considerar no trabalho com poços é a pressão e a vazão. Como a K-Lund faz o projeto, é possível colocar mais módulos de vazão e de compressão até que atenda às necessidades da operação. O mesmo pode acontecer com o item pureza: quanto mais módulos de filtração, melhor pureza. Para João José da Costa Júnior, engenheiro coordenador de parada do Ativo Marlim, da Petrobras, que utiliza o nitrogênio para purga e inertização de linhas ou equipamentos - como separadores de gás, tratadores de óleo, vasos acumuladores – o Gerador de
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Fotos: Macaé Offshore
Nitrogênio chega em boa hora: “Há pouca oferta de nitrogênio na indústria, o resultado é uma disputa O Gerador de Nitrogênio remove de forma seletiva o oxigênio, o dióxido na agenda dos equide carbono e o vapor d’água a partir de um suprimento de ar comprimido, pamentos. Com mais deixando uma corrente rica em nitrogênio como o produto principal uma empresa oferesimplificar a manutenção (preventiva cendo o serviço, a tendência é facilitar ou corretiva) feita apenas de cinco em as operações”, conclui. cinco anos, para a troca das membraA grande vantagem do Gerador nas que fazem a separação do oxigêde Nitrogênio que a K. Lund do Bra- nio e do nitrogênio do ar, na base da sil está fabricando é utilizar 75 % de empresa, em Macaé. conteúdo nacional. Isso também vem Com tecnologia testada e aprovada no mercado, os geradores de gás inerte da K. Lund utilizam membranas de fibra oca. O sistema remove de forma seletiva o oxigênio, o dióxido de carbono e o vapor d’água a partir de um suprimento de ar comprimido, deixando uma corrente rica em nitrogênio como o produto principal. Para preservar a integridade das membranas e garantir uma separação eficiente, as correntes de alimentação são pré-aquecidas, através de filtragem e aquecimento. A unidade da membrana é disposta em um skid completo com válvulas, tubulação e instrumentação. E o melhor: ocupando mão-deobra e peças nacionais! Estevam Santello, diretor da K. Lund do Brasil
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K-Lund surprises the market with 75%-National Nitrogen Generator Prices of generators have always been an inhibiting factor for the offshore market. Now, K-Lund do Brasil takes an important step to meet the demand, with the national production of the equipment, which means lower cost and repair advantages. Petrobras’s technicians and engineers went to check the equipment on the spot. And they approved the initiative Macaé Offshore
From the left to the right: Marcos Porto, Leandro Raimundo, Rogério Barreto, João Carlos Calmeto, all of whom from Petrobras, with Estevam Santello, K. Lund do Brasil Director, on the presentation of the Generator of Nitrogen
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he Nitrogen Generator eliminates the N2 cylinder supply and transport phases, on platforms, since it offers uninterrupted production. That is no news, but what makes the equipment feasible for Well Engineering personnel, for instance, is the fact that it is possible to customize this equipment. “The weight of the set is an important factor on platforms, but we can divide the generator into parts and adjust its weight,” says João Carlos Calmeto, petroleum engineer, from Petrobras. Other issues to be considered in the well work are pressure and flow. Since KLund prepares the project, it is possible to put more compression moedules and membranes until it meets the operation
needs. The same may occur with purity: The greater the quantity of membrane modules, the higher the level of purity. For João José da Costa Júnior, shutdown coordinator engineer for Marlim Field, from Petrobras, which uses nitrogen for purge or inertization of lines or equipment - such as gas separators, oil treaters, accumulating vessels – the timing of the Nitrogen Generator is perfect: “There is little offer of nitrogen in the industry, so there is a dispute to reserve the equipment. With more than one company offering the service, there is a tendency for operations to become easier,” he explains.
The great advantage of the Nitrogen Generator that K. Lund do Brasil is manufacturing is the fact that 75% of the equipment is made in Brazil. This fact also simplifies the maintenance (preventive or corrective), which is performed every five years, for changing the membranes that separate the oxygen and the nitrogen from the air, at the company’s location, in Macaé or on board of platforms. The generator project was developed by the parent company in Norway, K.Lund Offshore AS, which has 108 years of experience in the marine sector of the North Atlantic ocean. The technology employed in the inert gas generators uses hollow fiber membranes. The system makes a selection to remove the oxygen, the carbon dioxide and the water vapor, based on a supply of compressed air, leaving a current rich in nitrogen, as the main product. To preserve the integrity of membranes and to ensure efficient separation, the compressed air, which is fed, is filtered and pre-heated. The membrane unit is placed on a full skid, with valves, pipes, instruments and pressurized control panel. And the best part: using national parts and labor!
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A pioneira em Controle de Avaria Offshore Fotos: Macaé Offshore
Numa parceria inédita com a empresa Holandesa Svitzer Wijsmuller BV, a Falck Nutec inclui no seu portfólio de cursos o treinamento CAVO – Controle de Avaria Offshore. Além de ser a única empresa privada autorizada a desempenhar a atividade com trabalhadores civis, ainda sai na frente realizando o treinamento com mulheres, numa ação totalmente inovadora O QUE É? O Controle de Avaria Offshore tem o objetivo de fazer a contenção imediata dos danos sofridos pela embarcação após uma avaria. A Falck Nutec treina trabalhadores embarcados para executarem as ações iniciais até a chegada da equipe da Svitzer Wijsmuller BV. O treinamento é feito por etapas: contenção do vazamento; escoramento de acessos e bombeamento da água. A comunicação
Verônica Ávila, e Hávila Guimarães, (ambas da Petrobras); e Sheila Ferreira, (da Hope) participaram do primeiro treinamento CAVO para mulheres
precisa da equipe com o gerente da unidade e do mesmo com o contro14
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le de emergência em terra também é imprescindível para que a pane não fuja ao controle e para se saber a real dimensão dos danos sofridos. COMO É FEITO? Para vivenciar a situação de emergência, o treinamento é feito em locais de confinamento similares aos encontrados a bordo Em dois módulos: reduzir o nível de inclinação da emteórico e prático. A simulação da avaria se dá em com- barcação e manter a flutuabilidade partimentos iguais aos das em- sob controle. barcações, assim como o kit de emergência usado também é si- POR QUE A FALK NUTEC? Porque é a única empresa privada milar aos encontrados a bordo. Os alunos vivenciam todo o impacto autorizada a desempenhar a atividade uma situação real – alagamen- de com trabalhadores civis. A Falck to, calor etc –, enquanto executam Nutec desenvolveu o CAVO, baseado a vedação de uma rachadura ou em treinamentos militares. E conmanuseiam uma bomba para fazer quistou o direito de oferecer o curso o esgotamento da água represada, a civis, homologado pela Engenharia Naval da Petrobras. por exemplo. QUAL A VANTAGEM DO TREINAMENTO CAVO? Antes do curso, os kits de emergência da Svitzer Wijsmuller - empresa que tem exclusividade no serviço de salvamento para a Petrobras – estavam com sua funcionalidade comprometida. Agora, se tornaram uma ferramenta eficaz. Sabendo usar o material, adequadamente, é possível
QUEM PODE FAZER? O curso é aplicável aos membros da equipe de manutenção, operadores, pessoal de estabilidade, supervisores e gerente das unidades marítimas. “Recentemente, recebemos, pela primeira vez na história, mulheres para o treinamento”, orgulha-se Alexandre Reis, diretor de operações da Falck Nutec.
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Pioneer in Offshore Damage Control As never seen in its operating life, Falck Nutec has entered a partnership with the Dutch company Svitzer Wijsmuller BV, to include in its portfolio of courses the training CAVO – Offshore Damage Control. Besides being the only private company authorized to perform the activity with civil workers, it is also the leading company in providing training to women, in a fully innovating action WHAT IS IT? The Offshore Damage Control aims at immediate holding back of the damages caused to vessels after an average. Falck Nutec trains onboard workers to take the initial actions until the arrival of Svitzer Wijsmuller BV team. The training is delivered by steps: containment of leakage; strutting of access ways and water pumping. Accurate communication between the team with the unit’s manager and between the latter and the onshore emergency control is also critical to prevent the emergency situation from go beyond the control and to know the actual dimension of the damages caused. HOW IS IT MADE? In two modules: theoretical and practical. The damage simulation takes pla-
ce in compartments similar to those of vessels, and the emergency kit is also similar to those found onboard. Students experience the impact of a real situation – flooding, hot temperatures etc –, while they seal a crack or handle a pump to deplete the contained water, for instance. WHAT IS THE ADVANTAGE OF CAVO TRAINING? Before the course, the emergency kits of Svitzer Wijsmuller – a company exclusively contracted to provide rescue services to Petrobras – were not as operational as they should be. Now, they have become an effective tool. “Knowing how to properly use the material, it is possible to drop off the vessel’s angle and keep buoyancy under control”, explains Marcos Rosa,
Leakage containment; strutting of access ways and water pumping are some of the steps performed by the trainees during CAVO training
Fotos: Macaé Offshore
Alexandre Reis as Falck Nutec’s chief of operations
Falck Nutec manager. WHY FALK NUTEC? Because it is the only private company authorized to perform the activity with civil workers. Falck Nutec developed CAVO, based on military training. And was entitled to the right of offering the course to civil workers, approved by Petrobras Naval Engineering. WHO CAN DO THAT? The course applies to maintenance team members, operators, stability personnel, supervisors and managers of marine units. “We have recently received, for the first time in history, women for the training”, says Alexandre Reis, Falck Nutec operations director. The following pioneer women work onboard FSO P-38: Verônica Ávila, 24, and Hávila Guimarães, 26 (both from Petrobras); and Sheila Ferreira, 24 (from Hope). MACAÉ OFFSHORE
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TNF: logística integrada
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Para garantir praticidade e segurança nas operações, a Tranportadora Norte Fluminense atua na análise técnica das necessidades do cliente no aluguel de equipamentos especiais, passando pelo gerenciamento de risco
novo desafio da TNF é uma movimentação de carga inédita na região, em que o destaque da operação é um guindaste com capacidade para 500 toneladas. A supermáquina está sendo operada no Porto do Forno, em Arraial do Cabo - RJ, viabilizando o serviço de docagem para um cliente de Macaé. Ousadias como esta fazem o diferencial da empresa que, hoje, não é mais reconhecida apenas como uma transportadora. A TNF desenvolve um amplo sistema de logística integrada que atende aos clientes de forma personalizada, da retirada da carga ao transporte. “Tudo começa na identificação da real necessidade do cliente: pode ser um guindaste de 30 toneladas, quando ele imagina que a sua carga exige um de 60, ou uma empilhadeira de 9 toneladas, quando uma de 4 soluciona”, explica o Marcelo Lippi, gerente operacional. Outro diferencial da TNF é o serviço de gerenciamento de riscos. As cargas são monitoradas pelo sistema de rastreamento via satélite Autrotac, que faz o rastreamento 24 horas, e trabalha em parceria com a Golden Service. “Isso só é possível porque não fazemos entrega casada. A carga sai direto para o seu destino. Especialmente nas operações offshore, em que um atraso na chegada de um equipamento pode comprometer o sucesso”, conclui Marcelo.
Guindaste com capacidade para 500 ton, em operação no Porto de Forno, em Arraial do Cabo, pela primeira vez na região
empresas (Petrobras, Halliburton, Pride, BJ, FMC, Schlumberger, entre outras), colhendo informações para melhor servi-las, estabelecendo assim uma parceria definitiva.
A excelência dos serviços TNF é comprovada pela certificação ISO 9001/2000, além da exclusiva licença do Ministério do Exército para o transporte de cargas explosivas e radioativas. Todo o trabalho é executado por pessoal capacitado pelo curso Mopp, que passa por constantes treinamentos e reciclagens, buscando aprimoramento para melhor servir aos setores on e offshore, construção civil e até de alimentos.
À frente da Organização - que acaba de completar 23 anos – está o empresário Gentil Antonio de Abreu Júnior. Um jovem empreendedor que soube dinamizar a empresa de família e transformá-la numa referência em transporte, movimentação de cargas, locação e armazenamento de materiais, produtos e equipamentos. A frota da TNF conta hoje com os mais modernos equipamentos que vão de pickups e caminhões baú e truck e carretas comuns, extensíveis e pneumáticas, passando por pranchas rebaixadas, lagartixa, além de dolly, empilhadeiras, guindastes e caminhões Munck.
A esse conjunto de fatores soma-se a qualidade dos equipamentos, renovados a cada dois anos e com manutenção própria, o que assegura o cumprimento de seus prazos em qualquer ponto do território nacional. Tudo porque a TNF tem um jeito especial de relacionamento com o cliente. Semanalmente, as equipes comerciais visitam as
Tamanho empreendimento levou a TNF à se consolidar em todo o território nacional. “Hoje, podemos estender os nossos serviços de norte a sul. A Base de comando das operações é Macaé, mas temos filiais no Rio, Vila Velha, Serra e São Mateus, no ES; e um ponto de apoio em Curitiba”, enumera o empresário.
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Companies and Business
TNF: integrated logistics To guarantee applicability and safety in operations, the Tranportadora Norte Fluminense performs a technical analysis of clients’ necessities, upon rental of special equipments, with special concern for the management of risks
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NF new challenge is the unexampled handling of loads in the region with a standout operational crane with a 500 tons capacity. The super machine is being operated at Porto do Forno, in Arraial do Cabo - RJ, making a dockage service viable for a client in Macaé. Such audacities make the company, which is no more acknowledged as just a road carrier anymore, unique. TNF develops an ample and integrated logistic that personalizes services to clients, from cargo handling to transportation. “We start by identifying clients’ real necessities: it may be a 30 tons crane, when he imagines his cargo would need a 60 tons one, or a 9 tons fork lift truck when a 4 tons vehicle would be a good solution”, explains operational manager, Marcelo Lippi. Another TNF differential is the risk management service. Cargos are monitored by the Autrotac satellite tracking system, working day to day, in partnership with the Golden Service. “This is only possi-
The businessman Gentil Antonio de Abreu Júnior, who streamlined TNF
vle because we do not do work with multiple delivery. The cargo leaves direct to destination. Specially for operations offshore where any delay in the arrival of an equipment might compromise success”, concludes Marcelo. The excellence of TNF services may be confirmed by the certification ISO 9001/2000, in addition to the exclusive license by the Ministry of Army for the transportation of explosive and radioactive cargoes. The whole work is done by personnel qualified by course Mopp, with frequent training and recycling for the improvement in the on and offshore services, civil construction and even food processing sectors. Adding up to these factors, quality of the equipment, replaced every two years and under regular maintenance, ensures fulfillment of due dates across the national territory. TNF has developed a special way of dealing with clients. Market teams pay weekly visits to companies (Petrobras, Halliburton, Pride, BJ, FMC, Schlumberger, among others) collecting information in order to improve services and establish definitive partnerships. Ahead of the Organization – that has just turned 23 – is the entrepreneur Gentil Antonio de Abreu Júnior. A young businessman that has modernized a domestic company, making a reference out of it in transportation, handling, rental and storage of material, goods and equipment. Today, the TNF fleet counts on modern equipment, from pickups, trucks and trunk trucks to hydraulic and extendable, regular closed box trucks, hydraulic and extendable, besides flatbed trucks, caterpillars and dollies, forklift trucks, cranes and Munck trucks. TNF has consolidated a great enterprise nationwide. “Today we may offer our services across the country. The operation Headquarters is in Macaé, but there are branches in Rio, Vila Velha, Serra and São Mateus, in ES; and a point for support in Curitiba”, declares the entrepreneur. Crane with capacity for 500 tons, operating at Forno Port, in Arraial do Cabo, for the first time in the region
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Empresas e Negócios
O primeiro carregamento de Polvo Agora que a Lei do Petróleo completa 10 anos, o ciclo produtivo do óleo no Brasil registra um novo marco. Pela primeira vez, a partir da abertura do mercado, uma operadora estrangeira, a americana Devon produz exclusivamente. O cenário é o Campo de Polvo, na Bacia de Campos Arquico Macaé Offshore
submersa, dentro do poço”, exemplifica Marroquim. A expectativa é que já se tenha óleo suficiente para levantar uma carga no início de outubro. “Nós começamos poço a poço. Estamos no primeiro (na ocasião da entrevista). Até o final do ano devemos ter quatro poços em funcionamento. A produção vai subindo à medida em que vamos furando e completando os poços. A produção máxima de 50 mil/bd só deverá ser alcançada na segunda metade de 2008”, informa o presidente da Devon.
O caminho das pedras
O
Murilo Marroquim, presidente da Devon no Brasil
processo entre a licitação, perfuração e a entrada em operação de Polvo foi relativamente curto. Em 2000, a Devon Energy Corporation venceu a licitação da ANP, em parceria com a sul-coreana SK. Quatro anos depois, descobriu o Campo de Polvo, no Bloco BM-C-8, na Bacia de Campos. E, em novembro de 2006, iniciou a instalação de uma plataforma no campo. A partir de julho de 2007, a empresa começou a extrair o óleo de um primeiro poço – ao todo serão 10 – destinado a “quem quiser comprar”, como sintetiza o presidente da empresa no Brasil, Murilo Marroquim.
As instalações incluem uma plataforma de produção fixa e perfuração ligada a uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo (FPSO). Todas as grandes companhias prestadoras de serviço estão envolvidas nesse projeto. O diferencial de Polvo é o serviço oferecido pela veterana Petroserv, empresa de perfuração estabelecida em Macaé que detém o contrato de operação e manutenção, tanto da sonda de perfuração da plataforma quanto da área de produção. Do fundo do mar para cima, como se refere Murilo Marroquim, a tecnologia é “bastante simples”: uma plataforma leve, já que toda a parte de preparação e tratamento do óleo, geração de energia e água de injeção ficam localizados no FPSO ( de onde o óleo já é carregado). A plataforma, as várias cabeças de poço, árvores de natal e uma bomba multifásica para mandar o óleo para o FPSO. “Estamos usando poços horizontais com afastamento bastante grande e bomba elétrica 18
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Para prestar serviço à Devon, o caminho é mais ou menos o mesmo que uma prestadora de serviço percorre para chegar a qualquer grande operadora. De acordo com a necessidade específica, a Companhia abre uma licitação. A Devon dá muita ênfase à segurança e meio-ambiente, portanto, para participar de uma licitação, a empresa deverá possuir certificações específicas da sua área. Quem tem cadastro na Onip encurta o caminho, porque o ponto de partida para a Devon é o cadastro da Organização. Há dois meses da 9a Rodada de novos blocos exploratórios, que será realizada em 27 de novembro pela ANP, a Devon ainda não se manifestou. “O grupo está analisando para ver se vai participar. O mais significativo neste momento é que estão começando a aparecer projetos em blocos que já foram licitados. Até bem pouco tempo, todos os projetos eram remanescentes daqueles blocos azuis que a Petrobras manteve na época da abertura. Dez anos depois, os projetos aparecem, ou de descobertas feitas já nos blocos azuis, mas que não tinham sido desenvolvidos na época, ou que foram descobertos depois, naqueles contratos que a Petrobras fez para os próprios blocos azuis. Ou ainda em blocos que foram licitados, como é o caso de Polvo, que é da 2a Rodada”, relembra Marroquim. Como o caso de Polvo, outros projetos de outras companhias estão em andamento. Como o da Anadarco, em parceria com a Hydro, que estão começando o desenvolvimento do Campo de Peregrino, no bloco imediatamente ao sul de Polvo. Outro exemplo é a Chevron que vai começar no Campo de Frade. Como são investimentos de longos prazo, os que serão licitados na 9a Rodada só entrarão em produção daqui há onze anos, aproximadamente. “O Brasil tem de manter o fluxo de ofertas de blocos porque o time para o efeito disso é muito longo. Casos como o da 8a Rodada, que foi interrompida, provocarão reação mais tarde”, alerta Murilo.
Companies and Business
Polvo’s first shipment Now that the Petroleum Law has been in force for 10 years, the oil production cycle in Brazil records a new milestone. For the first time, since the market opening, a foreign operator, American Devon, has exclusive production. The scenario is Polvo Field, in Campos Basin
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he process between Polvo’s bid, drilling and beginning of operation was relatively short. In 2000, Devon Energy Corporation won the bid of ANP (Brazil’s Petroleum Agency), in a partnership with South Korean SK. Four years later, the company discovered Polvo Oil Field, in Block BM-C-8, in Campos Basin. And, in November 2006, Devon started the installation of a platform in the oil field. As of July 2007, the company started extracting oil from the first well - as a whole, there will be ten wells - destined for “anyone who intends to purchase it,” explains the company’s president in Brazil, Murilo Marroquim. The facilities include a fixed production and drilling platform connected to an FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading Vessel). All large service providers are involved with this project. Polvo’s unique characteristic is the service offered by veteran Petroserv, a drilling company established in Macaé and which holds the drilling and maintenance contract, both for the drilling rig of the platform and for the production area. From the bottom of the ocean to the top, as Murilo Marroquim says, the technology is “quite simple”: a light platform, since all the oil preparation and treatment, energy generation and injection water are carried out in the FPSO (where the oil is already loaded). The platform, several well heads, Christmas trees and a multiphase pump to send the oil to the FPSO. “We are using horizontal wells, from a quite long distance and submersible electric pump, inside the well,” Marroquim says.
to appear in blocks that have already been bid. Not too long ago, all projects were remains of those blue blocks that Petrobras kept during the opening period. Ten years later, the projects appear, either from discoveries already made in the blue blocks, but which had not been developed at the time, or from discoveries made at a later time, in those contracts that Petrobras established for the same blue blocks. Or yet in blocks that were offered in bids, such as Polvo, which was offered in the 2nd Round,” Marroquim explains. Similarly to Polvo, other projects from other companies are underway. As in Anadarco’s project, in a partnership with Hydro, which is starting the development of Peregrino’s Field, in the block immediately to the south of Polvo. Another example is Chevron, which is going to start in Frade Field. Since these are long-term investments, the ones that will offered in the 9th Round of Bids will start production 11 years from now, approximately. “Brazil must keep the flow of block offers, because the period for the effect is too long. Cases such as the 8th Round, which was interrupted, will cause a reaction in the future,” Murilo explained.
The expectation is that there will be enough oil for a load in the beginning of October. “We started by exploring one well at a time. We are in the first one (at the time of the interview). By the end of the year we expect to have four wells in operation. Production increases as we drill and complete the wells. The maximum production of 50 thousand/barrels per day will only be achieved by the second half of 2008,” says Devon’s president.
The treasure map
To provide services to Devon, it is necessary to travel along a path somewhat similar to the one that a service provider follows to get to any large operator. Depending on the specific need, the Company starts a bidding process. Devon attaches a lot of importance to safety and environment, so, in order to take part in a bid, companies must have specific certifications in their field. The ones that are registered with ONIP (National Organization of the Petroleum Industry) follow a shorter path, because, for Devon, the starting point is the registration at the Organization. Two months from the 9th Round for new exploratory blocks, which will take place on November 27 by ANP, Devon has not announced its interest yet. “The group is reviewing the bid round before deciding if it is going to take part in it or not. The most important aspect now is that some projects are beginning
The facilities of the production platform of Devon, at Polvo Field
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Articulando
A Usiminas/Cosipa no setor petrolífero
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convivência da Usiminas/Cosipa com a cadeia produtiva do petróleo é repleta de projetos marcantes no Brasil e no exterior, sendo também pautada por uma permanente evolução nas especificações dos aços utilizados na indústria petrolífera. O desenvolvimento tecnológico e os contratos de transferência de tecnologia com a Nippon Steel Corporation credenciaram a empresa a fabricar os mais diferentes tipos de aços para o atendimento a este mercado, que envolve produtos para a indústria naval, para a construção de plataformas marítimas, para a produção de dutos de petróleo e gás, e caldeiras e vasos de pressão para refinarias. Desde a década de 70, a Usiminas/Cosipa fornece aços para a indústria naval brasileira. Quando ela se encontrou em crise, continuamos fornecendo para estaleiros, como o coreano Hyundai, o maior do mundo. Mantivemos-nos atualizados para a retomada, em função dos projetos de renovação e ampliação da frota da Transpetro. Os aços fornecidos pela empresa para a construção de navios de médio e grande portes apresentam boa tenacidade e soldabilidade, e são atestados pelas principais entidades certificadoras para a construção naval, como o Bureau Veritas (BV), American Bureau of Shipping (ABS), Lloyd’s Register (LR), Det Norske Veritas (DNV) etc. Para a produção de plataformas marítimas, a empresa oferece ao mercado aços de alta qualidade, para os quais, além das propriedades mecânicas de tração, exigem-se garantias de impacto com ou sem envelhecimento, resistência à tração no sentido da espessura, granulação fina e controle da qualidade interna por ultra-som. Na produção de tubos para petróleo e gás, as especificações de aços para esta aplicação são regidas pela norma API - American Petroleum Institute. As características deste grupo de aços são a boa conformabilidade, tenacidade, soldabilidade e resistência a trincas induzidas por hidrogênio. Para a produção de caldeiras e vasos de pressão, os aços disponibilizados pela Usiminas/Cosipa têm como característica a sua versatilidade quanto à temperatura de uso, variando de baixas até altas temperaturas. Podemos citar uma série de projetos importantes no Brasil e no exterior, nos quais os aços da Usiminas/Cosipa tiveram forte presença. No segmento de dutos para petróleo e gás, a Usiminas forneceu aços para projetos na Arábia Saudita, Egito, Kuwait, Índia, Malásia, EUA, Colômbia, Argentina, Peru, Venezuela, Equador, etc. No Brasil, pode-se destacar, além de vários projetos na Bacia de Campos, o fornecimento para o Gasoduto Brasil – Bolívia e para o recente projeto GASENE da Petrobras. No segmento de plataformas, vale destacar o fornecimento de aços para os projetos das plataformas P 47, P 50, e as mais recentes P 51, P 52 e P 54, além de outras como a de Garoupa, que foi um marco no fornecimento de aços
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para a construção de plataformas no país. O Brasil vive um momento decisivo para seu desenvolvimento econômico, para o qual os setores siderúrgico e de petróleo e gás terão papéis fundamentais. Não é por acaso que estes setores possuem uma ampla agenda de investimentos que se inter-relacionam, na medida em que a expansão da frota de navios petroleiros, das refinarias, das plataformas e da malha de dutos que viabilizarão o aumento da produção de petróleo e gás no país terão como matéria-prima os aços produzidos pela Usiminas/Cosipa, e que a expansão do nosso parque siderúrgico conta com o fornecimento de energia suplementar representada pela oferta nacional de gás natural. No caso específico da Usiminas/Cosipa, a empresa está iniciando um amplo Programa de Investimentos no valor de US$ 8,4 bilhões, que contempla a modernização de suas plantas de Ipatinga e Cubatão e a ampliação da capacidade de produção. Na linha de chapas grossas, que prevê o aumento da capacidade de produção em 500 mil toneladas/ano e a incorporação na linha, de novas tecnologias, como o resfriamento acelerado, que possibilitarão a produção de aços de última geração para a fabricação de tubos para condução de gás e petróleo. O futuro do país depende do esforço de todos os segmentos, mas vemos com muito entusiasmo o Plano Estratégico da Petrobras para os próximos anos e a atuação do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás) na mobilização e capacitação de fornecedores nacionais para o atendimento às demandas do setor de petróleo e gás. A Usiminas/Cosipa, como maior fornecedora de aços planos para os principais setores que atuam na indústria petrolífera do país, está preparada para o cenário que se avizinha, marcado pela expansão da capacidade de exploração, produção e transporte de petróleo e gás, insumos fundamentais para o nosso desenvolvimento econômico.
Rinaldo Campos Soares
é presidente da Usiminas/Cosipa
News & Views
Usiminas/Cosipa in the oil sector
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he coexistence of Usiminas/Cosipa with the oil production chain is full of remarkable project in Brazil and abroad, being also ruled by a constant development in the specifications of the steel used the oil industry. The technological development and the contracts for technology transfer with Nippon Steel Corporation have qualified the company to manufacture a number of different types of steel to serve this market, which involves products for the naval industry, for the construction of offshore platforms, for the production of oil and gas pipes and boilers and pressure vessels for refineries.Usiminas/Cosipa has been supplying the Brazilian naval industry with steels since the 1970s. When it was undergoing a crisis, we continued supplying f o r shipyards, such as the Korean Hyundai, the largest one in the world. We are updated and ready for the recovery due to the fleet renewal and enlargement projects.The steel supplied by the company for the construction of medium and large-sized vessels have presented good toughness and welding capability, and e are certified by the main certifying bodies in naval construction such as Bureau Veritas (BV), American Bureau of Shipping (ABS), Lloyd’s Register (LR), Det Norske Veritas (DNV), etc.For the production of offshore platforms, the company provides to the market high quality steels which, besides the tensile mechanical properties, impact warranties with or without aging, tensile strength through thickness, fine granulation and control of internal quality by means of ultra-sound. In the production of oil and gas pipes, steel specifications for this application are ruled by API standard - American Petroleum Institute. The properties of this group of steels are the good compliance, toughness, welding and resistance to cracks induced by hydrogen. For the production of boilers and pressure vessels, the steels made available by Usiminas/Cosipa have as their property their ver-
satility towards use temperature, ranging from low to high temperatures. There are a number of important projects in Brazil and abroad in which the Usiminas/Cosipa steel had a striking presence. In the segment for oil and gas pipe, Usiminas has supplied steel for projects in Saudi Arabia, Egypt, Kuwait, India, Malaysia, the USA, Colombia, Argentina, Peru, Venezuela, Ecuador, etc. In Brazil, besides several projects in Campos Basin, the supply for the Gas pipeline Brazil – Bolivia and the recent Petrobras’s project GASENE are worth highlighting.In the platforms segment, it is worth mentioning the supply of steels for the projects of platforms P 47, P 50, and, most recently, P 51, P 52 e P 54, besides others such as the one in Garoupa, which was a milestone in the steel supply for the construction of platforms in the country.Brazil is going through a critical moment for its economic development, in which the iron and steel and oil and gas sectors will have vital roles. It is not a mere coincidence that these sectors have a large agenda of investments which are interconnected, as the enlargement of oil vessels fleet, refineries, platforms and the pipelines which make feasible the increase of the oil and gas production in the country shall have as raw material the steels produced by Usiminas/Cosipa, and the expansion of our iron and steel industrial complex includes the supply of additional energy represented by the National offer of natural gas. In Usiminas/Cosipa’s specific case, the company is starting a large Investment Program in the amount of US$ 8.4 billion, which includes the modernization of Ipatinga and Cubatão plants and the enlargement of the production capacity.In the line of heavy plates, which estimates the increase of the production capacity in 500 mil tons/ year and the incorporation to the line of new technologies, such as the fast cooling, which will enable the production of state-of-the-art steels for the manufacturing of pipes for the conveyance of gas and oil. The future of the country depends on the effort of all segments, but we see Petrobras’s Strategic Plan for the next years and the operation of Prominp - Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Mobilization Program for the Oil and Gas Industry) in the mobilization and qualification of national suppliers to meet the demands in the oil and gas sector. Usiminas/Cosipa, as the largest flat steel supplier to the country’s oil industry, is ready to face the scenario which is coming near, marked by the expansion of the oil and gas exploration, production and transportation capacity, vital inputs for our economic development.
Rinaldo Campos Soares
is Usiminas/Cosipa’s Chief Executive Officer MACAÉ OFFSHORE
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Entrevista
Ramon Vazquez Macaé Offshore
Ele é o presidente da Solaris Equipamentos e Serviços, empresa líder de mercado no segmento de locação de plataformas aéreas, manipuladores telescópicos para carga e geradores de energia elétrica. Nesta conversa, Ramon fala do investimento da ordem de US$ 17 milhões em novas máquinas, da tendência mundial do uso de equipamentos para acesso mecanizado e explica porque o processo de locação é mais vantajoso para toda a indústria, incluindo os setores naval e de petróleo e gás Macaé Offshore: O Brasil já incorporou o novo conceito de acessos mecanizados nas obras, ou ainda continua na era do andaime? Ramon Vazquez: A utilização de plataformas têm
aumentado em nossa indústria, mas ela ainda absorve pouco o conceito largamente utilizado na Europa e nos Estados Unidos, onde esta realidade já existe há 35 anos. A nossa legislação ainda permite a exposição do operário em andaimes e em gaiolas na ponta de guindastes, enquanto que a legislação em países mais desenvolvidos exige a plataforma aérea, na maioria das situações.
MO: Quais os serviços que podem ser desenvolvidos por estes equipamentos? RV: A plataforma aérea de trabalho, que
pode chegar até 43 metros de altura e carregar até três pessoas, opera na manutenção industrial, recuperação estrutural, instalações elétricas, pintura, montagem de estruturas etc. Já os manipuladores de carga, substituem o elevador, a grua, o guindaste, o caminhão munk, a empilhadeira e a pá carregadeira,
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MACAÉ OFFSHORE
durante a construção.
MO: Num futuro próximo os andaimes devem sair de circulação? RV: As plataformas aéreas chegam para
substituir os andaimes, que exigem uma logística complicada, envolvendo um número desnecessário de trabalhadores, demandando vários dias para montagem e retirada das estruturas. Nossos equipamentos garantem produtividade, rapidez e segurança nas operações, especialmente nas intervenções de curto espaço de tempo. O método tradicional se justifica em situações de longos períodos.
MO: O que é mais interessante para a indústria: comprar ou alugar os equipamentos de acesso mecanizado? RV: Sem dúvida alugá-los. Noventa por
cento da nossa receita vêm do faturamento com aluguel. E os motivos justificam a escolha. Uma empresa necessita, por exemplo, de uma Plataforma de Lança Articulada, para manobras em terrenos acidentados. Terminado o serviço ela não tem mais aplicação
para esta máquina. Quando alugamos um ou mais equipamentos, a manutenção, a reposição de peças e a atualização deles fica por nossa conta.
MO: A mão-de-obra precisa ser especializada? RV: Tanto as plataformas aéreas quanto os mani-
puladores telescópicos são relativamente simples de operar, necessitando apenas de um breve treinamento. Mas, como as pessoas desconhecem o potencial das máquinas, algumas vezes disponibilizamos um operador, para difundir as várias possibilidades e facilidades que o equipamento proporciona, entre os trabalhadores dentro da planta, seja na construção civil, no setor naval, ou no ramo de óleo e gás etc.
MO: Como líderes do mercado nacional, vocês possuem a maior frota de equipamentos para aluguel? RV: Com cerca de mil máquinas, temos a maior frota
MO: A indústria do petróleo absorve com freqüência essa tecnologia? RV: Temos vários contratos nesse ramo. Inclusive,
tamos fazendo um investimento da ordem de US$ 17 milhões em equipamentos, o que significam mais 180 novas plataformas aéreas, 20 manipuladores telescópicos e mais 23 MW de potência em geradores que serão somados à frota atual.
estamos utilizando pela primeira vez no Brasil uma plataforma aérea, com 20 m de altura, movida sobre esteira. O equipamento está na Refinaria RLAN, na Bahia, para a Petrobras, operando na pintura de tanques de óleo, que ficam em local bastante arenoso, o que impede o trabalho de máquinas com pneus pelo risco de atolarem. A esteira, ao contrário, proporciona melhor distribuição de carga, evitando o problema.
MO: A Solaris mantém outros contratos com a Petrobras e empresas do setor do petróleo? RV: Ainda na Bahia, colocamos 10 plataformas aé-
reas, no canteiro de obras da Petrobras, em São Roque do Paraguaçu, num contrato de dois anos. Na Bacia de Campos, atendemos com oito equipamentos, na Base de Imbetiba e no Parque de Tubos, também com contrato de dois anos. E levamos nossos equipamentos também às grandes prestadoras de serviço, como Halliburton, Schlumberger, FMC entre outras.
MO: E o mercado capixaba? Ele também está absorvendo seus serviços? RV: Nós enxergamos o Espírito Santo como um pólo
em crescimento e, por isso mesmo, já temos uma filial lá há oito anos. Isso que fez com que dobrássemos nossa estrutura física, para atender contratos com a Aracruz, CSD, Samaco, Companhia Vale do Rio Doce e a própria Petrobras, na cidade de Linhares.
MO: A Solaris monta ou fabrica seus equipamentos? RV: Nossas máquinas são todas importadas. As
plataformas aéreas e os manipuladores de carga são da americana JLG, líder mundial em plataformas, que fez a primeira joint venture com a Mills do Brasil, quando nasceu então a JLG Mills, em 1997. Pouco tempo depois a empresa passou a se chamar Mills Rental, e ,desde agosto/07, opera com a razão social Solaris. Já os geradores são da inglesa Cummins.
de plataformas aéreas (800) e de manipuladores (60) e também 170 geradores de energia com um total de 70 MW de potência em locação.
MO: As expectativas para o ano que vem são boas? RV: TTenho uma visão extremamente otimista. Tanto, que es-
MO: O investimento é resultado da nova razão social da empresa? RV: A alteração do nome já estava prevista há quatro
anos, quando a Mills do Brasil vendeu sua participação para a Sullair, empresa líder em locação de equipamentos, na Argentina. A mudança para Solaris, realmente, marca uma série de inovações. Como, por exemplo, o novo site (www.solarisbrasil.com.br), o serviço de teleatendimento (0800 702 0010), a implantação do Sistema de Gerenciamento de Relacionamento com os Clientes e o início do processo de certificações ISO 9001, 14001, 18001.
MO: Estas certificações sugerem ações nas áreas de saúde, meio ambiente e segurança. A Solaris pratica a Responsabilidade Social? RV: Atuamos em várias frentes: do recolhimento sele-
tivo do lixo gerado no trabalho até ações simples de reaproveitamento de material de escritório. Para implantar a atividade e conscientizar os funcionários, contratamos consultores que deram treinamento ao nosso pessoal. E, este ano, desenvolvemos um calendário, para atender instituições sociais, sempre próximas de nossas filiais. Com estas atitudes, a empresa sensibiliza o funcionário e dá a sua parcela de contribuição para tentar melhorar as condições de vida no planeta.
MO: No planejamento da empresa para 2008, está prevista maior demanda do setor de petróleo e gás, portanto, mais pronto atendimento da Solaris? RV: Com o crescimento na área de exploração, há
uma demanda grande por navios de apoio e plataformas. Conseqüentemente, uma oportunidade de levar os nossos equipamentos aos canteiros de obras e aos estaleiros, dando maior segurança às atividades no setor naval. Nesse escopo estamos estruturando novas filiais, para se juntarem às de São Paulo, Rio de Janeiro; Belo Horizonte; Dias D’Ávila, na Bahia; Serra, no Espírito Santo; e Curitiba. A cidade de Macaé está em avaliação. MACAÉ OFFSHORE
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Interview
Ramon Vazquez He is the President of Solaris Equipamentos e Serviços, a market leader company in the segment of aerial platforms, telescopic load forklifts and electrical power generator rentals. During the conversation, Ramon talks about investments mounting to US$ 17 million in new machines, the worldly tendency of using equipment for mechanized access, and explains why the rental process brings advantage for the whole industry, including the naval and oil/gas sectors Macaé Offshore
Macaé Offshore: Has Brazil already incorporated the mechanized access in construction or is still in the scaffold era? Ramon Vazquez: The utilization of aerial platforms
and telescopic forklifts has increased in our industry but the concept has not yet been adopted as largely as in Europe and the United States, where it has been a reality for already 35 years. Our legislation is still blind for workers in scaffolds and crane baskets, while more developed countries have legislations that require aerial platforms in most situations.
MO: Which services can be performed by this kind of equipment? RV: The working aerial platform, with 43 meters of travelling length and able of carry up to
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MACAÉ OFFSHORE
three people, operates in industrial maintenance, structure recovery, electricity facilities, painting, structure assembly etc. The cargo forklifts substitute for the lifts, hoists, cranes, truck muncks, forklift trucks, and front-end loaders, during constructions.
MO: Are scaffolds going to disappear in the near future? RV: The aerial platforms and telescopic forklifts
are really going to substitute for the scaffolds, which demand a complex logistic involving an unnecessary number of workers, and five to ten days for structure assembling and disassembling. Our equipment guarantee productive, fast and safe operations, especially in short-term interventions. The traditional method is justified for situations lasting three months and on.
MO: What is the most relevant for industry: purchasing or renting mechanized access equipment? RV: Renting, undoubtedly. Ninety percent of our revenue
is represented by rent billings. And the reasons support the choice. For example, a company needs an Articulated Platform for maneuvering in irregular grounds. After the service is finished the company has no other application for the machine. When equipment is rented, maintenance and substitution or updating of parts is on our accountability, and, many times, so is the operator.
MO: Is there a necessity for specialized manpower? RV: Aerial platforms and telescopic forklifts are both re-
latively simple to operate, demanding just a brief training. But, as usually people ignore the potential of these engines, we offer an operator to demonstrate, in loco, possibilities and shortcuts available for workers, either in the civil construction, the naval sector or in the oil and gas field.
MO: Is this technology frequently absorbed by the oil industry? RV: We have various contracts in this field. We are even
working with an aerial platform 20 m high ran on movable tracks, a novelty in Brazil. The equipment is at Refinaria Relan, in Bahia, for Petrobras, for the operation of painting tanks that are in a quite sandy area, what would hinder work done with engines with tires for the risk of sticking in the mud. The tracks supply an even distribution of the load, avoiding the problem.
MO: Are there other contracts between Solaris and companies of the oil sector? RV: Still in Bahia, we have put 10 aerial platforms in the
working site of Petrobras, in São Roque do Paraguaçu, under a two-year contract. At Campos Basin, we have supplied eight pieces of equipment, in Base de Imbetiba and in the Parque de Tubos, under a two-year contract, too. And we also offer our equipment to big service provision companies, such as Halliburton, Schlumberger and FMC among others.
MO: And the capixaba market? Is it also absorbing your services? RV: We see Espírito Santo as a growing pole and, due to
that, we have already opened a branch there eight years ago. That made our company double in physical structure and able to sign contracts with Aracruz, CSD, Samaco, Companhia Vale do Rio Doce and Petrobras itself, in the city of Linhares.
MO: Does Solaris assemble or manufacture its equipment? RV: Our machines are all imported. The aerial platforms
and load forklifts are from the American JLG, world leader in platforms, which entered in the first joint venture with the Mills do Brasil, and when JLG Mills was born, in 1977. Afterwards, the company changed its name to Mills Rental, and, since August/07, is operating under the trade name Solaris. The generators are from the English Cummins that we represent since 2001.
MO: As national market leaders, do you have the largest equipment fleet for rent? RV: Certainly in capacity for only with the generators, we release 70 MW of energy. Adding the 170 unities that generate energy to the 700 platforms, and the 50 telescopic forklifts, it all makes a thousand machines today.
MO: Are there good expectations for next year? RV: I am extremely optimistic. To prove it, we are dealing
with investments amounting to US$ 17 million in equipment, meaning more than 180 new aerial platforms, 20 telescopic forklifts, and 23 MW more of power in generators, which will be integrated in the present fleet.
MO: Are the investments coming to rocket the new company trade name? RV: The alteration in the name had been planned since
four years ago, when the Mills do Brasil sold its participation to Sullair, a leader company in equipment rental in Argentina. The change to Solaris, actually represents a series of innovations. As, for example, the new site (www.solarisbrasil. com.br), the call center service (0800 702 0010), the implementation of the Relation with Clients Management System and the beginning of the certification process ISO 9001, 14001, 18001.
MO: The certifications suggest actions for the areas of health, environment and safety. Is Solaris practicing Corporate Social Responsibility? RV: : We are present in different areas: from selective
collection of waste generated at work up to simple actions of stationery recycling. To implement the activity and round up employees, we have contracted consultants to give trainings to our personnel. And, this year, we have developed a calendar for the social institutions, always close to our branches. With these attitudes, the company involves the employees and does its share to improve the conditions of life in the planet.
MO: In planning for the company in 2008, is a growing demand expected for the sector of oil and gas, and therefore, more opportunities for Solaris to provide services? RV: With developments in the exploration area, there is
a great demand for supporting ships and platforms. It consequently offers an opportunity for taking our equipment to working sites and shipyards, offering more safety to activities in the naval sector. In this scope, we are structuring new branches, to join in with São Paulo; Belo Horizonte; Dias D’Ávila, in Bahia; Serra, in Espírito Santo; and Curitiba branches. Macaé City is under assessment. MACAÉ OFFSHORE
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Cais do Porto do Rio de Janeiro, o primeiro do país de movimentação de passageiros e o quarto em comércio internacional, que vai receber obras de revitalização
Apagão portuário: tem como evitar? O problema afeta todas as áreas de atuação, das exportações aos serviços de apoio do setor offshore. Nós conversamos com o professor Gilberto Fialho, D.Sc., da Escola Politécnica, Departamento de Recusos Hídricos e Meio Ambiente, da UFRJ, que fez um diagnóstico da situação no Estado do Rio e pontuou as questões mais críticas: Por Sônia Vasconcelos 26
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Agência O Globo - Marco Antônio Teixeira
LOGÍSTICA OFFSHORE
“Podemos dizer que o setor portuário já está enfrentando problemas de congestionamento em alguns segmentos, principalmente no de granéis sólidos, cujas embarcações estão operando com tempos de espera muito acima do tolerável. Se nada for feito teremos outros setores com problemas semelhantes, incluindo a área de offshore. Onde é que os barcos de apoio vão atracar? O porto de Imbetiba já está saturado e com poucas chances de expansão. Não se vê nenhum movimento de construção de novos portos para apoio ao setor, especialmente num momento em que assistimos ao crescimento da indústria do petróleo. E é bom que se diga que são portos mais fáceis de serem construídos, porque atendem às embarcações de pequeno porte.”
A ALTERNATIVA DE BARRA DO FURADO
INFRA-ESTRUTURA
“Estamos há alguns anos sem obras de infra-estrutura, no país. Ultimamente, só o sistema aeroportuário passou reformas, mesmo assim em sala de embarque para passageiros. Não foi comprado um só radar, nem foram feitas obras significativas nas pistas de pouso e decolagem. O resultado está aí... Em rodovias, ferrovias e portos o panorama não é diferente.”
“Talvez seja mais um problema do que uma alternativa, por conta do assoreamento do canal que a obra vai provocar. Tem como corrigir? Sim, só que depende de uma solução cara: o by-pass de sedimentos (procedimento que transfere areia de um lado para o outro, fazendo artificialmente o que a natureza faz normalmente sozinha), solução que vai exigir que se faça isso a vida inteira. Como o local é limítrofe entre dois municípios (Campos e Quissamã), a areia vai sair de uma cidade para a outra eternamente. Com o tempo, as pessoas vão questionar a viabilidade do empreendimento. Na verdade, todo o trecho litorâneo que vai de Atafona, na foz do rio Paraíba do Sul, até Barra do MACAÉ OFFSHORE
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Furado não é indicado para a atividade portuária, por conta da sua instável morfologia e movimentação costeira de sedimentos.”
PORTO DO FORNO, ARRAIAL DO CABO “Seria bom para apoio ao setor offshore, mas ele se presta mais ao atendimento aos navios maiores, já que tem profundidade bem superior à necessidade das pequenas embarcações de apoio. Ele é utilizado hoje, mas o seu maior problema é o fato de estar dentro de Arraial do Cabo, ou seja, para se chegar até ele é preciso atravessar a cidade. Outros portos também ficam comprometidos pelo mesmo motivo, como o Porto do Rio de Janeiro, o de Angra dos Reis e o de Sepetiba, que não têm acesso terrestre adequado.”
INVESTIMENTOS NO SETOR
“É urgente a necessidade de investimento para a construção de novos terminais, em locais adequados, com acessos terrestre e ferroviário inteligentes. Isso para evitar absurdos como acontece hoje. Por exemplo, tem carga que vem em ferrovia em bitola estreita e precisa passar para um caminhão, em Volta Redonda, porque a ferrovia que vai deste ponto até o porto de Itaguaí possui bitola larga.”
A CONSTRUÇÃO DE UM PORTO
“Tem que se levar em conta os aspectos globais e não apenas a questão específica do navio, do barco ou do acesso. De um modo geral, as pessoas não olham a construção de um porto com uma visão conjunta, porque elas têm especialidades diferentes: o engenheiro naval olha o barco, o engenheiro civil hidráulico foca na dragagem e ainda tem o engenheiro civil encarregado do acesso. Os estudos têm de se coadunar para dar certo.”
REVITALIZAÇÃO DO PORTO DO RIO
“Ele enfrenta problemas de dragagem, mas não é o único. Tem a questão do acesso também. O entorno do porto do Rio de Janeiro vive congestionado. Os caminhões não podem trafegar na Linha Vermelha. Então, passam pela Av. Brasil e fica o caos que a gente conhece, diariamente. Os terminais de contêineres ficam no Caju, carretas enormes podem levar meia hora para entrar ou sair do Caju - um bairro antigo, com ruas superestreitas para esta finalidade.”
PONTOS CRÍTICOS
“As obras de rodovia e ferrovia propostas para a revitalização do Porto do Rio vão mexer na região portuária, mas não desafogarão a Avenida Brasil, artéria rodoviária principal de entrada e saída de mercadorias. No caso de novas vias alternativas, precisa-se saber se a carga terá segurança por onde ela vai passar. Há também situações exóticas que deveriam ser repensadas, naquela região. O antigo prédio do Jornal do Brasil, por exemplo, vai virar um Instituto de atendimento médico, numa zona industrial, sujeita a problemas, como poluição atmosférica por vazamento de substâncias. Não me parece adequado.”
SOLUÇÃO
O Porto do Forno em Arraial do Cabo, cujo acesso é feito por dentro da cidade
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“Estamos precisando de novos portos. Os portos existentes já estão praticamente no limite de suas possibilidades de exploração. Precisamos planejar novos portos brasileiros, a médio e longo prazo, pensando no crescimento sustentado, resguardando os interesses ambientais e urbanísticos. Esse planejamento deve ser integrado, com os acessos marítimo e terrestre adequados. Isso deve ser feito o mais rápido possível, antes que os melhores locais para instalações portuárias estejam comprometidos com outros interesses, inviabilizando sua utilização futura.”
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Macaé Offshore
Imbetiba Port, in Macaé, which has ran out of its capacity for offshore support
The collapse of the port system: is it possible to prevent it? The problem affects all operation areas, from export to support services of the offshore sector. We have talked to professor Gilberto Fialho, D.Sc., from Escola Politécnica (Poly-technical School) of UFRJ. He prepared a diagnosis of the Situation in Rio de Janeiro State and indicated the most critical issues: By Sônia Vasconcelos 30
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INFRASTRUCTURE
“There are some years now the country has not seen infrastructure works. Lately, only the airport system has gone through reforms, and still then, only in the passengers departure lounge. Not even one radar has been bought or any significant works were arranged for the landing or takeoff runways. The results are clear... In freeways, railways and ports, the situation echoes.”
OFFSHORE LOGISTICS
“We might say that the port sector is facing problems of traffic congestion in some segments, specially solid bulk, with vessels operating high above acceptable waiting time. If the pace is kept, we will soon have other sectors with identical problems, including the offshore area. Where are the supporting vessels going to board? The Imbetiba port is already congested and has no options for expansion. It is out of view any movement towards the construction of new ports to help the sector, especially in this moment when we
witness the growing oil industry. It is crystal clear that they are much easier constructed ports, because they are meant to small-sized vessels.”
THE BARRA DO FURADO ALTERNATIVE
“Perhaps it is more of a problem than an alternative, due to the silting of the channel the works will cause. Any possible remedy? Yes, but depending on an expensive solution: the sediments by-pass (a procedure to transfer sand from one side to the other, an artificial performance of nature’s natural actions), a solution demanding to be carried out for life. As the location is borderline between two cities (Campos and Quissamã), the sand will be eternally transferred from one city to the other. In time to come, people will question the feasibility of the project.
FORNO PORT, IN ARRAIAL DO CABO
It would be a helpful reference point for the offshore sector, but it is much more adequate for the reception of larger vessels since its privileged depth outreaches the necessities of small
supporting vessels. Currently in use, it offers a hindrance though, for being inside Arraial do Cabo, what means you only get there after crossing the city. There may be problems reaching other ports too, for the same reason, like Rio de Janeiro, Angra dos Reis and Sepetiba Ports, all with poor land access”.
INVESTMENTS IN THE PORT SECTOR
“Investments are urgently needed for the construction of new terminals in suitable places, with intelligent accesses by road and by train. To avoid absurd actual situations such as, for example, loads arriving in narrow gauge railways having to be put into trucks in Volta Redonda because the railway stretch that reaches Itaguaí from there presents broad gauge”.
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chaos we know. The terminals for containers are in Caju and huge trucks may take up to half an hour to enter or leave Caju – an old neighborhood with streets excessively narrow for this purpose”.
CRITICAL POINTS
The Forno Port in Arraial do Cabo, which can be accessed through the town
THE CONSTRUCTION OF A PORT
“Global aspects have to be taken into consideration and not only specific matters concerning vessels, ships or the accesses. Generally speaking, people lack an overall vision when constructing a port, because of their distinct specializations: the naval engineer cares for the ship, the hydraulic civil engineer focus on the dredging, while the civil engineer takes care of the access. Studies must coadunate for best results”.
REVITALIZATION OF RIO PORT
“It has dredging problems that are not exclusive and access questions also. Rio de Janeiro port vicinities are always with traffic congestion problems. Trucks have forbidden access to the Red Line. So, they proceed to the Av. Brasil, adding to the daily
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“The proposed highway and railway reforms for the revitalization of Rio Port are going to cause a stir in the port surroundings but will not unclog Avenida Brasil, main road artery for incoming and outgoing commodities. As for new alternative accesses, it is decisive to provide for the load security along the itinerary. There are also different situations in that region to be pondered about. Former building of Jornal do Brasil newspaper, for example, is going to be transformed into public medical Institute, inside an industrial zone full of problems such as pollution by fumes. It does not seem quite suitable for me.”
SOLUTION
“We are in need for new ports. The existing ports have practically touched their exploration possibility limits. It is imperative planning on new short- and long-term Brazilian ports based on sustainable growth, protecting the environment and urban interests. Such planning should be integrated with adequate road and sea accesses. And done as quick as possible, before the best port locations are taken for other interests compromising a future occupation.”
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O setor naval apruma o leme O momento é de consolidação do setor naval: estaleiros de norte a sul transformam o país num parque industrial que, por sua vez, dinamizam a indústria siderúrgica e, conseqüentemente, aquecem uma rede de fornecedores e geram vagas de emprego
Por Sônia Vasconcelos
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A
indústria naval enfrenta dois desafios. Primeiro, precisa dar conta de atender às encomendas de plataformas e navios de apoio, mais a construção de 26 petroleiros da Transpetro, dentro dos prazos. A demanda, que exige formação de mão-de-obra e o fornecimento de sistemas, de navipeças e aço naval com preços competitivos. Segundo, garantir um processo sustentável de encomendas de navios que vá além de 2010, de forma a viabilizar os novos estaleiros e a ampliação dos já existentes, com a diluição de custos financeiros num projeto de longo prazo, como sugere o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore, o Sinaval. No que depender do Programa de Modernização e Expansão da Frota - Promef - isso fica garantido, porque o objetivo é justamente modernizar e expan-
A construção das embarcações está dividida entre os estaleiros Atlântico Sul, em Pernambuco; Rio Naval, no Rio de Janeiro; e Mauá, em Niterói, RJ. Todas essas operações já foram aprovadas pelo BNDES. “Montamos uma estrutura que durante a fase de produção se financia um percentual à própria Transpetro e outro percentual para o estaleiro construtor. Após a entrega da embarcação, a Transpetro assume o saldo devedor do estaleiro, ou então utiliza um crédito do BNDES para liquidar seu contrato de financiamento. De modo que, com isso, Arquico Macaé Offshore a gente consiga equacionar a questão histórica das garantias do estaleiro para o financiamento do Banco”, explica Deivisom C. de França Couto, gerente da Área de Infraestrutura de Transporte e Logística do BNDES.
A fabricação seriada (10, 9, 4 navios) permite que se cumpra os prazos e que as embarcações posteriores sejam entregues a preços inferiores aos das primeiras. Deivisom Couto explica o porquê: “Isso passa pelo aproveitamento da mãode-obra e pela necessidade de investimento nos estaleiros, especialmente nos do Estado do Rio. As novas embarcações para atender à Petrobras incrementam as atividades no setor naval De fato, existe uma previsão tanto no contrato de dir a frota de navios da Transpetro, com embarcações construção firmado pela Transpetro com o estaleiro fabricadas no Brasil e que tenham preço e qualidade quanto nos contratos de financiamento do BNDES de internacionalmente competitivos. Até agora, já foram se atingir um mínimo de 60% de índice de nacionalicontratados 19 navios: 10 do tipo Suezmax, com ca- zação. Aliás, a título de incentivo, o BNDES concede pacidade de 170.000 ton, 5 do tipo Aframax, com ca- uma redução na taxa de juros de 0,5%, nos projetos pacidade de 110.000 ton e 4 do tipo Panamax, com que atingem essa meta”. capacidade de 70.000 ton. Para completar a fase 1 do O Programa conta com uma forte participação Promef, faltam ser contratados 4 navios de produtos e da indústria nacional de navipeças que fornece tin3 de GLP (gaseiros), além dos navios a serem definidos tas, bombas, caldeiras, válvulas, fundidos, amarras, para a segunda fase do Programa, informa Arnaldo quadros e cabos elétricos, materiais diversos de tubuSamuel Arcadier, gerente executivo do Promef. 36
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lação, entre outros materiais e componentes dos navios petroleiros que vão substituir as antigas. “As novas embarcações trazem uma tecnologia que redunda em menor consumo de combustível, menor emissão de gases e maior velocidade, além de serem navios mais seguros. Eles estão sendo construídos com casco duplo e sistema integrado de navegação no passadiço do navio, atendendo às atuais exigências da IMO, Organização Marítima Mundial, esclarece Arnaldo. Para o suprimento das plataformas, o Brasil assiste ao segundo plano de modernização da frota das embarcações de apoio. “O BNDES apoiou uma carteira de 44 embarcações (algumas construídas ou em construção). São embarcações de apoio para atender à demanda da Petrobras. Num volume de investimentos de 1 bilhão e 300 milhões de dólares, dos quais 1 bilhão e cem, em financiamentos. Existem ainda 19 embarcações em carteira, em análise ou em andamento, que representam aproximadamente 550 milhões de dólares”, contabiliza Roberta N. de Araújo Ramos, gerente de Infra-estrutura do BNDES. Os recursos para embarcações no Brasil vêm do Fundo de Marinha Marcante, que tem como principal fonte o AFRMM (um adicional de frete). As condições básicas para construção de embarcação nova pelo Fundo da Marinha Mercante são reguladas pelo Conselho Monetário Nacional. A Resolução 3262, de 3 de fevereiro de 2005 dispõe que o spread varia entre 2,5 e 5%, o prazo de carência é de até 4 anos, o
Divulgação Transpetro
Arnaldo Samuel Arcadier, gerente executivo do Promef, Transpetro
de amortização até 20 anos e o financiamento pode chegar até 90% do valor da embarcação. São condições excelentes e um grande negócio para construção. Se o mercado naval amargou anos de atrofia na década de 90, agora tem de estar preparado para as novas possibilidades, como analisa Roberta Ramos: “Além da Petrobras, grande demandante no momento, o setor terá as indústrias estrangeiras que já começaram a contratar no Brasil (Shell, Chevron e outras operadoras). Hoje, quando se visualiza o mercado do petróleo tem de estimar até 2020, como um mercado promissor”. Seu colega, Deivisom, também faz previsões otimistas: “Esses estaleiros podem vender eventualmente para o exterior. Nas embarcações de apoio, o Brasil se posiciona com destaque. E o resultado no final disso será uma mão-de-obra bem qualificada e um estaleiro com instalações modernas, em condições de atender o mercado internacional em determinados nichos”. Tanto otimismo encontra respaldo nas estimativas do Promef, que já projeta uma segunda fase. “O programa tem um horizonte até 2015, mas com o aumento da produção de petróleo, a crescente produção de etanol e biodiesel, além da inserção do Brasil no mercado de GNL (Gás Natural Liquefeito), pode-se esperar para breve a segunda fase. A Transpetro, juntamente com a Petrobras, está definindo os tipos de navios que serão necessários, tendo em vista as projeções oriundas do Planejamento Estratégico do Sistema Petrobras”, finaliza Arnaldo, do Promef.
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OS NÚMEROS DO INVESTIMENTO • O Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro, com previsão até 2015, prevê a construção de 42 embarcações, sendo 26 navios na primeira etapa. • O contrato para a construção dos nove petroleiros pelo Consórcio Rio Naval, do Rio de Janeiro, teve financiamento de R$ 1,76 bilhão, do BNDES, para a Transpetro, correspondentes a 90% do total de R$ 1,96 bilhão. • Durante a construção dos navios, a Transpetro terá um financiamento de R$ 705,7 milhões (36% do total) e colocará 10% de recursos próprios. Já o estaleiro terá R$ 901,8 milhões (46% do total). O Rio Naval conta com recursos próprios da ordem de R$156,8 milhões (representando 8% do investimento). Num segundo momento, a Transpetro reembolsará R$ 156,8 milhões e passará a contar com 90% do valor da construção dos navios. • Para a construção de quatro navios-tanque para a Transpetro, que serão construídos pelo estaleiro Mauá Jurong Petro-Um, em Niterói, o Banco financiará R$ 564,5 milhões, que corresponde a 90% do total de R$ 627,2 milhão. A operação é parte do lote de 26 navios. O prazo de construção são 38 meses. • Duas outras operações para a construção de 19 navios para a Transpetro totalizam financiamentos de R$ 4,2 bilhões. Para a construção de 10 navios-tanque pelo estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, PE, a Transpetro teve um financiamento de R$ 2,47 bilhões, concedidos pelo BNDES.
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The naval sector adjusts the sails The current moment requires consolidation in the naval sector: north to south shipyards turn the country into an industrial center, which, in its turn, streamline the steel-working industry and, consequently, heat up a chain of suppliers and generate employment
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By Sônia Vasconcelos
he naval industry is faced with two challenges. Firstly, it needs to manage to deliver the orders of platforms and relief vessels, plus the construction of 26 Transpetro tankers, within the deadline. It requires workforce training and supply of systems, naval parts and naval steel with competitive prices. Secondly, it requires assuring a sustainable process of ship orders after 2010, so as to construct new shipyards and enlarge the existing ones, by diluting the financial costs in a long-term project, as suggested by the Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Brazilian National Trade Union of Naval and Offshore Construction and Repair - Sinaval). If ever ything is to depend on the Program of Fleet Modernization and Expansion that is guaranteed, as the objective is to modernize and expand Transpetro’s ship fleet, with vessels manufactured in Brazil, with internationally competitive price and quality. Up to now, 19 ships have been contracted: 10 Suezmax, with capacity for 170,000 tons, 5 Aframax, with capacity for 110,000 tons and 4 Panamax, with capacity for 70,000 tons. In order to complete the first phase of Promef, 4 product ships and 3 GLP ships (gas ships) are still to be contracted, in addition to MACAÉ OFFSHORE
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Agência O Globo - Eurico Dantas
The new vessels to serve Petrobras increment activities in the naval sector
the ships to be defined for the second phase of the Program, says Arnaldo Samuel Arcadier, Promef Executive Manager. The vessels will be constructed by the shipyards Atlântico Sul, in Pernambuco; Rio Naval, in Rio de Janeiro; and Mauá, in Niterói, RJ. All these operations have been approved by BNDES. “We assemble a framework that during the production phase is capable of financing a percentage to Transpetro and another percentage to the shipbuilder. After the delivery of the vessel, Transpetro takes responsibility for the overdue balance of the shipyard. Alternatively, it uses a credit from BNDES to settle its funding contract. By doing so, we are able to solve the everlasting matter of the guarantees of shipyards to obtain Bank funding”, explains Deivisom C. de França Couto, manager of BNDES Transport and Logistic Infrastructure Area. 42
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Manufacturing in series (10, 9, 4 ships) allows the delivery terms to be met and that the other vessels are delivered within shorter delivery terms. Deivisom Couto explains why: “That goes through the reuse of workforce and through the need investment by the shipyards, especially in Rio de Janeiro State. Actually, a minimum of 60% of rate of national ships is expected from the construction contract entered by with the shipyard and from BNDES funding contracts. For incentive purposes, BNDES reduces the interest rate of 0.5% in the projects that succeed in reaching this target”. The Program is strongly supported by the national industry of naval parts providing paints, pumps, boilers, valves, cast materials, mooring cables, electric switchboards and cables, several pipeline materials, and other tanker materials and components that will substitute the old
ones. “The new vessels bring a technology that promotes lower fuel consumption, lower emission of gases and greater speed, also providing safer ships. Their construction include double hull and integrated system for navigation on the ship’s catwalk, meeting the International Marine Organization’s requirements, says Arnaldo Samuel Arcadier, from Promef. For the supply of the platforms, the second plan of modernization of relief vessels fleet is being carried out in Brazil. “BNDES provided support to a portfolio of 44 vessels (some of them are finished and others are under construction). These relief vessels will meet Petrobras’ needs. In a volume of investments of 1,300,000 USD, of which 1,100,000 are intended to cover funding. There are also 19 vessels on the portfolio, under analysis or underway, which represent approximately 550 million dollars”, says Roberta N. de Araújo Ramos, BNDES Infrastructure Manager. The funds for the vessels in Brazil come from the Merchant Navy Fund, of which main source is the AFRMM (a charter pay). The basic con-
Deivisom C. de França Couto, BNDS Transport and Logistic Department Manager
ditions for the construction of a new vessel by the Merchant Navy Fund are regulated by the National Monetary Council. Resolution 3262, of February 3, 2005 states that the spread ranges between 2,5 and 5%, the grace period is 4
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Agência O Globo - Marco Antônio Teixeira
years at the most, the amortization is 20 years and funding may reach 90% of the vessel value. These are excellent conditions and a great business for construction. If the naval market underwent years of slow development in the 90’s, now it must be prepared to the new possibilities, as Roberta Ramos puts it: “In addition to Petrobras, the major demanding party for now, the sector will have the support of foreign companies that have started to enter contracts in Brazil (Shell, Chevron and other companies). Today, the oil market must be seen as an long-term estimate up to 2020, as a promising market”. His colleague, Deivisom C. de França Couto, also makes optimistic forecasts: “These shipyards may occasionally sell abroad. On reMauá Shipyard employees in Niterói work in the resumption of the sector, which outstood in Rio de lief vessels, Brazil outstanJaneiro industry ds. And the final result will So much optimism is grounded on the esbe a qualified workforce and a shipyard with modern facilities, able to timates of Promef, which forecasts a second phase. “The program is expected to run up to serve the foreign market in certain niches”. 2015. However, with the increase of oil production, the growing demand of ethanol and biodiesel, besides the entrance of Brazil in the LNG (Liquefied Natural Gas), the second phase is forthcoming. Transpetro, together with Petrobras, is defining the types of vessels that will be necessary, in view of the forecasts arising out of Petrobras System Strategic Planning”, says Arnaldo Samuel Arcadier, from Promef. 44
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THE INVESTMENT FIGURES • The Program for the Modernization and Expansion of Transpetro Fleet, scheduled to 2015, plans to construction of 42 vessels, of which 26 ships will be constructed in the first stage. • The contract for the construction of nine tankers by the Consortium Rio Naval, Rio de Janeiro, obtained funding totaling R$ 1,76 billion, from the BNDES, to Transpetro, corresponding to 90% out of R$ 1,96 billion. • During the ships construction, Transpetro will have funding of R$ 705,7 million (36% out of the total) and will contribute with 10% from its own funds. The shipyard will have R$ 901,8 million (46% out of the total). Rio Naval has its own funds totaling approximately R$156,8 million (representing 8% of the investment). Afterwards, Transpetro will reimburse R$ 156,8 million and will have 90% out of the value required for the ships construction. • For the construction of four tankers to Transpetro, which will be constructed by the Shipyard Mauá Jurong Petro-Um, in Niterói, the Bank will fund R$ 564,5 million, which corresponds to 90% out of R$ 627,2 million. The operation if part of the fleet of 26. The ships are expected to be finished within 38 months. • Two other operations for the construction of 19 ships for Transpetro totalize a funding of R$ 4,2 billion. • For the construction of 10 tankers by the shipyard Atlântico Sul, in the Industrial and Port Center of Suape, PE, Transpetro had a funding of R$ 2,47 billion, granted by BNDES.
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Arquivo Macaé Offshore
ABESPETRO: a união faz a força Mudanças na regra do jogo fiscal, adequações à legislação trabalhista, surpresas nos procedimentos de importação e exportação... Companhias nacionais e estrangeiras unem esforços e ganham representatividade com a Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Petróleo Por Sônia Vasconcelos
Grandes prestadoras de serviços da Bacia de Campos são associadas da Abespetro
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mpresas prestadoras de serviços às operadoras de petróleo aderem cada vez mais à Abespetro. A associação tem como função principal promover a interação entre suas associadas e os órgãos governamentais, através de comitês específicos: Jurídico, Tributário, Recursos Humanos, Logística e de Condições de Fornecimento de Material à Petrobras. E acaba funcionando como um consolidador entre os interesses do mercado e das empresas. “O canal de discussão de algum tema, perante a um órgão ou cliente final, é validado pelo consenso obtido, evitando assim possíveis dispersões de pontos de vista de empresa para empresa”, avalisa Ricardo Seixas, gerente de vendas da Cameron. No quadro de associadas há muitas empresas internacionais que têm de lidar com as constantes mudanças da legislação brasileira. O ponto crítico são as modificações das regras trabalhistas, com toda a sua estrutura de pagamentos, além das alterações na área tributária e de interpretação da alfândega. “São mudanças muito abruptas para um mercado que lida com programações de longo prazo, com contratos de três, cinco anos. E não
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permitem uma carência para quem já estava com seus negócios fechados”, ressalta o presidente da Associação, Ricardo Aboud. Vale lembrar que, na maioria dos casos, os valores acabam sendo repassados para a Petrobras (contratante), o que não evita o transtorno comercial, porque sempre terá uma reação de custo.
Solução de pontos críticos para as prestadoras de serviço
A Associação consegue influir em algumas normativas. E as empresas associadas também podem interferir, levando idéias e buscando solução para os problemas comuns. “Ultimamente os assuntos críticos que estão sendo levantados na Abespetro são a questão da fiança idônea no Repetro; recrutamento, treinamento e seleção de pessoal; percentual de mão-de-obra estrangeira nas embarcações; e a avaliação da minuta padrão dos contratos. Com certeza, as empresas unidas têm muito mais chance de sucesso na resolução de pendências do que separadamente”, enfoca Carmen Gullo, gerente de marketing, da Pride.
A área de meio-ambiente, também é bastante visada para as empresas do ramo do petróleo. Tanto suas Bases quanto os produtos que elas manuseiam têm de estar de acordo com a Feema de cada estado. Para isso, a Abespetro sugere que as associadas busquem as assessorias especializadas, capazes de prestar o serviço e auxiliá-las mais prontamente. As portas da Abespetro estão abertas a qualquer empresa, não importa se grande ou pequena, desde que seja prestadora de serviço da área de petróleo e gás, na fase de upstream. A interessada terá de fazer um requerimento e contribuir com uma mensalidade. Então, passará a freqüentar as reuniões periódicas sobre temas relevantes. Quem já faz parte do grupo reconhece a eficiência de sua atuação, como José Mauro Ferreira, diretor de Vendas e Marketing da FMC CBV Subsea: “A Associação representa um fórum de discussão para melhorar o relacionamento entre fornecedores de serviços e a indústria contratante”. A expectativa da Abespetro é de que o mercado fique cada vez mais competitivo com a chegada de novas empresas e a presença, principalmente, das que apostaram no mercado brasileiro: “São Companhias que se estabeleceram aqui desde o início da indústria do petróleo, enfrentaram a época de vacas gordas e magras”, lembra Aboud.
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Ele também adverte que, para sobreviver no mercado do petróleo hoje, é preciso praticar a fórmula da tecnologia com corte de custos. Ou seja: o óleo tem que sair mais barato. Daí a necessidade de se otimizar a exploração com poços horizontais. Ele é mais caro na hora de construir, em contrapartida produz mais. Para acompanhar esta tendência, Ricardo Aboud, da BJ, é o presidente da Abespetro as prestadoras precisam solucionar outro ponto sensível: “É a necessidade de se consolidar um padrão de contrato de prestação de serviços, que contemple os principais termos e condições contratuais, que sejam aceitos pelo mercado e também pela Petrobras, facilitando e acelerando assim o processo de negociações e contratações”, sugere Ricardo Seixas, gerente de vendas da Cameron.
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ABESPETRO: many hands make light work Arquico Macaé Offshore
Changes to the tax game rules, adjustments to the labor laws, surprises in the export and import procedures... Foreign and domestic companies make joint efforts and gain representativeness with the Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Petróleo (Brazilian Association of Oil Companies)
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Major Campos Basin service providers are Abespetro members
ompanies providing services to the oil companies are increasingly applying for membership at Abespetro. The main role played by the association consists in the promotion of the interaction between its members and the governmental bodies, through specific committees: Legal, Tax, Human Resources, Logistics and Conditions of Supply of Material to Petrobras. And ends up acting as a tool intended to consolidate the interests of the market and the companies. “The channel used for the discussion of a matter, before a body or a final client, is validated by the consensus obtained, avoiding, thus, potential dispersions of viewpoints from company to company”, says Ricardo Seixas, Cameron’s Sales Manager. Among the members, there are many international companies that must handle the changing Brazilian legislation. The critical point consists in the changes to labor rules, with its complex payment structure, besides
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the changes to its tax area and customs interpretation. “These are very tough changes for a market coping with long-term schedules, with contracts of three, five years. And they do not offer a grace period for people who had their businesses closed”, highlights the President of the Association, Ricardo Aboud. It is worth highlighting that the values are often transferred to Petrobras (contracting party), which does not prevent commercial pitfalls, because a cost reaction will always be in place.
Solving critical points for service providers
The Association manages to influence some standards. Also, member companies may also interfere, bringing in new insights and seeking the solution of common problems. “Recently, critical issues raised at Abespetro comprise Repetro collateral; staff recruiting, training and selection; percentage of foreign workforce on vessels; and the assessment the standard draft of contracts. United companies are far more likely to be successful
in solving pending issues than the isolated ones”, says Carmen Gullo, Pride Marketing Manager. The environment sector is also a concern for the oil companies. Both their Bases and the products they handle must be in accordance with the Feema (Environment Engineering State Department) of each state. Therefore, Abespetro suggests that the members seek specialized counseling companies, able to provide the service and provide immediate help. Abespetro is open to any company, whether large or small, provide that it provides upstream oil and gas services. Companies intending to become members must fill up an application and contribute with a monthly tax. Then, it will be able to attend periodical meetings on the relevant themes. The member companies recognize the efficiency of the group, as José Mauro Ferreira, FMC CBV Subsea Sales and Marketing Director puts it: “The Association represents a discussion forum intended to improve the relationship among service providers and the contracting industry”. Abespetro expects that the markets get even more competitive with the onset of new companies and the presence of who have put their stakes in the Brazilian market: “These are Companies that have been set up here since the beginning of the oil indus-
try, which have faced good and hard times”, says Aboud.
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He also says that, in order to survive in the oil market today, we need to practice the formula of technology combined with cost cutting. That is: oil must be cheaper. That is the reason for the Oton Luiz Silva Corrêa, Abespetro Executive Secretary optimization of exploration with horizontal wells. Its construction is costly, however it produces more. In order to follow this trend, service providers need to solve another critical point: “It is about the need to consolidate a service provision contract standard able to accommodate the main contract terms and conditions, which are accepted by the market and by Petrobras, making easier and speeding up the negotiations and contracting process”, suggests Ricardo Seixas, Cameron Sales Manager.
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Yes, nós temos negócios! Robson Maia
O mundo veio fazer negócios na edição 2007 da Feira Brasil Offshore
Eles chegam em busca de oportunidades no mercado brasileiro. São estrangeiros, vindos de toda parte do mundo, trazendo seus produtos e serviços. O assédio tem alvo certo: a Petrobras
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rodução em novos campos, com águas cada vez mais profundas e reservatórios mais profundos e complexos. Basicamente, vem daí o interesse de empresas estrangeiras no trabalho da Petrobras. Só no ano passado, a estatal recebeu, em Macaé, 20 comitivas internacionais, compostas principalmente de investidores e representantes de companhias de petróleo, a maioria delas japonesa e mexicana. Mas também há grupos de diplomatas, políticos, clientes e jornalistas que visitam a Unidade. O interesse maior, claro, é no know-how acumulado pela Companhia: “o cenário da Petrobras se aproxima muito do internacional, no que se refere à descoberta e desenvolvimento da produção de novos campos, em águas cada vez mais profundas. Para atender a este desafio, a Petrobras está atuando na construção de poços especiais,
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Por Sônia Vasconcelos
com tecnologia de última geração; na busca para a máxima recuperação de óleo e gás dos campos em produção; no tratamento de volumes cada vez maiores de óleo e água nas Unidades de Produção Marítimas, exigindo novas tecnologias submarinas e de superfície para reduzir a complexidade e tamanho destas unidades e atendimento aos requisitos internos de SMS e legislação ambiental”, enumera Sueli Massae Ueta, gerente de suporte técnico da UN-BC. As especificidades do trabalho offshore da Petrobras também chamam a atenção dos outros países. É o caso das unidades FPSOs, que produzem, armazenam e transferem óleo e gás para os navios aliviadores e para o continente. Outros fatores também despertam a curiosidade das comitivas, como: “Exploração e construção de poços em águas e horizontes complexos; produção de
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Guilherme Martins, gerente de energia, petróleo e gás e indústria naval, do Consulado Geral Britânico, RJ
óleos pesados offshore; sistemas de contenção de areia utilizados nos poços; utilização de bombeio centrífugo submerso de alta vazão nos poços submarinos; sistema submarino para separação de água/óleo; sistema submarino para injeção de água do mar nos poços; sem falar na auto-suficiência de água potável nas plataformas”, relaciona Sueli Massae. As visitas dos estrangeiros à Petrobras muitas vezes são resultado de acordos realizados anteriormente. A JBIC (Japan Bank for International Cooperation), por exemplo, é um caso de parceria de longo prazo entre o banco e a empresa, que já resultou em financiamentos para projetos nas atividades offshore, de refino e transporte, totalizando US$ 6,5 bilhões em investimentos.
Offshore se deparou com um mercado mais maduro. “Antes era fácil vender para o Brasil. Agora, o governo quer desenvolver a indústria nacional, portanto, o approach tem de ser outro: a empresa estrangeira que não estiver determinada a se estabelecer e produzir localmente, além de apresentar preços competitivos, não terá sucesso”, concluiu Guilherme Martins, gerente de energia, petróleo e gás e indústria naval, do Consulado Geral Britânico, RJ, que trouxe uma das maiores comitivas de empresários para o evento. Fornecedores de produtos e serviços, os britânicos vêem no Brasil uma nova fronteira para seus negócios. Como a ICS Triplex, que fabrica equipamentos de controle para sistemas instrumentados de segurança, como o Controlador Lógico Programável de Tripla Redundância. O equipamento é alvo de estudos no Cenpes, para definir seu uso e aplicabilidade em plataformas. Para empresas como a ElectroFlow Controls, que desenvolve sistemas de BOP, o Brasil é um mercadochave. “As grandes companhias com as quais temos parceria estão no Brasil, portanto, há muito trabalho por aqui. E já pensamos até em instalar uma Base no país”, diz Ted Littlechild, diretor de vendas da empresa.
Os franceses apostam no nosso mercado
Se tudo sair como o esperado, as 16 empresas da comitiva francesa deverão fechar uma média de 20 contratos, nas áreas de corrosão, segurança, sistema de análise de marés e correntes e estudos oceanográficos. “As empresas francesas que querem fazer negócios no Brasil já trabalham com offshore no Golfo da Guiné e em Angola, territórios em que há grande similaridade com as águas profundas da Bacia de Campos”, ressalta Bertrand Vélon, conselheiro comercial da Embaixada da França. Num mercado aberto como o nosso, desde 1997, a riqueza está presente de todas as formas, seja favorecendo o desempenho da indústria nacional ou no intercâmbio de conhecimentos. Bom para quem traz algo inédito a fim de aumentar a nossa produção e para quem leva o que queremos vender! Robson Maia
Sem dúvida, os resultados da Petrobras têm contribuído para a vinda de outras operadoras para o Brasil. Associado a isso tem a lei de mercado que funciona desde que o mundo é mundo: “A demanda crescente por petróleo e a elevação dos preços no mercado internacional aumentam o interesse das companhias em explorar petróleo, muitas das vezes em parceria conosco”, diz a gerente.
A indústria nacional é vista com outros olhos
Quem veio fazer negócio com brasileiros durante a Feira Brasil
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Bertrand Vélon, conselheiro comercial da Embaixada da França
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Yes, we have business!
They come after opportunities in the Brazilian market. They are foreigners who come form all parts in the world bringing their products and services. They come with a specific target: Petrobras Macaé Offshore
The world came to do business in the Brasil Offshore Exhibit 2007 issue
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roduction in new fields, in waters that are growing even deeper and deeper and more complex reservoirs. Basically, this is where the interest of foreign companies in Petrobras’s work. Only last year, the state-owned company received in Macaé, 20 international groups, composed mainly of investors and representatives from oil companies, most of them from Japan and Mexico. But there are also groups of diplomats, politicians, clients and journalists who visit the Unit. The biggest interest is, obviously, in the know-how accumulated by the Company: “the scenario Petrobras offers is very close to the international one, as far as the discovery and the development of the production of new fields in deeper waters is concerned. In order to meet this challenge, Petrobras is operating in the construction of special wells, with state-of-the-art technology; in the quest for optimal recovery of oil and gas in the fields in production; in the treatment of even bigger volumes of oil and water in the Offshore Production Units, requiring new underwater and surface technolo-
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By Sônia Vasconcelos
gies to reduce the complexity and the size of these units and the compliance to the internal HSE requirements and the environmental legislation”, lists Sueli Massae Ueta, BU-BC’s technical support manager. Petrobras’s offshore work particularities also call the attention of other countries. It is the case of the FPSOs units, which produce, store and transfer oil and gas to shuttle tankers and onshore. Other factors have also aroused the curiosity of the groups, such as: “Exploration and construction of wells in complex waters and horizons; offshore production of heavy oils; sand containment systems used in wells; use of submerse high flow centrifugal pumping in underwater wells; submarine system for water/oil separation; submarine system for injection of sea water in wells; not to mention the self-sufficiency in potable water in platforms”, lists Sueli Massae. The visits of foreigners to Petrobras are many times a result from previous agreements. The JBIC (Japan Bank for International Cooperation), for instance,
is a case of a long-term partnership between the bank and the company, which has already resulted in financing to projects in offshore, refining and transport activities, summing up US$ 6.5 billion in investments. Undoubtedly, Petrobras’s results have been contributing for the coming of other operators to Brazil. Together with that there is the law of the market which works as long as the world exists: “The growing demand for oil and the increase in prices in the international market increase the interest of companies in the exploration of oil, many times in partnership with us”, says the manager
The Brazilian national industry is seen with other eyes
Those who came to do business with Brazilians during the Feira Brasil Offshore (Brazil Offshore Fair) have seen a more mature market. “In the past, it was easy to sell to Brazil. Now, the government wants to develop the national industry; therefore, the approach has to be different: the foreign
company which does not have plans to settle down and produce locally, besides presenting competitive prices, will not be successful”, concludes Guilherme Martins, the energy, oil and gas and naval industry manager from the General British Council, RJ, which brought one of the biggest businessmen groups for the event. Suppliers of products and services, the British see in Brazil a new frontier for their affairs. As ICS Triplex, which manufactures control equipment for safety automation systems, such as the Triple Modular Redundancy Programmed Logical Control System. The equipment is a study case at Cenpes, in order to define its use and applicability in platforms. For companies such as ElectroFlow Controls, which develops BOP systems, Brazil is a key market. “The great companies with which we have partnership are located in Brazil; therefore, there is a lot f work to be done here. And we have been considering the possibility of opening a Base in
the country”, says Ted Littlechild, company’s sales officer.
The French are investing in our market
If everything goes the way we expect, the 16 companies from the French committee will execute an average of 20 contracts, in the areas of corrosion, safety, tide and flow analysis system and oceanographic studies. “French companies which want to do business in Brazil already work offshore at Gulf of Guinea and in Angola, territories which are very similar to the deep waters in Campos Basin”, highlights Bertrand Vélon, French Embassy commercial director. In an open market like ours, since 1997, the wealth is present in all forms, being favored the performance of the National industry or in the exchange of knowledge. Good for those who bring something new in order to increaser our production and for those who takes what we would like to sell!
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Responsabilidade social, um bom negócio A Responsabilidade Social é hoje um dos pilares que garantem a sustentabilidade do negócio. Para aderir ao movimento, o caminho pode ser os Indicadores Ethos Setoriais, focados no mercado de petróleo e gás, que foram definidos em conjunto com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). A auto-avaliação não custa nada, mas pode melhorar a imagem da empresa!
O
s Indicadores são uma ferramenta de gestão que ajudam a empresa a introduzir a Responsabilidade Social no seu conceito administrativo. Através de um questionário, dividido em sete temas: valores, transparência e governança, público interno, meio-ambiente, fornecedores, consumidores e clientes, comunidade, governo e sociedade, a organização faz uma auto-avaliação. Através de um resultado confidencial, a empresa passa a enxergar como ela se encontra em relação ao mercado. “Ela recebe uma pontuação comparativa com as dez empresas que tiveram melhor desempenho nos Indicadores. E, num gráfico conferido pelo Instituto Ethos, vai detectar se está bem ou mal em cada item”, explica Carlos Victal, coordenador da Comissão de Responsabilidade Social do IBP. Outro benefício dos Indicadores é suscitar uma discussão interna sobre o assunto. Para o coordenador da Comissão, muitas vezes a empresa pensa que tem a prática já incorporada, mas, na verdade, o que existe é a intenção, sem nenhum documento que formalize suas ações para a sociedade. Com a auto-avaliação, as corporações observam sua competência hoje e decidem como vão querer ser vistas amanhã.
Os Indicadores oficializam a atuação da empresa
A sustentabilidade de uma empresa está escorada em três pilares: o retorno econômico/financeiro, a licença de operação na sociedade e a licença ambiental. Se um deles não vai bem, acaba afetando a saúde dos outros. Carlos Victal adverte que é preciso não confundir Responsabilidade Social com filantropia: “Claro que a maioria das empresas apóiam creches, projetos ambientais, escolas. Isso é uma porta de entrada muito positiva; porém, não deixa de ser um investimento social privado. Se a empresa quiser trazer a Responsabilidade Social para a sua gestão, tem de usar os Indicadores e, na seqüência, fazer o balanço social”. A partir daí, a organização estará preparada para fazer um relatório de prestação de contas das suas atividades, em relação ao meio-ambiente, à sociedade, aos acionistas, às minorias, e a todo o público com o qual se relaciona. Alguns governos já estão utilizando este modelo de responsabilidade social para prestar contas de sua gestão à sociedade.
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Os Indicadores são atualizados uma vez por ano, tomando como base as informações que chegam ao Instituto Ethos, por intermédio dos questionários. Para se ter uma idéia, os primeiros não traziam a questão do trabalho escravo, que só depois foi incluída, na versão lançada em julho. Qualquer empresa pode responder aos Indicadores, sem custo algum. Carlos Victal Basta acessar www.ethos. org.br, fazer o cadastro da empresa, preencher o formulário, devolvê-lo e aguardar os resultados.
Um conceito disseminado por toda a cadeia produtiva Através de sua Comissão de Responsabilidade Social, o IBP tem disseminado o conceito, as práticas e as ferramentas pertinentes ao tema no meio empresarial. Existem três linhas de ação efetivas em andamento: a apresentação do Conselho de Responsabilidade Social e dos Indicadores para todas as comissões temáticas do IBP (biodiesel, meio-ambiente, logística, laboratório etc). A idéia é levar o assunto aos profissionais de outras áreas. “É importante, por exemplo, que o pessoal que lida com biodiesel procure saber se nas fazendas produtoras de grãos do Pará, ou mesmo do Rio, se identifica o trabalho escravo”, alerta Carlos. A segunda, é solicitar aos coordenadores de eventos, principalmente do IBP, que abram um espaço para que seus eventos técnicos tenham uma palestra sobre Responsabilidade Social. Numa palestra para a Comissão de meio-ambiente, podemos chamar a Petrobras para falar como está o seu programa de preservação da água, por exemplo. Em workshops, queremos abordar a questão da cadeia de fornecedores. Hoje é uma tendência a grande empresa incorporar a responsabilidade social e levar essa atitude aos seus parceiros.
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Social responsibility, a good business opportunity Today, Social Responsibility is one of the foundations that ensure the sustainability of a business. One possible way to join this movement can be the Sector Ethos Indicators, which are focused on the oil and gas market, and were jointly defined with Brazilian Petroleum, Gas and Biofuels Institute (IBP). Self-evaluation is an easy thing to do, but can improve company’s image!
T
he Indicators consist in a management tool that helps the company to introduce Social Responsibility within its managerial concept. The company performs a self-evaluation through a questionnaire, which is divided into the following seven themes: values, transparency and governance, internal stakeholders, environment, suppliers, costumers and clients, community, government and society.
According to a confidential result, the company has an idea of its market position. “The company receives a score comparing its performance to other 10 companies that achieved the best results in the Indicators. And a graphic checked by Ethos Institute, will display the items where the company is performing well or poorly,” says Carlos Victal, coordinator of IBP’S Corporate Social Responsibility Commission. Another benefit provided by the Indicators is the encouragement of an internal discussion about this subject. According to Carlos Victal, company officers often claim the practices are already spread out across the organization; however, actually, they only intend to do so, but no document to formalize its actions before the society is in place. With the self-evaluation, the companies observe their current skills and decide their future image.
The indicators make company’s performance official
The sustainability of a company is supported by three foundations: economic/financial return, operational license in the society and environmental license. If one of the foundations is not doing well, it affects the safety of the others. Carlos Victal adverts that people should not confound Social Responsibility and philanthropy: “Most companies support day cares, environmental projects and schools. This is very positive outset, but it is still a private social investment. If the company desires to embed Social Responsibility into its management, the Indicators must be used and, then, a social balance must be done.” From these analyses, the company is prepared to make an accountability report of its activities to the environment, the society, the stockholders, the minorities, and all its stakeholders. Some governments are already using this social responsibility model to account for their management to the society.
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The Indicators are updated once a year, based on information submitted to Ethos Institute, which are collected through a questionnaire. For example, the first questionnaires did not mention the issue of slavery, which was included in the version published in July. Any company may answer to the Indicators without any Carlos Victal cost. Access www.ethos. org.br, register the company, fill up the form, send it to the Ethos Institute and wait for the feedback.
IBP disseminates the concept all over the productive chain Through its Social Responsibility Commission, IBP has been disseminating the concept, practices, and tools belonging to the theme within business the sector. There are three lines of ongoing effective actions: the first one is to present to all IBP’S thematic commissions (biodiesel, environment, logistic, laboratory etc) company’s Corporate Social Responsibility Board and Indicators. The main idea is to display the subject matter to professionals who act in other areas. “Personnel working with biodiesel, for example, must know whether the farms, in Pará or even in Rio de Janeiro, that provides the grain used in biodiesel production employs slave work,” says Victal. The second one is to request to the coordinators of the event, mainly IBP’S coordinators, to open a space in order to present their technical events in a lecture of Social Responsibility. In a lecture for the Environment Commission, we may request Petrobras to display how its program of water preservation is being developed. And the third action is to present workshops to discuss supplier chain issue. Today, large companies include Social Responsibility in their management and spread this idea among their partners.
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