Retomada Naval

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Carta ao Leitor/Letter to the Reader 2009: o marco decisivo da indústria naval

2009: the landmark in the shipbuilding industry

A quinta edição da Brasil Offshore terminou deixando uma certeza: as perspectivas para o setor são as melhores. Desconsiderando as pedras encontradas pelas petrolíferas na atividade de exploração e produção do pré-sal, aumentando sua atenção neste processo, na outra mão estão as atraentes possibilidades geradas por esta descoberta nas águas brasileiras que, apesar dos fatos mencionados acima, ainda impulsionam as ações e intenções dos grandes investidores. Acompanhando este mercado, apresentamos uma matéria especial sobre a Feira Brasil Offshore realizada no mês de junho, em Macaé. Conferências, rodadas de negócios, exposição e inovações tecnológicas. Sai a Brasil Offshore, entra em cena a Navalshore, que acontece em agosto na capital fluminense e que abordará o reaquecimento da indústria naval – motivado pela construção de plataformas para a Petrobras e de embarcações de apoio à indústria petrolífera. Ao falar da indústria naval, um dos assuntos críticos em pauta é a corrosão, um dos maiores problemas da indústria. O mercado, com o objetivo de reduzir os custos e prejuízos gerados pela corrosão, apresenta suas soluções anticorrosivas e aposta no crescimento da demanda deste setor. Também trazemos uma entrevista especial com o Secretário de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, Guilherme Dias, na qual ele fala dos investimentos que estão sendo aplicados neste setor pelo Estado, com novos portos e dragagem. Assim como na Bacia do Espírito Santo, na Bacia de Santos, os investimentos no sistema logístico portuário são grandes e por isso, o Porto de Santos ganha destaque nesta edição. Considerado o maior da América Latina, poderá passar por uma grande transformação nos próximos anos. No ano em que o governo federal julga ser o “marco decisivo” – que vai separar o presente e o futuro dos portos brasileiros, com grandes investimentos em portos, estaleiros, infraestrutura e dragagem – conclui-se que o setor naval é uma das grandes expectativas de negócios nos próximos anos.

The 5th edition of Brasil Offshore has ended and one certainty remained: the projections to the sector are great. Although the drilling companies have found rocks when exploring the pre-salt layer, drawing more attention to this process, the pre-salt is an attractive possibility discovered in the Brazilian lands that encourages the actions and intentions of big investors — despite the fact previously mentioned. Following the oil and gas market, we deliver an article on Feira Brasil Offshore held in June, in Macaé. Conferences, business rounds, exhibitions and technological innovations. Next, Brasil Offshore leaves and Navalshore comes to the scene. Navalshore will be held in August, in Rio de Janeiro, featuring discussions on the shipbuilding industry revival – fostered by the building of platforms to Petrobras and support vessels to the oil industry. Regarding the shipbuilding industry, one of the most discussed issues is the corrosion, which greatly affects the shipbuilding sector. The market, aiming to reduce costs and losses caused by the corrosion, launches anticorrosive solutions and bets on the increasing demand from the shipbuilding sector. We also deliver a special interview with Guilherme Dias, the Secretary for Development Affairs of the State of Espírito Santo. Dias talks about the investments in the shipbuilding sector in Espírito Santo, allowing the construction of new ports and dredging. Similarly to Espírito Santo Basin, Santos Basin had huge investments in port logistics system. Due to this, Santos Port stands outs in the region. Known as the largest port in Latin America, Santos Port may go through a significant change over the next years. As the Government considers 2009 as a “landmark” – a watershed in the Brazilian ports, shipyards, infrastructure and dredging, we can assume the shipbuilding sector is one of the hugest business opportunities for the next years.

Boa leitura!

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Have a nice reading!

A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngüe (Português / Inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807- Cajueiros - Macaé/ RJ CEP 27.916-000 - Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Cajueiros Macaé RJ - CEP 27.916-000 - Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br

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Índice / Contents

Especial / Special Brasil Offshore: a cada edição, novos recordes 20 Brasil Offshore: new edition, new records 34

Notas 6 / Notes 8 Plataforma Santos / Santos Platform A caminho da unificação dos terminais 12

In the right path to the terminals unification 14

Articulando / News & Views

O modelo do Pré-Sal 10 The Model for Pre-Salt 11

Plataforma Espírito Santo / Espírito Santo Platform

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Guilherme Dias

Corrosão: um problema de bilhões de dólares 46 Corrosion: a billion-dollar problem 52 MACAÉ OFFSHORE MACAÉ OFFSHORE

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Notas Ações para incentivar indústria de máquinas e equipamentos

Esta é uma atividade similar às operações marinhas da Aker Solutions a serem realizadas no campo de Peregrino

Aker Solutions entra no mercado de instalação no Brasil A Aker Solutions assinou um contrato com os FPSOs da Maersk para a instalação do sistema de ancoragem no campo de Peregrino, na Bacia de Campos. Este contrato é o primeiro trabalho de instalação marinha da empresa no Brasil, marcando o início das atividades de mais uma unidade de negócio do grupo no país - a unidade de operações marinhas. O escopo do trabalho abrange o planejamento e instalação da boia de ancoragem da torre de produção, que será ancorada em, aproximadamente, 100 metros de profundidade, por meio de dez linhas de ancoragem com pilares, correntes e cabos de 90 toneladas. Os componentes para a amarração serão disponibilizados pelos FPSOs da Maersk e as operações estão programadas para o quarto bimestre de 2009.

Abdib alerta para a necessidade de aumento de investimentos e infraestrutura O Brasil terá de investir R$ 160,9 bilhões/ano para melhorar os serviços de infraestrutura e garantir um crescimento econômico sustentável até 2014. O valor é 51% superior aos R$ 106,8 bilhões aplicados em 2008, segundo cálculos da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Esta é a primeira vez, desde o milagre econômico, que o País conseguiu atingir a meta de investimento para buscar a universalização dos serviços do setor. “A necessidade de recursos para os próximos anos aumentou especialmente por causa das descobertas do pré-sal”, diz o presidente da Abdib, Paulo Godoy. O estudo da entidade mostra que o setor de petróleo e gás exigirá recursos de R$ 75,3 bilhões por ano nos próximos cinco anos. Isso inclui, além de exploração e refinaria, as redes de distribuição de gás natural, entre outras obras. 6

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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, afirmou que os resultados das medidas para ajudar o setor de máquinas e equipamentos (bens de capital), que deverão ser anunciadas pelo governo, só serão conhecidos no próximo ano. “Esse ano, mesmo que haja qualquer estímulo, já está meio perdido. O que a gente está tentando é construir uma ponte para 2010”, disse. De acordo com o executivo, a indústria de bens de capital foi fortemente afetada em todo o mundo por conta do atraso dos investimentos do setor industrial. No País, a queda não foi tão drástica como em outras partes do globo, mas o nível de utilização da capacidade produtiva sofreu retração basicamente devido à forte queda dos mercados externos. Dentre a série de pedidos feitos por dirigentes da Abimaq ao governo federal para beneficiar a indústria de bens de capital, estão a concessão de linhas de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) com juros subsidiados e a recuperação imediata do PIS e Cofins.

Clark investe em expansão e anuncia nova sede A Clark, subsidiária integral da Clark Material Handling International, mudou de endereço e colocou em prática os planos para começar a montar empilhadeiras já no início de 2011. O novo prédio, situado na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo, abriga desde o setor administrativo até um galpão que já possibilita a montagem de itens como deslocadores, protetor de carga e alguns acessórios da máquina. A partir de agora aumentam as possibilidades de crescimento, projetado em 30% para o próximo ano, e a volta da fabricação de empilhadeiras no Brasil, objetivando baratear os custos, a geração de mais empregos e a flexibilização do atendimento. Outra vantagem é que a nova sede da Clark está num polo de empresas também muito importantes e próxima das principais rodovias paulistas, a Anhanguera e Bandeirantes, o que facilita o escoamento de seus produtos.

Finep reduz taxas de financiamento à inovação Em reunião no início de julho, a diretoria da Finep aprovou uma redução das taxas praticadas nos financiamentos à inovação. A medida é fruto do pacote de estímulos econômicos anunciados pelo governo federal, que baixou em 0,25% a TJLP como mais uma medida de combate à crise. A mudança vai se refletir diretamente no Inova Brasil, programa de apoio ao desenvolvimento de projetos inovadores em empresas brasileiras. “Estamos repassando integralmente o percentual de redução na TJLP, que passou de 6,25% para 6%”, afirmou o presidente da Finep, Luis Fernandes. No grupo que engloba os setores de siderurgia, petróleo, gás natural e bioetanol, a taxa de correção dos contratos cai de 4,75% para 4,5%.


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Notes Aker Solutions enters the Brazilian installation market Aker Solutions has signed a contract with Maersk FPSOs to install the mooring system in Peregrino field, in Campos Basin. This is the first offshore contract Aker Solutions carries out in Brazil and set off the activities of another office in Brazil: the offshore operational unit. Arker Solution work scope covers the designing and installation of production derrick anchor buoy. The production derrick buoy will be moored at approximately 100 meters of depth by 10 anchoring lines with strings, chains and 9-ton cables. Maersk FPSOs will provide all components required to carry out the mooring service. The operations are schedule to be carried out in 2009’s 2nd semester.

Abdib: Investments grow 51% Brazil needs to invest R$ 160.9 billion/year to improve infrastructure services and ensure a sustainable economic growth by 2014. This figure is 51% higher in relation to the R$ 106.8 billion invested in 2008, according to calculations made by Abdib (the Brazilian Association for Infrastructure and Basic Industries) – this was the first time, since the economic miracle, that Brazil has achieved the investment goal to pursue a wider dissemination of services in the sector. “The need of funds for the next years has increased mainly due to the pre-salt fields discoveries,” said Paulo Godoy, Abdib President. Abdib released a study showing that the oil and gas sector will demand R$ 75.3 billion in investments per year for the next five years. The investments will be made in areas such as exploration and refinery, as well as in the natural gas distribution network, among other works.

city, countryside of São Paulo state, houses not only the administrative sector but also a workshop that allows the assemble of equipment as displacers, overload protector and some pieces of machinery. Due to this, the growth possibilities have multiplied, reaching a projection of 30% for 2010. Now, Brazil will produce forklifts again — this will make the equipment cheaper, create jobs and improve Clark portfolio. Another advantage is that Clark new headquarters is located in a complex nearby the main roads in São Paulo state, Anhanguera and Bandeirantes Roads, favoring product outflow.

Measures to stimulate machinery and equipment sector Luiz Aubert Neto, President of Abimaq (the Brazilian Association for Machinery and Equipment Sector), asserted that the results of the measures taken to help the machinery and equipment sector (capital goods), which the Government may announce soon, will only be known in 2010. “Even if an investment is done, 2009 is practically lost. Now, we are trying to make things work in 210,” said Neto. According to Neto, the capital goods industry was strongly affected worldwide due to a shortage of investments in the industrial sector. In Brazil, the investment drop was not as dramatic as in other countries, though the Brazilian production capacity had a great drop mostly due to the external market. Abimaq members have requested the Federal Government to make investments in the capital goods sector. Among the requests, it is worth mentioning the granting of the BNDES (the Brazilian Development Bank) loans at subsidized interests and PIS and Cofins immediate return.

FINEP reduces loan rates for innovation projects

The new Clark’s headquarters is located at a complex of companies and roadways of São Paulo, which facilitates the outflow of its products

Clark changes headquarters aiming expansion Clark, Clark Material Handling International subsidiary in Brazil, has changed its headquarters and is putting into practice its plans to assemble forklifts by the beginning of 2011. The new building, located in Vinhedo

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In early July, FINEP (Creditor for Research and Projects) officers held a meeting to approve the reduction of loan rates for innovation projects. This measure results from the economic incentive package the Federal Government has announced, reducing the TJLP (Long-term Interest Rate) by 0.25% — another measure to fight the economic crisis. This reduction will have a direct impact on Inova Brasil, a program that supports the development of innovation projects in Brazilian companies. “Our new rates are fully in line with the TJLP reduced rates, which have gone down from 6.25% to 6%,” asserted Luis Fernandes, FINEP President. Within the metalwork, oil, natural gas and bioethanol sector, the contract price adjustment rate has dropped from 4.75% to 4.5%.


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Articulando

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O modelo do Pré-Sal

om as descobertas de grandes reservas de petróleo e gás na chamada camada “pré-sal” localizada a uma profundidade de cinco mil a sete mil metros, o Brasil passa a dispor de uma riqueza de grande valor, com potencial de acelerar o seu crescimento econômico e o bem estar de sua população. Mas entre as descobertas e a efetivação dessas potencialidades, várias condições se apresentam. A primeira é a capacitação tecnológica, a qual está sendo desenvolvida pela Petrobras. Uma segunda é de origem externa: o preço internacional do petróleo é uma variável que dirá se os enormes campos de petróleo gerarão um excedente para a sociedade. Ao que tudo indica será possível desenvolver a tecnologia de exploração e haverá um grande acúmulo de riqueza financeira para o país. Sendo assim, será necessário ter todo cuidado com o modelo de organização do setor. A “maldição do petróleo” é uma expressão que procura sintetizar como uma riqueza natural é capaz de gerar pobreza, violência e desigualdade. É para não deixar que essa situação se apresente que se faz necessário um modelo extremamente bem concebido e articulado de exploração e utilização da nova riqueza representada pelas reservas do pré-sal. Desde logo, a regulamentação atual do setor não é inteiramente compatível com o novo modelo. Ela foi introduzida “para se achar petróleo”, por isso tomou por base o “modelo” de concessão. Neste, são licitadas áreas para prospecção de empresas interessadas, que por sua conta realizam os investimentos requeridos. Tendo sido descobertos campos gigantescos que devem ir muito além das áreas já sob concessão, o mais provável é que o modelo de regulação mude para um sistema de partilha da produção entre o Estado, detentor das reservas em áreas ainda não licitadas, e uma companhia do setor que a princípio pode ser a Petrobras ou uma empresa privada qualquer. Naturalmente, nada deve mudar quanto aos projetos já em andamento, cujos frutos de exploração pertencem às empresas detentoras das concessões. O sistema de partilha permite uma maior apropriação da riqueza por parte do Estado em nome da sociedade. A riqueza do petróleo é apropriada sob a forma de impostos e royalties, como, aliás, é o modelo brasileiro vigente. Esse padrão de tributação pode conviver com o sistema de partilha, mas no caso brasileiro se faz necessário alterá-lo pelo menos em dois aspectos: a tributação

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deve aumentar incluindo as áreas já sob concessão e a atual regra de distribuição entre União, Estados e municípios dos recursos tributários obtidos com a exploração do petróleo precisa ser revista. Essa distribuição na atualidade favorece sobremaneira os Estados e municípios com projeção para os campos de petróleo, o que mesmo antes da descoberta das reservas do pré-sal já conferia uma desigualdade regional acentuada na distribuição dos recursos do petróleo, favorecendo apenas certo número de estados e municípios. Sendo mantida a regra, ela gerará um paraíso de riqueza nesses mesmos Estados e municípios, enquanto recursos muito inferiores estarão disponíveis para o país como um todo realizar as políticas julgadas prioritárias. Cabe, portanto, mudar o modelo de participação do Estado na riqueza do petróleo (introduzindo o sistema de partilha ou um sistema misto) e, para efeito do pré-sal, aumentar a tributação e alterar o modelo de repartição da massa tributária obtida pelo setor público. Uma alta concentração em mãos da União é a condição para que regras claras definam a utilização dessa riqueza para o desenvolvimento e bem estar do conjunto das regiões, estados e municípios do país. Mas há muito mais ainda o que fazer. É imprescindível assegurar que a enorme massa de riqueza que o pré-sal será capaz de gerar não cause uma enxurrada de ingresso de moeda estrangeira com a venda de petróleo ao exterior, levando à “doença holandesa”. Mudar o modelo de regulação do setor, adaptar e reformar o modelo existente de tributação, planejar um eficiente sistema de prevenção à “doença holandesa”, organizar o “fundo soberano”, definir as regras de utilização doméstica dos recursos provenientes da nova riqueza, criar uma empresa para gerir adequadamente essa riqueza e executar políticas sociais, de crescimento e de mudança, são todas ações indispensáveis para que o pré-sal seja de fato um instrumento permanente do desenvolvimento brasileiro. Falhas em qualquer um desses campos poderão ter consequências muito sérias para a economia, a sociedade e a política brasileira.

Júlio Sérgio Gomes de Almeida

é Doutor e Mestre em Economia, IE, pela Unicamp e Bacharel em Ciências Econômicas pela FEA/UFF. Atuou como consultor da Petrobras e do BNDES e, atualmente, ocupa o cargo de consultor e Diretor Executivo no Instituto de Estudos Para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), é professor na Unicamp e membro do Comitê de Política Indústria e Tecnológica da CNI – Confederação Nacional da Indústria.


News & Views

The Model for Pre-Salt

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iscovering large oil and gas reserves in the so-called “pre-salt” layer five to seven thousand meters deep provides Brazil with a great wealth, able to speed up its economic development and increase its inhabitants’ wellbeing. However, many conditions are imposed between discovering and making such potential a reality. The first is the technologic qualification, which is under development by Petrobras. The other is external: the international price of oil is a variable telling if the huge oil fields will render the society a surplus. The exploration technology is likely to be developed, providing the country a great accrual of financial wealth. Thus, all care is not enough when it comes to the business organization model. The expression “oil curse” synthesizes the ability of a natural wealth to deliver poverty, violence and inequality. Therefore, an extremely well planned model is required before exploring and using the new wealth represented by the pre-salt reserves. To begin with, the business current regulation is not totally compatible to the new model. It was implemented “to find oil”, with grounds on the concession “model”, where areas are tendered for prospecting by interested companies, which invest as required at their own expense. With the discovery of giant fields ranging far beyond the areas already under concession, the regulation model must change to a production sharing system between the State, as owner of the reserves in areas still not tendered, and a business company, such as Petrobras or any other private company. Nothing will change to the projects ongoing, and the profits from their exploration still belong to the companies owning the concessions. The sharing system allows a greater appropriation of wealth by the State in behalf of the society. Oil wealth is appropriated under taxes and royalties, as in the Brazilian model in force. Such taxation standard is compatible to the sharing system, but the Brazilian application still requires changes in at least two aspects: taxation must increase including the areas already under concession and the current distribution rule among the Federal, State and Local governments for the

tax resources obtained with oil exploration must be revised. This current distribution is favoring State and Local governments over with projection to the oil fields, which was already delivering a broad regional inequality in the oil resources distribution even before the pre-salt reserves was discovered, favoring only a certain number of states and cities. Keeping this rule means creating a wealth heaven in these States and cities, while lower resources will be available for the whole country to perform the policies deemed as priority. Therefore, changing the State interest model in oil wealth (implementing the sharing or a mixed system) is a must, and, for the pre-salt purposes, raising taxation and changing the way they share the taxes paid to the government. The Federal government having a high concentration of these taxes raised the need of clear rules defining how this wealth is applied in the development and wellbeing of regions, states and cities in the country. But there is still a lot to be done. The huge wealth delivered by pre-salt must be ensured as not to cause an invasion by the foreign currency with the oil being sold in the foreign trade, leading to the “Dutch disease”. Changing the business regulation model, adapting and revise the tax existing model, planning an effective “Dutch disease” prevention system, organizing the “sovereign fund”, defining the domestic use rules for the resources arising from the new wealth, creating a company to manage properly this wealth and executing social, growth and to change policies are all essential for the pre-salt to be in fact a permanent instrument to Brazilian development. Failing in any of these fields may bring serious consequences to the Brazilian economy, society and politics.

Júlio Sérgio Gomes de Almeida

has Doctors and Masters Degree in Economics from the Institute of Economics of Unicamp (University of Campinas) and Bachelor Degree in Economic Sciences from FEA/UFF. He worked as a consultant for Petrobras and BNDES and currently works as consultant and Executive Director for the Institute of Studies for Industrial Development (IEDI). He lectures at Unicamp and is a member of the Committee on Industrial and Technological Policy at CNI – The Brazilian Confederation of Industries.

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Plataforma Santos A caminho da unificação dos terminais Apesar de estar em cima do prazo, a Codesp não pretende prorrogar os contratos de arrendamento

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Porto de Santos, considerado o maior da América Latina, poderá passar por uma grande transformação nos próximos anos. O motivo é o término de mais de 20 contratos de arrendamento, exploração de áreas e servidão de passagens praticamente confirmados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Segundo a instituição, o fim da maioria desses acordos possibilitará a unificação de terminais e até uma nova distribuição de cargas no complexo portuário. Do total são 24 contratos que se encerram até 2012, quatro deles têm vencimento previsto para este ano, entre os quais estão o de terminais importantes, como os operados pela Vopak (produtos químicos) e pela Sucocítrico Cutrale (líquido a granel), ambos com término previsto para outubro próximo.

Com o término dos atuais contratos de arrendamento, o Porto de Santos em breve passará por uma grande mudança estrutural

Nesse período, irá vencer a permissão de exploração do terminal da Rodrimar, o quarto maior em operação de contêineres no cais santista. Assinado em 1991, o contrato repassou o direito à empresa de administrar a instalação com cerca de 50 mil metros quadrados até outubro de 2011. Vale lembrar que Santos tem o maior terminal de contêineres da América do Sul.

No mesmo ano, três empresas terão de deixar suas áreas no Porto A Codesp planeja abrir a licitação do terminal ainda adde Santos: Transbrasa (contêineres), no Jabaquara, Marimex e Mesquita ministrado pela Vopak em 21 de agosto e os envelopes com (ambas contêineres), no Macuco. Elas entregarão juntas, no final de maio, as propostas pela área em 11 de setembro. Localizada na cerca de 100 mil metros quadrados em instalações portuárias. Ilha Barnabé, a instalação tem 38 mil metros quadrados. Somando as áreas de todos os contratos de arrendamento com prazo para expirar nos próximos três anos, são mais de 500 mil metros quadrados. Esse tamanho é equivalente a uma vez e meia a área do Cais do Saboó. Comparativamente, embora sejam áreas separadas, os terrenos perfazem pouco mais do que o complexo formado pelo Terminal de Granéis de Guarujá (TGG) e pelo Terminal Marítimo de Guarujá (Termag).

Em 2012, a renovação dos arrendamentos no Porto prosseguirá para cinco terminais. As empresas Granel Química, Tequimar (produtos químicos), Citrosuco (granel líquido), Termares (contêineres) e Copercitrus (granel líquido) terão seus contratos de arrendamento encerrados.

O que irá mudar

A ordem é licitar

Em 2011, aproximadamente 11 acordos serão extintos. A maior área a ir para licitação será aquela ocupada atualmente pela empresa Deicmar (veículos, contêineres e cargas especiais). No local, com 163 mil metros quadrados, são movimentados de veículos a cargas especiais.

Os contratos firmados antes da Lei 8.630/93 não poderão ser renovados ou ter seus prazos ajustados. Este é o entendimento da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Segundo o gerente de Portos Públicos do órgão, Jair Galvão, por meio de nota, “os contratos antigos, quando tiverem suas vigências encerradas, não poderão ser prorrogados,

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O contrato da Termares, por exemplo, venceu no ano passado, mas a empresa pode permanecer no local em razão da Resolução 525 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que permite a exploração da área por mais três anos, além do prazo original do arrendamento.


e as respectivas áreas e instalações portuárias serão licitadas”. Ele destacou ainda, que, após a retomada dos terminais com contratos vencidos pela autoridade portuária, havendo interesse, poderá ocorrer novo arrendamento, porém por meio de licitação. Embora a intenção da Codesp seja licitar todas as áreas, a lentidão tem sido um obstáculo neste processo. Segundo o presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra, é preciso que os órgãos

públicos que fiscalizam as concorrências sejam ágeis. Ele explica que, independentemente da decisão tomada pela estatal, a burocracia dos órgãos públicos atrasa as soluções indicadas. Segundo o presidente, a empresa tem feito sua parte no desenrolar das licitações entre dez e 15 dias, diferentemente das instituições fiscalizadoras, como a Antaq e o Tribunal de Contas da União (TCU).

Redução de ICMS irá beneficiar petróleo e gás em Santos A estimativa é que sejam gerados 74 mil novos postos de trabalho no setor O governo estadual reduziu a alíquota do ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias, de 25% para 7%, para as indústrias náuticas. A medida foi anunciada no início de julho pelo governador José Serra, durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes. Existem no Estado cerca de 80 empresas fabricantes de embarcações, muitas delas instaladas em Santos, Guarujá e na própria Capital, totalizando em torno de dez mil empregos diretos. O potencial da cidade na área de gás e petróleo e o reflexo da redução do ICMS no setor foram destacados pelo secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos e presidente do Conselho da Autoridade Portuária (CAP), Sérgio Aquino. De acordo com o secretário, se as indústrias perdessem a competitividade na náutica de lazer, pesca e recreio, passariam a buscar outras praças, como o próprio Rio de Janeiro, e deixariam de explorar as possibilidades que chegam a Santos com a demanda da Petrobras. O município pode ainda ampliar as atividades portuárias na área continental. De acordo com parâmetros mundiais, a fabricação ou manutenção de cada barco gera um emprego e meio de mão de obra qualificada. Em Santos, a estimativa é de cerca de mil trabalhadores formais neste mercado. Com a concretização da marina pública, que integra o Programa de Revitalização Porto Valongo Santos, o nível de empregos deve dobrar, pois o projeto prevê 770 vagas para embarcações. A expectativa é de que o setor gere 74 mil novos postos de trabalho no País durante o ano, sendo um terço deles no Estado. “Com o potencial do litoral e dos portos, é importante que haja uma correspondência na atividade industrial ligada à área náutica”, disse o governador. A ação visa a equalizar a competitividade das empresas paulistas com as

fluminenses, onde recentemente a redução foi implementada. Presente à coletiva, o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, afirmou que “São Paulo sempre teve um mercado vigoroso na área náutica e estava correndo o risco de perder espaço”. Segundo ele, que havia feito pedido nesse sentido ao governador, com a redução do imposto os empresários vão poder investir com segurança e gerar riquezas.

Santos Offshore Conference oferece R$ 24 mil em prêmios A 3ª edição da Santos Offshore Oil & Gas Expo and Conference está com uma novidade. Será realizada uma Conferência de âmbito Internacional cuja programação será formada por trabalhos técnicos inscritos por profissionais no site do evento. As sinopses tiveram que seguir a linha temática “Bacia de Santos: Pré-Sal, Contexto Atual e Perspectivas” e serão analisadas por um Comitê Técnico. As selecionadas irão compor a grade da conferência. Além disso, os trabalhos técnicos serão candidatos a prêmios nas categorias Economia, Tecnologia ou Responsabilidade Socioambiental no valor de R$ 24 mil em dinheiro como reconhecimento pelo mérito dos profissionais vencedores. Segundo a organização do evento, a intenção é que a conferência seja um canal excelente para a troca de experiências no campo de pesquisa, com papel fundamental na explanação de trabalhos técnicos da cadeia produtiva de petróleo e gás, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da Bacia de Santos. A Santos Offshore Oil & Gas Expo and Conference ocorrerá de 20 a 23 de outubro na cidade de Santos (SP), no Mendes Convention Center, pelo terceiro ano consecutivo. A expectativa é que sejam gerados em torno de R$ 330 milhões em negócios durante os três dias de evento.

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Santos Platform In the right path to the terminals unification Despite the deadline approach, Codesp has no intention to extend the lease contracts

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ort of Santos, considered the largest port in Latin America, may go through a considerable change over the next years. The reason for that is the almost confirmed termination of over 20 lease, areas exploitation and right of way agreements by Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). According to the institution, the termination of the majority of those agreements will make the unification of terminals and even a new distribution of cargos in the port complex possible. They sum up 24 agreements that will be terminated up to 2012. Four of them are supposed to terminate this year, including the agreements related to the terminals of great importance, such as the terminals operated by Vopak (chemical products) and by Sucocítrico Cutrale (bulk liquid), both with termination set forth to next October. Codesp aims at posting call for bids to the terminal managed by Vopak on August 21st, and the envelopes containing the proposals for the area on September 11th. Located in Ilha Barnabé (Barnabé Island), the facility has 38,000 square meters.

The total areas regarding the lease agreements to be terminated over the next years are equal to 500,000 square meters. This is equivalent to one and a half of Cais do Saboó (Saboó Pier). Still comparing ­although they are separate areas ­, the sites are a little larger than the complex formed by Granary Terminal of Guarujá (TGG) and Maritime Terminal of Guarujá (Termag).

What will Change

In the same year, three companies will have to leave their areas in Port of Santos: Transbrasa (containers), in Jabaquara, Marimex and Mesquita (containers, both), in Macuco. Together, they will leave almost 100,000 square meters of port facilities by the end of May. In 2012, the lease renovation concerning the Port will be valid for five terminals in 2012. The agreements from Granel Química, Tequimar (chemical products), Citrosuco (liquid in bulk), Termares (containers) and Copercitrus (liquid in bulk) will be terminated. Termares’, for example, was due since last year, but the company is allowed to stay at the place in accordance to Resolution 525 of the Brazilian National Agency for Waterway Transportation (Antaq), which permits the exploitation of the area for three years more regardless the original term of the lease.

“Bid everything”, that’s the order The agreements executed prior to Law 8,630/93 shall not be released nor have its terms adjusted. This is all in compliance with Antaq’s considerations. According to Antaq’s Public Ports Manager, Mr. Jair Galvão, by written notification, “the old agreements, when terminated, shall not be postponed and the respective areas and port facilities shall be bid”. He also stated that after the Port Authority takes back the terminals which agreements were due, a new lease can take place – through bids only – in case there will be interested parties.

In 2011, around 11 agreements will be terminated. The largest area to go on bidding will be the area currently occupied by Deicmar Company (vehicles, containers and special cargos). Several products are handled throughout the 163,000 square meters of the area, varying from vehicles to special cargos.

Although Codesp’s intention is to bid all areas, the slow pace in the process is an obstacle to be overcome. According to Codesp’s president José Roberto Correia Serra, the public organs responsible for inspecting concurrence need to act quicker.

The exploitation license owned by Rodrimar Terminal – the fourth largest terminal in containers operation in Santos – will due this period. Signed in 1991, the agreement provided that that company should manage the 50,000-square-meters facility until October, 2011. It is important to remember that Santos is the largest containers terminal in South America.

He explains that, irrespective of the decision taken by the state company, the bureaucracy of the public organs delays the indicated solutions. According to the president, the company has made its part concerning bids between 10 to 15 days, far different from the inspecting institutions like Antaq and the Federal Audit Court (TCU).

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ICMS Reduction Will Benefit Oil and Natural Gas in Santos Seventy-four thousand new job opportunities may be created

The State Government reduced ICMS (Value-Added Tax) tax rate from 25% to 7% for the marine industry. The decision was announced in the beginning of July by the Governor of the State of São Paulo, José Serra, during a press conference at Palácio dos Bandeirantes (Bandeirantes Palace), the head office of the Government of the State of Sao Paulo. There are roughly 80 ship manufacturing companies in the State of São Paulo, located in Santos, Guarujá and in the Capital, totaling almost 10,000 jobs. Its potential in the oil and gas sector, as well as the reflection of ICMS reduction were highlighted by the City Secretary for Port and Marine Affairs and President of CAP (Port Authority Board), Sérgio Aquino. According to the Secretary, if industries lost competitiveness in the leisure and fishing navigation, they would search for another place, like Rio de Janeiro, and would not exploit the possibilities that come to Santos by means of Petrobras’ demand. The city may also extend its port activities in the continental area. In accordance with global parameters, the manufacturing or maintenance of each vessel creates one qualified job and a half. In Santos, roughly 1 thousand registered workers may be generated in this field. Due to the concretion of the public marina, which is included in the Revitalization Program of Porto Valongo Santos, the number of job opportunities may double, provided that the project foresees 770 opportunities. Seventy-four thousand new job opportunities are supposed to be created by the sector in the country, 1/3 of them only in the State of São Paulo. “With coast and ports potential, an agreement between the industrial activity and the marine area is necessary”, said the Governor. This action aims at equalizing the competitiveness of the companies from Rio de Janeiro and São Paulo, where the reduction was recently implemented. The Mayor of São Paulo, João Paulo Tavares Papa, said that “São Paulo always had a strong market in

Politicians during press conference: João Paulo Tavares Papa, Geraldo Alckmin and José Serra

the marine sector, but the city could lose its space”. According to him, who had already appealed to the Governor, the entrepreneurs will be able to invest safely and to produce wealth due to the tax reduction.

Santos Offshore Conference Provides R$ 24 Thousand in Prizes The greatest event in the oil and natural gas sector in the State of São Paulo, Santos Offshore Oil & Gas Expo and Conference, which will take place between October 20 and 23 in the city of Santos, brings a new surprise for this edition. As part of the activities, an International Conference will be held in order to join businessmen, professionals, academic students and experts. Thus, the event may encourage the interchange of knowledge. The presentations of technical works will be take part of competitions in the following categories: Economy, Technology and Socio-Environmental Responsibility. The prizes will be in the amount of R$ 24 thousand cash to acknowledge the winners’ merit. The registered synopsis, which must follow the theme “Santos Basin: Pre-Salt, Current Context and Prospects”, will be analyzed by the Technical Committee that will choose the themes to make part of the Conference schedule According to the event’s organization, the Conference is supposed to be an excellent channel to change experiences in the research field, which must play an important role to explain the technical works of the oil and natural gas production chain. Besides, it must contribute for the sustainable development of Santos Basin. For any further information, please refer to www. santosoffshore.com.br. MACAÉ OFFSHORE

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Plataforma Espírito Santo Guilherme Dias

O Estado do Espírito Santo é visto como promissor para o mercado de petróleo e gás. Um dos pontos críticos desta indústria no País é o sistema logístico portuário, que leva muitas empresas a esbarrar em processos burocráticos envolvendo importação, exportação e carga e descarga de produtos e equipamentos e, principalmente, na falta de calado. Ocupando a cadeira de Secretário de Desenvolvimento deste Estado, Guilherme Dias fala do Complexo Portuário do Espírito Santo, formado pelo Porto de Vitória, juntamente com as demais instalações de Regência, Barra do Riacho, Praia Mole, Tubarão e Ubu, além dos investimentos previstos para o futuro, o que representa um grande avanço para várias indústrias, principalmente para o mercado petrolífero, em expansão no ES, atraindo empresas que apostam neste setor Macaé Offshore: O Governo Federal anunciou em março que o ano de 2009 será “um marco decisivo” que vai separar o presente e o futuro dos portos brasileiros. Podemos dizer que os investimentos no sistema portuário do Espírito Santo darão um maior suporte à indústria petrolífera? Guilherme Dias – Especificamente no apoio ao suprimento offshore e à exploração e produção de petróleo e gás, no Espírito Santo já existem o terminal privado da Companhia Portuária Vila Velha (CPVV) e o atendimento feito pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) na movimentação de produtos e equipamentos da cadeia produtiva. Além disso, a Petrobras está desenvolvendo o projeto de um terminal próprio, previsto para o município de Anchieta, no Sul do Estado, e ainda há outras propostas de investimentos privados para a construção de novos portos para atender à indústria de petróleo e gás natural na Baía de Vitória, no município de Vila Velha.

MO: E o que tem sido feito e o que está previsto em termos de investimentos para ampliar e melhorar essa atividade, principalmente no que se refere ao apoio no mercado de petróleo e gás? GD – Além dos investimentos privados, há dois projetos públicos que irão alavancar e melhorar a operação dos terminais portuários situados na Baía de Vitória. É importante ressaltar que, além dos terminais na Baía de Vitória, há instalações industriais com acesso logístico ao mar, como Prysmian e a Technip, que são fornecedores da área de petróleo e gás.

MO: No que consistem esses projetos e como está o andamento de suas ações? GD – O primeiro projeto é o de dragagem e derrocagem do canal de acesso da Baía de Vitória, com investimentos da ordem de R$ 117 milhões, cujo edital para a contratação das obras foi lançado no final de junho, em solenidade com a presença do ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, e do governador Paulo Hartung. A expectativa é que as obras 16

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comecem em outubro deste ano e sejam concluídas até o final de 2010. Durante esse período, devem ser gerados 100 empregos diretos e mais de 300 indiretos. Já o segundo projeto consiste na ampliação do cais comercial do Porto de Vitória, que está em fase de licenciamento ambiental e finalização de projeto executivo, que irá também melhorar a capacidade de operação da região e beneficiar a movimentação de carga da área de petróleo e gás natural. O novo cais terá 400 metros de extensão e consumirá investimentos da ordem de R$125 milhões. O edital de licitação será publicado logo após a obtenção do licenciamento ambiental para a obra.

MO: Um dos pontos críticos no setor portuário no Brasil é a falta de calado (profundidade em que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação). A obra de dragagem atenderá às necessidades de navios de grande porte? GD – A dragagem prevê o aprofundamento e o alargamento do canal de acesso, permitindo a operação de navios de maior porte, aumentando a movimentação de cargas, sobretudo de contêineres, e oferecendo mais segurança às operações. Atualmente, a profundidade do canal oscila entre 6,5 e dez metros. Após as obras, ele terá uma profundidade de 14 metros. Todo o canal de acesso será alargado para, no mínimo, 120 metros em toda a sua extensão.

MO: No final de junho, foi assinado um protocolo de intenções para a implantação de um superporto de águas profundas na Capital, que poderá elevar a movimentação de contêineres de 300 mil/ano para 1,2 milhão/ano. No que consiste? GD – O protocolo assinado entre a Secretaria Especial de Portos (SEP), Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) visa a desenvolver um projeto de um terminal portuário, voltado para a carga geral e de calado de águas profundas. Estudos iniciais indicam que o terminal poderá ser localizado próximo

A importância do terminal, que será desenvolvido em longo prazo, será a operação de carga geral por navios de grande porte

às instalações portuárias da Ponta de Tubarão. Em Tubarão, hoje estão localizados os terminais da Vale e o Terminal Portuário Siderúrgico (TPS), que atende à ArcelorMittal Tubarão, Usiminas e Açominas.

MO: Qual a importância desse investimento para o Espírito Santo? GD – A importância do terminal, que será desenvolvido em longo prazo, será a operação de carga geral por navios de grande porte, visto que, mesmo com a dragagem, a Baía de Vitória tem limitações operacionais. Considerando a área integrada ao complexo ferroviário da Vale e o acesso rodoviário, o projeto, sem dúvida, vai poder operar a carga do Espírito Santo e de toda região central do País, a exemplo de Minas Gerais e do Centro-Oeste. Vale lembrar que um grupo de trabalho foi criado e ficará responsável por realizar estudos de viabilidade que irão lançar as bases para a elaboração de um projeto básico do porto de águas profundas.

MO: Também foi anunciado que o Estado ganhará um megaporto em 2013 e que este se estabelecerá em Presidente Kennedy, no litoral Sul, tendo como investidor o grupo Ferrous Resources. Esse porto dará suporte às atividades de petróleo e gás?

GD – O projeto conceitual do investimento da Ferrous no Espírito Santo prevê a construção de um porto e um mineroduto de 420 quilômetros e capacidade total de transporte de 50 milhões de toneladas/ano de minério de ferro, das minas pertencentes à empresa em Minas Gerais. A previsão é de que as obras, orçadas em US$ 5 bilhões, sejam iniciadas no segundo semestre de 2010, em Presidente Kennedy, município situado no Extremo Sul capixaba. Entretanto, vale ressaltar que o Grupo adquiriu extensa retroárea na região e, juntamente com o Governo do Estado e prefeituras, estamos desenvolvendo estudos para melhorar o acesso aos municípios, o que inclui acesso rodoviário, infraestrutura urbana e social, de modo que, progressivamente, a região possa receber outros investimentos. Ainda que o porto na sua primeira etapa vise à mineração, a infraestrutura vai permitir, na medida de necessidade de mercado, o estabelecimento de outros projetos nas áreas de mineração/siderurgia e, até mesmo, de petróleo e gás natural. MO: Com todos esses investimentos, o que explica o crescimento no sistema portuário do Espírito Santo? GD – De um modo geral, um dos fatores que explicam o bom desempenho e a diversidade do sistema portuário do Espírito Santo é a forte presença do setor privado como operador da maioria dos terminais portuários, inclusive aqueles que atendem ao segmento de petróleo e gás natural. A origem disso está no passado, na constituição dos chamados terminais privados para uso industrial, mas que, a partir das reformas econômicas da década de 90, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, puderam operar com carga geral de terceiros. MACAÉ OFFSHORE

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Espírito Santo Platform Guilherme Dias The State of Espírito Santo is considered an auspicious region for the oil and natural gas market. One of the most critical points of this industry is related to the port logistic system, leading several companies to face bureaucratic processes, including import and export, loading and offloading of products and equipment, and chiefly the lack of drafts. The Secretary of Development of Espírito Santo, Guilherme Dias, talks about the Port Complex of Espiríto Santo, which is composed of the Port of Vitória and other facilities of the same Region, Barra do Riacho, Praia Mole, Tubarão and Ubu. The Secretary also provides an explanation concerning future investments that represent a considerable progress for several industries, chiefly for the oil market. This sector has been increased in the State of Espírito Santo, also attracting companies to invest in this sector Macaé Offshore: In March, the Fed Gov stated that 2009 will stand as a watershed between present and future when it comes to Brazilian ports. May we say that the investments in the port system of Espírito Santo will support the oil industry? Guilherme Dias – Concerning the support to the offshore supply and the exploitation and production of oil and natural gas, Espírito Santo had already presented the private terminal of Companhia Portuária Vila Velha (CPVV), as well as the service provided by Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) in relation to the handling of products and equipment in the production chain. Besides, Petrobras is developing a project for its own terminal in the city of Anchieta, in the South region of Espiríto Santo. Notwithstanding, there are other proposals of private investments earmarked for the construction of new ports to meet the oil and natural gas industry in Vitória Bay, in the city of Vila Velha.

MO: And what has been done? Are there any investments earmarked for the enlargement and improvement of this activity, chiefly regarding the support to the oil and natural gas market? GD – Over and above the private investments, there are two public projects that will foster and improve the operation of port terminals located in Vitória Bay. It is worth noting that in addition to the terminals in Vitória Bay, there are other insdustrial facilities with logistic access to the sea, such as Prysmian and Technip, which are suppliers in the oil and natural gas sector.

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MO: What are these projects, and how is the progress of their operations? GD – The first project is connected with the dredging and demolition of the access channel of Vitória Bay, with investments in the amount of BRL 117 million. The request for bids was disclosed in June, in a solemnity attended by the Chief Minister of the Special Secretary of Brazilian Ports, Pedro Brito, and the Governor of Espiríto Santo, Paulo Hartung. We expect that construction works may start in October 2009, which shall be completed up to the end of 2010. During this period, roughly 100 direct and indirect jobs will be provided. The second project is related to the enlargement of the commercial pier in Port of Vitória, which is still waiting for the environmental licensing and the completion of the executive project. This project will also improve the capacity of operation in this region, providing benefits to the cargo handling within the oil and natural gas sector. The new pier will have 400 meters long, and investments in the amount of BRL 125 million. The request for bids will be published just after the concession of the environmental license.

MO: One of the most critical points in the port sector is the lack of drafts (depth in which the lowest part of the vessel’s keel is placed). Will the dredging works meet the needs of large-sized vessels? GD – Dredging includes the deepening and enlargement of the access channel in order to enable the operation of large-sized vessels and also to increase the cargo handling, espe-


cially of containers, which may provide safer operations. Nowadays, the channel depth oscillates between 6.5 and 10 meters. After these works, the channel will have 14 meters depth. The access channel will be entirely enlarged, at least, in 120 meters.

MO: In the end of June, a Letter of Intentions was signed for the implementation of deep waters “super-port” in the capital, which may increase the containers handling from 300 thousand to 1.2 million per annum. Tell us about this letter. GD – The Letter of Intentions entered into between the Special Secretary of Brazilian Ports (SEP), the State Government and the City Hall of (PMV) aims at developing a port terminal project, earmarked for the draft and general cargo in deep waters. Initial studies point out that the terminal may be located close to the port facilities in Ponta do Tubarão. In Tubarão, the terminals of Vale and Terminal Portuário Siderúrgico (Steelwork Port Terminal – TPS) are destined to meet ArcelorMittal Tubarão, Usiminas and Açominas.

MO: What is the importance of such investments for Espírito Santo? GD – The terminal, to be developed in a long term period, will be important to the operation of the general cargo of large-sized vessels, since Vitória Bay presents several operating limits even after the dredging. Taking into account the area connected with the rail complex of Vale and the road access, it may operate not only the cargo of Espiríto Santo, but also the cargo of the entire Brazilian central region, just like the State of Minas Gerais and the Central-West region. It is worth noting that a workgroup was created to be in charge for the performance of feasibility studies that will provide the basis to carry out a basic project of the deep waters port.

MO: They also announced that the State will receive a mega-port in 2013, which will be located in Presidente Kennedy, in the South coast, and sponsored by Ferrous

The terminal, to be developed in a long term period, will be important to the operation of the general cargo of large-sized vessels

Resources Group. Will this port support the oil and natural gas activities? GD – The conceptual project of Ferrous’ investments, in Espírito Santo, aims at constructing a port and an iron ore pipeline of 420 km, as well as a capacity to transport 50 million tons of iron ore per annum from the company’s reservoirs located in Minas Gerais. We expect that the construction works, in the amount of USD 5 billion, may be started in the second half of 2010 in President Kennedy, a city located in the South region of Espírito Santo. However, it is worth highlighting that the Group purchased a large retro area in the region, and together with the State Government and the City Halls, we are carrying out studies to improve the access to the cities, which must include the road access, urban and social infrastructure. Thus, the region may progressi-

vely receive other investments. Despite the port is earmarked for the mining operations on its first stage, its infrastructure will enable the performance of other projects in the mining/steelwork sectors, as well as in the oil and natural gas sector, according to the market needs.

MO: Considering these investments, how can you explain the increase of port systems in Espírito Santo? GD – Broadly speaking, one of the factors that may explain the great performance and diversity of port system, in Espírito Santo, is the action of private companies to operate most port terminals, including those intended to meet the oil and natural gas sector. This process was created in the past, due to the constitution of private terminals for industrial use. After the economic reform in the 90’s, during the government of the former president Fernando Henrique Cardoso, these terminals could operate with t h e gener a l cargo o f third parties.

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Especial

Brasil Offshore:

a cada edição, novos recordes A quinta edição da Brasil Offshore atraiu quase 45 mil pessoas ao evento em busca de novidades tecnológicas, oportunidades de negócios e informação

O número de estudantes visitando a feira foi um dos destaques dessa edição, resultado do aquecimento do setor

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uando a Bacia de Campos nasceu em 1974 com a descoberta do campo de Garoupa e mostrou a vocação petrolífera nacional, nem um dos profissionais fundamentais para a concretização deste processo, o geólogo Carlos Walter Marinho Campos, um pioneiro da exploração de petróleo no Brasil, podia imaginar o desdobramento e a magnitude que tal fato acarretaria. Quase quatro décadas depois, o que se vê são municípios transformados, sucessivas conquistas e superações tecnológicas, investimentos e grandes

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expectativas proporcionadas pela exploração e produção do petróleo e gás natural na região. Um exemplo claro desse acontecimento está no desempenho e nos resultados da Brasil Offshore, a terceira maior feira do mundo da indústria offshore. Do dia 16 a 19 de junho, a cidade de Macaé, localizada na Bacia de Campos, atraiu nada menos que 49.224 visitantes, de acordo com a direção da Reed Exhibitions Alcântara Machado, empresa organizadora do evento. “Tivemos uma audiência muito qualificada. Esta foi a maior edição que já realizamos e espe-


ramos crescer ainda mais. Se neste ano, com a crise, aumentamos em 18% o número de expositores, temos boas perspectivas para 2011”, declarou Eric Henderson, Diretor da Brasil Offshore. A feira ganhou mais expositores e espaço. Foram 1.300 marcas, representando 34 países, distribuídas em 31 mil m² de exposição. O número de expositores totalizou 636, sendo 100 a mais que na última edição. Para isso, foi preciso aumentar a área física para o evento, que cresceu 15% em comparação com 2007. O Presidente da Reed Exhibitions Alcântara Machado, Juan Pablo De Vera, enfatizou o sucesso do evento em uma conjuntura internacional de grandes desafios. “A magnitude da Brasil Offshore 2009 em termos de qualidade de empresas reunidas evidencia que estamos no caminho certo. A crise não foi suficiente para impedir o crescimento da feira”. Esta foi a primeira Brasil Offshore organizada pela Reed Exhibitions Alcântara Machado após a aquisição do MG Group, em 2008. A cerimônia de abertura, no início da tarde do dia 16, reuniu diferentes autoridades e executivos, dentre eles: o Prefeito de Macaé, Riverton Mussi; o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro, Julio Cesar Carmo Bueno; o Gerente Executivo da Petrobras, José Miranda Formigli; o Presidente da Reed Exhibitions Alcântara Machado, Juan Pablo De Vera; o Presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustível (IBP), João Carlos de Luca; o Diretor Geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Fernández Y Fernández; o representante da OTC, Fernando Machado; o Vice-Presidente da Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro, Raul Eduardo David de Sanson; e o Diretor da Brasil Offshore, Eric Henderson.

Os diferenciais dessa edição estiveram relacionados com o Encontro de Negócios (Eneg), juntamente com a Rodada de Negócios e a organização das conferências, que pela primeira vez foi feita pela OTC (Offshore Technology Conference), em parceria com o IBP, responsável pela Conferência desde a primeira edição. O evento foi dividido da seguinte forma: Exposição, Conferência Internacional (intitulada “Brazil Offshore: The Next Frontier”), Rodada de Negócios e Eneg. A Rodada de Negócios novamente foi organizada pela Onip e pelo Sebrae, e este ano trouxe 17 empresas âncora que participaram de cerca de 700 reuniões com 170 fornecedores. A estimativa é de que as reuniões gerem juntas, R$ 119,7 milhões em negócios nos próximos doze meses. Um dos destaques da feira, a Petrobras, recebeu cerca de dois mil visitantes no seu estande. “Achei excelente a evolução do evento, não só do ponto de vista do aumento de expositores como também do posicionamento diante do cenário internacional”, declarou Lincoln Weinhardt, Gerente de Comunicação da Petrobras na Bacia de Campos. De acordo com ele, o evento teve um retorno muito positivo para a Petrobras, que participou tanto da exposição quanto das conferências. “Esta edição promoveu a aproximação do relacionamento da estatal com os parceiros fornecedores e realizou um intercâmbio tecnológico. A Reed Exhibitions Alcântara Machado representa a globalização do evento. Pretendemos voltar em 2011 e dar continuidade ao sucesso desse ano”. Cerca de 35% das empresas expositoras deste ano já renovaram participação para a próxima edição em 2011. “Já estamos em contato com a Prefeitura para ver como podemos ampliar ainda mais o espaço que a feira ocupa no Macaé Centro”, declarou Henderson. A próxima edição da Brasil Offshore acontece de 14 a 17 de junho de 2011.

Na exposição, o público conheceu de perto alguns dos equipamentos usados no setor

Destaque para participação internacional A quantidade de expositores internacionais aumentou em 100% este ano, totalizando 138 empresas. A maioria esteve concentrada nos seis pavilhões internacionais organizados — China, França, Reino Unido, Holanda, Estados Unidos e Alemanha — que somaram mais de 1.200 m² de espaço ocupado na feira. Os países estreantes foram Trinidad Tobago, Eslovênia, Cingapura e Emirados Árabes. O evento reuniu toda a cadeia produtiva de exploração e produção offshore, incluindo multinacionais, grandes, médias, pequenas e microempresas. Vinte companhias do Reino Unido se cadastraram como expositoras na Brasil Offshore, uma das maiores atuações do País na feira. Quatro dessas empresas participaram também de uma missão comercial coordenada pelo UK Trade and Investment (UKTI) e pelo Scottish Development International (SDI), órgãos governamentais de incentivo ao comércio e investimento internacional. A missão comercial foi integrada ainda por outras três empresas, totalizando 23 companhias do Reino Unido prontas para firmar parcerias no mercado brasileiro. MACAÉ OFFSHORE

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Especial especializada no desenvolvimento de soluções e de softwares para monitoramento da qualidade do ar. Outras companhias possuem contratos já estabelecidos com empresas nacionais. Segundo o chefe do Setor de Petróleo, Energia e Construção Naval da Missão Econômica da França no Rio de Janeiro, Michel Curletto, “as empresas francesas pretendem participar desse movimento a partir da expertise acumulada no setor, inclusive na exploração de petróleo em águas profundas”. O movimento citado pelo executivo refere-se ao feedback e posicionamento do mercado frente ao anúncio de investimentos feitos pela Petrobras para os próximos cinco anos.

Sucesso sim, mas ainda necessitando de ajustes A francesa Technip é tradicional expositora do evento

O Pavilhão Britânico na feira foi organizado pelo Energy Industries Council (EIC), em conjunto com o UKTI e SDI. As empresas britânicas têm vasta experiência em pesquisa e produção offshore, adquirida em décadas de atuação no Mar do Norte, onde há mais de 300 campos em operação. A participação francesa também aumentou, no total foram 80 empresas cadastradas, 20 a mais que na edição de 2007. O Espaço França, área exclusivamente destinada para os estandes das companhias desta nacionalidade, ocupou 200 m2. O presidente do senado francês, Gérard Lacher, visitou o evento e conferiu de perto a participação das empresas francesas. “Esta visita reforça a estratégia de aliança entre os governos brasileiro e francês. Os dois países são parceiros, que oferecem suporte ao desenvolvimento das suas economias”, declarou Lacher.

Alguns expositores declararam a feira como “tumultuada” e “desorganizada” principalmente em relação à distribuição dos visitantes. Uma das sugestões é a reserva de dois dias apenas para os estudantes (que a cada ano tem se tornado mais expressiva) e os outros dois para o público especializado. Eles acreditam que desta forma poderiam dividir melhor a atenção, direcionando o foco para os clientes e as explicações para os que vão em busca de conhecimento. Unânimes, afirmaram que o evento é certamente uma boa iniciativa, pois reúne em um só lugar todos os elementos da cadeia de negócios. Entretanto, é preciso ter “planejamento, empreendimento e ações condizentes com o projeto que se quer levar adiante”, definiram.

A Agência Francesa para o Desenvolvimento Internacional das Empresas (Ubifrance) e a rede das Missões Econômicas da França foram as entidades responsáveis pelo estímulo da adesão francesa ao evento. Elas formam o dispositivo público de apoio às empresas desse país em suas atividades de exportação, seja qual for seu porte e setor de atividade. O interesse de tais companhias está baseado nas perspectivas geradas a partir do anúncio da camada de pré-sal, considerada a maior descoberta das duas últimas décadas no setor de exploração e produção, superando quaisquer previsões pessimistas geradas pela crise que abalou a economia mundial no ano passado e início deste. A similaridade entre projetos do Brasil e da França e, com isso, a possibilidade de fortalecimento das parcerias franco-brasileiras foi outro fator que contribuiu para o crescimento da participação deste país na Brasil Offshore. Das empresas do Espaço França, oito estão em fase de implantação no Brasil, como a Masson Marine, que produz sistemas de propulsão para vários tipos de embarcações, a Advanced Subsea, cujos produtos são destinados à perfuração de poços em águas profundas e Aria, 22

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Ainda que prestigiada, a Feira deixou a desejar em termos de organização

Sendo Macaé a Capital Nacional do Petróleo, nada mais justo do que a cidade promover com primor um evento deste porte, além de oferecer uma infraestrutura à altura deste título, com serviços adequados à visitação, transporte, hospedagem e atendimento a empresas e profissionais do segmento. A contribuição e participação de todos os setores é essencial e não pode ficar somente na intenção ou na propaganda de idéias não implementadas.


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Especial

Participação de estrangeiros nas conferências chegou a 60% Divididas em nove sessões, as palestras abordaram principalmente os avanços em processos dentro de E&P

Empresas nacionais e internacionais apresentaram trabalhos técnicos exclusivos durante os dois dias de conferência

Pela primeira vez na feira, a OTC (Offshore Technology Conference), o maior evento mundial de offshore, organizou a Conferência Internacional, com o tema “Brazil Offshore: The Next Frontier”, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). Ao longo dos dois dias de palestras, 17 e 18, foram apresentados 48 trabalhos exclusivos, desenvolvidos por profissionais do setor de diferentes empresas tanto nacionais quanto internacionais como a Petrobras, Shell, Subsea 7 e Aker Solutions. Os 360 congressistas assistiram aos trabalhos técnicos que também foram apresentados na OTC, realizada em Houston (EUA), em maio deste ano. Uma grande conquista dessa edição foi a participação de estrangeiros na conferência, que alcançou a marca de 60% do público participante, revelando o real interesse das empresas internacionais nas oportunidades que o Brasil oferece no ramo de offshore. O gerente executivo do Pré-Sal da Petrobras, José Formigli, marcou o início das palestras falando sobre a matriz energética mundial e a dependência do petróleo, entre outros assuntos pertinentes ao setor. “A maior parte da futura produção de petróleo não virá de novas descobertas, por isso os campos maduros e o aumento do fator de recuperação dos reservatórios representam um papel fundamental na indústria”, declarou.

Novas tecnologias de E&P No primeiro dia de palestras, alguns dos assuntos abordados foram: construção de poços; otimização no desenvolvimento nos campos offshore; tecnologia de águas profundas; compressão, separação e bombeamento submarinos; gestão de integridade estrutural e avanços na tecnologia de riser flexível. Em se tratando de garantia de fluxo, o foco das palestras “Avanços na garantia de fluxo” e “Otimização no desenvolvimento do campo” foi apontar estratégias de escoamento a fim de preservar as características do óleo e impedir que haja o bloqueio, parcial ou total da tubulação gerando parada de produção. Segundo Geraldo Spinelli, gerente de área de 24

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elevação e escoamento do EPI-Engepe da Petrobras e um dos mediadores dessa sessão, a garantia de fluxo é um dos fatores para a otimização e desenvolvimento de um campo e, neste trabalho, realizar um bom planejamento é fundamental devido às adversidades encontradas nos reservatórios. Dos seis trabalhos apresentados, três deles foram da empresa FMC Technologies baseados no desenvolvimento offshore na República do Congo. Nas exposições orais, foram mostradas desde as soluções para as etapas inicias, como as de infraestrutura próximas ao poço, quanto as alternativas para otimização do escoamento, como a disposição de diferentes pontos de injeção de gás lift. Os desafios do projeto Papa-Terra também foram assuntos desta seção. De acordo com Juselino Júnior, consultor técnico do projeto Papa-Terra, “o item direcionador para a descoberta de alternativas para superar os desafios encontrados foi o escoamento, tendo em vista o tipo de óleo presente no campo e do que se esperava para o projeto”. Segundo ele, os desafios estavam relacionados com a modelagem do petróleo e o afastamento entre as unidades. As saídas encontradas foram a recombinação do óleo com o gás, gerando o que se denomina de “óleo vivo”, a fim de obter uma amostra representativa do óleo presente no campo e a partir deste ponto fazer as medições de viscosidade e a utilização da


ancoragem do tipo spread em razão da menor distância até o poço (cerca de 350 metros) e da necessidade de pressões elevadas para garantia de escoamento, já que o duto não atinge o solo marinho. Na sessão “Construção de Poços”, a Petrobras apresentou soluções para este tipo de atividade. São três tecnologias que a estatal pretende testar dentro de pouco tempo, segundo informou o mediador da conferência e consultor técnico do Serviço de Poço da Petrobras, Carlos Alberto Pedroso. Das três tecnologias, duas serão implantadas dentro de pouco tempo na Bacia de Campos e a outra ainda está em fase de análise para definir se será implantada nesta bacia ou nos campos em terra.

Já na palestra “Offshore Exploration and Production, Deepwater Technology e Subsea: Inspection, Maintenance, Repair”, foram apresentados temas ligados à tecnologia em águas profundas. Para um dos mediadores e diretor de suporte da empresa FMC Technologies, José Renato Marins, a indústria brasileira está avançando no desenvolvimento de soluções tecnológicas na área de pipelines. “Tivemos excelentes apresentações relativas aos impactos, instalações e monitoramento de equipamentos para essa área. São novidades importantes para garantir a segurança das instalações na parte de produção”, disse.

Na atividade de perfuração, a Petrobras pretende testar nos campos maduros de Marlim, na Bacia de Campos, a tecnologia chamada de “Transmissão de dados através da coluna de perfuração”, que será utilizada para melhorar a transmissão de dados no interior dos reservatórios. É uma tecnologia considerada nova por ser desenvolvida no mundo há cinco anos e ainda não testada no Brasil.

O coordenador de Engenharia de Poço da Petrobras, Renato da Silva Pinheiro, ressalta que um dos pontos enfáticos na palestra foi a abordagem da importância da contratação de bens e serviços de conteúdo nacional. “A utilização de rises em lâminas d’água profundas e ultraprofundas foi um dos assuntos mais pontuados e frisamos exatamente o fato de estarmos utilizando o conteúdo da indústria brasileira, que deve estar bem alinhada com o direcionamento da Petrobras e do Governo Federal”, relata Renato.

De acordo com Pedroso, a estatal está em negociação para testá-la. “É uma novidade bastante interessante visto que tínhamos uma limitação de transmissão de dados e ela permite que este processo seja feito de forma massiva, então, desta forma, você consegue pegar muitos dados, interpretá-los na superfície e melhorar sua navegação no interior do reservatório. É algo que a Petrobras pretende testar logo”.

De acordo com ele, as empresas estão se preparando para atender a essas demandas e contam com o apoio do Prominp, que orienta e prepara empresas e profissionais para desenvolver esta tecnologia aqui no Brasil. Quanto ao paradigma de buscar produtos lá fora, por mais barato que eles sejam, é resultado de as empresas estrangeiras possuírem uma infraestrutura montada. “Tendo isso, você consegue baratear os preços e ter condições de competir com elas”, acrescenta.

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Especial Na corrida pelo pré-sal, empresas mostram suas soluções Já no segundo dia de conferência, alguns dos temas abordados foram unidades de produção flutuantes, em que a Technip apresentou a plataforma Spar, avanços nos sistemas e materiais para ancoragem, unidade flutuante e GNL e oleodutos offshore e gerenciamento de reservatório, incluindo a palestra final destinada aos desafios de exploração e desenvolvimento na camada de pré-sal. A sessão sobre unidades de produção (FPSOs) apresentou novos conceitos com foco no pré-sal, mostrando a grande variedade de tecnologias aplicadas na área, como plataformas do tipo TLP, Spar e semissubmersíveis para completação seca. O conteúdo da apresentação da plataforma do tipo Spar, um dos dois papers destinados à francesa Technip, tratou do desenvolvimento e aplicação dessa unidade nos campos de alta profundidade, em ambiente acima de 2.200 metros. Além de representar a confirmação da capacitação da indústria nacional de fazer um produto desse com alto conteúdo local, a Technip expôs em seu estande uma réplica da plataforma.

procedimentos seguem as características da Petrobras, que sempre que tem um desenvolvimento e atrelado a desafios, inicia um processo com uma pré-qualificação de fornecedores e de soluções”, afirmou Carlos Alberto Faraco, diretor adjunto comercial da Technip. Ele acrescenta ainda que “a Spar está sendo uma das soluções que poderão ser aplicadas para os campos de alta profundidade”. A tendência da aplicação desse tipo de plataforma, segundo estimativas de Faraco, é apenas a partir de 2014/2015. “A Petrobras está, com alguma antecedência, começando a investigar e ter certeza dos tipos de soluções para a operação no pré-sal”, completou. Existem 15 plataformas desse tipo em atividade no mundo, sendo uma no sudeste asiático e 14 no Golfo do México, uma delas recém-instalada, chamada de “Perdido” a uma profundidade de 2.500 metros. Os trabalhos do painel de unidades de GNL (Gás Natural Liquefeito) offshore mostraram novos conceitos para o desenvolvimento do gás natural. O chairman deste segmento, Antônio Luiz Fernandes dos Santos, disse que ainda não existe unidade como essa no mundo e é cedo para falar em instalação, mas no futuro será a alternativa para melhoria na logística do transporte de gás natural, reduzindo custos. Fechando o ciclo de palestras, a Petrobras apresentou as estratégias que pretende adotar para superar os desafios tecnológicos e logísticos no desenvolvimento das acumulações descobertas no pré-sal brasileiro. As apresentações fizeram parte do painel “Pre-salt challenges: exploration and development”.

José Miranda Formigli Filho, gerente executivo de Exploração & Produção do Pré-sal

Os diferenciais dessa plataforma são suas características hidrodinâmicas, como as acelerações lentas, que lhe conferem maior estabilidade em vista das adversidades marítimas da área de pré-sal e da Bacia de Campos; sua versatilidade em poder trabalhar tanto como plataforma de produção quanto de produção e perfuração, já que a presença de uma unidade de perfuração vai economizar a mobilização de uma sonda de perfuração; e, além disso, a Spar também pode operar com estocagem de óleo, como uma FPSO em pé - dependendo do layout submarino e havendo a instalação de dutos submarinos. Desta forma, ela própria poderá fazer a exportação de óleo para terra. A pesquisa dessa plataforma foi realizada por meio de um acordo de cooperação entre o Cenpes e a empresa, que consistia num estudo de viabilidade e confirmação da aplicação dessa unidade em campos de alta profundidade. O estudo foi concluído ano passado e hoje se encontra em fase de validação através de ensaio e teste modelo. “Tais 26

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Ao todo foram sete apresentações conduzidas pelos presidentes de seções, Fernando A. Machado e Marcos Assayag, executivos da Petrobras. No evento, os palestrantes ressaltaram a importância de conhecer bem os reservatórios do présal brasileiro, formado por rochas carbonáticas e ainda pouco estudadas no mundo. Outro ponto que ganhou destaque foi que a presença das maiores acumulações de hidrocarbonetos encontradas no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos estão localizadas em águas ultraprofundas e abaixo de uma camada de sal que chega, em algumas áreas, a dois mil metros de espessura. Tais características confirmam a peculiaridade da região e a necessidade de preparo tecnológico por parte da indústria em geral. De acordo com os expositores, os projetos do pré-sal também exigirão o desenvolvimento de tecnologias sofisticadas e ferramentas eficientes para viabilizar o acesso a prospectos cada vez mais complexos. Para desenvolver todo o aparato tecnológico necessário, uma das estratégias da estatal será a formação de parcerias entre fornecedores brasileiros e estrangeiros, com o objetivo de promover o intercâmbio e a incorporação de expertise internacional, quando disponível.


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Especial Crianças da rede pública participam de jogos educativos no Espaço SA Cerca de 600 crianças da rede municipal de ensino visitaram o Espaço S.A. (Socioambiental) e participaram de jogos interativos, aprendendo noções de como preservar o meio ambiente e conciliar desenvolvimento com sustentabilidade. O espaço inaugurou na Brasil Offshore as iniciativas que privilegiam projetos ligados à responsabilidade socioambiental. Em uma área de 2,5 mil m², a ONG Vida Sustentável foi a responsável pelo espaço, que recebeu a visitação de cerca de 25 mil pessoas entre visitantes e expositores. Foram expostos projetos e cases de sucesso em sustentabilidade de empresas, universidades, ONGs e governo, além de tecnologias ambientais nas áreas de energias limpas. Simultaneamente, foi lançado no segundo dia de evento, o Fórum Permanente de Desenvolvimento Sustentável

da Região da Bacia de Campos. Trata-se de um projeto do Instituto Vida Sustentável, com o objetivo de reunir governos, empresas e a sociedade civil para uma ampla discussão sobre projetos e políticas públicas que promovam a sustentabilidade ambiental, social e econômica dos 13 municípios que compõem a Região da Bacia de Campos. O Centro de Triagem de Resíduos Sólidos do Espaço S.A. fez a separação de todos os materiais recicláveis descartados nas diversas áreas do evento. Inúmeros tipos de materiais, tais como papelão, plásticos e latas, foram recolhidos, separados e prensados para encaminhamento a centros de reciclagem e cooperativas da região. Somente durante o período de montagem, foram enviadas para reciclagem mais de 20 toneladas de madeira. Durante os três primeiros dias, foram recolhidas mais de quatro toneladas de lixo reciclável.

Brasil Offshore supera crise econômica Apesar dos reflexos da crise financeira ainda assombrarem o mercado, empresas observaram, durante a feira, que o setor de petróleo e gás continua aquecido A edição da Feira Brasil Offshore foi o retrato do quanto as empresas deste setor estão firmes no mercado, investindo e apostando no que vem pela frente. A crise parece ser assunto do passado e, nos estandes, a única preocupação apontada pelos empresários e representantes das empresas era quanto à necessidade de estreitar relacionamento entre fornecedores de bens e serviços, uma vez que na reta dos próximos anos estão demandas que fomentarão negócios em todo o Brasil. Grandes e pequenas empresas falam das novidades que levaram ao evento, bem como das suas expectativas de negócios e dos resultados que a Brasil Offshore lhes proporcionou nesses quatro dias de feira.

Sermap volta à Brasil Offshore após dois anos Há duas edições sem participar da Brasil Offshore, a Sermap, empresa de comércio de ferramentas, máquinas, soldas, abrasivos, EPIs e do meio ambiente e produtos para aplicações industriais, marcou presença no evento deste ano. Segundo o gerente de vendas, Volmir Mesalira, nesta edição o que chamou a atenção foi o suporte voltado aos clientes. “Tivemos uma assistência maior antes do evento, o que nos motivou a participar este ano”, disse. 28

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A empresa apresentou várias linhas novas, como equipamentos para trabalhos em altura e espaço confinado, uma gama de produtos que a Sermap comercializa e que, segundo ele, ainda são pouco conhecidos no mercado em Macaé e no restante do Brasil. “Fizemos excelentes contatos com empresas que participaram do evento e prestigiaram nosso estande. O evento superou o que estávamos estimando”, frisa Volmir.


equipadas com assistência técnica e com uma equipe treinada para qualquer assistência.

Dânica Multitek: engenharia e produtos nacionalizados Com grandes expectativas de gerar negócios após a Feira Brasil Offshore, a Dânica Multitek marcou presença no evento, levando solução completa turn-key para sistemas de interiores navais e offshore. O destaque da empresa para a feira foram os produtos contidos em seu portfólio, como portas, pisos, banheiros, dormitórios, escritórios, ou seja, toda a arquitetura de interiores para unidades navais.

Cameron comemora sua participação no marco do pré-sal

São produtos testados de acordo com regulamentos internacionais e aprovados pelas mais importantes sociedades classificadoras. “Podemos chegar a um nível de 97% de nacionalização de todo material”, frisa o gerente de vendas da Dânica, Juliano Canato, ressaltando que o grupo aposta na inovação para oferecer engenharia completa com 100% de fabricação nacional e montagem de todos os materiais para acomodações de interiores do mercado naval e offshore.

As atenções se voltam para o pré-sal e não poderia ser diferente na Brasil Offshore. Nela, a Cameron apresentou em seu estande a nova linha de equipamentos para a separação de óleo e gás submarino, o mesmo que a empresa utilizou no início da operação do primeiro poço do pré-sal em Tupi, na Bacia de Santos. “Participamos diretamente deste grande marco. O equipamento que estava no fundo mar era nosso e mostramos nossa conquista através de vídeos durante a feira”, disse o gerente de planta da empresa, José Ferreira. Segundo ele, o resultado da feira foi positivo e nela a Cameron pôde estreitar as relações com várias empresas, principalmente com clientes como a Petrobras e da área de perfuração. “Hoje, há uma carência grande com relação a fornecedores de produtos e serviços na região. Isso nos obriga a buscá-los em outros estados. Acredito que precisamos de mais ações, iniciativas para trazer uma quantidade maior de empresa para cá”, pontua.

Novas instalações da Dräger na Bacia de Campos A Dräger, líder internacional nos domínios da tecnologia médica e segurança, levou para a feira seu portfólio diversificado de produtos na área de segurança e anunciou aos visitantes, clientes e expositores, que está com uma nova instalação em Macaé, no bairro Novo Cavaleiros. O diretor da empresa, Ricardo Espinosa, ressalta que a Dräger prima pelo excelente atendimento ao cliente, uma das razões especiais para este novo investimento. “Não fornecemos simplesmente o produto, mas fundamentalmente serviços de pré e pós-venda, que consistem na informação, orientação e suporte ao cliente”, pontua ele, informando que a empresa, com matriz em Barueri (SP), possui quatro filiais totalmente

Soluções em comunicação via satélite da CapRock A CapRock Communications, a maior provedora global de comunicações via satélite, levou para o evento produtos como Asset-Trax, um sistema de localização automática online, que é implantado numa unidade marítima para prover a integração dos sistemas a bordo. A Empresa utiliza as últimas tecnologias via satélite comprovadas para fornecer serviços de comunicações gerenciados, incluindo internet de banda larga, voz sobre IP, rede segura e vídeo em tempo real para os locais mais remotos e hostis do mundo. “Temos 30 anos de experiência. No Brasil, estamos há apenas cinco anos com a base em Macaé e observamos este mercado com grandes expectativas de crescimento, pois somos parte dessa engrenagem, já que a comunicação é um dos elementos de valor dessa cadeia”, explica o diretor da empresa na América do Sul, André Gustavo Sant’Anna. MACAÉ OFFSHORE

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Especial V&M traz produtos compatíveis com os desafios do mercado A Brasil Offshore é considerada pela V & M Tubes um dos eventos mais significativos do setor do mercado de petróleo e gás. Produtora de tubos de aço sem costura no Brasil, a empresa está com nova base de serviços instalada em Rio das Ostras (RJ), com o objetivo de prover serviços de preparação, conservação, aperto, montagem, reparo e inspeção de elementos tubulares relacionados com a perfuração e completação de poços petrolíferos onshore e offshore. Em sua base, ela mantém uma equipe de campo, chamada VAM Field Service, que fornece técnicos para o acompanhamento e apoio aos serviços ligados à utilização de conexões VAM, incluindo a aplicação dos tubos em sondas. “Estamos trabalhando em novas conexões e aços sempre com foco em nos antecipar às necessidades de nossos clientes”, disse Alexandre Cardoso, gerente de vendas técnicas e serviços de campo.

3M lança tecnologia para o pré-sal A 3M do Brasil apresentou cinco novos produtos e aproveitou os dias da feira para estreitar contatos e formar novas parcerias. As novidades englobaram o filtro Cuno, já utilizado pela Petrobras, um adesivo anaeróbico de alta performance, uma tinta líquida anticorrosiva (solução que facilita o reparo de revestimento nas tubulações) e a microesfera de vidro (um tipo de isolamento térmico para tubulações que transportam petróleo). A microesfera tem características importantes em função das novas demandas do mercado já que este produto é adequado para uso na camada de pré-sal. “Ele pode ser utilizado em profundidade de até dez mil metros e aguenta pressões de 18 mil psi”, afirmou Juliana Davazzo, gerente de marketing da empresa. Todos os produtos da empresa são certificados pelo Cenpes. Para o primeiro semestre de 2010, a empresa prevê a inauguração do laboratório de desenvolvimento de produtos de combate à corrosão em Sumaré, São Paulo.

Apolo Tubulars traz tecnologia pioneira ao país Foi na UN-Seal da Petrobras, no Sergipe, o local escolhido para a realização dos testes de qualidade e especificação técnica dos novos tubos API de diâmetro de 2 7/8 a 9 5/8 da Apolo Tubulars, a novidade do estande da empresa este ano na Brasil Offshore. De tecnologia pioneira, os tubos suportam condições peculiares como altas profundidades e pressões, além de serem mais resistentes à corrosão. “A tecnologia do tubo é diferente e moderna. Somos mais competitivos e possuímos um custo benefício superior aos modelos atuais de mercado”, afirmou o diretor comercial da empresa, Antônio Caruso. Segundo Caruso, dentro desta especificação de diâmetro, os novos tubos obtiveram resultados bastante positivos quando submetidos a essas profundidades.

Tyco apresenta suas cinco divisões integradas A Tyco, uma das maiores companhias fornecedoras de soluções para indústrias e comércio, anunciou, durante a Brasil Offshore, que suas marcas, bastante reconhecidas no segmento de óleo e gás – ADT Worldwide, Tyco Fire Protection, Tyco Safety Products, Tyco Flow Control e Tyco Eletrical and Metal Products – agora estão integradas com a finalidade de oferecer soluções completas em aplicações offshore, onshore, refinarias e dutos. Segundo o gerente geral do grupo, Victor Venâncio Loureiro Dias, “o objetivo é consolidar as marcas dessas empresas, ampliando a percepção dos clientes em relação à diversidade de tecnologias e soluções disponibilizadas pelos seus produtos e serviços”. A Tyco possui completo portfólio com vasta experiência em sistemas de segurança. 30

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A Apolo vem se preparando para as novas necessidades da Petrobras, não apenas pela expectativa de crescimento gerada pelos investimentos anunciados, mas também pelas barreiras tecnológicas que surgem ao longo do caminho.

Logika e Predileto: transportando soluções Para Ricardo de Barros Tostes, diretor da Logika e do Predileto, empresas especializadas no transporte de cargas aéreas e terrestres, respectivamente, a edição da Brasil Offshore deste ano foi especial em virtude da forte participação do público alvo da companhia. “Obtivemos inúmeros bene-


fícios, tanto no conhecimento de novos clientes e oportunidades quanto na aproximação de nossos atuais clientes, além da automotivação, fator relevante para continuarmos avançando em nossos projetos”, avaliou. Quanto às perspectivas de futuro, o diretor diz que, além de manter os planejamentos, a empresa pretende aumentar o volume inicialmente previsto em função das oportunidades de mercado identificadas.

Technip apresenta plataforma para pré-sal A plataforma Spar, ainda sem nenhuma unidade em operação no país, foi a novidade que a Technip apresentou durante a Brasil Offshore. Um dos cases na conferência, a plataforma é resultado de uma parceria entre a francesa e o Cenpes no estudo de viabilidade e de confirmação da aplicação dessa unidade em campos de grande profundidade. A Techinp é uma tradicional expositora, “primeiramente pela relação que ela tem com a cidade, pois faz parte da história de Macaé desde o início de desenvolvimento da base logística com a Petrobras e também pela relação que mantém com a estatal”, segundo classificou o diretor ajunto comercial, Carlos Alberto Faraco. “Com certeza, a Brasil Offshore é uma boa iniciativa, pois reúne em um só lugar todos os elementos da cadeia de negócios”, afirmou o analista de marketing da empresa, Bernardo Gonçalves.

Extecil: segurança de Santos para o Rio “A feira foi bastante atrativa e reuniu no mesmo local pessoas com qualidade e interesse profissional”, assim avaliou Celso Moura, diretor da Extecil Santos, empresa atuante no mercado de serviços e comercialização de materiais de segurança. A empresa trabalha em quatro divisões: Salvatagem, Extintores, Life Boat e Ar Comprimido. Entre seus principais clientes estão a Petrobras, Pan Marine, BOS, SBM e Macaé Marine. Este ano a Extecil firmou uma parceria com uma empresa dinamarquesa especializada na fabricação de equipamentos de salvatagem e segurança, que está em fase de instalação no País, na capital fluminense. Além disso, estão encaminhando uma equipe para auxiliar a Extecil nas atividades de venda. Ca-

berão à Extecil Santos as ações de pós-venda.

Eficiência na iluminação para área classificada A Cooper Crouse-Hinds levou à feira uma novidade: a tecnologia LED (Light Emitting Diode) para área classificada, por meio dos produtos luminária e projetor LED. Sua aplicação é indicada para qualquer instalação neste tipo de área, principalmente em plataformas. Algumas das vantagens são: durabilidade, cerca de quatro vezes maior; iluminação mais eficiente e econômica e menor custo de manutenção. O engenheiro de aplicação Hamilton Brito informou que a tecnologia já está em produção no País e que a empresa já possui consultas da área de projetos para implantação dessa tecnologia em território nacional, como já feito pela Petrobras. A Cooper possui base em Sorocaba (SP) e trabalha com distribuidores estabelecidos em Macaé para atender às demandas da Bacia de Campos, para a qual disponibiliza todo um portfólio de soluções, além de um estoque para pronto atendimento.

Farnell: novas linhas de cabos e website Existe uma grande demanda de equipamentos de manutenção. Com base nesta análise, a Farnell Newark desenvolveu sua participação na Brasil Offshore. Segundo o gerente de produtos e marketing da Farnell Newark, Gilson Tristan, a Bacia de Campos demanda muitas soluções em cabos e, considerando as atividades da região, estes produtos exigem características específicas. Assim, a empresa está lançando no Brasil soluções em cabos elétricos e eletrônicos resistentes a ambientes muito agressivos, como os de alta temperatura, pressão, esforço físico, agentes químicos e chama. “São cabos com construção diferente que resistem a mais de mil graus sob a ação de chama”, informou. O material faz parte da linha TPC Wire & Cable, que é uma firma dentro do grupo Premier Farnell e, segundo o gerente, os cabos estão de acordo com as necessidades do mercado nacional. “Os cabos têm inúmeras aplicações distintas e se adaptam também às condições do pré-sal”, completou Gilson. Outra novidade foi a renovação da website da empresa, garantindo ao cliente maior agilidade no acesso e facilidade de busca e de compras.

Vicel apresenta nova linha de dessalinizadores e parceria O Grupo Vicel, que participa desde a primeira edição da feira, apresentou uma nova série de equipamentos de dessalinizadores da linha Omnipure, da empresa Severn MACAÉ OFFSHORE

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Especial ticipação do Sistema Firjan na quinta edição da Brasil Offshore. O ambiente da feira vem ainda funcionando como um termômetro para verificar as atuais carências de mercado, em particular a do Rio de Janeiro, informou o gerente, por conta dos ativos presentes na indústria fluminense. “Entendemos a demanda atual e talvez a futura e, desta forma, ficamos em contato permanente para preservar este contato com as empresas e nos conhecer melhor”, afirmou Marcos Pereira.

Trent De Nora, da qual a Vicel é representante exclusiva desde 1995. Estes equipamentos são os primeiros da linha certificados pela guarda costeira americana para atender aos novos parâmetros da Marpol, que entram em vigor no próximo ano. O grupo mostrou ainda sua nova parceira, a Aqua Chem, líder em seu segmento de mercado, que trabalha com dessalinizadores por osmose reversa e por evaporação. A Petrobras e várias empresas do grupo IADC têm sistemas da Aqua Chem instalados em suas embarcações, perfuradoras e plataformas.

Outra ação desenvolvida foi a visita aos estandes de outras empresas no intuito de identificar as necessidades do setor ainda não disponíveis no País. “Nesses contatos buscamos uma parceria, se for o caso, para desenvolver a tecnologia aqui mesmo no Brasil, sempre com transferência de conhecimento”, informou Ziney Dias, gerente de Relacionamento com o Mercado de Petróleo e Gás da Firjan.

Falck Nutec lança treinamentos noturnos A novidade no estande da dinamarquesa Falck Nutec foi o lançamento dos treinamentos noturnos dos cursos de Salvatagem e Auxiliar de Movimentação de Carga. A diferença para os cursos diurnos é sua duração, que passou de uma semana de oito horas diárias, para duas, de quatro horas.

“Com isso, a empresa completa seu conceito de 360 graus de suporte que vai desde a educação até assistência técnica e treinamento dos equipamentos e serviços ligados à convenção da Marpol”, explicou o diretor da Vicel, Sérgio Arruda.

Termômetro da indústria petrolífera nacional A intenção e razão para estar na Feira, como Firjan e Centro de Tecnologia de Solda, são “entender o que a indústria fluminense do setor petróleo e gás de Macaé necessita para manter sua atividade econômica e trazer soluções de engenharia para a indústria, inclusive de apoio”. Assim, Marcos Pereira, gerente de Centro de Tecnologia Senai-RJ Solda, definiu a par32

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O curso para movimentação de carga tem outra característica diferente: é de formação e não de segurança, como o outro citado. Os interessados puderam fazer suas inscrições no próprio estande. As aulas, em fase de formação de turma, estão previstas para iniciar ainda neste semestre. A atuação da Falck Nutec durante a feira foi direcionada à prospecção de clientes, além do atendimento aos atuais parceiros a fim de transmitir a eles as reformas realizadas na infraestrutura da base, englobando as salas de aula, restaurantes, equipamentos de última geração e os novos treinamentos.


Rodada de Negócios e Eneg movimentarão R$ 120 milhões Apesar da crise econômica mundial, o resultado desses encontros reflete o momento aquecido da indústria do petróleo A Rodada de Negócios e o Encontro de Negócios (Eneg) – este realizado pela primeira vez na Brasil Offshore – foram uma das marcas de sucesso da quinta edição do evento. Os encontros promovidos pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e Sebrae/RJ estimam R$ 119,7 milhões em negócios para os próximos 12 meses. Conforme informações da organização, somente a Rodada promoveu 700 reuniões entre 17 empresas âncora, a Petrobras e 170 fornecedores. Entre as empresas âncora estavam a Aibel, Chevron, El Paso, estaleiros Mauá, Atlântico Sul e Maclaren, FMC, Repsol, Shell, Technip, Ultratec e Global. “Todas apresentam suas demandas e itens críticos e as fornecedoras mostram-se preparadas para atender às suas necessidades, oferecendo produtos e serviços com qualidade, bom preço e curto prazo”, disse Renato Perlingeiro Salles Júnior, analista do Sebrae/RJ. Já o Encontro de Negócios resultou em 300 reuniões de sucesso, com a expectativa de gerar um volume equivalente a R$ 22,7 milhões em negócios. “Esses encontros têm por finalidade dar oportunidade àquelas empresas que possuem um porte menor e que ao mesmo tempo comercializam produtos que não são demandados de forma direta pelas grandes empresas, mas que integram a cadeia de suprimento do setor”, explica Renato. De acordo com ele, foram inseridas no mercado novas empresas, todas cadastradas no Sebrae e qualificadas para atender a todos os compradores interessados nos seus serviços. Além disso, durante a feira, a Petrobras e o CadFor/Onip fizeram atendimento para cadastramento de fornecedores. Enquanto isso, o BNDES abriu espaço para consultas, passando informações sobre o cadastramento junto ao Finame para acessos a financiamentos para produção e comercialização de máquinas e equipamentos.

Empresas anunciam investimentos na Bacia de Campos Mais do que um encontro, a Rodada de Negócios significa a oportunidade de sondar as perspectivas da in-

No Encontro de Negócios, inédita no evento, foram realizadas 300 reuniões e gerada uma expectativa de R$ 22,7 milhões em negócios

dústria de petróleo e gás para novos investimentos. Empresas de pequeno porte buscam ascensão e apesar de os olhos do mercado estarem voltados para a Bacia de Santos, por conta das promissoras camadas do pré-sal, elas continuam apostando na Bacia de Campos e anunciam investimentos na região. Oriunda de Uberlândia (MG), a empresa Viana Empreendimentos participou da rodada apresentando seus produtos e serviços na área de tubulações. “Estamos caminhando com investimentos na área offshore e com olhos no potencial da Bacia de Campos. Com isso, observamos que a Rodada de Negócios é uma grande oportunidade”, disse o engenheiro da empresa, Geraldo dos Santos Saramago. Atuando há duas décadas no mercado nacional, a Guindaste Centro Oeste, situada no Espírito Santo, presta serviços de locação de máquinas, guindastes e equipamentos voltados para movimentação de cargas. A empresa quer investir na Bacia de Campos, montando um escritório em Macaé até o final de 2009. O anúncio foi feito pelo representante comercial da empresa, Fabrício Andrade, que ressaltou a Rodada como uma grande oportunidade para fechar negócios. “Aqui temos vários clientes potenciais e estamos apresentando a eles nossos serviços de qualidade e bom preço”, conclui. MACAÉ OFFSHORE

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Special

Brasil Offshore: new edition, new records

The number of students who visited the fair was one of the highlights of this edition, which is a result of a buoyant sector

The fifth edition of Brasil Offshore attracted almost 45 thousand people to Macaé, seeking for technological innovations, business opportunities and information

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hen Campos Basin was constituted in 1974 due to the discovery of Garoupa field, and disclosed its national oil production tendency, even one of the critical professionals to make this process real, the geologist Carlos Walter Marinho Campos, a pioneer in oil exploitation in Brazil, could not realize the extension and magnitude that would result from this fact. Roughly four years thereafter, cities changed, successive achievements and technological overcomes were reached, investments were made and great expectations were provided by the exploitation and production of oil and gas in the region. A conspicuous example may be clearly noted in the performance and results of Brasil Offsho-

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re, the third largest fair within the offshore industry worldwide. From June 16th up to 19th, the city of Macaé, which is located in Campos Basin, attracted 49.224 visitors, according to the management of Reed Exhibitions Alcântara Machado, the company that held the event. “We received a considerable qualified audience. The event was the greatest edition we have ever carried out, and we intend to improve even more. Even with the financial crisis, the number of exhibitors increased 18%, which is a good prospect to 2011”, said Eric Henderson, Director of Brasil Offshore. The fair not only received more exhibitors, but also enlarged the area. More than 1,300 brands, representing 34 countries, were arran-


ged in 31 thousand square meters. The exhibitors totaled 636, 100 more in comparison with the last edition. Thus, the physical area was increased 15% compared to 2007. Juan Pablo De Vera, the President of Reed Exhibitions Alcântara Machado, highlighted the success of the event to deal with great challenges. “The magnitude of Brasil Offshore 2009 regarding the quality of the exhibitors gathered means we are in the right path. The financial crisis was not enough to hinder the development of the fair”. Reed Exhibitions Alcântara Machado organized the event for the first time, since the takeover of MG Group in 2008. The opening ceremony in the afternoon on 16 gathered different authorities and executives, to wit: the Mayor of Macaé, Riverton Mussi; the Secretary of Economic Development, Energy, Industry and Services of the State of Rio de Janeiro, Julio Cesar Carmo Bueno; the Executive Manager of Petrobras, José Miranda Formigli; the President of Reed Exhibitions Alcântara Machado, Juan Pablo De Vera; the President of the Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels (IBP), João Carlos de Luca; the General Director of the National Organization of the Oil Industry (Onip), Eloi Fernández Y Fernández; the Representative of OTC, Fernando Machado; the Vice-President of the Federation of Industries of the State of Rio de Janeiro, Raul Eduardo David de Sanson; and the CEO of Brasil Offshore, Eric Henderson. The differences of this edition are related to the Business Meeting (Eneg), together with the Business Round and the Conferences Organization, which was carried out for the first time by OTC (Offshore Technology Conference), in partnership with the Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels (IBP), responsible for the Conference since the first edition. The event was divided as follows: Exhibition, International Conference (named “Brazil Offshore: The Next Fron-

tier”), Business Round and Eneg. Once again, the Business Round was organized by Onip and Sebrae (Brazilian Service of Support for Micro and Small Enterprises). This year, however, 17 anchor companies were invited to take part in roughly 700 meetings, with 170 suppliers. We estimate that such meetings will jointly generate BRL 119.7 million over the next twelve months. Petrobras, one of the fair’s limelights, hosted almost two thousand visitors on its booth. “The development of the event was excellent not only to increase the number of exhibitors, but also to strength its position before the international scenario”, stated Lincoln Weinhardt, the Communication Manager of Petrobras in Campos Basin. According to the Executive Manager of Petrobras’ Pre Salt, José Formigli, the event was positive to Petrobras, which took part both in the exhibition and in the conferences. “This edition got partnerships close between Petrobras and the suppliers, and also carried out a technological interchange. Reed Exhibitions Alcântara Machado represents the event’s globalization. We intend to come back in 2011, bearing in mind the success of this year”. Almost 35% of the exhibiting companies had already confirmed their participation in the 2011 edition. “We are already in contact with the City Hall to negotiate the enlargement of the area earmarked for the fair in Macaecentro”, said Henderson. Next edition of Brasil Offshore will take place between June 14th and 17th, 2011.

International Participation The number of international exhibitors increased 100% this year, totaling 138 companies. Most companies were arranged in six international pavilions – China, France, United Kingdom, Netherlands, United States and Germany — totaling more than 1,200 square meters. The debutant countries were Trinidad and Tobago, Slovenia, Singapore and MACAÉ OFFSHORE

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Special United Arab Emirates. The event gathered the entire production chain of offshore exploitation and production, including multinational, large, medium, small and micro-sized companies. Twenty companies from the United Kingdom were registered as exhibitors in Brasil Offshore, one of the greatest participation of such country in the fair. Besides, four companies also took part in a trade mission managed by UK Trade and Investment (UKTI) and Scottish Development International (SDI), which are governmental institutions to encourage the international trade and investment. The trade mission was also composed of other three companies, totaling 23 companies from the United Kingdom ready to establish partnerships in the Brazilian market. The British Pavilion was organized by Energy Industries Council (EIC), together with UKTI and SDI. The British companies have wide experience in offshore research and production, resulted from decades of operation in the North Sea, where they operate more than 300 oil fields. The French participation has also increased, totaling 80 companies registered, which means 20 more companies than in the 2007 edition. The French Zone, exclusively earmarked to the French booths, was arranged in 200 square meters. The President of the French Senate, Gérard Lacher, has visited the event and checked the participation of the French companies. “This visit reinforces the partnership strategy between the Brazilian and the French governments. Brazil and France are partners that support the development of their economies”, said Lacher. The French Agency for International Business Development (Ubifrance) and the French Economic Missions were the entities in charge for encouraging the French participation in the event. In fact, they provide support to the French companies in their export activities, regardless their size or activity sector.

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The event tallied 138 international exhibitors, an increase of 100% versus the previous edition

The companies’ interest is based on expectations created by the announcement of the pre-salt layer, considered the greatest discovery over the last two decades within the exploitation and production sector, overcoming any pessimist predictions caused by the financial crisis that shook up the world economy not only last year, but also in the beginning of 2009. The similarity between the Brazilian and French projects, as well as the possibility to strength their partnership was another factor that contributed to the increase of the French participation in Brasil Offshore. Among the companies of the French Zone, eight exhibitors are included in the implementation phase in Brazil, such as Masson Marine, a producer of propeller systems for several types of vessels; the Advanced Subsea, whose products are earmarked for well drilling in deep waters; and Aria, specialized in the development of solutions and software to monitor the air quality. Other companies have already signed contracts with Brazilian companies.


According to the Head of the Oil, Energy and Naval Construction Sector of the French Economic Mission in Rio de Janeiro, Michel Curletto, “French companies intend to take part in this movement in order to contribute with the expertise in this sector, including the oil exploitation in deep waters”. The movement abovementioned by the Executive is related to the feedback and to the market positioning before the investments announced by Petrobras for next five years.

The event was a great success, but some adjustments are needed Some exhibitors said that the fair was “disordered” and “disorganized”, chiefly concerning the arrangement of visitors. They suggested that two days should be earmarked for students (whose participation has been increased), and other two days for the expert audience. They believe that

the visitors’ attention could be shared in a better way, focusing on the clients’ needs and on explanations for those who look for knowledge. Everyone agreed that the event is a wonderful initiative, since it gathers all elements that make part of the business chain in a single location. However, “planning, entrepreneurship and actions consistent with the projects to be developed” are needed, they said. As Macaé is the Brazilian Capital of Oil, the city is able to promote the event, and also to provide an infrastructure consistent with the greatness of the event, with adequate services related to visiting, transport, lodging, and support for the companies and professionals. The contribution and participation of all sectors is critical and may not be only an intention or promotion of non-implemented ideas.

Foreign participation in conferences reached 60% Divided into nine sessions, lectures focused on improvement of E&P processes OTC (Offshore Technology Conference), the largest offshore event in the world, organized the International Conference for the first time, with the subject “Brazil Offshore: The Next Frontier”, in partnership with the Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels (IBP). Over the two days of lectures, 48 exclusive works developed by professionals from different national and international companies, such as Petrobras, Shell, Subsea 7 and Aker Solutions, were presented. Three hundred and sixty participants attended the technical works that were also presented at the OTC held in Houston (USA), on May 2009. An excellent achievement reached in this edition was the participation of 60% of foreigners in the Conference, revealing the interest of international companies in opportunities provide in the offshore sector nationwide. The Executive Manager of Petrobras’ Pre-Salt, José Formigli, opened the lectures, by talking about global energy matrix and the oil dependence, among other topics related to the sector. “The largest portion of the future oil production will not come from new discoveries. Therefore, mature fields and the increasingly need of recovering reservoirs play a critical role in the industry”, he said.

New E&P technologies The following subjects were approached in the first day of lectures: well construction; optimization in the development of offshore fields; deep water technology; subsea compres-

Brazilian and international companies presented technical works during the two days of the conference

sion, separation and pumping; structural integrity management, and progresses in flexible riser technology. As for flow assurance, the lectures “Progresses in flow assurance” and “Optimization in field development” focused on suggesting flow strategies in order to preserve the characteristics of the oil and prevent a partial or complete block of the pipeline resulting in a production stop. According to Geraldo Spinelli, the manager of elevation and flow of Petrobras’ EPI-Engepe, flow assurance is one of the factors to the field optimization and development, and in this work, the right planning is essential due to the setbacks encountered in the reservoirs. MACAÉ OFFSHORE

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Special Three of the six works presented were from the company FMC Technologies, based on offshore development in the Republic of Congo. In the lectures, they presented not only solutions for the first stages, such as infrastructure close to the well, but also alternatives for flow optimization, to the arrangement of different injection points of lift gas. The challenges of Papa-Terra Project were also discussed. According to Juselino Júnior, technical advisor of Papa-Terra Project, “the item that pointed the way for the discovery of alternatives to overcome the challenges faced was the flow, taking into account the type of oil and what was expected for the project”. He also states that the challenges were related to oil modeling and distance between the units. The solutions found were the recombination of oil and gas, generating what is called “live oil”, in order to obtain a representative sample of the oil in the field, and from this point measure the viscosity and the use of the spread type anchoring due to the shorter distance to the well (around 350 meters) and the need for high pressures to assure the flow, since the pipeline does not touch the marine soil. In the session “Well construction”, Petrobras presented solutions for well construction activities. The state-owned company intends to test three technologies in a short period, and according to information given by the mediator of the conference and technical consultant of the Petrobras’ Well Service, Carlos Alberto Pedroso.

safety of facilities in the production phase”, he says. Petrobras’ Coordinator of Well Engineering, Renato da Silva Pinheiro, points out that one of the emphatic points in the lecture was the approach to the importance of contracting Brazilian goods and services. “Using rises in deep and ultra deep water depths was one of the most mentioned subjects and we emphasized the fact that we are using the content of the Brazilian industry that must be well aligned with the orientation of Petrobras and the Federal Government”, Renato says. He affirmed that companies are preparing to meet this demands and are relying on the support of Prominp (Mobilization Program of the National Industry of Oil and Natural Gas) that instructs and prepares this companies and professionals to develop this technology here in Brazil. As for the paradigm of searching for foreign products, even if they are less expensive, is the result of the good infrastructure of the foreign companies. “Once you have that, it is possible to provide lower prices and to be in condition to compete with these companies”, he adds.

Companies showcase their best solutions targeting at the rush for the pre-salt exploitation

Two of the three technologies are going to be implemented in a short time in the Campos Basin, and the other is still being analyzed to define if it is will be implemented in this basin or in onshore fields. Regarding the drilling activity, Petrobras intends to test it in the mature fields of Marlim, in the Campos Basin, the technology called “Data transmission through the drill string”, which will be used to improve data transmission in the inside of reservoirs. It is considered a new technology, since it is being developed for five years and still was not tested in Brazil. In Pedroso’s opinion, the state-owned company is negotiating to test this technology. “It is quite interesting news, since we had limits for data transmission and it enables this process to be massively completed, therefore, it is possible to collect a great quantity of data, interpret them in the surface and improve its navigation inside the reservoir. It is something Petrobras intends to test soon”. In the lecture “Offshore Exploitation and Production, Deepwater Technology e Subsea: Inspection, Maintenance, Repair”, the themes associated to deep water technology was the subject in question. For one of the mediators and director of support of the company FMC Technologies, José Renato Marins, the Brazilian industry is making progresses in the development of technological solutions in the field of pipelines. “We had excellent presentations concerning the impacts, facilities and equipment monitoring for this field. This is important news to guarantee the 38

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José Miranda Formigli Filho, Pre-salt E&P Executive Manager

In the second day of conference, the themes approached were floating production units, in which Technip presented the Spar rig, progresses in anchoring systems and materials, floating unit and LNG, offshore oil pipelines and reservoir management, including the final lecture dedicated to the challenges of the pre-salt layer exploitation and development. The session about production units (FPSOs) presented new concepts focusing on the pre-salt, displaying the wide variety of technologies applied in this field, such as TLP type, Spar and semi-submersible rigs for dry completion. The content of the presentation on the Spar type rig, one of the two papers earmarked for the French company Technip, paid attention to the development and use of this unit in the


ultra deep fields, in environments with more than 2,200 meters. Besides representing the confirmation of the Brazilian industry’s capacity of making a product with large quantity of local content, Technip displayed a replica of the rig in its stand. What distinguishes this rig are two hydrodynamic characteristics, such as slow acceleration, which allows for more stability considering the offshore setbacks in the pre-salt area and of the Campos Basin; its versatility in being able to work as a production rig and as a production and drilling rig, since the presence of a drilling unit spares the mobilization of a drilling rig; and, moreover, a Spar can also operate with oil storage, as a erect FPSO – depending on the subsea layout and if subsea ducts are installed. Therefore, the rig itself may export oil to the shore. This research was conducted by means of cooperation between Cenpes and the company, which consisted in a feasibility study and confirmation of the use of this unit in highly deep fields. The study was completed last year and now it is in the validation phase with the performance of test and model test. “These procedures follow the characteristics of Petrobras, a company that whenever there is development and its related challenges, it begins a process with a pre-qualification of suppliers and solutions”, the deputy commercial director of Technip, Carlos Alberto Faraco, affirmed. In addition, he affirmed that “Spar is a solution that may be applied to highly deep fields”. According to Faraco’s appraisal, the tendency to use this type of rig is going to become reality as of 2014/2015. “With some advance, Petrobras is beginning to investigate and be sure of the types of solutions to operate in the pre-salt”, he complemented. There are 15 rigs operating worldwide, one in Southeast Asia and 14 in the Mexican Gulf, one of those, called “Perdido”, has been recently installed at a deep of 2,500 meters.

The papers in the offshore panel of LNG (Liquefied Natural Gas) units displayed new concepts for natural gas development. The president of this segment, Antônio Luiz Fernandes dos Santos, said that so far there is not a unit such as this in the world and it is too soon to talk about installation, but in the future it is going to be the alternative to improve the logistics of the natural gas transport, reducing costs. Closing the cycle of lectures, Petrobras presented the strategies it intends to adopt to overcome technological and logistical challenges in the development of the accumulations found in the Brazilian pre-salt. The presentations were comprised in the panel “Pre-salt challenges: exploitation and development”. Overall, seven presentations were conducted by the session presidents, Fernando A. Machado and Marcos Assayag, Petrobras’ executives. In the event, the lecturers stressed the importance of having good knowledge on the reservoirs of the Brazilian pre-salt, formed by carbonate rocks and still lacking studies in the world. Another highlighted point was that the presence of the largest accumulations of hydrocarbons found in the PreSalt Pole in the Santos Basin are located in ultra deep waters and below a salt layer that in some areas has thickness of two thousand meters. These characteristics confirm the peculiarity of the region and the need for the industry in general to be technologically prepared. According to the exhibitors, the pre-salt projects will also require the development of sophisticated technologies and efficient tools to enable the access to increasingly complex prospects. To develop all the required technological apparatus, one of the strategies of the state-owned company will be establishing partnerships with Brazilian and foreign suppliers, aiming at promoting exchange and incorporation of international expertise, when available.

Children of public schools play educational games in Espaço SA Around 600 children of the city public schools visited the Espaço S.A. (social and environmental) and played interactive games, learning notions on how to preserve the environment and balance development and sustainability. The started initiatives earmarked for projects related to social and environmental responsibility.

Region was introduced. It is a project developed by Instituto Vida Sustentável (Sutainable Life Institute) that aims to gather governments, companies and the civil society in order to largely discuss projects and public policies that promote environmental, social and economic sustainability of the 13 cities that make part of the Campos Basin Region.

In an area of 2,500 square meters, the Vida Sustentável was in charge of the space, which received 25,000 people, among visitors and exhibitors. Projects and successful cases in sustainability of companies, universities, NGOs and government were displayed, in addition to environmental technologies in the clean energy areas.

The Center of Solid Waste Selection of the Espaço S.A. separated all the recycling materials discharged in the different areas of the event. Several types of materials were collected, such as cardboard paper, plastic and cans, and then separated and pressed to be sent to recycling centers and co-operatives of the region. Only during the assembly period, more than 20 tons of wood were sent for recycling. In the first three days, more than four tons of waste was collected.

Simultaneously, in the second day of the event, the Permanent Sustainable Development Forum of the Campos Basin

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Special

Brazil Offshore overcomes economic crisis Even though the market the market is still haunted by reflexes of the financial crisis, during the fair, companies noticed the oil and gas industry is still heated-up The last edition of the Feira Brasil Offshore (Brazil Offshore Fair) was showed how companies of this industry are strong in the market, investing and betting in what is to come. The crisis seems to be a past subject. The only concern in the stands, pointed out by businesspeople and representatives of companies related to the need for suppliers of goods and services to be in closer contact with each other, once demands that will foster business all over Brazil are expected for the next years. Large and small sized companies talk about the news they took to the event, as well as its business expectations and the results that Brasil Offshore provided in these four days of event.

mainly with clients, such as Petrobras and those from the drilling sector. “Today there is a significant lack of suppliers of products and services in the region. That is why we look for it in other states. We believe that we need more actions, initiatives to bring a larger number of companies to this region”, he points out.

New facilities of Dräger in the Campos Basin Dräger, world leader in medical technology and safety, presented its diversified product portfolio in the safety sector for the Feira Brasil Offshore and announced to visitors, clients and exhibitors, its new facilities in Macaé, in the district of Novo Cavaleiros.

Sermap is back to Brasil Offshore after two years Sermap did participate in the last two editions of Brasil Offshore. This company specialized in trading of tools, machinery, welding, abrasives, PPEs and the environment and products for industrial use, was present in the event of this year. According to the sales manager, Volmir Mesalira, what stood out in this edition was the support offered to clients. “We had a better support before the event, what encouraged us to participle this year”, he said. The company presented a number of new lines, such as equipment for working in heights and enclosed spaces, a variety of products that Sermap markets and that, in his opinion, are still not well known in Macaé and in the Brazilian market. “We established excellent contacts with companies that participate in the event and rendered our stand important. The event exceeded our expectations”, he concludes.

Cameron commemorates its participation in the pre-salt milestone The attentions are directed toward the pre-salt and it would not be different in Brasil Offshore. In the event, Cameron introduced the new equipment line for oil and subsea gas separation, the same it used in the early operations in the first pre-salt well in Tupi, in the Santos Basin. “We had a direct participation in this important milestone. The equipment in the bottom of the sea was ours and we presented our victory exhibiting videos during the fair”, said the company’s plant manager José Ferreira. In his opinion, the result of the fair was positive and with it, Cameron was able establish closer contact with several companies, 40

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The company’s director Ricardo Espinosa, emphasizes that Dräger ranks excellence in client service as first, one of the special reasons for this new investment. “We do not simply supply the product, but basically pre and post sales services, which consist in informing, orienting and offering support to the client”, he says, mentioning that the company, headquartered in Barueri (State of São Paulo), has four branches fully equipped with technical support and a team trained for all types of support.

Dânica Multitek: engineering and nationalized products Optimistic in relation to the creation of business after the Feira Brasil Offshore, Dânica Multitek was present in the event, introducing a complete turn-key solution for naval and offshore


internal systems. The limelight of the company for the fair was the products in its portfolio, such as doors, floors, bathrooms, dormitories, offices, that is, an entire interior architecture for offshore units. They offer products tested in conformance with international standards and approved by the most important classification societies. “We may reach a 97% level of material nationalization”, emphasized the sales manager of Dânica, Juliano Canato, pointing out that the group invests on innovation to offer full engineering with 100% manufacturing and assembly of all materials for interior accommodations of the naval and offshore market.

CapRock’s solutions on communication via satellite CapRock Communications, the largest global provider of communications via satellite, brought to the event products as the Asset-Trax, an online automatic localization system that is implemented in an offshore unit to provide the integration of the systems onboard. The Company used its latest and proved satellite technologies to provide managed communication services, including broadband Internet, voice over IP, secure network and realtime video for the most remote and hostile places in the world. “We have 30 years of expertise. We have been in Brazil for only five years headquartered in Macaé and we noticed that this market as great growth expectations, because we are part of this organization, since communication is one of the de valor elements in this chain”, explains the company’s director in South America, André Gustavo Sant’Anna.

V&M presents products compatible with the challenges of the market V & M Tubes considers Brasil Offshore one of the most significant events of the oil and gas industry. The company that produces seamless steel pipes in Brazil has a new service base installed in Rio das Ostras (State of Rio de Janeiro), with the purpose of providing preparation, maintenance, tightening, mounting, repair and inspections services for pipe components used in the drilling and completion of onshore and offshore oil wells. In this base, it maintains a field team, named VAM Field Service, which provides technicians for follow-up and support for services connected to the use of VAM fittings, including implementation of pipes in drilling rigs.

“We are working on new fittings and steel always focusing on anticipating the needs of our clients”, said the manager of technical sales and field services, Alexandre Cardoso.

Tyco introduces the integration of its five divisions Tyco, one of the largest companies supplying solutions for industries and trading, announced during Brasil Offshore that its brands, very well known in the oil and gas industry – ADT Worldwide, Tyco Fire Protection, Tyco Safety Products, Tyco Flow Control, and Tyco Eletrical and Metal Products – are now integrated with the purpose of offering complete solutions on offshore, onshore applications, refineries and pipes. According to the group’s general manager, Victor Venâncio Loureiro Dias, “the objective is to unite this company’s brands, broadening clients’ perception in relation to the diversity of technologies and solutions made available by means of its products and services ”, he said. Currently, Tyco has a complete portfolio with wide experience in safety systems.

3M introduces technology for the pre-salt 3M do Brazil introduced five new products and made the best out of the days in the fair to establish closer contacts and new partnerships. The news includes a Cuno filter – already used by Petrobras -, a high-performance anaerobic adhesive, an anti-corrosion liquid paint (a solution that makes coating repair in pipelines easier) and a glass microsphere (a type of thermal insulation for oil pipelines). In view of the new market demands, the microsphere has important characteristics, since this product is suitable for use in the pre-salt layer. “It may be used in a depth of up to 10,000 meters and is resistant to pressures of 18,000 psi”, affirmed the company’s marketing manager Juliana Davazzo. MACAÉ OFFSHORE

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Special Cenpes and certifies all the company’s products, and the inauguration of the laboratory for development of products to fight corrosion in São Paulo is expected for the first half of 2010.

Apolo Tubulars brings an innovative technology to Brazil Petrobras’ Business Unit of Seal, in Sergipe, the location selected to perform quality and technical specification tests on the new API pipes with diameter ranging 2 7/8 to 9 5/8 of Apolo Tubulars. The news was introduced at the company’s stand. With this innovative technology, pipes can support specific conditions as high depths and pressures, besides being more resistant to corrosion. “The technology is different and modern. We are more competitive and as to cost-benefit analysis, we are superior in relation to the models currently in the market”, affirmed the commercial director, Antônio Caruso. According to him, within this diameter specification, the new pipes achieved very positive results when exposed to these depths. Apolo is preparing for the new needs of Petrobras, not only for the growth expectations created by the new investments announced, but also for the technological barriers that may appear along the way.

Technip introduces a platform for the pre-salt The Spar platform, still without units operating in Brazil, was the innovation presented by Technip during Brasil Offshore. One of the cases in the conference, the platform is the result of a partnership between the French company and Cenpes (Research and Development Center), in the study of feasibility and to confirm the application of this unit in high depth fields. Techinp is a recurring exhibitor, “first for its relationship to the city, as it is part of Macaé’s history, since the beginning of logistics-based development with Petrobras, and also for the relationship it maintains with the state-owned company”, as classified by the deputy commercial director Carlos Alberto Faraco. “Brasil Offshore is for sure a good initiative, since it gathers all the elements of the business chain in just one place”, affirmed the company’s marketing analyst, Bernardo Gonçalves.

Extecil: safety from Santos to Rio “The fair was quite attractive and gathered a number of quality and professionally interested people in the same place”. This was the evaluation of Celso Moura, director of Extecil Santos, a company operating in the market of services and trading of safety materials. The company works in four divisions: Salvage operations, fire extinguishers, lifeboats and compressed air. Petrobras, Pan Marine, BOS, SBM and Macaé Marine are its main clients.

Logika and Predileto: transporting solutions For Ricardo de Barros Tostes, director of Logika and Predileto – companies specialized in the transport of air and onshore cargo -, respectively, this edition of Brasil Offshore was special due to the strong participation of the company’s target audience. “We gained a number of benefits, from getting acquainted with new clients and opportunities to establishing a closer contact with our current clients, apart from self-encouragement, an important factor for we to keep making progresses in our projects”, he assessed. As for future perspectives, the director says that besides sticking with the planning, the company intends to increase the initially expected volume due to new market opportunities identified. 42

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This year Extecil established a partnership with a Danish company specialized in manufacturing equipment for salvage operations and safety, which is settling in the country, in the city of Rio de Janeiro. Moreover, the company is sending a team to help Extecil with the sales activities. Extecil Santos will be in charge of the post-sales activities.

Efficiency in lighting for classified areas Cooper Crouse-Hinds brought news to the fair: the LED (Light Emitting Diode) technology for classified areas, by means of the following products: lighting fixture and LED projector. Their use is indicated for any facilities in this type of area, mainly in platforms. Some of the benefits: durability – about four times longer -, more efficient and economic lighting, in addition to a lower maintenance cost. Hamilton Brito, application engineer, informed that the technology is being produced in the country


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Special and the company already has consultations in the area of projects for implementing this technology in the Brazilian territory, such as of Petrobras.

of the Marpol that enter into effect next year. In addition, the group presented its new partner Aqua Chem, leader in its market segment that works with desalinators by reverse osmosis and evaporation. Petrobras and several other companies of the IADC group have been installing Aqua Chem’s systems in its vessels, drilling equipment and platforms. “Com isso the company complements its 360-degree support concept that goes from education to technical support and training in equipment and services connected to the Marpol convention”, explained the director of Vicel, Sérgio Arruda.

Thermometer of the Brazilian oil industry

Cooper is headquartered in Sorocaba (State of São Paulo) and works with suppliers established in Macaé to meet the demands of the Campos Basin, for which it makes an entire portfolio of solutions available, in addition to an inventory for prompt solutions.

Farnell: new lines of cables and Website High demand of maintenance equipment. Based on this analysis, Farnell Newark developed its participation in Brasil Offshore. According to the product and marketing manager of Farnell Newark, Gilson Tristan, the Campos Basin demands many solutions in cables, and considering the activities in the region, these products require specific characteristics. Therefore, the company is introducing in Brazil solutions in electric and electronic cables resistant to highly hostile environments, such as the ones with high temperature, pressure, physical effort, chemical agents and flame. “They are cables with a different construction that can resist to more than a thousand degrees under the action of a flame”, he informed. The material is part of the TPC Wire & Cable line, which is a firm included in the Premier Farnell group and, as the manager states, are in accordance with the needs of the Brazilian market. “The cables have a number of distinct applications and also adapt to the pre-salt conditions”, Gilson completed. The renovation of the website was another piece of news, providing clients with quicker access and making it easier to search and purchase.

Vicel introduces a new line of desalinators and a partnership Group Vicel, which is present since the first edition of the fair, introduced a new series of equipment for desalinators of the Omnipure line, from the company Seven Trent Denora that is exclusively represented by Vicel since 1995. This equipment is the first of the line certified by the United States Coast Guard for compliance with the new parameters 44

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The intention and motive to be in the fair of organizations such as Firjan (Federation of Industries of the State of Rio de Janeiro) and Centro de Tecnologia de Solda (Welding Technology Center), are “understanding what are the needs of the oil and gas industry of the State of Rio de Janeiro in Macaé to maintain its economic activity and bring engineering solutions for the industry, including support”. In view of that, Marcos Pereira, manager of the Technology Center of Senai-RJ (Brazilian Service of Industrial Learning-State of Rio de Janeiro), defined the participation of the Firjan System in the fifth edition of the fair. Furthermore, the environment of the fair works as a thermometer to check what is currently lacking in the market, particularly in Rio de Janeiro, informed the manager, on account of the assets present in the industry of the State of Rio de Janeiro. “We understand the current and possible future demand and, therefore, we are in constant contact to preserve this relationship with companies and to know ourselves better”, Marcos Pereira affirmed. Another action developed was the visitation to stands of other companies aiming at identifying the needs of the sector not yet available in Brazil. “If that is the case, we may seek for a partnership to develop the technology here in Brazil, constantly with transfer of knowledge”, informed Firjan’s manager of Relationship to the Oil and Gas Market, Ziney Dias.

Falck Nutec introduces night trainings The news in the stand of the Danish company Falck Nutec was the introduction of the night trainings for the courses of Salvage Operations and Cargo Handling Assistant. The difference in relation to the day courses is the duration, which used to be one week of eight hours per day, and now is two weeks of four hours per day. The cargo handling curse course has another different characteristic: it is for qualification and not safety purposes, as the previously mentioned. People interested in attending the course could fill their applications in the stand. The course is receiving applications and classes are expected to begin still this semester. Falck Nutec’s purpose during the fair was to look for potential new clients, besides serving current partners in order to pass on the modifications made in the base’s infrastructure – classrooms, restaurants and state-of-the-art equipment – and in the new trainings.


Business Round and Eneg will movement R$ 120 million Despite the world financial crisis, the result of these meetings reflects the good moment of oil industry During the Business Meeting held for the very first time in the event’s history, 300 meetings were carried out, yielding estimated R$ 22.7 million in new business

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usiness Round and the Business Meeting (Eneg) – held for the first time at Brasil Offshore – were one of the successful brands at Brasil Offshore’s fifth edition. The meetings promoted by ONIP (Oil Industry National Organization) and Sebrae/RJ (Brazilian Service of Support for Micro and Small Enterprises) envision R$ 119.7 million over the next 12 months. According to the organization’s data, the Business Round alone provided 700 meetings between 17 major companies, Petrobras and 170 suppliers. The major companies included Aibel, Chevron, El Paso, Mauá, Atlântico Sul and Maclaren shipyards, as well as FMC, Repsol, Shell, Technip, Ultratec and Global. “All companies present their demand and critical items, while the suppliers attest they are ready to meet their requirements, providing services and products with quality, fair prices and short terms”, said Renato Perlingeiro Salles Junior, analyst of Sebrae/RJ. The National Business Meeting resulted in 300 successful meetings that are supposed to generate R$ 22.7 million in business. “These meetings aim at giving opportunities to the small-sized companies, which trade products not directly demanded by the major companies, but, somehow, are part of the supply chain”, says Renato. According to him, new companies have joined the market, all of them registered in Sebrae and capable to assist all customers interested in their services. Besides, Petrobras and CadFor/Onip were registering suppliers during the event. Meanwhile, the BNDES performed consultancy services, providing information about registration in Finame (machinery and equipment financing) to enable the access to production financing and commerce of machinery and equipment.

Companies announce investments in Campos Basin More than a meeting, the Business Round means an opportunity to get informed about the perspectives of the oil and gas industry regarding new investments. Small-sized companies tries to reach the top and, although the market is focused on Santos Basin due

to the promising pre-salt layers, they keep on betting in Campos Basin and confirm their investments in that region. Coming from Uberlândia (State of Minas Gerais), Viana Empreendimentos took part in the Business Round by presenting its products and services in the pipelines sector. “We are making investments in the offshore sector, aiming at Campos Basin potential. Therefore, we understand that this Business Round is a great opportunity for us”, said the company’s engineer, Geraldo dos Santos Saramago. Acting in the national market since the 80’s, Guindaste Centro Oeste – located in the State of Espírito Santo – provides rental services of machines, cranes and equipment proper to cargo handling. The company wishes to invest in Campos Basin, by establishing an office in Macaé up to the end of 2009. The announcement was made by the company’s commercial representative, Fabrício Andrade, who also said that the Business round was a great opportunity to enter into new agreements. “We have several potential customers and we are showing them our low-priced and high-quality services”, he stated. MACAÉ OFFSHORE

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Corrosão: um problema de bilhões de dólares Estima-se que no Brasil os gastos com produtos e tratamentos de combate à corrosão cheguem a US$ 10 bilhões e boa parte deles na indústria petrolífera. Além do fator meio ambiente, essa preocupação se torna maior pelos amargos prejuízos financeiros decorrentes deste processo químico

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studos ao redor do mundo confirmam que a corrosão é realmente um dos maiores problemas da indústria, sugerindo ainda que os países direcionem cerca de 1% a 3% de seu PIB na busca de alternativas para contenção e reposição de materiais danificados por esta reação química. De investimentos em diferentes pesquisas a contratação de serviços, a mobilização do mercado no objetivo de reduzir os custos e prejuízos gerados pela corrosão cresceu nos últimos anos, segundo informaram empresas do setor, e levantou algumas questões sobre a importância e eficiência dos recursos até então utilizados. Mais do que fornecer custo reduzido, existem outros fatores, como durabilidade e eficácia do método, qualificação da mão de obra e certificações, que ganharam ainda maior valor e hoje encabeçam a lista de prioridades no momento da contratação de empresas da área. Essa problemática se transformou em oportunidades de negócios para uma extensa cadeia de fornecedores, sobretudo no mercado petrolífero, um dos mais atingidos. Em se tratando da produção offshore, a situação ganha maior relevância dada a existência de grandes e inúmeras estruturas posicionadas em alto mar. Além do processo da corrosão em si, levando à perda do

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A aplicação de tinta anticorrosiva é uma das soluções disponíveis no mercado

material, existe o risco iminente de desastres ambientais. A corrosão provoca perda de espessura e falhas em estruturas metálicas, que podem comprometer sua integridade, levando-as ao colapso e causando grandes acidentes. Da inspeção preventiva aos revestimentos, o mercado apresenta novas soluções anticorrosivas e aposta no crescimento da demanda deste setor.

Revestimentos orgânicos e ecológicos Aliar proteção anticorrosiva e preservação ambiental. Mais do que

nunca, as empresas do segmento de petróleo e gás têm procurado por produtos e tratamentos que unam esses dois itens. Para aplicação de revestimentos orgânicos anticorrosivos em peças metálicas, incluindo tubos, válvulas, bombas e outras peças, uma das opções é o polímero Nylon 11 (nome comercial da Rilsan) e Fusion Bonded Epoxi (FBE). “A demanda por revestimento interno tem se destacado em função das condições operacionais mais severas às quais os equipamentos estão sendo submetidos”, explica Gilson Gama, gerente comercial de uma empre-


sa especializada do setor que disponibiliza todo o portfólio de revestimentos orgânicos para a Petrobras, seu maior cliente.

substancias químicas, presentes nas atividades de reinjeção para estímulo de produção.

O Nylon 11, também conhecido como poliemida 11, é 100% ecológico e fabricado a partir de resinas vegetais, do óleo de mamona, não possuindo nenhum agente sintético ou de vulcanização. Este produto possui certificação de um órgão ambiental do Japão.

Mesmo trabalhando especificamente com a etapa de aplicação do produto, tal motivo não reduz os cuidados e muito menos os investimentos com as atividades. Por este motivo, a empresa está promovendo as adaptações necessárias a fim de obter a certificação. “Temos toda a responsabilidade de uso e manuseio do produto, então, a partir da aquisição da ISO 14001, estaremos gerenciando toda a cadeia do processo, inclusive qualquer resíduo”, afirmou o gerente.

Segundo Gilson, “a poliemida 11 é indicada para aplicações navais e offshore pelo desempenho, resistência e flexibilidade da substância nesses ambientes”. A alta concentração de cloreto é um dos principais problemas nesses segmentos. Os diferenciais desses revestimentos são: a substituição de ligas metálicas nobres e de alto custo para proteção contra compostos orgânicos e inorgânicos corrosivos; e redução de custos com o uso de anti-incrustantes, inibidores de corrosão e na manutenção preventiva de fluxo de eficiência do equipamento e proteção ao meio-ambiente, reduzindo a substituição prematura de equipamentos e tubulares. Além desses, a empresa pretende lançar, ainda este ano, dois novos produtos. Um deles é na área de polímeros florados, que possui homologação para revestimentos interno em válvulas. Eles são adequados para trabalhar com um fluido muito corrosivo chamado de “água produzida”, que possui alta concentração de H2S, CO2 e de diversas outras

Gilson aponta a intenção da empresa em instalar uma unidade fabril em um município situado na área de influência na Bacia de Campos. Atualmente, mantém uma equipe de apoio para acompanhamento de trabalhos de campo e nas aplicações in situ. A empresa também está se preparando para os desafios tecnológicos para exploração e produção na camada de pré-sal. Ainda falando de revestimentos, o NonSkid 126, uma solução de outra empresa do mesmo segmento, é um antiderrapante texturizado, à base de resina epóxi curada com poliamida de alta espessura. Pode receber outras tintas para acabamento, tais como as tintas epoxídicas e poliuretânicas. Possui significativa aceitação pelo mercado e é um exemplo de alta resistência física e química, sendo largamente utilizado em áreas onde há necessidade de proteção e solução

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para evitar acidentes de trabalho com “escorregões”. O produto é ecologicamente correto por possuir teores muito baixos de evaporação de solventes. “Além do NonSkid 126, possuímos diferenciais tais como apoio técnico antes e depois da compra na aplicação dos produtos e um trabalho de desenvolvimento personalizado para a situação específica de cada cliente”, afirma Clayton Queiroz Júnior, gerente comercial da empresa fabricante de tintas e revestimentos anticorrosivos de alta performance. O gerente acrescenta que a empresa possui uma linha direcionada ao atendimento das normas da Petrobras. A fabricante já atua na Bacia de Campos por meio de sua filial na cidade de Niterói e de fornecedores em várias empresas. Para este ano, contará com estoque local por meio de distribuidores e ação técnica e comercial. Outra empresa fabricante traz como novidade a linha de revestimentos anticorrosivos líquidos à base de novolacas e resinas epóxi-fenólicas, assim como uma linha de reparos de engenharia metálicos e cerâmicos. Os novos produtos são livres de solventes (COVs) ou à base d’água, alinhados à conduta crescente de respeito ao meio ambiente. Os revestimentos Scothkote foram desenvolvidos para proteger superfícies metálicas operadas em qualquer ambiente industrial, incluindo tanques, tubulações, maquinário, plataformas de aço e passarelas. Possuem grande aderência às superfícies metálicas, longa duração, resistência a uma gama extensa de produtos químicos e facilidade de uso. “Tecnicamente, os novos produtos apresentam desempenho superior de resistência térmica e abrasão”, explicou Marcelo C. Gandur, gerente de negócios, que atua na Divisão de Produtos para Proteção contra Corrosão desta companhia. O diferencial da linha de reparos tem como princípio ativo uma

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tinta anticorrosiva na forma líquida. Apesar de já possuir um produto de mesma finalidade só que sob a forma de pó bastante utilizado por fabricantes de tubos - a tinta líquida é indicada para reparos dessas tubulações. “Na manutenção de um tubo, é preciso fazer seu corte. Neste processo, a tinta líquida é a solução mais indicada pelo tipo da atividade em si”, afirmou José Nunes, gerente de desenvolvimento de negócios da mesma empresa que o gerente Marcelo Gandur. Os investimentos corporativos globais em P&D da empresa na área de produtos anticorrosivos estão na ordem de US$ 6 milhões. A empresa, voltada para desenvolvimento e pesquisa de novas tecnologias, prevê até o ano que vem a inauguração de um laboratório de desenvolvimento de linha de corrosão em Sumaré (SP). A empresa trabalha com o desenvolvimento de produtos, e os procedimentos para sua aplicação são feitos por empresas parcerias. Na Bacia de Campos, a empresa atua por meio de vendedores especializados e serviço técnico. Sobre as pesquisas em andamento, Marcelo C. Gandur conta que a companhia está empenhada em entender os requisitos de desempenho dos revestimentos das condições existentes na camada de pré-sal. “Identificamos um possível aumento na necessidade de revestimentos internos resistentes a fluidos mais corrosivos, com maior grau de flexibilidade, sem comprometimento da resistência térmica e química”, explicou.

Maior velocidade da inspeção e aquisição de dados A fim de preservar a integridade estrutural de grandes superfícies, tais como navios, tanques, plataformas, dutos e outros tipos, o mercado teve que pensar numa solução eficaz tanto no desempenho da atividade em si, quanto nas formas de otimizar


o trabalho, incluindo as tecnologias, custo e sua operacionalização. Uma empresa do setor, especializada em inspeção e desenvolvimento de softwares, vem testando uma solução que se baseia em multiplexadores (circuito básico de interconexão) por ultrassom. O uso de multiplexadores de ultrassom permite cobrir e avaliar tais tipos de grandes estruturas a um custo razoável, tornando possível a criação de sistemas de pequeno porte, além de confiáveis. O lançamento é o SMUX, ou supermultiplexador de 48 canais, um multiplexador de ultrassom e software para inspeção de estruturas metálicas por ultras-som, com velocidade de varredura de 300 canais por segundo. Seus diferenciais de mercado são justamente a quantidade de canais, seu tamanho reduzido e sua alta velocidade. O SMUX permite fazer uma inspeção de um casco de um petroleiro típico em cerca de três dias, com uma resolução de uma medida por centímetro quadrado. Enquanto num multiplexador de primeira geração, o computador comanda o fechamento de cada chave, um supermultiplexador controla sozinho a sequência de fechamento das chaves, o pulsador da fonte de sinais de ultrassom e também fornece sinais de sincronismo para gerenciar a cadência de aquisição de dados pelo computador. O SMUX gera um volume de dados muito maior para o computador tratar, sendo desejável que o computador seja poupado de parte de suas tarefas. O uso de multiplexadores de ultrassom otimiza a infraestrutura de inspeção, tanto de equipamentos como de pessoal, permitindo que poucos operadores, com poucos instrumentos, possam inspecionar rapidamente grandes áreas, com alta resolução. Os mutiplexadores desenvolvidos são os menores e mais velozes do mercado, podendo ser facilmente adaptados a aplicações em que a portabilidade é importante. Possuem baixo consumo, podendo operar com bateria e alta velocidade de varredura. Com os multiplexadores e os programas de aqui-

sição e análise desenvolvidos, podem ser montados sistemas altamente eficientes para análise de falhas em estruturas. De acordo com o projetista dessa empresa, Filson Bellan Lee, existe uma tendência no mercado em exigir, além do laudo, uma descrição dos procedimentos adotados, havendo, dentro deste perfil, uma preferência por sistemas automáticos, capazes de adquirir uma maior quantidade de dados, decorrente de uma melhor resolução de medida, com o objetivo de identificar defeitos cada vez menores e disparar medidas preventivas. Parte das plataformas e dos petroleiros brasileiros já tem um tempo de uso razoável e precisam de inspeção de alta resolução, pois tendem a apresentar problemas de corrosão mais sérios e maiores. Outra novidade para ainda este ano é o desenvolvimento de um veículo de inspeção de corrosão em cascos de navio, para o qual a empresa vem recebendo o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O investimento da empresa em soluções anticorrosivas chega a 20% de seu faturamento. Ciente do perfil e necessidades do segmento de petróleo e gás na Bacia de Campos, a empresa, que ainda não tem base nesta área, está programando demonstrações do produto e seus serviços para companhias da região. Enquanto isso, mantém vínculo com a incubadora de empresas da Universidade Federal Fluminense (UFF), que está montando uma estrutura de apoio na região.

Garantindo maior durabilidade Dois fatores são apontados como os principais na busca pela maior durabilidade dos produtos e tratamentos de combate à corrosão. Manutenções preventivas e aplicação e escolha adequada do revestimento para as condições de exposição são, segundo as empresas, os itens mais importantes nesse contexto. Tais manutenções e inspeções preventivas podem ser feitas tanto pela empresa cliente quanto pela fornecedora, e o período de verificação varia em cada caso. MACAÉ OFFSHORE

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De acordo com o gerente comercial Clayton Queiroz Junior, “para todo trabalho, existe um tempo de manutenção e correção”. Em geral, as inspeções são orientadas para serem feitas de três a seis meses, e havendo qualquer falha na pintura, que seja logo corrigida. “Conhecemos casos no exterior em que o equipamento está sendo utilizado há mais de trinta anos”, afirma o gerente Gilson Gama. Ainda na busca de maior durabilidade, existe um outro fator muito importante e anterior à aplicação dos revestimentos que poderá ser crucial no resultado final dessas aplicações. Trata-se da preparação de superfícies. Neste processo, são retiradas quaisquer sujidades, sais solúveis e componentes causadores de corrosão em superfícies. Uma das opções existentes no mercado é o hidrojateamento. Considerada uma das mais seguras e ecologicamente corretas opções de preparação de superfícies, o hidrojateamento em pressão elevada confere maior produtividade ao processo, o equivalente a 50% se comparado a outros. Este procedimento substitui todos os processos particulados empregados para esta finalidade, tais como granalha de aço e escória de cobre, e processos mecânicos como agulheiros, esmerilhamento, lixamento, dentre outros.

Deficiências no processo impedem melhores resultados O alto valor destinado ao setor de tratamento e pesquisas em corrosão possui outras justificativas que vão além da simples ação química e natural. Em meio a tantos investimentos, pequenas falhas como má aplicação do sistema, escolha inadequada e mau treinamento dos profissionais estão no topo da lista de erros mais comuns neste processo. Para resolver a questão, fornecedores e clientes estão mais exigentes e atentos às novidades do mercado e às certificações indicadas e aprovadas pelos órgãos competentes. Outro item bastante comentado pelas empresas é a deficiência

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na qualificação dos profissionais. Uma das soluções que vêm sendo desenvolvidas pela Associação Brasileira de Corrosão (Abraco) são os treinamentos periódicos, abertos ou para as empresas, em diversas localidades do país e em todas as áreas da corrosão, que incluem, por exemplo, pintura industrial e inspeção. Neste caminho, a associação, que possui papel regulador e promotor, promove também a interligação de todos os componentes da área, de consultores a empresas, oferecendo desde cursos, seminários e congressos até a verificação das regulamentações expedidas pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT). A Abraco sedia o Comitê Brasileiro de Corrosão (CB-43) da ABNT, que tem como objetivo elaborar normas técnicas na Corrosão. Desta forma, elabora, por meio de suas comissões técnicas (pintura industrial, proteção catódica, corrosão atmosférica, terminologia ou inibidores de corrosão), as normas que serão seguidas no processo de certificação de produtos ou profissionais. Para 2009, a associação iniciará o processo de certificação de inspetores de pintura industrial, baseado na norma ABNT - NBR 15218. O último grande estudo realizado, há sete anos, nos Estados Unidos, pelas empresas CC Technologies Laboratories, a Nace International, conhecida como a Sociedade da Corrosão e a federal Higway (FHWA), indicou um gasto anual de US$ 400 bilhões somente neste país. No Brasil, ainda não existe um estudo oficial de estimativas de gastos com técnicas anticorrosivas (incluindo seus produtos). Entretanto, ainda este ano, a Associação Brasileira de Corrosão (Abraco) iniciará um projeto cujo objetivo é estimar o custo da corrosão e de suas técnicas de combate e prevenção.


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Corrosion: a billion-dollar problem International studies point out that countries will allocate 1% to 3% of their GDP for research on new treatments and products against corrosion

It is estimated that in Brazil, spending with anticorrosion products and treatments reach US$ 10 billion and most of this is to come from the oil industry. Besides environmental aspects, this concern is even bigger due to the sour financial losses arising out of this chemical process 52

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tudies all over the world found that corrosion is really one of the largest industry-related problems, also suggesting that the countries assign around 1% to 3% of their GDP to seek alternatives to deter this process and replace materials damaged by this chemical reaction. From investments in research to specialized services, the market’s struggle to cut down on costs and losses generated by corrosion has grown in the past years, as reported by oil companies. This widespread mobilization raised some issues on the importance and efficiency of funds used so far. Much more than delivering a cost-effective solution, there are other factors such as durability and effectiveness, workforce qualification and certifications, which are now even more appreciated and are on the top of priorities in contracting companies in this field of activity. This set of problems has become a business opportunity for a huge supplier chain, mainly in the oil industry, one of the most affected ones. As far as offshore production is concerned, the situation becomes even more


Organic and green coating A combination of anticorrosion and environmental protection. Never before have oil and gas companies look for products and treatments that incorporate these two items. For application of anticorrosion organic coating in metal parts, including pipes, valves, pumps and other parts, one of the options is the polymer Nylon 11 (trade name of Rilsan) and Fusion Bonded Epoxy (FBE). “Domestic demand for internal coating has increased due to severe operational conditions to which equipment units are submitted”, explains Gilson Gama, Commercial Manager of a specialized company that provides organic coating to Petrobras, its largest client. Nylon 11, also known as polyamide 11, is 100% green and based on vegetal resins, the castor bean oil. It does not incorporate any synthetic or vulcanizing agent. This product is certified by a Japanese environmental body. According to Gilson, “polyamide 11 is recommended for naval and offshore applications due to the performance, resistance and flexibility of the substance in these environments”. High chloride concentration is one of the main problems in these industries.

critical given, as large and several offshore structures are floating on the sea. Besides the corrosion process itself, which leads to loss of materials, an imminent risk of environmental disasters hovers over companies’ minds. Corrosion causes loss of thickness and failures in metal structures, which may damage their integrity, leading to break downs and causing huge accidents. From preventive maintenance to internal coating, the market delivers new anticorrosive solutions and puts valuable stakes on the increasing demand of this sector.

The distinguishing features of these coatings are: the replacement of noble and costly metal alloys to protect against organic compounds and inorganic corrosive compounds; reduced costs with the use of scale and corrosion inhibitors on preventive maintenance of efficiency flow and environmental protection, cutting down on the rate of early replacement of equipment and tubulars. Besides these, this year the company intends to launch two new products. One of them is in the area of fluorinated polymers, approved for internal coatings of valves. They are appropriate to work with a very corrosive fluid called “produced water”, with a high concentration of H2S, CO2 and several other chemical substances found in reinjection activities to boost production. MACAÉ OFFSHORE

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to avoid work accidents related to “slips”. It is environmentally friendly, once it has low contents of solvent evaporation. “Besides the NonSkid 126, we have some distinguishing features, such as technical support for application before and after the purchase, as well as a custom-made development work targeted at each client”, says Clayton Queiroz Júnior, Commercial Manager of the manufacturer of high-performance anticorrosion coatings and paints. The manager also states that the company has a line especially designed to meet Petrobras’ standards. The manufacturer operates in Campos Basin through its branch in the city of Niterói and suppliers in several companies. This year, it will provide a local stock supplied by distributors and technical and commercial teams. Since early stages, such as the preparation of surface, the person in charge of the application must be attentive to make sure the product will last long

Even working specifically with product application, such reason does require a smaller level of caution, nor investments with activities. Because of that, the company is promoting the adjustments required in order to get the certification. “We are fully responsible for using and handling the product, then, when we acquire ISO 14001, we will be managing the entire process chain, including any waste”, the manager said. Gilson underscores the company’s intention to install a plant in a city near Campos Basin. It currently employs a support team that oversees field work and in situ applications. The company is also getting prepared to the technological challenges for exploration and production in the pre-salt layer. Also speaking about coatings, NonSkid 126 is a textured non-skid coating based on epoxy resin cured with a highly thick polyamide. It may receive other overlaying paints, such as epoxy and polyurethane paints. It is well accepted in the market and it is an example of high physical and chemical resistance. It is widely used in areas requiring protection and solution

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Another manufacturer brings the line of liquid anticorrosion coatings based on novolacs and epoxy-phenol resins, as well as a line of metal and ceramic engineering repairs. New products are free of solvents (COVs) or water-based, aligned to the increasing environmentally friendly trend. Scotchkote were developed to protect metal surfaces operated in any industrial environment, including tanks, pipes, machine, steel platforms and catwalks. These coatings are easily adhered to metal surfaces, are long-lasting, resistant to a wide range of chemical products and are user-friendly. “Technically speaking, the new products present a superior thermal and abrasion resistance”, explained Marcelo C. Gandur, Business Manager, who works in the Division of Products Against Corrosion. A distinguishing feature of the line of repairs is an anticorrosion paint in its liquid form. Although it already offers a similar product in powder – widely used by pipe manu-


The polymer Nylon 11 is one of the options for application of anticorrosion organic coating in valves

facturers – the liquid paint is recommended for pipe repair. “In order to have a pipe repaired, we need to have it cut out. In this process, the liquid paint is the most recommended solution for this type of activity”, stated José Nunes, Business Development Manager working for the same company as the Manager Marcelo Gandur. Global corporate investments in R&D amount to US$ 6 million in anticorrosion products. The company is engaged in research and development of new technologies. It estimates that next year it will be setting up a development laboratory for its corrosion line in Sumaré (State of São Paulo).

The company works with product development. Application procedures are designed by partner companies. In Campos Basin, the company operates through specialized retailers and technical service. As far as ongoing research is concerned, Marcelo C. Gandur says the company is trying hard to understand the performance requirements for coatings to be applied in the pre-salt layer. “We spotted a potential increase in the need for internal coatings resistant to corrosive fluids, with a higher degree of flexibility, without jeopardizing thermal and chemical resistance”, he explained.

Higher inspection and data acquisition speed In order to preserve the structural integrity of large surfaces, such as ships, tanks, platforms, pipes and other types of surface, the market was compelled to come up with an effective solution both in terms of performance, and in terms of ways to optimize work, including technologies, costs and operation. A company working in this sector, specialized in software inspection and development, has been testing a solution based on ultrasound multiplexers (basic interconnection circuit). The use of ultrasound multiplexers allows covering and assessing such large structures at a reasonable cost, enabling the creation of small-sized and reliable systems.

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The newly-developed software application is the SMUX, or 48channel supermultiplexer, an ultrasound multiplexer designed to inspect metal structures through ultrasound, with scanning speed of 300 channels per second. Its distinguishing feature is the number of channels, small size and high speed.

Market practices require a failure report and a description of the procedures adopted. Then, automatic systems are called for, once they are able to acquire a larger amount of data, arising from a better measure resolution, in order to identify smaller flaws and trigger preventive actions.

The SMUX allows inspections on typical tanker hulls in three

Some Brazilian platforms and oil tankers have been operating for a reasonable period of time and need high-resolution inspection, once they tend to present severe and critical corrosion problems.

days, with a resolution of one measure per square centimeter. While in an outdated multiplexer the computer controls each switchoff, a supermultiplexer alone controls the switch-off sequence, the ultrasound signal source pulses and provides synchronism signals to manage the data acquisition pace by the computer. The data volume generated by the SMUX is much bigger for a single computer. Then, it is desired that the computer be spared from most tasks. Ultrasound multiplexers optimize inspection infrastructure, both in terms of equipment and personnel, enabling few operators, with few instruments, to make quick inspections in large areas, with high resolutions. The multiplexers developed are the smallest and quickest in the market. They can be easily adapted to applications in which portability is important. They provide low consumption and can operate with batteries and high scanning speed. Once the multiplexers and the acquisition and analysis programs have been developed, these could be mounted in highly efficient systems to analyze failures in structures.

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Another fresh development this year is the corrosion inspection vehicle for ship hulls. The company has been supported by the Rio de Janeiro Research Foundation (Faperj). Company investment in anticorrosion solutions account for 20% of its revenues. Aware of the profile and needs of oil and gas companies in Campos Basin, the company, which is still not settled in this area, is planning product and service demonstrations to local companies. At the same time, it keeps a liaison with the incubator of companies of the Universidade Federal Fluminense (UFF), which is setting up a support base in that region.

To ensure greater durability Two factors are pointed out as the main ones to seek for greater durability of products and anticorrosion treatments. Preventive maintenance and proper application and choice of coatings to exposure conditions are, according to the companies, the most important items within this context. Such preventive maintenances


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and inspections can be made both by the client and by the supplier, and checking periods vary on a case by case basis. As the Commercial Manager Clayton Queiroz Junior puts it, “for every work there is a maintenance and correction time”. In general, inspections are to be made at every three to six months. In the event that painting flaws are found, these should be corrected. “It is reported that equipment abroad have been used for over thirty years”, says the manager Gilson Gama. Also seeking greater durability, there is an important factor that should come before the application of coatings. It may be critical in the final result of such applications. This relates to preparation of surfaces. In this process, any dirtiness, soluble salts and corrosive components are removed. One of the options found in the market is hydrojetting. Considered one of the safest and environmentally friendliest options to prepare surfaces, high-pressure hydrojetting delivers greater productivity to the process, which corresponds to 50% if compared to others. This procedure replaces all particulate processes employed for this purpose, such as steel shots and cooper slag, as well as mechanical processes, such as bunker opening, grinding, and others.

Process weaknesses prevent better results High amounts intended to treatment and research in corrosion have other justifications that go beyond the simple chemical and natural action. Amidst so many investments, simple failures such as poor application of the system, improper choice and poor training of professionals are on top of the list of common errors in this process. In order to solve the issue, suppliers and clients are more stringent and alert to the market news and to the certifications indicated and approved by the competent bodies.

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Another item widely discussed by the companies is the weak qualification of professionals. One of the solutions developed by the Brazilian Association of Corrosion (Abraco) are the periodical training sessions, open-targeted or to companies located in several areas of Brazil and ion all corrosion areas, which include, for example, industrial painting and inspection. In this vein, the association, which plays a regulatory role, also promotes the interconnection of all stakeholders, from consultants to companies, by offering seminars and congresses and the checking of regulations issued by the Brazilian Association of Technical Standards (ABNT). Abraco houses the Brazilian Committee of Corrosion (CB-43) of ABNT, which aims at designing technical standards on Corrosion. This way, it prepares, through its technical commissions (industrial painting, cathodic protection, atmospheric corrosion, terminology or corrosion inhibitors), the standards to be followed in the process of certification of products or professionals. For 2009, the association will start the process to certify industrial painting inspectors, based on the ABNT - NBR 15218 standard. The last major study conducted seven years ago in the United States by the companies CC Technologies Laboratories, Nace International, known as the Corrosion Society and the e a Federal Highway (FHWA), reported an annual spending of US$ 400 billion in that country alone. In Brazil, there is no official study of estimates with expenses with anticorrosion techniques (including its products). However, this year the Brazilian Association of Corrosion (Abraco) will start a project aiming to estimate the corrosion costs and its fighting and prevention techniques.


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