Força extra no E&P

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Capa/Cover: West Eminecence - Seadrill Foto/Photo: Ricardo Zinner A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (Português / Inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Cajueiros Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Cajueiros Macaé - RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Directors: Alexandre Calomeni / Bruno Bancovsky Gianini Coelho Publicidade: / Advertising: publicidade@macaeoffshore.com.br Edição Final: / Final Editing: Gianini Coelho Jornalista: / Journalist: Mariana Finamore / MTB-26.945/RJ jornalismo@macaeoffshore.com.br redacao@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: José Tarcísio Barbosa Tradução em inglês: / English version: Grupo Primacy Translations Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 52ª Edição 52ªEdition Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 / 2762-3201 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties

Notas 6 / Notes 8 Articulando / News & Views Prominp, PNQP e formação de mão de obra especializada 10 Prominp, PNQP and specialized workforce qualification11

Matéria de capa / Report of Cover Novas sondas para 2010 New rigs for 2010

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Índice / Contents

Índice / Contents

Entrevista / Interview Eduardo Antonello12 Eduardo Antonello 14

Empresas & Negócios / Companies and Business União de expertises para manter a liderança 16 Experts get together to keep the leadership 17 Modernidade em Engenharia Naval 18 Modernity in Naval Engineering 20 CTDUT construirá unidade piloto para testes em proteção catódica 38 CTDUT will build a pilot plant for testing cathodic protection 40

Plataforma Santos 30 / Santos Platform 32 Plataforma Espírito Santo 34 / Espírito Santo Platform 36

Gás nosso de cada dia Our daily gas 45

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Carta ao Leitor / Letter to the Reader

Carta ao Leitor / Letter to the Reader

Morosidade e dúvidas no país do pré-sal

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á meses o mercado vem se movimentando e pautando suas ações de negócios e investimentos nas futuras demandas consequentes da exploração e produção da camada de pré-sal. Órgãos públicos, entidades privadas e centros de pesquisa e universidades têm dedicado especial tempo para se adequar e tentar prever as transformações e exigências que o mercado de petrolífero irá exigir quando o pré-sal, se tornar realidade de fato. Enquanto isso, fica-se apenas nos discursos políticos e nos debates de diversos dos empresários e formadores de opinião. Nesse contexto, encontra-se a votação para o novo marco regulatório. O ano de 2009 terminou com apenas um dos quatro projetos aprovados, o de criação da Petro-Sal, e para esse, o presidente da República “já” encaminhou ao Congresso o pedido de urgência para a tramitação do projeto de lei. Os outros três aguardam sua vez na fila. A expectativa geral no ano passado era de que o governo acompanhasse as ações da Petrobras – como o início do teste de longa duração em Tupi – e organizasse sua agenda para não perder o time dos resultados desse e de outros projetos da estatal. Esperavase que as pendências políticas acerca do marco regulatório fossem brevemente sanadas para que assim o Brasil mantivesse seu status de “melhor destino de investimentos”, como se veiculou bastante na imprensa nos últimos meses – e escutou-se muito também. Muito se fala sobre as consequências, desastrosas, que a demora na definição do marco regulatório poderá trazer ao País. No início de fevereiro, a Petrobras comunicou que somente irá divulgar o novo plano de investimentos para o período de 2010-2014 após a aprovação do novo marco regulatório. O Plano estava previsto para ser apresentado ainda nesse primeiro trimestre. Para a companhia, não há sentido em divulgá-lo uma vez que ela está “prestes a fazer uma capitalização do porte previsto no novo marco”. De acordo com fontes do setor, havia uma pressão da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para que todas as discussões tivessem sido concluídas e o plano pudesse ser divulgado até o dia 31 de março, prazo final para que ela se incompatibilize do governo para dedicar-se exclusivamente à sua candidatura à Presidência da República. O problema está justamente nesse ponto. Muito se esperava e pouco até agora foi feito. A passos muito vagarosos, o governo promove reuniões e debate as soluções mais adequadas e ‘justas’ para todas as partes. Somos espectadores de uma difícil e infindável discussão que não tem sido efetivamente nada mais do que uma oportuna plataforma de campanha eleitoral. Quanto mais o tempo passa, mais riscos e incertezas são atribuídos ao País. Nossa capacidade - e por que também não dizer ‘maturidade’? - de lidar com grandes investimentos e decisões continua correndo riscos. Olhos atentos e sérios ao tema! Ele vai muito além de interesses particulares. O que está em jogo é o desenvolvimento de uma nação e a possibilidade de sua transformação política, social e econômica. Boa leitura.

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Slowness and doubts in the pre-salt country

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he market has been for months operating and ruling its business and investment efforts in the future demands resulting from the exploration and production of the pre-salt layer. Public bodies, private entities and research centers and universities have dedicated special time to fit themselves and try to predict the transformations and requirements that the oil and gas market will be through upon the true reality of the pre-salt. Meanwhile, the political speeches and the debates of several businessmen and opinion makers are all we have left. The voting for the new regulatory mark is in this context. The year of 2009 ended with the approval of only one out of the four projects, that creating the Petro-Sal, and the President of the Republic has “already” sent to the Congress the urgency request for the procedure of the bill. The other three are waiting for their turn in queue. Last year’s general expectation was that the government would monitor Petrobras’ efforts – such as the commencement of the long duration test in Tupi – as well as organize its agenda so as not to miss the time of the results of this and other projects of the state-owned company. The expectation was that the political carryovers about the regulatory mark were soon settled so that Brazil would keep its status of “best investments destination”, as it was widely published by the press over the last months. The – disastrous – consequences resulting from postponing the definition of the regulatory mark to the Country are much mentioned. Petrobras announced in the early February that it would only disclose the new investment plan for 2010-2014 after the new regulatory mark was approved. The Plan was expected to be presented yet in this first quarter. According to the company, there is no sense in disclosing it since Petrobras is “about to capitalize the size estimated for the new mark”. According to sources in the sector, President’s Chief of Staff, Dilma Rousseff, was pressuring for the conclusion of all discussions so that the plan could be disclosed by March 31st, end deadline for her to resign from the government and dedicate herself exclusively to her candidacy to the Presidency of the Republic. The problem is precisely at this point. The expectation was too high but not much has been done so far. In a very low pace, the government holds meetings and discusses the most appropriate and ‘fair’ solutions for all parties. We are the audience of an easy and endless discussion which has been nothing but an expedient platform of election campaign. The more the time runs by, more are the risks and uncertainties attributed to the Country. Our capacity (and, why not saying, ‘maturity’?) of dealing with great investments and decisions is still at risk. Keep your eyes open to the subject! It goes far beyond private interests. The development of a nation and the possibility of its political, social and economic transformation is what matters. Enjoy your reading.


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Portal de Notícias

Portal de Notícias Aker entrega risers para sonda Gold Star A Aker Solutions concluiu a entrega de mais um projeto de risers de perfuração fabricados no Brasil. O projeto da sonda Gold Star, contratado pela empresa Queiroz Galvão, concluiu a produção de 95 juntas de 75ft, 5 “pup joints” e uma junta “fill up valve”. Todos estes equipamentos foram entregues e aprovados pela certificadora DNV. As juntas de riser da sonda Gold Star serão usadas no primeiro poço operado pela Queiroz Galvão com mais de dois mil metros de profundidade. Além das juntas de riser, que fazem parte do escopo brasileiro do projeto, também já foram entregues as ferramentas de manipulação e movimentação, que fazem parte do escopo norueguês do projeto. “Em agosto do ano passado, entregamos o projeto Olinda Star, que foi o primeiro projeto com tecnologia Aker Solutions a ser fabricado no Brasil e inteiramente aprovado por uma certifica-

As juntas de riser da sonda Gold Star serão usadas no 1º poço operado pela Queiroz Galvão Gold Star rig riser joints will be used in the 1st well operated by Queiroz Galvão

dora. Agora, após a entrega de Gold Star, estamos trabalhando para finalizar a produção de mais dois projetos para as sondas Lone e Alpha Star, que já es-

Estaleiro de Cingapura vence licitação para construir P-62 O estaleiro Jurong, de Cingapura, venceu a licitação para a conversão do casco de um navio petroleiro para a plataforma P-62, que vai operar no campo de Roncador, na Bacia de Campos, com capacidade para produzir 180 mil barris por dia a partir de 2013. A informação foi dada por fonte que participou da disputa. A Petrobras ainda não divulgou o resultado oficial da licitação. Segundo esta fonte, o Jurong venceu a concorrência por US$ 94 milhões, ante o segundo colocado, que ofereceu US$ 130 milhões. Apesar de fazer a conversão em Cingapura, o Jurong deverá realizar a integração dos módulos ao casco já em estaleiro próprio, que será construído no Espírito Santo. Segundo o mercado, a unidade completa deverá custar na casa de US$ 1 bilhão, sendo que os topsides (que ainda não foram licitados) representarão 50% deste valor. A plataforma P-62 inicialmente era para ser um clone da plataforma P-54, construída pelo Jurong, quando este ainda arrendava o estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro. Por diversas controvérsias dentro da equipe de engenharia da estatal, o projeto foi refeito várias vezes, até que a companhia optou por licitar a unidade em módulos diversos, cujas licitações correm em conjunto com as da plataforma P-58, que vai operar no campo de Baleia Azul, no présal da Bacia de Campos. 6 MACAÉ OFFSHORE

tão em andamento em nossa fábrica”, comenta Jonas Marquesini, Vice- Presidente de Risers de Perfuração, Aker Solutions Brasil.

Investimentos da Odebrecht chegarão a R$ 25 bi até 2012 A Odebrecht pretende investir R$ 25 bilhões em três anos para criar campeões em áreas como petroquímica, petróleo, etanol, infraestrutura e habitação popular. Um dos exemplos dessas grandes ações é a aquisição da petroquímica americana Sunoco pela Braskem e a associação da ETH Bioenergia com a Brenco, que poderão colocar as duas empresas da Odebrecht em outro patamar. Embalada pelos investimentos em torno do pré-sal, a Odebrecht quer transformar também sua empresa de óleo e gás na maior companhia privada do setor no País. Na área de energia, é acionista relevante da hidrelétrica de Santo Antônio, que, ao lado da de Jirau, é uma das maiores em construção, e disputa as concessões de Belo Monte, Tapajós e Teles Pires. Isso, sem falar na Braskem, que, além da Sunoco, negocia a compra de outras duas petroquímicas nos Estados Unidos.


K. Lund: treinamentos para atender as novas parcerias Com a finalidade de atender melhor ao contrato firmado com a Coates Offshore, no final do o ano passado, a K. Lund está treinando seus técnicos para adaptação aos novos tipos de equipamentos e treinamento na área de geradores de vapor. Nessa atividade, a norueguesa K. Lund irá fornecer o pessoal na parte de operação, manutenção e suporte técnico, para a qual terá a outra parceira, a Expro Group. Esse segundo contrato trata-se de uma cooperação para operação e manutenção dos compressores, geradores de vapor, filtros de areia dentre outros equipamentos que são utilizados para os testes de poço (Well Testing). A empresa também está oferecendo cursos específicos voltados para atender todas as NR’s brasileiras que são solicitadas especialmente na área de geradores de vapor aonde é necessário a certificação dentro dos padrões e em conformidade com as NR’s 10 e 13. Com isso, a empresa deseja poder atender também a toda a América Latina.

Premiação

Em dezembro, a K Lund conquistou o prêmio de “Melhores Fornecedores de Serviços 2009 Categoria Rodízio de Fornecedo-

Novo reforço da M-i Swaco para atender ao mercado de águas profundas

res da Bacia de Campos”, esse prêmio abrange todos os serviços prestados à Petrobras nessa bacia. A empresa destaca as atividades voltadas para manutenção em equipamentos de movimentação de carga, testes de carga offshore e serviços de manutenção voltada para nossa área de atuação.

Aquisição de Participação no Campo de Cascade Por meio de comunicado, a Petrobras informou que exerceu o direito de preferência para aquisição de 50% da participação da Devon Energy Corporation (Devon) no campo de Cascade, localizado no Golfo do México. O direito de preferência consta do contrato de parceria entre a Petrobras e a Devon em vigor. A execução dos contratos deve ocorrer no prazo de até sessenta dias e, como resultado, a Petrobras passará a deter 100% de participação no Campo de Cascade. O Campo de Cascade é desenvolvido em conjunto com o campo de Chinook, ambos operados pela Petrobras. No campo de Chinook, a Companhia possui participação de 66,7% e atua em parceria com a Total SA, que detém 33,3% de participação. Para o desenvolvimento conjunto dos campos de Cascade e Chinook, a Petrobras obteve a primeira licença para utilização de uma plataforma do tipo Floating Production, Storage and Offloading (FPSO) para operar no Golfo do México. O FPSO BW Pioneer é esperado para entrar em operação em meados de 2010.

Portal de Notícias

A M-I SWACO, líder mundial em serviços de suporte para perfuração offshore, por meio de sua subsidiária brasileira e da Enertech Services International (ESI), criou uma joint venture chamada Deeptec BRASIL, com o objetivo de atender às atuais necessidades de construção e reformas de sondas de perfuração offshore no mercado brasileiro em águas profundas. A Deeptec prestará uma ampla variedade de serviços e soluções em engenharia, incluindo a avaliação de viabilidade e desenho conceitual, engenharia e desenho detalhados, suporte técnico para gestão de projetos e construções, início das atividades e comissionamento para sondas de águas profundas, FPSOs, navios porta-container, embarcações de apoio e petroleiros que atuem em operações em águas profundas no Brasil. A empresa tem o compromisso de apoiar a indústria nacional de petróleo e gás por meio do treinamento de engenheiros locais, formando profissionais brasileiros e ajudando os estaleiros do Brasil a competir com os estrangeiros já estabelecidos e, também, a construir sondas melhores, especificamente adequadas às operações em águas profundas brasileiras. Esta joint venture combina a excelência da M-i Swaco em operações de perfuração, desde fluidos de perfuração a tratamento, transporte e gerenciamento de resíduos de perfuração com grande experiência e especialização em projetos de águas profundas da ESI.

O diretor da empresa no Brasil, Estevam Santello, recebendo o prêmio de “Melhores Fornecedores de Serviços 2009” da Petrobras The company´s director in Brazil, Estevam Santello, receiving the award of Petrobras: “2009 Best service Providers in the Campos Basin Suplliers”

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Gateway News

Gateway News Aker delivers risers to Gold Star Rig

Aker Solutions completed the delivery of another drilling risers design manufactured in Brazil. The design of the Gold Star rig, contracted by company Queiroz Galvão, completed the production of 95 75ft joints, 5 pup joints and one fill up valve joint. All this equipment was delivered and approved by the classification society DNV. Gold Star rig riser joints will be used in the 1st well operated by Queiroz Galvão, which is more than 2,000 meters deep. In addition to the riser joints, part of the Brazilian scope of the design, the manipulation and handling tools, part of the Norwegian scope of the design, were delivered as well. “In August 2009, we delivered the Olinda Star design, the first with Aker Solutions technology to be made in Brazil and entirely approved by a classification society. Now, right after the delivery of Gold Star, we are working to finish the production of two other designs, for the rigs Lone and Alpha Star, whose are already under development in our plant”, says Jonas Marquesini, Vice-President of Drilling Risers, Aker Solutions Brasil.

Singapore shipyard is the winner in bid for the construction of P-62

Jurong shipyard, from Singapore, won the bid for the conversion of the hull of a tanker to platform P-62, to operate in the Roncador field, in Campos Basin, with production capacity of 180,000 barrels per day as from 2013. This information is from a source participating in the bid. Petrobras has not disclosed the official result of the bid yet. According to this source, Jurong won the tender for US$ 94 million, and the second place offered US$ 130 million. Although the conversion is made in Singapore, Jurong is to integrate the modules to the hull in a specific shipyard to be constructed in Espírito Santo. According to the market, the entire unit shall cost around US$ 1 billion, and the topsides (not bided yet) will represent 50% of such amount. Platform P-62 was first to be a clone of the platform P-54, constructed by Jurong, when it still leased Mauá shipyard, in Rio de Janeiro. Due to several disagreements within the company’s Engineering team, the design was redone for many times, when the company decided to bid the unit in several modules, and such tenders are along with those of the platform P-58, to operate in Baleia Azul field, in the pre-salt of Campos Basin.

K. Lund: trainings for meeting new partnerships’ requirements

Aiming at better meeting contract entered into with Coates Offshore at the end of last year, K. Lund has been training his technical staff in order to adapt them to the new types of equipment. In addition, they will receive training in steam generators. The Norwegian company will provide personnel in charge of operation, maintenance and technical support for this sector, for which there will be another partner: Expro Group. This second agreement is cooperation on compressors, steam generators and sand filters operation and maintenance, among other equipment used for well testing. Furthermore, the company is providing specific courses intended for meeting all the Brazilian Regulatory Standards that are especially required in the steam generators’ sector, in which they are expected to be certified within the standards and in accordance with RS 10 and 13. In so doing, the company also intends to assist the whole Latin America soon.

Awarding

In December, K Lund was awarded the “2009 Best Service

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Providers in the Campos Basin Suppliers Rotation Category” prize. This prize encompasses all the services provided to Petrobras at this basin, with special highlight to load handling equipment maintenance, offshore load tests and maintenance service regarding our business activities.

M-i Swaco’s new backing to meet the deep waters market

M-I SWACO, world leader in support services for offshore drilling, created, by its Brazilian branch and along with Enertech Services International (ESI), a joint venture named Deeptec BRASIL, intended to meet the current needs of construction and renovation of offshore drilling rigs in the Brazilian market in deep waters. Deeptec will provide a broad range of services and solutions in Engineering, including the evaluation of feasibility and conceptual drawing, detailed engineering and drawing, technical support for design and construction management, start of activities and commissioning for deep water rigs, FPSO’s, container ships, supply vessels and tankers acting in deep water operations in Brazil. The company is committed to support the Brazilian oil & gas industry by training local Engineers, forming Brazilian professionals and helping the Brazilian shipyards compete with the foreign ones installed, as well as constructing larger rigs, adequate, in particular, to the operations in the Brazilian deep waters. This joint venture combines M-i Swaco’s excellence of in drilling operations, from the drilling fluids to treatment, transport and management of drilling waste, and ESI’s great experience and specialization in deep water designs.

Petrobras Acquires Interest in Cascade Field

Petrobras disclosed by notification that it had exercised its right of first refusal for the acquisition of 50% of Devon Energy Corporation (Devon) interest in the Cascade field, in the Gulf of Mexico. The right of first refusal is provided in the partnership contract in force between Petrobras and Devon. The contracts are to be signed within up to sixty days and, then, Petrobras will have 100% of interest in the Cascade Field. Cascade Field is developed along with Chinook field, both operated by Petrobras. The company has interest of 66.7% in the Chinook field, acting in partnership with Total SA, owner of 33.3% of interest. Petrobras achieved the first license for the use of a Floating Production, Storage and Offloading – FPSO platform to operate in the Gulf of Mexico for the joint development of the Cascade and Chinook fields. FPSO BW Pioneer is expected to start operations in the early 2010.

Odebrecht investments to reach R$ 25 billion by 2012

Odebrecht intends to invest R$ 25 billion in three years to create champions in areas like petrochemical, oil, ethane, infrastructure and popular housing. One example of such great efforts is the acquisition of the American petrochemical Sunoco by Braskem and the association between ETH Bioenergia and Brenco, which may place both Odebrecht’s companies in a higher level. Encouraged by the investments in the pre-salt, Odebrecht also wants its oil & gas company to turn into the greatest private company of the sector in the country. Concerning the energy area, the company is a relevant shareholder of Santo Antonio Hydroelectric Plant - which, together with that of Jirau, is one of the largest under construction - and disputes the concessions of Belo Monte, Tapajós and Teles Pires. This goes without mentioning Braskem, that, along with Sunoco, negotiates the purchase of other two petrochemicals in the United States.


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Articulando

Articulando

Prominp, PNQP e formação de mão de obra

especializada O

setor de óleo e gás é o que mais cresce na economia brasileira. Livre da crise que ainda abala as estruturas do cenário econômico mundial e com promessas de investimentos públicos e privados que devem passar dos 200 bilhões de dólares – principalmente devido à descoberta da camada pré-sal – já há alguns anos a área demanda mais profissionais especializados do que o mercado é capaz de oferecer, trazendo à tona a necessidade urgente de formação de mão de obra de qualidade. De acordo com consultores de recrutamento na área, a falta de talentos é percebida em todo o mundo, e o aquecimento do mercado deve continuar pelo menos até 2020. Para preencher essa lacuna foi criado o Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP), em 2006. O plano faz parte do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), criado pelo Governo Federal em 2003 com o objetivo de estimular o desenvolvimento da indústria nacional de bens e serviços, tornando-a mais competitiva na implantação de projetos de petróleo e gás no Brasil e no exterior. O PNQP realiza cursos gratuitos em 80 entidades de ensino, distribuídas em 17 estados do país, e já beneficiou cerca de 45 mil pessoas. Estão contempladas 175 categorias profissionais, do nível básico ao nível superior.

Uma empreitada dessa magnitude não poderia sair do papel sem o comprometimento das grandes representantes do setor. O PNQP conta com a participação de nove entidades: ABEMI - Associação Brasileira de Engenharia Industrial; Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP); Associação Brasileira de Consultoras de Engenharia (ABCE); Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB); Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ); Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE); Associação Brasileira da Indústria de Tubos 10 MACAÉ OFFSHORE

e Acessórios de Metal (ABITAM); Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL) e Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). A ABEMI foi escolhida para representar essas entidades na gestão do PNQP. Entre as atribuições da associação estão a verificação das turmas, acompanhamento de freqüência dos estudantes, notas, pagamento de bolsa-auxílio, produção e envio de material didático, vestuário e material escolar e a emissão de certificados, entre outros. Mas talvez a mais importante atribuição da ABEMI seja mediar a relação entre empresa e escola, adequando o conteúdo programático dos cursos às necessidades reais do mercado, para permitir que os profissionais formados saiam dos bancos escolares totalmente preparados para começar a trabalhar. Tal esforço tem se mostrado bastante eficaz: em pesquisa recente realizada junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged) constatou-se que 81% dos profissionais treinados pelo PNQP estão empregados. A meta da primeira fase do plano é capacitar 112 mil profissionais até março de 2010 para os segmentos de construção e montagem, operação e manutenção, engenharia e construção civil. Com isso, acreditamos que os profissionais e, consequentemente, as empresas que os empregam, poderão acompanhar as exigências e prioridades nos parâmetros das transformações das forças do mercado, que atualmente está vendo simultaneamente a saída gradual do Estado dos vários setores e a abertura do país às tendências globalizantes.

Joaquim Passos Maia é diretor executivo do Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP) pela ABEMI - Associação Brasileira de Engenharia Industrial


Prominp, PNQP and specialized workforce

qualification

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he oil and gas industry is the fastest growing sector in the Brazilian economy. Free from the crisis that still affects the structure of the world economic scenario and with public and private investments promises that must exceed 200 billion dollars – mainly due to the discovery of the pre-salt layer – for some years now, the area requires more specialized professionals than the market is able to provide, bringing to light the urgent need for a qualified workforce. According to the recruitment consultants in the area, the lack of talents is visible all over the world, and the market acceleration is expected to continue at least up to 2020. To fill in this gap, a National Plan of Professional Qualification (PNQP) was created in 2006. The plan is part of the Program for Mobilization of the National Oil and Natural Gas Industry (Prominp), created by the Federal Government in 2003 with the purpose of stimulating the development of the Brazilian industry of goods and services, making it more competitive in the implantation of oil and gas projects in Brazil and abroad. PNQP offers courses at no charge in 80 organizations, distributed in 17 states in Brazil, and already supported about 45.000 people. One hundred and seventy-five professional categories are considered, from basic to higher education level.

News & Views

News & Views

A project this size cannot be implemented without the commitment of the biggest representatives of sector. PNQP counts on the participation of nine organizations: ABEMI – Brazilian Association of Industrial Engineering; Brazilian Organization of the Oil Industry (ONIP); Brazilian Association of Engineering Consultants (ABCE); Brazilian Association of Infrastructure and Capital Goods Industries (ABDIB); Brazilian Association of Machinery and Equipment Industry (ABIMAQ); Brazilian Association of the Electric and Electronic Industry (ABINEE); Brazilian Association of Tubes and Metal Fittings (ABITAM); Brazilian Union of Naval and Offshore Construction and Repair Industry (SINAVAL), and Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels (IBP). ABEMI was chosen to represent these organizations in the management of the PNQP. Class inspection, follow-up of students’ attendance, grades, payment of monthly allowances, production and delivery of didactic material, clothes and school material and issuance of certificates, among others, are the tasks of the association. However, the most important task of the ABEMI may be mediating the relation between company and school, adapting the program contents of the courses to the real market needs, to allow the graduated professionals to leave the schools completely ready to start working. Such effort has been proving to be quite efficient: in a recent research performed jointly with the General Register Employed and Unemployed of the Ministry of Labor and Employment (Caged), it was observed that 81% of the professionals trained by the PNQP are working. The goal of the plan’s first stage is to qualify 112 thousand professionals up to Mach 2010 for the segments of building and assembly, operation and maintenance, engineering and civil construction. Therefore, we believe that the professionals and, consequently, the companies that hire them may keep up with the requirements and priorities in the transformation parameters of the forces of the market, which is now simultaneously experiencing the State gradually stepping out of many sectors and the country’s willingness to accept the globalizing tendencies.

Macaé Offshore

sociation of Industrial Engineering

Joaquim Passos Maia is the managing director of the National Plan of Professional Qualification (PNQP) by ABEMI – Brazilian As-

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Entrevista

Entrevista

Eduardo Antonello

À

frente da diretoria da Seadrill para a América Latina, Eduardo Antonello fala das principais ações da empresa, que há menos de cinco anos vem apostando em peso no mercado de petróleo e gás e observa com atenção as promissoras áreas do pré-sal. Antonello adota uma linha gerencial jovem e moderna, tendo em sua bagagem experiências internacionais no Golfo Pérsico, onde trabalhou embarcado em diversos países, assim como vivências gerenciais em cargos que ocupou posteriormente na Europa e EUA. Quando a novata Norueguesa Seadrill decidiu entrar “de cabeça” no Brasil, Antonello se enquadrou no perfil da empresa, que buscava um jovem de talento e com dinamismo para estabelecer e gerenciar seus negócios no País.

Macaé Offshore: O que levou a Seadrill a apostar e investir em novos modelos de sondas e como foi a reação do mercado diante dessa ousadia? Eduardo Antonello – O Executive Board da Seadrill

tem um perfil bastante agressivo do ponto de vista dos negócios, decidindo entrar no mercado offshore por meio de uma empresa familiar Norueguesa, a Smedivig, que possuía algumas sondas no Mar do Norte, e em paralelo expandir a frota pela aquisição de doze novas sondas de perfuração de águas ultraprofundas, que seriam construídas pelos estaleiros asiáticos Jurong e Samsung, visando a entrar de cabeça no então promissor mercado deepwater. A partir desse momento, a visão da recém-fundada Seadrill tem sido focada em uma empresa de porte e com uma frota moderna de mais de 40 sondas offshore atuando globalmente. Na época, fomos bastante criticados pelo mercado, pois achavam que era um movimento arrojado demais e que não teríamos condições de tripular e concluir tantas sondas em um período de tempo tão curto, uma vez que tais projetos são altamente complexos e cujos investimentos chegam à ordem de US$ 850 milhões por unidade. Mas se existe algo de que gostamos é de desafios, e fomos adiante com a conclusão de nossas ambições dentro do prazo, mostrando ao mercado que viemos estabelecer novos padrões em perfuração.

MO: Num momento em que a empresa investe em novas sondas, ela também se depara com o desafio de contratar uma mão de obra qualificada para atender a sua demanda. Como a Seadrill lidou com este processo? EA – Existem diversos fatores que são essenciais no estabelecimento e sucesso de um enterprise como este, e sem dúvida nenhuma o principal deles é a formação de um time de pessoas experientes, capacitadas e unidas em um objetivo comum. Tais fatores se aplicam em todas as fases de uma nova empresa, desde o processo de seleção do estaleiro, elaboração de contratos, construção de sondas, marketing, estabelecimento de uma entidade legal, etc., até a formação de uma equipe focada no suporte ao cliente durante a fase de operações.

É por isto que a Seadrill investiu e continua investindo pesado no recrutamento de pessoas. O gerente de operações de uma sonda, por exemplo, é contratado com um ano de antecedência do término das obras, permitindo desta forma que ele acompanhe o processo de construção e integração dos equipamentos no estaleiro, além de participar no recrutamento das equipes que irão trabalhar a bordo das unidades. 12 MACAÉ OFFSHORE

Também decidimos alocar um escritório de engenharia dentro de cada estaleiro, focado no acompanhamento dos projetos, assegurando desta forma que não haja atrasos em cada fase da construção. Outro ponto forte é a diversidade, que contribui bastante na criação de novas ideias e solução de problemas. Nossa equipe é formada por profissionais de backgrounds diferentes, vindos de várias empresas e países com suas peculiaridades únicas. E assim criamos uma empresa com mais de sete mil funcionários em apenas cinco anos.

MO: A empresa aposta na diversidade de nacionalidades e backgrounds diferentes. Desta forma, como fica a porcentagem de brasileiros no recrutamento desses profissionais? EA – Existem leis e termos contratuais que exigem um

percentual mínimo de brasileiros a bordo de cada unidade, e certamente nos preocupamos em acatar cada um deles a rigor, mas mesmo assim existe flexibilidade para também mantermos a diversidade. Em cada projeto, consideramos as exigências de conteúdo local no início do planejamento de recursos humanos, e desta forma iniciamos o recrutamento de brasileiros um ano antes da conclusão da sonda, que se deslocam até os estaleiros asiáticos para acompanhar a montagem e efetuar treinamentos diversos que a empresa promove. O resultado destes esforços foram comprovados em todas as nossas sondas, que já chegaram ao Brasil com uma tripulação de brasileiros bem próximo ao que seria exigido somente após um ano de operações. Entretanto, as dificuldades não são poucas. Hoje, no Brasil, simplesmente não existe mão de obra qualificada para atender a demanda do mercado de sondas offshore. Em 2010, serão 11 novas unidades que iniciarão suas atividades no Brasil, tornando-se cada vez mais difícil atender os requisitos de conteúdo local, ao mesmo tempo em que não podemos treinar, em curto espaço de tempo, pessoas sem experiência no comando

Nossa visão é a de criar uma em-

presa de serviços diferenciada, com um estilo de liderança até hoje não encontrado em empresas do setor.


de equipamentos como nossas sondas, visando sempre à segurança das operações e de todos a bordo.

MO: Além da questão experiência, há ainda a da formação. As empresas em geral encontram dificuldade para a contratação em determinadas áreas. EA – Sim, um dos desafios no Brasil é encontrar profissionais com formações específicas, tais como drillers (perfuradores), assistant driller (assistente de perfuração), subsea enginneer (engenheiro submarino) e tool pusher. Tais posições requerem treinamento intensivo e anos de experiência, além do inglês, que é imprescindível neste ramo de negócios. Tem sido extremamente difícil identificar talentos com fluência nesse idioma, e isso impacta bastante na segurança a bordo, devido à importância da comunicação entre os membros da tripulação, na interpretação dos manuais de operação e no planejamento de manutenção, onde praticamente tudo foi elaborado em inglês.

MO: A Seadrill possui um Programa de Treinamento voltado para recém-formados. No que consiste essa iniciativa? EA – Recentemente lançamos nosso primeiro programa

de trainee focado em engenheiros recém-formados, batizado de STAR Program (Seadrill Talents At Reach). A divulgação foi efetuada a nível nacional e estamos em fase de seleção de currículos, e em seguida, teremos provas teóricas, dinâmicas de grupo e entrevistas com nosso corpo técnico e gerencial. Nestes engenheiros buscamos perfis de jovens com garra, potencial de aprendizado acelerado, inglês perfeito e que saibam trabalhar em equipe, encaixando-os desta forma em um agressivo plano de carreira da empresa onde terão as mais diversas oportunidades de crescimento profissional.

Mobil temos um contrato de quatro anos para a West Polaris, um drillship que entrou em operação em outubro de 2008; com a Petrobras, temos contratos de seis anos para a operação de três sondas - a West Taurus, que chegou ao Brasil em janeiro, a West Eminence, sendo esta uma sonda hidráulica e bastante silenciosa do tipo DUAL RAM RIG, que chegou em junho de 2009 e a West Orion, que sai do estaleiro em Cingapura no final de abril. Todas elas DP6 de última geração, totalmente automatizadas.

e, logicamente, um lugar com enorme potencial neste mercado. O país ainda tem muito o que crescer, principalmente em infraestrutura de estaleiros e ações políticas e econômicas focadas no desenvolvimento do setor. Com os devidos incentivos do governo, empresas como a Seadrill certamente têm interesse em participar desse pioneirismo. Para um projeto de porte e risco como este, tem de haver estaleiros capacitados e mão de obra qualificada, além de projetos robustos e parceiros com experiência em construção naval. Os investimentos são fenomenais e não há espaço para falhas. A Seadrill vem acompanhando e avaliando todas as incógnitas desta proposta, visando a entender os riscos envolvidos em tal iniciativa, buscando opções para mitigá-los.

MO: Para chegar até aqui com essa rápida inserção, a empresa trouxe consigo uma gama de experiência. Como tudo isso se sucedeu? ES – Nossa visão é a de criar uma empresa de serviços diferenciada, com um estilo de liderança até hoje não encontrado em empresas do setor. Queremos que nossos funcionários estejam motivados e comprometidos, cada um sentindo-se como uma parte fundamental da empresa. Junto aos clientes, buscamos ser a primeira opção como parceiros, sempre agindo com total transparência, acreditando e seguindo de acordo com nossa visão e nossos valores. Hoje temos 43 sondas, sendo três em construção. E continuamos crescendo.

MO: Quais são seus potenciais clientes? EA – Atualmente temos contrato com dois clientes atu-

ando no Brasil: Esso (subsidiária da Exxon no Brasil) e Petrobras (esta última operando em blocos onde existem parceiros como BG, Repsol e Petrogal). Também temos buscado oportunidades de parcerias com a maioria das empresas operadoras, visto que nosso interesse é o mercado offshore. Portanto, todos os concessionários são clientes potenciais para nós, como a Shell, Devon, Chevron, OGX e outros. MACAÉ OFFSHORE

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Entrevista

MO: A Seadrill se destaca no mercado por avançar na conclusão de seus projetos. Quais são os contratos da empresa no Brasil? EA – Temos atualmente quatro contratos: com a Exxon

MO: Recentemente houve uma licitação na qual as empresas foram convidadas a construir e afretar sondas de águas ultraprofundas, ideais para as áreas do pré-sal no Brasil. Diante deste mercado promissor, como a empresa observa o futuro neste País? EA – O Brasil é a “menina dos olhos” para a Seadrill

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Interview

Interview

Eduardo Antonello

H

ead of the executive board of Seadrill for Latin America, Eduardo Antonello talks about the main attitudes of the company, which has been massively investing in this market for less than five years, carefully observing the promising areas of the pre-salt. Antonello adopts a young and modern management line, with his professional experience in the Persian Gulf, where he worked onboard ships, in various countries, as well as in management living in positions he held later on in Europe and in the USA. When the newbie Norwegian Seadrill decided to “go for it” with Brazil, Antonello adapted himself to the company’s profile, who was searching for a talented and dynamic young man to establish and manage the company’s business in the country.

Macaé Offshore: What drove Seadrill to bet and invest on new models of drilling rigs and what was the market’s reaction to this courage? Eduardo Antonello – Seadrill’s Executive Board has a very aggressive profile from the business point of view, deciding to get into the offshore market through a Norwegian family company (Smedivig) which had some drilling rigs in the North Sea. In parallel, they decided to expand the fleet with the acquisition of twelve new deepwater drilling rigs, that would be built by Asian shipyards (Jurong and Samsung), seeking to go for the promising deepwater market. From this moment on, the vision of the recently founded Seadrill has been focused in a large-sized company with a modern fleet, of more than 40 offshore drilling rigs operating globally. Back then, we were really criticized by the market, as they thought it was a movement far too rash and that we would not have conditions to man and conclude so many drilling rigs in such a short period of time, for some projects are highly complex and their investments come to US$ 850 million per unit. However, if there is something we

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enjoy, that is a challenge, and we moved on with the completion of our ambitions in the term, showing the market that we have come to establish new standards in drilling.

MO: At a moment in which the company invests in new drilling rigs, it also faces the challenge of hiring qualified manpower to meet its demand. How did Seadrill dealt with this process? EA – There are several factors essential for the establishment and success of an enterprise like this, and, without any doubt, the main one is the formation of a team with experienced and qualified personnel, united by a common objective. And such factors apply to all stages of a new company, since the process of choosing a shipyard, the preparation of contracts, the construction of drilling rigs, the marketing, the establishment of a legal entity, etc.... until the formation of a team focused on the client support during the stage of operations. This is why Seadrill has been investing heavily in personnel recruitment. A drilling rig’s operations manager, for example, is hired one year before the end of the works, thus allowing him/her to follow the process of construction and equipment integration in the shipyard, besides participating in the recruitment of the teams that will work onboard the units. We have also decided to allocate an engineering office within each shipyard, focused on the follow-up of projects, thus assuring no delays in each stage of the construction. Another strong point is the diversity, which contributes a lot to new ideas and to problem solution. Our team includes professionals with different backgrounds, coming from several companies and countries with unique peculiarities. And this is how we created a company with more than 7.000 employees in 5 years, only.


MO: The company bets on the diversity of nationalities and different backgrounds. This way, what is the percentage of Brazilians in the recruitment of these professionals? EA – There are laws and contract instruments that demand a minimum percentage of Brazilians onboard each unit, and we certainly worry about complying with each one of them accordingly, but still there is flexibility for us to maintain the diversity too. For each project, we consider the local content demands when we begin planning of the human resources, and this way we start the recruitment of Brazilians one year before the drilling rig completion, and they are sent to the Asian shipyards to follow the assembly and attend various trainings that the company promotes. The result of these efforts were proven in all of our drilling rigs that, which arrived in Brazil having a crew of Brazilians whose number was really close to what would be demanded only after one year of operations. But still, the difficulties are many. Nowadays in Brazil, there is simply no qualified manpower to meet the demand of the market of offshore drilling rigs. In 2010, there will be 11 new units starting activities in Brazil, and it will be even harder to meet the requirements of local content, at the same time we cannot train, in a short period of time, people without experience in the command of equipment like our drilling rigs. We always aim at the safety of operations and of everyone onboard.

MO: Besides the issue of experience, there is also qualification. In general, companies face difficulties when hiring for certain departments? EA – Yes, one of the challenges in Brazil is to find professionals with specific qualifications, such as drillers, assistant drillers, sub sea engineers and tool pushers. Such positions require intensive training and years of experience, besides fluency in a foreign language, which is indispensable in this business field. It has been extremely difficult to identify talents with fluency in English, and this is a major impact on onboard safety, due to the importance of communication between crew members, in the interpretation of operation manuals and maintenance planning, where preparation was almost completely in English.

MO: Seadrill has a Training Program focused on recent graduates. What does this initiative consist in? EA – We have recently released our first trainee program fo-

MO: Seadrill outstands in the market for advancing in the completion of their projects. What are the company’s contracts in Brazil? EA – Currently, we have four contracts: one with West Polaris, a drillship that started operating in October 2008, in a four-year

contract with Exxon Mobil; with Petrobras we have six-year contracts for the operation of three drilling rigs; with West Taurus, that came to Brazil in January; with West Eminence, that being one very quiet hydraulic drilling rig, DUAL RAM RIG type, which came in June 2009, and one contract with West Orion, which will come out of the Singapore shipyard in late April. All of them are DP6 of latest generation, completely automated.

MO: Who are your prospective clients? EA – Now, we have contracts with two clients operating in Brazil, Esso (Exxon’s subsidiary in Brazil) and Petrobras (the latter operating in blocks where there are partners like BG, Repsol and Petrogal). We have also looked for partnerships opportunities with most operative companies, as our greatest interest is the offshore market. Therefore, all of our concessionaires are prospective clients for us, like Shell, Devon, Chevron, OGX and others.

MO: Recently, there has been a bidding process in which the companies were invited to construct and freight deepwater drilling rigs, for the pre-salt areas in Brazil. Facing this promising market, how does the company observe the future in this country? EA – Brazil is the apple of Seadrill’s eye and, obviously, a place with great prospective within this market. The country still has a lot to grow, especially in shipyard infrastructure and political and economic actions focused on this sector’s development. With proper government incentives, companies like Seadrill certainly are interested in being pioneers. For a project of this size and risk, there have to be capacitated shipyards and qualified manpower, besides strong projects and partners with experience in shipbuilding. The investments are phenomenal and there is no room for flaws. Seadrill has been accompanying and evaluating all the mysteries of this proposal, seeking to understand the risks involved in such initiative and searching for options to attenuate them.

MO: To come up to this point with such fast insertion, the company brought along great experience. How did all this happen? EA – Our vision is to create a unique service company, with a leadership style not yet found in companies of this sector. We want our employees to be motivated and committed, each one of them feeling like a fundamental part of the company. Along clients, we seek to be the first choice as partners, always acting with transparency, with beliefs and actions according to our visions and values. Now we have 43 drilling rigs, three of them under construction. And we are still growing.

Interview

cused on recently graduated engineers, named STAR Program (Seadrill Talents At Reach). The disclosure was at national level, and we are in the stage of selecting curriculums, next there will be theory tests, group dynamics and interviews with our technical and management departments. We search on these engineers the profiles of young people with determination, prospective of fast learning, perfect English and who know how to work as a team, thus fitting in an aggressive career plan of the company, where they will have the most diverse professional growth opportunities.

Our vision is to create a unique service company, with a leadership style not yet found in companies of this sector.

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Empresas e Negócios

Empresas e Negócios

União de expertises para manter a

liderança

De olho no crescente e próspero mercado brasileiro, a National Oilwell Varco (NOV) anuncia outra recente aquisição e se apresenta ainda mais completa para prestação de serviços à indústria petrolífera metas para os próximos meses é justamente oferecer esses serviços também para o mercado nacional. “Queremos participar desses segmentos. Estamos atentos e observando as oportunidades que surgem no mercado”, afirmou Ballard, que é formado em Geologia e trabalha no segmento de óleo e gás há trinta anos. “Estamos cientes da legislação para conteúdo local, e esse é um dos motivos dessa aquisição”, disse.

Um dos diferenciais da empresa é o acesso por cordas One of the main differentials of the company is the access by ropes

“U

ma companhia, soluções ilimitadas”. Esse é o slogan da National Oilwell Varco (NOV) e mais do que nunca faz jus ao trabalho desenvolvido pela empresa. Seguindo uma série de fusões e aquisições previstas em seu planejamento estratégico, a companhia norte-americana fechou 2009 com o comunicado de incorporação da South Seas Inspection (SSI), empresa com sede em Cingapura, especializada em serviços de inspeção, reparo e manutenção para as indústrias marítimas e petrolíferas. Com essa nova aquisição, a NOV complementa seus serviços de inspeção onshore e offshore, até então feitos pela Tuboscope, outra empresa do grupo que desenvolve atividades similares, porém com aplicações distintas. Desta forma, oferecendo ao mercado uma gama de serviços de maior especificidade e outros adicionais, a NOV posiciona-se cada vez mais firmemente na qualidade e na diversidade dos serviços prestados ao mercado de óleo e gás. “A aquisição da SSI em particular vem ao encontro da estratégia global mais abrangente da NOV. A empresa está focando muito o Brasil, fazendo investimentos importantes”, declarou o diretor-presidente da NOV Tuboscope, Art Ballard. Segundo ele, um dos trabalhos atuais é o posicionamento da empresa visando a atender ao mercado de construção, manutenção, inspeção e calibração. Uma das consequências diretas dessa fusão foi a troca da razão social da empresa de inspeção, que agora passa a se chamar Rope Access. Contudo, essa regra vale apenas para a filial localizada no Brasil. Além das diferenças de razão social, a SSI internacional realiza também outras atividades, tais como montagem e construção, que ainda não são oferecidas aqui no País. De acordo com Ballard, uma das

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Dentre os serviços oferecidos pela Rope Access, estão a inspeção tubular e em equipamentos de elevação e movimentação de cargas, inspeções por meio de partículas magnéticas, líquidos penetrantes, ultrassom, correntes parasitas, testes de cargas com bolsa d´água e macaco hidráulico, inspeção de guindastes e torres de perfuração, além de serviços relacionados ao alpinismo industrial. Um dos principais diferenciais da empresa é o acesso por cordas. A empresa possui uma equipe própria de alpinistas industriais para avaliação, reparo e manutenção dos equipamentos de plataformas. Na maioria dos casos, os reparos e serviços são realizados diretamente nos equipamentos situados nas plataformas. A SSI é filiada e certificada por autoridades líderes, tais como IRATA, ABS, Lloyds, DNV, LEEA, CID e Nate. A empresa possui aproximadamente 140 funcionários e suas operações estão distribuídas em sete países, incluindo Portugal, Brasil e Azerbaijão. Em relação aos próximos investimentos, Ballard não quis especificar o que a empresa programa para 2010, mas adiantou que o Brasil vive um momento bastante singular e promissor. “Sabemos da importância do pré-sal e pensamos em participar efetivamente desse novo cenário”, ressaltou.

Premiação No final do ano passado, a NOV Tuboscope recebeu o prêmio de “Melhor Fornecedor do ano, Bacia de Campos”, da Petrobras. A premiação foi por um contrato de dois anos de inspeção de risers. “Ficamos honrados e orgulhosos e para nós, é o reconhecimento da Petrobras em nos ver como uma empresa séria e profissional”, definiu Ballard.


Experts get together to keep the

leadership

Attentive to the growing and prosperous Brazilian market, NOV discloses other recent acquisition and proves to be even more complete for providing services to the Brazilian industry

“O

ne company... Unlimited solutions”. This is the slogan of National Oilwell Varco (NOV), that, more than ever, corresponds to the work developed by the company. After several consolidations and acquisitions expected in its strategic planning, the North-American company closed 2009 disclosing the incorporation of South Seas Inspection (SSI), a company headquartered in Singapore and specialized in inspection, repair and maintenance services for the maritime and oil industries.

Awarding

In the end of 2008, NOV Tuboscope was awarded as the “Year’s Best Supplier, Campos Basin” by Petrobras. The award regarded a two-year contract for risers inspection. “We are honored and proud of being acknowledged by Petrobras as a serious and professional company”, said Ballard.

This new acquisition allows NOV to complement its onshore and offshore inspection services previously performed by Tuboscope, another company of the group, which perform similar activities, but with different applications. This way, by offering the market a range of services of greater specificity and others more, NOV is increasingly stronger in quality and diversity of the services provided to the oil & gas market. “SSI purchase is a special part of the broader global strategy of NOV. The company is very focused on Brazil, making important investments”, said NOV Tuboscope CEO, Art Ballard. According to him, one of the works currently performed is the company’s positioning intended to meeting the construction, maintenance, inspection and calibration market. One of the direct consequences of such consolidation was the change in the inspection company’s corporate name, which is now Rope Access. However, such rule is only for the branch in Brazil. In addition to the differences in the corporate name, the international SSI performs some activities, such as assembly and construction, not offered in Brazil yet. Ballard declared that one of the goals for the months to come is offering such services to the domestic market as well. “We want to be part of those segments. We are attentive and observing the opportunities appearing in the market”, said Ballard, a Geologist working in the oil & gas segment for thirty years. “We are aware of the local content legislation and this is one of the reasons for such acquisition”, he said.

Art Ballard, Diretor-presidente da NOV Tuboscope NOV Tuboscope CEO, Art Ballard

Companies and Business

Companies and Business

The services offered by Rope Access include pipe inspection and in cargo lifting and handling equipment, inspection by magnetic particles, penetrating liquids, ultrasound, eddy currents, cargo tests with water bag and hydraulic jack, inspection of winches and drilling towers, in addition to services related to industrial alpinism. One of the main differentials of the company is the access by ropes. The company has its own team of industrial alpinists for evaluation, repair and maintenance of platform equipment. In most of the cases, the repairs and services are performed directly to the equipment on the platforms. SSI is associated and certified with the leading authorities, such as IRATA, ABS, Lloyds, DNV, LEEA, CID, and Nate. The company has around 140 employees and its operations are distributed among seven countries, including Portugal, Brazil and Azerbaijan. Concerning new investments, Ballard did not specify the company’s plans for 2010, but he said that Brazil is in a unique and promising moment. “We know of the pre-salt importance and we are considering having an effective role in this new scenario”, he emphasized.

A empresa possui uma equipe própria de alpinistas industriais para as operações nas plataformas The company has a team of industrial climbers for the operations at the drilling rigs

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Tecnologia

Tecnologia

Modernidade em

Engenharia Naval Foto: Mariana Marchesi

O tanque de provas do Instituto para ensaios de embarcações é um dos mais modernos da América Latina The Institute’s towing tank for vessels testing is one of the most modern in Latin America

Laboratório reformulado pelo IPT e Petrobras se transforma em referência na América Latina e apresenta plenas condições de atender aos setores de transportes marítimos e de construção de plataformas de petróleo 18 MACAÉ OFFSHORE

C

om um investimento de R$ 9,5 milhões, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Petrobras inauguraram as novas instalações do laboratório de engenharia naval, ligado ao Centro de Engenharia Naval e Oceânica (CNAVAL) do Instituto. O laboratório passou por uma completa reformulação física e tecnológica, tornando-se o mais moderno da América Latina em sua área de atuação. Nesses primeiros quatro meses de atividade, um dos principais resultados do novo laboratório inclui a redução dos tempos de construção de modelos, aumentando assim o número de estudos experimentais. De acordo com Carlos Daher Padovezi, diretor do CNAVAL, a eficiência do laboratório está crescendo na proporção em que a equipe tem adquirido maior experiência na utilização dos novos equipamentos. “A ideia é dobrar a quantidade de ensaios realizados por ano”, estimou. Dos recursos aplicados na reforma do laboratório, 90% são provenientes da Petrobras e 10% da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A participação da Petrobras faz parte de um programa de R$ 32 milhões, voltados para oito projetos de capacitação tecnológica na área de naval, que incluem, além do IPT, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).


Do investimento total, cerca de R$ 5,5 milhões foram empregados em equipamentos, como o braço robótico que passou a dar suporte ao desenvolvimento de modelos de embarcações. O restante dos recursos foi aplicado em obras civis, que consistiram na troca de cobertura do tanque de provas e na renovação e ampliação das áreas técnicas do Centro. “Estamos mais eficientes para atender às novas demandas da indústria”, afirmou o diretor. O projeto foi fomentado no âmbito de um convênio entre a Transpetro e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Como dona da maior frota de navios do continente, a Transpetro será uma das principais usuárias do laboratório.

Alta tecnologia Os equipamentos de medições comprados pelo projeto são considerados os mais modernos e precisos utilizados nos melhores laboratórios de hidrodinâmica do mundo. Eles são de fácil utilização, característica proporcionada por softwares de aquisição e análise de sinais em tempo real. As medições de movimentos são realizadas por um sistema de câmaras, fora e dentro da água, que localizam, ao longo do tempo, os alvos instalados nos modelos. O sistema PIV (particle image velocimetry) permite determinar instantaneamente a velocidade do escoamento de água ou de ar em uma determinada região de interesse. Foi adquirido ainda um sistema de plataforma para ensaios de manobras de embarcações denominado PMM (planar motion mechanism). Os principais equipamentos adquiridos e instalados foram: sistema de confecção de modelos de navios utilizando braço robótico, com custo total de R$ 1,3 milhão; máquina de prototipagem rápida para construção de modelos de hélices e de lemes, com custo de R$ 210 mil; e equipamentos de medições de grandezas nos laboratórios, como sistema óptico de medição de movimentos, dinamômetros etc., alcançando um total de cerca de R$ 2 milhões. O projeto do novo laboratório de engenharia naval do IPT foi concebido para atender a três objetivos: criar um centro multiusuário, com 15 estações de trabalho para pesquisadores, projetistas e clientes do Instituto; incrementar a capacitação laboratorial do centro, por meio de equipamentos modernos de medição para ensaios no tanque de provas, túnel de vento e de cavitação (estudo de hélices); e reduzir o tempo de construção de modelos físicos para serem testados nesses laboratórios.

Maior tanque do Brasil para testes de embarcações Com 280 metros de comprimento, 6,6 metros de largura e 4,5 metros de profundidade, o tanque de provas do instituto também

Segundo declarou Padovezi, “são recursos que vão dar mais precisão e rapidez aos ensaios”. O tanque de provas do IPT existe desde 1956. Ele foi ampliado em 1980 e a remodelação atual é o terceiro marco importante de sua história. “Temos o maior e melhor equipado tanque de provas da América Latina para ensaios de embarcações e podemos fornecer o apoio tecnológico necessário aos estaleiros e aos projetistas para que os navios construídos tenham ótimos desempenhos operacionais”, definiu. Outras novidades tecnológicas são um sistema de imagem de alta precisão de medições de movimentos e os modernos dinamômetros para medições de forças. Quanto a novos investimentos, Padovezi diz que eles estão sendo direcionados para a capacitação da equipe técnica, aproveitamento eficiente do upgrade obtido nos laboratórios e ainda para a inserção de todos os ensaios no sistema de qualidade do IPT: normas ISO 9001, excelência na qualidade de produtos e serviços.

Reforma estratégica A reforma do Laboratório de Engenharia Naval do IPT faz parte de uma estratégia de investimentos da Petrobras em universidades e institutos de pesquisa brasileiros que tem possibilitado uma significativa transformação na infraestrutura laboratorial da academia nacional. Desde 2006, a Petrobras tem investido cerca de R$ 400 milhões por ano em cerca de 80 instituições de todo o Brasil, que, organizadas em redes temáticas coordenadas pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), desenvolvem soluções tecnológicas para os principais desafios da indústria de energia. “Nossos laboratórios são utilizados pela Petrobras principalmente para ensaios de modelos de plataformas marítimas, na avaliação do comportamento sob a ação de ondas, ventos e correntezas”, declarou Padovezi. Esses ensaios permitem avaliar questões cruciais, tais como a segurança operacional e a previsão de intensidades de esforços e de movimentos. Além disso, também são realizados ensaios com embarcações de apoio, com sistemas de tubulações e risers. Além da rede de engenharia naval, denominada Rede de Tecnologia de Navios, a Petrobras criou outras 49 redes temáticas, participando o IPT atualmente de seis, para fortalecer a atuação das instituições de pesquisa e desenvolvimento no país, em áreas consideradas desafios tecnológicos para os próximos anos no setor de energia. Questionado sobre o aproveitamento dos resultados das pesquisas feitas no laboratório para atendimento às demandas da Petrobras na exploração e produção no pré-sal, o diretor limitou-se a dizer que “aumentará a necessidade de otimização dos projetos dos sistemas como plataformas, linhas de ancoragem, risers e umbilicais, para buscar reduções de custos sem comprometer a segurança”.

Tecnologia

Para reduzir esse tempo de construção, foram adquiridos equipamentos de confecção - sistema com robô para cascos de navios ou plataformas e máquina de prototipagem rápida para hélices e lemes - que permitem um alto nível de automação dos processos. “Os processos anteriores, que utilizavam um grande número de homens-hora em atividades praticamente artesanais, resultavam em custos maiores e em altos tempos despendidos, cerca de 45 dias por modelo”, explicou Padovezi. Com isso, os modelos podem ser confeccionados em uma semana.

passou por um upgrade. O equipamento ganhou um novo gerador de ondas e um novo sistema de instrumentação do carro dinamométrico do tanque.

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Tecnology

Tecnology

Modernity in

Naval Engineering The laboratory renewed by IPT and Petrobras becomes reference in Latin America and has full conditions to meet the maritime transports and oil platforms construction sectors

W

ith an investment of R$ 9.5 million, the Institute for Technological Research (IPT) and Petrobras opened the new facilities of the Naval Engineering laboratory, related to the Naval and Oceanic Engineering Center (CNAVAL) of the Institute. The lab has been through a total physical and technological renewal, becoming the most modern of the field in Latin America.

The particle image velocimetry (PIV) system enables the prompt determination of the water or air flow speed in a certain region of interest. A platform system named planar motion mechanism (PMM) was purchased as well, for vessel maneuver tests.

Over the first four months in activity, one of the main achievements of the new lab includes the reduction of the model construction periods, increasing the number of experimental studies. According to Carlos Daher Padovezi, CNAVAL’s Director, the lab’s efficiency improves as the team gains more experience in the use of the new equipment. “Our intention is double the quantity of tests performed by year,” he said.

The main equipment acquired and installed were: Vessel models design system with robotic arm, with total cost of R$ 1.3 million; fast prototype machine for propeller and rudder models construction, costing R$ 210,000; and labs measuring equipment for motion measurement optical system, spring scales etc., reaching a total of around R$ 2 million.

Out of the funding invested in the lab’s renewal, 90% came from Petrobras and 10% from the Brazilian Innovation Agency (Finep). Petrobras’s share is part of a R$ 32 million program, focused on eight projects of technological qualification in the Naval field, including, in addition to IPT, the Polytechnic School of the University of São Paulo (USP) and the Federal University of Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).

The IPT new lab of Naval Engineering laboratory was designed to meet three purposes: creating a multi-user center, with 15 work stations for researchers, designers and clients of the Institute; improving the Center laboratory qualification, using modern measurement equipment for tests in a model basin, wind tunnel and cavitation tunnel (propellers study); and to reduce the construction time of physical models to be tested in these labs.

Around R$ 5.5 million out of the total investment was spent in the purchase of equipment, as the robotic arm that now helps the development of models of vessels. The funding remaining was applied in civil works, which consisted of the change of coating of the model basin and of the renewal and extension of the Center’s technical areas. “We are more efficient to meet the industry new demands,” said the director. The project was fostered in the scope of an agreement between Transpetro and the Brazilian Ministry of Science and Technology (MCT). As the owner of the largest vessels fleet in the continent, Transpetro will be one of the main clients of the lab.

High technology The measurement equipment purchased by the project is the latest released and the most accurate used in the best hydrodynamics laboratories worldwide. Its real-time signal acquisition and analysis software makes it user-friendly. Mo20 MACAÉ OFFSHORE

tions are measured by a chamber system, in and out the water, localizing, the targets installed on the models over time.

To reduce such construction time, designing equipment was purchased (system with a robot for vessel or platform hulls and fast prototype machine for propellers and rudders) providing a high level of automation of the processes. “The older processes, using a large number of men-hour in almost hand-made activities, resulted in higher costs and longer times (around 45 days per model),” said Padovezi. Now, the models may be designed in one week.

Largest basin in Brazil for testing vessels The 280 meters long, 6.6 meters wide and 4.5 meters deep model basin of the institute has been upgraded as well. The equipment has now a new wave generator and a new instrumentation system of the basin’s dynamometric car. According to Padovezi, “these resources will provide more accuracy and speed to the tests.” IPT’s model basin is


in operation since 1956. It was enlarged in 1980 and the current renewal is the third milestone of its history. “We have the largest and best fitted model basin of Latin America for testing vessels, and we are able to provide the technological support necessary to the shipyards and to the designers, so that the vessels built have great operational performance,” he said.

Others new technologies of the center includes a high definition image system to measure movements and modern dynamometers for measuring tensions. As to new investments, Padovezi says they are being directed to the technical team’s training, to the efficient utilization of the upgrade in the labs, as well as to the insertion of all tests in IPT quality system (ISO 9001 standards).

Strategic renovation The renovation of the IPT Naval Engineering Laboratory integrates an investment strategy of Petrobras in Brazilian universities and research institutes, which has been responsible for a massive change in the laboratory infrastructure of the national academy. Since 2006, Petrobras has invested around R$ 400 million per year in about 80 institutions throughout Brazil, which, gathered in thematic networks coordinated by the Petrobras Research Center (Cenpes), develop technological solutions for the main challenges of the energy industry. “Our labs are used by Petrobras mainly for tests of maritime platform models, to assess their behavior towards the action of waves, winds and drifts,” said Padovezi. These tests allow the assessment of crucial issues, such as the operational safety and forecasting the efforts and movements stresses. Furthermore, the-

re are also tests with support vessels, with pipeline systems and risers. In addition to the Naval Engineering network, named Vessel Technology Network, Petrobras created other 49 thematic networks, the IPT participating in six nowadays, to strengthen the operation of the research and development institutions in the country, in areas deemed as technological challenging for the years to come in the energy sector. Upon questioning about the utilization of the results of the researches performed in the laboratory to meet Petrobras’ demands in the exploration and production in the pre-salt layer, the Director said only that “it will increase the optimization requirement of the projects of systems such as platforms, mooring lines, risers and umbilicals, in order to seek cost reduction without compromising the safety.”

Tecnology

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Matéria de Capa

Matéria de Capa

Novas sondas para

2010

Petrobras encerra o último trimestre de 2009 com o anúncio da licitação de 28 sondas de perfuração e promove verdadeira corrida das empresas de perfuração e estaleiros. Além dessas, existe outro grupo de 23 novas sondas, resultado dos contratos de afretamento da estatal

A

cada novo anúncio de descoberta de hidrocarbonetos, vê-se agitação e cuidado no preparo de boas propostas a oferecer à petroleira da vez. Somando as licitações e os contratos de afretamento, a Petrobras irá receber, respectivamente, 28 novas sondas no período de 2013 a 2018 e outras 23, algumas delas já entregues ou com início de operação bem próximo, para os anos entre 2010 e 2012. De acordo com o cronograma da companhia, apenas em 2010 serão 10 novas sondas a iniciar perfurações. Independentemente das dificuldades ocasionadas pela crise eco-

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Foto: Ricardo Zinner

The West Eminence rig, of Seadrill, was hired by Petrobras and will arrive in Brazil in June

nômica que abalou o mundo ano passado, os planos da estatal foram mantidos e as contratadas se esforçaram para cumprir seus cronogramas. A crise fez com que as empresas que possuíam contratos de afretamento com a Petrobras obtivessem financiamento, adiando assim os prazos das obras como um todo. Entretanto, a virada do ano parece ter deixado esses problemas para trás. A estatal confirma alguns números e já começa e obter respostas positivas do mercado. Algumas das empresas com as quais a Petrobras possui contrato de afretamento apresentam suas novas unidades e demonstram estar preparadas tanto para os desafios em E&P, incluindo o pré-sal, quanto para o cumprimento rigoroso dos prazos.

Matéria de Capa

A sonda West Eminence, da Seadrill, foi contratada pela Petrobras e chega ao Brasil em junho

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Matéria de Capa

Matéria de Capa Capa Pronta para operar Com início de operações previsto para julho e resultado de um investimento de aproximadamente US$ 600 milhões, a Norbe VI, sonda produzida pela Odebrechet Óleo & Gás e objeto de contrato da Petrobras de afretamento e serviços e atualmente está em fase de pré-comissionamento e comissionamento. A Petrobras ainda não definiu quais os poços nos quais a unidade irá operar, entretanto, segundo o Diretor Superintendente de Perfuração da empresa, Herculano Barbosa, a sonda está apta a furar em todas as bacias da costa brasileira, incluindo o pré-sal das bacias de Campos e Santos. Algumas das principais características da unidade incluem a capacidade de operar em até 2.400 metros de lâmina d’água e todos os requisitos de redundância, segurança do trabalho e proteção ambiental. Seu maior diferencial é a alta produtividade da sonda, pelo fato de possuir uma torre auxiliar para operação simultânea à operação efetuada na torre principal. Dessa maneira, otimiza-se os ganhos para o cliente uma vez que tal diferencial promove a redução do prazo de perfuração do poço. Se por um lado os equipamentos utilizados na sonda são na sua maioria estrangeira, a mão de obra para operação deverá ser aproximadamente 95% nacional durante a vigência do contrato. Para trabalhar na fase de projeto e acompanhamento da construção, o diretor superintendente afirma que foi necessária a mobilização de um grupo de profissionais experientes em perfuração em águas profundas e construção offshore. O próximo passo é a mobilização da equipe de operação para acompanhar o comissionamento e familiarização com os equipamentos, o que deverá ser feito seis meses antes da partida da unidade. Essa equipe será mesclada com profissionais experientes e jovens que serão formados para o futuro crescimento da empresa. Além da Norbe VI, estão sendo construídas adicionalmente duas unidades que são as Norbe VIII e IX na Coreia do Sul para atender a contratos de dez anos com a Petrobras. São dois navios de perfuração de última geração que operam até 3 mil metros de lâmina d’água para operação na costa brasileira.

Em ação

A Norbe VI, sonda produzida pela Odebrechet Óleo & Gás, é resultado de um investimento de US$ 600 milhões The Norbe VI, rig produced by Odebrechet Óleo & Gás, is the result of an investment of US$ 600 million

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Outras duas sondas que entram em atividade esse ano são a Gold Star e a Lone Star, construídas pela Queiroz Galvão Óleo e Gás. A primeira iniciou suas atividades em fevereiro, conforme o cronograma, e a segunda iniciará na metade de 2010. Já a Lone Star está passando pela fase de comissionamento dos seus equipamentos principais no estaleiro em Abu Dhabi. A Gold Star foi contratada para operar em poços com lâmina d água até 2.400 m e profundidade máxima de 7.500 m,


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Matéria de Capa

Matéria de Capa Capa enquanto a Lone Star para operações a 2 mil m de lâmina d’água e profundidade máxima também de 7.500 m. Para cada uma das sondas empregou-se um investimento da ordem de US$ 550 milhões. Ambas as unidades são plataformas de última geração com posicionamento dinâmico e capacitadas para perfuração de poços na camada pré-sal, contando com os mais modernos equipamentos disponíveis no mercado. O pessoal que irá operar as sondas é 100% nacional. Durante a fase de construção, a empresa alocou sua equipe nacional antiga e experiente para acompanhar e fiscalizar as obras que estão sendo feitas por estaleiros no exterior. Uma construção desse porte chega a ter um pico de duas mil pessoas trabalhando na obra simultaneamente e uma centena de fornecedores e prestadores de serviços. Durante a operação, a tripulação é de aproximadamente 150 pessoas que se revezam no regime de trabalho de embarcados, além do staff de apoio administrativo nas bases e na matriz. De acordo com José Augusto Moreira, Diretor Comercial, “acreditamos que a indústria naval brasileira tenha plena capacidade de desenvolver as habilidades necessárias para competir com o mercado mundial na construção de unidades de perfuração”.

Pré-sal: contratos ainda no 1º semestre Os primeiros navios que vão transportar o óleo do pré-sal brasileiro, na Bacia de Santos, devem começar a ser licitados até o final do primeiro semestre deste ano, segundo informou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado. A estimativa é de que até junho seja lançada a terceira etapa do Programa Nacional de Renovação da Frota (Promef), que deverá ser destinada a esta área. A estratégia logística ainda está sendo traçada, mas a ideia é que a licitação envolva um pacote grande, com um número de embarcações superior a 20, como nas duas etapas anteriores. “Serão navios que vão fazer tanto a rota ligando a Bacia de Santos às novas refinarias do Nordeste, quanto levando estes produtos lá processados para o mercado exterior”, disse Machado. A Transpetro ainda estuda as adaptações e o que precisa ser feito para transportar o óleo a uma distância maior da costa. Machado acredita que as VLCCs, hoje considerados os navios de maior porte para transporte de combustíveis, deverão constituir a maioria das embarcações encomendadas.

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As sondas construídas pela Queiroz Galvão, encomendas da Petrobras, são de última geração e capacitadas para perfurações no pré-sal The rigs built by Queiroz Galvão, ordered by Petrobras, are of latest generation and capacitated for drillings on the pre-salt region

Brasil, a aposta certeira da Noruega Desde que decidiu entrar de forma agressiva no mercado de águas profundas, a norueguesa Seadrill vem dando especial atenção ao mercado petrolífero nacional. Prova disso são os expressivos investimentos realizados e quatro contratos celebrados com a Petrobras e a Exxon Mobil. O contrato com a petroleira Exxon é de quatro anos. Para ela, a Seadrill entregou um drillship, chamado West Polaris, que está em operação desde outubro de 2008. Para a Petrobras, com a qual possui um contrato de seis anos, a norueguesa entregou duas sondas no ano passado chamadas de West Taurus e West Eminence. A primeira chegou ao Brasil no início de 2009 e a segun-


da, uma sonda hidráulica bastante silenciosa do tipo DUAL

é garantir a eficiência e segurança.

RAM RIG, em junho do mesmo ano. No final de abril, a West Orion sai do estaleiro em Cingapura e tem previsão de chegada no Brasil no final de julho.

“Nossas sondas oferecem segurança máxima, conforto nas acomodações, academias de ginástica, professores de inglês/português e sofisticação a bordo, o que

Além de serem totalmente automatizadas, outras ca-

representa um grande fator motivacional, visto que os

racterísticas diferenciais são os designs aprimorados, uti-

operadores passam 50% do ano embarcados”, definiu

lização de equipamentos de última geração e modernas

o presidente diretoria da Seadrill para a América Latina,

acomodações internas.

Eduardo Antonello.

Em relação às operações, o processo de montagem

Segundo Antonello, para cada sonda são recrutadas em

de colunas, conexão e perfuração é feito por meio de um

média 160 pessoas. Para a West Orion, a empresa recru-

operador driller, localizado numa cabine de controle com

tou dezenas de brasileiros, que também já participam dos

isolamento acústico e ar condicionado. Nela, os equipa-

programas de treinamento em Cingapura, acompanhando

mentos são operados através de uma cadeira computa-

a montagem da sonda. Em 2010, a empresa deve recrutar

dorizada e controlada por joysticks, cuja funcionalidade

localmente pelo menos 200 novos funcionários.

-34 SONDAS OPERANDO EM 2009. -28 A SEREM CONTRATADAS, CONSTRUÍDAS NO BRASIL, COM ENTREGA PREVISTA NO PERÍODO DE 2013 A 2018. Fonte: Petrobras

Às vencedoras, missão de construir 28 sondas de perfuração em quatro anos, após assinatura do contrato. Numa primeira leitura, a tarefa parece difícil. E realmente o é, ainda mais se levarmos em consideração algumas das exigências indicadas pela Petrobras, como, por exemplo, um índice de nacionalização de ao menos 50% e a dificuldade de financiamento. A licitação será aberta a empresas internacionais, e para elas o desafio – e também exigência – é que as plataformas sejam construídas no País. O primeiro pacote envolve sete navios-sonda, com capacidade para perfurar em lâmina d’água de três mil metros, número identificado pela estatal que irá permitir a construção de um novo estaleiro no Brasil. Já o segundo inclui duas unidades, que poderão ser do tipo navio-sonda ou semissubmersível, mas cada uma terá que ser construída por estaleiros diferentes, pois o objetivo é entregá-las simultaneamente em um prazo de 40 meses. O terceiro será “um pacote tradicional de afretamento”, com a diferença de que há a exigência de todas as 19 unidades serem construídas no Brasil. “Nesse caso, a única limitação é que o número máximo de unidades por operador será de quatro sondas”.

A Petrobras informou que as unidades de perfuração destinadas a águas profundas deverão ser entregues entre 2013 e 2018. Dessas 28 unidades, a companhia pretende, a princípio, ser proprietária e operar oito. As demais serão de propriedade dos operadores de mercado, informou. “Serão grandes pacotes que vão viabilizar não somente oportunidades para estaleiros existentes como teremos ainda muitos estaleiros inicialmente virtuais, que se transformarão em realidade”, afirmou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. “Certamente a indústria naval irá responder de maneira positiva à demanda requisitada”, declarou José Augusto Moreira, Diretor Comercial da Queiroz Galvão Óleo e Gás. Segundo ele, o pioneirismo do projeto no Brasil e os aspectos do financiamento estão entre os maiores desafios para a concretização desses novos pedidos. “Caso haja necessidade de algum ajuste nos cronogramas iniciais, ele deverá ser equacionado pela Petrobras com seus prestadores de serviços, buscando viabilizar esse projeto que é de grande importância para o desenvolvimento do Brasil”, finaliza.

Matéria de Capa

Dada a largada para as licitações das sondas

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Report of Cover

Report of Cover

New rigs for

2010

Petrobras closes the last trimester of 2009 announcing the bidding of 28 drilling rigs and promotes a true race of drilling companies and shipyards. Besides them, there is another group of 23 new rigs, resulting from charter contracts of the company

A

t each new hydrocarbon discovery, there is excitement and great care in the preparation of good proposals to offer the oil company of the moment. Considering the biddings and charter contracts, Petrobras will receive, respectively, 28 new rigs in the period of 2013 to 2018 and another 23, some of which already delivered or about to start operations, between 2010 and 2012. According to the company’s schedule, there will be 10 new rigs starting drilling operations in 2010. Regardless of the difficulties due to the economic crisis that shook the world last year, the company’s plans were kept and the contractors did their best to follow their schedules. The crisis caused the companies that had a charter contracts with Petrobras to obtain funding, postponing the deadlines of the works as a whole. However, the turn of the year may have left these problems behind. The state-owned company confirms some numbers and already begins to receive positive answers from the market. Some of the companies with which Petrobras has this kind of contract present their new units and show they are ready for E&P challenges, including the pre-salt, as well as for the strict compliance with the deadlines.

Brazil, Norway’s sure bet

“Our rigs offer maximum security, comfortable accommodations, gyms, English/Portuguese teachers and sophistication aboard, which represents a great motivational factor, since they remain 50% of the year aboard”, defined the president of the Board of Seadrill for Latin America, Eduardo Antonello. According to Antonello, an average of 160 people is recruited for each rig. For West Orion, the company has already recruited dozens of Brazilians, who have also participated in training programs in Singapore, following the drilling rig assembly. The company will possibly recruit at least 200 new local employees in 2010.

Ready for operation

The duration of the contract with the oil company Exxon is four years. Seadrill delivered a drillship called West Polaris to Exxon, which is operating since October 2008.

With start of operations expected for July, Norbe VI, a rig produced by Odebrechet Óleo & Gás and object of a charter and service contract of Petrobras, in currently on a stage of pre-commissioning and commissioning, result of a US$ 600 million investment. Petrobras has not defined in which wells the unit will operate, however, according to the Drilling Managing Director of the company, Herculano Barbosa, the rig will be ready to drill in all basins of the Brazilian coast, including the pre-salt of the Campos and Santos basins.

To Petrobras, with which it has a six-year contract, the Norwegian delivered two drills named West Taurus and West Eminence last year. The first drill arrived in Brazil in early 2009 and the second, a very silent hydraulic drill of the DUAL RAM RIG type, arrived in June of the same year. In late April, it will be the turn of West Orion, which will leave the shipyard in Singapore and is expected to arrive in Brazil in late July.

Some of the unit’s main characteristics include the capacity to operate in up to 2,400 meters of water depth and all the redundancy, work safety and environmental protection requirements. Its biggest differential is the high productivity of the rig, reducing the time to drill a hole and consequently, resulting in return of investments for the client, by the fact of having an auxiliary tower for operating simultaneously with the main tower.

Since it decided to enter aggressively the deep waters market, the Norwegian Seadrill is giving special attention to the Brazilian oil market. The expressive investments made and four contracts with Petrobras and Exxon Mobil are proof of that.

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Besides being fully automated, other differential characteristics are the refined design, the use of equipment with the latest technology and modern internal accommodations. Now, in relation to operations, the process of string assembly, connection and drilling is executed by means of an operative driller, located in a soundproof control cabin with air conditioner. There, the equipment is operated by a computerized chair, controlled by joysticks, of which functionality is to assure efficiency and safety.


Pre-Salt: contracts in the 1st half of the year If, on one hand, the majority of the equipment used in the rig is foreign, the manpower for the operation shall be approximately 95% Brazilian during the term of the contract.

Gold Star is hired to operate in wells with water depths of up to 2,400 m and maximum depth of 7,500 m, while Lone Star is contracted for 2,000 m of water depth and maximum depth of 7,500 m.

To work in the design and construction supervision phase, the managing director affirms that it was necessary to mobilize a group of professionals with experience in deep water drilling and offshore construction. The second step is to mobilize the operating team six months before the unit leaves to follow the commissioning and familiarization with the equipment. This team will have experienced and young professionals that will be trained for the future growth of the company.

An investment of US$ 550 million was made for each rig. Both units are latest generation rigs with dynamic positioning and able to drill holes in the pre-salt layer, counting with the most recent equipment available in the market.

Besides Norbe VI, two more units are being built, Norbe VIII and IX in South Korea, to perform ten-year contracts with Petrobras. They are two drilling ships with the latest technology that operate in up to 3,000 meters of water depth for the operation in the Brazilian coast.

In action

Other two rigs that begin their activities this year are Gold Star and Lone Star, with start of activities expected for February and mid 2010, respectively. Until the edition was closed, Gold Star was not yet operational. However, Lone Star is going through the commissioning phase of its main equipment in the Abu Dhabi shipyard.

The personnel operating the rigs is 100% Brazilian. During the construction phase, the company allocated its more senior and experienced national team to assist and inspect the works performed by shipyards abroad. A construction of this size can have up to 2,000 people working simultaneously and hundreds of service suppliers and providers. During the operation, the crew is approximately 150 people taking turns in the work system aboard, besides administrative support staff in the bases and head office. According to José Augusto Moreira, Commercial Director, “we believe the Brazilian naval industry is qualified to develop the skills required to compete with the worldwide market in the construction of drilling units”.

The first ships that will transport the Brazilian pre-sat oil, in the Santos Basin, will be bided until the end of the first semester of this year, according to information from the president of Transpetro, Sérgio Machado. The estimate is that until June, the third phase of the Fleet Modernization and Expansion Program (Promef) will be launched, and will be earmarked for this area. The logistic strategy is still under planning, but the idea is that the bidding will involve a big package, with a number of ships higher than 20, as in the two previous phases. “The ships that will make the route connecting the Santos Basin to the new refineries of the Northeast, as well as take these products processed there to the foreign market”, said Machado. Transpetro is still looking at the adaptations and what needs to be done to transport the oil to a distance greater than the coast. Machado believes the VLCCs, today considered the largest sized ships for fuel transportation, must be the majority of the vessels ordered.

The winners will have the mission to build 28 drilling rigs in four years, after signing the contract. At first, the task seems difficult. And it really is, when taking into consideration some of the demands of Petrobras, such as, a nationalization index of at least 50% and the financing difficulty. The bidding will be open to international companies, and for them the challenge – and also the demands – is that the rigs be build in the country. The first package involves seven drillships, with the capacity to drill in water depths of up to 3,000 meters, a number identified by the company that will allow the construction of a new shipyard in Brazil. The second includes two units, which can be of the drillingship or semi-submersible type, but each one shall be built by different shipyards, since the objective is to deliver them simultaneously in a period of 40 months. The third will be “a traditional charter package”, with the difference that 19 units must be built in Brazil. “In this case, the sole limitation is that the maximum number of units per operator will be of four rigs”.

Petrobras informed that the drilling units destined to deep waters will be delivered between 2013 and 2017. The company intends to own and operate eight of these 28 units. The other units will be the property of the market operators, it informed. “They will be big packages that will enable not only opportunities for existing shipyards, but we will have more shipyards, virtual at first, which will become a reality”, affirmed the president of Petrobras, José Sergio Gabrielli. “Certainly, the naval industry will respond in a positive manner to the required demand”, declared José Augusto Moreira, Commercial Director of Queiroz Galvão Óleo e Gás. According to him, the project being pioneer in Brazil and the aspects of the funding are among the greatest challenges for the carrying out new orders. “In case there is need for an adjustment in the early schedules, these shall be handled by Petrobras with its service providers to make this project possible, which is of great importance for the development of Brazil”.

Matéria de Capa

Bidding for the rigs are started

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Plataforma Santos

Plataforma Santos

SEP e Codesp

apresentam Plano de Expansão

O Estudo de Acessibilidade, realizado para complementar a pesquisa do BID, irá definir e localizar as áreas para novos terminais e cargas do Porto de Santos The Accessibility Study, performed to complement BID’s research, will define and locate the areas for new terminals and loads of the Santos Port

Na oportunidade, autoridades e representantes dos principais setores envolvidos na logística de transporte debateram os temas expostos 30 MACAÉ OFFSHORE

A

Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e a Secretaria Especial de Portos (SEP) apresentaram, no início de fevereiro, o Plano de Expansão e o Estudo de Acessibilidade do Porto de Santos, que nortearão o crescimento do complexo até 2024. O Plano de Expansão foi desenvolvido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com a SEP e custou cerca de US$ 1,3 milhão. O estudo levou cerca de 11 meses para ser concluído. O estudo irá contribuir diretamente no desenvolvimento do porto, já que irá definir e localizar as áreas


para novos terminais e cargas, projetando demandas para os próximos 15 anos, além de toda a infraestrutura necessária para viabilizar esse crescimento. O Estudo de Acessibilidade, realizado para complementar a pesquisa do BID, foi custeado pela Codesp e desenvolvido pela Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE). O material levou sete meses para ser produzido e custou cerca de R$ 750 mil.

Dragagem concluída em 2011 As obras de dragagem para aprofundamento do Porto de Santos têm sua conclusão prevista março de 2011. A informação foi dada pelo ministro Pedro Brito, da Secretária Especial dos Portos (SEP). A expectativa é que a dragagem em Santos mude a lógica das linhas marítimas que escalam a costa leste da América do Sul. A obra irá ampliar a profundidade de 13 para 15 metros, permitindo a atracação de navios de até 9 mil Teus (Tweenty-foot Equivalent Unit). De Santos, a carga será redirecionada para complexos menores, estimulando a navegação de cabotagem.

O Programa Nacional de Dragagem está orçado em R$ 1,5 bilhão. Quando completo, aumentará o potencial de movimentação dos principais portos brasileiros, que em 2008 ficou próxima de 780 milhões de toneladas. Levando em consideração que o Programa só contempla 17 dos 34 portos públicos, no mínimo, a capacidade do País com as dragagem feitas ultrapassará 1 bilhão de toneladas em 2011. A previsão é de que o plano seja finalizado em agosto do ano que vem. Para atrair mais cargas, a SEP está elaborando o Plano Nacional de Logística Portuária, previsto para ainda esse primeiro semestre. Acredita-se que com o melhoramento da capacidade portuária, o custo será diminuído, havendo maior incentivo à competição.

Investimentos como o pré-sal irão alavancar novos negócios na região Economistas afirmam que o Brasil está no topo da lista dos países que mais atraem investimentos estrangeiros. Essa situação só tende a melhorar tendo em vista a gama de investimentos previstos para os próximos meses - um deles, a produção na região do pré-sal. A Baixada Santista é responsável por 3,8% de todo o PIB do Estado de São Paulo, com uma contribuição de R$ 30 bilhões. Santos é considerado o município sede detentor de uma atividade econômica bastante diversificada. Economistas também estimam que mais de mil empresas estejam envolvidas direta ou indiretamente com o setor petrolífero no país. E com o pré-sal, muitas dessas atividades serão transferidas para a região, mudando radicalmente a dinâmica da economia. Esse momento é especial para a Baixada Santista, pois, além da questão da exploração petrolífera, existe também a questão da sua modernização, estimulada sobretudo após a privatização. O porto está automatizado e precisa acompanhar o desenvolvimento da região no seu entorno. Alguns municípios passarão por transformações a fim de se prepararem para uma nova realidade. A cidade de Santos receberá a sede da unidade de negócio da Petrobras e a instalação de um CTGás. Para o Guarujá, estão previstos um aeroporto e a instalação de uma base de suprimento para plataformas. Cubatão, Bertioga e Peruíbe pretendem receber um estaleiro cada um e Itanhaém poderá receber um aeroporto e um retroporto. O aquecimento do setor petrolífero vem impulsionando o desenvolvimento da indústria naval brasileira The oil sector’s warm-up has been stimulating the development of the Brazilian shipping industry

Plataforma Santos

A obra para a dragagem ampliará em 30% a capacidade operacional do porto, que hoje é de aproximadamente 110 milhões de toneladas por ano, sendo responsável por escoar 26% da balança comercial brasileira. Além disso, a Secretaria dos Portos crê que a primeira consequência do aprofundamento de Santos seja a redução do frete marítimo para o embarcador, pois o custo unitário da carga cairá em razão do ganho de escala.

Desenvolvimento na Baixada Santista

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Santos Platform

Santos Platform

SEP and Codesp present Expansion Plan

On the occasion, authorities and representatives of the main sectors involved in the transportation logistics discussed about the presented issues

T

he Docas Company of the State of São Paulo (Codesp) and the Special Secretariat of Ports (SEP) presented, at the beginning of February, the Expansion Plan and the Study of Accessibility of the Port of Santos that will be guiding the development of the Complex until 2024. The Expansion Plan was developed by the Inter-American Development Bank (BID) in partnership with SEP and it cost around US$ 1.3 million. The study took 11 months to be concluded. The study will directly contribute to the development of the port, since it will define and identify areas for new terminals and cargos, thus forecasting demands for the next 15 years, as well as allthe infrastructure necessary to make this growth feasible. The Accessibility Study, carried out to complement BID’s research, was paid by Codesp and developed by the Foundation for the Technological Development of Engineering (FDTE). The material took seven months to be produced and cost around R$ 750 thousand.

Dredging to be concluded in 2011

The conclusion of the dredging works, implemented for the Port of Santos deepening is expected to March, 2011, according to information given by the Minister of Special Secretariat of Ports (SEP), Pedro Brito. There is an expectation that the dred-

ging in Santos will change the logistics of the offshore lines concentrated at the East coast of South America. The work will broaden the deepening from 13 to 15 meters thus allowing ships of up to 9 thousand TEU to moor. From Santos, the cargo will be rerouted to smaller complexes, fostering coastal navigation. The dredging work will broaden the operational capacity of the port, responsible for distributing 26 percent of the Brazilian Balance of Trade, to 30 percent . In addition, the Port Secretariat believes the reduction of the maritime freight cost to the clients of transportation services to be the first consequence of Port of Santos deepening, since the unit cost of the cargo will drop due to the scale efficiency gains. The Dredging National Program is estimated in R$ 1.5 billion. When completed, it will increase the circulation capacity of the main Brazilian ports to 30 percent. This capacity reached around 780 million tons in 2008. Considering that the Program involves 17 of the 34 public ports, Brazil’s capacity after the dredging will surpass 1 billion of tons in 2011. The plan is expected to be finished next year, in August. So as to attract more cargos, SEP is elaborating a National Plan for Port Logistic, expected for this first semester. It is believed that the improvement of the port capacity will cause cost to decrease and competition to increase.

Development of Baixada Santista Investments, such as the pre-salt, will lever new businesses in the region Consensus has it, among Economists, that Brazil is at the top of the list of the most attractive countries for foreign investments, and this situation tends to get better, in view of the number of investments expected for the next months, for instance, the production of the pre-salt region. Baixada Santista is responsible for 3.8 percent of all the GDP of the State of São Paulo, contributing R$ 30 billion to the State. The city of Santos is considered the main municipality, presenting a quite varied economic activity. Economists also believe that, in Brazil, more than one thousand companies are involved directly or indirectly with the oil sector. And that, due to the pre-salt, many of these activities will be transferred to that region, radically changing

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the dynamics of economy. This is a special moment to Baixada Santista: In addition to the oil exploration, we must consider its modernization, mostly stimulated after privatization. The port is automated and it needs to keep up with the development of the surrounding region. Some municipalities will undergo changes in order to be prepared to a new reality. The city of Santos will host the headquarters of the business unit of Petrobras and the facilities of a CTGás. An airport and a platform supply base are expected for Guarujá. Cubatão, Bertioga and Peruíbe are preparing to receive a shipyard and Itanhaém may be given an airport and a retroport.


Santos Platform

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Plataforma EspíritoSanto

Plataforma Espírito Santo Foto: Stéferson Faria

Com a entrada em operação do FPSO Capixaba, a capacidade de produção da Petrobras chegará a 120 mil barris por dia With the operation of the FPSO Capixaba, Petrobras’s production capacity will reach 120 thousand barrels per day

Petrobras prevê investir

US$ 3 bi no Espírito Santo

M

al o ano de 2010 começou e o estado do Espírito Santo já pode comemorar as primeiras notícias do novo ano. A região será o destino de US$ 3 bilhões de investimentos apenas por parte da Petrobras, isso sem contar os valores direcionados por outras empresas do setor petrolífero. Apesar de ainda representarem uma previsão feita pela companhia, os números são bastante expressivos.

Investimentos previstos pela estatal no estado incluem generosa lista de novos projetos. Espera-se gerar mais de mil novos postos de trabalho 34 MACAÉ OFFSHORE


A informação foi fornecida pelo gerente geral da Petrobras no Espírito Santo, Luiz Robério Silva Ramos. De acordo com ele, os recursos serão destinados principalmente a atividades de exploração e produção, já incluído o pré-sal, e à construção de infraestrutura de processamento e escoamento de gás natural e seus derivados. Da finalização de projetos já em andamento e incluindo a entrada de operação de novas unidades, a exemplo das FPSOs Capixaba e Cidade de Vitória, os próximos meses prometem movimentar o litoral capixaba.

Incrementos à produção

Hoje, a produção do pré-sal é feita pela plataforma P-34 no campo de Jubarte e também no Parque das Baleias. Neste campo, a estatal realiza o Teste de Longa Duração (TLD) no poço 1-ESS-103A. São produzidos uma média de 20 mil barris por dia no pré-sal. Com a entrada em operação do FPSO Capixaba, a capacidade da Petrobras chegará a 120 mil.

Novos projetos durante todo ano Em meados do ano, entra em operação o Módulo 3 da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), em Linhares, concluindo as ampliações previstas dessa unidade e colocando-a com capacidade nominal para processar diariamente cerca de 18 milhões de m³/dia de gás natural, mil toneladas de gás de cozinha e 34 mil barris de condensado. Já para o fim do ano, estima-se o início de atividade da P-57, que irá produzir exclusivamente do pós-sal no campo de Jubarte, no litoral sul, e do campo de gás de Canapu, no litoral norte (Bacia do Espírito Santo), que irá produzir para o FPSO Cidade de Vitória, que já está em operação no Campo de Golfinho, de onde o gás será escoado para processamento na UTGC, em Linhares (ES). Para 2012, está previsto o início do Projeto Piloto de Produção de Baleia Azul e, para 2013, a operação da plataforma P-58, que produzirá de reservatórios acima e abaixo da camada de sal. Todos esses navios plataforma serão instalados em frente ao litoral sul do Estado, na região do Parque das Baleias.

Abertura de novas vagas A Petrobras prevê a criação de mais de 600 vagas, montante correspondente à geração de empregos na operação, manutenção e conservação dos empreendimentos que entrarão em atividade nesse ano. A este número somam-se outros 1,1 mil postos de trabalho que serão criados pelas empresas que prestam serviços para as grandes petroleiras. O FPSO Cidade de Vitória é uma das unidades da Petrobras que entram em operação esse ano no litoral capixaba The FPSO Cidade de Vitória is one of Petrobras’s units that started operation this year on the seacoast of Espírito Santo State

Também para esses primeiros seis meses a Petrobras prevê a entrada em operação da Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba (UTC Sul), instalada em Ubu, Anchieta. A unidade está em fase final de construção e nela serão tratados 2,5 milhões de m3 de gás por dia. Em meados deste ano, será concluída a última etapa da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), em Linhares, que processará de 15 milhões a 18 milhões de m3 de gás por dia. Foto: Thiago Guimarães (SECOM- ES)

Plataforma EspíritoSanto

Ainda no primeiro semestre, a Petrobras aumentará a produção no pré-sal com o início das operações dos poços nos campos de Cachalote e Baleia Franca, no Parque das Baleias, no Litoral Sul. O FPSO Capixaba será a unidade direcionada para a região e irá produzir tanto no pós-sal quanto no pré-sal. O navio plataforma possui capacidade de extrair 100 mil barris por dia de óleo e gás e atualmente está passando por uma reforma e modernização em Cingapura.

Em Aracruz, a estatal já iniciou a construção de um terminal para embarque de gás de cozinha (GLP), em Barra do Riacho. Em Ubu, Anchieta, a empresa estuda a construção de um terminal portuário para apoio às plataformas e já definiu a construção de um gasoduto que ligará o Parque das Baleias à UTG de Cacimbas, em Linhares.

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Espírito Santo Platform

Espírito Santo Platform

Petrobras intends to invest

US$ 3 bi

in Espírito Santo The investments expected by the state-owned company include important new projects. More than 1,000 new job positions are estimated

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he year of 2010 has just begun, but the state of Espírito Santo is already celebrating the New Year’s news. The region will receive an investment of US$ 3 billion only from Petrobras, out of the other amounts coming from other oil companies. Despite being still an estimate from the company, the figures are very generous. The information was disclosed by the General Manager of Petrobras in Espírito Santo, Luiz Robério Silva Ramos. According to him, the funding will be intended mainly to the exploration and production activity, including the pre-salt, and to the construction of infrastructure of processing and flow of natural gas and its derivates. With the conclusion of projects undergoing, including the start of operation of new units, such as the FPSOs Capixaba and Cidade de Vitória, the next months will be exciting to the coast of the state.

Production increments

Still in the first semester, Petrobras will raise the pre-salt production with the operation of wells in the Cachalote and Baleia Franca fields, in the South Coast. FPSO Capixaba will be the unit dedicated to the region and will produce in both post-salt and pre-salt. The platform is able to extract 100,000 barrels per day of oil and gas, and it is currently under renovation and modernization in Singapore. Nowadays, the pre-salt production is made by platform P-34 only in the Jubarte Field, in the Parque das Baleias as well. The state-owned company holds the Long Duration Test (LDT) in the well 1-ESS-103A, in this field. An average of 20,000 barrels per day is produced in the pre-salt. The operation of the FPSO Capixaba will make Petrobras capacity reaching 120,000. Petrobras plans as well for these first six months the operation of the Gas Treatment Unit Capixaba (UTC Sul), installed in Ubu, Anchieta. The unit is in end phase of construction and will treat 2.5 million m3 gas per day. In the middle of this year, the last stage of the Gas Treatment Unit of Cacimbas

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(UTGC), in Lines, will be concluded, and it will process from 15 million to 18 million m3 gas per day. In Aracruz, the state-owned company has already started the construction of a terminal for the boarding of LPG, in Barra do Riacho. In Ubu, Anchieta, the company is studying the construction of a port terminal to support to the platforms and has already defined de construction of a gas pipeline connecting Parque das Baleias to GTU of Cacimbas, in Linhares.

New projects during the entire year

In the middle of the year, the Module 3 of the Gas Treatment Unit of Cacimbas (UTGC), in Linhares starts its operations, completing the enlargements planned for this units and placing it with rated capacity to process around 18 million m³/day of natural gas, 1,000 tones of LPG and 34,000 barrels of condensate. To the end of the year, the expectation is for the operation of P-57, to produce exclusively from the post-salt in Jubarte Field, in the South Coast, and of the gas field of Canapu, in the North Coast (Espírito Santo Basin), to produce to the FPSO Cidade de Vitória (which is already in operation in the Golfinho Field), from where the gas will be flown for processing in the UTGC, in Linhares (state of Espírito Santo). The expectations for 2012 are the start of the Pilot Project of Production of Baleia Azul and, for 2013, the operation of the platform P-58, to produce from the reservoirs above and under the salt layer. All those platforms are to be installed in the South coast of the state, in the Parque das Baleias surroundings.

Opening of new vacations

Petrobras estimates the creation of more than 600 vacancies, a number corresponding to the job generation in operation, maintenance and conservation of projects entering into activity in this year. Adding to this number, there are 1,100 job positions to be created by the companies providing services to the large oil companies.


Espírito Santo Platform

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Tecnologia

Tecnologia

CTDUT construirá unidade piloto

para testes em proteção catódica

Com a nova Unidade piloto para testes em Proteção Catódica, será possível simular condições técnicas muito próximas às encontradas em campo With the new Pilot Unit for tests in Cathodic Protection, it will be possible to simulate technical conditions really similar to those observed in the field

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Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT) e a Petrobras assinaram, em outubro, no Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), um termo de cooperação que irá viabilizar a construção de uma unidade piloto para Testes em Proteção Catódica, Pesquisa e Avaliação de Revestimentos Anticorrosivos em Dutos no país. O termo foi orçado em R$ 3,4 milhões e será custeado pela Petrobras com verba da Cláusula de Investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) previstas nos contratos de concessão. A Unidade Piloto será construída no CTDUT, em uma área aproximada de mil metros quadrados e permitirá a realização de testes e simulações de situações encontradas no campo, através da instalação de dutos enterrados, com diferentes tipos de revestimentos anticorrosivos, protegidos por um sistema de proteção catódica, composto por retificadores, leitos de anodos e pontos de teste. 38 MACAÉ OFFSHORE

A inauguração da obra está prevista para final de setembro de 2010 e receberá investimentos da ordem de R$ 3,4 milhões


“Com esta estrutura poderão ser simuladas condições técnicas muito próximas às de campo, possibilitando o teste de novas tecnologias e novas práticas, além do estudo de situações hoje existentes para aumentar a compreensão de possíveis problemas e suas soluções”, explica o Presidente do Conselho Executivo do Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT), Raimar van den Bylaardt. A inauguração da obra está prevista para o dia 24 de setembro de 2010, data de comemoração dos seis anos da fundação do Centro de Tecnologia em Dutos. “O CTDUT disponibilizará mais esta infraestrutura com o objetivo principal de apoiar projetos de P&D tanto para empresas quanto para universidades e centros de tecnologia”, observa. “O mercado de aplicação desta tecnologia é bastante amplo, e dele fazem parte todas as empresas transportadoras e distribuidoras e quaisquer outras que possuam dutos enterrados ou marítimos, existindo ainda empresas que oferecem serviços e equipamentos na área de proteção catódica, várias destas empresas associadas ao CTDUT”, explicou Raimar. O termo faz parte de um projeto maior dentro do Programa Tecnológico de Transporte (Protran) do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), gerenciado pelo engenheiro Pedro Altoé, proposto pelo Abast/Transpetro e coordenado pela Engenharia da Petrobras. O projeto, chamado ”Avaliação de Parâmetros de Proteção Catódica no Descolamento de Revestimentos”, já conta com contratos assinados com o Instituto Nacional de Tecnologia

O presidente do Conselho Executivo do CTDUT Raimar van den Bylaardt ao lado de Jorge Fernando Pereira Coelho; Paulo M de F. Montes e Paulo Renato Almeida Celular, todos três funcionários da Petrobras CTDUT’s Executive Board Chairman, Raimar van den Bylaardt, next to Jorge Fernando Pereira Coelho; Paulo M de F. Montes and Paulo Renato Almeida Celular, all three employees of Petrobras

(INT) e a Escola de Química da UFRJ, responsáveis pelos ensaios laboratoriais, simulações numéricas, avaliações de campo, dentre outras atividades. Além disto, essa instalação permitirá atender aos requisitos da Norma NBR 43:000.03-001 (Critérios para qualificação e certificação de profissionais de proteção catódica) da ABNT/CB-43 - Comitê Brasileiro de Corrosão. A Associação Brasileira de Corrosão (Abraco) está se estruturando para o treinamento e cer-

tificação profissional na área, com previsão de uso das instalações do CTDUT para a parte prática e testes de qualificação. A Proteção Catódica é um método de combate à corrosão que consiste no uso de corrente elétrica induzida em dutos de aço enterrados, para complementar a proteção de revestimento anticorrosivo já existente. É também empregada para resguardar estruturas enterradas ou submersas tais como navios, plataformas e outras estruturas oceânicas.

Tecnologia

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Technology

Technology

CTDUT

will build a pilot plant for testing cathodic protection

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he Center of Technology in Pipelines (CTDUT) and Petrobras signed in October, in the Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels (IBP), a cooperation agreement that will enable the construction of a pilot plant for testing Cathodic Protection, Research and Evaluation of Anti-Corrosion Coatings in Pipelines in the country. The agreement has a budget of R$ 3,4 million and will be funded by Petrobras by means of the Clause of Investment in R&D (Research and Development) provided in the concession agreements. The Pilot Plant will be built in the CTDUT in an area of approximately 1,000 square meters, and will allow testing and simulations of situations found in the field, through the installation of buried pipes with different anti-corrosion coatings, protected by a cathodic protection system, consisting of rectifiers, anode beds and test points. “Technical conditions very similar to those of the field can be simulated with this structure, enabling the testing of new technologies and practices, in addition to the study of situations that exist today to increase understanding of possible problems and their solutions,” said the Chairman of the Executive Board of the Center of Technology in Pipelines (CTDUT), Raimar van den Bylaardt. The inauguration of the works is scheduled for September 24, 2010, date of celebration of the six years since the founding of the Center of Technology in Pipelines. “The CTDUT will make this infrastructure available with the main objective of supporting R&D projects for both companies and to universities and technology centers,” he remarks. “The market for application of this technology is very broad, and all carrier and distributing companies are part of it, and any other that have buried or sea pipes, and there are still companies that provide services and equipment in the

field of cathodic protection, several of which are associated to the CTDUT”, explained Raimar. The agreement is part of a larger project within the Technology Program for Transport (Protran) of the Research Center of Petrobras (Cenpes), managed by engineer Pedro Alto, proposed by Abast/Transpetro and coordinated by the Engineering of Petrobras. The project, entitled Evaluation of Parameters for Cathodic Protection in the Detachment of Coatings (“Avaliação de Parâmetros de Proteção Catódica no Descolamento de Revestimentos”), already has agreements signed with the National Institute of Technology (INT) and the School of Chemistry of the Federal University of the State of Rio de Janeiro (UFRJ), responsible for laboratory tests, numerical simulations, field evaluations, among other activities. Moreover, the installation will enable meeting the requirements of the NBR 43:000.03-001 (Criteria for qualification and certification of cathodic protection professionals) of the ABNT/CB-43 - Brazilian Committee of Corrosion. The Brazilian Association of Corrosion (Abraco) is being structured for professional training and certification in the area, and it is expected to use the facilities of the CTDUT for practice and qualification tests. Cathodic Protection is a method of combating corrosion is the use of induced electric current in buried steel pipes to complement the protection of existing anti-corrosive coating. It is also used to protect buried or subsea structures such as ships, platforms and other ocean structures.

The inauguration of the works is scheduled for the end of September 2010 and will receive investments of R$ 3,4 million

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Market

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Abastecimento

Abastecimento

A difícil equação

Demanda

Oferta x A entrada em operação do gasoduto CoariManaus, em novembro de 2009, foi um dos fatores que possibilitaram o aumento da capacidade de oferta de gás ao mercado pela estatal The operation start of the gas pipeline Coari-Manaus, in November 2009, was one of the factors that enabled the increase of the offer capacity of gas to the market by the state-owned company

D

estino de US$ 10,6 bilhões do total de investimentos previstos no Plano de Negócios 2009-2013 da Petrobras (US$ 174,4 bilhões), os setores de Gás e Energia estão realmente precisando desse “incentivo”. Ele andou mal falado em 2009, despertando a incerteza do mercado consumidor e gerando necessidade de posicionamento mais firme por parte da estatal. As variáveis envolvem quantidade de produção e de venda, cumprimento dos contratos e suprimento contínuo, oferta, transporte e abastecimento. Para cada um deles, existem projetos em desenvolvimento – e outros em

Ao contrário do que se esperava, o ano de 2009 não fechou com grandes números, registrando níveis muito similares aos do ano anterior, além de uma queda na demanda. A Petrobras se defende e afirma que, ainda assim, a oferta de gás sofreu ampliação se comparado ao mesmo período 42 MACAÉ OFFSHORE


vias de – a fim de atender à demanda nacional. Além disso, “fazer o dever de casa” com excelência garante à estatal modificar os rumores do mercado que apontam para falhas na organização e no planejamento integrado do setor energético brasileiro. Diante desses riscos para a indústria, é preciso avaliar e viabilizar soluções que sejam definitivas e mais econômicas para o País. Uma delas, por exemplo, poderia ser o aproveitamento da significativa quantidade de gás atualmente queimada nas plataformas de produção. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre janeiro e outubro de 2009, foram queimados ou perdidos 2,95 bilhões de m3, o equivalente a 17% do total produzido no período. Outro fator importante é a necessidade de aumento da malha de gasodutos de transporte. Atualmente, não há infraestrutura suficiente para escoar a produção de alguns campos produtores para as distribuidoras. Em busca de respostas para esse quadro nada favorável e de soluções para garantia de fornecimento para 2010, apuramos com a Companhia o que está acontecendo com o mercado e quais as soluções previstas – ou já adotadas – para esse ano.

“Portfólio consistente”

Os melhoramentos em logística incluem a construção de novos gasodutos e instalação de estações de compressão,

Os objetivos são fortalecer a liderança da estatal no mercado brasileiro de gás natural, com atuação internacional, e ampliar o negócio de geração de energia elétrica no país, estabelecendo flexibilidade no suprimento e no atendimento às demandas, bem como na oferta aos mercados térmico e não térmico. Para atender à demanda projetada para 2013, a meta da Petrobras é ofertar 73 milhões de m3/dia da produção nacional, manter a importação de 30 milhões de m3/dia da Bolívia e complementar a oferta com 32 milhões de m³/ dia via GNL. Com este volume de oferta, a companhia poderá atender à demanda prevista para o ano em questão que é de 135 milhões de m³/dia. A distribuição da demanda projetada por segmento é a seguinte: termelétricas – 49 milhões de m3/dia; consumo industrial – 41 milhões de m3/dia; e outros usos (veicular, residencial, comércio e consumo interno da Petrobras) – 45 milhões de m3/dia. Já estão em operação os terminais de GNL de Pecém, no Ceará, com capacidade para 7 milhões de m³/dia e do da Baia de Guanabara, que pode operar com até 20 milhões de m³/dia. A estatal destaca no ano de 2009 o aumento da produção das plataformas P-52 e P-54, no Campo de Roncador, e a entrada em operação das plataformas P-53, P-51, FPSO - Cidade de Niterói e FPSO - Cidade de São Vicente, que, segundo ela, contribuíram para a superação do declínio natural dos campos maduros. A Petrobras está reavaliando seu Plano de Negócios para o período 20102014, que poderá contemplar novos projetos na área de gás natural liquefeito

(GNL), além da possibilidade de importação desse tipo de gás. Outros projetos em desenvolvimento conceitual são as unidades de liquefação flutuante, denominado GNL Embarcado, que figuram entre as opções de logística para escoamento do gás a ser produzido nos reservatórios do pré-sal. De acordo com o Plano de Negócios 2009-2013, os segmentos de Gás e Energia receberão investimentos da ordem de US$ 10,6 bilhões, distribuídos da seguinte forma: US$ 8,2 bilhões em projetos de ampliação da logística de abastecimento de gás natural e US$ 2,4 em projetos na área de geração de energia, incluindo usinas eólicas.

Um ano morno para o gás natural Produção estável e retração da demanda. Esse foi o saldo de 2009 para o segmento de Gás da Petrobras. O volume médio de gás natural produzido pela companhia no País foi de 50 milhões 343 mil m³/dia, mantendose nos mesmos níveis da produção de 2008, quando foram produzidos 51 milhões 73 mil m³/dia. Em dezembro de 2008, a produção média foi de 52 milhões 257 mil m³/dia, enquanto em dezembro de 2009 foi de 50 milhões 981 mil m³/dia. Em território internacional, foram registrados 16,5 mil m³/d, uma perda de 3,1% frente a 2008. Na produção total, incluindo óleo e líquido de gás natural (LGN), a Petrobras alcançou a média de 2.525 mil boe/d em 2009, 5,2% acima da média alcançada em 2008. Em óleo e LGN, foram produzidos 1.97 mil bpd, 6,3% a mais do que na média de 2008.

Tecnologia

Se há alguns meses a estatal declarou que não poderia garantir gás firme, ou seja, de fornecimento para as indústrias sem interrupção – conforme divulgado pela imprensa – o discurso agora é outro. A Petrobras afirmou que está atendendo a toda a demanda nacional de gás natural, sem interrupção, e que tem, segundo classificou, um “portfólio consistente” de projetos visando a aumentar a oferta, tanto no segmento de exploração e produção quanto no de logística para o gás natural.

cujo objetivo é permitir o escoamento do aumento da produção dos campos do pós-sal e do pré-sal. Desta forma, pretende-se incrementar a capacidade de transporte da malha existente nas regiões Sudeste e Nordeste.

No mercado total, formado pelos consumidores residenciais, comerciais, industriais, automotivos e pelas termelétricas, o principal responsável pela queda de 15,9% no período foi a diminuição do consumo de gás para geração de energia elétrica. Nesse segmento, a demanda pelo insumo

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Abastecimento

Abastecimento

caiu 85,9%. O comportamento se explica pelo maior uso das hidrelétricas para o abastecimento energético do País. A exemplo do que ocorreu nos últimos meses, a comercialização de gás natural veicular (GNV) se retraiu em 5,6% em dezembro de 2009 frente a igual intervalo de 2008, refletindo a menor competitividade frente a outros combustíveis. A Petrobras afirmou que a estabilidade da produção de gás se deve à retração da demanda durante o ano de 2009, apontada como a principal responsável pela não elevação da entrega de gás ao mercado, apesar da ampliação da oferta de gás. Apesar dessa retração, a companhia aumentou a capacidade de oferta de gás ao mercado em função da entrada em operação das plataformas P-51, P-53, FPSO Cidade de Niterói, todas na Bacia de Campos, do início de produção dos Campos de Camarupim no Espírito Santo e de Lagosta, na Bacia de Santos, e da entrada em operação do gasoduto Coari-Manaus, em novembro de 2009, possibilitando a oferta comercial de gás proveniente da província de Urucu, na UN-AM. Vale destacar ainda a contribuição do projeto de ampliação da oferta de gás do Campo de Manati, na Bahia. Para 2010, com a previsão de recuperação do mercado de gás, a estatal contará com a contribuição da entrada em produção dos campos de Mexilhão, Uruguá e Tambaú, na Bacia de Santos, dando continuidade à implantação de projetos do Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás). Do total de gás natural produzido pela Petrobras, cerca de 50% são ofertados ao mercado e os 50% restantes são destinados ao consumo próprio e à reinjeção nos reservatórios para produção futura e para elevar o fator de recuperação de petróleo dos campos produtores.

Retrospectiva 2009 Janeiro - a plataforma P-51, instalada em lâmina d’água de 1.255 metros, a 150 km da costa de Macaé, começou a operar no campo de Marlim Sul e possui capacidade para produzir até 180 mil barris de petróleo por dia. Fevereiro - início das operações do FPSO Cidade de Niterói no campo de Marlim Leste. Essa unidade integra o Módulo II de Marlim Leste e tem capacidade para produzir 100 mil barris de petróleo leve (28º API) e 3,5 milhões de m³/dia. Maio - começa a produção na camada pré-sal da Bacia de Santos, por meio do início do teste de longa duração (TLD) de Tupi, operado pela Petrobras (65%) em parceria com a britânica BG Group (25%) e Galp Energia (10%). A produção foi iniciada pelo poço 1-RJS-646, localizado a uma profundidade de 2.140 metros, interligado ao FPSO BW Cidade de São Vicente, que tem capacidade de produzir até 30 mil barris de óleo por dia. Julho - início da produção do FPSO Espírito Santo, operado pela Shell (50%), com parceria da Petrobras (35%) e ONGC (15%). A área denominada Parque das Conchas (antigo BC-10) está localizada a 110 quilômetros da costa do Espírito Santo, onde se encontram reservatórios de óleo pesado a quase 2 quilômetros de profundidade na Bacia de Campos. Outra unidade, o FPSO Cidade de São Mateus entra em fase de produção. Essa plataforma está localizada no campo de Camarupim e é uma parceria entre a Petrobras (75%) e a empresa americana El Paso (25%). A unidade tem capacidade para processar 10 milhões m³/dia de gás e 35 mil barris de óleo por dia e é o primeiro FPSO para gás instalado no Brasil. Também em 2009 entrou em operação o FPSO Frade, na Bacia de Campos, consórcio formado pela Chevron (operadora, 51,7%), Petrobras (30%) e Impex (18,3%). Essa unidade poderá produzir até 100 mil barris de óleo por dia.

Relembre as estratégias do segmento Gás e Energia presentes no Plano de Negócios da Petrobras 2009-2013: - Agregar valor ao uso do gás natural na monetização das reservas da Petrobras; - Assegurar flexibilidade para a comercialização de gás natural nos mercados termelétrico e não-termelétrico; - Equilibrar o binômio competitividade/rentabilidade do gás natural frente aos energéticos concorrentes; - Atuar de forma global e verticalizada no mercado de GNL; - Consolidar o negócio de energia elétrica, de forma competitiva e rentável, otimizando o parque de geração elétrica; - Investir em geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis.

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The hard question

H

aving US$ 10.6 billion out of the total investments set in the 2009-2013 Business Plan of Petrobras (US$ 174.4 billion), the Gas and Energy segments are really in need of such “incentive”. It has been through bad days in 2009, being discredited in the consumer market and forcing the state-owned company to have a stronger position. The variables include the quantity manufactured and sold, the contracts accomplishment and continuous supply, offer, transport and provision. Each one of them has projects developed – and others underway – in order to meet the domestic demand. Moreover, “doing homework” with excellence enables the state-owned company to change the market rumors pointing out the failures in the organization and integrated planning of the Brazilian energy segment. To face such risks to the industry, the Country must have definite and most economic solutions analyzed and made feasible. One of them could be the use of the significant amount of gas currently burnt in the production platforms, for example. According to the National Agency of Oil, Natural Gas and Biofuels (ANP) figures, 2.95 billion m3 were burn or lost between January and October 2009, the equivalent to 17% of the total production in the period. The need of increasing the gas pipeline network is also important. The current infrastructure is not enough to run off the production of some producing fields to the distributors. We contacted the Company to know what is happening with the market and what are the measures planned – or already taken – for 2010, attempting to get the answers to such unfavorable context as well as solutions to ensure the supply for this year.

“Consistent portfolio”

The discourse now is different from that of some months ago, when the company said it could not ensure the firm gas, that is, non-stop supply to the industries, as published by the press. Petrobras said that it is meeting the entire domestic demand of natural gas, non-stop, and that it has, in its own opinion, a “consistent portfólio” of projects aiming at raising the offer, in both exploration and production and logistic segments to the natural gas. Logistic improvements include the construction of new gas pipelines and the installation of booster stations, intended to allow the post-salt and pre-salt fields production increase to flow. Thus, the intention is to improve the existing network transport capacity in the Southeast and Northeast regions.

The purposes are to consolidate the state-owned company leadership in the Brazilian market of natural gas, with international operation, as well as enlarging the electrical energy generation business in the country, providing flexibility to the supply and to the demands addressing, in addition to the offer of thermal and non-thermal markets.

Supply

Offers vs. Demand:

Supply

In order to meet the demand estimated for 2013, Petrobras goal is to offer 73 million m3/day of domestic production, keeping the import of 30 million m3/day from Bolivia and complement the offer with 32 million m³/day with LNG. With such offer volume, the company may meet the demand estimate for the year, of 135 million m³/day. The distribution of the demand estimated by segment is as follows: thermoelectric plants – 49 million m3/day; industrial consumption – 41 million m3/day; and other uses (vehicular, residential, commerce and Petrobras internal consumption) – 45 million m3/day. The LNG terminals of Pecém, in Ceará, with capacity for 7 million m³/day, and of Baia de Guanabara, able to operate with up to 20 million m³/day, are already in operation. The state-owned company highlights in 2009 the increase in the production of platforms P-52 and P-54, in Roncador Field, and the start of the operations of the platforms P-53, P-51, FPSO- Cidade de Niterói and FPSO - Cidade de São Vicente, which, according to it, have contributed to overcome the natural downturn of the older fields. Petrobras is analyzing its Business Plan for 2010-2014, which may include new projects in the liquefied natural gas (LNG), in addition to the possibility of importing this kind of gas. Other projects under conceptual development are the floating liquefaction, named floating LNG, included among the logistic options to flow the gas to be produced in the pre-salt reservoirs. According to the 2009-2013 Business Plan, the Gas and Energy segments will have investments of about US$ 10.6 billion, distributed as follows: US$ 8.2 billion for projects of enlargement of natural gas supply logistics and US$ 2.4 billion in projects in the energy generation sector, including wind power plants.

A regular year for natural gas

Stable production and drop in the demand. This is the balance of 2009 for the Gas segment.

The expectations to 2009 were not met as the year finished without great figures, with levels similar to the previous year and a downturn in demand. Petrobras makes its defense, stating that the gas offer yet heightened related to the same period

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Supply

Supply 2009 in Retrospective The average volume of natural gas produced by the company in the Country was of 50.3 million m³/day, keeping the same levels of 2008, when 51.7 million m³/day was produced. In December 2008, the average production was of 52.3 million m³/day, and that of December 2009 was of 50.9 million m³/day. The foreign market registered 16,500 m³/day, a loss of 3.1% compared to 2008. Petrobras total production, including oil and natural gas liquid (NGL), reached the average of 2,525 boe/day in 2009, 5.2% above the average reached in 2008. The oil and NGL production was of 1,970 bpd, 6.3% more than the average of 2008. The total market (comprising the consumers: residential, commercial, industrial, automotive, and thermoelectric plants) has the reduction in the consumption of gas for the generation of electrical energy as main responsible for the 15.9% downturn in the period. This segment had a drop in the demand for the input of 85.9%. This is explained by the higher use of hydropower plants for the energy supply in the Country. As over the last few months, the market of vehicular natural gas (VNG) had a drop of 5.6% in December 2009, compared to the same period of 2008, reflecting the reduced competitiveness in relation to other fuels. Petrobras said that the gas production stability is due to the drop in the demand over 2009, pointed as the main responsible for the stability of gas delivery to the market, despite the enlargement of the gas offer. Notwithstanding such drop, the company enlarged its capacity of offering gas to the market, due to the start of operation of platforms P-51, P-53, FPSO Cidade de Niterói, all in Campos Basin, to the start of production of Camarupin Field in Espírito Santo, and Lagosta Field, in Santos Basin, as well as to the start of operation of the Coari-Manaus gas pipeline, in November 2009, enabling the gas commercial offer coming from the district of Urucu, in UN-AM. It is worth mentioning the contribution of the project of enlargement of Manati Field gas offer, in Bahia. The expectation for 2010, with the estimate of recover to the gas market, the state-owned company relies on the contribution of the production of Mexilhão, Uruguá and Tambaú fields, in Santos Basin, continuing the implementation of the Anticipation Plan for Gas Production (Plangás). Out of the total natural gas produced by Petrobras, around 50% are offered to the market and the other 50% remaining are destined to its own consumption and re-injection in the reservoirs for future production and to raise the oil recovery factor of the production fields.

January – start of operation of platform P-51, in Marlim Field, installed in water depth of 1,255 meters and at 150 km from the Macaé coast, with capacity for producing up to 180,000 oil barrels per day. February - the FPSO Cidade de Niteroi started its operations. This unit integrates Module II of Marlim Leste and capable of producing 100,000 light oil barrels (28º API) and 3.5 million m³/day. May – after the start of production in the pre-salt layer of Santos Basin, upon the beginning of the long duration test (LDT) of Tupi, operated by Petrobras (65%) in partnership with the British BG Group (25%) and Galp Energia (10%). The production started from the well 1-RJS-646, 2,140 meters deep, interconnected to the FPSO BW Cidade de São Vicente, capable of producing up to 30,000 oil barrels per day. July – start of production of FPSO Espírito Santo, operated by Shell (50%), in partnership with Petrobras (35%) and ONGC (15%). The area named Parque das Conchas (former BC-10) is at 110 kilometers from the coast of Espírito Santo, where heavy oil reservoirs may be found at almost 2 kilometers deep in Campos Basin. Still in 2009, the production of the FPSO Cidade de São Mateus started, in the Camarupim Field, in a partnership between Petrobras (75%) and the American El Paso (25%). This unit is capable of processing 10 million m³/day of gas and 35,000 oil barrels per day, and it is the first FPSO for gas installed in Brazil. 2009 was also the year when the FPSO Frade started its operations, in Campos Basin, in a consortium made by Chevron (operator, 51.7%), Petrobras (30%) and Impex (18.3%). This unit may produce until 100,000 oil barrels per day.

Remember the Gas and Energy segment strategies included in the Petrobras Business Plan for 2009-2013: - Adding value to the use of natural gas in the monetization of Petrobras reserves; - Providing flexibility to the natural gas market in the thermoelectric and non-thermoelectric markets; - Balance natural gas competitiveness/profitability towards the competition; - Acting globally and in multi-levels in the LNG market; - Consolidate the electric energy business in a competitive and profitable way, consolidating the electrical generation park; - Investing in electric energy generation from renewable sources.

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