CHOQUE DE GESTÃO

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ÍNDICE / CONTENTS

Matéria de capa | Report of Cover

Gestão empresarial 34 Business Management 44 Access to credit lines against risks O que fazer e, o mais importante, como fazer? What to do and, more importantly, how to do it?

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Paulo Mosa Filho

Acesso às linhas de financiamento diante dos riscos

6 Gateway News . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Portal de Notícias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Desenvolvimento | Development Érica Nascimento

Articulando | News & Views

10 Uncertainties about exploring the pre-salt oil fields . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Incertezas acerca da exploração do petróleo na camada pré-sal . . . . . . . . . .

Logística | Logistic Servir com qualidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Apagão ou desvio de engenheiros? Shortage of engineers or change of professional field?

Providing with quality. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Entrevista | Interview

50 Pedro Penido.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Pedro Penido.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Tecnologia | Technology Aposta na inovação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Commitment to innovation.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Colunistas | Columnists

Gestão de Negócios Business Management Alexandre Andrade

Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso

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Gerenciamento de Projetos como diferencial nas organizações Project Management as a distinctive feature of organizations

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A reação das empresas de petróleo no período pós-crise e a Petrobras Petrobras and the reaction of oil companies in the post-crisis period

Mais informações: www.macaeoffshore.com.br

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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER

O Petróleo preocupa

Oil concerns

A revista Macaé Offshore fechou esta edição na semana em que acontecimentos no mundo do petróleo novamente trazem preocupações e causam especulações aos empresários do setor. Eles perguntam quais as consequências políticas e econômicas diante das manifestações e conflitos que ocorrem em países árabes, como a Líbia, onde sequer havia constituição e cuja crise vem causando impacto imediato sobre a economia internacional, como a alta no preço do petróleo, que pesou nas bolsas globais.

Macaé Offshore magazine’s latest issue was published in the same week ravaged by events involving the oil world that bring back worries and concerns, causing rampant speculation among the moguls of the sector. Theirs is the recurring question about political and economical consequences of those demonstrations and conflicts in countries such as Libya, a country without a Constitution, undergoing a dire crisis with immediate impact in the global economy – oil prices hike affecting global stock markets.

Membro da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Líbia exporta em média 1,49 milhão de barris diários, sendo 85% somente para Europa, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), que informou, na primeira semana de março, que aproximadamente um milhão de barris de petróleo líbio por dia deixaram de estar disponíveis. Porém, o diretor da AIE, Nobuo Tanaki, garantiu que a principal exportadora de petróleo mundial e líder da Opep, a Arábia Saudita, será capaz de compensar qualquer escassez em consequência desses distúrbios. Tendo em vista a preocupação dos empresários com relação à economia mundial e ao comportamento das empresas do setor de petróleo no mundo, nesta edição, a Macaé Offshore traz uma seção especial chamada Por Dentro do Mercado, que faz um comparativo entre a evolução do preço das ações das maiores empresas de petróleo do mundo, correlacionando-o com a evolução do preço do barril de petróleo padrão WTIC. Nesta edição, você também acompanhará dicas importantes de especialistas do mercado que apontam solução para um dos grandes gargalos da indústria de petróleo e gás: a gestão empresarial. No momento em que o desafio desta indústria é inovar para atender à demanda com qualidade, agilidade e organização, você observará que o tema gestão tem vários desdobramentos e que sua empresa não pode ficar de fora das mudanças necessárias. Boa leitura!

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A long-time member of OPEC (Organization of the Petroleum Exporting Countries), Libya exports an average 1,49 million barrels daily, 85% to Europe only, according to data from the International Energy Agency (IEA). The same data reveals that during the first week of March, approximately one million barrels of Libyan oil were not available, but the General Director of IEA, Nobuo Tanaki, assured that the leading world exporter and OPEC leader, the Saudi Arabia, will be able to compensate any shortage originated from those convolutions. In view of the industry’s concerns in regard to the world economy and the correlate corporate behavior of the sector, this edition of Macaé Offshore unveils a new special section titled Inside the Market with a comparative analysis between shares raising curves for the world’s major oil companies, vis a vis highs for the standard barrel price WTIC. In this issue you will receive important tips from market experts, pointing out solutions for one of the major gridlocks of the oil and gas industry: business management. The challenge at this time is to innovate for better respond to demands for quality with quality, flexibility, and organization. You will notice that the topic “management” entails several layers, and your company cannot be left out of those necessary changes. Have a great reading!

Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Foto / Photo: Reprodução A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (Português / Inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé - RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Directors: Bruno Bancovsky Edição Final: / Final Editing: Bruno Bancovsky Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Jornalista: / Journalist: Érica Nascimento / MTB-29639/RJ redacao@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: José Tarcísio Barbosa Tradução em inglês: / English version: Leonardo Guia Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 57ª Edição 57th Edition Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties


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PORTAL DE NOTÍCIAS

Divulgação

Manifolds Submarinos da FMC que atenderão ao Campo de Tambaú FMC Technologies will supply subsea manifolds to Tambaú Field

FMC entrega os Manifolds Submarinos do Projeto Tambaú à Petrobras A FMC Technologies do Brasil entregou à Petrobras os dois Manifolds que compõem o Sistema Submarino do Campo de Tambaú. Este é o segundo sistema submarino completo adquirido pela Petrobras de um único fornecedor, o primeiro foi Mexilhão, também entregue pela FMC. O escopo do Projeto Tambaú é composto por dois Manifolds Submarinos, quatro Árvores de Natal Submarinas, dois PLETS (Pipeline End Terminations), cinco Spools Rígidos, Sistema de Controle multiplexado com HIPPS (High Integrity Pipeline Protection System), medição de vazão multifásica, além de ferramentas sobressalentes e serviços de assistência técnica.

O projeto submarino para produção de gás do campo de Tambaú considera pressão de 10.000 psi e temperatura de 130ºC, que são mais altas que os projetos tradicionais da Petrobras, incorporando ainda tecnologias de isolamento térmico e sistema submarino de proteção da integridade dos gasodutos (HIPPS). O Campo de Tambaú está localizado a 160 km da costa de São Paulo, com profundidade de 1500m e, como Mexilhão, ele faz parte da estratégia da Petrobras para o aumento da produção de gás no Brasil, tendo sido ambos projetados e produzidos nas fábricas da FMC Technologies, no Rio de Janeiro.

Petrobras terá novo terminal portuário capixaba e base logística em Santos A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) autorizou, no final de janeiro, a Petrobras a construir o Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR), na área do porto, no distrito do município de Aracruz, litoral norte do estado do Espírito Santo. Na nova instalação, a empresa poderá movimentar e armazenar cargas próprias, gás liquefeito de petróleo (GLP) e gasolina natural, destinados ou provenientes de transporte aquaviário. A área do porto é constituída por instalações portuárias terrestres, docas, pontes e píeres de atracação e acostagem, armazéns, edificações em geral e vias internas de circulação rodoviária e ferroviária. A Petrobras informou que as obras de construção do Terminal se encontram em andamento normal de execução, com previsão de início de operação no segundo semestre de 2011. A Petrobras também negocia com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) uma área provisória para atender à logística do pré-sal. O espaço será utilizado até entrar em operação sua base definitiva, a ser implantada ao lado da Base Aérea de Santos, em Guarujá, entre 2014 e 2016. Entretanto, a Companhia afirma que a base em Santos ainda está em fase de avaliação e não informa quais áreas poderiam receber a base provisória.

Fusão cria a segunda maior empresa de perfuração offshore A companhia inglesa Ensco anunciou na primeira semana de fevereiro, a compra da concorrente texana Pride International por US$ 7,3 bilhões. Com a fusão, a Ensco, detentora de 74 plataformas, passa a ser avaliada em US$ 16 6 MACAÉ OFFSHORE

bilhões, tornando-se a segunda maior empresa de serviços de exploração de petróleo do mundo. Com a aquisição da Pride, a Ensco passará a atuar em campos de exploração no Brasil e no oeste da África, as

áreas atualmente com maior potencial de crescimento na indústria mundial do petróleo. A Ensco estima que a empresa possa aproveitar sinergias de pelo menos US$ 50 milhões a partir de 2012.


PORTAL DE NOTÍCIAS

PUC-RIO investirá R$ 6,5 milhões em novos laboratórios e equipamentos Com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) investirá R$ 6,5 milhões na ampliação da infraestrutura dos laboratórios dos seus programas de pós-graduação e pesquisa. Foram contemplados oito subprojetos desenvolvidos pelo CTC inscritos nas áreas de Física, Química, Engenharia de Materiais, En-

genharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, Engenharia Industrial, Matemática, Metrologia, Informática e Telecomunicações. Os recursos recebidos serão utilizados na compra de equipamentos de grande porte, que não são contemplados em outros tipos de editais de fomento à pesquisa, e alguns de menor porte, mas igual-

Criada empresa brasileira que será proprietária das sondas A Petrobras aprovou o processo de licitação para a construção no Brasil das primeiras sete sondas, de um total de 28 unidades de perfuração marítima. O vencedor deste primeiro lote foi o Estaleiro Atlântico Sul (EAS). O contrato de afretamento será realizado com a Sete Brasil S.A. (Sete BR), que assumirá o contrato de construção com o EAS. A Sete BR é uma empresa constituída pelo Fundo de Investimentos em Participações - FIP Sondas, gerido pela Caixa Econômica Federal (CEF), que detém 90% da empresa e terá como cotistas investidores do mercado, incluindo fundos de pensão e bancos de

investimentos brasileiros. A Petrobras deterá 10% das ações da nova empresa. Ela admitirá como parceiras e co-proprietárias dos navios-sonda empresas com experiência para efetuar a operação das sondas na prestação dos serviços contratados pela Petrobras. O objetivo da Petrobras com o Projeto Sondas é criar condições para que seja técnica e economicamente viável a construção de plataformas de última geração para águas profundas e ultraprofundas no Brasil, a exemplo do que fez com plataformas de produção, que hoje são integralmente produzidas no País, dentro dos parâmetros mundiais de qualidade.

UFRJ lança curso de avaliação e gerenciamento de risco A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inicia, em abril deste ano, o Curso de Pós-Graduação de Avaliação e Gerenciamento de Risco, com o objetivo de prover as informações básicas para atuação de profissionais de nível superior na avaliação e gerenciamento de risco de processos. O curso se propõe a apresentar conceitos, técnicas e modelos a serem utilizados para a redução dos riscos em instalações industriais, para minimizar

os danos à vida, meio ambiente e às instalações e perdas de rendimento. O Programa de Avaliação de Gerenciamento de Riscos é composto por 15 disciplinas com carga horária de 96 horas. As aulas serão aos sábados, das 8h às 15h, com intervalo para almoço, no auditório da Engenharia Nuclear da Escola Politécnica, Ilha do Fundão. O público alvo serão os profissionais que atuam nas áreas de engenharia e ciências exatas.

mente necessários ao desenvolvimento de estudos em áreas interdisciplinares. O vice-decano do CTC/PUC-Rio, Luiz da Silva Mello, informou que o projeto em Nanotecnologia irá receber a maior parte do investimento - um total de R$ 2,1 milhões. “Para o projeto de nanotecnologia, serão comprados três equipamentos de grande porte”, afirmou o professor.

Technip: R$ 700 milhões em Angra O grupo francês Technip anunciou, no final de janeiro, investimentos de R$ 700 milhões na ampliação do Porto de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, aumentando sua área em cerca de 160 mil m² – dos atuais 78 mil m² para 238 mil m². O projeto será dividido em três etapas e o início das obras da primeira fase está previsto para o segundo semestre deste ano. O objetivo do grupo é transformar o terminal em um centro de fornecimento de equipamentos e apoio logístico ao pré-sal dentro dos próximos cinco anos, aproveitando sua proximidade com a Bacia de Santos. “Será a fábrica mais moderna do mundo, com tecnologia desenvolvida especialmente para atender os desafios do pré-sal“, destacou o presidente mundial da Technip, Thierry Pilenko. A previsão é que apenas a unidade fabril de tubos flexíveis e umbilicais demande investimentos da ordem de R$ 300 milhões, com início de produção previsto para 2013. Ainda de acordo com a empresa, toda a operação da Technip está certificada e atende aos requisitos da norma internacional ISO14.000. MACAÉ OFFSHORE 7


gateway news

FMC delivers Subsea Manifolds to Petrobras for the Tambaú gas field Project

FMC Technologies has delivered two manifolds that make up the subsea production system for Petrobras’ Tambaú gas field. This is the second time Petrobras acquires all the subsea equipment needed for the development of a project from one, sole supplier. The first time was for the Mexilhão platform project, whose subsea equipment supply FMC also took over. FMC Technologies’ primary scope of supply includes four vertical subsea trees, controls and associated equipment, besides tools, spare parts and technical assistance services. The subsea project system for gas production in the Tambaú field, rated at 10,000 psi and a temperature of 130°C, are higher than the traditional projects of Petrobras, and it incorporates technologies of thermal insulation and subsea system to protect the integrity of pipelines (HIPPS). The Tambaú Field is located about 160 km off the coast of São Paulo, at a water depth of 1500m and, like the Mexilhão project system, it is part of Petrobras’ strategy to increase gas production in Brazil, both projects were engineered and manufactured at FMC Technologies’ facility in Rio de Janeiro.

Petrobras will have new port terminal and logistics base in Espirito Santo and Santos

The National Agency of Waterway Transportation, or, Antaq, authorized Petrobras, in late January, to build the Riacho Waterway Terminal, also known as TABR, in Aracruz city, north coast of Espirito Santo. With the new facility, the company will be able move and store its own cargo, liquefied petroleum gas (LPG) and natural gasoline, intended for or coming from waterway transport. The port area consists of inland port facilities, docks, bridges and piers for berthing and mooring, warehouses, buildings in general, with access to internal roads and railway traffic “ Petrobras said that the construction of the Terminal is in the normal course of implementation, and is expected to begin operating in the second half of 2011. Petrobras is also negotiating with the São Paulo Dock Company, a.k.a Codesp, a meantime area to meet the pre-salt fields logistics demands. The area will be used until its definitive basis come into operation, which will be located next to the Santos Air Base, in Guaruja, between the years of 2014 and 2016. However, the Company states that the basis is still under evaluation and does not tell which areas could be used as a temporary basis of operations. 8 MACAÉ OFFSHORE

Merger creates the second largest offshore drilling company

British company Ensco announced the first week of February, the takeover of rival Texas Pride International for $ 7.3 billion. With the merger, Ensco, which owns 74 platforms, is now valued at $ 16 billion, making it the world›s second-largest offshore oil and gas driller. With the purchase of Pride, Ensco in going to be in oil-producing regions in Brazil and West Africa, areas which currently have greatest potential for growth in the global oil industry. Ensco reckons the company will be able to leverage synergies of at least BRL$ 50 million from 2012 on.

PUC-RIO will invest BRL$ 6.5 million in new laboratories and equipment

Scientific Technical Center of PUC-Rio (CEC / PUC-Rio), with funding from the Financier of Studies and Projects (FINEP), will invest BRL$ 6.5 million in expanding the infrastructure of the laboratories of its research and graduate programs. Eight sub-projects developed by the CTC favored the areas of Physics, Chemistry, Materials Engineering, Civil Engineering, Electrical Engineering, Materials Engineering, Mechanical Engineering, Industrial Engineering, Mathematics, Metrology, Electronics and Telecommunications. The funds received will be used to purchase major and minor pieces of equipment that are not usually covered in other types of bills to foster research, but required to the development of studies in interdisciplinary areas. Luiz da Silva Mello, vice dean of the CEC / PUC-Rio, said that the Nanotechnology project will receive the bulk of the investment - a total of BRL$ 2.1 million. “Three major pieces of equipment will be purchased for the design of nanotechnology building blocks”, said the professor.

Brazilian holding company that will own the drilling rigs

Petrobras has approved the bidding process for construction of the first seven drilling rigs in Brazil, of a total of 28 drilling rigs. The winner of this first lot was the local shipyard Estaleiro Atlantico Sul (EAS). The charter contract will be performed with Sete Brasil SA (Sete BR), which will begin construction with EAS. Sete Brasil S.A. is a company established by Private Equity Investment Funds, or Fundos de Investimento em Participações (FIPs). State-run bank Caixa Economica Federal, or CEF, will own 90% of the company, and investors, pension funds and Brazilian investment banks will own stakes in Sete Brasil via Caixa, while Petrobras will hold a 10% stake. It will admit as partners and co-owners of the rigs

companies with experience to perform the operation of the rigs in the provision of services contracted by Petrobras. Petrobras aim by this Rig Construction Project, or, Projeto Sondas, it creating the proper conditions to make it both technically and economically feasible for the building of next-generation rigs to explore oil reserves in deep and ultradeep waters in Brazil, as in the example of what it did about oil production rigs, which are now entirely produced in the country, within global quality parameters.

UFRJ launches course on risk assessment and management

The Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) launches in April this year, the postgraduate program on Risk Assessment and Management, with the aim of providing basic information for operation of high level professionals in risk assessment and management processes. The course intends to the introduce concepts, techniques and models to be used for risk reduction in industrial facilities to minimize damage to life, environment, facilities and income losses. The Risk Assessment and Management post-graduate course consists of 15 courses with a workload of 96 hours .Classes will be held on Saturdays from 8 am to 15h, with lunch break in the Nuclear Engineering auditorium of the Polytechnic School, in Ilha do Fundão neighborhood, the target audience will be professionals working in the fields of engineering and sciences.

Technip: BRL$ 700 mi in Angra

Technip announced in late January, investments of $ 700 million to expand its facilities at the port of Angra dos Reis,on the south coast of Rio de Janeiro increasing its area by about 160 000 m² - from the current 78 thousand square meters to 238 000 m². The project will be split into three phases, and constructions are slated for the second half of this year. The beginning of constructions is slated for the second half of this year. The group’s goal is to convert the terminal into a center of logistics support and equipment supply to the pre-salt area within the next five years, taking advantage of its proximity to the Santos Basin. “It will be the most modern plant in the world having its technology developed specifically to meet the challenges of the presalt fields”, said Thierry Pilenko, Chairman and Chief Executive Officer of Technip. The prediction is that only the factory flexible lines and umbilicals will demand investments of BRL$ 300 mi. The startup of the operations of the unit is scheduled for 2013. Also according to the company, the entire operation of Technip is certified as ISO 14001 compliant and meets international standards.


gateway news

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ARTICULANDO

Incertezas acerca da exploração do petróleo na camada

O

Brasil, nos últimos anos, tem atraído a atenção dos investidores. Segundo dados do Banco Central do Brasil (BACEN), o investimento estrangeiro direto atingiu o pico de 30 bilhões de dólares. Esse movimento poderia até incentivar a assinatura e ratificação pelo Brasil de Tratados Bilaterais de Investimento, facilitando a resolução de controvérsias entre as partes, fundamentadas nos contratos de infraestrutura, inclusive aqueles da área de E&P de petróleo. O Brasil não ratificou, até hoje, nenhum dos 14 tratados dessa natureza assinados com países estrangeiros. Esse protagonismo brasileiro foi reforçado com a descoberta dos campos de pré-sal. Podemos dizer, diante dos enormes desafios tecnológicos e logísticos apresentados pela exploração do pré-sal, que o papel do investidor é fundamental para o sucesso do programa, o que contribui para aumentar as expectativas do mercado. No entanto, algumas indefinições do modelo a ser adotado no Brasil para o PSC (Production Sharing Contract) têm gerado incertezas em alguns grupos de investidores. O novo marco regulatório consiste, basicamente, em três leis: Lei 12351/2010, que institui o regime de PSC nos blocos de pré-sal; Lei 12304/2010, que cria a PPSA; e Lei 12276/2010, que concede 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal sem li10 MACAÉ OFFSHORE

pré-sal

citação para a Petrobras. Tais inovações constituem um contraponto ao sistema de concessão, em vigor no país desde a promulgação da Lei 9478/97. No âmbito da Lei 12351/2010, o que tem gerado mais dúvidas no meio dos investidores não é a simples adoção do PSA (Production Sharing Agreement), contrato já conhecido por muitas das empresas em atividades em outros países, o que desperta desconforto é a versão brasileira, que cria nova situação diferenciada para a Petrobras, como operadora única, algumas incertezas em relação ao sistema de remuneração das contratadas e à alocação de resultados entre o Estado concedente e a empresa concessionária. Outra questão que preocupa os investidores é a criação da PPSA na citada Lei 12304. Se tal estatal for responsável pela gestão dos contratos celebrados no novo regime, a diminuição do papel da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) poderá gerar duplicidade e falta de transparência? Pergunta-se, em palestras no exterior, como será o voto da estatal no seio dos consórcios, se haverá combinação de voto com a Petrobras e outras perguntas da natureza. Finalmente, quanto à questão da cessão onerosa, regulada na referida Lei 12276, há um temor difuso de que esteja aí presente outra faceta de um privilégio pouco transparente à Petrobras.

É importante retomar os patamares de segurança que haviam sido obtidos nos blocos do pós-sal submetidos ao regime de concessão. O governo brasileiro tem procurado sinalizar que as áreas já licitadas, sejam elas pertencentes ao pré-sal ou ao pós-sal, não sofrerão com a promulgação do novo modelo. Certo é que, apesar de toda a desconfiança relativa à implantação do novo sistema regulatório no Brasil, observamos que o cenário é otimista e o pré-sal pode contribuir para a atratividade do Brasil na competição pelos investimentos.

Marilda Rosado de Sá Ribeiro é professora de Direito Internacional da UERJ, especialista em Direito Petrolífero e sócia responsável pela área de Petróleo & Gás do escritório Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados, no escritório do Rio de Janeiro.


NEWS & VIEWS

Uncertainties about exploring the

pre-salt oil fields

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n recent years, Brasil has attracted the attention of foreign investors. According to Brazil’s Central Bank (BACEN), foreign inputs reached a 30 billion dollars peak. This influx could even foster Brazil’s signature and ratification of bilateral investment treaties that would facilitate conflict resolution, on the grounds of infrastructure agreements, including those involving the E & P area. To date, Brazil has not ratified one single treaty of the 14 extant signed with foreign countries on the subject. This leading Brazilian position was strengthened with the discovery of the pre-salt oil fields. One can easily say that confronted with the massive logistical and technological challenges, the role of investors is fundamental for the success of the program, and this latter factor takes part in the increasing market buzz and expectations. However, some questions about the model to be adopted in Brazil for the Production Sharing Contract have caused pause and concern in some of the investors. The new regulatory benchmark basically consists of three laws: Law 12351/2010, which institutes the PSC protocol to the pre-salt oil fields’ sector; Law 12304/2010, creating the PPSA; and Law 12276/2010, that grants 5 billion barrels of pre-salt oil to Petrobras, without bidding process. Such novelties are a counterpoint to the system that had been in place since promulgation of Law 9478/97. As for Law 12351/2010, the pole of contention among investors is not the mere adoption of the PSA (Production Sharing Agreement), already known by many companies around the world, but what is causing pause is the Brazilian version that creates a new, differentiated position for Petrobras, singled out as sole operator. Besides, there are also uncertainties regarding subcontractors’

compensation, allocation of resources between participant states and licensed companies. Another question that puzzles investors is the creation of PPSA in the text of Law 12304. If that created state company becomes responsible for the management of all contracts signed under the new conditions, could the reduction of the role currently played by the National Agency of Oil, Natural Gas, and Biofuel (Agencia National do Petroleo, Gás Natural e Biocombustivel -- ANP) generate duplicity and lack of transparency? In roundtables around the world there are several questions as to how this state agency would vote in a consortium that involves foreign companies and Petrobras, and if there would be matching votes with Petrobras, among other questions of the same nature. Finally, regarding the matter of onerous assignment of revenues, regulated by Law 12276, there is a vague concern that there lies another facet not so transparent of a privilege granted to Petrobras. It is important to revisit the safety protocols that had been previously gained in the pre-salt fields that were submitted to the concession regime. The Brazilian government, however, has signaled that those areas already assigned, either the pre-salt or the postsalt, will not be affected by the publication of the new contract model. The fact is that besides the relative distrust regarding the implementation of this new regulatory model, we can see an optimistic scenario, in which the pre-salt fields can contribute to Brazil’s appeal in the race to attract foreign investments.

Marilda Rosado de Sá Ribeiro is Professor of International Law at UERJ, she is also an expert in Oil Law, and a Senior Partner in Oil and Gas at the Law Offices of Doria, Jacobina, Rosado and Gondinho, in Rio de Janeiro. MACAÉ OFFSHORE 11


Gestão de negócios

Gerenciamento de Projetos como diferencial nas organizações *Por Alexandre Andrade, PMP Com as perspectivas de crescimento, a competitividade e a forte disputa dos mercados internos e externos impuseram às organizações uma nova maneira de planejar e gerir seus negócios. Neste contexto, as exigências por mais produção com menos recursos são as novas alternativas capazes de desenvolver a produção melhorando cada vez mais a qualidade dos produtos e serviços. Com esse cenário, o gerenciamento de projetos se torna uma das opções mais viáveis para as organizações, pois garante um baixo risco aos investimentos e um maior controle de custos e prazos para o gestor. Mesmo as empresas que exercem atividades consideradas essencialmente rotineiras podem, eventualmente, se ver diante da necessidade de execução de projetos, pois a maioria dos produtos ou serviços considerados rotineiros são o resultado de projetos bem sucedidos. Apesar de existirem muitas rotinas ligadas ao negócio das empresas, os produtos e serviços gerados são um

projeto em si, pois produzem um resultado único, com prazos e orçamentos melhor a serem atendidos. Entre as medidas que podem ser tomadas para implantar a Gestão de Projeto de forma profissional e estruturada, a percepção dos diretores e gerentes dentro da empresa de patrocinar e investir na implantação dessa metodologia como uma ferramenta para obter melhores resultados é uma delas. Um dos resultados da gestão profissional de projetos é a maior satisfação do cliente com a entrega no prazo e dentro do orçamento dos produtos solicitados. Outro efeito positivo é a redução no tempo de desenvolvimento de novas soluções (internas e externas). A mudança de paradigma gerada pela Gestão de projetos reduz significativamente as dificuldades de criar e desenvolver novos produtos e serviços, podendo, assim, as empresas estarem à frente de seus concorrentes passando a ter um diferencial no mercado.

A gestão de projetos também propicia tomada de decisões mais eficazes, pois o nível de informações aumenta e reduz as surpresas desagradáveis, diminuindo as incertezas a cada novo projeto. Outra vantagem é o planejamento mais preciso e o compartilhamento de recursos, que aprimoram a eficiência (ou seja, redução de custos). Desta forma, pode-se sempre fazer a comparação do realizado com o planejado, melhorando o acompanhamento e o desempenho dos projetos. Toda essa análise mostra que o processo de implantação de uma metodologia e estrutura focada em Gerenciamento de Projetos dentro de uma organização não só é estratégico como vital para os próximos anos em que grandes investimentos estão previstos em diversas áreas de negócio como Óleo e Gás, Infraestrutura e Eventos Esportivos. E as empresas precisam estar preparadas e estruturadas para participar destes grandes projetos nessa nova onda de desenvolvimento e prosperidade do País.

* Alexandre Andrade é graduado em Administração pelo Isecensa Campos/RJ, certificado pelo PMI (PMI® - Project Management Institute) como PMP® (Project Management Professional) desde 2008. Possui MBA em Engenharia de Petróleo pela Funcefet Macaé, trabalha na área de Óleo e Gás há 11 anos em Macaé e há sete anos atua como Gerente de Projetos nos segmentos de Tecnologia da Informação e Óleo e Gás na Petrobras.

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business management

Fique por dentro e faça a diferença Um Projeto é tecnicamente definido como um esforço temporário (possui data de início e término) que tem por finalidade produzir um bem (produto ou serviço) com características próprias que o diferenciam de outros que, eventualmente, já tenham sido produzidos.

O PMI® - Project Management Institute é a mais conceituada organização sem fins lucrativos de profissionais da área de gerenciamento de projetos. É responsável por promover e ampliar o conhecimento existente sobre gerenciamento de projetos, assim como melhorar o desempenho dos profissionais e organizações da área.

Desde sua fundação em 1969, o PMI estabelece padrões de gerenciamento de projeto, providencia seminários, programas educacionais e uma certificação profissional (PMP® – Project Management Professional) que cada vez mais as organizações desejam para os seus líderes de projeto.

O padrão mais importante publicado pelo PMI é o PMBOK – Project Management Body of Knowledge (PMBOK® Guide), que identifica e descreve as principais áreas de conhecimento e práticas aplicadas para gerenciamento de projetos com base em projetos de todo o mundo.

Project Management as a distinctive feature of organizations * By Alexandre Andrade, PMP With prospects of growth, the competitiveness and the competition for domestic and foreign market share have imposed a new way for organizations to plan and manage their business. In this context, the demands for more production with fewer resources are the new alternative that can develop production and increasingly improve the quality of products and services. In this scenario, project management becomes one of the most viable options for organizations, because it ensures low risk investments and a greater control of costs and deadlines to managers. Even companies that perform tasks which are essentially considered routine operations may, at some point in time, find itself in need of a management project since most of the goods or services that regarded as simply business routine are the result of successful projects. Despite the fact that there are a lot of routine operations tied to a company’s area of business, the products and services generated therein are the continents of a project itself, as they produce a unique result with deadlines and budgets that may be improved. The perception that managers and CEOs have from inside the company to foster and apply project management is one of the measures that may be taken to do so, expertly, and in a well-structured manner. One of the outcomes of the profession of project management is the increase in customer’s satisfaction with delivery of on-time and

on-budget products. Another positive effect is reduction in development time for new internal and external solutions. The paradigm shift generated by project management significantly reduces the trouble of creating and developing new products and services, and in that same fashion, companies stay ahead of their competitors and have a distinct market advantage over them. Project management also makes the decision-making process more effective, because the availability of information is increased and that cuts down on the number of mishaps, minimizing the uncertainty level of each new project. Another benefit to it is that there is a more accurate plan and resource sharing, which enhance efficiency (i.e. cost saving). Thus, one can always make a comparison between what has been planned and what has actually been carried out, monitoring and improving project performance. Given the analysis mentioned, one can see that the application of a well-structured and focused set of principles of project management within an organization is not only a strategic, but also a vital advantage in the forthcoming years when, according to predictions, great investments will be made in several business areas such as Oil and Gas, Infrastructure and sporting events. And businesses must be prepared and well-structured to take part in such large projects in this new wave of development and prosperity of the country.

Stay on top of what is happening and make the difference A Project is technically defined as a temporary endeavor (it has a start date and an end date) which aims to produce a good (a product or a service) with its own characteristics that differentiate it from others, which perhaps, have already been produced. PMI® - Project Management Institute is another reputable nonprofit organization of professionals in project management. It is responsible for promoting and expanding the existing knowledge on project management as well as improving the performance of professionals and organizations in the area. Since its founding in 1969, PMI establishes project management standards, provides seminars, educational programs and PMP® (Project Management Professional) certifications that organizations have increasingly wished to acquire for their project leaders. The most important standard published by the PMI is the PMBOK - Project Management Body of Knowledge (PMBOK ® Guide), which identifies and describes the main areas of knowledge and practices applied for managing projects based on projects from around the world. *Alexandre Andrade holds a Bachelor’s Degree in Business Administration from Isecensa Campos/RJ, a PMI® certificate as a PMP® (Project Management Professional) since 2008, and holds an MBA in Petroleum Engineering from Funcefet Macaé; he has been in the Oil Gas segment in Macaé for 11 years, and has been working for Petrobras as a project manager for seven years in the sectors of Information Technology and Oil and Gas. MACAÉ OFFSHORE 13


Por dentro do mercado

A reação das empresas de petróleo no período pós-crise e a Petrobras *Por Celso Vianna Cardoso O biênio 2008/2009 foi marcado pelas consequências de uma das piores crises econômicas, senão a maior, desde a quebra da bolsa em 1929 nos EUA. Com todos os setores da economia severamente afetados, as ações das empresas exploradoras de petróleo sofreram desvalorização significativa, tendo a Petrobras amargado uma queda de 61% no período entre janeiro a dezembro de 2008. A desaceleração da economia americana e mundial provocou uma queda no consumo de petróleo, com uma desvalorização da commodity da ordem de 60% no mesmo período.

três anos. A British Petroleum ficou para trás devido ao grave acidente provocado pelo derramamento de óleo no Golfo do México. Seguiu-se uma desvalorização de mais de 50% no preço de suas ações entre os meses de maio e junho de 2010, mas boa parte das perdas já foi recuperada. O barril de petróleo padrão texano (WTI) está em US$ 88 contra os US$ 143 atingidos em junho de 2008, enquanto a Petrobras amarga a última posição no ranking da recuperação de preço das ações, valendo sua ação atualmente R$ 27 contra os R$ 48 de junho de 2008.

No segundo trimestre de 2010, surgiram os primeiros dados positivos para a economia mundial. O preço das ações das empresas petrolíferas entrou em tendência de alta, indo buscar os níveis do período pré-crise, com a Chevron já superando a máxima cotação atingida em março de 2008. Exxon, Shell e Conoco Phillips já se encontram próximas dos valores máximos atingidos nos últimos

O impacto no valor de mercado da terceira maior empresa de exploração de petróleo do mundo foi grande. Com valor de mercado estimado em 290 bilhões de dólares, contra os quase 420 bilhões da Exxon Mobil e 250 bilhões para a Petrochina, que ocupa o terceiro lugar, se o preço da ação da Petrobras voltasse aos níveis pré-crise, o valor de mercado passaria para aproximadamente 400 bi-

lhões, praticamente empatando com a líder do setor. Por que então o preço das ações da Petrobras não se recuperou? A explicação está no cenário doméstico. Os investidores valorizam e precificam a transparência na gestão das empresas, enquanto, na contramão do mercado, o processo de capitalização foi tumultuado desde o seu início. Os prejuízos para os acionistas fizeram com que os minoritários reagissem ao modelo adotado pelo governo, forçando o preço para baixo. George Soros vendeu todas as suas ações, no valor de 405 milhões de dólares, em agosto, no momento em que as ações da Petrobras já haviam despencado mais de 20% no ano e custavam R$ 29 (PETR4). O modelo de capitalização foi duramente criticado, e o preço do barril para cessão onerosa imposto pelo governo foi alvo de severas críticas. Grandes bancos rebaixaram o título da Petrobras. Um mês após a capitalização, as ações que saíram a R$ 26,30 (PETR4) custavam apenas R$ 23,55.

Conoco Phillips 50,0%

40,0%

Exxon

Shell

Chevron 30,0%

+51,68%

WTI 20,0%

+27,96% Petrobras

+23,46%

+30,74%

Bovespa B.P.

10,0%

+18,3% +0,96%

0,0%

-17,76%

-15,04%

-10,0%

-20,0%

Petrobras e seus pares com WTIC e Ibovespa. Período de 21 de dezembro de 2009 a 14 de fevereiro de 2011 – Recuperação das ações Petrobras and its pars with WTIC and Ibovespa. Period of 12/21/09 to 02/14/11 – Stocks recovering

14 MACAÉ OFFSHORE


inside the market

Na última semana de fevereiro, as ações da Petrobras tiveram valorização significativa, chegando a subir mais de 6% em três dias, porém a falta de uma política de reajuste da gasolina e do diesel em relação

mercado internacional impediu valorização maior. Na quinta-feira (24/02), as ações recuaram 1,5%, fechando a R$ 28,30. Concluímos que o governo, principal controlador, precisa emitir sinais claros

sobre os planos futuros para a Petrobras e alinhar suas políticas de preço com o mercado internacional antes que os investidores se animem a trazer de volta o preço das ações aos níveis pré-crise.

*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ, com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Seu trabalho de pós-graduação foi desenvolvido com foco na melhoria de performance de trades através de ajustes de parâmetros dos indicadores. É coautor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010.

Petrobras and the reaction of oil companies in the post-crisis period * By Celso Vianna Cardoso The 2008-2009 biennium was marked by the consequences of one of the worst economic crises, if not the worst since Wall Street Crash of 1929. With all sectors of the economy severely affected, share prices of petroleum companies suffered a sharp drop and Petrobras’ stock experienced a bitter decline of 61% in the period from January to December 2008. The world and US economic recession lead to a decrease in oil consumption, with commodity depreciation in the order of 60% over the same period. In the second quarter of 2010, the first positive data for the world economy emerged. Oil companies’ stocks entered into an uptrend reaching the level of the pre-crises period, and Chevron exceeded the maximum value achieved in March 2008. Exxon, Shell and Conoco Phillips are already near their peaks reached in the last three years. British Petroleum fell behind due to a serious accident caused by oil spill in the Gulf of Mexico. This was followed by a devaluation of over 50% in its stock price during the months of May and June 2010, but most of those losses

have been recovered. The Texas Intermediate Crude Oil (WTI) at US$ 88.00 against the previous US$ 143.00 hit in June 2008, while Petrobras ranked last in stock-price recovery, currently at BRL$ 27.00 against BRL$ 48.00 in June 2008. Petrobras and its peers with WTI and Ibovespa. Period from 21 December 2009 to February 14, 2011 -– Stock market recovery. The impact on third largest Oil and Gas explorer’s market value of was substantial. An estimated 290 billion dollars, compared to Exxon Mobil’s nearly USD420 billion and PetroChina’s at USD 250 billion, which ranked third, if the share price of Petrobras got back to precrisis levels, the market value would rise to approximately 400 bi, virtually tied with the industry leader. Why then did the price of Petrobras shares not recover? The explanation lies in the domestic scene. Investors appreciate and value transparency in corporate management, yet, against the market, the capitalization plan has been troubled since its incep-

tion. The damage to investors made minority shareholders react to the government’s policy, forcing prices to go down. George Soros sold all his 405 million dollars’ worth of shares in August, in the meantime (PETR4)Petrobras’ stock price had already fallen by more than 20%, to BRL$ 29.00 a piece. The market capitalization plan was not welcomed; the barrel price on the onerous assignment imposed by the government was highly criticized as well. In the last week of February, Petrobras’ stock prices have risen significantly; reaching more than a 6% rise for three days, but the lack of a policy of adjustment of gasoline and diesel for the international market prevented a greater appreciation. On Thursday (Feb 24), the shares fell by 1.5%, and closed at RBRL $ 28.30. We conclude that the government, as a primary controller, needs to send clear signals about future plans for Petrobras and align their policies with the international market price before investors cheer up and bring the stock price back to its pre-crisis levels.

* Celso Vianna Cardoso is a systems analyst graduated from PUC-RJ, and holds an MBA in Business Management from IBMEC. His graduate work was developed with a focus on improving the performance of trades through indicator parameters settings. He is co-author of the book “Análise Técnica Clássica” (Classical Technical Analysis) released in 2010 by Editora Saraiva.

MACAÉ OFFSHORE 15


logística

Servir com

qualidade

Serviços de catering e ship chandler crescem no mercado offshore, mas carecem de profissionais capacitados Por Érica Nascimento

E

Pacific Catering

les movimentam recursos milionários por mês e cada ano atraem cada vez mais empresas para Macaé. Os serviços terceirizados de catering e ship chandler tornaram-se indispensáveis nas plataformas devido ao abastecimento de suprimentos, logística e atendimento em hotelaria flutuante, para garantir qualidade, segurança e conforto aos trabalhadores que atuam em regime de confinamento. Com a expansão da atividade petrolífera diante das novas descobertas e plataformas que entrarão em operação nos próximos anos, dá para imaginar o quanto esses serviços aumentarão, principalmente em relação à quantidade de pessoas que embarcarão nessas unidades marítimas. E Macaé, por estar numa localização estratégica, próxima a bacias petrolíferas, continuará sendo o palco de investimentos de empresas desse ramo. O diretor comercial da Pacific Catering, empresa consolidada no mercado e com sede em Macaé, Júlio Lemos, ressalta a importância desses serviços. Segundo ele, pelo fato de a maioria não obter um galpão com produtos e fazer sua própria logística, atualmente quase a totalidade das empresas terceirizam esses e outros tipos de serviços como transportes, limpeza, materiais e outros. 16 MACAÉ OFFSHORE

A maioria das empresas terceirizam os serviços de catering e ship chandler Most companies outsource catering and ship chandler’s services

“Tanto a catering, quanto o ship chandler são fundamentais, pois sem eles toda a operação de extração de petróleo estaria comprometida, uma vez que o ser humano precisa de água e comida e é justamente o que nós fornecemos”, frisa. Para o gerente executivo regional / adjunto da Puras, que presta serviço completo de hotelaria em alto-mar, Renato da Costa Melo, este é um setor que exige competência técnica e

financeira para gerir as atividades com responsabilidade e qualidade. E ao falar das vantagens nas contratações desses serviços, ele ressalta que, primeiramente, a oferta de uma alimentação de qualidade garante bem-estar e, consequentemente, produtividade à empresa, pois os profissionais bem alimentados executam com maior presteza seus serviços. “Naturalmente que a alimentação e a hotelaria não são o foco da ativi-


logística

dade fim de uma companhia. Sendo especialistas nesse segmento, podemos garantir alto padrão de serviços, com foco na segurança dos alimentos, das pessoas e do meio ambiente, além de cuidar da saúde de todos os nossos consumidores”, frisa o gerente. A Pacific trabalha somente com ship chandler e atualmente tem capacidade para atender até 85 embarcações. A empresa dispõe de 12 caminhões, câmara frigorífica com capacidade de armazenar até 120 toneladas de produtos, uma área de 3.500 m² (sede própria) e dois galpões, perfazendo um total de 1.200 m². “Hoje atendemos 48 embarcações”, disse Júlio Lemos. A Puras atende 24 plataformas marítimas, sendo pioneira no atendimento ao navio-plataforma na extração de óleo da camada pré-sal da Bacia de Santos, o FPSO BW Cidade de São Vicente, que está ancorado a cerca de 320 quilômetros da costa brasileira. Os alimentos, equipamentos e insumos utilizados na preparação das refeições e manutenção das plataformas são armazenados no Centro de Distribuição (CD) da Puras, em Macaé, o maior dos dez CDs mantido pela empresa no

País, com cerca de seis mil metros quadrados. O local funciona 24 horas em regime de sobreaviso, sendo equipado com todo o tipo de estrutura necessária para prestar os serviços, como câmaras frigoríficas, armazéns para secos, químicos e descartáveis, empilhadeiras, contêineres secos e com frigoríficos, caminhões, entre outros.

Inovação é o diferencial Diante da grande concorrência e demanda nesta área de negócios, as empresas estão investindo pesado em equipamentos e, principalmente, em inovação dos seus serviços. A Pacific preza por colocar sempre as melhores marcas nas embarcações, o que acarreta uma total satisfação no cliente, que é o seu foco. “Estrutura e capacitação de pessoal também são os pontos chave de um processo otimizado. Nosso diferencial está na qualidade dos produtos, pois nunca trocamos nossas marcas e o compromisso de entrega”, disse Júlio Lemos, da Pacific. Já a Puras atua com uma organização diferente das outras empresas do

setor, o que é a sua Filosofia Empresarial (FEP), que traz diversos aspectos da sua cultura e toda a tecnologia operacional da empresa. “São 30 anos de história, tempo em que fomos aprimorando nossa forma de trabalhar, baseados num conceito de melhoria contínua e inovação. Diversas ferramentas, inclusive da indústria, como o kanban (ficha técnica de preparação) e o PDCA (processo de melhoria contínua), foram incorporados à operação, tornando-nos mais eficazes e profissionais na execução dos serviços”, explica Renato Melo.

Mão de obra é o grande desafio A principal diferença entre essas duas atividades é que o serviço de catering engloba toda a gestão de hospitalidade (serviços contratados como arrumação, limpeza, cozinha, lavanderia, recepção, radio telefonia e lazer, com fornecimento de jornais e revistas) além de toda gestão de mão de obra direta e indireta para gerir estes processos. Já o fornecimento Ship chandler consiste somente na operação logística, nele não está agregada a mão de obra.

MACAÉ OFFSHORE 17


logística

Puras

Com relação às dificuldades que essas empresas encontram neste mercado, o maior desafio está relacionado a encontrar mão de obra capacitada. No caso da Puras, por exemplo, o sistema de logística está estruturado para que todos os prazos sejam cumpridos, conforme a necessidade de cada cliente atendido, apontando isso como o ponto crítico. “A Puras age com sua gestão de pessoas de modo a capacitar esses profissionais. O Programa Trainee, por exemplo, forma líderes para atuar onshore e offshore. Com boas lideranças, mantemos nossa capacidade de ação e efetivamente cumprimos nossos compromissos com o cliente”, comenta Renato Melo. Com a expansão do mercado petrolífero brasileiro, o segmento se tornará mais incrementado, podendo multiplicar o volume de negócios e a contratação de 1500 e profissionais nos próximos anos, entre eles, comissários, nutricionistas, recepcionistas, operadores de rádio, chefes de cozinha, confeiteiros, técnicos de manutenção, paioleiros (responsável pelo estoque), recepcionistas e taifeiros (camareiros). Além da qualificação técnica, as empresas dão preferência aos profissionais capacitados por instituições que obtenham reconhecimento do MEC. Algumas funções, como a de taifeiros, exigem apenas o ensino fundamental; recepcionistas e comissários devem ser bilíngues, devido ao atendimento às unidades estrangeiras; e no caso de confeiteiros, o ensino médio. Portanto, está aí uma boa oportunidade para quem busca uma vaga no mercado. 

18 MACAÉ OFFSHORE

Está prevista a contratação de 1500 profissionais deste segmento nos próximos anos The recruitment of 1,500 professionals in this segment is foreseen for the coming year


logistic

Providing with

quality S

uch services deal with millionaire resources on a monthly basis and every year it keeps increasingly attracting companies to Macaé. Outsourced Catering and Ship chandlers services have become indispensable for vessels due to the provision of supply, logistics and camp services, which assure quality, safety, nutrition and comfort to those who work in confined spaces on regular basis. Given the expansion of the petroleum activity faced with new discoveries and the vessels that will begin to operate in the next coming years, one can imagine how much the market for these services will increase, as well as the number of people that will go onboard these vessels. And Macaé, for being strategically located near oil fields, will continue to be the center of investments of companies in this industry.

Julio Lemos, commercial director of Pacific Catering, a well-established company in the market and based in Macaé, emphasizes the importance of these services. According to him, due to the fact that most companies do not have a warehouse for products, and have to do their own logistics, nowadays almost all companies outsource these and other types of services such as transport, cleaning, and other materials. “Both catering and ship chandlers are essential because in the absence of them, all the oil operations would be compromised, since every human being needs food and water, that is exactly what we provide”, he points out. According to Renato da Costa Melo, regional adjunct/executive manager for PURAS DO BRASIL, company which renders offshore catering services, this is an industry that requires technical and financial competencies to deliver quality services with accountability. And speaking of the advantages on hiring these services, he points out that, firstly, quality food supply ensures well-being of workers and that generates productivity to the company, because a well-fed staff performs services with greater speed. “Naturally, the food industry is not the focus of activity of a company. As specialists in this segment, we ensure high standard services with a focus on the safety of food, people and the environment, in addition to caring for the health of all our customers”, the manager stresses it. Pacific Catering, which is in essence a Ship Chandlery business, currently has the capacity

Catering and Ship chandler services are growing in the offshore market, but lack qualified professionals

to serve up to 85 boats. The company has 12 trucks, and a cold room capable of storing up to 120 tons of products, an area of 3,500 ​​ m² (business property) and two warehouses of 1,200 m². “Today we serve 48 vessels”, said Julio Lemos. PURAS DO BRASIL serves 24 offshore platforms, pioneering catering services to floating oil production vessels in the pre-salt Santos Basin, the FPSO BW Cidade de São Vicente, which is moored about 320 km off the Brazilian coast. The food, equipment and supplies used in preparing meals and performing maintenance of vessels are stored up at Puras Distribution Center (DC), Macaé, the largest of the ten DCs held by the company in the country, with about six thousand square meters. The site operates 24 ours with on-call service, and it is equipped with all the necessary infrastructure to provide services like cold storage, dry, chemical and disposables warehousing, forklifts, dry and refrigerated containers and trucks to name a few.

Innovation as a differential factor In the face of strong competition and demand in this industry, companies are investing heavily in equipment and especially in the innovation of its services. Pacific catering prides itself for always placing the best brands on vessels, resulting in total customer satisfaction, which is its focus. “Structure and capacitation of personnel are also key points of an optimized process. Our difference lies in the quality of the products, because we have never changed our brands nor the commitment to quality service delivery”, said Julio Lemos, Pacific Catering. On the other hand, PURAS DO BRASIL has a different organizational structure from other companies in the industry, which is its Corporate Philosophy (F.E.P acronym for Puras’s Corporate Philosophy) that features various aspects of their culture alongside the operational technology that the company has. “It has 30 years of history, during which time we have been improving our way of working, based on a concept of continuous improvement and innovation. Several tools, including those in the industry, such as kanban (technical preparation data) and the PDCA (for Continu-

ous Improvement) have been incorporated into the operations, which makes us more effective and experts in the services we deliver”, explains Renato Melo.

Manpower is the big challenge The main difference between the two activities above-mentioned is that catering services encompass the entire hospitality management process (contracted services such as housekeeping, cleaning, cooking, laundry, reception, radio telephony, supply of newspapers and magazines) in addition to any direct/indirect labor management to carry out such processes. But ship chandlering services mainly consist of logistical operation, and workforce is not aggregated in it. Regarding the drawbacks that these firms have to face in this market, the biggest challenge is finding trained labor. In the case of Puras, for example, the logistics system is structured in way so that all deadlines are met, according to each client’s needs, and that is regarded to as a critical point. “PURAS acts with its staff management in order to train these professionals. The trainee Program, for instance, graduates leaders to operate onshore and offshore. With good leadership, we maintain our ability to act effectively and fulfill our obligations towards customers “, said Renato Melo. Owing to the expansion of the Brazilian oil market, the segment will expand as well, and in the coming years, it may even increase the volume of business to the expected 1,500 new hires, among which are camp bosses, nutritionists, receptionists, radio operators, chefs, pastry chefs, maintenance workers, storekeepers (responsible for stocking supplies), receptionists and stewards. Besides technical qualifications, companies give preference to graduates from institutions that were validated by MEC. To some job posts, such as stewards, they only requirement is basic education, as for receptionists, they must be bilingual since they have to be able to work in foreign units; from confectioners, only high school is required. Therefore, there you have some good employment opportunities for those who are looking for a job opening on the market.  MACAÉ OFFSHORE 19


DESENVOLVIMENTO

Apagão ou desvio de

engenheiros? Mercado de petróleo e gás no Brasil enfrenta escassez de engenheiros ante o desafio da inovação Por Érica Nascimento

E

les exercem um papel fundamental no desenvolvimento tecnológico de qualquer país. Necessários aos processos de melhoria contínua dos produtos e às atividades de inovação e pesquisa e desenvolvimento (P&D) das empresas, no mercado de petróleo e gás, os engenhei-

ros atualmente são peças chave disputadas entre as empresas. E aquelas que não encontram essa mão de obra disponível, acabam recorrendo ao quintal do vizinho ou à importação do profissional. Capacitar em dobro essa mão de obra é um desafio colocado em curto

prazo e que talvez não seja superado principalmente em decorrência dos recursos ainda insuficientes que são investidos na formação dos profissionais, conforme aponta uma pesquisa publicada em julho de 2010 pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Percentual de egressos em cursos de Engenharia em 35 países no ano de 2007 China Coréia do Sul Finlândia 20,0% Portugal 19,7% Japão 19,4% Suécia 17,1% Rep. Tcheca 17,0% Áustria 15,8% Eslováquia 14,9% Espanha 14,5% Chile 14,3% México 14,2% Itália 14,0% França 13,3% Suíça 13,3% Bélgica 12,8% Alemanha 12,4% Dinamarca 11,9% Eslovênia 11,1% Grécia 10,5% Estônia 10,4% Israel 10,3% Turquia 9,1% Reino Unido 8,8% Polônia 8,8% Canadá 8,7% Holanda 7,7% Noruega 7,4% Hungria 7,4% Austrália 7,2% Irlanda 6,3% Islândia 6,2% Estados Unidos 6,1% Nova Zelândia 5,4% Brasil 5%

20 MACAÉ OFFSHORE

25,0%

35,6%

Fonte: OECD, 2010


DESENVOLVIMENTO

O trabalho diz que “sua solução não é simples e requer tempo”. Cita ainda que o problema mais crítico são “as dificuldades que advêm das deficiências do conjunto do sistema educacional e da fragilidade da base de recrutamento ao final do ensino médio, que tem sido um obstáculo enorme à expansão da escolaridade superior no Brasil”. A questão é que no Brasil, o sistema de ensino superior se concentra nas áreas de educação, ciências sociais, direito, economia e administração. Do total, apenas 5,1% dos egressos cursam engenharia. De acordo com o estudo do Iedi, o “mais grave é que estes percentuais de egressos na engenharia, além de baixos, são decrescentes”. Além disso, vale ressaltar que as áreas tradicionais, como engenharia elétrica, eletrônica, mecânica, química e engenharia civil estão perdendo peso. A oportunidade está sendo maior para a formação em engenharia de produção, logística, pesquisa operacional, qualidade, engenharia do trabalho, econômica e ambiental. Comparado aos perfis de países desenvolvidos ou em desenvolvimento, segundo o estudo, o Brasil sai perdendo. O País figura com o menor percentual de engenheiros em 2007 numa lista de 35 países.

na, engenheiros e técnicos”, afirma. Segundo o diretor, crescendo a um ritmo de 5% ao ano, o Brasil teria que aumentar a oferta e a formação de engenheiros a um ritmo bem superior, ou seja, o dobro para que a demanda venha a se equilibrar dez anos à frente. “É um problema sem solução rápida. Se todos fizerem sua parte – governo, universidades e empresas – levaremos no mínimo dez anos para equilibrar oferta e demanda”, constata. Como resultado geral, confirmando os dados do Iedi, Almendra diz que hoje no Brasil menos de 10% dos estudantes cursam Engenharia. Todos os estudos indicam, como ocorre na China, Índia, Coreia e Cingapura, que tal número deveria ser pelo menos 40%. A UFRJ tem apenas 12% de seus alunos nesses cursos, mas tem feito a sua parte para reverter esse quadro. Neste século XXI, ampliou suas vagas de 560 para 900 (nesse número, não estão incluídas as vagas recém-criadas em Macaé). Isso significa um crescimento anual médio de Ascom UFRJ

4,8% superior ao crescimento da economia. Mas para o diretor isso ainda é muito pouco. “O governo tem uma política de franca expansão das vagas nas universidades federais, não há dúvida sobre isso. Entretanto, o incentivo não prioriza qualquer área, e as universidades tendem a crescer mantendo as distorções atuais, pouca engenharia e excesso de ciências humanas e sociais”, lamenta Almendra. Para ele, essa política de expansão veio em boa hora, pois não apenas faltam engenheiros no País – embora sua falta seja a mais séria – faltam universitários no Brasil.

Ipea aponta que há desvio da função Conforme publicou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ano passado, na sexta edição do boletim Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, de cada 3,5 engenheiros formados no Brasil, apenas um está formalmente empregado em ocupações típicas da profissão. Porém, para o Instituto existe sim um número expressivo de engenheiros para dar conta dos novos postos que devem surgir com o crescimento econômico. O problema é que eles atuam em outras áreas.

O diretor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ericksson Rocha e Almendra, vai ainda mais longe: “Nenhum setor da economia tem sua demanda por engenheiros atendida. Vou repetir, pois se trata de algo muito sério: todos os setores da economia são carentes de engenheiros nesse exato momento”, destaca.

O instituto também acredita que serão 1,099 milhão de engenheiros disponíveis no mercado em 2015 e 1,565 milhão em 2022. O estudo do Ipea constata que o crescimento do PIB brasileiro pode interferir nessa projeção, ou seja, teria que se manter em 3% ao ano para que a disponibilidade de engenheiros seja suficiente para atender a demanda.

Almendra cita como exemplo o setor siderúrgico, que, segundo ele, vive uma grande crise por falta desses profissionais. “A Thyssenkrup que vem inaugurar uma grande usina do Estado do Rio de Janeiro teve que importar profissionais até da Chi-

Já este ano, no Boletim Radar nº 12, o mesmo instituto revela que o Brasil terá de 1,5 milhão a 1,8 milhão de engenheiros em 2020. E diante desse crescimento do ritmo atual, precisará de 560 mil a 1,16 milhão de engenheiros. Portanto, o

Ericksson Rocha e Almendra, diretor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro Ericksson Rocha e Almendra, director of UFRJ Polytechnic School

MACAÉ OFFSHORE 21


DESENVOLVIMENTO

FSMA

Ipea considera que o número de formados até 2020 será suficiente para atender a demanda prevista, no entanto, continua alertando para o gargalo do desvio ocupacional. Dos 38% dos formados em engenharia que estavam no mercado nas suas ocupações típicas em 2009, a previsão é que, em 2020, pule para 45%. A opinião do engenheiro Ziney Dias Marques, assessor de Petróleo e Gás na Diretoria de Relações com o Mercado do Sistema Firjan, bate com as afirmativas do Ipea. Para Ziney, o “apagão” ainda não ocorreu e pode ser evitado por meio de algumas ações direcionadas ao atual momento econômico do Brasil. “A demanda é representativa e crescente em função das novas descobertas e investimentos demandados para o segmento, com destaque para o pré-sal. São números representativos. Entre os diversos números citados, os 100 mil novos postos estimados para engenheiros me parecem uma boa estimativa, servindo de “balizador” para que se avaliem os números de profissionais colocados no mercado anualmente em relação à demanda projetada”, avalia. Segundo Ziney, o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira, disse que essas 100 mil novas vagas (para os próximos dez anos) abrangeriam toda a cadeia, principalmente as prestadoras de serviços para o setor. Mesmo assim, ainda existe uma preocupação com relação à falta de disponibilidade desses profissionais no setor. Com relação a isso, Ziney destaca a acentuada redução dos investimentos há anos atrás (década 1980/1990) com o consequente desemprego de milhares de engenheiros que migraram para outras atividades. “Nossa Engenharia foi desativada com o fechamento das principais empresas de projetos. Outro exemplo, que contempla a cadeia, foi a desativação do 22 MACAÉ OFFSHORE

Em Macaé cresce o número de cursos de engenharia voltados para o setror de Petróleo e Gás In Macaé the number of engineering programs aimed at the Oil and Gas industry grows

parque naval brasileiro, com o sucateamento da maioria dos nossos estaleiros. Como desdobramento, houve uma significativa queda na procura dos cursos de engenharia, reduzindo o número de profissionais colocados no mercado anualmente”, justifica o assessor. Quando interrogado sobre o que é preciso fazer para que haja fortalecimento da engenharia brasileira, Ziney é enfático e diz que a formação adquirida não corresponderia completamente ao perfil requerido pelo mercado. “A dicotomia entre o meio acadêmico e o mundo do trabalho é citada e discutida em diversos fóruns. Essa questão já vem sendo trabalhada com a aproximação e interação entre as universidades e empresas de petróleo, com destaque para a Petrobras”. Por outro lado, segundo ele, devem ser focadas as contratações de projetos básicos e de detalhamento no Brasil, concomitantemente estimulando e aprofundando as pesquisas e os processos de inovação tecnológica no País, entre outras medidas. “Naturalmente, torna-se necessário um intenso programa de absorção dos conhecimentos disponíveis no mercado internacional, seja atraindo

técnicos e especialistas ou promovendo parcerias internacionais que contemplem a transferência de conhecimentos e a geração de empregos no Brasil”, complementa Ziney. Quanto ao que é preciso ser feito de imediato para atender essa demanda, evitando a importação de profissionais no exterior, ele diz que, em seu ponto de vista, são necessárias diversas medidas contingenciais. Uma delas seria criar condições para que as empresas brasileiras ocupem suas vagas com brasileiros. “Parece um contrassenso, mas, segundo o Ipea, uma das medidas seria trazer para o mercado esses profissionais e treiná-los ou buscar treinamentos para eles. Outra ação seria o acesso direto aos cadastros de egressos das instituições de ensino, bem como a prática de disponibilizar as demandas de mercado às universidades e entidades de ensino profissionalizante”, ressalta. O estágio nas empresas também é uma medida importante citada pelo assessor. Quando bem direcionado e com o aproveitamento do profissional ao final do estágio, o resultado é positivo. “Os perfis desejados pelo mercado natural-


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mente privilegiam os engenheiros com formação complementar em petróleo ou alguma especialização direcionada ao segmento petróleo e gás. Por outro lado, nossos profissionais saem das universidades muito bem preparados e, se absorvidos pelo mercado, rapidamente se incorporam às especificidades das empresas”, menciona.

Engenharia no mercado de P&G Assim como recordou Ziney Dias Marques, o diretor da UFRJ também coloca a grande crise brasileira, na década de 1980, como o fator principal dessa escassez. Sem perspectiva de emprego, os alunos abandonavam os cursos. O índice de evasão da Escola Politécnica, por exemplo, chegou a 59%. Como consequência, as universidades deixaram de abrir cursos de engenharia. Nas unidades particulares, isso se refletiu de forma ainda mais drástica. Alguns cursos chegaram a ser fechados e quase não foram criados novos cursos. Mas a frase atribuída ao escritor Monteiro Lobato “o petróleo é nosso”, agora ganha outra conotação: “o petróleo é dos engenheiros”. Isso porque são esses os profissionais mais requisitados neste mercado. Basta observar o número de contratações, vagas nos concursos da Petrobras e a demanda

de Engenharia Química”, revela o diretor da Escola Politécnica da UFRJ. O setor de P&G, segundo explica, é extremamente amplo e complexo e emprega praticamente todas as 13 modalidades de engenharia: civil, mecânica, elétrica, metalúrgica, naval, eletrônica, produção, petróleo, ambiental, controle e automação, computação e até mesmo nuclear. “Em termos de qualidade, os formados em escolas públicas, bem avaliadas pelo MEC, têm uma qualidade bastante satisfatória. O grande problema é a quantidade, absolutamente insuficiente”, avalia o diretor.

Ensino de qualidade O diretor da Escola Politécnica UFRJ diz que as universidades privadas são um grande problema, com notórias exceções. Para ele, a qualidade dos cursos deixa muito a desejar e como a atual carência por engenheiros aumentou os salários, ampliou o número de alunos dispostos a pagar por cursos de Engenharia nessas instituições. “O resultado está sendo uma expansão

do número de cursos de Engenharia frequentemente de qualidade pouco aceitável”, lamenta. Almendra conclui que o mercado por si só não resolverá o problema da qualidade de ensino, menos ainda um mercado altamente demandante como o atual, no qual a tendência, ou a única alternativa, é empregar quem apareça sem se importar com a qualidade. Mas, segundo ele, o MEC vem implantando um sistema de avaliação que haverá de dar bons frutos, porém isso ainda irá demorar. Ele cita a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) como uma universidade de qualidade indiscutível, onde o número de alunos de Engenharia já atinge 25% do corpo discente, um recorde em termos brasileiros. “Infelizmente também aqui há distorções, pois o curso de Engenharia de Produção, sozinho, responde por 40% dos alunos. O curso de Engenharia Mecânica, o de melhor qualidade dessa instituição, e de empregabilidade direta no setor de P&G, tem muito menos alunos”, comenta Ericksson Almendra. Érica Nascimento

prevista até 2022. Apesar do cenário promissor, de acordo com Almendra, a Engenharia de Petróleo propriamente dita forma menos de mil engenheiros por ano. “Nos últimos dois anos, na UFRJ formamos 900 engenheiros, 450 por ano em média. Esse número vem crescendo, pois temos aumentado nossas vagas como já disse e, adicionalmente, a evasão vem diminuindo significativamente, embora ainda seja alta, por volta de 30%. Esses números não incluem a Escola de Química, que tem um curso importante para a área de P&G, o curso

Alunos da UFRJ contam com institutos e centros de pesquisas e desenvolvimento de tecnologia University students have institutes and centers of research and technology development

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A UFRJ forma engenheiros que estão entre os melhores do mundo. É uma das nove universidades brasileiras avaliadas com o grau 5, o máximo na avaliação do MEC. Nada menos do que 20% dos seus alunos passam um ano no exterior durante os cinco anos de curso. “Enviamos mais de 100 alunos ao exterior e recebemos mais de 70 das melhores escolas da Europa e EUA. E temos programas de duplo diploma com muitas escolas de primeira linha da Europa. Isso nos permite afirmar que nossos engenheiros estão no primeiro time do mundo. A UFRJ é uma das nove universidades brasileiras com o máximo em avaliação”, ressalta.

O papel de cada um, segundo Ericksson Almendra Governo - Ele tem que dizer para as universidades, de forma clara e inequívoca, qual a prioridade na abertura dos cursos. Um exemplo: basta dizer que dez vagas criadas em cursos de engenharia dariam direito a um cargo de professor, enquanto nos demais cursos seriam necessárias 20 vagas para ter este mesmo cargo. Empresas - Elas têm de parar de esperar que o Governo dê solução ao problema. Devem agir fortemente no apoio às universidades que desejam expandir suas vagas na área de Engenharia. Veja o caso da UFRJ em Macaé que tem disposição de ampliar os cursos e aumentar as vagas, e a UFRJ é capaz de conseguir os professores necessários, mas faltam condições físicas. O Governo é rápido na criação de cargos e vem provendo os recursos de custeio, mas é muito lento executando obras. Se os prédios já estivessem construídos, haveria 250 vagas, ou mesmo mais, ao invés das 120 criadas em 2011.

Macaé tem uma boa oferta de cursos de Engenharia de Petróleo Érica Nascimento

O estado do Rio de Janeiro é o maior produtor nacional de petróleo e, em Macaé, onde se concentra a maior parte da atividade petrolífera do Brasil, está o Campus Avançado da Universidade Estadual Norte Fluminense (Uenf), que oferece o primeiro curso de graduação em Engenharia de Petróleo do Brasil, criado no ano de 1994. No início do ano passado, a Uenf aprovou um projeto de expansão das engenharias em Macaé. O projeto foi apresentado pelo reitor da universidade, professor Almy Junior, ao governador do Estado, Sérgio Cabral, que deu sinal favorável à expansão da instituição. A iniciativa foi apoiada também pelo prefeito de Macaé, Riverton Mussi, mas, em virtude do período eleitoral, não houve progressos. “Estamos aguardando que o projeto de expansão venha efetivamente a ser aprovado. Com isso, poderemos não só ampliar a formação de engenheiros como também criar o curso de meteorologia, que também consta da proposta, e cuja área também vem sendo muito demandada”, disse o chefe do Laboratório de Engenharia 24 MACAÉ OFFSHORE

Professor Viatcheslav Ivanovich Priimenko, chefe do Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (Lenep) da Uenf Professor Vyacheslav Ivanovich Priimenko, the head of the Laboratory of Engineering and Petroleum Exploration (LENEP) UENF

e Exploração de Petróleo (Lenep) da Uenf, professor Viatcheslav Ivanovich Priimenko.

O objetivo dessa expansão é criar em Macaé um Centro de Energia, formando engenheiros e meteorologis-


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Divulgação

tas, um passo muito importante para melhorar ainda mais a qualidade dos cursos da universidade. De acordo com Priimenko, a Uenf possui um índice de empregabilidade na ordem de 100%. Atualmente, possui cerca de 200 profissionais formados na graduação e outros 70 na pós-graduação trabalhando em empresas como Petrobras, Schlumberger, Halliburton, Baker, etc. A Uenf ocupa a 13ª posição entre as melhores universidades brasileiras e a 2ª entre as universidades do estado do Rio de Janeiro, segundo o IGC (Índice Geral de Cursos) do MEC. Para ampliar, o professor disse que a Uenf precisa contratar novos professores e técnicos de laboratório. Para ele, é preciso diminuir a burocracia, facilitar o acesso a recursos de pesquisa e oferecer — de forma constante — cursos de treinamento e atualização para professores e técnicos. “Os investimentos em infraestrutura e pesquisa devem ser perenes, sem tantos sobressaltos. Aguardamos a abertura de novos concursos para professores, que contemplem a área de Engenharia de Petróleo, bem como a realização do já anunciado concurso para técnicos”, comenta ele, ressaltando o papel fundamental da Petrobras, que está apoiando pesquisas nas universidades brasileiras por meio de um número grande de projetos P&D e de infraestrutura. A universidade tem vários cursos, além de Engenharia e Exploração de Petróleo, que atendem o setor de petróleo e gás, tais como Engenharia Civil, Engenharia Metalúrgica e de Materiais e Engenharia de Produção. “Existe um estudo em andamento para montar o curso de Engenharia Mecânica. Além disso, temos o curso de Ciência da Computação”, acrescenta.

Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (Lenep) da Uenf, em Macaé Laboratory of Engineering and Petroleum Exploration (LENEP) UENF, in Macaé

Privadas ocupam seu espaço Conforme crítica do diretor da Escola Politécnica da UFRJ, Ericksson Almendra, existem exceções sobre a qualidade de ensino nas instituições privadas. Pelo menos aquelas que oferecem graduações em engenharia em Macaé demonstram que, muito além de ocupar seu espaço no mercado, conquistaram a credibilidade das empresas que garantem aproximadamente 100% de empregabilidade aos recém-formados. Muitos dos alunos já atuam no setor e veem nessas instituições a oportunidade de crescer dentro da empresa em que trabalham. O geofísico Osvaldo Luiz Queiroga da Fonseca, coordenador e professor do curso de Engenharia de Petróleo da Universidade Estácio de Sá em Macaé, diz que na sua instituição o curso de Engenharia de Petróleo é novo e as primeiras turmas colaram grau em fevereiro deste ano. Serão em torno de 120 alunos no Rio, Macaé e Campos dos Goytacazes. Em Macaé e Campos, foi lançado, este ano, o curso de Engenharia de Produção, com uma média de 30 alunos.

“A turma formada em fevereiro está 100% empregada. Os alunos dos últimos períodos ou estão em processo de estágio ou trabalhando no setor”, afirma Queiroga. De acordo com ele, a Estácio vem inovando a cada dia, incluindo material didático gratuito, tablets a todos os alunos, montando laboratórios modernos e capacitando professores por meio de programas internos de treinamento. Para os cursos ligados ao setor de Petróleo e Gás, a grande novidade são as Salas de Visualização 3D. Ao todo são seis, uma delas no Campus Macaé. Criada em 2011, a sala 3D é um projeto pedagógico do curso, tendo levado quatro anos em negociação para a escolha do melhor sofware, o Opendtect. Ela foi desenvolvida por meio de uma parceria técnica com a empresa Stratagel, que atua no segmento de P&G, na aquisição, processamento e interpretação de dados geofísicos. MACAÉ OFFSHORE 25


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A sala 3D, recurso antes usado somente por grandes empresas, no contexto de exploração, perfuração e produção, tem um diferencial didático, pois possibilita que todos os profissionais envolvidos nessas atividades possam interagir em um único aplicativo. O diferencial é que ela leva o aluno – por meio da uma realidade virtual 3D – à superfície da terra, visualizando as camadas geológicas com se estivesse de frente para a rocha. “A importância na capacitação do aluno é poder fazer simulações práticas de gerenciamento de reservatórios e interpretação sísmica, propiciando a diminuição do risco exploratório. Podemos ainda promover o desenvolvimento de novos poços e a possibilidade de encontrar novos campos”, explica Queiroga.

liadora (FSMA), que oferece o curso de Engenharia de Produção com ênfase em Engenharia de Instalações no Mar. A instituição forma um total de 50 engenheiros de Produção por ano. Nela, o índice de empregabilidade é superior a 90%, uma vez que o principal indicador para elaboração do projeto do curso foi a empregabilidade.

Em Macaé, além dos cursos de Engenharia de Petróleo, a Estácio oferece dois importantes cursos que poderão certamente colaborar com o setor: Engenharia Química e Engenharia Ambiental.

Waldir afirma que no resultado da avaliação realizada pelo Ministério da Educação – MEC, divulgado no último dia 13 de janeiro de 2011, nas notas do IGC, a FSMA obteve o melhor desempenho entre as instituições de ensino privado de Macaé e está entre as 25 melhores faculdades e institutos de educação superior do Estado.

Outra importante instituição na cidade é a Faculdade Salesiana Maria Auxi-

“A ênfase em Engenharia de Instalações no Mar é uma vantagem competitiva, ou seja, um diferencial (único curso de Engenharia de Produção com esta linha de formação no Brasil) para o exercício das atividades profissionais como engenheiro na indústria de petróleo e gás Natural”, explica o Waldir Pinheiro Algemiro, coordenador do curso.

Érica Nascimento

Coordenador e professor na Estácio de Sá, Osvaldo Queiroga e a aluna Marja Markus na sala 3D Coordinator and professor at Estacio de Sa, Osvaldo Queiroga Marja Markus and the college student in the 3D visualization classrooms

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Engenharia aos olhos dos jovens O mercado de petróleo e gás vem cada vez mais atraindo o interesse dos jovens que sonham em ter uma carreira de sucesso. Os cursos de engenharia estão cada vez mais conquistando esse público, como o caso da Cíntia Gonçalves Machado, de 22 anos, que cursa Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo na Uenf. “A engenharia de petróleo é uma área dinâmica e abrangente e o que mais me atrai é o envolvimento diário com novas tecnologias e inúmeros desafios”, descreve a universitária. Ela faz uma observação sobre as oportunidades e diz que está ciente dos interesses das empresas que contratam novos engenheiros todos os meses. Ela observa isso, principalmente, na realidade dos seus colegas de classe que já possuem propostas de trabalho. “Eu pretendo continuar os meus estudos. Nos próximos dois anos, estarei em um programa mestrado em engenharia de petróleo”, disse ela acreditando que o Brasil possui poucos engenheiros atuando como pesquisadores. “Isto pode ser visto pela quantidade de professores e pesquisadores estrangeiros nas universidades. Com tantas vagas de excelente remuneração no mercado, as universidades perdem os bons estudantes por falta de um apoio financeiro significativo”, completou Cíntia. Com relação às exigências das empresas, como experiência e o domínio de outras línguas, a estudante considera fundamental que aqueles que estão se formando ou já se formaram, invistam nas capacitações e tentem oportunidades, como nos programas de trainee. “A falta de experiência não tem sido um grande obstáculo para o ingresso dos engenheiros provenientes da Uenf no mercado de trabalho. Creio que o domínio da língua inglesa é essencial para um profissional que deseje


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atuar na indústria do petróleo. Também é necessária a disponibilidade para viagens e embarques frequentes, com disposição para uma escala de trabalho não convencional”, exemplifica a jovem. Na busca por oportunidades e qualidade dos cursos, vale uma mudança para alcançar o objetivo final. Assim foi para a gaúcha Marja Gabrielle Markus, de 20 anos, que atualmente cursa o 6º período de Engenharia de Petróleo na Estácio de Sá, em Macaé. A aluna conta que estudava na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra – RS) e, numa visita a Macaé, na Feira Brasil Offshore em 2009, ouviu informações sobre o curso na cidade e decidiu pedir transferência para a Estácio a partir do 3º período.

dem ressaltar. Para a uma fornecedora líder global de serviços de engenharia, a Aker Solutions, o Brasil, sem sombra de dúvidas, tem um grande potencial na formação e desenvolvimento de engenheiros, em especial para o ramo de P&G. “Atualmente, temos muitos jovens recém-formados interessados em ingressar no segmento de P&G, e engenheiros muito experientes prestes a se aposentar. O grande desafio está em suprir esta lacuna de gerações”, disse a coordenadora de Desenvolvimento Organizacional da Aker, Luciana Gazzoni.

O que procuram as empresas? Fala-se muito em oportunidades. E está claro que a engenharia é um grande gargalo. Mas as áreas específicas demandadas somente as empresas po-

• Engenheiro Trainee – destinado a engenheiros recém-formados em engenharia mecânica e elétrica. Eles ficam dez meses em treinamento passando por todas as áreas de negócio. O programa de treinamento intercala vivência e teoria. • Plano de treinamento técnico por área – anualmente a empresa estrutura um plano de desenvolvimento técnico por área que contempla bolsas de estudo e necessidades de treinamentos específicos.

“E engenharia de petróleo foi uma surpresa na minha vida, porque sempre quis fazer medicina, porém nunca estive emocionalmente preparada para isso. Escolhi esse curso por paixão, vontade de atuar nessa área, ainda mais para um mercado amplo para a área de engenharia”, disse Marja. E para a futura engenheira, apesar das necessidades do mercado, as oportunidades estão disponíveis para quem realmente corre atrás. “No momento, estou focando nos meus estudos e aproveitando a oportunidade que a minha universidade oferece em trabalhar com meu professor na sala 3D. Mas vejo muitos alunos dizendo que não encontram vagas no mercado, mas isso acontece porque eles aguardam as oportunidades cair do céu. Tem que correr atrás e investir num ensino de qualidade”, observou aluna da Estácio.

A Aker Solutions possui diversas oportunidades para engenheiros. Desde oportunidades para profissionais experientes como recém-formados. Entre os diversos programas de desenvolvimento da Aker estão:

• Liderança em gestão de projetos – os engenheiros que decidem dedicar suas carreiras para a gestão de projetos recebem treinamento específico. • Desenvolvimento de líderes. “Nossa empresa investe 3% de sua folha de pagamento para treinamentos dos funcionários e em 2010 investiu em média 36 horas de treinamento por empregado”, conta Luciana Gazzoni.

A coordenadora faz uma observação com relação à qualidade dos profissionais formados e as instituições de ensino no País. De acordo com ela, as faculdades de engenharia deveriam incluir o segmento de petróleo e gás na sua grade. “Isso é uma necessidade emergente porque, com o crescimento previsto para o Brasil nesta área, sabemos que faltarão profissionais”, frisa.

De acordo com Luciana, a Aker Solutions possui atualmente 935 funcionários efetivos no Brasil, ocupando, 112 pessoas, o cargo de engenheiro. Além disso, há muitos engenheiros trabalhando em áreas distintas como planejamento, vendas etc. Mas segundo ela, das áreas da engenharia mais críticas em nível de disponibilidade no mercado para a Aker estão a Engenharia de Produto para Equipamentos Submarinos, Sistemas de Controle e Engenheiros para a Área de Perfuração. Está aí uma resposta interessante para aqueles que ainda possuem dúvidas no que se especializar.  MACAÉ OFFSHORE 27


development

engineers

Shortage of or change of professional field? The Oil and gas market in Brazil is facing deficit of engineers alongside the growth challenge

E

ngineers play a key role in the technological development of any countries. Since they are necessary for the process of continuous improvement of products, to innovation activities and to R & D firms, likewise, in the oil and gas field nowadays, their services are key parts which the oil industry competes for. And companies that do not have workforce available end up either resorting to snatching some of their competitor’s engineers or eventually importing of professionals from abroad. Increasing the number of engineers available twice as much in a short period of time is a challenge that it cannot be met easily, due to lack of funds invested in education, according to a nationwide survey published in July 2010 by the Brazilian Institute of Studies in Industrial Development (Iedi). The paper says that “its solution is not a simple one and it requires time». It also points out that the most pressing problem lies on “difficulties that stem from deficiencies in the educational system and fragility in the graduate recruitment system after high school, which has been an enormous obstacle to expansion of higher education in Brazil.» The fact of the matter is that the higher education system in Brazil is concentrated in fields like education, social sciences, law, economics and business administration. And only 5.1% of all high school students take engineering. «The most aggravating factor is that such staggering rates are decreasing». Moreover, it is worth mentioning that the traditional areas such as electrical, mechanic, and chemistry engineering are losing ground. Job opportunities favor those who graduate in production, logistics, operations research, quality control, labor, economic and environmental engineering.

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Compared to the profiles of developed and developing countries, according to the study, Brazil falls behind. The country had the lowest percentage of engineers in 2007 in a list of 35 countries.

the new ones available in Macaé). This means that, an average annual growth rate of 4.8% higher than the economy’s. But to him, it is still too little.

Ericksson Rocha e Almendra, director of UFRJ Polytechnic School, goes further to say “No sectors of the economy have met their demand for engineers. I restate it, because it is a serious matter: all sectors of the economy are currently in need of engineers at this very moment”, he says.

“The Brazilian government has a policy of continuous extension of places in federal universities, no doubt about that. However, the incentive does not prioritize any areas, and universities tend to grow while maintaining the current distortions, like, very courses in engineering and lots of them in humanities and social sciences” Almendra laments.

Almendra cites as an example the ironworks industry, which, he says, is experiencing a major crisis for lack of these professionals. “Thyssenkrupp, which has opened a large plant in the state of Rio de Janeiro, had to import professionals, such as engineers and technicians even from China”, he says.

To him, this extension of college places policy came in good time, because not only engineers are running short in the country – although this is the most serious matter– but also because Brazil lacks university students.

According to UFRJ’s director, growing at a rate of 5% per year, Brazil would have to increase the supply for graduating engineers per year at a much higher rate, that is, twice as much amount, so that the growth in demand will be met within the next ten years. “It’s a problem with no quick solution. If everyone does their part - government, universities and firms – It will take at least ten years’ time to balance supply and demand”, he identifies. As a general outcome, addressing the Iedi’s results, Almendra says that in Brazil less than 10% of undergraduate students take an engineering program. Major worldwide studies such as in China, India, Korea and Singapore, indicate that that figure should be, at least, 40 percent. UFRJ has only 12% of their students in an engineering program, but has done its part to reverse this situation. In this 21st century, it has extended its college places from 560 to 900 (this number does not include

IPEA shows that there are changes of professional fields As published by the Institute of Applied Economic Research (IPEA) in its sixth edition of the Radar newsletter last year on Technology, Production and Trade, says that for every 3.5 graduate engineers in Brazil, only one is formally employed in typical engineering jobs. However, to the Institute, there sure are a significant number of engineers to fill the new job posts which should come with economic growth. The problem is that some of them have are working in other professional fields. IPEA also believes 1.099 million engineers will be available in the market by 2015 and 1.565 million by 2022. The IPEA study indicates that the Brazilian GDP growth may interfere with this projection, that is, it would have to remain steady at 3% per year, so that the number of engineers available will be sufficient to meet market demands.


development

Yet, this year, Radar Bulletin No. 12, the same institute reveals that Brazil will have from 1.5 million the 1.8 million engineers by 2020. Given the current pace of growth, Brazil will need a average ranging from 560 thousand to 1.16 million engineers. Therefore, The Institute of Applied Economic Research (IAER), or, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) reckons the number graduates by 2020 will be sufficient to meet the expected demand, however, it keeps warning about the bottleneck of the occupation shift. Estimates say that the percentage of engineering graduates who were working in their typical fields of expertise in 2009, which was 38%, will grow to 45% by 2020. The views of Ziney Dias Marques, Oil and Gas engineer and adviser on the board of relations with Firjan Systems’ market match with IPEA’s statements. However, to Ziney, such “shortage” has not yet occurred and can be avoided through some actions targeted towards the present economic situation in Brazil. “The demand is significant and it is growing as new discoveries and investments are required for the segment, especially the presalt. They are considerable numbers. Among the several figures mentioned, the expected 100,000 new jobs for engineers appears to be a good estimate, which serves as a “beacon” to work out the numbers of professionals in the market every year in relation to the projected demand” he assesses it. According Ziney, and Fernando Siqueira, chairman of AEPET (Petrobras Engineers’ Association), these 100 thousand new jobs would only be able meet companies’ demands (within the next ten years), especially the ones which render services to the industry. Even so, there is some concern about the lack of such professionals in the oil and gas segment. In this regard, Ziney highlights the massive reduction in investments years ago (in the 1980-1990 decade) which lead to the consequent unemployment of thousands of engineers who made job moves. “Our engineering was shut down due to the closing of major engineering companies. Another example of that was the deactivation of Brazil’s shipbuilding park, scrapping of most of our shipyards. As an outcome, there was a considerable drop in demand for engineering courses, reducing the number of professionals in the market annually” the chairman explains. When asked about what needs to be done to allow for strengthening of engineering in Brazil, Ziney is emphatic and says that the education undergrads acquire do not fully equip them for the profile required by the job market. “The dichotomy between job

market and academia is brought up and discussed in various forums. This matter is already being dealt with by the joint action and interaction among universities and oil companies, particularly Petrobras”. On the other hand, he says, we should focus on hiring basic design and detailed engineering project services in Brazil, as well as stimulating and furthering research in technological innovation in the country, among other measures. “Naturally, an intensive program of absorption of knowledge available in the international market becomes necessary, either by attracting technical personnel and specialists, or, promoting international partnerships that contemplate knowledge transfer and job creation in Brazil”, Ziney adds. As for what needs to be done immediately to meet this demand, while avoiding the importing of overseas professionals, he says that in his view, several contingency measures are necessary, one of which, to provide the necessary conditions for Brazilian companies to fill their vacancies by hiring Brazilians. “It seems an absurdity, but, according to IPEA, one of the measures to be taken would be getting these professionals into the job market and equipping them or finding training courses for them. Another action would be to have direct access to curriculum design from educational institutions, and make market demands available to universities and institutions of vocational education” he says. Internship programs are also an important step proposed by the advisor. When it’s well directed and trainees get hired at the end of the training period, the result is positive. “The profiles sought in the oil and gas segment naturally favor engineers with additional training in oil or some expertise targeted towards the field. On the other hand, our university graduates have a broad background, therefore, if they enter the job market, they quickly fit into the business setting” he says.

Engineering in the Oil and Gas Industry As Ziney Dias Marques director of UFRJ(Federal University of Rio de Janeiro) recalled, UFRJ dean also points out the great Brazilian crisis, the 1980’s as the chief factor in this shortage. Without job prospects, students abandoned their courses. The Polytechnic School dropout rates, for instance, reached 59%. As a result, the universities stopped offering engineering undergraduate courses. This was reflected in an even more drastic way at private universities. Some courses were even closed down, and almost no new MACAÉ OFFSHORE 29


development

courses were created. But the phrase attributed to the writer Monteiro Lobato, “The petroleum is ours”, now takes on another connotation: “The petroleum belongs to engineers”. That is because they are the most sought after professionals in this industry. Just see the number of hires and Petrobras vacancies made available through public examinations, and the aforementioned demand for 2022. Despite the promising scenario, according to Almendra, Petroleum Engineering colleges themselves graduates fewer than a thousand engineers per year. “Over the past two years, we graduated 900 engineers, 450 per year on average. That number has increased because we have been extending university places as I already said, and on top of that, the dropout rate has decreased significantly, although it is still high, at around 30%. These numbers do not include the School of Chemistry, which has a very prized course in the Oil and Gas segment”, the director of UFRJ Polytechnic School reveals it. The O&G sector, he explains, is extremely broad and complex and employs almost all the 13 forms of engineering: civil, mechanical, electrical, metallurgical, shipbuilding, electronics, manufacturing, petroleum, environmental control and automation, computer and even nuclear. In terms of quality, graduates of public school that are well accredited by the MEC (Ministry of Education) have very good quality. The big problem is the number of them, which is absolutely insufficient” said the director.

Quality teaching The director of UFRJ Polytechnic School states that private universities are a big issue, with major exceptions. To him, the quality of private courses leaves much to be desired, and, as the current shortage of engineers has led to increased wages, likewise, students willing to pay for engineering courses in these institutions have increased in number. “The result is a growing number of engineering courses of often low-quality standards” he laments. Almendra concludes that the industry alone will not solve the teaching quality issue, especially because it is a highly demanding market, and in this case, the tendency, or the only alternative, is hiring people without paying much regard to quality. But he said MEC (the Ministry of Education of Brazil) has been implementing a nationwide accreditation system that will produce good results, however, it will take really some time. 30 MACAÉ OFFSHORE

He cites the Catholic University of Rio de Janeiro (PUC-RJ) as an institution of unimpeachable quality, where the number of students taking engineering has already reached 25% of the student body and that is a record in Brazil. “Unfortunately, there are are distortions here, too, since Production Engineering alone accounts for 40% of students. Yet, Mechanical Engineering, a degree of high employability in the oil and gas industry, and best quality course at UFRJ, has far fewer students” said Ericksson Almendra. UFRJ graduates engineers that are among the best ones in the world. It is one

of the nine Brazilian universities accredited with grade 5, the highest achievable score in the MEC. No less than 20% of its students spend a year abroad during the five-year course period. “We have sent over 100 students abroad and received more than 70 students from the best colleges in Europe and the USA. And we have double degree programs in partnership with many schools in the forefront of Europe. This allows us to say that our graduate students are among the best world-class engineers. UFRJ is one of the nine Brazilian universities with the highest scores” he highlights it.

The roles of each one, according to Ericksson Almendra Government - It has to tell universities , in a clear and unequivocal way, what its priorities are right at the opening of the courses. For instance, it suffices to say that for each ten seats made available in engineering courses, would entitle the university to hire one professor, whereas in other academic courses, 20 seats would be required to do so. Enterprises - They have to stop expecting the government to provide the solution to the problem. They must act promptly in support for universities wishing to extend their places in Engineering. Take the case of UFRJ branch in Macaé that is willing to increase the number of degrees and to extend places, and UFRJ is able to hire the professors needed, yet it lacks physical space. The government is quick in creating jobs openings for these professors as wells for providing the resources for costs, but it is very slow when it comes to construction work. If the buildings were already in place, there would be more 250 seats, or even more than that, instead of the 120 made available in 2011.

Macaé has a good offer of academic programs in Petroleum Engineering The state of Rio de Janeiro is the largest producer of oil, and in Macaé, where the country’s oil activities are predominantly concentrated, is the advanced campus of UENF (Universidade Federal Norte Fluminense) which was the first university to offer an undergraduate course in Petroleum Engineering in Brazil, established in the year 1994. At the beginning of last year, UENF approved an expansion project for engineering programs in Macaé. The project was introduced by the dean and university professor, Almy Junior, to the state governor, Sergio Cabral, who gave a positive signal to the expansion of the institution. The initiative was also supported by the mayor of Macaé, Riverton Mussi, but by virtue of the election period, no progress was made. We await the effective approval of the expansion project. Then, we will not only be able broaden the engineering training programs, but also to create a specific degree in metrology, which is also in the pro-

posal, and whose field has been of high demand” said the head of the Laboratory of Engineering and Petroleum Exploration (LENEP) UENF, professor Vyacheslav Ivanovich Priimenko. This objective of this expansion project is to create an Energy Center in Macaé, graduating engineers and meteorologists, which is a very important step to further improve the quality of the university’s academic programs. According to Priimenko, UENF’s graduates’ employability rate is nearly 100%. And at present, about 200 graduate majors and 70 post-graduate majors from UENF are working for companies such as Petrobras, Schlumberger, Halliburton and Baker among others. UENF holds 13th position among the best Brazilian universities and 2nd among the universities in the state of Rio de Janeiro according to the IGC (General Index of Courses), a very renowned accreditation system carried out by MEC.


development

To expand on it, the dean said UENF needs to hire new professors and laboratory technicians. To him, it is necessary to reduce the red tape burden, so as to facilitate access to research resources and to offer – in a consistent way- training and refresher courses for professors and technicians. “The investments in infrastructure and research programs should be perennial, without many surprises. We await the opening of public examinations for new professors which will embrace the field of Petroleum Engineering, as well as, the fulfillment of the previously announced public examination process for technicians”, he remarks, stressing the key role of Petrobras, which is supporting research in Brazilian universities through a large number of R & D projects and infrastructure. The university has several courses, besides engineering and petroleum exploration, which serve the oil and gas sector, such as Civil Engineering, Metallurgical Engineering, Materials Engineering and Production Engineering. “There is an ongoing study plan to set up a training program in Mechanical Engineering. Moreover, we also have degrees in Computer Science”, he adds.

Private Institutions keep their space in the market According to criticism made by Ericksson Almendrasector, director of the Polytechnic School of UFRJ, there are exceptions in relation to education quality in private institutions. At least, those that offer degrees in engineering in Macaé

show that, far beyond keeping their space in the market, they gained the credibility of companies that actually provide nearly 100% employability for new graduates. A lot of students already work in the sector and they see in these institutions the opportunity to grow within the company they work for. Osvaldo Luiz Queiroga da Fonseca, geophysicist, engineer and professor of Petroleum Engineering, Estácio de Sá University in Macaé, says that at his institution, Petroleum Engineering is a new degree program, and, the first classes graduated in February this year. The total number of students is around 120 in Rio de Janeiro, Macaé and Campos dos Goytacazes. Estácio officially established its Production Engineering program this year in Campos and in Macaé, with about 30 enrollees. The students that graduated in February this year were all employed. Students who are in the last year of college study either are undergoing internship or already working in the oil and gas industry”, states Queiroga. According to him, Estácio has been innovating on a daily basis, providing free textbooks, tablets to all students, modern laboratories, and, also equipping professors through faculty training programs. To degrees in Oil and Gas, the 3D visualization classrooms are the big news. There are six of them altogether, one of which is on the campus of Estácio de Sá in Macaé. The 3D visualization classrooms, created in 2011, have an educational purpose, and it has taken them four years of negotiation to choose the best software, Opendtect. The negotiation was devel-

oped through a technical partnership with a company called Stratagel, which operates in acquisition, processing and interpretation of geophysical data in the oil and gas exploration segment. The 3D visualization classrooms, a resource which only large companies had available, in the context of oil and gas exploration, drilling and production, it has an differential teaching factor, since it enables all professionals involved in these activities to interact in a single virtual environment. It takes students - by means of a 3D virtual reality - to the earth’s surface, allowing them to see geological strata just as if they were in front of a sedimentary rock. “The importance of training students is the ability of make practical simulations of reservoir management and seismic interpretation, leading to reduced exploration risk. We can also promote the development of new wells and the possibility of finding new fields”, explains Queiroga. In Macaé, besides Petroleum Engineering, Estácio also offers two degrees that may certainly contribute to the oil and gas sector: Chemical Engineering and Environmental Engineering. Another important institution in town is the Salesian College Maria Auxiliadora (FSMA), which offers degrees in Production Engineering with emphasis on Installation Engineering at Sea. The institution graduates a total of 50 Production Engineers per year with over 90% employability, and employability itself is the very reason which led to the creation of this academic course. “The emphasis on Installation Engi-

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development

neering at Sea is a competitive advantage, that is, a strategic factor (the only degree in Production Engineering offering that area of specialization in Brazil) to the exercise of professional activity as engineers in the Petroleum and Natural Gas industry”, says Waldir Algemiro Pinheiro, course coordinator. Waldir states that, in the results (on higher education quality evaluation) announced by the Brazilian Ministry of Education (MEC) on January 13th, 2011, in the scores on the IGC (General Index of Courses – accreditation system), the Salesian College Maria Auxiliadora got the highest performance score among all private educational institutions in Macaé, it also ranked among the top 25 colleges in the state of Rio de Janeiro.

Engineering catches the eyes of the youth The market of oil and gas has increasingly been attracting the interest of young people who dream of having a successful career. Engineering academic programs are really winning them over, just like the case of Cíntia Gonçalves Machado, 22, who studies Petroleum Exploration and Perforation Engineering at UENF. “oil engineering is a dynamic and comprehensive course, and, what most appeals to me about is the day-by-day involvement with new technologies and the numerous challenges”, the undergraduate points out. She makes an observation about job opportunities and says that she is aware of the interests of companies that are hiring new engineers every month. She highlights the case of her classmates who have already got job offers. “I intend to go on studying, and in about two years’ time, I will be in a MA program in Petroleum Engineering”, she said it in the belief that Brazil has few engineers engaged in academic research projects. “It can be seen by the number of foreign faculty and researchers in universities. With so many offers of highly paid jobs in the market, universities lose good their students due to lack of higher education funding”, added Cintia. As for company requirements, such as experience, good mastery of other languages, the student considers it essential that those who are graduating or have graduated, invest in capacitation programs and try opportunities, such as trainee programs. “Lack of professional experience has not been a major obstacle to the entry of engineers from UENF in the labor market. I believe that mastery 32 MACAÉ OFFSHORE

of English is crucial for those wishing to work in the oil industry. Availability to travel and to go offshore on a frequent basis, and willingness to work on an unconventional schedule”, explains the young student. In the quest for opportunities and quality courses, even moving cities is worth it to achieve the ultimate goal. So it was to the Brazilian southerner Marja Gabrielle Markus, 20, who currently attends the third year of Petroleum Engineering at Estácio de Sá, Macaé. The student reports that she used to go to the Lutheran University of Brazil (Ulbra – RS in the south), and that on a visit to Macaé, while she was at the Brazil Offshore Trade Fair in 2009, she heard about the engineering courses in the city and decided to try and get transferred to Estácio de Sá University and resume her 2nd year of college.

“And petroleum Engineering was a surprise in my life because I always wanted to do medicine, but I had never been emotionally ready for it. I chose this degree for passion and willingness to work in this area, especially in a broad field like engineering”, said Marja. And to the future engineering graduate, despite the market needs, there are opportunities available out there for those who look for them.” At the moment I am focusing on my education and taking the opportunity that my university offers me to work with my professor in the 3D visualization classroom. But I see a lots of students saying they can’t find job vacancies in the market, this is because they are waiting for opportunities to fall from the sky. People have got to go after opportunities and invest in good quality education”, remarked the Estacio de Sá college student.

What are companies looking for? There is much talk on job opportunities. And it is clear that engineering is a big bottleneck. However, only companies can really tell what the specific areas of demand are. To the leading global provider of engineering services, Aker Solutions, beyond the shadow of a doubt, Brazil has great potential for training and develop engineers, in particular, for the O&G industry. “At present, there are a lot of young graduates in the O&G. “At present, we have a lot young new graduates interested in joining the oil and gas industry, besides very experienced engineers nearing retirement. The big challenge lies on filling this generation gap”, said the organizational development coordinator for Aker Solutions, Luciana Gazzoni. The coordinator makes a remark on the quality of graduates and teaching institutions in Brazil. To her, engineering colleges should include the Petroleum and Gas segment in their university curricula. “This is an emerging need because, given the expected growth for this area in Brazil, we know that there will be a lack of professionals in this area” she emphasizes. Aker Solutions has several opportunities for engineers. From experienced professionals to new graduates. Among Aker’s several career development programs are: • Trainee Engineer - for new graduates in mechanical and electrical engineer-

ing. They spend ten months training in all areas of business. The program comprises experience and theory. • Plan according to technical area of expertise – for each and every year, the company has a technical development plan according to the area of expertise and it includes scholarships and specific training needs. • Leadership in project management Engineers who decide to devote their careers to the project management are granted specific training. • Professional development of leaders “Our company invests 3% of the payroll in employee training, and, in 2010, it invested, on average, 36 hours of training for each employee” says Luciana Gazzoni. According to Luciana, Aker Solutions currently has 935 permanent employees in Brazil, out of which, 112 hold the position of engineer. Besides that, there are plenty of engineers working in different areas, like Planning, Sales, etc. But in her view, from the engineering branches of most critical availability in the market for Aker are Product Engineering for Submarine Equipment, Control Systems, and Perforation. And there you have an interesting answer to those who are still unsure as to what specialization course to go for. 


Pioneira em self storage em Macaé Solução para quem busca espaços para guardar seus equipamentos ou até mesmo máquinas com total segurança Algumas empresas não possuem espaço físico suficiente para armazenar sua mercadoria. E para atender a grande demanda por espaço, a empresa Tranca Bem está em Macaé oferecendo um tipo de serviço que vem crescendo cada vez mais no mercado: self storage, depósitos de aluguel. A Tranca Bem oferece as melhores condições em locação de espaço em instalações individuais, oferecendo soluções rápidas e práticas em guarda móveis, armazém e locação de box de 5m² a 103m² para empresas ou pessoas físicas. A empresa garante todas as soluções necessárias para que o cliente possa armazenar seus móveis, bens, documentos, mudanças, estoques, mercadorias não perecíveis, entre outros. Com toda a comodidade e segurança 24 horas, a empresa pode alugar um box para armazenagem no estilo self storage. A locação pode ser em curto, médio ou longo prazo.

Pioneer self-storage company in Macaé A solution to those who seek some extra room to store their equipment or even machines securely Some companies simply do not have space to store their goods or to meet huge market demands, that is exactly where Tranca Bem comes in, a Macaé based company which renders self-storage services in this increasingly growing industry. Tranca Bem offers the best self-storage deals, providing quick and practical solutions. Its self-storage units range from 5 m² meters up to 103 m² serving companies or individuals. The company cares about satisfying customer’s storage needs, namely furniture storage, goods, documents, inventory, overstocked retail wares, non-perishable material to name a few. Convenient and secure 24 hours. It also rents metal storage sheds. Tranca Bem offers short, medium or long term leases.

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Gestão Empresarial Um forte gargalo para a indústria brasileira do petróleo e gás Por Érica Nascimento

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mercado de petróleo e gás exige agilidade, inovação, qualidade e organização. Afinal, para

acompanhar o desenvolvimento e fazer grandes negócios, independentemente de seu porte, a empresa precisa se adaptar para atender às demandas previstas do setor. Essa é uma das preocupações de especialistas deste mercado, pois, segundo eles, não basta assinar o contrato se,

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ao final, pela falta de gestão empresarial, as empresas não conseguem cumprir o acordo. “Meu faturamento talvez cresça 40% em 2011. Se isto acontecer, minha empresa poderá quebrar”, declarou um empresário do setor de petróleo a Fernando Jefferson, também empresário e professor do MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Fiquei abismado com a declara-

ção”, diz Jefferson, “mas rapidamente entendi a questão: muitas empresas, que, no meu entender, já enfrentam sérios problemas de gestão, poderão ter grandes prejuízos ao receber um alto volume de pedidos, decorrentes dos investimentos de US$ 400 bilhões que serão feitos nos próximos cinco anos. Basta que elas não sejam capazes de entregar os projetos dentro dos prazos, qualidade e custos especificados e acordados. No setor do


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Agência Petrobras

petróleo, as multas são altíssimas e as empresas serão penalizadas fortemente em caso de projetos entregues fora do prazo e/ou com qualidade deficiente. Ou terão que “queimar” todo o lucro para não deixar isto acontecer. É uma situação cruel”, constata o professor da FGV. A própria Petrobras reconhece que o problema existe e é sério. Porém, a gigante do petróleo, que quer privilegiar o conteúdo nacional, não declara publicamente que a indústria brasileira possa não ser capaz de atender a parte da demanda projetada, mas, por outro lado, quer investir na capacitação das empresas, em especial as médias e pequenas, para que elas possam competir com as estrangeiras que se preparam agressivamente para atuar no mercado brasileiro. Em evento realizado em abril do ano passado no Rio de Janeiro, numa oficina em que foi apresentada a Rede de Apoio à Melhoria da Gestão da Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços da Petrobras, o presidente da Companhia, Sérgio Gabrielli, elencou os pilares para o desenvolvimento de uma robusta cadeia produtiva. O primeiro deles, segundo o executivo, é a “demanda”, garantida pela Petrobras. Em seguida, devem ser tratados o “financiamento e a assunção de riscos” e o “incentivo ao desenvolvimento tecnológico e à inovação”. Mas completa Gabrielli destacando o outro gargalo: “Existe uma dimensão que talvez não seja muito clara, mas tão grave quanto as outras, que é a capacidade de gestão dessas empresas. A necessidade de trabalhar em rede é vital para absorver e compreender a diversidade de problemas existentes que chegam ao público fim, às empresas, ao segmentos que vão se organizar e se estruturar. O trabalho dos

Presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, na apresentação da Rede de Apoio à Melhoria da Gestão da Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços Petrobras CEO, Sérgio Gabrielli, at the presentation of the Network for Support and Improvement of the Chain of National Suppliers and Service Providers of Petrobras

empresários tem papel fundamental, uma intervenção nos processos de gestão nas empresas que constituem essa cadeia”, enfatizou. Na mesma ocasião e em acordo com a declaração de Gabrielli, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Luciano Coutinho, declarou que o grande programa de investimento que está sendo feito na cadeia de petróleo apresenta uma oportunidade e um grande desafio. Para ele, é possível construir uma grande cadeia supridora de bens e serviços, mas para isso será neces-

sário encarar o desafio de inovar e aumentar a competitividade e a eficiência. “Isto não poderá ser alcançado sem gestão, terceira perna de um processo desafiador e imperativo. Sem ela, não chegaremos lá. E gestão pressupõe capacitação de recursos humanos, empenho e planejamento, gerando mais resultado e eficiência em todo o processo”. A Rede de Apoio à Melhoria da Gestão da Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços foi trabalhada ao longo de 2010, tendo à frente a Petrobras, o BNDES e ouMACAÉ OFFSHORE 35


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Paulo Vitor / AE

tras dezenas de entidades brasileiras. Portanto, ela tem um papel fundamental, vindo com o objetivo de aliar competição com cooperação, integrar iniciativas, promover o aumento de escala e a competitividade brasileira, o desenvolvimento sustentável, a responsabilidade social e ambiental, a distribuição de benefícios, a justiça social, a conservação ambiental, a ética, a transparência, o respeito à vida, o empreendedorismo, a inovação com resultados para a sociedade e que seja fator chave para o sucesso dos empreendimentos que serão construídos nos próximos anos. Presidente do BNDES, Luciano Coutinho

Exigências sim, mas é preciso transparência Diante dos critérios de avaliação do cadastro de fornecedores da Petrobras, é possível perceber que nem todas as empresas do setor se beneficiarão dos investimentos feitos na cadeia produtiva, pois o mercado do petróleo é extremamente exigente, avaliando as empresas em termos técnicos, legais e econômicos, exigindo também capacitação e certificações em QSMS (Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho). A figura ao lado exemplifica o gráfico de avaliação de um fornecedor da Petrobras, disponível no site da Companhia, o qual leva em conta a capacitação e o histórico de fornecimento da empresa. Um fornecedor mal avaliado simplesmente não será chamado para os próximos processos de compra, o que poderá causar problemas financeiros. Conforme constata a coordenadora da carteira de Petróleo e Gás do Sebrae Nacional, Eliane Borges, o setor requer alto nível de exigência de seus fornecedores, por razões óbvias. 36 MACAÉ OFFSHORE

President of the Brazilian Development Bank (BNDES), Luciano Coutinho

Principais Critérios de Avaliação do Cadastro da Petrobras Critério Técnico - Conjunto de requisitos e indicadores com objetivo de avaliar a capacidade técnica, a tradição de fornecimento, o porte técnico e eventuais homologações e habilitações específicas do serviço ou material objeto da avaliação. Critério Legal - Conjunto de requisitos e indicadores com objetivo de avaliar a regularidade das empresas no cumprimento de suas obrigações legais, junto ao mercado, aos órgãos de governo e à sociedade. Critério Econômico - Conjunto de requisitos e indicadores com objetivo de avaliar a situação econômica e financeira do fornecedor com base em resultados financeiros da empresa. Critério Gerencial - Conjunto de requisitos e indicadores com objetivo de avaliar o grau de implantação do Sistema de Gestão de Qualidade, avaliando o compromisso com a qualidade e melhoria contínua, valorizando e estimulando a certificação segundo a normal ISO 9001. Critério SMS - (Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional) - Conjunto de requisitos e indicadores com objetivo de avaliar o grau de implantação do Sistema de Gestão de Segurança, Meio Ambiente, e Saúde Ocupacional, valorizando e estimulando as certificações segundo as normas ISO 14001 e OHSAS 18001 Fonte: Petrobras


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A empresa tem que dominar tecnologias de processo e de gestão, no mínimo, para ser bem sucedida. “No setor de petróleo, os contratos costumam ser de valor elevado, se comparados com os de outros segmentos. Uma pequena empresa com boa capacidade técnica pode conseguir um contrato e, por deficiência em gestão, correr o risco de falir, pois não terá capacidade para gerir seu crescimento acelerado em prazo curto, num ambiente tão exigente”, alerta. O Prominp, por exemplo, tem promovido vários programas de capacitação das empresas. Esta é uma área, por exemplo, em que o Sebrae tem ajudado muito. De acordo com Eliane, a entidade vem apoiando desde 2002 micros e pequenas empresas (MPEs) que fornecem ou visam a for-

necer para a cadeia do petróleo e gás. Começou capacitando empresas para se cadastrarem na Organização Nacional da Cadeia do Petróleo (Onip) e ficarem visíveis para as operadoras do setor e seus fornecedores de grande e médio porte, ao mesmo tempo em que passou a fomentar a criação de Redes Petro, à semelhança da Rede Petro RS, que já existia desde 1999. De acordo com ela, em 2004, foi firmado um primeiro convênio com a Petrobras para um trabalho mais abrangente de promoção da inserção das MPEs como fornecedoras da cadeia do petróleo, gás e energia. Foram concluídos 14 projetos em 11 estados. Em 2008, o segundo convênio foi assinado e em 2009 o Sebrae firmou um outro convênio com a Refinaria Abreu e Lima. “Estamos com

19 projetos em andamento, com a expectativa de mais dois ainda neste trimestre. De lá para cá, o total de investimento acordado entre os Sistemas Petrobras e Sebrae chega a R$ 46 milhões e a expectativa de negócios sinalizada nas rodadas realizadas foi de R$ 2,8 bilhões”, relata Eliane. Ela recorda que, no início do segundo convênio Petrobras-Sebrae, foi realizada uma análise dos projetos da primeira fase, tendo sido identificadas quinze ações típicas necessárias para a inserção de MPEs na cadeia que passaram a ser os requisitos mínimos de todos os projetos. Elas estão agrupadas em quatro focos estratégicos: inteligência competitiva, cultura da cooperação, desenvolvimento de fornecedores e inovação e, por fim, promoção de negócios.

Focos estratégicos, segundo Eliane Borges Inteligência Competitiva - conta com uma ação-chave de diagnóstico das demandas de compras das grandes empresas passíveis de serem fornecidas por MPEs e da oferta de micros e pequenas empresas para o atendimento dessas demandas. Cultura da Cooperação - há as seguintes ações: articulação dos stakeholders para conhecimento e/ou participação no projeto; mobilização de grandes empresas da cadeia, para que se comprometam com o projeto, participando das ações em que sua presença é fundamental; articulação com instituições financeiras para a criação e divulgação de formas de acesso a serviços financeiros de interesse das pequenas fornecedoras; fomento à criação e consolidação de Redes Petro no entorno das unidades da Petrobras. Desenvolvimento de Fornecedores e Inovação - há duas linhas distintas: a primeira se ocupa da realização de diagnóstico nas empresas que aderiram formalmente a cada projeto, com base no Modelo de Excelência em Gestão da Fundação Nacional da Qualida-

de, seguida da implementação de um plano de desenvolvimento, da capacitação também em responsabilidade social e entrega de certificado; a segunda levanta as demandas tecnológicas das unidades da Petrobras e de seus grandes fornecedores passíveis de serem atendidas por MPEs, com o apoio de instituições tecnológicas e, eventualmente, de outras empresas da cadeia, divulga e articula interessados em participar de projetos de desenvolvimento que visem a colocar as inovações no mercado. Promoção de Negócios - realiza uma série de ações voltadas para a aproximação das pequenas empresas com potenciais clientes, de forma a viabilizar oportunidades de negócios, tais como orientação das empresas para o cadastramento na Petrobras e nos cadastros administrados pela Onip, elaboração de catálogo de fornecedores, apoio para as empresas participarem como missioneiras ou expositoras em feiras, realização de rodadas de negócios com grandes e médios compradores da cadeia e mesmo das empresas de pequeno porte entre si.

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Para Eliane, as MPEs da cadeia do petróleo ajudarão a definir as necessidades das empresas em relação à inovação e ges tão do conhecimento, mostrando a importância desses temas para o processo de crescimento. O objetivo é melhorar a capacitação em gestão das empresas da cadeia produtiva, de forma que elas possam atender à demanda.

estarão usando o diagnóstico do Prêmio MPE Brasil e os diagnósticos específicos para os seus destaques em responsabilidade social e inovação. A MPE fará sua auto-avaliação e em seguida um consultor a visitará para colher as evidências e emitir o relatório final da situação da empresa, que norteará a elaboração do seu plano de desenvolvimento”, explica.

denadora dá outro alerta: “Das grandes empresas, a maior contribuição é informar, de forma coordenada, o que vão comprar, quando e em que quantidade, para que os fornecedores possam visualizar as oportunidades e planejar seus investimentos. A participação no Portal de Oportunidades do Prominp seria um bom começo”, alerta Eliane Borges.

A coordenadora destaca que, entre os aspectos analisados pela Petrobras e outras operadoras do setor, por ocasião do processo de cadastramento de potenciais fornecedores, estão a gestão da qualidade, a gestão da segurança, meio ambiente e saúde no trabalho e a gestão da responsabilidade social.

Quanto ao que falta no mercado em termos de parcerias e ações para ajudar e orientar as empresas do setor, para que assim obtenham sucesso no final dos contratos firmados, Eliane é enfática e afirma que “é necessário maior engajamento das grandes empresas fornecedoras da Petrobras, de outras operadoras da cadeia, e, em algumas localidades, de instituições locais, aportando recursos financeiros ou econômicos, informações e pessoal comprometido para participar dos projetos”. E a coor-

O importante papel das associações de empresas

“Por isso, no âmbito do Convênio Petrobras-Sebrae, temos nos fundamentado em diagnósticos baseados em critérios de excelência em gestão. A partir de 2011, todos os projetos

Divulgação / Prominp

Coordenadora da carteira de Petróleo e Gás do Sebrae Nacional, Eliane Borges Sebrae’s O&G National Coordinator, Eliane Borges

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“Construir um ambiente favorável para a inserção competitiva de pequenos negócios é o objetivo da capacitação coletiva das empresas. Auxiliar o micro e pequeno empresário a analisar suas forças e fraquezas, identificar as oportunidades e ameaças do setor, além de implementar um sistema de gestão capaz de atender aos requisitos impostos pelas grandes empresas tem como finalidade garantir sua sustentabilidade”. Essa é a afirmativa do coordenador executivo da Rede Petro Rio, Fernando Potsch, falando da importância do papel das associações, como as Redes Petro, dentro de todo esse contexto. Tendo como meta integrar os empresários através do associativismo, incentivando e fortalecendo os APLs (Arranjos Produtivos Locais) nas suas respectivas áreas de atuação. Ele diz que o principal desafio do micro e pequeno empresário é ampliar sua competitividade diante dos novos entrantes: os fornecedores internacionais, que chegam com capacidade tecnológica, subsídios, poder de investimento, baixo custo e equipes qualificadas, além de contratarem os melhores especialistas brasileiros. “Fazer frente a esses desafios passa necessariamente por uma capacitação gerencial. É necessário atender aos requisitos de qualidade, SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde),


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Divulgação

prazos e custos tecnológicos e estratégicos do setor”, relata Potsch. O coordenador destaca que o diferencial competitivo das Redes Petro está na gestão do conhecimento/ informação. É o caminho mais curto entre as dificuldades e demandas dos empresários e as múltiplas fontes de soluções e apoio às mesmas. Essas associações possuem em seu conselho consultivo as principais instituições da cadeia de P&G, como Sebrae, Firjan, Onip e Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (RedeTec) entre outras. “Essa aproximação permite um diálogo direto e soluções pragmáticas e rápidas para o crescimento sustentável das nossas associadas”, destaca Potsch. A Rede Petro Rio, por exemplo, organizou, no fim do ano passado, em parceria com as Redes Petro Bacia de Campos, Duque de Caixas e Leste Fluminense, uma Rodada de negócios. O objetivo desse I Encontro de Negócios entre as Associadas das Redes Petro do Estado do Rio de Janeiro, foi integrar as associadas das quatro redes por meio de uma rodada de negócios. Segundo Fernando Potsch, o evento foi um sucesso, contabilizando 119 empresas inscritas e aproximadamente 277 encontros de negócios. Além de atender à finalidade básica do empresário em gerar negócios – o que será mensurado durante o primeiro semestre de 2011 – esse encontro possibilitou uma forte integração entre as associadas das redes. Como atuam em regiões diferentes e com múltiplas competências, a geração de parcerias comerciais e a integração de competências foram um ganho importante para os participantes do encontro.

Coordenador executivo da Rede Petro Rio, Fernando Potsch Executive coordinator of Rede Petro Rio, Fernando Potsch

Projetos de capacitação Por meio do Programa da Cadeia Produtiva de Petróleo Gás e Energia, o Sebrae/RJ vem desenvolvendo quatro projetos de capacitação no Estado do Rio de Janeiro, em localidades que possuem destaque no setor de petróleo e gás brasileiro e são consideradas polos de desenvolvimento econômico e social do País. Cada localidade possui uma Rede Petro criada pelos empresários com o intuito de atuar em rede, fortalecendo a integração e as APLs locais: • Rede Petro Bacia de Campos: Projeto APL Petróleo, Gás e Energia da Bacia de Campos • Rede Petro Rio: Projeto do Polo de Inovação Tecnológica do Setor de Petróleo, Gás e Energia do Rio de Janeiro/ Cenpes

• Rede Petro Leste Fluminense: Projeto do APL Naval Shore da Região Leste Fluminense • Rede Petro Duque De Caxias: Projeto do Fortalecimento do APL Petróleo, Gás e Energia de Duque de Caxias “Se olharmos para todos os lados, verificaremos o enorme esforço que está sendo realizado para capacitar o conteúdo local. Trata-se de um esforço conjunto. As Redes Petro têm um papel importante na aglutinação do empresariado. Como catalisadoras, atuam como elo entre as demandas e necessidades dos empresários e as múltiplas ofertas de qualificações apresentadas pela iniciativa pública e privada”, conclui Fernando Potsch.

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Acesso às linhas de financiamento diante dos riscos Se a gestão é um dos gargalos e os riscos são iminentes, como fica a situação dos bancos?

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a verdade, o setor bancário está se preparando e se cercando de cuidados para fornecer linhas de financiamento para as empresas da cadeia do petróleo. A Caixa Econômica Federal (CEF), por exemplo, que criou em fevereiro de 2010 uma superintendência, já liberou cerca de R$ 3 bilhões para o setor de petróleo e gás e investirá R$ 70 bilhões, entre 2011 e 2014. Ela quer apoiar a rede de fornecedores da Petrobras, formada de milhares de empresas espalhadas por todo o País. Segundo afirma Edalmo Rangel, superintendente da área de petróleo e gás da Caixa, os bancos estão observando a qualidade da gestão das empresas, que acaba se refletindo nos resultados financeiros e não financeiros. De acordo com ele, os métodos de análise de risco evoluíram e tendem a valorizar o comportamento do cliente ao longo do tempo. “As empresas em geral estão melhorando seus métodos de gestão, aprimorando os controles, a capacitação das pessoas, a relação com os clientes, a tecnologia, os processos, a produtividade. A competição impõe isso. Quanto menor o risco, menor é o custo para o cliente, e esse ciclo de benefícios acaba atingindo toda a cadeia produtiva”, disse. O superintendente explica que a percepção de alto risco se traduz em taxas maiores para os clientes e que as

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Caixa Econômica Federal

“Já temos acordos de cooperação com a Bacia de Campos, Duque de Caxias, Espírito Santo e Curitiba, e estamos em negociação com outras regiões. O objetivo é facilitar o acesso das empresas filiadas às soluções Caixa, seja crédito em condições favoráveis, serviços bancários em geral e benefícios aos funcionários das empresas”, explica, lembrando que o banco vem participando de eventos, feiras, seminários, entrevistas na mídia especializada, visando a posicionar a marca.

Edalmo Rangel, superintendente da área de petróleo e gás da Caixa Econômica Federal Edalmo Rangel, Caixa Econômica - federal’s bank O&G superintendent

grandes corporações criaram cadastros qualificados e certificações de performances para os seus fornecedores, que facilitam a compreensão de risco por parte dos Bancos. A Caixa está desenvolvendo programas especiais para financiar a capacitação das empresas, inclusive por meio das Redes Petro. As 16 Redes Petro presentes no Brasil, estimuladas pelo convênio firmado entre a Petrobras e o Sebrae, congregam mais de duas mil empresas vinculadas à cadeia produtiva do petróleo e gás, foco de atuação da Caixa, segundo afirma Edalmo.

Segundo Fernando Potsch, coordenador executivo da Rede Petro Rio, linhas de financiamento estão disponíveis em qualquer agência bancária. Ele explica que a dificuldade está em definir a rentabilidade do financiamento dentro do planejamento estratégico/custo da organização, ou seja, uma orientação para que a entrada desse novo capital esteja alinhada com a realidade atual e futura da organização e não se torne um custo perigoso para os micros e pequenos empresários. “A riqueza da iniciativa da CEF está em customizar suas competências, direcionando-as para o setor de P&G. A parceria com as Redes Petro tem o caráter balizador/pedagógico/orientador no que tange a orientar os micros e pequenos empresários nas soluções de financiamentos adequadas a cada realidade”, assinala o Potsch.


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O que fazer e, o mais importante, como fazer? Especialistas mostram as saídas para um bom gerenciamento

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FGV

elacionar o que tem que ser feito é razoavelmente simples, diz Fernando Jefferson, empresário e professor do MBA da FGV. Para ele, as empresas que quiserem ser beneficiadas pelas chances decorrentes do pré-sal, por exemplo, devem aprimorar seus conhecimentos, modernizar processos operacionais e controles corporativos e implantar sistemas e obter certificações para atender às exigências das grandes corporações petrolíferas. “Elas devem planejar e dimensionar bem os projetos, envolver funcionários e parceiros de negócio em um processo de melhoria contínua de forma que o prometido seja cumprido dentro dos prazos, qualidade e custos especificados. “Devemos também cuidar do capital intelectual, através de técnicas de gestão do conhecimento e incentivar a inovação, de forma que as empresas sejam mais organizadas, produtivas e competitivas”, completa. Como fazer é uma outra questão, por sinal, bem complexa, conforme menciona Lúcio Chaves, que também é professor de Gestão da Mudança Organizacional do MBA da FGV. “Em outras palavras, boas intenções não são suficientes para gerar resultados concretos. Para conseguir isso, é necessário, além de definir mudanças mais complexas que a maioria das pessoas imagina, tratar dos aspectos comportamentais que

Fernando Jefferson, empresário e professor do MBA da FGV, e Lúcio Chaves, professor de Gestão da Mudança Organizacional do MBA da FGV Fernando Jefferson, entrepreneur and MBA professor at FGV and Lúcio Chaves, MBA professor of Organizational Change Management at FGV

estarão envolvidos”, afirma ele. Citando uma pesquisa recente realizada pela McKinsey (Global Survey Results: Creating organizational transformations”- 2008), Lúcio afirma que há um alto risco de não serem conseguidas as transformações necessárias, caso não se apliquem, em

cada empresa, as técnicas de Gestão de Mudança Organizacional. Isto pode ser comprovado em estudo global realizado em 2008, pela IBM, com o sugestivo nome de “Fazendo a Mudança Funcionar” (Making Change Work Study), no qual foi diagnosticado um perigoso “Change Gap” ocorrido num período de dois anos. MACAÉ OFFSHORE 41


CAPA

Essa constatação foi baseada em declarações de CEOs de que, apesar de terem declarado que aumentaram substancialmente, de 65% para 83%, sua expectativa da ocorrência de mudanças significativas nos seus negócios, verificaram que sua performance de sucesso no gerenciamento de mudanças só cresceu 4% neste mesmo período, mostrando que a disparidade entre esses fatores praticamente triplicou. Passa a ser fundamental, portanto, ganhar conhecimento prático de como aumentar a probabilidade de sucesso nos projetos organizacionais, visto que as empresas reconhecem que ainda fazem uma implementação de mudanças muito precária. De acordo com Lúcio, as pesqui-

sas já identificaram alguns caminhos como o entendimento correto dos desafios das mudanças e realização firme de ações e a alocação de recursos, competências e investimentos precisos no gerenciamento da mudança e um enfoque metodológico formal, focado nos benefícios.

Estudo Desde o início de 2010, Fernando e Lúcio, professores da FGV, estão trabalhando em um estudo sobre a questão da Gestão na Cadeia de Petróleo e Gás, em especial em relação às pequenas e médias empresas. A partir do levantamento das forças, oportunidades, fraquezas e ameaças (análise SWOT/FOFA) do setor, estão desenvolvendo um “Quadro

de Sobrevivência” para as empresas, em que é mostrado a importância da aplicação de metodologias formais no processo de gestão das empresas. “Dentro destas metodologias, destacam-se a Gestão de Mudança, Gestão do Conhecimento e Inovação”, diz Lúcio Chaves. “Devemos também estar atentos às resistências à mudança, que podem ser causadas por vários fatores, entre eles as empresas pequenas, algumas familiares, acostumadas a uma determinada maneira de conduzir o negócio, medo da inovação devido a um conservadorismo empresarial, falta de informação - até por isolamento regional - e estágio limitado de tecnologia”, complementa o professor.

Análise Swot/Fofa Forças (Strenghts)

Fraquezas (Weaknesses)

• O País já conta com uma boa indústria de

• As empresas brasileiras apresentam deficiências na área de gestão

base, universidades e centros de pesquisa. • Governo brasileiro e a Petrobras dispostos a defender o conteúdo nacional apoiando as iniciativas locais, inclusive criando a Rede para a Melhoria da Gestão para o Desenvolvimento da Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços. • Instituições de apoio bem estruturadas, a nível nacional, como o Sebrae. Programas de Apoio e Capacitação, como o Prominp. • O povo brasileiro é inovador e criativo, adap-

e/ou não estão preparadas para as altas exigências de um mercado como o do petróleo. • Falta de recursos humanos qualificados em quantidade suficiente para a demanda de projetos. Oportunidades (Opportunities) • Investimentos da ordem de US$ 400 bilhões serão feitos na cadeia produtiva, gerando oportunidades de negócios. • As empresas brasileiras poderão atender não apenas o mercado brasileiro, mas partir para a internacionalização, atuando em um mercado global que a Petrobras certamente vai tentar conquistar.

tando-se mais facilmente a mudanças que

Ameaças (Threaths)

outros povos.

• Concorrência internacional por empresas bem estruturadas e agressi-

• Capacidade associativa das empresas, já estruturadas em 17 Redes Petro. Fonte: Fernando Jefferson

42 MACAÉ OFFSHORE

vas, ansiosas por disputar o nosso mercado. • Alto nível de exigência da contratante.


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Quadro de Sobrevivência para as Empresas da Cadeia de Petróleo

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Legenda BPM - (Business Process Management / Gestão de Processos de Negócio): conceito que une gestão de negócios e tecnologia da informação com foco na otimização dos resultados das organizações através da melhoria dos processos de negócio. São utilizados métodos, técnicas e ferramentas para analisar, modelar, publicar, otimizar e controlar processos envolvendo recursos humanos, aplicações, documentos e outras fontes de informação. BAM (Business Activity Monitoring / Monitoração da atividade dos negócios): pode ser entendido como a agregação, análise e apresentação em tempo real das transações dentro e fora da empresa e seus impactos sobre os resultados de negócios, a partir dos processos de negócios, identificando situações excepcionais, de forma que elas possam ser investigadas, compreendidas, corrigidas e resolvidas. Permite tomar decisões para os negócios de uma maneira mais acurada, relatar rapidamente áreas pro-

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GESTÃO DO NEGÓCIO

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blemáticas envolvidas nos processos e posicionar a empresa quanto a tirar proveito de oportunidades emergentes.

organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios.

Workflow - (Fluxo de Trabalho): é a sequência de passos necessários para que se possa atingir a automação de processos de negócio, de acordo com um conjunto de regras definidas, envolvendo a noção de processos, permitindo que eles possam ser transmitidos de uma pessoa para outra de acordo com algumas regras.

CRM - (Customer Relationship Management / Gestão de Relacionamento com o Cliente): objetiva uma mudança de atitude corporativa, ajudando as empresas a criar e manter um bom relacionamento com seus clientes, armazenando e inter-relacionando, de forma inteligente, informações sobre suas atividades e interações com a empresa.

ECM - Gestão de Conteúdo Empresarial: é o conjunto de tecnologias usadas para gerir o ciclo de vida das informações não-estruturadas de uma organização, contemplando as fases de criação / captura, armazenamento, versionamento, indexação, gestão, limpeza, distribuição, publicação, pesquisa e arquivamento, relacionando os conteúdos com processos de negócio. BI - (Business Intelligence / Inteligência empresarial): processo de coleta,

CEM - (Customer Experience Management / Gestão da Experiência): representa uma decisão estratégica organizacional baseada no conhecimento das necessidades dos clientes e consumidores e no direcionamento de esforços de todos os processos envolvidos em atendê-los muito além de suas necessidades, ou seja, de surpreendê-los em suas diversas experiências de compras e interações com marcas e seus representantes. 

Fonte: Fernando Jefferson, Lúcio Chaves, Wikipédia e outras fontes

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Business

Management

A strong bottleneck in the Brazilian oil and gas industry

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he oil and gas sector requires agility, innovation, quality and organization. After all, in order to follow development and do serious business, regardless of its size, companies must adapt to meet the demands forecast by the industry. This is one of the concerns of specialists in this industry, because, according to them, signing contracts is not enough if, in the end, for lack of business management, companies cannot fulfill agreements. “My sales may increase by 40% in 2011. And if this happens, my company could go bankrupt”, declared an entrepreneur in the oil industry to Ferdinando Jefferson, also an entrepreneur and MBA professor at the Fudação Getulio Vargas (FGV). “I was astounded by his statement” says Jefferson “But I quickly understood the situation: A great deal of companies that, in my view, have faced serious management problems, may have substantial losses in the event of receiving a high volume of orders, resulting from the investments of U.S.$ 400 billion which will be made in the oil industry over the next five years. If they simply do not deliver projects within the quality standards and specified costs on the agreed time. In the oil sector, fines are very high, and companies will be heavily penalized in the event of projects being delivered late and / or of poor quality. Or else they will have to “burn up” all their profits in order not to let that happen. It’s a deplorable situation”, the FGV professor remarks. Petrobras itself acknowledges the seriousness of the problem. Nonetheless, The oil giant, wanting to privilege the national content, will not publicly declare that the Brazilian industry alone may not be able to meet this projected demand, but, on the other hand, it wants to invest in the capacitation of companies, especially medium-sized and small ones, for

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them to be able compete with foreign firms which are preparing to act aggressively on the Brazilian market. At an event held in April last year in a workshop in Rio de Janeiro, when the Network for Support and Improvement of the chain of National Suppliers and Service Providers of Petrobras was presented, Sergio Gabrielli, Petrobras CEO, listed out the pillars for the development of a robust supply chain. The first one, he said, is the “demand” guaranteed by Petrobras. Next, “funding and risk-taking” and “incentive for innovation and technological development” should be taken care of. Notwithstanding, Gabrielli highlighs another bottleneck: “There is a dimension, which is perhaps not very clear, despite not being as serious as the other ones, which is the management capacity of companies. The need for networking is fundamental, so as to allow for learning on how to deal with and understand the different problems reach the target public, companies, and the segments that are in the process of organizing and structuring themselves. The entrepreneurs’ duty have a major role in it, intervention in the management process of the company that comprise the supply chain” he emphasized. At the same social event, in accordance with Grabrielli’s assertion, the president of the Brazilian Development Bank (BNDES), Luciano Coutinho points out that the major investment program which is being carried out in the oil and gas industry poses an opportunity and big challenge. In his view, creating a large goods and services supply chain is possible, but to do so, it will be necessary to meet the challenge of innovation and improve competitiveness and efficiency. “That cannot be achieved without management, which is the third pillar of this imperative

and challenging process. In the absence of that, we will not thrive. Management calls for commitment, planning and capacitating human resources, it generates positive results and maximizes efficiency.” The Network for Support and Improvement of the chain of National Suppliers and Service Providers was developed over the year 2010, headed by Petrobras alongside BNDES and tens of other Brazilian institutions. Thus, it plays a fundamental role, and it was created to combine competition with cooperation, integrate initiatives, promote the growth in scale of Brazilian competitiveness, sustainable development, social and environmental responsibility, distribution of benefits, social justice, environmental conservation, ethics, transparency, respect for life, entrepreneurship and innovation that produces results for society by being the key to the success of new business ventures in the years to come.

Requirements yes, but we need transparency In sight of the assessment criteria for registration of chain Suppliers of Gods and Services Providers of Petrobras, one can see that not all companies of the sector will benefit from investments in the supply chain, since the oil and gas market is highly demanding as it assesses companies for validation of technical, legal and economic competences, also requiring HSE training and certifications. The figure in next page (available in Portuguese at Petrobras website) exemplifies Petrobras assessment criteria for suppliers, which is available (in Portuguese) at the Petrobras’ website, and it takes into account the supplier’s capacitation and history. A negatively assessed supplier will simply not be called in for the


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Registry Assessement Criteria Technical Criterion • Facilities and Production • Units • Equipment and Material • Personnel • Technology • Technical Portfolio

Legal Criterion • Legal Criterion • Legal Capacity • Legal Status • Compliance with Tax and Legal issues • Legal Risks (Tax, Regulatory, Labor, etc) • Legal Management

Economical Criterion • Accounting Credibility • Structure

ro, like Rede Petro RS, which had existed since 1999.

As notes Eliane Borges, Sebrae’s O&G National Portfolio Coordinator, the industry requires high standards from its suppliers for obvious reasons. Companies have to master technologies and management of processes, at least, to be successful. “In the O&G sector, contracts are usually of high value, compared with those of other segments. A small company of good technical capacity can get a contract, and for management deficiency, may run the risk of bankruptcy, for it will have capacity to manage rapid growth in the short term, in a very demanding environment”, she warns.

According to her, in 2004, the first agreement was signed with Petrobras for a broader program to promote the integration of micro and small companies in the supply chain of oil, gas and energy. Fourteen projects were concluded in 11 states. In 2008, the second contract was signed, and in 2009 Sebrae signed another agreement with Refinaria Abreu e Lima. “We have 19 projects underway, with the expectation of two more for this quarter. Since then, the total investment agreed between Petrobras Systems and Sebrae hit $ 46 million and the expectations that were addressed during the business sessions were R$2.8 billion”, says Eliane.

Prominp, for instance, has sponsored several training programs for companies. This is one area, for example, that Sebrae has helped. According to Eliane, since 2002, the organization has been supporting micro and small companies that provide or intend to provide for the industry of oil and gas. It began by capacitating companies so they can register in the National Organization of the Petroleum Industry (Onip) and be visible to the operators and their suppliers of large and medium size, at the same time when it began to foster the creation of Rede Pet-

She recalls that early in the Petrobras-Sebrae agreement, an analysis of the first phase projects was carried out, in which fifteen typical actions were identified as necessary for the integration of MSE in the chain, which became the minimum requirements of all projects. They are grouped into four strategic focuses: competitive intelligence, culture of cooperation, supplier development, innovation and promoting business.

Strategic focuses

• Solvency • Profitability • Economic-Financial Management

Managerial Criterion • Resources and Quality Management Systems • Directors Liability • Products and Services Production • Product analysis and Improvement

HSE Criterion • ISO 14001 / OSHAS18001 • Enviromental Policies • Planning, Implementation and Operation • Monitoring and Corrective Actions • HSE Management and information Source: Petrobras

next tenders, and that may lead to financial losses.

Competitive Intelligence – it has a key action in assessing purchase demands of large companies which could be met by MSE and, the supply capacity of micro and small companies to meet these demands. Culture of Cooperation – with the following actions: engagement among stakeholders for sharing information and / or participation in projects, mobilization of large chain companies to commit to the project, taking part in actions whenever their presence is needed; engaging in action with financial institutions for the establishment and dissemination of means of access to financial services of interest to small suppliers; fostering the creation and consolidation of Rede Petro, in the vicinity of the Units of Petrobras. Supplier Development and Innovation – There are two distinct strategy lines: the first one is in charge of conducting a management diagnostic analysis of the companies that formally joined each project, based on the Model of Excellence in Management of the National Quality Foundation, followed by the implementation of a development plan for training in social accountability and delivery of certificates; the second one identifies the technological demands of the Units of Petrobras and its major suppliers that can be met by micro and small companies with the support of technological institutions, and the possibly of other companies in the chain. This line of strategy announces and articulates those interested in participating in development projects aimed at innovations in the marketplace. Business Promotion – a series of actions aiming at bringing small companies and potential customers together, in order to facilitate business opportunities, such as providing guidelines related to the singing up of companies for Petrobras’ database as well as the registrations administered by Onip, aiding companies in the process of registration of suppliers and service providers of Petrobras, providing support for companies to participate in tradeshows either as visitors or as exhibitors, in business sessions with medium and large buyers in the chain and even those with small companies among themselves.

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To Eliane, MSEs in the O&G chain will help define business needs for innovation and knowledge management, showing the importance of these subjects to the growth process. The goal is to improve management capacitation of the companies in the production chain, so that they may be able to meet demands. The coordinator notes that the aspects assessed by Petrobras and other operators in the sector, during the registration process for potential suppliers, are: quality management, safety management, environment and health and social accountability management. “Therefore, under the Sebrae-Petrobras Agreement, we are relying on diagnoses based on the criteria of excellence in management. From 2011 on, all projects will be using the diagnosis of Brazil Micro and Small Enterprises Prize criteria and the specific diagnoses of their outstanding points in social accountability and innovation. The micro and small enterprises will do its self-evaluation and then a consultant will pay them a visit to collect evidence and issue its final report on the company’s situation, which will serve as a basis for the preparation of its development plan”, she explains. As for what is missing in the market

in terms of partnerships and actions to assist and guide companies of the sector, so that they can succeed in delivery of completion of signed contracts, Eliane is emphatic and says “there is need for greater engagement of the major suppliers of Petrobras, other operators in the chain, and some specific areas, local institutions, bringing financial or economic information and personal commitment to participate in projects”. And the coordinator gives us another warning: “Regarding the big companies, the major contribution is to inform others, in a coordinated manner, about what, when and in what quantities they are going purchase, so that suppliers can see the opportunities and plan their investments. Participation in Prominp’s Portal of Opportunities would be a good start”, says Eliane Borges.

The important role of business associations “Creating an environment for the competitive insertion of small businesses is the purpose of companies’ collective training. Assisting micro and small enterprises in analyzing their strengths and weaknesses, identifying opportunities and

Training projects Through the Productive Chain Program of Oil, Gas and Energy, Sebrae/RJ has developed four capacitation projects in the State of Rio de Janeiro, in locations that stand out in the Brazilian O&G sector and are considered the poles of economic and social development of the country. Each location has a Rede Petro association created by entrepreneurs in order to operate in network, strengthening integration and the local production areas: •Rede Petro Campos Basin: LPA (Local Production) Petroleum, Gas, and Energy Project of Campos Basin •Rede Petro Rio: Pole of Technological Innovation of Petroleum, Gas and Energy industry in the state of Rio de Janeiro Cenpes. •Rede Petro Leste Fluminense: Naval Shore LPA Project, Eastern region of the state. •Rede Petro Duque De Caxias: Oil, Gas & Energy LPA Strengthening Project of Duque de Caxias “If we look at all sides, we will notice the enormous effort being made to capacitate local content. This is a joint effort. The Rede Petro network has an important role in bringing the business community together. They act as catalysts, which work as a link between demands and needs of entrepreneurs, besides the multiple offers of qualification that are presented by public and private initiative”, concludes Fernando Potsch.

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threats in the industry, and implementing a management system capable of meeting the requirements large enterprises impose, with the purpose of ensuring their sustainability”. This is the affirmation made by the executive coordinator of Rede Petro Rio, Fernando Potsch as he talked about the importance of the role of associations, such as Redes Petro, within this whole context. Aiming to bring entrepreneurs together through associations, to encourage and strengthen LP (Local Production) in their areas of operation. He says the main challenge of micro and small businesses is to increase their competitiveness against newcomers: international suppliers that have technological capacity, subsidies, investment power, low cost and qualified staff, and hire the best Brazilian experts. “In order to Face up to these challenges, one needs to essentially have management capacity. You need to fulfill requirements of quality systems, HSE, deadlines, technological and strategic costs of the sector”, reports Potsch. The coordinator stressed that the competitive edge of Redes Petro is in knowledge/information management. It is the shortest path between difficulties and demands of entrepreneurs and multiple sources of solutions and support to them. These associations have on their advisory board the main institutions in the O&G chain, such as Sebrae, Firjan, Onip and Technology Network of Rio de Janeiro (RedeTec) among others. “This approach allows a direct dialogue and pragmatic solutions for quick and sustainable growth of our associates”, said Postch. Rede Petro Rio, for instance, held a business session at the end of last year, in partnership with Redes Petro Campos Basin, Duque de Caixas Basin and the Eastern State Basin. The purpose of this Business Meeting with Petro Network Associates of the State of Rio de Janeiro I was to integrate the four networks in one single business session. According to Fernando Potsch, the event was a success, with 119 companies registered and about 277 business meetings. Besides serving the basic purpose of entrepreneurs that is to generate deals -and that will be measured during the first half of 2011 - this meeting enabled a tight integration between the associated networks. As they act in different regions and have multiple competencies. Generation of commercial partnerships and integration of competencies was a major gain for the participants of the meeting.


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Access to credit lines against risks If management is one of the bottlenecks and risks are imminent, what about the situation which banks find themselves in?

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n fact, the banking sector is getting ready and surrounding itself with caution to provide credit lines for companies in the oil chain. The Federal Savings Bank, for instance, which in February 2010 created superintendence, has released about BRL 3 billion for the oil and gas sector and will invest BRL 70 billion between 2011 and 2014. It wants to support Petrobras’ supply chain, which comprises thousands of companies scattered all over the country. Edalmo Rangel, bank superintendent who takes care of of the oil and gas industry, says banks are looking at corporate governance quality and that is reflected in financial and nonfinancial results.

According to him, the methods of risk analysis have evolved and they aim to value customer behavior over time. “Companies in general are improving their methods of management, improving their control systems, capacitating employees, improving the relationship with customers, technology, processes, productivity. The competition imposes it. The lower the risk, the lower the cost to the customer, and this cycle of benefits eventually reach the entire production chain”, he said. The superintendent explains that the perception of high risk means higher rates for customers, and, says that large corporations have created qualified entries system, records and qualified certifications of performances for its suppliers, to facilitate the understanding of the risks taken by banks. Caixa Economica Federal is developing special programs to finance company

capacitation, also though the Rede Petro network. The present 16 Rede Petro networks in Brazil, encouraged by the agreement signed between Petrobras and the Sebrae, bring together more than two thousand companies linked to the O&G production chain, focus area in which Caixa operates, as said by Edalmo. “We already have cooperation agreements with the Campos Basin, Duque de Caxias, Espirito Santo and Curitiba, and we are negotiating with other regions. The objective is to facilitate the access of the affiliate companies regarding Caixa’s solutions, easing credit conditions, banking services in general, and benefits to their employees” he explains, reminding that the bank has been taking part in events, fairs, seminars, press interviews, in order to position the brand. According to Fernando Potsch, executive coordinator of Rede Petro Rio, lines of credit are available at any branches. He explains that the trouble lies on defining the profitability of credits regarding the strategic planning / cost of companies, that is, knowledge so that the entry of this new capital be aligned with the current and future situation of the company instead of becoming a high-risk cost for small and micro enterprises. “The wealth of Caixa’s initiative is customizing its competencies, which leads it to the O&G industry. The partnership with Rede Petro has a referential/ educational/ advisory intent which seeks to assist micro and small enterprises on appropriate financing solutions to each particular situation”, says Potsch. MACAÉ OFFSHORE 47


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What to do and, more importantly, how to do it? Experts show the solutions to good management

L

isting out what has to be done is fairly simple, says Fernando Jefferson, entrepreneur and MBA professor at FGV. To him, companies that want to benefit from the chances arising in the pre-salt area, for example, should improve their knowledge, modernize operation processes and corporate controls, and implement systems in order to acquire certifications and meet the demands of big oil corporations. “They should plan well and dimension projects, by involving employees and business partners in a process of continuous improvement so that the promise is fulfilled on the specified time, quality and costs. “We must also look after intellectual capital, through knowledge management techniques and encourage innovation so that companies are more organized, productive and competitive”, he adds. How to do it, is a different question, by the way, a very complex one, as outlined Lucius Clark, who is also a professor of Organizational Change Management MBA, FGV. “In other words, good intentions are not enough to generate concrete results. To achieve that, besides defining the most complex changes that most people conceive of, it is necessary to deal with the behavioral issues that will be involved”, he says.

Quoting a recent survey by McKinsey (Global Survey Results: Creating organizational transformations “- 2008), Lucio says there is a high risk that the changes needed will not be achieved, if one does not apply, the Management Techniques of Organizational Change to each and every company. That was proven in a global study conducted in 2008 by IBM, by the suggestive name of “Making Change Work Study “, through which, they identified a dangerous “Change Gap” that took place over a period of two years. This finding was based on statements made by CEOs who, despite having declared to have increased substantially, from 65% to 83%, their expectation that instance of significant changes occur in their businesses, found that the success in change management has increased by only 4 % in that same period, showing that the disparity between these factors has nearly tripled. Therefore, gaining practical knowledge on how to increase the likelihood of success in organizational projects has become critical since companies recognize that they are still doing a very poor implementation of changes. According to Lucio, studies have already found some solutions, such as proper under-

standing of the challenges posed changes, the execution of strong actions; allocation of resources, competencies and investments needed for change management and a formal methodological approach focused on benefits .

Study Since early 2010, Fernando and Lucius, FGV professors are conducting a study on the subject of Management in the Oil and Gas industry, in particular, for small and medium enterprises. “Based on the SWOT analysis of the sector, they are developing a “Survival Chart” for businesses, in which, the importance of applying formal methodologies in business management is displayed. “Among these methodologies some points stand out: Change Management, Knowledge Management and Innovation”, says Lucio Chaves.”We must also be mindful of the resistance to change, which may be caused by several factors, among whose are small companies, some of which are familiar with or, accustomed to a certain way of conducting business, fear of innovation due to a corporate conservatism, lack of information - even by regional isolation - and limited stage of technology”, added the professor.

SWOT Analysis Strenghts •

The Country already has got good primary industry, as well as universities and research centers.

Weaknesses •

Brazilian companies have deficiencies in management and/or are not ready to handle the high standards of an industry such as the O&G.

The Brazilian Government and Petrobras are willing to protect the national content by supporting local initiatives, including the establishing of the Management Improvement Network for the Development of the National Chain Suppliers of Goods and Service Providers.

Lack of enough qualified human resources to attend project demands.

Well-structured support institutions, at national level, such as Sebrae; Support and Capacitation Programs, such as Prominp.

The Brazilian people are innovative, creative and they easily adapts to changes, better than others

It has associative capacity of companies, which are already structured in 17 Redes Petro.

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Opportunities •

Investments of U.S. $ 400 billion will be made in the production chain, generating business opportunities.

Brazilian companies could serve not only the Brazilian market, but also, starting internationalization, and act in a global market which Petrobras will certainly try to conquer.

Threaths •

International competition by well-structured and aggressive companies which are eager to compete for our market.

High level standards required by contractors.

Source: Fernando Jefferson


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Acronyms BPM – (Business Process Management): concept that combines business management and information technology with focus on the optimization of the organization results by improving business processes. Methods, techniques and tools are used for analyzing, modeling, publicizing, optimizing and controlling processes of human resources, applications, documents and other information sources are also used.

accurate manner, report problem areas involved in the processes, and position the company as to take advantage of emerging opportunities.

BI – (Business Intelligence): the process of collecting, organizing, analyzing, sharing and monitoring of information that support business management.

Workflow is the sequence of steps so you can achieve the automation of business processes, according to a defined set of rules, involving the concept of processes, allowing them to be transmitted from one person to another according to certain rules.

CRM – (Customer Relationship Management): engages in a “change in corporate attitude” helping companies create and maintain a good relationship with customers, storing and interrelating, wisely, information about their activities and interactions with the company.

BAM – (Business Activity Monitoring): can be understood as the aggregation, analysis and presentation of real-time transactions within and outside a company and its impact on outcomes, on the basis of business processes, which identifies exceptional situations, so that they can be investigated, understood, addressed and resolved. It allows businesses to make decisions in a more

ECM – (Enterprise Content Management): is the set of technologies used to manage the lifecycle of unstructured information within an organization, including the phases of creation / capture, storage, versioning, indexing, management, cleaning, distribution, publication, research and archiving, linking content with business processes.

CEM – (Customer Experience Management): represents a strategic decision based on knowledge of the organizational needs of customers and consumers, and, directing the efforts of all the processes involved in serving them well beyond their needs, that is, to surprise them about their diverse shopping experiences and interactions with brands and their representatives. 

Source: Fernando Jefferson, Lúcio Chaves, Wikipédia and other sources

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ENTREVISTA

Pedro Penido

A

tual coordenador da Rede de Melhoria de Gestão da Cadeia de Fornecedores de Bens e Serviços da Petrobras, Penido fala da importância e do papel da Rede de Melhoria da Gestão para o Desenvolvimento da Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços da Petrobras, apresentada no final de novembro de 2010, inserida no Plano Estratégico 2011-2020. P.P. – São cerca de 80 instituições:

Macaé Offshore – Como e quando surgiu a ideia de criar a Rede?

ABCE, ABDI, ABDIB, Abeam, Abemi, Ab-

Pedro Penido – Em 2009, a partir da

nedi, Abimaq, Aninee, Abitmam, ABM,

constatação de que a velocidade de realização dos investimentos que a Petrobras pretende fazer nos próximos anos depende diretamente da capacidade da cadeia de fornecedores em absorver esta demanda. A gestão desta cadeia de fornecedores, diretos e indiretos, se torna então um dos aspectos essenciais para o sucesso deste ambicioso plano de investimentos da companhia.

M.O. – Como ela será desenvolvida? P.P. – A rede já está sendo desenvolvida em parceria com diversas instituições, tais como MPOG-Ministério do Planejamento, MBC-Movimento Brasil Competitivo, FNQ-Fundação Nacional de Qualidade, CDES-Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, ABDI-Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, MDIC-Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MME-Ministério de Minas e Energia, PROMINP-Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, CNI-Confederação Nacional da Indústria, IEL-Instituto Euvaldo Lodi, associações empresariais e técnicas, governos estaduais, entre outras.

ABNT, Andifes, ANE, ANP, Anprotec, BB, BNDES, CAIXA, CDES/PR, CEBDS, CE-EPC, CGEE, CGTB, CIAGS, CIC, CNI e Federações, Confea, Consad, Coseplan, COPPE/UFRJ, CUT, Desse, FBTS,

A rede está em andamento e visa a contribuir de modo efetivo para a melhoria da gestão na cadeia nacional de fornecedores de bens e serviços

50 MACAÉ OFFSHORE

M.O. – A própria Petrobras reconhece que a indústria brasileira não será capaz de atender a toda a demanda projetada para o setor devido aos problemas de gestão nas empresas, em especial as pequenas e médias? P.P. – A confiança da Petrobras no mercado supridor nacional e a capacidade de resposta desse mercado permitiram que a parcela nacional das contratações da Companhia registrasse um crescimento constante, acima da meta ao longo dos últimos anos. Com um crescimento de 400% nas contratações no País, a política da Petrobras de participação máxima do mercado nacional na aquisição de bens e serviços no Brasil elevou o conteúdo nacional mínimo de 57%, em 2003, para 77,34%, em 2010. Ampliamos os esforços para o cumprimento das metas no que diz respeito ao índice de conteúdo nacional nas obras da Petrobras.

M.O. – Como a rede irá contribuir para inverter essa realidade? Fenainfo, FinepP, FNQ, FÓRUM QPC, Governos Estaduais, IEL, Inmetro, IOS, Ipea, MBC, MCidades, MDIC, MDS,

M.O. – Além da Petrobras, quem participa da elaboração dessa rede?

GLOBAL, Petrobras, Prominp, SAE/PR, SBGC, Sebrae, Senai, Sesi, Sinaval, SRI/ PR, Syndarma e UGT.

MDEFESA, MFAZENDA, MTRANSPORTES, MI, MMA, MME, MP, Onip, PACTO

P.P. – Medidas de incentivo estão sendo intensificadas, cobrindo áreas estratégicas para as empresas – tecnológica, financeira e gestão. A Petrobras está fazendo também contatos permanentes com a rede de fornecedores de todo


entrevista

o País e reuniões sistemáticas com empresários – pequenos, médios e grandes fornecedores – no sentido de estimular a indústria nacional a produzir tudo o que a Petrobras precisa, desde parafuso até sondas. Portanto, a rede de melhoria de gestão é um dos movimentos que convergem para o desenvolvimento brasileiro e para o aumento da produtividade e competitividade do País.

M.O. – Estamos frente aos desafios do pré-sal. Após a identificação dos problemas relacionados à gestão, como será possível alcançar resultados em tão pouco tempo? Que saídas estão sendo criadas dentro dessa rede ou paralelamente a ela? P.P. – Através da sinergia e convergência das ações em rede, centrada nos princípios e valores da rede, os resultados serão potencializados no curto e longo prazos. Diversos movimentos já estão em andamento no País em função das ações de atores que também participam da rede. Podemos citar o Prominp do MME e Petrobras, a PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo, do Governo Federal), o Programa Progredir para financiamento de fornecedores na cadeia de suprimento da Petrobras, o convênio Petrobras-Sebrae para micro e pequenas empresas, as Redes Temáticas para o desenvolvimento tecnológico, o Gespública (Programa do Ministério de Planejamento para a Modernização da Gestão Pública), entre outras.

M.O. – Independentemente dos problemas na gestão, as empresas alegam que ainda existem interrogações sobre o pré-sal, não sabendo o que é boato ou fato, impedindo-as de arriscar ou mesmo de ter uma direção correta para seus investimentos. Isso procede? P.P. – A Petrobras tem divulgado am-

plamente os desafios existentes, seu Plano Estratégico 2020 e seu Plano de Negócios 2011-2014. O Pré-sal está em constante processo de avaliação. Os poços perfurados na região confirmaram e ampliaram as estimativas iniciais. Novas descobertas apontam para o grande potencial da região. Por outro lado, o detalhamento pormenorizado das demandas da Petrobras e do setor petroleiro é público, via portal do Prominp. Os empresários e suas associações representativas já estão se preparando e agindo, assumindo os riscos normais de uma atividade empreendedora na organização de sua atividade produtiva.

M.O. – Como a Rede entra como facilitadora e/ou orientadora evitando inclusive prejuízos aos bancos? P.P. – Existem os instrumentos e cláusulas contratuais nas referidas linhas de financiamento. A rede apoiará e desenvolverá ações de melhoria da gestão empresarial e pública, com cursos de capacitação gerencial e processos de melhoria contínua, por exemplo.

M.O. – Quando a Rede estará concretizada e qual a sua meta em longo prazo? P.P. – A rede já está em andamento e visa a contribuir de modo efetivo para a melhoria da gestão na cadeia nacional de fornecedores de bens e serviços da Petrobras, tornando-a mais competitiva em escala global, sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental, e dotada de elevada capacidade de inovação, mobilização e integração. M.O. – Enfim, como ela será operacionalizada? P.P. – Por meio de 12 programas e 67 projetos coordenados por diversas instituições parceiras, com financiamento multi-institucional, serão estabelecidos um Comitê de Governança e Termos de Cooperação com diversas entidades. 

M.O. – Algumas dificuldades de gestão empresarial, principalmente para o setor de petróleo e gás, estão relacionadas aos problemas de gestão pública que o senhor mencionou acima. Cabe algum papel da Rede neste sentido? P.P. – Sim, junto com o Ministério do Planejamento, a rede apoiará ações como a formação da Rede de Inovação de Gestão Pública e cursos de capacitação de gestão pública nos níveis federal, estadual e municipal.

MACAÉ OFFSHORE 51


INTERVIEW

Pedro Penido

C

urrent coordinator of the Management Improvement Network for the Chain Suppliers and Services Providers of Petrobras, Penido speaks of the importance and role of the Management Improvement Network to the development of the Chain Suppliers and Services Providers of Petrobras, which was presented in late November 2010, and is included in the 2011-2020 Strategic Plan.

Macaé Offshore – How and when did the idea of creating the network originate?

Pedro Penido – In 2009, based on the observation that the speed with which Petrobras’ will be able to make investments in the coming years will depend directly upon the ability of the supply chain to meet demands. The management process in this chain of direct and indirect suppliers then becomes an essential aspect for the success of this ambitious investment plan Petrobras intends to carry out.

M.O. – How is this network going to be developed?

P.P. –The network is already being developed in partnership with several institutions, such as MOP, Ministry of Planning, MBC-Competitive Brazil Movement, FNQ-National Quality Foundation, CESDCouncil of Economic and Social Development, ABDI-Brazilian Agency of Industrial Development MDIC-Ministry of Development, Industry and Foreign Trade, MMEMinistry of Mines and Energy, PROMINP Program for Mobilization of the National Oil and Natural Gas Industry, CNI-National Confederation of Industry, IEL-Institute Euvaldo Lodi, technical and business associations, state governments and other institutions.

M.O. – Apart from Petrobras, who else is participating in the drawing up of this network plan? P.P. – There are around 80 institutions altogether, among which are: ABCE, ABDI, ABDIB, Abeam, Abemi, Abnedi, Abimaq, Aninee, Abitmam, ABM, ABNT, Andifes, ANE, ANP, Anprotec, BB, BNDES, CAIXA, CDES/PR, CEBDS, CE-EPC, CGEE, CGTB, CIAGS, CIC, CNI e Federações, Confea, Consad, Coseplan, COPPE/UFRJ, CUT, Desse, FBTS, Fenainfo, FinepP, FNQ, FÓRUM QPC, state Governments, IEL, Inmetro, IOS, Ipea, MBC, MCidades, MDIC, MDS, MDEFESA, MFAZENDA, MTRANSPORTES, MI, MMA, MME, MP, Onip, PACTO GLOBAL, Petrobras, Prominp, SAE/PR, 52 MACAÉ OFFSHORE

SBGC, Sebrae, Senai, Sesi, Sinaval, SRI/PR, Syndarma e UGT.

M.O. – Does Petrobras itself acknowledge that the Brazilian industry will not be able to entirely handle the projected demand for the sector due companies’ management issues, especially when it comes to small and medium-sized enterprises?

The network is underway and aims to contribute effectively to the improvement of management at the national chain suppliers and service providers

P.P. – “The confidence that Petrobras has in the national market supply and the responsiveness of the market itself have allowed the national portion of the

company’s contracts to register a steady growth, which was above the target, over the last few years. With a 400% growth in contracts in Brazil, Petrobras’ policy of maximum participation in the national market in procurement of goods and services raised the minimum domestic content from 57% in 2003 to 77.34% in 2010. We have increased efforts for achieving the goals regarding the national content level and Petrobras market share”.

M.O. – How will the network contribute to reversing this challenging reality?

P.P. – Incentive measures are being intensified, covering key areas of business, such as - technological, financial and management. Petrobras is also making permanent contacts with the chain suppliers around the country and holding regular meetings with business executives of - small, medium and large suppliers - in order to stimulate the national industry to produce everything that Petrobras needs, from a bolt to a rig. Therefore, the Management Improvement Network is a drive that aims at the development of Brazil by increasing productivity and competitiveness in the country.

M.O. – We are facing the pre-salt challenges. So, after identifying the management related problems, how will it be possible to reach results in the short term? What solutions are being created in this network or parallel to it?

P.P. – Through synergy and convergence of the actions, and by focusing on the principles and values of the network, its results will be maximized in the short and long terms. Several efforts are already underway in accordance with each team player in the network. Prominp MME and Petrobras the PDP (Productive Development Policy, by Federal government, in place for many years), the “Progress Program”


INTERVIEW

(Programa Progredir) supply chain financial engineering, Petrobras-Sebrae agreement for micro and small enterprises, the “Topic-based Network project” (Redes Temáticas) for technological development, GesPública”(Ministry of Planning Program for Modernization of Public Management) are some of the participants.

M.O. – Apart from the management issue, companies claim that there are still queries about the pre-salt, and that they cannot tell what is fact or rumor, which prevents them from taking risks or even chartering their investment course. Is there any truth to it?

P.P. – Petrobras has broadly publicized the existing challenges, as in its 2020 Strategic Plan and Business Plan 2011-2014. The pre-salt business is in a constant process of evaluation. Yet, the wells drilled in the region confirmed and extended the original estimates. Also, new discoveries point to the great potential of the region. Moreover, the detailed breakdown of Petrobras’

demands in the O&G segment is publicly available, via the Prominp web portal. Business executives and their associations are already preparing and acting, assuming the normal risks of an entrepreneurial endeavor by organizing their productive activity.

M.O. – How does the Network acts as a facilitator and/or advisor also avoiding damage to banks?

P.P. – There are specifications and contract clauses in the lines of credit available. The network will support and develop actions to improve corporate governance and public management, capacitation courses in management and continuous improvement processes.

M.O. – Some business management issues, especially in the oil and gas sector, stem from public management problems as you mentioned above. Does the network act in this regard? P.P. – Yes, along with the Ministry of Plan-

ning, the network will support actions to the formation of the “Network for Innovation in Public Management”, likewise, qualification courses for public governance at federal, state and municipal levels.

M.O. – When will the network materialize and what its long-term goal?

P.P. – The network is already underway and aims to contribute effectively to the improvement of management in the national chain suppliers and service providers of Petrobras, making it more competitive on a global scale, and sustainable in economic, social and environmental issues, apart from being endowed with a high capacity for innovation, mobilization and integration.

M.O. – Finally, how it will be operationalized?

P.P. – Through 12 programs and 67 projects coordinated by several partner institutions, comprising quite a few entities, a multi-institutionally funded “Committee of Governance and Cooperation Terms” will be established. 

MACAÉ OFFSHORE 53


TECNOLOGIA

João L. Anjos / Petrobras

Novas instalações do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) inaugurado em outubro de 2010 New facilities at the Research Center of Petrobras (Ceneps) were opened in October 2010

Aposta na

inovação

Centros de pesquisas como o Cenpes da Petrobras são exemplos para expansão do desenvolvimento de novas tecnologias para o setor de P&G no Brasil

U

m dos grandes desafios da economia brasileira é aumentar o investimento em inovação. No Brasil, apenas

1,11% do Produto Interno Bruto (PIB) é investido em pesquisa e desenvolvimento, diferentemente dos países ricos que integram a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde a média é de 2,2%.

54 MACAÉ OFFSHORE

Mas o que se vê é uma mudança nessa realidade. Novos centros para o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor de petróleo e gás surgem a cada ano. Empresas estrangeiras contribuem com suas experiências lá fora e pequenas e médias empresas tendem cada vez mais a ser inseridas neste processo. Exemplo disso é o Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de

Mello (Cenpes) da Petrobras, que em outubro do ano passado investiu cerca de R$ 1,2 bilhão na expansão das instalações da unidade na Ilha da Cidade Universitária, no Rio de Janeiro. O Centro recebeu muito mais do que a duplicação do seu espaço físico, que passou de 122 mil m² para 305 mil m² de área total, sua unidade se tornou um dos maiores complexos de pesquisa aplicada do mundo.


tecnologia

Gerente executivo do Cenpes, Carlos Tadeu Fraga, explica que a expansão não se resume à infraestrutura interna da empresa. Esta é apenas uma das frentes que também preveem investimentos em institutos de pesquisa e universidades, assim como o fomento de relações com fornecedores nacionais e internacionais da indústria de petróleo e gás, que vão além de meras parcerias comerciais. Aliada aos parceiros, como univer-

sidade e institutos de pesquisa brasileiros, a Petrobras visa a construir no Brasil uma capacidade experimental do porte dos desafios que deve enfrentar nos próximos anos. Segundo Tadeu, considerando que não se faz pesquisa sem uma infraestrutura laboratorial de qualidade, e que a legislação vigente no Brasil no setor de petróleo e gás tem mecanismos de fomento muito atraentes para a inovação, a Companhia tem Petrobras

Gerente executivo do Cenpes, Carlos Tadeu Fraga Cenpes executive manager, Carlos Tadeu Fraga

Desenvolvimento de tecnologias diante dos desafios Conforme afirmação do gerente Carlos Tadeu, “a área de ciência e tecnologia nacional tem vivido um momento único”. O desenvolvimento de tecnologias é um dos maiores desafios para atender às futuras demandas, como para as áreas do pré-sal. Apesar de muitas incertezas em torno do pré-sal, ele afirma que com a estrutura existente hoje no País e com o investimento previsto para os próximos anos, o atendimento à demandas da indústria será plenamente suprida. O aumento das parcerias entre Petrobras,

academia e fornecedores tem contribuído para consolidar o país como um polo da indústria de energia. “Estamos certos de que com o conhecimento e experiência já adquiridos pela Companhia, somos capazes de atender às demandas tecnológicas do pré-sal. No entanto, estamos trabalhando em busca das soluções para o futuro no sentido de reduzir os custos e aumentar a eficácia e a eficiência dos processos de desenvolvimento da produção desta nova província”, garante o executivo.

investido alto na academia brasileira. “Nos últimos cinco anos, a média de investimentos foi de cerca de R$ 400 milhões por ano. Graças a estes investimentos, já foram construídos laboratórios em diversas universidades e institutos de pesquisa brasileiros que, juntos, ocupam uma área de cerca de quatro vezes o tamanho do Cenpes atual”, comenta. Tadeu mencionou que a Petrobras possui ações com diversos fornecedores tradicionais da indústria de petróleo e gás, os quais têm procurado a Companhia com o intuito de fazer parcerias de longo prazo para fornecimento de bens e serviços. “A empresa leva à frente algumas destas parcerias, especialmente quando está atrelada a elas uma cooperação intelectual, uma vez que muitos desses fornecedores são reconhecidos internacionalmente por sua competência tecnológica”, ressalta. De acordo com ele, essas parcerias estão resultando em decisões de construção de novos centros de pesquisa no país, próximos às instalações da Petrobras e de universidades parceiras, intensificando o intercâmbio de conhecimentos e experiências. O gerente cita como exemplo cinco importantes fornecedores de equipamentos e serviços da indústria de energia que anunciaram a construção de centros de P&D: Baker Hughes, FMC Technologies, General Eletric, Schlumberger (já inaugurado) e Usiminas. Outras empresas estão seguindo o mesmo caminho, com previsão inclusive de instalações de seus centros de pesquisa no Brasil: Cameron, Halliburton, IBM, Technip, TenarisConfab, Vallourec & Mannesman, Weatherford e Wellstream. “A ampliação do nosso Centro de Pesquisas é apenas parte de uma estratégia tecnológica da Petrobras de ampliação de infraestrutural experimental e de P&D no Brasil”, explica Carlos Tadeu. MACAÉ OFFSHORE 55


TECNOLOGIA

Berço para o desenvolvimento de pesquisa e talentos Tanto o Cenpes, como todos os centros, além de berço para o desenvolvimento de pesquisa, são palco para descoberta de novos talentos, envolvendo estudantes e profissionais que se destacam no mercado de petróleo, gás e biocombustíveis. Para Tadeu, tanto os novos profissionais que estão entrando na empresa por meio de concurso público quanto aqueles que estão trabalhando de forma indireta com a Petrobras em universidades parceiras têm se mostrado extremamente criativos e competentes. “Hoje, no Cenpes, cerca de meta-

de do efetivo tem menos de dez anos de empresa. Muitos já ingressam na Petrobras com mestrado e até doutorado. Além disso, a empresa também estimula que muitos deles façam pós-graduação, seja no Brasil ou no exterior. A nossa avaliação é que o desempenho demonstrado por esses jovens é excepcional”, elogia. O gerente faz uma ressalva dizendo que os investimentos que o Cenpes tem feito para construir e aparelhar novos laboratórios, para capacitar estudantes e para fazer projetos de pesquisa nas universidades têm atraído cada vez mais jovens talentos para a área de energia.

Oportunidade às pequenas e médias Pequenas e médias empresas também querem investir em desenvolvimento de tecnologias. Isso é um passo importante para que elas cresçam e ocupem mais espaço neste mercado, que vem sendo abocanhado principalmente por empresas estrangeiras. Mas a dúvida é como elas podem ser inseridas nesse processo, investindo e contribuindo no desenvolvimento de tecnologias? De acordo com Tadeu, a Petrobras possui um convênio nacional com o Sebrae para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas no País que desejam se tornar fornecedoras da indústria de energia. O valor global desse investimento, segundo ele, é de R$ 32 milhões. Parte desse investimento (cerca de R$ 1,3 milhão) está voltada para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas de base tecnológica. “O processo de seleção dessas empresas ainda está em andamento e o repasse do investimento deve acontecer até o final de 2013”, revela. O gerente informou também que 56 MACAÉ OFFSHORE

recentemente o Prominp lançou um programa chamado “Prominp Tecnológico” visando a incentivar o desenvolvimento e a implantação de tecnologias em toda a cadeia supridora nacional. “Por meio deste programa, é definida uma agenda tecnológica com as principais demandas da indústria e são direcionados recursos para que essas tecnologias possam ser desenvolvidas em parceria com as principais universidades e institutos de C&T do País”, comenta. Além disso, Tadeu relembra que, em 2010, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançou dois editais preparados com base na agenda tecnológica sugerida pelo Prominp. Cerca de R$ 130 milhões foram disponibilizados para financiar projetos que contemplassem soluções tecnológicas para os desafios do setor. Foram mais de 300 cartas de manifestação de interesse enviadas pelas empresas e destas, 254 projetos foram selecionados para a segunda fase. O início dos trabalhos para implantação dos projetos acontece em 2011 logo após a divulgação do resultado final da seleção.

Parceiras nacionais e estrangeiras Com relação aos resultados do desenvolvimento de projetos com empresas nacionais, internacionais e instituições nesses últimos anos, Carlos Tadeu informou que grande parte dos projetos de pesquisa realizados pela Petrobras são feitos com parceiros externos. Segundo ele, apenas 44% são realizados exclusivamente com pessoal próprio. O restante é realizado em parceria com empresas nacionais, com instituições de pesquisa e empresas no exterior ou com instituições de ensino e pesquisa nacionais. No entanto, tendo em vista que tecnologias para serem utilizadas nas áreas do pré-sal ainda são uma incógnita e desafiadoras, com a experiência que a Petrobras possui, pergunta-se por que os centros de pesquisas de empresas estrangeiras são os mais atrativos? Para alguns empresários, isso seria uma contradição e ocupa espaço almejado pelas nacionais. Porém, Carlos Tadeu diz que não há contradição alguma nisso. “Contamos com diversos parceiros para a superação dos desafios tecnológicos do pré-sal. Entre eles, existem universidades e institutos de pesquisa brasileiros e internacionais, assim como fornecedores nacionais e estrangeiros”, esclarece o gerente, dizendo que a articulação com todos esses atores está sendo feita pela Petrobras de modo a garantir o pleno atendimento às demandas.

Onde o Cenpes está presente Além das instalações do Cenpes, a Petrobras também conta com plantas experimentais de porte semi-industrial em vários estados brasileiros (Rio de Janeiro, Guamaré (RN), Recôncavo Baiano, Fortaleza (CE) e São Mateus do Sul (PR)), sempre integradas às unidades industriais da Companhia. O mais recente deles é o Núcleo Experimental de Tecnologias de CO2, que está sendo implantado no Recôncavo Baiano.


technology

Commitment to

innovation Research centers such as Petrobras Cenpes are examples for expanding the development of new technologies to the industry O & G in Brazil

O

ne of the major challenges of the Brazilian economy is to increase investment in innovation. In Brazil, only 1.11% of Gross Domestic Product (GDP) is invested in research and development, unlike the wealthy countries that make up the Organization for Economic Co-operation and Development (OECD), where the average is 2.2%. But what we see is a change in that reality. New O&G technological development centers open every year. Foreign companies contribute with their experience from abroad; on top of that, small and medium enterprises are increasingly being included in this process. One example is the Research Center Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) Petrobras, which in October last year invested about $ 1.2 billion in the extension of the University City facilities, in Rio de Janeiro. The Center more than doubled its size, from a total of 122,000 m² to 305,000 m², its unit became one of the largest applied research centers in the world. Carlos Tadeu Fraga, Cenpes executive manager, explains that the expansion that took place is not limited to infrastructure within the company only. This is just one of the fronts that also provide for investments in research institutes and universities and fosters relationships with national and international suppliers in the oil and gas industry, this is something which goes far beyond mere commercial partnerships.

Coupled with its partners, such as universities and research institutes in Brazil, Petrobras aims to build experimental capacity the same size as that of the challenges it will face in the next coming years. According to Tadeu, considering that research cannot be done without a quality laboratory infrastructure and that the oil and gas sector legislation in Brazil has very attractive support mechanisms for innovation, Petrobras has invested highly in academia. “Over the past five years, the average investment was about BRL 400 million per year. Thanks to these investments, laboratories have been built in various universities and research institutes in Brazil, which together occupy an area of about four times the size of Cenpes center” he says. Tadeu mentioned that Petrobras has several joint activities with traditional suppliers in oil and gas industry, which seek to join Petrobras in order to make long-term partnerships for the provision of goods and services. “Petrobras appreciates some of these partnerships, especially when there is an intellectual cooperation, since many of these suppliers are internationally recognized for their applied scientific and technical expertise”, he says. According to him, such partnerships are yielding decisions to build new research centers in the country, close to Petrobras and partner universities facilities, intensifying the exchange of knowl-

edge and experience. The manager cites the example of five major suppliers of equipment and services in the energy industry, which have announced the construction of R&D centers and these suppliers, are: Baker Hughes, FMC Technologies, General Electric, Schlumberger (has already inaugurated one such center) and Usiminas. Other companies such as Cameron, Halliburton, IBM, Technip, Tenaris, Vallourec & Mannesmann, Weatherford and Wellstreae are following suit, they even foresee the opening of some of their research centers in Brazil. “The expansion of our Research Center is just part of Petrobras’ technology strategy about broadening infrastructure and experimental R&D in Brazil”, explains Carlos Tadeu.

Technological development in view of challenges As manager Carlos Tadeu said, “The area of national science and technology has experienced a single moment”. The development of technologies to meet future demands as in the pre-salt fields is a major challenge. Despite many uncertainties surrounding the pre-salt area, he said that with the existing structure in the country today and the planned investment for the next year, service demands in the industry will be fully met. The increase in partnerships between PetroMACAÉ OFFSHORE 57


TEChNOLOGy

bras, academia and suppliers has helped to consolidate the country as an energy industry hub. “We are sure that with the knowledge and experience already acquired by Petrobras, we are able to meet the technological demands of the pre-salt fields. However, we are working on finding solutions for the future in order to reduce costs and increase effectiveness and efficiency of development processes in production for this new area”, says the executive.

The birthplace for research and talent development Both Cenpes, as all the other centers, besides being the birthplace for research and development, are a host for discovering new talents, by involving students and professionals who excel in the market for oil, gas and biofuels. To Tadeu, both the new professionals who are joining the company through public examination and those who are already working with Petrobras through the partner universities have been extremely creative and competent. “Today, half the Cenpes’ staff has been in the institution for no longer than ten years, most of which have already started working with Petrobras holding a master or even PhD degree. In addition, the company also encourages many of them to take postgraduate courses, either in Brazil or abroad. Our view is that the performance demonstrated by these young people is exceptional”, he compliments.

Domestic and foreign partners Concerning the results of development projects in partnership with national companies and international institutions in recent years, Carlos Tadeu said that much of the research projects undertaken by Petrobras are made with external partners. According to him only 44% are performed exclusively by its own personnel. The remainder is held in partnership with domestic companies, with research institutions and companies from overseas or with national teaching and research institutions. Nonetheless, given that the technology to be used in the pre-salt fields is still uncertain and challenging, and the expe58 MACAÉ OFFSHORE

Opportunity for small and medium enterprises Small and medium enterprises also want to invest in technology development. This is an important step for them to grow and keep their space in this market, which has been gobbled up by foreign companies mainly. But the recurring question is: how can they join the process, contribute and invest in technology development? According to Tadeu, Petrobras has a national agreement with Sebrae for the development of small and medium enterprises that wish to become suppliers in the energy industry in the country. The overall value of this investment, he said, is BRL$ 32 million. Part of this investment (about BRL$ 1.3 million) is focused on the development of small and medium-sized technology-based companies. “The process for selecting these companies is still underway and the transfer of investment capital should happen by the end of 2013”, he says. The manager also said that Prominp recently launched a program called “Technological Prom-

rience that Petrobras has got, the question is: “Why are the research centers of companies from overseas the most attractive ones? To certain entrepreneurs, this would seem to be a contradiction since the centers from overseas would take the place desired by the Brazilian national institutions. However, Carlos Tadeu states there is no contradiction at all. We have several partners to overcome the technological challenges of the pre-salt fields, among which are Brazilian and international universities alongside research institutes, as well as domestic and foreign suppliers, hence there is no such a thing as contradictions, explains the manager, saying that the joint action of all these partakers is being made ​​by Petrobras to ensure full compliance with demands.

inp” aimed at encouraging the development and deployment of technologies across the national network of suppliers “Through this program, a technology agenda with the main demands of industry is defined with a focus on the resources so that these technologies can be developed in partnership with leading universities and institutes of science and technology in the country”, he says. Moreover, Tadeu recalls that in 2010, the Financing Agency for Studies and Projects (FINEP) released two public notices that were prepared on the grounds of the technology agenda suggested by Prominp. Nearly BRL$ 130 million was provided to fund projects that aimed at technological solutions to the industry challenges. There were over 300 letters expressing interest received from enterprises, out of which, 254 projects were selected for the second step. The implementation of projects will commence in 2011 shortly after the release of the final selection process.

The place where Cenpes is present Besides Cenpes’ facilities, Petrobras also has semi-industrial scale and experimental plants in several Brazilian states (such as, Rio de Janeiro, Guamaré (RN), Recôncavo, Fortaleza (CE) and São Mateus do Sul (PR)), which are always connected to Petrobras industrial units. The latest is that there is a CO2 Experimental Technology Center, which is being implemented in Recôncavo Bahiano. 


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