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ÍNDICE / CONTENTS
Matéria de capa | Report of Cover
Fortalecimento da cadeia de navipeças é um desafio para o Brasil Strengthening of the ship parts chain is a challenge to Brazil Platec: incentivo ao micro e pequeno produtor de navipeças Platec: motivation to micro and small tool parts manufactorers
Agência Petrobras
Dos estaleiros à cadeia de navipeças 40 From shipyards to Ship Parts 50 44 52 48 54
6 Gateway News . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Portal de Notícias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Comunicação | Communication Érica Nascimento
Articulando | News & Views
10 The pre-salt layer is progress to Brazil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 O pré-sal é um avanço para o Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Entrevista | Interview
16 Edalmo Rangel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Edalmo Rangel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Novos conceitos de comunicação New concepts of communication
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Tecnologia | Technology
26 Prevention: the key word against corrosion.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Segmento de contêineres requer certificações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Conteiner segment require certifications. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Prevenção: palavra chave quando o assunto é corrosão.. . . . . . . . . . . .
Desenvolvimento | Development Setor naval se expande para a região Norte Fluminense. . . . . . . . . . . .
Colunistas | Columnists
Gestão de Negócios Business Management Alexandre Andrade
Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso
Naval Industry expands to the north of the state Rio de Janeiro. . .
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Gestão de Projetos na Indústria Naval Project management in the naval industry O X da questão: a OGX atenderá às expectativas geradas para o investidor? The key problem: Will OGX meet the investidors’ expectations?
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Mais informações: www.macaeoffshore.com.br
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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER
Indústria naval no caminho certo
Naval Industry in the right way
Despontando com investimentos em
Rising with investments in high technol-
alta tecnologia e inovação na engenharia,
ogy and innovation in engineering, expan-
expansão de estaleiros e fortalecimento
sion of shipyards and strengthening of the
da cadeia de fornecedores de navipeças,
naviparts suppliers’ chain, the naval indus-
a indústria naval do Brasil mostra que
try in Brazil shows it is in the right way and
está no caminho certo e ganha destaque
it rising to prominence in the world scenario,
no cenário mundial, atraindo cada vez
attracting more investors to the country.
mais investidores para o País. O Brasil experimenta uma nova realidade nesse setor, prepara-se para enfrentar seus próprios desafios e, diante das atuais conquistas, mostra que pode se tornar um grande competidor em nível mundial. Para isso, o País vem contando com diversas ações, entre elas a atuação da Caixa Econômica Federal, a
Brazil is facing a new reality in this sector and it is preparing to face its own challenges and, in view of its current conquests, it shows it can become a great competitor in world level. For such, the Country is counting with a lot of actions, and among them, there is the performance of Caixa Econômica Federal, the National Organization of the Oil In-
Organização Nacional da Indústria do
dustry (Onip) and the Brazilian Agency for
Petróleo (Onip) e a Agência Brasileira de
Industrial Development (ABDI).
Desenvolvimento Industrial (ABDI). But, despite the positive results and the
Mas, apesar dos resultados positivos e das ações movidas pelo governo, instituições e associações representativas do setor, muitas lacunas precisam ser preenchidas. E nesta edição, a Revista Macaé Offshore traz a opinião de especialistas da indústria naval e de petróleo e gás, que apontam onde estão as falhas e os acertos com os atuais investimentos e ações desenvolvidas do norte ao sul do País. Boa Leitura!
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actions driven by the government, institutions and associations that represent the sector, many bottlenecks must be filled. And
Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Foto / Photo: Reprodução A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (Português / Inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé - RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Edição Final: / Final Editing: Bruno Bancovsky Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Jornalistas: / Journalists: Érica Nascimento / MTB-29639/RJ Ludmilla Azevedo / MTB-699/ES Verônica Côrtes / MTB-31357/RJ redacao@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: José Tarcísio Barbosa Tradução em inglês: / English version: Start Consultoria em Traduções Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies
in this issue, Revista Macaé Offshore (Ma-
59ª Edição - Julho/Agosto 59th Edition - July/August
caé Offshore Magazine) brings the opinion
Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies
of specialists from the naval and oil and gas industries, who show where the failures and the hits with the current investments and the actions developed from North to South of the Country.
Good reading!
Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties
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PORTAL DE NOTÍCIAS
Evento debate desenvolvimento da indústria offshore em SC De 09 a 12 de agosto acontece em Itajaí (SC) a segunda edição da Equipaindústria Multissetorial do Petróleo e Gás Itajaí 2011. O evento apresentará durante sua programação um seminário, que irá abordar e fomentar discussões, troca de conhecimento e experiências entre o corpo acadêmicocientífico, profissionais, empresários, autoridades locais, estudantes e demais interessados. Esta programação tem como objetivo aprofundar o empresariado local nas questões da cadeia produtiva de petróleo e gás no Brasil e em Santa Catarina. Profissionais do setor offshore, ener-
gético, econômico, tecnológico e de sustentabilidade mediarão painéis organizados pelo Instituto de Tecnologia Aplicada à Energia e Sustentabilidade Socioambiental – Itaesa. Com o patrocínio da Petrobras, além do espaço para exposição das empresas, o evento realiza a Rodada de Negócios, em parceria com o Sebrae, as Sessões de Negócios e palestras com temas relacionados ao setor. A Equipaindústria acontece no Pavilhão Centreventos de Itajaí, das 14h às 21h. A entrada é gratuita, com credenciamento antecipado no site www. equipaindustria.com.br.
Tyco International terá centro de serviços em Macaé A Tyco Internacional, uma das principais fornecedoras de serviços e produtos de segurança, serviços e produtos de detecção e proteção contra incêndio, válvulas, controles e outros produtos industriais, vai abrir seu Centro de Serviços em Macaé. O projeto, já aprovado, conta com uma base para atender a uma parte do sistema de segurança de incêndio e de válvulas dos seus clientes. O gerente global de contas estratégicas da empresa, Victor Venâncio Loureiro Dias, diz que o projeto vai gerar empregos para a cidade e deve estar pronto ainda no início deste semestre, pois a empresa ainda estuda o local. “Estamos adquirindo alguns contratos com a Petrobras e no momento em que
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estiver tudo definido, estaremos dimensionando a quantidade de mão de obra para contratação”, anunciou o gerente. A empresa vê seus investimentos como uma grande oportunidade. Além da base de serviços em Macaé e da geração de empregos, a Tyco está investindo no desenvolvimento e na tecnologia. “Fizemos a aquisição de uma fábrica de válvulas, como parte desse programa. Vamos trazer mais linhas de produção para o Brasil e expandir essas fábricas com produção no exterior. Só não há possibilidade de levarmos uma para Macaé, pois a questão de logística ainda é complicada, então vamos ampliar a produção numa fábrica já existente”, explicou Venâncio.
Marinha prevê investir R$ 1,6 bilhão no pré-sal A Marinha do Brasil anunciou em julho que prevê investir pelo menos R$ 1,6 bilhão, além do aumento de 33,3% no contingente de profissionais que vão atuar na patrulha das regiões próximas às bacias de petróleo, principalmente a de Santos. “A preocupação que nós temos é de estar junto ao pré-sal nos diversos locais onde haverá os campos”, declarou comandante da Marinha, o almirante de esquadra Júlio Soares de Moura Neto, durante visita à cidade de Santos (SP). O número de marinheiros passará de 60 mil para 80 mil em até cinco anos. Com isso, a quantidade de oficiais da região poderá ser ampliada. Para proteger as descobertas de petróleo na camada pré-sal em solo brasileiro, a Marinha conta com a construção de 27 navios-patrulha. Seis deles já estão sendo construídos e serão entregues em dois anos. O comandante não revelou a quantidade de embarcações que vão atender à Bacia de Santos. Cada navio-patrulha custará ao País R$ 80 milhões e, até o final do ano, pretende-se iniciar a construção de outras seis embarcações. Além destas embarcações, está programada a fabricação de outros 13 navios, e a Marinha espera o aval do Governo para encomendar mais 12 fragatas, seis médias e seis de grande porte, e um barco de apoio logístico. Todos darão a retaguarda necessária para a atuação de quatro submarinos de propulsão convencional e um de propulsão nuclear.
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Divulgação / Brastech
A base da Brastech está situada em Rio das Ostras e está construindo uma embarcação com 100% de conteúdo nacional Brastech’s base is located in Ostras River and it is building a vessel with 1005 of national content
Brastech apresenta sua nova embarcação para o pré-sal A Brastech, uma empresa 100% nacional, situada na Zona Especial de Negócios (Zen), em Rio das Ostras (RJ), traz uma grande novidade para o mercado. Com grandes expectativas de negócios e preparada para atender às demandas voltadas às novas descobertas de petróleo em águas ultraprofundas, por meio da sua divisão Marine, desenvolveu o projeto de uma embarcação especializada para operar a partir de barcos oil recovery em áreas offshore do pré-sal.
Trata-se de um rebocador oceânico com barreiras para contenção de óleo derramado, com 12 metros de comprimento e capacidade de deslocamento de dez toneladas. Segundo o diretor industrial da empresa, Salvador Longo, a embarcação agrega capacidade operacional para operar em condições severas de mar, possui tração estática de um mínimo de quatro toneladas de empuxo, bow thruster e alojamento para tripulantes em pernoite. “O que chama a atenção para
este barco é o fato de ser construído com 100% de conteúdo nacional, ou seja, um marco na construção naval brasileira, aliando componentes de baixo custo de manutenção e atendimento local”. A Brastech é referência no mercado brasileiro offshore como fabricante de embarcações de resgate, serviço, militar e meio ambiente. Com mais de 300 embarcações já fabricadas e entregues, a empresa se destaca pelas certificações obtidas ao longo da sua trajetória desde 1998.
Technip tem demanda de engenheiros navais Depois das plataformas P-51, 52 e 56, a empresa Technip está fazendo a engenharia da P-58 e P-62, que, assim como as outras unidades construídas, demandam um número grande de engenheiros navais, mas há carência desses profissionais no mercado. Segundo Nélson Prochet, diretor de recursos humanos da Technip, esse é um problema atual da área de RH, mas
agora o mercado de engenharia está começando a se aquecer e a demanda se fortalece não só na indústria naval como também em outras engenharias. “Estamos formando pessoas, recrutando ao invés de estar demitindo. É um desafio para poder suprir a companhia com recursos para fazer os projetos”, ressaltou. De acordo com Prochet, a Technip tem uma demanda de projetos pela fren-
te, sendo esta uma boa oportunidade para os engenheiros. “Nós trabalhamos com engenheiros em todas as áreas e em todas elas estão faltando profissionais novos no Brasil, principalmente, no Rio. O engenheiro naval é coisa rara e estamos investindo nele”, disse o diretor, acrescentando que aquele que estiver interessado deve acessar www.technip.com e se cadastrar no banco de talentos. MACAÉ OFFSHORE 7
gateway news
Event: debate on the development of the offshore industry in the state of Santa Catarina The second edition of Equipaindustria Multissetorial do Petróleo e Gás Itajaí 2011 (Equipaindustria Oil and Gas Multisector, Itajaí 2011) takes place in Itajaí city from August 09-12. The event comprises a seminar aiming at approaching and instigating discussions, knowledge exchange and experiences among the academic-scientific body, professionals, businessmen, local authorities and students, among others. This program is intended to call entrepreneurs’ attention to issues related to the supply chain of oil and gas in Santa Catarina and Brazil. Professionals from the offshore, energetic, economical, technological and sustainable sectors shall mediate discussions organized by ITAESA – Institute of Technology Applied to Energy and Social-Environment Sustainability. Sponsored by Petrobras, in addition to the space for exhibition to be performed by the companies, the event carries out the Rodada de Negócios (Business Roundtable), in partnership with Sebrae, the Business Sessions and lectures on themes related to the sector. Equipaindustria takes place at Pavilhão Centreventos of Itajaí, from 02 p.m. to 09 p.m. Free admission by previous registration on the website www.equipaindustria.com.br.
Tyco will have a service center in Macaé Tyco Internacional, one of the main suppliers of services and safety products, services and products of detection and protection against fires, valves, controls and other industrial products, will inaugurate Service Center in Macaé. The project, already approved, provides fire and valve security system for its clients. The global manager of key accounts of the company, Victor Venâncio Loureiro Dias, says the project will create jobs in the city, and must be finished by the end of this semester, because the company is still examining the region. “We are signing agreements with Petrobras, and by the moment everything is defined, we will be 8 MACAÉ OFFSHORE
figuring out the amount of manpower for hiring”, the manager said. The company considers its investments as great opportunities. Besides the base of services in Macaé and job creation, Tyco invests in development and technology. “We have purchased a valve factory, as part of this program. We will bring more production lines to Brazil and expand those productive foreign factories. Unfortunately, we cannot take a production line to Macaé, for the logistics issue is still not suitable. So, we will expand the production of a previously existing factory”, Venâncio explained.
Brazilian Navy: R$ 1.6 billion for the pre-salt layer The Brazilian Navy has announced in July that it intends to invest at least one biliion and six hundred million Brazilian reais(R$ 1.6 billion), besides increasing to 33.3% the number of professionals working on patrol nearby oil basins, especially in Santos. “Our main concern is about being close to the pre-salt layer all over the spots where the oil fields are”, the commander of the Navy, the fleet admiralsaid, Mr. Júlio Soares de Moura Neto, during his visit in Santos (SP). The number of sailors in Brazil will increase from 60,000 to 80,000 within up to five years. Thus, the number of officers in the region is extended. In order to protect the oil discoveries in the pre-salt layer in the Brazilian soil, the Brazilian Navy relies on the construction of 27 patrol ships. Six of them are already being constructed and two of them will be delivered within two years. The commander has not disclosed the amount of ships in Bacia de Santos. Each patrol ship will cost Brazil eighty million Brazilian reais(R$ 80,000,000) and, by the end of the year, other six ships will be constructed. Besides them, the construction of other 13 ships is scheduled and the Navy hopes the endorsement from the Government to order more 13 ships, being six mid-sized ships and six large-sized ships, as well as a boat for logistic support. All of them will provide support to four conventionallypowered submarines and one nuclear-powered submarine.
Technip has a demand for naval engineers After platforms P-51, 52 and 56, Tech-
nip is developing P-58 and P-62, just like other units built, with demand for a large number of naval engineers, despite the lack of professionals in the market. According to Nélson Prochet, director of human resources of Technip, this is a current problem in HR. However, the engineering market is beginning to heat, and such demand strengthens not only the naval industry, but also other engineering markets. “We are educating people, recruiting them instead of firing them. It is such a challenge for us to meet the demand with resources for the projects”, he emphasizes. According to Prochet, Technip has a demand for projects ahead, and this is a good opportunity for the engineers. “We work with engineers in all the areas and all of them need new professionals in Brazil, especially in Rio. Naval engineers are rare and we are investing in them”, the director said, and adds that people just need to go on www.technip.com and register in the talent pool.
Brastech presents its new watercraft for pre-salt Brastech, a company 100% Brazilian, located in the Special Business Zone (ZEN), in Rio das Ostras (RJ), releases great news to the market. With great business expectations and prepared to attend the requests towards new oil discoveries in ultra deep Waters, by its division Marine, has developed a watercraft Project specialized to operate from oil recovery boats in the pre-salt off-shore areas. It’s about a ocean and barrier tugboat to restrain spilt oil, large as 12 meters and with the displacement capacity for 10 ton. According to the company’ industrial director, Salvador Longo, the watercraft holds the operational capacity to work in heavy ocean conditions, it has static traction of at least four ton thrust, bow thruster and crew rooming for overnight stays. “What brings the attention to this boat is the fact that it’s built with a 100% national content. This means, a milestone for Brazilian naval construction, allying low-cost maintenance components and local care”. Brastech is reference inside the Brazilian off-shore market as the manufacturer of rescue, service, military and environmental watercrafts. With more than 300 watercrafts already made and delivered, the company stands out by its certificates, obtained over its path, since 1998.
development
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ARTICULANDO / nEWS & viEWS
pré-sal
O é um avanço para o Brasil
A
tualmente, o Brasil soma mais de 30 estaleiros, e a missão da recém-criada Abenav, Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore, é defender os interesses do setor, com o objetivo de desenvolver a indústria brasileira com competitividade.
A indústria naval e offshore tem uma importância singular no mundo inteiro, por isso, nos países onde é forte, ela tem um maior incentivo do governo, pois é estratégica e grande geradora de empregos, além de ter uma influência na economia, principalmente, porque gera uma cadeia produtiva bastante extensa e uma indústria que consome uma grande variedade de itens, como aço, tubos e metais diversos. Um outro fator importante é que 95% do comércio mundial é feito através do transporte naval. O Brasil gasta mais de 10 bilhões de dólares anualmente em frete marítimo, com importação e exportação. A frota brasileira, que já foi grande, hoje é quase inexistente para transporte de longo curso. A exploração de óleo e gás na indústria offshore trouxe bastante oportunidade no setor e hoje é o ponto de maior crescimento no nosso mercado. A indústria naval, que nos anos 70 foi a segunda maior do mundo, praticamente desapareceu nos anos 80, exatamente por falta de incentivo governamental. Mas, desde o ano 2000, ela vem ganhando um grande impulso, sustentada, principalmente, pela indústria de petróleo e gás, por meio dos investimentos da Petrobrás e pelas recentes descobertas do Pré-sal. É importante ressaltar que a construção de plataformas e de navios tem um efeito condicionador: se há uma plataforma sendo construída no Brasil, é natural que o empresário compre, preferencialmente, insumos brasileiros pela proximidade com o mercado fornecedor e pela facilidade de comunicação. Enfim, tudo isso faz com que a indústria acabe se desenvolvendo como um todo. Em contrapartida, nos casos em que essas plataformas são construídas no exterior, o Brasil não consegue fornecer um parafuso sequer. Por isso, é extremamente importante que nós, da Abenav, possamos defender o nosso setor, não apenas porque somos da indústria naval e offshore, mas porque é essencial que as obras para o mercado do pré-sal sejam feitas no Brasil, a fim de incrementar a própria indústria brasileira.
Augusto Mendonça é empresário, formado em Engenharia Elétrica pela UMC – Universi-
dade de Mogi das Cruzes, São Paulo. É presidente da Abenav, Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore, vice-presidente do Sinaval, Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval, onde coordena as ações da atividade de construção offshore, e vice-presidente da ABDIB, Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base. É integrante do Prominp, Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, desde a sua criação, tendo participado como coordenador em alguns projetos. 10 MACAÉ OFFSHORE
pre-salt
The layer is progress to Brazil
N
owadays, Brazil has more than 30 shipyards, and the mission of the newly created ABENAV (the Brazilian association of naval and offshore construction companies) is to defend the interests of the sector, aiming at developing the Brazilian industry on a competitive basis. The naval and offshore industry is important all over the world: it is strategic and creates many jobs; that is why we notice that those countries deeply involved with the naval and offshore industry are strongly supported and encouraged by the government, in addition to having much influence in the economy, especially because they have a real large supply chain and the industry which uses several items, such as steel, tubes and various metals. Another important factor is that 95% of the entire world trade is done through the naval transport. Nowadays, Brazil spends more than 10 billion Brazillian reais on sea freight, both importing and exporting products. The Brazilian fleet, which was already very large, currently does not exist for long distance transport. The exploitation of oil and gas in the offshore industry has brought many opportunities to the sector, and it is one of the major fields under expansion in our market. The naval industry, which in the 70’s was the second largest in the world, has practically disappeared in the 80’s, due to the lack of government stimulus. However, since 2000, such industry has been increasing, mainly supported by the oil and gas industry, through investments of Petrobras and the current discoveries in the pre-salt layer. It is worth noticing that the construction of platforms and ships has a conditioning effect: if one platform is being built in Brazil, the businessman naturally buys Brazilian inputs due to the proximity of the supplier market and easy communication. That is, all these aspects make the industry increases as a whole. On the other hand, in the cases where the platforms are built abroad, Brazil cannot supply them with a single screw. That is why it is extremely important that we, from ABENAVE, defend our sector, not only because we are from the naval and offshore industry, but because it is vital that the works to the pre-salt layer market may be conducted in Brazil, in order to increase the Brazilian industry itself.
Augusto Mendonça is Businessman, graduated in Electric Engineering by UMC – Universidade de Mogi das Cruzes (Mogi das Cruzes University) (São Paulo, Brazil). President of ABENAV, he is vice-president of SINAVAL (the national union of the naval construction industry), coordinating activities in the offshore construction, and vice-president of ADBIB (the Brazilian association of infrastructure and basic industries). In PROMINP (the mobilization program of the Brazilian industry of oil and natural gas) he is part of the board since its creation and has participated as a coordinator in some projects.
NEWS & VIEWS
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Gestão de negócios
Gestão de Projetos na Indústria Naval *Por Alexandre Andrade, PMP Nesta edição, quero abordar um tema que vem sendo bem debatido e analisado por vários especialistas na área de gerenciamento de projetos: a indústria naval brasileira. A construção naval no Brasil teve uma época de rápida expansão ao longo das décadas de 1970 e 1980, tendo chegado a ocupar o segundo lugar no mundo em 1979. Mas, devido a vários motivos, principalmente econômicos, e à falta de incentivos governamentais, a partir da segunda metade da década de 1980 o setor passou por uma profunda crise. A maioria dos principais estaleiros brasileiros diminuiu drasticamente suas operações, chegando à total paralisação em algumas situações. Somente na segunda metade da presente década, os estaleiros brasileiros retomaram a construção de navios mercantes, plataformas de petróleo e outras embarcações para atender ao mercado de petróleo, com um grande apoio do governo. Em meio a este crescimento, destaca-se a Bacia de Campos onde está a maior parte da produção de petróleo nacional. Grande parte deste destaque se deve à eficiência na implantação de projetos do tipo plataformas de petróleo realizados em parceria com os estaleiros do Rio de Janeiro, estado que congrega a quase
totalidade deste segmento da indústria naval no Brasil. Durante o período de crise, os estaleiros tiveram como principal problema a questão de performance no desenvolvimento dos projetos de construção, gerando atrasos, aumento de custos e, em alguns casos mais críticos, a não conclusão das obras. Agora, com a retomada das atividades da construção naval, o risco de mau desempenho desses estaleiros está sendo minimizado com a utilização de boas práticas de acompanhamento e controle das obras e de gerenciamento de Projetos. Como o setor naval é orientado para projetos, a construção de navios e plataformas se beneficia dos conhecimentos, habilidades, ferramentas e práticas propagadas pelo gerenciamento destes mesmos projetos. Neste contexto, um nível mais elevado de maturidade em gerenciamento de projetos implica melhoria no seu desempenho nos estaleiros nacionais. Com o reaquecimento do setor naval, o surgimento de parcerias entre organizações nacionais e estrangeiras tem sido uma constante, permitindo a troca de tecnologias e práticas gerenciais, elevando o nível técnico e de gestão de projetos da indústria como um todo. Assim, é possível presumir que o nível de maturidade em
gerenciamento de projetos dos estaleiros no Brasil caminha de um nível intermediário para alto. A aplicação na construção naval de ferramentas de gerenciamento de projetos e planejamento físico e financeiro é feita devido à especificidade e à complexidade das operações. No caso de estaleiros mais avançados tecnologicamente, as tecnologias de acompanhamento e controle de construção naval são normalmente inseridas nos sistemas de gestão de operações, em geral, desenvolvidos pelos próprios estaleiros ou por empresas especializadas por meio de consultorias especializadas. No caso do Brasil, um problema relevante a se considerar no processo de retomada do desenvolvimento da indústria naval está relacionado com a capacidade de implementar os instrumentos e metodologias de gestão adequados ao acompanhamento de grandes projetos. Em suma, estamos no caminho certo, precisamos nos preocupar não só em desenvolver projetos deste porte e obter resultados necessários para o crescimento do País, mas também apresentar resultados com a qualidade necessária, no tempo certo e no custo planejado, atendendo à demanda que deve se manter ao longo dos próximos anos.
* Alexandre Andrade é graduado em Administração pelo Isecensa Campos/RJ, certificado pelo PMI (PMI® - Project Management Institute) como PMP® (Project Management Professional) desde 2008. Possui MBA em Engenharia de Petróleo pela Funcefet Macaé, trabalha na área de Óleo e Gás há 11 anos em Macaé e há sete anos atua como Gerente de Projetos nos segmentos de Tecnologia da Informação e Óleo e Gás na Petrobras.
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business management
Project management in the naval industry * By Alexandre Andrade, PMP In this edition, I would like to approach a theme that has been debated and analyzed by several experts in the project management area: the Brazilian naval industry. The naval construction in Brazil rapidly increased throughout the decades of 1970 and 1980, and reached the second place as a world producer in 1979. However, due to many reasons, especially those related to the economy and the lack of government stimulus, the sector got through a deep crisis from the second half of the 1980’s. Most of the main Brazilian shipyards reduced drastically their operations, being completely stopped in some situations. Only by the second half of that decade the Brazilian shipyards resumed the construction of merchant ships, oil platforms and other ships to meet the oil market with a great support by the government. Amid this growth, Bacia de Campos stands out as the main spot for oil production in national level. Most part of that is due to efficacy in the implementation of oil platforms projects in partnership with shipyards in Rio de Janeiro, which comprises almost the
entire sector of the naval industry in Brazil. During the period of crisis, the shipyards had as a main problem the performance in the development of construction projects, creating delays, increased costs and, in some critical cases, the non-competition of works. Nevertheless, because of the resumption of the naval construction, the risk of performance in these shipyards is being minimized by using the follow-up good practices, control work and Project Management.
of the industry as a whole. Thus, it is possible to assume that the level of perfection in management of shipyards projects in Brazil goes from an intermediate level to a high level. The use in the naval construction of project management tools, as well as the physical and financial planning is applied due to the specificity and complexity of operations.
Since the naval sector is project-driven, the construction of ships and platforms are projects that benefit from knowledge, skills, tools and practices shared by the project Management. In this context, a higher level of perfection in project management implies better development of projects in Brazilian shipyards.
For more technologically advanced shipyards, the follow-up and naval construction technologies are usually inserted in the systems of operational management, which are, in general, developed by the shipyards themselves or by specialized companies using consultants. In Brazil, a relevant problem to be considered in the process resumption of development of the naval industry is the ability to implement management instruments and methodologies to the follow-up of large projects.
With the reheating of the naval sector, partnerships between national and foreign companies have been frequent. Such partnerships allow the exchange of technologies and management practices, raising the technical level and the management of projects
In short, we are on the right track. We always need to concern about projects this big and get results with the needed quality, on the right time and within the planned cost, meeting the demand expected to persist over the next years.
*Alexandre Andrade holds a Bachelor’s Degree in Business Administration from Isecensa Campos/RJ, a PMI® certificate as a PMP® (Project Management Professional) since 2008, and holds an MBA in Petroleum Engineering from Funcefet Macaé; he has been in the Oil Gas segment in Macaé for 11 years, and has been working for Petrobras as a project manager for seven years in the sectors of Information Technology and Oil and Gas.
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Por dentro do mercado
O X da questão: a OGX atenderá às expectativas geradas para o investidor? *Por Celso Vianna Cardoso Em junho de 2008, Eike Batista lançou as ações da sua empresa de petróleo, a OGX, para o público, por meio de uma oferta primária ou IPO, como é conhecido esse tipo de operação na Bolsa de Valores. Desde então, os investidores compraram as promessas feitas pelo seu principal gestor, e a credibilidade gerada quanto ao potencial de lucro dessa e de suas outras empresas o tornou o oitavo homem mais rico do mundo. Mas ele quer mais, almeja o topo do ranking e para isso suas empresas precisarão cumprir todas as ambiciosas metas traçadas. Três anos depois, a partir do segundo semestre deste ano, a OGX começará a fase de produção na Bacia de Campos, e este será o momento decisivo para o X, pois o mercado irá fazer as contas para identificar se os números estarão alinhados com as expectativas geradas. O fato é que o mercado já deu uma amostra da sua confiança na OGX quando começaram os primeiros rumores sobre o plano de capitalização da Petrobras. Desconfiando que o plano do governo fosse prejudicar os acionistas minoritários, os investidores trocaram suas posições, vendendo PETR3 e utilizando o dinheiro da venda para comprar ações da OGXP3, numa operação conhecida como long-short. O resultado foi que as ações PETR3 caíram enquanto as OGXP3 seguiram na direção oposta. No período de março de 2008 a setembro de 2009, PETR3 caiu de 33,00 para 27,70 (-16%), e a OGXP3 subiu de R$ 7 para R$ 22 (+213%). Foi claro o recado: preferimos acredi14 MACAÉ OFFSHORE
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01/03 2009
01/05 2009
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O gráfico mostra OGXP3 subindo enquanto a PETR3 operava em queda entre 03/2009 e 09/2010 The graph shows OGXP3 rising whereas PETR3 fell from 03/2009 to 09/2010
tar nas promessas feitas por Eike Batista do que na dura realidade do prejuízo gerado para os acionistas minoritários pelo plano de capitalização da Petrobras. Por ser uma empresa 100% privada, a OGX tem compromisso único com a geração de lucro e remuneração dos acionistas, sendo esse o perfil de empresa que o mercado procura para investir. Por outro lado, após o banho de água fria que foi o relatório da DeGolyer and MacNaughton, os investidores ficaram mais céticos quanto à capacidade de Eike Batista entregar tudo o que prometeu. Enquanto a empresa não
apresentar números sólidos, suas ações sofrerão com os ataques dos especuladores profissionais que provocam altas e quedas muito acentuadas. O motivo dos ataques especulativos é explicado quando vemos os resultados que a OGX apresenta sob a ótica da análise fundamentalista. Como OGX ainda não tem receita - o balanço de 2010 apresentou um prejuízo da ordem de 135 milhões e de 214 milhões (acumulado nos últimos 12 meses) no 1º trimestre de 2011 - toda a valorização da OGX até o momento ainda é fruto de especulação, fato comum entre as ações
R ES U LTA D O DA O G X ( M I L )
400.000,00 300.000,00 200.000,00
2010
2011(*)
100.000,00
-
2008
2009
-100.000,00 -200.000,00 -300.000,00
Resultado do balanço da OGX desde abertura de capital Results of the OGX balance sheet since IPO
inside the market
de empresas em fase pré-operacional. Os analistas de mercado estão otimistas quanto às possibilidades de ganho com as ações da OGX. Várias corretoras já revisaram o preço-alvo das ações da
OGX para acima de R$ 30 em dezembro/2011, representando uma valorização de mais de 100% em relação ao preço de fechamento de 15/julho. Para aqueles que acreditam que a OGX pode surpreender positivamente no segundo
semestre, essa pode ser a grande oportunidade de comprar as ações enquanto os preços estão convidativos, lembrando sempre dos riscos envolvidos quando adquirimos ações de qualquer empresa listada na Bolsa de Valores.
*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ, com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Seu trabalho de pós-graduação foi desenvolvido com foco na melhoria de performance das trades através de ajustes de parâmetros dos indicadores. É coautor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e Diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.
The key problem: Will OGX meet the investidors’ expectations? * By Celso Vianna Cardoso In June, 2008, Eike Batista made available the stocks of his oil company, OGX, to the public through a primary offering or IPO, as this type of operation is known, in the Stock Exchange. Since then, the investors have “bought” the promises done by its main manager and the credibility generated by the profit potential from this and other companies have become him the eighth richest man in the world; however, he wants more: he wants the top of the ranking and, to get there, his companies need to meet all their ambitious goals set. Three years later, after the second semester of the current year, OGX will start the production stage in Bacia de Campos, and this will be the key moment, for the market will make figures to check whether the numbers meet the expectations. The market has already shown its confidence on OGX when the first rumors on the Petrobras capital plan started. Investors changed their positions, suspecting that the government plan could harm the minority shareholders, by selling PETR3
and using the money from the sale to buy stocks from OGXP3 in a operation known as long-short. The result: PETR3 stocks fell whereas OGXP3 stocks went in the opposite direction. From March 2008 to September 2009, PETR3 fell from 33.00 to 27.00 (-16%) and OGXP3 rose from seven Brazilian reais (R$ 7) to twenty-two Brazilian reais(R$ 22) (+213%). The message was clear: we need to believe in promises done by Eike Batista rather than in the tough reality of the loss generated to the minority shareholders by the Petrobras capital plan. Since OGX has as its single commitment profit and remuneration of shareholders, being this the company’s profile that the market want to invest in. On the other hand, after DeGolyer and MacNaughton’s report, investors have become more skeptical regarding Eike Batista’s ability to deliver all he promised. While the company does not present solid number, its stocks will be subject to attacks from professional speculators who cause rises and falls very quickly.
The reason of speculative attacks is explained when we take a look at the results OGX shows from the point of view of the fundamental analysis. Since OGX has no revenue – the balance sheet of 2010 shows losses around 135 million Brazilian reaisand 214 million Brazilian reais(accumulated in the last 12 months) in the first quarter of 2011 – all the profit of OGX still comes from speculation, which is a common fact for stocks under pre-operating stages. The market analysts are optimistic about the possibility of profits from OGX stocks. Several stockbrokers have already revised the target-price of the OGX stocks to more than thirty Brazilian reais (R$ 30) in December/2011 representing valuation of over one hundred per cent (100%) regarding the closing price of July, 15. For those who believe that OGX can positively surprise in the second half of this year, that can be the great chance to buy the stocks while their prices are affordable, always reminding about the risks involved when we acquire stocks from any company listed in the Stock Exchange.
* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Management by IBMEC. His post-graduation work was developed with the focus on the trade performance through adjustments of indicators settings. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica” (Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.
MACAÉ OFFSHORE 15
ENTREVISTA
Edalmo Rangel Com apenas um ano de atuação no setor de petróleo e gás, incluindo a indústria naval, a Superintendência de Petróleo e Gás da Caixa Econômica Federal comemora os resultados das suas ações e traz novidades que virão beneficiar empresas e trabalhadores do setor. Superintendente de petróleo e gás, Edalmo Rangel diz que a estimativa do banco é que os financiamentos para o setor totalizem R$ 11 bilhões em 2011. Por Érica Nascimento
Macaé Offshore – A Caixa Econômica é identificada historicamente como banco da poupança e habitação. Como foi para o banco a inserção no setor de Petróleo e gás? Edalmo Rangel – De alguns anos para cá, a Caixa começou a buscar alguns nichos nos segmentos do mercado que têm alguma afinidade com e l a , como, por
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exemplo, a construção civil em 2007 e, no ano passado, o setor de petróleo e gás. Então se criou uma superintendência formada por 15 pessoas exclusivamente para o setor de petróleo e gás. Começamos a visitar o Brasil inteiro nas regiões mais dinâmicas deste setor e chegamos a 30 regiões do Brasil. Partir para o setor de petróleo e gás e naval era uma novidade para nós e com apenas um ano tem sido muito promissor. Com apenas um ano de trabalho, a Caixa firmou cerca de R$ 7 bi de operações com o setor de petróleo e gás, incluindo o naval, para uma empresa que um ano atrás não fazia nada disso. Vamos fazer dois anos comemorando belos números. Além disso, temos a vantagem de posicionar a marca que antes, historicamente falando, esteve associada à poupança e habitação.
Reparação Naval e Offshore (Sinaval) para beneficiar as empresas e seus funcionários filiados ao sindicato, dentro da ótica de financiamentos para moradia. Em seguida, participamos do lançamento do Programa Progredir, criado pela Petrobras, na Rio Oil & Gas, e assinamos um convênio com o Ministério dos Transportes para credenciamento do banco como agente financeiro do Fundo da Marinha Mercante (FMM). E este ano, marcamos presença na Brasil Offshore, tendo sido o objetivo do banco se firmar como fornecedor de soluções de financiamento dessa cadeia produtiva, oferecendo produtos como antecipação de recebíveis e outras soluções de crédito. Agora estamos indo para a próxima edição da Navalshore com uma expectativa muito grande de continuar fechando negócios.
M.O. – Como foi a participação da Caixa nas últimas feiras do segmento naval e offshore?
M.O. – Após assinatura do convênio como agente financeiro do FMM, sendo um dos bancos que integra o Progredir, como avalia os resultados?
E. R. – A Navalshore
E. R. – De lá para cá, já captamos 13
em 2010 foi a primeira feira de que participamos. Nela firmamos um convênio com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e
projetos de construção naval. Somando tudo, mais de R$ 4 bi estão conosco em análise. Um desses projetos, sobre o qual ainda não posso revelar, temos a perspectivas de fechar no início desse semestre. Em Brasília, temos uma área na matriz da Caixa especializada em análise de grandes projetos, como es-
entrevista
ses de construção naval, e de setembro de 2010 para cá, foram seis meses de tramitação no processo, algo recorde, pois antes, um contrato de FMM saía entre nove meses e 12 meses. Consideramos seis meses um prazo ainda longo, queremos trazer isso para quatro meses. E o facilitador disso tudo foi a tecnologia disponível, a redução de tempo, os movimentos de processo e a simplificação de rotinas.
M.O. – O que a Caixa identificou como gargalo no setor da construção naval? E. R. – Ao visitar os estaleiros, eles pontuam que o grande gargalo é a agilidade. A grande expectativa deles é de que os bancos sejam ágeis. Se o banco hoje não tiver agilidade para captar, analisar e definir o projeto, ele perde. A Caixa vive uma verdadeira cruzada pela agilidade nessa área de petróleo e gás, principalmente por haver muita concorrência.
um ano, conseguimos fazer R$ 1 bi em operação de crédito com empresas de diferentes tamanhos. Isso nos animou a chegar a esse portfólio.
M.O. – Diante dos produtos que a Caixa vem oferecendo para atender a esse nicho de mercado, pode-se dizer que está no caminho certo? E. R. – Temos produtos bons, taxas de juros baixas para crédito e capital de giro,
A Caixa vive uma verdadeira cruzada pela agilidade nessa área de petróleo e
M.O. – Com relação a esse novo mercado, pode-se dizer que a Caixa está no caminho certo?
gás, principalmente
E. R. – É um processo de maturação,
por haver muita
o que não dá para ser feito em menos de cinco anos. É um mercado muito organizado, articulado, estruturando com grandes representações como Onip, IBP, Sebrae, Abimaq, Redes Petro, todos parceiros da Caixa. É importante estarmos sempre perto desses parceiros, articulando com eles.
M.O. – Qual a estratégia da Caixa no segmento de petróleo e gás e naval? E. R. – Nossa estratégia está focada na rede de fornecedores. Claro que também operamos com a Petrobras, por exemplo, mas a nossa principal prioridade é a rede de fornecedores e, dentro dela, pequenas e médias empresas são o grande foco a que estamos nos dedicando. Em
concorrência por exemplo, e antecipação de recebíveis extremamente competitivos, o que nos mostra que estamos no caminho certo. Os convênios facilitam crédito para essas empresas. Inclusive, fizemos um com a Abimaq. Vale ressaltar o seguinte: quando você consegue trazer um conjunto de empresas, você consegue taxas mais baixas, diferentemente de quando você se apresenta sozinho. Em um convênio como o que foi feito com o Sinaval, a taxa de juros é muito mais barata. Este é um mercado muito organizado, articulado e
estruturando com grandes representações como Onip, IBP, Sebrae, Abimaq, Redes Petro, todos parceiros da Caixa. É importante estarmos sempre perto desses parceiros, articulando com eles. É um processo de maturação, o que não dá para ser feito em menos de cinco anos.
M.O. – E como tem sido a receptividade das empresas? E. R. – Os movimentos estão acontecendo. Por exemplo: há muitas empresas grandes, que não precisam de um financiamento, mas indicam o seu fornecedor médio e este, o pequeno. Portanto, vale ressaltar que esse conceito de cadeia produtiva é muito importante, pois não adianta somente a grande empresa estar bem e sozinha neste mercado, o fornecedor tem que acompanhar esse crescimento, tem que estar bem também.
M.O. – E nesse período de atuação nos setores de petróleo e gás e naval, o que a Caixa observou como necessidades dessas empresas? E. R. – Quando a gente observa o setor, temos constatações interessantes. A necessidade de crédito é evidente, e os bancos todos estão cumprindo com o seu papel, cada um dentro do seu perfil, mas identificamos, principalmente, a necessidade de capacitação de pessoas. Isso foi notório nas visitas que fizemos durante as feiras. Há uma carência grande de profissionais qualificados, muitos, inclusive, precisam de um curso de inglês, que é uma deficiência em todo o Brasil. Resumindo, além das soluções financeiras, existe muita carência na questão da capacitação, seja ela técnica ou humanística. M.O. – E a Caixa traz uma solução para isso? E. R. – Em breve lançaremos uma linha MACAÉ OFFSHORE 17
ENTREVISTA
de crédito para capacitação de profissionais do setor de petróleo e gás e naval, firmando convênios com as empresas para que o seu funcionário possa fazer um curso de inglês pagando em 36 meses, por exemplo.
M.O. – E além dessa linha de crédito, há outro convênio que venha beneficiar o trabalhador? E. R. – O empregador quer reter os melhores talentos da empresa e não consegue fazer isso apenas com salário, mas sim oferecendo uma capacitação e a família dele abrigada em uma moradia digna. Então, com relação à moradia, podemos dizer que se a Caixa entrasse nesse setor de petróleo e gás apenas como outro banco já faz, nós não teríamos uma diferenciação. Então, qual a diferenciação que a caixa propõe? Ela está entrando neste setor
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vencendo algumas barreiras. O empregador diz: quero financiar as moradias dos funcionários! A Caixa já está financiando 1.300 moradias para os funcionários do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Recife. As casas estão em andamento e algumas unidades serão entregues agora em setembro. E o único banco que pode fazer isso é a Caixa, pois oferece o financiamento.
M.O. – E como isso pode ser feito e quais as vantagens? E. R. – Essa linha pode ser feita diretamente com o funcionário que vai à Caixa ou por meio de um convênio, com a autorização da empresa, seja ela doando ou comprando um terreno. Com relação à vantagem, em Recife, por exemplo, no município Cabo de Santo Agostinho, o aluguel das casas que era em torno de R$ 200, já está R$
800. No financiamento do Minha Casa Minha Vida, a prestação é de R$ 180, ou seja, você paga pelo que é seu. Não adianta nada o trabalhador receber um salário de R$ 2 mil e ter que pagar R$ 800 de aluguel. É ilusão de que está ganhando bem, pois acaba não tendo como investir em outras coisas.
M.O. – Pode-se dizer que esses são os desafios? E. R. – Considero o crédito e a capacitação os maiores desafios. Também precisamos de uma política industrial bem clara, regras transparentes, para o investidor saber até onde ele vai e, principalmente, redução das taxas de juros, enfim, são várias ações. Portanto, diante desses desafios, nós da Caixa, hoje, trabalhamos praticamente com três pilares: soluções de crédito, capacitação e moradia.
entrevista
MACAÉ OFFSHORE 19
INTERVIEW
Edalmo Rangel Acting for only one year in the oil and gas sector, including the naval industry, the Oil and Gas Superintendence of Caixa Econômica Federal celebrates the results of its measures and presents news that will benefit companies and workers of the sector. Oil and gas inspector, Edalmo Rangel says that the bank estimates funding possibilities for the sector of around eleven billion Brazilian reais (R$ 11 billion) in 2011. By Érica Nascimento
Macaé Offshore – Caixa Econômica has been historically seen as a bank for savings and mortgage. How was the insertion of the bank in the oil and gas sector?
M.O. – After signing agreement as a financial agent of FMM, being one of the banks comprising Progredir, how do you evaluate the results?
Edalmo Rangel – A few years back, Caixa has just started to enter in market sectors with some degree of affinity, such as building in 2007 and, in the last year, the oil and gas sector. After that, superintendence was created comprising 15 persons exclusively intended for the oil and gas sector. We started visiting the most dynamic regions of this sector in Brazil, and we have found 30 of them. Going towards the oil and gas sector was something new to us and it has been very promising. After just one year of work, Caixa has entered with seven billionreais (R$ 7 billions) into operations with the oil and gas sector, including the naval industry. One year ago, Caixa did not even have this type of transaction. We are about to celebrate two years of great accomplishments. In addition, we have the advantage of repositioning the brand, which was, historically speaking, related to savings and mortgage.
E. R. – Since then, we have already attracted 13 projects from the naval industry. In a sum, more than four billion reais (R$ 4 billion) are under our analysis. We hope to make an agreement for one of these projects, which cannot be revealed yet. In Brasília, we count on one sector in Caixa head office special-
M.O. – How was Caixa participation in the last naval and offshore fair? E. R. – Navalshore 2010 was the first fair we have participated. We entered into an agreement with the National Union of Naval and Offshore Construction and Maintenance Industry (SINAVAL) to benefit companies and its employers affiliated to the union, within the financing perspective for housing. Next, we participated in the release of Programa Progredircreated by Petrobras, at Rio Oil and Gas, where we signed an agreement with the Department of Transport, for accredit the bank as a financial agent of this productive chain, offering products such as prepayment of receivables and other credit solutions. Now, we are going to the next edition of Navalshore, looking forward to keep on closing deals. 20 MACAÉ OFFSHORE
Caixa is in a real crusade for agility in the oil and gas sector, mainly due to large competition ized on the analysis of large projects, such as these from the naval industry. Since September, 2010, the handling of the case has taken 6 months, which a record, for one agreement of FMM used to take from nine to twelve months. We consider six months as a long-term; however, we want to take it to four months only. What facilitates all this
is the technology available, time reduction, processes moves and routine simplification.
M.O. – What has Caixa identified as a “bottleneck” in the naval construction sector? E. R. – When they visited the shipyards, they saw agility as the main “bottleneck”. Theyexpect banks to be agile. If the bank is not fast to attract, analyze and define the project, it will lose it. Caixa makes its best to speed the oil and gas sector, mainly due to the competitors.
M.O. – Regarding this new market, can we say that Caixa is on the right track? E. R. – It is a maturation process, which takes at least five years. It is a market organized, articulated, structured with great companies like Onip, IBP, SEBRAE, Abimaq, Petro Chains, all partners of Caixa. It is important for us to be close to these partners, dealing with them.
M.O. – What strategy does Caixa use in the oil, gas and naval sectors? E. R. – Our strategy is focused on the supplier network. Of course we also operate along with Petrobras, for example, but our main priority is the supplier network and, comprising it, small and middle-sized companies. In one year, we could trade one billion reais(R$ 1 billion) for credit operations with companies of distinct sizes. That encouraged us to make this portfolio.
M.O. – According to the products Caixa has been offering to meet this market sector, is it possible to
INTERVIEW
say that Caixa is on the right track? E. R. – We provide good products, interest rates are extremely competitive, for example, for credit and floating capital, as well as prepayment of receivables, showing that we are on the right track. The agreements facilitate credit to these companies. By the way, we have signed one with Abimaq. It is worth noticing: when you can bring to you a set of companies, you can provide lower rates when compared to a single company. For instance, in an agreement entered into between Caixa and Sinaval, the interest rate is much lower. It is a market organized, articulated and structured with great companies like Onip, IBP, SEBRAE, Abimaq, Petro Chains, all partners of Caixa. It is important for us to be close to these partners, dealing with them. It is a maturation process, which takes at least five years.
M.O. – How good have companies been receiving the idea? E. R. – Things are happening. For example: there are many large companies that do not need financing, addressing a middle-sized supplier and this address a small-sized one. Therefore, it is worth noticing that the concept of supplier network is very important. The supplier needs to follow this development and be in good conditions as well.
M.O. – What needs has Caixa found in the companies during this period acting in the oil, gas and naval sectors?
E. R. – When we take a look over the sector, it is possible to notice interesting findings. The need for credit is clear, and banks are fulfilling their role, each one inside their own profile; however, we have mainly found the need for personnel training. That became evident during our visits on our vacation. There is a lack of skilled professionals, who also need English courses, which is a failure in Brazil. Summarizing, in addition to the financial solution, there is a lack of capacity, that is, either in technical or human terms.
M.O. – Does Caixa provide a solution for that? E. R. – Soon we will release a credit line for professional training in the oil, gas and naval sectors, by making agreements with companies, so that employers may attend an English course, and pay for it in up to 36 months, for example.
M.O. – Besides the credit line, is there any agreement that will benefit the employee? E. R. – The employer wants to preserve the best talents of the company, but he can do it not only through good wages, but rather by providing training, and his/her family sheltered in a good house. Thus, regarding housing, if Caixa entered in this oil and gas sector just like already does, we would not be different. So, what makes us different? Caixa is in this sector to overcome some barriers. The employer says: I want to provide house financing of the employees! Caixa is already financing 1,300 homes for employ-
ees of Estaleiro Atlântico Sul (EAS), in Recife. Houses are under construction and a few units will be delivered this September. Caixa is the only bank capable of doing that, for it provides financing.
M.O. – How can do this be done and what are the advantages? E. R. – This credit line can be done by the employee who goes to Caixa or by means of an agreement, with previous consent of the company, donating or buying a terrain. We may cite an advantage, in Recife, for instance, in the municipality of Cabo de Santo Agostinho, where rent prices rose from two hundred reais (R$ 200) to eight hundredreais (R$ 800). At Minha Casa Minha Vida financing, the benefit is one hundred and eight hundred Brazilian reais (R$ 180), that is, you pay for what is yours. It is no use earning a salary of two thousand reais (R$ 2,000) and paying eight hundred reais (R$ 800) for rent. It is just an illusion to think you are earning well, because you have to invest in other things.
M.O. – Could you say that these are the challenges? E. R. – I consider credit and training the biggest challenges. We also need a quite clear industrial policy, transparent rules, so that the investor can go and, most of all, reduction in the interest rates. Therefore, Caixa works based on three pillars: credit solutions, training and housing.
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comunicação
Érica Nascimento
A Harris CapRock é fornecedora global de comunicações por satélite e de tecnologia da informação Harris CapRock is the global provider of satellite and information technology communications
Novos conceitos de
comunicação Empresas oferecem sistemas que garantem segurança, qualidade e conforto nas unidades marítimas no setor de petróleo e gás Por Érica Nascimento
O
s novos conceitos de plataformas e embarcações do setor de petróleo e gás exigem novas tecnologias,
principalmente quando o assunto é telecomunicação, que venham garantir segurança, qualidade dos serviços e conforto dos trabalhadores em regime de confinamento. O desenvolvimento de tecnologias em telecomunicação para as áreas remotas sempre foi um desafio para as empresas deste segmento, mas, diante 22 MACAÉ OFFSHORE
das perspectivas que a indústria de petróleo traz, elas estão investindo em soluções completas, aportando novidades para seus clientes. A OnixSat Telecom é uma delas. Trabalhando em parceria com empresas líderes, como a Inmarsat e a Iridium, a empresa, desde 2005, atua na área de telecomunicação via satélite, com rastreamento de embarcações e também provendo capacidade satelital para embarcações. “Atendemos empresas e
embarcações offshore, embarcações de logística, transporte de interior, navegação de cabotagem, inspeção e engenharia de dutos no setor de petróleo, entre outras, em áreas remotas”, disse Adriano Leite, consultor de vendas da Onixsat. A empresa nos últimos anos teve um desenvolvimento muito grande, principalmente com a exploração no mercado offshore depois das descobertas do pré-sal. “Para nós agora tem sido um momento oportuno, até a própria cota-
comunicação
ção atual do dólar frente ao real, ou viceversa, nos é atrativa. Isso porque nossos serviços são contratados por empresas estrangeiras. Esse crescimento da retomada naval tem sido visto com ótimos olhos, principalmente com relação à informatização e à alta tecnologia que estão entrando nas embarcações”, disse Willian Beneveti, gerente de marketing da OnixSat.
necessitam de uma antena e banda maiores e, principalmente, de serviços agregados, como comunicação sem fio, serviços de vídeos (videoconferência) e internet. “Estamos preparados para prover estas soluções, seja nas plataformas ou em terra, com o que chamamos de teleporto. Temos dois no Brasil, baseados em Macaé, com uma equipe forte de técnicos”, revela o gerente.
A Harris CapRock, fornecedora global de comunicações por satélite e de tecnologia da informação e comunicações, também está otimista com o mercado. Acompanhar o crescimento, principalmente no setor naval e offshore, é uma peça chave para seus negócios.
Para a RigNet, empresa atuante neste mesmo segmento, o Brasil, com seu crescimento no setor naval, se destaca no cenário mundial como uma grande oportunidade para investimentos. A empresa quer acompanhar esse desenvolvimento e já está com uma posição consolidada no mercado de petróleo e gás. “Historicamente, começamos como uma prestadora de serviços das plataformas focando o mercado de óleo e gás mundial, e nossos clientes começaram a ter necessidade de produtos e serviços mais completos, então, passamos a oferecer a conexão via satélite provendo produções completas e customizadas de voz, dados, acesso à internet e vídeo”, disse Hector Maytorena, da VP & GM – Américas da RigNet.
“Tem mercado para todo mundo. Basta saber onde e em quem se encaixa seu portfólio de produtos. O desafio agora é continuar mantendo a qualidade, apresentar as soluções e estar sempre à frente do cliente”, disse Leonardo Toco, gerente de negócios da Harris CapRock na América Latina. Segundo Leonardo, por estarem situados em áreas remotas, as plataformas, navios de apoio e demais embarcações
Divulgação / RigNet
A RigNet já está com uma posição consolidada no mercado de petróleo e gás
Segurança e conforto As empresas deste segmento estão focando seus investimentos em tecnologia que provê, além da qualidade dos serviços nas embarcações, segurança e conforto para a tripulação. Trabalhar em regime de confinamento exige, por parte dos trabalhadores, uma grande resistência emocional, o que do contrário pode desencadear em deficiência na qualidade do seu trabalho, ocasionando riscos tanto para sua saúde, quanto para a operação da unidade onde trabalha. Em muitos casos, trabalhadores desistem de embarcar devido à falta de disponibilidade de meios de comunicação que lhe permitam comunicar-se com sua família, por exemplo, nos seus horários de folga, durante o confinamento. Portanto, as empresas defendem a tese de que é importante investir em sistemas de telecomunicação que venham proporcionar conforto e lazer aos trabalhadores. “Esses profissionais realmente precisam desse bem-estar. Comunicação é sinônimo de segurança, sobrevivência, navegação, de saúde e bem-estar. Tudo isso está envolvido com a questão do provimento de serviço de telecomunicações para a indústria naval”, disse Maurício Rubinsztajn, gerente geral da RigNet no Brasil. Nesse sentido, a RigNet oferece um pacote de serviços, como o de voz, que permite aos trabalhadores se comunicar com suas famílias, com suas bases, por questões de segurança; oferece ainda os serviços de internet, uma exigência neste setor, e os serviços de imagem e de televisão via satélite.
RigNet has already a consolidated position in the oil and gas market
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comunicação
No caso da Harris CapRock e da Onixsat, elas ressaltam o sistema em que o trabalhador recebe um cartão telefônico que lhe permite efetuar ligações particulares. A internet é outro meio fundamental para a comunicação, e essas empresas desenvolveram ainda sistemas, como um cyber café, que permite ao trabalhador ter uma opção de lazer nas suas horas de folga. “A faixa etária está mudando e o pessoal novo que chega está acostumado a ter conectividade desde cedo”, acrescenta Leonardo, lembrando que a nova geração de profissionais atua conectada o tempo todo”,
observou Leonardo Toco. Segundo Adriano Leite da Onixsat, oferecer conforto aos tripulantes passa a ser um grande diferencial para as empresas. Ele ressalta que a telefonia é o meio básico das comunicações, pois hoje você tem sistemas que permitem montar diversos pontos, como, por exemplo, o cyber café. “Hoje, muitos de nossos clientes têm utilizado essa solução como recurso para captação de talentos no mercado. Os trabalhadores preferem o conforto e muitas vezes recusam oferta de melhores salários de uma nova proposta de emprego porque a atual empresa lhe oferece
essa comodidade, a segurança e o acesso à família”, disse. Por fim, ambas as empresas defendem a afirmativa de que as proprietárias das embarcações devem tratar sua tripulação como um cliente, oferecendo a ela melhores condições de trabalho, com conforto, segurança e entretenimento por meio da comunicação. O mais interessante nesse caso, independentemente de onde o sistema seja implementado, é que essas empresas proporcionam essas tecnologias por um baixíssimo custo e de forma acessível para as pequenas e grandes empresas e para as operadoras. Divulgação / OnixSat
A OnixSat Telecom trabalha em parceria com empresas, fornecendo sistemas de telecomunicação OnixSat Telecom works in partnership with companies, providing telecommunication systems
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comMUNICATION
New concepts of
communication Companies provide systems, safety, quality and comfort to the offshore units in the oil and gas industry By Érica Nascimento
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he new concepts of platforms and ships of the oil and gas industry require new technologies, especially when the issue is about telecommunication, made to guarantee the safety, the quality of services and the comfort for employees in confinement. The development of new technologies in telecommunication, for remote areas, has always been a challenge to the companies of this sector. However, due to the oil industry predictions, companies have been investing in broad solutions and bringing news to its clients. OnixSat Telecom is one of these companies. Working in partnership with leading companies, such as Inmarsat and Iridium, the company, since 200, operates in the satellite services, with ship tracking and also satellite capacity to ships. “We work for offshore companies and ships, logistics ships, internal transport, coasting, duct inspection and engineering in the oil industry, among others at remote areas”, Adriano Leite said, sales consultant for OnixSat. Lately, the company has been developing quite fast, especially regarding the exploration of offshore market after the discovery of the pre-salt layer. “For us, it has been a good moment; even the comparison itself between the dollar and real, or vice-versa, attracts us. This happens because our services are requested by foreign companies. The growth of the naval industry has been frowned upon, especially regarding computing and high technology at ships”, Willian Beneveti said, marketing manager for OnixSat. Harris CapRock, a global provider for satellite communication and information and communication technologies, is optimistic about the market. Follow the growth, especially in the naval and offshore sector, is a key factor for its business. “The market is open to everyone. You just need to know where and who matches your product portfolio. The challenge now is to continue maintaining quality and provide solutions, as well as being ahead of its client”, Leonardo Toco said, business manager
for Harris CapRock in Latin America. According to Leonardo, being located in remote areas, the platforms, support ships and other ships need bigger antennaand band and, most of all, added services, such as wireless communication, video services (videoconference) and Internet. “We are ready to provide this solutions, at platforms or onshore, by using what we named as teleporto (teleport). We have two of them in Macaé, counting on a strong technical team”, the manager says. To RigNet, a company that operates in this sector, the increase in the naval sector in Brazil stands out in the world scene as one great opportunity for investment. The company wants to follow such development, and is already consolidated in the oil and gas market. “Historically, we started as a service provider to the platforms, focusing on the oil and gas world market; thus, our clients started requiring more complete products and services. So, we started providing the satellite connection with the supply of customized and complete productions of voice, data, access to Internet and video”, Hector Maytorena said, VP & GM – RigNet Americas.
Safety and comfort The companies of this sector focus their investments on technology that provide, besides quality of services in the ships, the safety and the comfort of the crew. Working in confinement requires from employees a huge emotional resistance; otherwise, it may create inefficiency to the quality of their work, resulting in risks both to their health and in the operation of the unit where they work on. In many cases, employees give up boarding due to lack of availability of means of communication enabling communication with their families, for instance, in their off-duty, during confinement. Therefore, companies believe it is important to invest in communication systems that provide comfort and leisure to the employees. “These professionals really need this welfare.
Communication is synonym of safety, survival, sailing, health and welfare. All this is related to the provision of telecommunication service to the naval industry”, Maurício Rubinsztajn says, general manager of RigNet in Brazil. In this sense, RigNet provides a package of services, such as voice, allowing employees to get in touch with their families, bases and due to safety issues; Internet services (a necessity in this sector), and satellite television. In the case of Harris CapRock and OnixSat, they point out the system in which employees are given a telephone card allowing private calls. Internet is another vital mean for communication, and these companies develop systems, such as a cyber café, enabling employees to have off-duty leisure options. “The age rate has been changing, and this new team is used to be online since very early, Leonardo adds, reminding that the new generation of professionals works online all the time”, he points out. According to Adriano Leite from OnixSat, providing comfort to the crew makes all the difference to companies. He points out that telephony is the most basic mean for communication, since there are systems that enable to set several points, such as the cyber café. “Nowadays, many of our clients have been using this solution as a resource for finding talents in the market. Employees prefer comfort and, many times, refuse to earn better salaries from a job offer, because the current company already provides such convenience, safety and access to the family”, he said. Finally, both companies defend the statement that the ship owners should consider their crew as a client, providing them with the best work conditions, comfort, safety and entertainment through communication. The most interesting fact in this case, regardless where the system is implemented, is that these companies provide such technologies with very low prices, in an accessible way, to small and large-sized companies and operators. MACAÉ OFFSHORE 25
TECNOLOGIA
Prevenção:
palavra chave quando o assunto é corrosão Mercado de revestimento desenvolve anticorrosivos de alto desempenho Por Érica Nascimento
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Divulgação
palavra desafio não sai do vocabulário dos empresários, principalmente quando o assunto é mercado de petróleo e gás, naval e pré-sal. Não poderia ser diferente para a indústria de tintas e revestimentos que atende este setor e, por conta disso, as empresas vêm se preparando para atender este mercado, apresentando soluções e desenvolvendo novas tecnologias contra a corrosão e o desgaste de materiais, presentes nesta indústria, que geram prejuízos para as empresas e danos irreparáveis ao meio ambiente. As empresas veem com grandes perspectivas este mercado, caso da Renner Protective Coatings, do grupo Renner Herrmann S.A. “Os segmentos naval e offshore realmente estão aquecidos e necessitam de fornecedores que apresentem capacidade produtiva, logística e condições técnicas, com pessoal técnico treinado e capacitado. Nossas perspectivas de crescimento são da ordem de 15% ao ano”, disse Clayton Queiroz Júnior, gerente geral de vendas da Renner. Nuno Cipriano, gerente de contas global da Sherwin-Williams Euronavy, lembra que o plano de investimento 26 MACAÉ OFFSHORE
Capacidade produtiva com pessoal técnico treinado ainda é uma necessidade do mercado de revestimento nos seguimentos naval e offshore Productive capacity with trained technical personnel is still a need of the coating marketing in the naval and offshore sector
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TECNOLOGIA
da Petrobras para os próximos dez anos prevê a construção de novas plataformas, navios, refinarias, etc., de modo a duplicar o número de ativos existentes, diante disto, ditando este cenário como uma grande oportunidade para as empresas deste segmento. “A pintura representa um dos pontos mais importantes da operação destes equipamentos. O mercado dos revestimentos irá, sem dúvida, estar entre os mercados de maior procura por parte dos fabricantes e empreiteiros que fornecem serviços e produtos para a Petrobras”, pontua ele. No mercado de pintura industrial, a corrosão e o desgaste de materiais são uma das maiores preocupações nos processos de perfuração e produção de petróleo e gás offshore, pois ocorrem em uma das mais perigosas condições ambientais, sendo prejudiciais para as estruturas de navios, equipamentos e
tubulações. Diante disso, as empresas estão apresentando inúmeros tipos de métodos anticorrosão, inclusive o uso de tintas anticorrosivas, produto demandado pela maioria dos estaleiros brasileiros e internacionais na construção de navios, FPSOs e equipamentos submarinos. Redução dos custos de produção desses suprimentos ou melhoria do desempenho de cada produto são outros desafios pontuados nessa indústria. A preocupação com o meio ambiente e a saúde do trabalhador que manuseia os produtos também recebem uma atenção especial, uma vez que as empresas têm que cumprir rigorosas exigências legais. “As exigências desse mercado estão relacionadas ao fornecimento de produtos de baixo impacto ambiental,
de performance anticorrosiva comprovada, que sejam cada vez mais fáceis de utilizar, não sendo necessários equipamentos sofisticados para aplicação e, sobretudo, que resultem em alta produtividade e baixo custo”, afirma Clayton Queiroz. No que se refere a revestimento que tenha a maior performance possível e cause o menor impacto possível em nível de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), a Sherwin Williams possui um grande histórico de aplicação de tintas sem solventes e tolerantes de superfície, preparadas com hidrojato. “Fomos pioneiros na promoção da tecnologia que utiliza água em vez de abrasivos. Além de ser mais econômico, é também um processo com maior produtividade, seguro para os trabalhadores e de baixo impacto ambiental”, informou o gerente Nuno Cipriano.
A prevenção é o melhor negócio A corrosão é a grande ameaça e os fornecedores e instituições como a Associação Brasileira de Corrosão (Abraco) e a Nace International, associação reconhecida em todo o mundo como a principal autoridade em soluções para o controle da corrosão, vêm debatendo esse assunto por meio de encontros e workshops, em que ressaltam a importância da prática da prevenção, ao invés de tentar reparar um dano muito maior depois. Nesse caso, a pintura com tinta anticorrosiva vem se tornando a solução preferida dos clientes. No caso da Renner, seus produtos de altos sólidos e baixos teores de voláteis também atendem às necessidades do setor para a prevenção de incêndios e explosões e visam ainda à manutenção da saúde dos usuários. “Esta tecnologia e esses cuidados estão presentes nas tintas e nos revesti28 MACAÉ OFFSHORE
Divulgação / Sherwin-Williams
riar consideravelmente de acordo com a utilização ou não de tintas e revestimentos de alta performance, segundo informou Clayton Queiroz. Os produtos de altos sólidos, isentos de metais pesados, por exemplo, visam à diminuição do tempo de execução dos trabalhos de reparação e ao aumento do prazo entre docagens. “Com isso, há um ganho em produtividade e redução de custos com pintura. Esses produtos são considerados user friendly, uma vez que facilitam seu manuseio e não agridem o usuário”, comenta. Nuno Cipriano, Gerente Global de Contas Sherwin-Williams / Euronavy Nuno Cipriano, global accounts manager of Sherwin Williams Euronavy
mentos anticorrosivos de alto desempenho da Renner, informou o gerente da Renner. A vida útil de uma embarcação e seu período em atividade podem va-
Segundo observa Nuno Cipriano, o objetivo de qualquer operador/produtor de petróleo é minimizar custos de operação (manutenção) e tempos de paragem dos equipamentos. A Sherwin Williams cita um de seus produtos, o EURO-basic ES301, uma das tecnologias de tintas tolerantes de superfície, sem solventes. “Uma das características
tecnologia
principais do ES301 é precisamente a capacidade de obter aderências muito elevadas, conferindo um excelente desempenho com preparação de superfície efetuada com hidrojato”, explica o gerente. A Renner traz como grande novidade o Revolux DLV 870, um poliaspártico de dupla função, que pode substituir o primer ou o intermediário por possibilitar altas espessuras em uma única demão (250 /um), apresenta altíssima resistência aos raios UV e altos sólidos, proporcionando alto rendimento e baixo custo, pois aumenta a produtividade, transformando um sistema de três demãos em um de duas demãos. “Temos produtos para as mais variadas necessidades e desenvolvemos produtos específicos, de acordo com o projeto de cada cliente”, disse o gerente da Renner.
Conceito no mercado A Renner Protective Coatings, do grupo Renner Herrmann S.A., é uma empresa nacional que atua neste mercado de tintas e revestimentos anticorrosivos há 84 anos. Durante esse período, dedicou-se à inovação, ao desenvolvimento de produtos de alta tecnologia, ecologicamente corretos. Está preparada para atender esse mercado com as homologações IMO/PSPC das classificadoras DNV e ABS. A empresa investe continuamente no desenvolvimento de novas tecnologias, no treinamento de sua equipe nos mais altos padrões de reconhecimento como Nace, Abraco e Sequi, oferecendo treina-
mento também a seus clientes. A Sherwin Williams é uma fabricante aprovada pelos testes das regras do IMO PSPC para esquemas alternativos de pintura, utilizando como preparação de superfície o hidrojato e shop primer epoxi livre de Zinco (metal pesado). A empresa não só se preocupa com a venda de produtos de melhor qualidade e desempenho, mas também com o apoio técnico oferecido e a capacidade logística de uma empresa Brasileira com 59 lojas espalhadas pelo Brasil, permitindo assim cobrir todas as necessidades dos seus clientes “just in time”.
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TEChNOLOGy
Prevention: the key word against corrosion
Coating market develops high-performance anti-corrosion products
By Érica Nascimento
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he word “challenge” is often used by businessmen, especially when the issue is oil, gas naval and pre-salt market. That could not be different to the paint and coating industry of this sector and, on account of that, companies have been preparing to meet this market, introducing solutions and developing new technologies against corrosion and material wear, found in this industry, which generates losses to companies, and irreparable damages to the environment. Companies have been creating great expectations for this market, such as Renner Protective Coatings, from the Renner Herrmmann S.A. group. “The naval and offshore sectors are really heated and need suppliers that have manufacturing and logistic capacity, as well as technical conditions, with trained and skilled technical personnel. Our growth prospects are about 15% per year”, the general sales manager of Renner said, Clayton Queiroz Junior. Nuno Cipriano, global accounts manager of Sherwin Williams Euronavy, reminds that the investment plan of Petro30 MACAÉ OFFSHORE
bras, for the ten next years, foresees the building of new platforms, ships, refineries, etc., with a view to double the number of the existing assets and, due to that, leads this scenario as a huge opportunity for companies of this sector. “Painting represents one of the most important points of operation of this equipment. The coating market shall undeniably be one of the major markets to manufacturers and contractors who provide services and products to Petrobras”, he points out. In the industrial painting market, corrosion and material wear are one of the major concerns at the processes of oil and offshore gas drilling and production, because they occur in one of the most dangerous environmental conditions and are harmful to the structures of ships, equipment and pipes. Therefore, companies have been developing a series of anti-corrosion methods, including anti-corrosion paints, which is a product demanded by the majority of Brazilian and foreign shipyards for shipbuilding, FPSOs and subsea equipment. Other challenges to this industry are the reduction of production costs of these
supplies and improving the performance of each product. The concerns about the environment, and the health of the employee who handles these products, also receive special attention, once companies must to meet severe legal requirements. “The requirements of this market are related to the provision of low environment impact products with proven anticorrosion performance and easier to be used, which also do not demand the application of sophisticated equipment and, mostly, which result in high productivity and low cost”, Clayton Queiroz states. Regarding the coating with the higher possible performance that causes the lower possible impact in terms of Safety, Environment and Health (SMS), Sherwin Williams has a long history of application of paints without solvents and surface tolerants prepared with water jet. “We have been pioneers in the promotion of technology which uses water rather than abrasives. Besides being more economical, it is also a process with higher productivity and much lower environment and safety impact by the employers”, manager Nuno Cipriano informed.
Prevention is the best deal Corrosion is the major threat to suppliers and institutions such as Corrosion Brazilian Association (ABRACO) and Nace International, an institution considered worldwide as the main authority on solutions for corrosion control, has been discussing about this issue at meeting and workshops, where the importance of prevention is highlighted rather than trying to fix a larger damage later. In this case, painting with anti-corrosion paints has been the favorite solution for clients. In the case of Renner, its products in high solids and low levels of volatile also meet the needs of the sector for preventing fires and explosions, aiming at the maintenance of the users’ health. “This technology and such care are included in Renner’s paints and highperformance anti-corrosion coatings, the manager of Renner informed. “The life of a ship and its time under activity can vary considerably according to the use or not of paints and high-performance coatings”, Clayton Queiroz says. The products of high solids, without heavy metals, for instance, aim at decreasing the duration of repair works and at increasing the period of time between dockings. ”Therefore, there
is production increase and cost decrease resulting from painting. These products are considered user friendly, since they facilitate its handling and do not harm the user”, he comments. According to Nuno Cipriano, the purpose of oil operator/producer is to minimize the operational costs (maintenance) and downtown of equipment. Sherwin Williams cites one of its products, EURO-basic ES301, one of the technologies of surface-tolerant paints, without solvents. “One of the main characteristics of ES301 is its ability to provide high adherence, thus enabling excellent performance for surface preparation done with water het”, the manager explains. Renner presents Revolux DLV 870, a double-function polyaspartic which can substitute the prime or the intermediate to enable high widths at a single coat (250/1), and high resistance to UV rays and high solids, enabling high efficiency and low cost, for it increases productivity, transforming a three-coat system and one two-coat system. “We have products for several uses, and we develop new specific products, according to the project of each client”, he says.
Concept in the market Renner Protective Coatings, from group Renner Herrmann S.A, is a Brazilian company and has been acting in this paint and anti-corrosion coating market for 84 years. During this time, it has been dedicated to innovation, development of hightechnology products, as well as products ecologically correct. The company is ready to meet the requirements of this market by homologations IMO/PSPC of DNV and ABS classifiers. The company continuously invests for the development of new technologies, training its staff with the highest levels of quality, such as Nace, Abraco and Sequi,
and also provides training to its clients. Sherwin Williams is a manufacturer approved by tests of IMO PSPC, alternative painting schemes, using water jets and free zinc shop primer epoxy (heavy metal) as surface preparation. The company is not only concerned about products with better quality and performance, but also about the technical support provided and the logistic capacity of a Brazilian company with more than 59 shops throughout Brazil, thus allowing to meet all its customers’ needs, “just in time”. MACAÉ OFFSHORE 31
TECNOLOGIA
contêineres
Segmento de requer certificações
Empresas apostam e se preparam para atender às exigências do mercado Por Érica Nascimento
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Divulgação / NHJ
mercado de contêineres offshore está aquecido e as empresas fabricantes de módulos para as unidades marítimas estão se preparando para grandes negócios nesse segmento, investindo em tecnologia, certificação e priorizando o conteúdo nacional, principalmente por estarem atentas às contratações da Petrobras na construção de plataformas nos próximos anos. E é a partir de 2013 que a Petrobras não mais aceitará contêineres offshore sem certificação para suas operações, segundo informações da consultora especializada em movimentação de cargas da Bureau Veritas (BV), Tatiana Isaltino. De acordo com ela, a maioria das empresas está, neste momento, buscando entender as novas necessidades e se adequar antes da data limite. A respeito dos desafios para as empresas, a consultora aponta quesitos importantes, como o entendimento completo das normas aplicáveis, a qualificação da empresa e de seus profissionais dentro dos requisitos de certificação e a garantia de custos competitivos, principalmente junto às empresas que hoje estão trazendo seus contêineres fabricados no exterior a custos mais baixos. Quanto ao conteúdo local, André Isaltino, gerente de certificação da BV, diz que a Petrobras divulgou que para as próximas licitações de contêineres offshore, 32 MACAÉ OFFSHORE
A certificação de contêineres é uma das exigências do mercado The certification of containers is one of the market’s demands
a exigência de sua certificação será a mesma conforme já publicado pela companhia. “Esta é uma tendência que o próprio governo brasileiro tem exigido na indústria naval, e a Petrobras, como participante ativa nesta indústria, não poderia estar de fora”, disse. De acordo com o gerente, a certificação deste tipo de equipamento nunca foi mandatória no País e ele vê isso como um ponto crítico para o segmento. Já com relação aos maiores gargalos, a mão
de obra qualificada para a fabricação destes contêineres e o aço que se enquadra nos requisitos mínimos estabelecidos pelas normas são destaque. Há 16 anos no mercado, a NHJ do Brasil, que oferece projetos de locação e venda de módulos habitáveis, contêineres marítimos e refrigerados, desenvolve tecnologias exclusivas produzindo inovação para solução de espaço. Seus produtos possuem certificação internacional IMO-860 ou DNV-271.
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O diretor comercial e administrativo da NHJ, André Machado de Oliveira, diz que a empresa passou por diversas dificuldades com relação ao paradigma da Certificação IMO/860, até então desconhecida no Brasil. Entre outros pontos críticos desse segmento, ele ressalta a carência de fornecedores de matéria prima (exigências quanto à rastreabilidade de cada conteúdo), carência de profissionais devidamente qualificados e elaboração de projetos certificados pelas normas internacionais.
“Inauguraremos, em breve, a base para construção de módulos em Charqueadas, no Rio Grande Sul, que está sendo projetada para construir até vinte unidades simultaneamente. Entretanto, é a partir
das bases de Macaé e de São Vicente que teremos nosso maior foco em projetos Taylor made para cestas, caixas contêineres e skids, devidamente certificados”, disse o diretor da IESA, Laudezir Carvalho. Divulgação / NHJ
“Quando conquistamos o desafio, percebemos que nosso investimento colocou a NHJ em destaque dentro da indústria nacional de fornecedoras offshore, tendo em vista que este movimento ou adequação a padrões internacionais não terá mais retorno”, disse o diretor. Com soluções em portas, janelas, piso elevado, tetos, anteparas e banheiros modulares, a dinamarquesa Dânica Norac oferece ao mercado projetos de interiores navais e offshore atendendo a todas as normas do mercado. “Projetamos acomodações marítimas completas visando à segurança e ao conforto, conforme as necessidades dos nossos clientes”, disse o diretor geral da Dânica, Steffen Nevermann, acrescentando que sua empresa está cadastrada no CRCC da Petrobras. A IESA O&G é outra empresa deste segmento que vem executando obras de porte, construindo módulos para plataformas de produção. A empresa detém os certificações internacionais ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, SA 8000 e ISO-TS 29001 e tem planos de investimentos para sua expansão. Ela está no mercado offshore, especificamente em Macaé, desde o início da década de 90. Hoje conta com aproximadamente mil colaboradores, desenvolvendo atividades de manutenção, modernização e complementos para plataformas da Petrobras e empresas internacionais.
A construção das acomodações para unidades naval e offshore devem seguir as normas exigidas pelas instituições classificadoras The building of the accommodations for naval and offshore unities shall follow the rules required by the classification institutions
Foco na nacionalização As empresas vêm mostrando uma preocupação com o conteúdo nacional exigido. Para a NHJ, a indústria nacional pode e deve ocupar cada vez mais seu espaço de destaque num cenário de crescimento global de energia. Tal demanda fez a empresa assumir e conquistar profissionalmente novos patamares de certificação e qualidade em nível internacional. “Temos orgulho de ter desenvolvido e implementado um projeto e produtos, sendo uma das únicas empresas brasileiras a fazer isto com 100% de conteúdo local”,
frisou Machado. Aproveitando as oportunidades do mercado, a dinamarquesa Dânica Norac também está investindo pesado neste segmento, apostando no desenvolvimento da indústria naval, com a construção de unidades marítimas, oferecendo módulos de acomodações dentro dos padrões estabelecidos, focando a nacionalização na fabricação dos seus produtos para o setor naval e offshore, atendendo às exigências do mercado. MACAÉ OFFSHORE 33
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“Em 2011 conseguimos a nacionalização praticamente completa do nosso portfólio. Tínhamos a meta de nacionalizar todos os produtos que contêm o módulo de acomodação. Nossa meta era nacionalizar acima de 95% e agora, efetivamente no início do ano, concluímos este processo, alcançando a média de 97% de nacionalização”, informou Steffen Nevermann. Já a IESA, que conta hoje com um corpo técnico de alto nível, garantindo um excelente nível tecnológico, com sistemas e procedimentos adequados às normas e certificadoras internacionais em toda a fase do projeto, vê com atenção especial essa exigência. “Nossa visão é
de cautela, pois conteúdo local não pode significar “baixa qualidade”. É preciso reciclar procedimentos e conceitos, por isso a IESA se empenha em manter todas as certificações internacionais”, disse Laudezir. A empresa dá exemplos para atender o mercado. Na realidade, é no desenvolvimento humano que a IESA mais se destaca, como, por exemplo, ao proporcionar a seus colaboradores diversos benefícios que melhoram sua qualidade de vida, ao investir na equipe, financiando cursos de graduação, pós-graduação e de extensão, além de investir no jovem aprendiz e no programa trainee para engenheiros.
Paulo Mosa Filho
Steffen Nevermann, diretor geral da Dânica Steffen Nevermann, general manager of Dânica
Certificações vigentes Divulgação / Bureau Veritas
Para a certificação de contêineres offshore de uso repetido (porto-plataforma), desde setembro de 2010 a Petrobras exige o atendimento à circular da Organização Marítima Internacional (IMO MSC/Circ.860), entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O atendimento a esta circular já vem sendo aplicado em diversos países do mundo, com destaque para as operações offshore na Europa (Mar do Norte) e Costa da África. A certificação dos contêineres offshore, atendendo aos requisitos da circular IMO 860, é mandatória e só pode ser feita por uma entidade certificadora, conhecida como Sociedade Classificadora, sendo necessário que seja membro da IACS - Associação Internacional das Sociedades Classificadoras, entidade internacional reconhecida que regula este tipo de atividade no mundo. Para a certificação de contêineres offshore de acomodações de trabalhadores, além da própria norma da IMO, que pode ser aplicada, também exis36 MACAÉ OFFSHORE
Bureau Veritas promoveu o workshop de certificação de contêineres, reunindo empresários do segmento Bureau Veritas has performed the workshop for the certification of containers, gathering entrepreneurs from the segment
tem algumas outras normas a serem observadas, porém tais normas irão depender da bandeira de registro da embarcação para a qual o contêiner será destinado, tais como SOLAS, ILO e regras da entidade certificadora da
embarcação, além das normas brasileiras aplicáveis, como as do Ministério do Trabalho (NR 17 e NR 29, por exemplo). Fonte: Bureau Veritas
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Certificação em debate Marinha está atenta ao cumprimento da Lei, principalmente quando o assunto é movimentação de contêineres com produtos perigosos
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m maio deste ano, a Bureau Veritas promoveu um workshop sobre certificação de contêineres offshore, um evento em que empresários, executivos, gerentes e profissionais de empresas de diversos segmentos buscaram um entendimento sobre todo o processo de certificação destes contêineres, a fim de atender à demanda crescente do mercado. Neste evento, o engenheiro químico Edmar Pochmann de Magalhães,
MSc., encarregado da divisão de homologação de cargas perigosas na Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil, deu especial atenção à homologação de contêineres offshore destinados a levar às plataformas produtos necessários a operações normalmente classificadas como perigosas. Ele disse que a melhor maneira de aumentar a segurança à navegação e ao meio ambiente marinho se dá pela elaboração de regulamentações e tratados internacionais que permitam o transpor-
te marítimo desses produtos em níveis adequados de segurança. “Esta segurança se dá pela elaboração de regulamentações e tratados internacionais que são coordenados pela IMO - International Maritime Organization, tendo como objetivo prevenir e abrandar incidentes que possam ocorrer na sua movimentação”, explica. O engenheiro concluiu ressaltando que a Marinha está atuante na fiscalização para o cumprimento da lei. Divulgação / NHJ
A preocupação com a movimentação de contêineres vem sendo discutido em eventos como o workshop da Bureau Veritas The worry with the movement of containers is being discussed in events, like Bureau Veritas’s workshop
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segment require certifications Companies bet and prepare themselves to fill the market’s requirements By Érica Nascimento
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he offshore container market is warm and the manufacturers from the modules to the sea segment units are preparing themselves to great business, investing in technology, certification and prioritizing the national content, specially for being aware of Petrobras hiring over platforms constructions for the next years. From 2013 on, Petrobras will no longer accept off-shore containers without certification for its operation, according to the information from the specialized consultant in cargo movement from Bureau Veritas (BV), Tatiana Isaltino. According to her, most companies are, at this moment, seeking to understand the new needs and the suit themselves before the due date. Regarding the challenges to the companies, the consultant points out important matters, such as the full undestandiment of the applicable rules: the company’s and its professionals’ qualification inside the certification requirements; and the warranty for competitive costs, specially together with the companies that today are bringing their containers made overseas at lower cost. Regarding the location, André Isaltino, BV’s certifications manager, says that Petrobras releases that the same requirements will be demanded for new bids of off-shore containers, according to statement already released by the company until now. “This is a trend, that the own Brazilian government has demanded for the naval industry and Petrobras, as an active participant could not be left out.” says him.
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According to the manager, a certification for this kind of equipment has never been mandatory in the country and she sees that as a critical point for the segment. However, regarding the great bottlenecks, the qualified labor group to this products manufacturing and the steel that fits the minimum requirements established by the rules are highlighted. For 16 years in this market the NHJ do Brasil, provides sell and location projects for inhabitable modules, sea and cooled containers, develops exclusive technology, creating innovation to the space solution. Its products has the international certificate IMO-860 or DNV-271. The Commercial and Administrative Director from NHJ, Andre Machado de Oliveira, says that the company has been through many difficulties regarding the paradigm from IMO/860 Certification that until now was unknown in Brazil. Among other critical points from this segment, he highlights the suppliers’ scarcity in raw material (requirements regarding the tracking for each content), the lack of professionals properly qualified and the elaboration of projects certified by the international rules. “When we conquer the challenge, we realise that our investment put NHJ highlighted in the national industry for off-shore suppliers, considering that this movement or pattern adequation to international Standards will no longer come back”, says the director.
With solutions for doors, windows, elevated floor, ceiling, bulkheads and modular toillets, the Danish Dânica Norac provides the market with projects for nacal and offshore interiors, filling all the requirements from the market. “We project full sea accommodations seeking safety and comfort, according to the needs of our clients”, says the General Director from Dânica, Steffen Nevermann, adding that his company is enrolled in the CRCC from Petrobras. IESA O&G is one more from this segment that is performing huge works, building modules for production platforms. The company has international certificates (ISO 9001; ISO 14001, OHSAS 18001, SA 8000, ISO-TS 29001) and it has investment plans for its expansion. It is in the offshore market, specifically in Macaé, since the early 1990’s. Today, it counts with approximately one thousand stakeholders, developing activities of maintenance, modernization and supplements for Petrobras’ platforms and international companies/ “We will soon inaugurate the base for the construction of modules in Charqueadas, Rio Grande do Sul, where it is being designed to build up to twenty units, simultaneously. However, it is from the Macaé and São Vicente bases we will have our biggest focus in tailor-made projects for baskets, container boxes and skids, duly certified”, said IESA’s doctor, Laudezir Carvalho.
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Focusing in nationalization The companies are showing some worry with the demanded national content. To NHJ, the national industry can and should occupy each time more its highlighted space in scenery of energy global growth. Such demand made the company take on and conquer professionally new baseline in certification and quality in an international level. “We are proud to have developed and implemented a new project and products, being one of the only companies in Brazil to make this with a 100% of local content”, stressed Machado. Taking advantage of the market opportunities, the Danish Dânica Norac is also investing hard in this segment, betting on the development of the naval industry with the construction of sea units, providing accommodation modules within the established patterns, focusing the nationalization on the manufacturing of its products to the naval and offshore sector, filling the requirements from the market. “In 2011 we managed the nationalization practically completed in our portfolio. We had the goal to nationalize all products that contents the accommodation module. Our goal was nationalize more than 95% and now, effectively in the beginning of the year, we concluded this process, reaching the 97% average of nationalization”, informed Steffen Nevermann. As for IESA, which counts with, today, a high level technical body, guaranteeing an excellent technological level, with systems and procedures adequate to the rules and international certification companies in all phases of the project, sees with some attention this demand: “Our vision is of care, for local content cannot mean “low quality”. It is necessary to recycle procedures and concepts, and therefore, IESA is struggling to keep all international certifications”, said Laudezir. The company sets examples to attend the market. Actually, it is in the human development that IESA gets more prominence, for instance, when propitiating to its stakeholders several benefits that improve their life qualities, such as, for instance, when propitiating to its stakeholders several benefits that improve their life quality, investing on the team, financing undergraduation, graduation and extension courses, besides investing in the young apprentice and in the internship programs for engineers.
Current Certifications To the certification of off-shore container of continuum usage (port-platform), since September 2010, Petrobras demands the memo attendance of the International Maritime Organization (IMO MSC/Circ.860), entity connected to the United Nations (UN). The attendance to this memo has being applied in several countries around the world, with emphasis to the Odd-shore operations in Europe (North Sea) and the African Coast. The off-shore containers certification attending the requirements from this memo IMO 860 is mandatory and the same can only be made by a certifier entity, known as the Classifier Society, being necessary that the same
be a member of a recognized international entity that regulates such activity around the world - IACS (International Association of Classifiers Societies). To the certification of accommodation containers, besides the own IMO rule that can be applied, there are also some other rules to be observed, however, such rules will depend on the flag of the watercraft register, which the container will be destined to, such as SOLAS, ILO and rules from the certifier entity of the watercraft, besides the Brazilian rules applicable, such as from the Ministério do Trabalho (Labour Ministery) (NR 17 and NR 29, for example). Source: Bureau Veritas
Certification in debate The Navy is aware to the Law fulfillment, especially when it regards the movement of containers with dangerous products.
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ay this current year, the Bureau Veritas promoted a workshop about off-shore containers certification, an event where businessmen, executives, managers and professionals from the companies of several segments looked for and understanding of all the certification process of these containers, in order to attend the growth demand from the market.
operation and that usually are considered dangerous.
In this event, the chemical engineer, Edmar Pochmann de Magalhães, MSc charged for the division of approval of dangerous cargo in the Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil (Directorship of Ports and Coasts of the Brazilian Navy) gave an especial attention to the approval of containers off-shore designated to logistic in order to take to the platforms all the needing products to an
“It helds through the elaboration of regulations and international agreements that are coordinated by - International Maritime Organization. It has as objective, prevent and mitigate incidents that may occur in its movement”, explains him.
He said that the Best way of increasing the security and safety to navigation and to the sea environment id through the elaboration of regulations and international agreements that allow the maritime transport of these products in suitable levels of safety.
The engineer concluded, highlighting that the Navy is active in the supervision in order to implement the Law. MACAÉ OFFSHORE 39
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estaleiros
Dos à cadeia de navipeças Brasil precisa preencher lacunas e desenvolver um “cluster” na indústria naval Por Érica Nascimento
E
m março deste ano, durante coletiva para apresentar o balanço do Programa de Empresas Brasileiras de Navegação (EBN), na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, o diretor de Abastecimento da Companhia, Paulo Roberto Costa, foi enfático ao afirmar que a empresa vai precisar de mais estaleiros e, com o a apresentação do balanço do programa de construção de navios, fez um convite não somente às empresas brasileiras, mas também às estrangeiras para a construção desses estaleiros para que assim a Petrobras tenha cada vez mais opções para atender à sua crescente demanda por navios.
A dúvida que fica é: o Brasil precisa de estaleiros em números ou em qualidade? O País possui estaleiros de norte a sul e muitos estão investindo pesado para atender a toda essa demanda. Para alguns especialistas desse setor, a quantidade deve estar aliada à qualidade, e os atuais investimentos estão no caminho certo, principalmente quando o assunto em evidência é a exigência do índice de nacionalização.
Renata Cavalcanti, subsecretária estadual de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio Janeiro, faz essa observação. Para ela, a construção de estaleiros novos e a expansão de outros têm que estar atreladas à demanda de longo prazo. O País não pode correr risco de um novo retrocesso no futuro, principalmente por ser uma indústria intensiva em mão de obra. “A expansão de estaleiros tem que estar casada com a demanda por produtos e serviços”, disse. Na sua observação, se todos os projetos de novos estaleiros em anúncio se concretizarem, atenderá à demanda com sobra. Porém, ela diz que essa questão tem que ser tratada pela ótica inversa. “Hoje, a
Agência Petrobras
Por outro lado, um especialista do setor da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Floriano Pires, disse em uma entrevista em janeiro para a NetMarinha que critica a dispersão de estaleiros pelo País, defendendo a tese de que isso tira eficácia ao setor, dificultando o aprimoramento da mão de obra e impedindo a criação de um “cluster”.
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demanda internacional também não está aquecida. No caso de querermos entrar no mercado internacional de navios de longo curso, teremos dificuldade, pois ainda estamos longe de atingir a produtividade coreana ou chinesa, por exemplo”, exemplifica Renata. Para competir internacionalmente, a subsecretária acredita ser mais fácil o Brasil começar com segmentos que tenham maior valor agregado. Segundo informações da Associação Brasileira das Empresas do Setor Naval e Offshore (Abenav), atualmente no Brasil são 11 novos projetos de estaleiros em implantação e sete projetos de expansão da planta atual, em diversas regiões, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Os projetos têm em comum um forte apoio dos governos estaduais e municipais, nos locais onde serão instalados, por ser um grande criador de novos empregos e geração de renda, além de dar oportunidade de desenvolvimento da cadeia de fornecimento local. “Esses novos projetos estão alinhados com a necessidade de duplicação da atual capacidade dos estaleiros nacionais para atender às demandas já anunciadas pela Petrobras para exploração e produção do pré-sal”, disse o presidente da Abenav, Augusto Mendonça, que também é vicepresidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), onde coordena as ações da atividade de construção offshore, e vice-presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB). Renata Cavalcanti, subsecretária estadual
Para Jorge Boeira, especia- de Energia, Logística e Desenvolvimento lista em projetos da Agência Industrial do Estado do Rio Janeiro Renata Cavalcanti, state sub-secretary of Brasileira de Desenvolvimento Energy, Logistics and Industrial Development Industrial (ABDI), entidade vin- of the State of Rio Janeiro culada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, essa é a oportunidade para consolidar o setor, sendo que é preciso deslocá-lo para um padrão tecnológico que busque inserir tanto a indústria brasileira de fornecedores quanto a inteligência dos seus engenheiros na concepção de projetos nacionais. “Se considerarmos um estudo recente divulgado por uma consultoria, teremos uma demanda nacional de até 140 plataformas e mais de 800 embarcações (entre mercantes e de apoio), em um cenário conservador até 2020. E se este cenário se tornar realidade, haverá sim necessidade de modernização e/ou construção de novos diques e estaleiros”, explica Boeira, defendendo a importância dos investimentos.
Gargalos para uma indústria naval de sucesso Para a Abenav, os principais gargalos desse setor são os encargos sociais aplicados sobre o custo de mão de obra, incompatíveis com os principais competidores internacionais; a competitividade da cadeia produtiva; a isonomia tributária; a falta de padronização nas especificações; e a concorrência desleal com produtos importados. De acordo com Augusto Mendonça, esses pontos são cruciais para que a Indústria Naval e Offshore se torne, futuramente, uma grande exportadora de seus produtos, principalmente na questão de desenvolvimento da sua cadeia de fornecimento com competitividade. A Abenav foi criada em 2010 pela iniciativa dos principais estaleiros do Brasil, com o objetivo de reunir toda a cadeia de bens e serviços e seus agentes, representando todos os que têm interesse de fornecimento para a exploração e produção do pré-sal. Portanto, a associação fala com propriedade sobre este assunto. “Para que o estaleiro seja competitivo, toda a sua cadeia de fornecimento também deve ser competitiva. Essa é uma questão na qual a Abenav tem atuado fortemente”, disse o presidente. A subsecretária Renata Cavalcanti acrescenta que o primeiro gargalo está relacionado à produtividade, que ainda está aquém da apresentada em outros países, por vários fatores. Ela ressalta que o Brasil também está atrasado tecnologicamente em vários segmentos dessa indústria. Há ainda a questão de termos baixa qualificação de mão de obra em tecnologia de ponta, apesar de ter mão de obra excelente quando se trata da fabricação mais manual; salários pouco competitivos em nível internacional; e o custo de financiamento que ainda é muito alto no Brasil. “Somos bons no segmento da indústria naval que agrega muito valor, como plataformas, FPSOs e embarcações de apoio. Em relação à produção de embarcações em série, não somos tão competitivos, porque esse segmento, por exemplo, não absorve salários mais altos”, complementa Renata.
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Parceria tecnológica: um bom negócio? Tendo o atraso da tecnologia nos diversos segmentos da indústria naval como um dos pontos críticos desse setor, vale avaliar o quanto traz de benefício ao Brasil as chamadas parcerias tecnológicas. Segundo afirma o presidente da Abenav, parceria e compra de tecnologia têm sido muito praticadas, mas vale lembrar que muita coisa está sendo desenvolvida aqui mesmo e até com ajuda da própria Petrobras. “É impressionante o número de delegações de diferentes países que estamos recebendo no Brasil, como Noruega, Finlândia, Japão, Canadá, Reino Unido, Coreia, Cingapura, entre outros. Todos com muito interesse em aproveitar as oportunidades no pré-sal. As empresas brasileiras devem aproveitar essa oportunidade para criar novas parcerias, pois, certamente, essas empresas trarão consigo novas tecnologias”, ressalta Augusto Mendonça.
Renata Cavalcanti lembra como exemplos de sucesso o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que fez parceria com a Samsung para aportar tecnologia, e a OSX, que trouxe a Hyundai como sócia nesse mesmo sentido. Na opinião de Jorge Boeira, a busca por novas tecnologias é um processo importante, mas é igualmente uma autoavaliação dos limites e possibilidades da engenharia nacional. De acordo com ele, por esse motivo é preciso que essa atividade seja levada a cabo com muito cuidado, pois muitas vezes as empresas detêm tecnologias que poderiam rapidamente ser adequadas para o fornecimento para a indústria naval. O especialista em projetos da ABDI cita como exemplo o projeto financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e executado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip): o Platec Navipeças. “É um trabalho de formiguinha, detalhado Divulgação / Eudes Santana
e carece da participação do apoio do governo, da universidade, especialistas e, principalmente, das empresas. A metodologia envolve a identificação de uma árvore de itens que compõem um determinado sistema dentro de uma embarcação e, a partir de cada item, é realizada uma análise que resulta em duas categorias de projetos”, afirma Boeira. Ele explica que há os Projetos Tecnológicos Potenciais, em que um determinado item é avaliado em termos de baixa dificuldade de nacionalização e alta viabilidade de mercado e, segundo, os Projetos Tecnológicos Identificados, em que se identificam a existência de fabricante nacional e universidade dispostos a viabilizar a fabricação no Brasil. “O projeto merece elogios, pois a iniciativa já tem rendido bons frutos nos sistemas de “eletrônica de navegação e sistemas de governo” e de “propulsão e geração de energia””, disse ele, informando que, recentemente, a ABDI patrocinou a ida de técnicos de quatro empresas envolvidos nesse projeto à Noruega, para a prospecção tecnológica na feira Nor-Shipping. “Já discutimos com os executores do projeto que ele deveria, no futuro, evoluir para um estágio em que as tecnologias com potencial de nacionalização pudessem ser “empacotadas” numa solução tecnológica que estivesse protegida sob um arranjo corporativo robusto que não permitisse que ela fosse facilmente alvo de aquisição por empresas estrangeiras”, pontua Boeira.
No Brasil são 11 novos projetos de estaleiros em implantação e sete em expansão da planta atual In Brazil, there are 11 news projects of shipyards in implantation and seven in expansion of the current plant
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Uma afirmativa do Boeira resume bem o que é preciso ser feito. O atual cenário mostra que não basta somente a importação de tecnologia construtiva, mas também a inserção da engenharia naval brasileira em funções corporativas mais nobres, como projeto orientado à produção, investimento em P&D e desenvolvimento da cadeia de navipeças.
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Divulgação
O Brasil necessita mais do que nunca de fortes ações para o fortalecimento da cadeia de fornecedores de navipeças Brazil needs more than ever strong actions for the strengthening of the naviparts suppliers chain
Fortalecimento da cadeia de navipeças é um desafio para o Brasil Além da escala, a tecnologia é um dos principais entraves para o desenvolvimento da cadeia de navipeças, segundo a ABDI
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uma avaliação do potencial dessa cadeia nacional e mostram onde estão as falhas, os pontos positivos e do que de fato as empresas precisam seja em demanda ou aporte para atender o mercado.
Isso mostra que há uma preocupação com relação aos fornecedores do setor de navipeças. A ABDI e a Onip fazem
“Já começamos a trilhar a orientação da presidente Dilma na medida em que já temos uma boa ideia de onde estão as empresas de navipeças a partir do projeto Catálogo Navipeças. Do meu ponto de vista, entendo que é necessário que o governo estabeleça as diretrizes para o setor, lançando mão de um variado con-
presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou no dia 6 de junho que o governo pretende desenvolver no País uma “indústria de navipeças”, com modelo similar ao setor de autopeças, tendo como objetivo estimular a indústria naval brasileira e ter cada vez mais conteúdo nacional nas plataformas produzidas para a Petrobras.
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junto de instrumentos efetivos de política industrial, fortemente focados no apoio à inovação e ao conteúdo local, como o estabelecimento de condicionalidades para o financiamento das atividades e a concessão de benefícios fiscais no investimento, por exemplo”, sugere Jorge Boeira da ABDI. Ainda em sua opinião, diz que é necessária uma articulação público-privada que busque promover a aproximação entre empresas fornecedoras, estaleiros, armadores e projetistas para identificar e
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discutir - em bases técnicas, termos de qualidade, custo e prazo de entrega - as possibilidades da indústria nacional. Isso, segundo ele, passa pelo investimento em tecnologia e aumento de escala do parque fabril de navipeças nacional. “A ABDI busca promover iniciativas que viabilizem o desenvolvimento tecnológico e a inovação no setor de navipeças dentro do País e, neste sentido, é preciso reforçar iniciativas como a Rede de Inovação para a Competitividade da Indústria Naval e Offshore (Ricino) e demais projetos que tenham esse tema como sua centralidade”, cita. Para a Agência, a Finep e o BNDES também deverão ocupar um papel proeminente nas próximas décadas para o setor. Boeira explica que ambas as entidades poderão liderar a temática por meio de linhas de financiamento que atendam às especificidades do setor e até mesmo por meio de financiamento não-reembolsável para tecnologias estratégicas que deveriam ser definidas em conjunto com o setor privado. É importante lembrar que, além de apoiar e integrar o comitê geral da Ricino, a ABDI, no sentido de contribuição na elaboração da política industrial para o setor, também integra o comitê gestor do núcleo de navipeças, liderado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT-USP) e o núcleo regional de Rio Grande, liderado pela Universidade Federal do Rio Grande (UFRG). A agência também vem atuando na interlocução com o governo federal, Transpetro, Petrobras e diversas entidades privadas desde o ano de 2007, participando do diálogo sobre a constituição do Fundo de Garantia para a Construção Naval (FGCN), além do desenvolvimento de medidas para a melhoria do sistema tributário da construção naval (Decreto nº 6.704, de 19/12/2008, e Lei nº 11.774, de 17/9/2008).
Comparação com a concorrência Augusto Mendonça, da Abenav, lembra que na Europa, mais especificamente o Reino Unido e a Noruega tiveram um forte apoio do seu governo na criação de uma política industrial para criar do zero sua indústria para exploração do Mar do Norte. Com isso, se tornaram grandes especialistas na fabricação de barcos de apoio e alguns equipamentos para a indústria naval e offshore. A Coreia tem a maior indústria naval do mundo e isso se deve também ao forte apoio que recebe de seu governo, assim como acontece com Cingapura, o maior líder mundial em construções Offshore. Para Augusto, o Brasil deve olhar para esses exemplos e usá-los como grandes casos de sucesso para desenvolvimento de ações de política industrial para desenvolvimento de sua indústria interna. Mas e no caso da indústria de navipeças? A ABDI faz uma comparação com os líderes globais Japão e Coreia, países que possuem um alto nível de nacionalização de navipeças (98% e 90%, respectivamente). Segundo Boeira, esses países possuem uma grande Divulgação / Fernando Martinho
Augusto Mendonça, presidente da Abenav Augusto Mendonça, president of Abenav
participação no setor de equipamentos marítimos, sendo que, no final de 1999, a indústria japonesa tinha 741 fábricas, ao passo que a Coreia tinha, no final de 2001, 408. Exemplificando, o Japão, no setor de motores diesel, tem 16 fabricantes de motores pequenos, 17 de médios e nove de motores de grande porte. A Coreia teve como apoio na consolidação do setor uma forte política industrial que privilegiava a nacionalização máxima da produção industrial, com uma indústria siderúrgica com alta capacidade, extremamente moderna e eficiente, além de um altíssimo nível de integração logística entre as usinas e os estaleiros como as principais vantagens competitivas da sua indústria naval. Já a China, que despontou nos últimos 15 anos como uma grande competidora, atraiu muitos fabricantes internacionais de equipamentos, mas ainda é bastante dependente de importações, principalmente do Japão. Conforme detalha o especialista em projetos da ABDI, os estaleiros europeus ocupam importantes posições em áreas de acessórios para navios de passageiros, equipamentos de navegação e outros sistemas eletrônicos e equipamentos náuticos. Nesse caso, destacam-se o Reino Unido e a Alemanha. Numa segunda linha, aparecem Noruega, Holanda, Itália, França, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Espanha. O Reino Unido destaca-se pela exportação de equipamentos e embarcações militares. Já a indústria alemã, formada por cerca de 400 produtores de navipeças, emprega mais de 70 mil trabalhadores e exporta basicamente para a construção naval comercial. Resumindo, o Brasil tem muito dever de casa a fazer, e este cenário estrangeiro de sucesso com forte apoio governamental mostra que o País necessita mais do que nunca de fortes ações do governo nacional. MACAÉ OFFSHORE 45
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O Catálogo de Navipeças Divulgação / ABDI
O Catálogo de Navipeças, criado pela ABDI e Onip, é um portal de divulgação e relacionamento integrado por fornecedores nacionais, fabricantes e prestadores de serviços diretamente ligados à construção e reparação naval, destinado a contratantes globais de bens e serviços da indústria naval. A ideia surgiu após um amplo debate com entidades públicas e privadas, em que se teve a compreensão da importância de criar um cadastro público de fornecedores de navipeças, fundamentado em critérios técnicos e específicos como requisito de entrada das empresas e que pudesse contribuir para minimizar o grande problema de comunicação, intercâmbio de informação e conhecimento entre os diversos elos da cadeia, especialmente entre escritórios de projetos navais, armadores, estaleiros e fornecedores de navipeças, segundo informou Jorge Boeira. Foi a partir desse contexto que a ABDI passou a apoiar técnica e financeiramente o Catálogo Navipeças, em parceria com a Onip, tendo, no comitê gestor do projeto, diversas entidades, como o MDIC, Marinha do Brasil, BNDES, Sebrae, Finep, Sinaval, Sobena, Abimaq, Abinee, Abitam, Prominp e Syndarma. “A Abenav, a Apex-Brasil e a Caixa Econômica deverão ser convidadas a participar também”, disse. O convênio com a Onip foi assinado em julho de 2009 e desde então vem trabalhando para identificar empresas com potencial para fornecer ao setor naval, com a realização de mais de dez Road-shows em parceria com as federações da indústria de oito estados, contando com a participação de mais de 700 empresas e mais de 1500 pessoas. Um dos marcos do pro-
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que foram arquivadas por não atenderem às especificações, já são 510 empresas no Catálogo”, relata Boeira. Ele adianta que, com a finalização da primeira fase, deve ser assinada a segunda fase do Catálogo agora em agosto de 2011, com um aporte de cerca de R$ 800 mil, tendo como parceiros na execução a Onip e o Sinaval.
Jorge Boeira, especialista em projetos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) Jorge Boeira, specialist in projects of the Brazilian Agency of Industrial Development (ABDI)
jeto foi a entrega dos primeiros 50 Certificados Navipeças em junho de 2010. “Considerando o objetivo inicial do Catálogo Navipeças de identificar empresas que já forneciam ao setor naval, julgamos que os resultados obtidos até o momento são excelentes sob o nosso ponto de vista. De acordo com dados de março, já temos 171 empresas certificadas, mais 44 empresas em vias de certificação e 286 que já iniciaram seu cadastramento eletrônico. Considerando as empresas
“Na próxima fase vamos garantir a continuidade operacional do Catálogo, viabilizar a expansão, a qualificação e a melhoria contínua da base de fornecedores, continuar com o esforço de divulgação em Road-shows nos estados e reforçar o relacionamento das empresas fornecedoras com os estaleiros”, estima. Ele diz ainda que, por meio de visitas de divulgação do Catálogo, pretende realizar três rodadas de negócios, a internacionalização do Catálogo (versões em inglês e espanhol e apresentação na Europort Maritime 2011), além de promover a aproximação das empresas cadastradas com as instituições de apoio do comitê gestor do projeto, em especial, da Apex-Brasil, BNDES, Finep, Caixa, Marinha, MDIC e Sebrae.
Catálogo de Navipeças – Dados Março de 2011 Situação
Nº de empresas
Aprovadas
171
Arquivadas
09
Cadastramento Eletrônico
286
Vias de Certificação
44
Total
510
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A Ricino Divulgação / JAlberts
A Rede de Inovação para a Competitividade da Indústria Naval e Offshore (Ricino) foi criada pela iniciativa conjunta da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), do Sinaval e do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma) e do Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânica (Ceeno). Ela tem por objetivo contribuir para a efetiva implantação de um novo modelo de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a indústria naval e offshore. Esse novo modelo, além de garantir maior efetividade aos programas já existentes de apoio à inovação, tem por finalidade estimular e viabilizar a implantação de novos programas
e o engajamento de novos agentes, visando ao desenvolvimento sustentável dessa indústria, contribuindo para a inserção competitiva no mercado internacional. Trata-se de um programa estratégico nacional, centrado na indústria, que articula os agentes, isto é, o setor produtivo e centros de pesquisa, de modo a integrar as ações e otimizar a alocação dos recursos disponíveis nas fontes de financiamento voltadas para a inovação tecnológica no País. A organização da Rede é baseada em Núcleos Temáticos e Regionais que são formados em função da importância tecnológica do tema e do desenvolvimento regional nesse segmento.
Instituições tentam localizar potenciais fornecedores de navipeças Institutions try to locate potential suppliers of naviparts
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Platec: incentivo ao micro e pequeno produtor de navipeças Por meio do portal e workshops, o programa promove interação, descoberta e formação de potenciais fornecedores Desenvolvido pela Onip há aproximadamente cinco anos, o Programa Plataformas Tecnológicas da Indústria de Petróleo e Gás (Platec), que tem a missão de organizar e gerenciar eficientemente um ambiente favorável à pesquisa aplicada, ao desenvolvimento e à inovação tecnológica no setor petrolífero, vem alcançando resultados surpreendentes, principalmente no setor de navipeças, além de campos inteligentes e E&P onshore.
Divulgação / Ricardo Beliel
Outra contribuição estratégica do Programa visa a promover a melhoria competitiva e a inserção de micros, pequenas e médias empresas industriais do segmento de navipeças através de extensionismo tecnológico, que é uma forma de apoiar a atualização dos métodos produtivos e a oferta de serviços laboratoriais para o controle da qualidade de insumos e produtos finais.
O Programa organiza os conhecimentos e as competências necessárias para o desenvolvimento de inovações tecnológicas e o planejamento de projetos cooperativos, com o objetivo de promover de forma transparente a articulação entre a oferta e a demanda tecnológica, com ênfase no fortalecimento das empresas nacionais e na competitividade do setor de petróleo no Brasil. No caso do setor de navipeças, atua no sentido de implantação de mecanismo de articulação entre a demanda empresarial e a capacitação tecnológica disponível. Isso acontece por meio do portal interativo de informações e suporte das atividades.
Carlos Camerini, superintendente da Onip
Segundo Carlos Camerini, superintendente da Onip, por meio das ações do Platec é possível fazer a identifica-
“Trata-se de uma plataforma de interação e relação entre empresas, em que elas apresentam seu perfil, o que
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têm, compram e vendem e assim solicitam o relacionamento com empresas que se enquadram em seu perfil e atendam a suas necessidades”, explica.
Carlos Camerini, Onip’s superintendent
ção das demandas dos clientes potenciais; a identificações dos fornecedores; o levantamento dos fabricantes nacionais em vários níveis da cadeia; e a identificação das lacunas de fornecimento.
De acordo com ele, além desse portal interativo, foram feitos workshops presenciais, que reuniram empresas e institutos tecnológicos, apresentando equipamentos e a demanda nos próximos anos. “Depois do workshop, as empresas se reúnem em grupos próximos entre si e começam a descobrir o que é fácil ou difícil produzir no Brasil. Elas verificam, inclusive, os desafios tecnológicos. Então, a partir daí começam a surgir associações de empresas, parcerias para troca de tecnologias, com o objetivo de desenvolvê-las. O interessante é que isso envolve empresas, instituições, institutos de pesquisas tecnológicas e até certificadoras”, conta Camerini.
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Segundo Camerini, conforme o gráfico ao lado, foram detalhados todos os sistemas que compõem uma embarcação a fim de saber, por exemplo, quantas máquinas e equipamentos ela possui e, desse número, saber o que é produzido no Brasil e identificar o que é importado. “Fazemos workshops nacionais separando uma série de componentes, como o de propulsão do navio, então reunimos empresas voltadas para esse tipo de tecnologia e convidamos institutos tecnológicos para dar suporte nesse sentido”, exemplifica.
Sistemas de Navipeças (Árvore) Plataformas Tecnológicas - NAVIPEÇAS
Fonte: Onip, IBP e Finep
Workshops Tecnológicos
De lá para cá já são 30 projetos com parceiros já identificados no Platec. Há ainda 40 projetos, porém sem parceiros identificados. Além disso, algumas empresas já estão se associando e depois dos três primeiros workshops realizados em no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais, a Onip se prepara para realizar os próximos, de agosto a setembro, em Pernambuco, São Paulo e o último no Rio de Janeiro. Depois acontecerá o fechamento e apresentação do portal em dezembro.
Local
Mês
Eletrônica de Navegação e Sistemas de Governo
RS-Fiergs
DEZ-2010
Propulsão e Geração de Energia
SC-Fiesc
MAR-2011
Bombas, Válvulas, Tubulações, Comunicação e Equipamentos de Fundeio e Atracação
SP-Abimaq
MAI-2011
Superestrutura, Acomodações, Acessórios de Casco e Convés
MG-Fiemg
JUN-2011
Automação, Controle, Utilidades, Segurança e Salvatagem
RJ-Firjan
AGO-2011
Carga, Lastro, Limpeza de Tanques, Esgoto e Tratamento de Resíduos
RJ-Firjan
SET-2011 MACAÉ OFFSHORE 49
COVER
shipyards
From to Ship Parts
Brazil needs to fulfill gaps and develop a cluster in the naval industry By Érica Nascimento
T
his March, during a press conference to present the balance sheet of Programa de Empresas Brasileiras de Navegação (the Brazilian Program of Brazilian Sailing Companies) (EBN), at the headquarters of Petrobras in Rio de Janeiro, the director of Company Supply, Paulo Roberto Costa, emphasized that the company needs more shipyards and, by presenting the balance sheet of the shipbuilding program, invited not only Brazilian companies, but also foreign companies to build these shipyards so that Petrobras can have more and more options to meet its growing demand for ships. On the other hand, Floriano Pires,an expert in this area, from Universidade Federal do Rio de Janeiro (the federal university of Rio de Janeiro) (UFRJ), said during an interview to NetMartinha last January that he criticizes the dispersion of shipyards across Brazil, and states that this makes the sector ineffective, interfering in the manpower improvement and preventing creation of a cluster. There is one recurrent doubt: Does Brazil need many shipyards or does it need quality shipyards? Brazil has shipyards from north to south, and many of them receive heavy investments to meet all this demand. For some experts in the area, the amount must be linked to quality, and the current investments are on the right track, especially when the evidenced issue is the demand for nationalization. Renata Cavalcanti, Energy, Logistics and Industrial Development sub-secretary of the State of Rio de Janeiro remarks 50 MACAÉ OFFSHORE
that for her, building new shipyards and expanding others must be related to the long-term demand. Brazil cannot risk having another regression in the future, especially because it has an intense manpower industry. “The expansion of shipyards must be in conjunction with the demand for products and services”, she said. According to her, if all the announced projects of new shipyards materialize, they will meet the demand with surplus. However, she says that this issue must be seen through an inversed view. “Nowadays, we are also not adapted to the international demand. If we want to enter the international market of Ocean-going ships, we will still have difficulties, for we are far from reaching the Korean or Chinese production, for example”, Renata exemplifies. To compete in an international basis, the sub-secretary believes that it would be easier for Brazil to start with sectors that have a higher added value. According to information from Associação Brasileira das Empresas do Setor Naval e Offshore (the Brazilian Association of Naval and Offshore Companies) (ABENAV), nowadays in Brazil, there are eleven new projects of shipyards under implementation and seven expansion projects of the current plant, in several regions, mainly in the States of Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco and Rio de Janeiro. Such projects have in common a strong support from local and state governments where they are going to be located, since the sector creates many jobs and income, in addition to the development of the local supply chain.
“These new projects are aligned to the need of duplication of the current capacity of the Brazilian shipyards in order to meet the demands already announced by Petrobras for exploration and production in the pre-salt layer”, Augusto Mendonça, president of ABENAV, said. He is also the vice-president of Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (the National Union of the Shipbuilding Industry) (SINAVAL), where he coordinates the activities of offshore construction, and he is also the vice-president of Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (the Brazilian association of infrastructure and basic industries) (ABDIB). To Jorge Boeira, who is an expert in projects of Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (the Brazilian agency for industrial development) (ABDI), a legal entity bound to the Department of Development, Industry and Foreign Trade, this is the chance to consolidate the sector, provided that it is placed in a technologic standard that may insert both the Brazilian supplier industry and its engineers’ knowledge in the conception of national projects. “If we consider the current study published by a consulting company, we will have a domestic demand of up to 140 platforms and more than 800 ships (merchant and support), in a conservative scenario until 2020. If this becomes true, the modernization and/or construction of new dams and shipyards will be required”, Boeira explains, endorsing the importance of investments.
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Flow “bottlenecks” for a successful naval industry To ABENAV, the main flow “bottlenecks” of this sector are the social charges applied to the manpower expenses, which do not match the main foreign competitors; the competitiveness of the production chain; the tax equality; the lack of standards in the specifications and the unfair competition with imported products. According to Augusto Mendonça, these are key issues so that the Naval and Offshore Industry become, in the future, a large exporter of its products, especially in the development of its supply chain with competitiveness. ABENAV was created in 2010, by means of the
initiative of the main shipyards of Brazil, aiming at gathering all its products and services chain and its agents, representing all those interested in the provision for the pre-salt layer exploration and production. Therefore, the association properly talks about the issue. “For the shipyard to be competitive, all its supply chain must also be competitive. ABENAV has been strongly acted on this issue”, the president said. The sub-secretary Renata Cavalcanti adds that that the first “bottleneck” is related to productivity, which is still far from that shown in other countries, due to many reasons. She highlights that Brazil
is also technologically backward in several sectors of this industry. There is also the problem concerning the low manpower qualification in cutting-edge technology, despite it has excellent manpower for manual manufacturing; low competitive salaries in international level and financing cost, which is very high in Brazil. “We are good in the naval industry sector, which adds much added value, such as platforms, FPSOs and support ships. Regarding the production of series production of ships, we are no that competitive, because this sector, for example, does not pay higher salaries”, Renata adds.
Technological partnership: a good deal? By having the technological backward in the several sectors of the naval industry as one of the critical points of this sector, it is worth making an evaluation on how much these technological partnerships bring to Brazil. According to the ABENAV president, the partnership and purchase of technology has been done, but it is worth reminding that much has been developed here in Brazil, even with the help from Petrobras. “It is impressing that the number of committees from different countries we have been receiving in Brazil, such as Norway, Finland, Japan, Canada, United Kingdom, Korea, Singapore, among others. All of them are really interested in taking advantage of the opportunities arising from the pre-salt layer. The Brazilian companies should also take advantage to create new partnerships, because, certainly, these companies will bring with them new technologies”, Augusto Mendonça emphasizes. Renata Cavalcanti cites successful examples, such as Estaleiro Atlântico Sul (EAS), which has made an agreement with Samsung to export technology, and OSX, which made also an agreement with Hyundai in this same aspect. To Jorge Boeira, the search for
new Technologies is an important process, but it is equally a self-assessment of limits and possibilities of the Brazilian engineering. According to him, due to that, this activity must be carried out very carefully, since companies have technologies which could be rapidly adapted to the naval industry provision. The expert in projects of ADBI, cites the example of a project financed by Financiadora de Estudos e Projetos(the studies and projects funding) (FINEP) and performed by Organização Nacional da Indústria do Petróleo (the Brazilian association of the oil industry) (ONIP): Platec Navipeças. “It is an ant-like, detailed work, which needs the participation of the government, universities, specialists and, most of all, companies. The methodology includes the identification of a group of items comprising a certain system within a ship and, from each item, an analysis is performed, resulting into two categories of projects”, Boeira says. He says that there are Potential Technologic Projects, in which a certain item is evaluated in terms of low difficulty of nationalization and high market feasibility and, second, the Identified Technologic Projects, where there are national manu-
factures and universities willing to make feasible the manufacturing in Brazil. “The project deserves to be praised, for such initiative has been picked good fruits in the systems of “sailing electronics and government systems” and of “power propulsion and generation”, he said, also informing that ABDI has recently sponsored the trip of four technicians of the company involved in this project to Norway, for technological prospection at Nor-Shipping fair. “We have already discussed with the executors of the Project that the same should, in the future, evolve to a stage where new technologies with nationalization potential could be “packed” in a technologic solution and protected by a robust corporative arrangement, which does not allow it to be an easy target of acquisition by foreign companies”, Boeira points out. Boeira summarizes what needs to be done. The current scenario shows that the import of building technology is not enough, rather the insert of the Brazilian naval engineering in more noble corporative functions, such as the productionoriented project, the investment in P&D and the development of the ship parts chain.
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Strengthening of the ship parts chain is a challenge to Brazil In addition to the scale, technology is one of the main barriers for the development in the ship parts chain, according to ABDI
T
he president of Brazil, Dilma Rousseff, said on the June, 06th, that the government wants to develop a “ship part industry” with a similar basis to the auto parts sector, aiming at stimulating the Brazilian naval industry and including more domestic content in the platform produced to Petrobras. That shows that there is a concern regarding the suppliers in the ship part sector. ABDI and ONIP assess the potential of this national chain and show where the failures and positive points are, and what companies need are on demand or contribution to meet the market. “We have already started guiding president Dilma since we have a good idea on where these ship parts companies are, from the Navipeças Catálogo (Catalogue of Ship Parts). To me, I do understand that the government needs to establish the guidelines for the sector, by releasing a varied set of effective instruments of industrial policy, strongly focused on the support, innovation, and local content, as well as the establishment of conditions for financing the activities, and the allowance of tax benefits in the
investment, for instance”, Jorge Boeira suggests. Also, in his opinion, he says that a public-private integration is necessary, aiming at approaching companies, shipyards, ship owners and designers to identify and discuss –under technical bases, quality, costs and delivery terms – the possibilities of the national industry. According to him, this comes from the investment in technology and increase of the domestic ship parts industry. “ABDI aims at promoting initiatives that enable the technologic development and the innovation in the ship parts sector in Brazil. It is necessary to increase the initiatives, such as Rede de Inovação para a Competitividade da Indústria Naval e Offshore (the innovation network for naval and offshore industry competitiveness) (RICINO) and other projects that have this theme as their central issue”, he says. To the Agency, FINEP and BNDES should also play an important role in the coming decades to the sector. Boeira explain that both entities could guide this sector through credit lines for specific is-
sues of the sector, or even through nonreimbursable credit for strategic technologies that should be defined along with the private sector. It is worth reminding that, besides supporting and integrating the general committee of RICINO, ABDI, regarding the contribution in the preparation of the industrial policy for the sector, also integrates the management committee of the ship parts nucleus, led by Instituto de Pesquisas Tecnológicas (Technological Research Institute) (IPT-USP) and regional Rio Grande nucleus, led by Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Federal University of the State of Rio Grande do Sul) (FURG). The agency also has been working in the interlocution with the federal government, Transpetro, Petrobras and several private legal entities since 2007, where it participates in the dialogue about the constitution of the Fundo de Garantia para a Construção Naval (Shipbuilding Guarantee Fund) (FGCN), besides the development of actions to improve the shipbuilding tax system (Ordinance No. 6.704, of 12/19/2008 and Law No. 11.774, of 09/17/2008).
Comparison to competition According to Augusto Mendonça of ABENAV, he points out that Europe, more specifically the United Kingdom and Norway, had a strong support by their government with the creation of an industrial policy to create from the zero ground their industry for exploration of the North Sea. Thus, they became great specialists in the manufacturing of support ships and equipment to the naval and offshore industry. In the case of Korea, it has the largest naval industry in the world, and this also happens to the strong support by the government, as well as what happens in Singapore, the world leader in offshore building. 52 MACAÉ OFFSHORE
To Augusto, Brazil should look at these examples and use them as huge successful cases to the development of industrial policy actions to the development of its domestic industry. What about the tool parts industry? ABDI made a comparison between the global leaders: Japan and Korea, countries that have a high level of tool parts nationalization (98% and 90%, respectively). According to Boeira, these countries have a great participation in the sector of nautical equipment, being that by the end 1999, the Japanese industry had 741 factories, and Korea
had by the end of 2001, had 408 factories. For instance, there are 16 small-sizeengine manufacturers in the diesel engine sector, 17 middle-size engine manufactures and 9 large-size engine manufacturers. Korea had the support in the consolidation of the sector in a strong industrial policy that privileged the maximum nationalization of the industrial production, with the highcapacity steel industry, which is extremely modern and efficient, in addition to a very high level of logistic integration between the mills and the shipyards as the main competitive advantages of its naval industry.
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On the other hand, China has emerged in the last 15 years as a huge competitor, attracting many international manufacturers, but it is still quite import-dependent, mainly from Japan. According to details from the expert in projects of ABDI, the European shipyards occupy important positions in areas such
as accessories for passenger ships, sailing equipment and other electronic systems and nautical equipment. In this case, the United Kingdom and Germany stand out. In the second position, it is Norway, Holland, Italy, France, Sweden, Denmark, Finland and Spain. The Unit Kingdom stands out due to the export of equipment and military ships. On the other hand, the Ger-
many industry, which comprises more than 400 ship parts producers, employs more than 70 thousand employers and exports basically to the commercial shipbuilding. In sum, Brazil has much homework to do, and before this successful foreign scenario with strong government support, show that needs more than strong measures from the national government.
The Catalogue of Ship Parts The Catalogueof Ship Parts, created by ABDI and ONIP, is aportal of dissemination and relationship, comprised by national suppliers, manufacturers and service providers directly related to shipbuilding and ship fixing, intended to global contractors of goods and services in the naval industry. The idea came after a huge debate between public and private entities, where it was possible to notice the importance of making a public record of tool parts suppliers, founded on technical and specific criteria as a requirement for companies, and that could contribute to minimize the immense lack of communication, interchange, information and knowledge among the several links of the chain, mainly between naval projects offices, ship owners, shipyards and supplier of ship parts, according to Jorge Boeira. In this context, ABDI started technically and financially supporting the Catalogue of Ship Parts in partnership with ONIP, including several entities in the project management committee, such as MDIC, Navy of Brazil, BNDES, SEBRAE, FINEP, SINAVAL, SOBENA, ABIMAQ, ABINEE, ABITAM, PROMINP and Syndarma. “ABENAV, ApexBrazil and Caixa Econômica should also be invited to participate”, he said. The agreement with ONIP was signed in July, 2009, and since then, it has been working to identify companies with potential to provide to the naval sector, with more than 10 road shows in partnership with the Industry Federations in eight States, comprising more than 700 companies and
more than 1,500 people. One of the landmarks of the project was the delivery of the first 50 Tool Parts Certificates in June, 2010. “Considering the initial purpose of the Catalogue of Ship Parts to identify companies that already provided to the naval sector, we have decided that the results obtained until now are excellent in our point
of view. According to data from March, we already have 171 certified companies, more than 44 companies in the process of certification, and 286 companies that have already started their electronic registration. When considering the companies filed due to not meeting the specifications, there are already 510 companies in the Catalogue”, Boeira reports.
Catalogue of Ship Parts – Data from March, 2011 Situation
Number of companies
Approved
171
Filed
09
Electronic Registration
286
In Process of Certification
44
Total
510
He says that by the end of the first stage, they are going to sign the second stage of the Catalogue, this August, with a contribution of about R$ 800,000, comprising partners such as ONIP and SINAVAL. “In the next stage, we will guarantee the operational continuity of the Catalogue, by enabling the expansion, qualification and continuous improvement of the supplier basis, continuing the efforts of divulgation at Road shows in the Brazilian States, reinforcing the relationship between suppliers and ship-
yards”, he foresees. He also says that, by means of Catalogue divulgation visits, he intends to execute three business roundtables, the Catalogue internationalization (versions in English and Spanish, as well the presentation at Europort Maritime 2011), besides promoting the approach of the registered companies with the supporting institutions of the project management committee, especially Apex-Brazil, BNDES, FINEP, Caixa, Navy of Brazil, MDIC and SEBRAE.
RICINO The Rede de Inovação para a Competitividade da Indústria Naval e Offshore(the Innovation Network for Naval and Offshore Industry Competitiveness) (RICINO) was created from the joint initiative of Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (the National Union of Naval Sailing Companies) (Syndarma), and from Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânia (the Excellence Center in Naval and Oceanic Engineering) (CEENO).
Its purpose is to contribute for the effective implementation of a new model of research, development and innovation to the naval and offshore industry. Such new model, besides guaranteeing more effectiveness to the innovation support programs already existing, attempts to stimulating and enabling the implementation of new programs, as well as the engagement of new agents, aiming at the sustainable development of this industry, contributing for the competitive insertion in the international market.
It has to do with a national strategic program, focused on the industry, which articulates the agents, that is, the productive sector and research centers, in a way to integrate actions and optimize the allocation of the resources available in the sources of credit for technological innovation in Brazil. The organization of the Network is based on Thematic and Regional Nucleus created due to the technologic importance of the theme and the regional development in this industry. MACAÉ OFFSHORE 53
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Platec: motivation to micro and small tool parts manufacturers Through the portal and workshops, the program promotes interaction, discovery and formation of potential suppliers
U
nder development by ONIP for about five year, the Program Technologic Platforms of the Oil and Gas Industry (PLATEC), whose purpose is to organize and manage successfully a favorable environment to applied research, development and technologic innovation in the oil industry, has been achieving surprising results, especially in the tool parts industry, besides intelligent fields and onshore E&P. The Program organizes the knowledge and skill needed for the development of technological innovations and the planning of corporative projects, aiming at promoting clearly the articulation between technological offer and demand, emphasizing the strengthening of national companies and the competitiveness in the oil industry in Brazil. In the case of the tool parts industry, the Program implements mechanisms of articulation between the company demand and the available technological capacitation. According to Carlos Camerini, director of ONIP, due to Platec, it is possible to make the identification of demands and potential clients; identification of suppliers, survey of national manufacturers at several level of the chain and the identifi-
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cation of supply gaps. “It is a platform of interaction and partnership between companies, where they introduce their profiles; the one who has it, buys and sells it, thus requesting the partnership with companies that match its profile and meet its needs”, he explains.
pose of developing them. Remarkably, this involves companies, institutions, technologic research institutes and even certifiers”, Camerini says.
Another strategic contribution of the Programis to promote the competitive improvement and the insertion of micro, small and middle-sized companies of the ship parts industry by technologic expansion, which is a way to support the updating of the production methods and the offer of lab services to control the quality of inputs and final products.
According to Camerini, the graph above shows all the systems comprising a ship, in order to know, for instance, how much machine and equipment it has and, from this number, to know what is produced in Brazil and identify which ones do not have a Brazilian producer. “We have done several national workshops, by separating a number of components, such as the ship propulsion. Then, we gather companies related to this type of technology, inviting the technology institutes to provide support in the sense”, he exemplifies.
According to him, in addition to this interactive portal, face-to-face workshops were done, gathering companies and technology institutes, and introducing equipment and the demand for the years to come. “After the workshop, the companies were gathered in groups close to each other and started finding what is easy or not to produce in Brazil. They even seek the technologic challenges. So, from that time until now, the companies start to make agreements, partnerships for technologic exchange, with the pur-
From that time until now, Platec has entered into agreements with partners in thirty projects. There is also other forty projects, but with unidentified partners. In addition, some companies are already partnering, and right after the first three workshops in Rio Grande do Sul, Santa Catarina and Minas Gerais, ONIP prepares for the next meetings, from August to September, in Pernambuco, São Paulo and Rio de Janeiro. After that, there will be the portal introduction closing in December.
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Tool Parts System (Graph) Technologic Platforms - TOOL PARTS
1-Propulsion 2-Sailing 3-Government 4-Anchoring and Mooring 5-Load, ballast and tank cleaning 6-Communication 7-Power generation
Tankers– Systems
8-Utilities 9-Automation and control 10-Safety and salvage 11-Networks and pipelines 12-Hull and deck accessories 13-Superstructure and accomodations 14-Eletric systems 15-Sewer and waste treatment
Source: Onip, IBP and Finep
Technologic Workshops
Location
Month
Sailing Electronics and Government Systems
RS-Fiergs
DEC-2010
Power Propulsion and Generation
SC-Fiesc
MAR-2011
Pumps, Valves, Pipes, Communication, Anchor and Mooring Equipment
SP-Abimaq
MAY-2011
Superstructure, Accommodations, Hull and Deck Accessories
MG-Fiemg
JUN-2011
Automation, Control, Utilities, Safety and Salvage
RJ-Firjan
AUG-2011
Load, Ballast, Tank Cleaning, Sewer and Waste Treatment
RJ-Firjan
SET-2011 MACAÉ OFFSHORE 55
Divulgação
DESENVOLVIMENTO
Setor naval se expande para a região
Norte Fluminense
Projetos em São João da Barra, Campos, Quissamã e Macaé trazem dinamismo econômico para a região Por Érica Nascimento
A
região Norte Fluminense, prin-cipalmente os municípios de São João da Barra, Campos e Quissamã, marcada pela tradi-
ção agrícola e canavieira, permaneceu durante anos atrasada industrialmente em relação à capital do Estado. A indústria do petróleo trouxe outra realidade 56 MACAÉ OFFSHORE
para essas cidades, hoje, grandes projetos deste setor, principalmente aqueles ligados à indústria naval, promovem o dinamismo econômico que há muito não se via nessa área. O Complexo Portuário do Açu e o Complexo Logístico e Industrial Farol / Barra do Furado geram grandes expectativas aos muni-
cípios, principalmente com relação ao fortalecimento da economia, geração de emprego e desenvolvimento de outros setores. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Júlio Bueno,
DESENVOLVIMENTO
observa os projetos em andamento no Norte Fluminense como fundamentais para o desenvolvimento do Estado, especialmente, para as regiões Norte e Noroeste. Segundo ele, a logística é um potencial do Rio de Janeiro, por conta da sua geografia um estado costeiro no centro da região mais rica do País. “Esses empreendimentos abrem espaço não apenas para um corredor de exportação de commodities, mas também para desenvolvimento em vários setores econômicos, como siderurgia, indústria naval e serviços. Serão investimentos estruturantes que vão mudar a realidade local”, afirma o secretário. De acordo com ele, recentemente, o governo do Estado desenvolveu um estudo sobre desenvolvimento sus-
tentável da região, com patrocínio da Petrobras e apoio do Sebrae, Firjan e prefeituras locais, que apontou a importância desses empreendimentos para a economia regional. “Nós estamos trabalhando para encadear esses investimentos da melhor forma, maximizando seus efeitos positivos e mitigando os impactos negativos. Trabalhamos como incentivador e ajudamos no planejamento macro, para entender como o empreendimento afetará a região e o que deve ser feito para que o investimento seja o mais positivo possível”, explica Bueno. São empreendimentos economicamente favoráveis, porém, impactos negativos, como aumento da população, migração de trabalhadores, infra-
estrutura precária para atender a demanda e danos ao meio ambiente são e serão evidentes. Nesse caso, Bueno explica que os resultados desse plano de desenvolvimento sustentável para as duas regiões já estão no site da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. O plano abrange, por exemplo, Análise Situacional da Região, Avaliação da Relação Situacional dos Mercados, Cenários Prospectivos, Visão de Futuro, Estratégia e Programa de Desenvolvimento Regional, Regulação e Regulamentação Institucional Legal, Modelo de Governança e Gestão, “Funding”, Metodologia de Desenvolvimento e Desempenho e, finalmente, uma Carteira com 52 macroprojetos de curto, médio e longo prazos.
Quissamã abraça o desenvolvimento O município de Quissamã, apesar de o Complexo Logístico e Industrial Farol / Barra do Furado ainda estar no início das obras, já vive uma realidade promissora, e a população já se prepara para crescer junto com esse grande projeto. O governo desta cidade, vizinha da Capital do Petróleo, Macaé, diz que este empreendimento é de suma importância para o desenvolvimento não só do município de Quissamã, mas também para a consolidação do Estado do Rio de Janeiro como destaque nas operações de produção e exploração de petróleo. “Quissamã vem ao longo de seis anos se preparando para este complexo. O compromisso do governo é com o desenvolvimento do município, com distribuição de renda e geração de emprego. A
prefeitura vem preparando toda a infraestrutura para receber o complexo e, principalmente, a mão de obra por meio dos programas de Bolsa de Estudo, qualificações e construção da unidade do Instituto Federal Fluminense (IFF)”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Quissamã, Haroldo Carneiro. Haroldo diz que, de diferentes formas, estes investimentos estão acontecendo graças à atividade petrolífera na região e aos royalties de petróleo que os municípios recebem como compensação da exploração. “Esta atividade precisa de suporte para sua realização, e hoje estamos muito bem localizados”, disse, explicando que o Complexo de Barra do Furado fica situado há apenas 60 km da Bacia de Campos. “Com o início das ati-
vidades do pré-sal, a logística será um ponto chave para o sucesso das operações. E a nossa região pode oferecer isso. Com a grande expansão das atividades no município de Macaé, Quissamã figura como uma grande oportunidade para as empresas do setor”, ressalta o secretário. Indagado sobre a participação do governo de Quissamã nesse grande empreendimento, ele diz que é total, com ações pensadas, discutidas e elaboradas pelo Governo do Prefeito Armando Carneiro em todas as fases desse projeto. “Esta obra será o grande marco do município”, disse, informando que a prefeitura, com uma visão de longo prazo, em 2005 elaborou o Plano Diretor, estabelecendo ações como as Zonas Especiais de Negócios (ZEN) e toda política de desenvolvimento.
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DESENVOLVIMENTO
O Complexo Logístico e Industrial Localizado entre os municípios de Quissamã e Campos dos Goytacazes, o Complexo Logístico e Industrial Farol / Barra do Furado é uma obra de aprofundamento do Canal das Flechas, e a construção do sistema australiano de transpasse de areia (Sand By Pass) possibilitará a instalação de empresas dos setores naval e offshore. A obra consiste em aprofundar o canal, deixando-o navegável com um calado de nove metros na embocadura e de sete metros no interior. Isso possibilitará a instalação de estaleiros, da base de apoio offshore ao longo da margem do canal bem como do sand by pass. Este sistema vai corrigir um problema recorrente daquela região: as instalações de moles de pedras na década de 80, que alteraram a movimentação de areia nas praias da região, fizeram com que a praia da Barra do Furado “engordasse” sua faixa e a praia do
município de Campos dos Goytacazes “emagrecesse”. Transportando areia de um lado para o outro, o sand by pass vai equilibrar tal situação. O secretário revela que o Complexo terá a instalação de três estaleiros:
o STX Europe (Quissamã), EISA (Campos) e Alusa Galvão (Campos). Além disso, há o Grupo Edson Chouest, com base de apoio offshore, e um terminal de tancagem da Alupar, sendo que estes estarão localizados no município de Campos. Adilson dos Santos
As obras do Complexo Farol / Barra do Furado iniciaram em julho Works from Complexo Farol / Barra do Furado (Farol / Barra do Furado Complex) commenced in July
Andamento e geração de emprego Haroldo informou que as obras do complexo já foram iniciadas por meio de uma licitação em que o consórcio vencedor foi o Terra & Mar, composto pela Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão. O prazo estimado é de 18 meses e a obra está orçada em R$ 175 milhões: a prefei-
tura de Quissamã participando com R$ 32 milhões, a prefeitura de Campos com R$ 73,5 milhões, o governo do Estado do Rio com R$ 20 milhões e o Federal, por meio do PAC II, com R$ 50 milhões. Em sua plena atividade, o complexo
vai gerar 15 mil empregos diretos e indiretos. “As empresas STX Europe, EISA, Alupar e Edson Chouest têm termo de compromisso assinado com os municípios de Quissamã e Campos dos Goytacazes para implantação de suas unidades”, pontua o secretário.
Em São João da Barra, Açu é o centro das atenções Com grandes promessas de desenvolvimento e atração de negócios para a região, o Complexo Industrial do Superporto do Açu é mais um projeto que vem contribuir para o fortalecimento da indústria naval no Brasil e apoio às atividades de petróleo. Diferentemente de Quissamã, que começa a sentir o reflexo por conta dos investimentos do seu 58 MACAÉ OFFSHORE
Complexo Logístico e Industrial, o município de São João da Barra e cidades circunvizinhas já colhem frutos do empreendimento no Açu. “É inevitável acreditarmos na oportunidade que esse investimento representa para todos os municípios, propiciando a criação de distritos industriais e até mesmo agrícolas, que poderão surgir com vis-
tas à exportação”, disse a prefeita de São João da Barra, Carla Machado. Segundo ela, a proximidade com um porto de classe mundial, como esse do Açu, propicia imaginar uma série de grandes novidades no campo econômico. Cita como exemplo o que acontece no entorno do porto de Roterdã, na Holanda, que é a porta de entrada dos
DESENVOLVIMENTO
J L Anjos
produtos asiáticos na Europa e porta de saída de produtos europeus para a Ásia e o resto do mundo. “O porto de Roterdã possui uma retroárea semelhante à que teremos em São João da Barra. Isso representa empregos, mais impostos, melhorias e benefícios para todos, incentivo à produção etc. Tende-se a criar um ciclo virtuoso que redobra a responsabilidade dos administradores públicos. Precisamos olhar com uma visão macro, uma visão regional. Creio que nunca foi tão importante termos o olhar global com a ação local”, enfatiza a prefeita. Com relação à participação do governo neste grande empreendimento, diz que assumiu uma série de responsabilidades, atuando em diversas frentes paralelas, começando pelo reforço de suas tradições locais e pela reconstrução da cultura do município. “Isso é importante? É fundamental, porque hoje somos pouco mais de 30 mil habitantes e em 15 anos seremos aproximadamente 150 mil, ou até mais, segundo a previsão”, frisa Carla Machado.
Mais de 80% do projeto do Complexo do Açu que avança sobre o mar já foi concluído More than 80% of the project of Açu Complex, which is advancing to the sea, was already concluded
A prefeita explica o porquê dessa postura do governo. No diz respeito à cultura, ela contará a história, no futuro, provando que o município atua na restauração do seu patrimônio histórico. Paralelamente a isso, o governo tem trabalhado a questão da qualificação profissional, visando à ocupação dos postos de trabalho que serão gerados com a chegada das empresas a São João da Barra. Até agora, são centenas de técnicos formados na área de informática industrial, segurança do trabalho e logística portuária – um curso criado pelo IFF, a pedido da Prefeitura. Há ainda profissionais nas áreas de carpintaria, solda e outras profissões.
Além de preparar a cidade em termos de educação, capacitação e infraestrutura para atender às necessidades do Complexo do Açu e a toda atividade que surgir em torno dele, há uma preocupação com o meio ambiente, para o qual o governo vem desenvolvendo diversas ações, como o pedido que foi feito ao Inea para fazer os licenciamentos de investimentos de baixo e médio impacto, conforme prevê a legislação. Também está fazendo a expansão da sua rede de captação e tratamento de esgotos.
“Acabamos de inaugurar a nossa escola técnica, uma das poucas municipais, que já recebeu o aval do secretário nacional de Ensino Técnico para ser federalizada e funcionar como um núcleo avançado do IFF, formando pessoal para
as áreas de metalurgia e eletromecânica”, anunciou Carla, informando também que São João da Barra possui 800 universitários bolsistas da Prefeitura, com incentivos que vão de 60% a 100% das mensalidades do curso.
É uma cidade estruturada para ter um crescimento ordenado, seguro e sustentável. As medidas tomadas também vêm atraindo empresas que buscam negócio na cidade. Um exemplo é a modernização administrativa, que está permitindo a abertura de empresas em prazo mais
rápido; a abertura de uma delegacia da Jucerja, que também agiliza a abertura de empresas, não só em São João da Barra, mas na região Norte; a atualização dos códigos de Obras, Posturas e Tributário, assim como a idealização do nosso Plano Viário, a revisão do Plano Diretor e a criação do Fundo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, que vai incentivar o pequeno investidor, dando-lhe oportunidade de criar ou ampliar seu negócio com vistas a atender às necessidades das novas demandas que serão criadas. “Temos trabalhado no sentido de proporcionar aos investidores melhores condições de instalação em São João da Barra. Conseguimos junto ao governo federal a recuperação e ampliação da BR-356, estamos investindo na melhoria das estradas, na expansão da rede de abastecimento de água e, essencialmente, em melhor conexão via internet com custos mais reduzidos e opções de telefonia”, detalha a prefeita. A transformação do perfil econômico desta cidade de fato se deu a partir da MACAÉ OFFSHORE 59
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SECOM / SJB
indústrias de autopeças, um polo metalmecânico, um terminal para armazenamento e tratamento de petróleo, um polo de indústrias e serviços de apoio ao offshore e indústrias de tecnologia da informação, com um investimento conjunto de mais de US$ 40 bilhões nos seus empreendimentos. Empreendimento em fase pré-operacional da LLX, empresa de logística do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, já recebeu investimentos na ordem de R$ 1,5 bilhão desde 2007 e setembro de 2010. Durante o terceiro trimestre deste ano, o investimento foi de R$ 182 milhões. Carla Machado, prefeita de São João da Barra, na visita às obras do Complexo do Açu Carla Machado, mayor of São João da Barra, in the visit to the works of Açu Complex
atividade petrolífera, especialmente com a implantação da Petrobras em Macaé, mas a prefeita ressalta que São João da Barra foi abençoada com um dos mais profundos calados naturais da costa brasileira, fator preponderante para iniciar o investimento do Complexo do Açu. “Há muito tempo tínhamos a informação desse calado privilegiado que favorecia a instalação de um porto. Quando fui vereadora, propus uma lei que criava uma zona especial de interesse portuário na região do Quinto Distrito de São João da Barra. Na ocasião, oferecemos à Petrobras, que não se interessou em construir um porto”, disse ela. Carla Machado enfatiza que ao mesmo tempo em que o município comemora esse grande empreendimento, não quer que aconteça um crescimento desordenado. Para isso, o governo está agindo no sentido de mitigar os efeitos, cobrando dos empreendedores ações de compensação. “Elas são fundamentais, porque os recursos de que dispomos, apesar dos royalties do petróleo, não são suficientes para promover as intervenções na velocidade em que elas precisam ser implantadas. Precisamos planejar de forma que possamos esta60 MACAÉ OFFSHORE
belecer políticas públicas conjuntas a fim de mitigar os efeitos e reduzir impactos negativos”, disse ela.
O Complexo Industrial do Superporto do Açu Com previsão de 350 milhões de toneladas por ano, entre exportações e importações, em sua plena atividade, o Complexo Industrial do Superporto do Açu, cujas obras foram iniciadas em outubro de 2007, é composto por dois conjuntos de terminais que, juntos, totalizam 17 quilômetros de cais: TX1, correspondente aos terminais offshore, e TX2, um desenvolvimento do canal interno de navegação com 3,5 quilômetros de extensão com mais de 13 mil metros de cais, 300 metros de largura e até 18 metros de profundidade. Ele receberá, por exemplo, usinas siderúrgicas, polo metalmecânico, unidade de armazenamento e tratamento de petróleo, estaleiro, indústrias offshore, plantas de pelotização, cimenteiras e usina termoelétrica e indústrias de tecnologia da informação, dois complexos siderúrgicos, duas cimenteiras, um complexo de geração de energia, uma montadora,
“Suas obras estão andando em um ritmo impressionante. Mais de 80% do projeto que avança sobre o mar já foi concluído e nesse momento estão em andamento as obras dos primeiros berços de atracação”, informou Carla Machado. A previsão de geração de empregos na região é da ordem de 50 mil. Atualmente trabalham cerca de 2,2 mil pessoas nas obras, sendo metade da mão de obra formada por pessoas da região. Na operação do porto, deverão ser gerados aproximadamente 300 empregos diretos, mas nessa atividade o importante são os empregos indiretos, que serão oferecidos pelas empresas relacionadas com a atividade. A expectativa é de que em 2012 ocorra o primeiro embarque de minério. Obras como o Estaleiro da OSX em parceria com a Hyundai e a siderúrgica da Ternium (Techint) devem começar até o final do ano. Estão previstos ainda outra siderúrgica (chinesa Wisco), duas termelétricas (gás e carvão mineral) da MPX, duas cimenteiras (Votorantim e Camargo Correia), Unidade de Tratamento de Petróleo, Pátio Logístico, Polo Metalmecânico, entre outros, com investimentos aproximados de US$ 40 bilhões, segundo informações da prefeita Carla.
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Um novo porto para Macaé Depois de anos contando apenas com o Terminal de Operações Portuárias da Petrobras, Macaé pode trazer soluções na área de logística com uma nova unidade portuária
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esde o início da atividade petrolífera em Macaé, com a instalação da Petrobras, a cidade dependeu durante décadas do Terminal de Operações Portuárias da Imbetiba, que movimenta 230 mil toneladas de carga por mês. São 55 mil metros quadrados de área portuária, num porto que possui três piers de seis berços e comprimento de 90 metros, com largura de 15 metros, recebendo em média 440 atracações por mês. Recentemente, durante a Feira Brasil Offshore 2011, o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, anunciou que Macaé poderá contar com mais um porto. De acordo com o prefeito, a logística é fundamental para impulsionar o cenário internacional de negócios do município e para a ampliação do desenvolvimento do comércio exterior, vindo esse novo empreendimento contribuir para isso. “Assinamos o protocolo de intenções para o empreendimento com os grupos Albar Logistics e Meira Lins. Trata-se de um investimento na ordem de R$ 350 milhões previstos para os próximos três anos. A maior parte dos recursos para a implantação do porto virá da iniciativa privada, que também vai gerir e administrá-lo”, comunicou Riverton. O protocolo de intenções foi assinado em maio, e o próximo passo será apresentar oficialmente o projeto à Marinha, ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Robson Maia
De acordo com o protocolo de intenções, a expectativa é de que o projeto completo esteja concluído até março do próximo ano, já com os licenciamentos ambientais necessários. A contratação das obras civis deve acontecer ainda em 2011. De acordo com Riverton, a prefeitura vai dar toda a infraestrutura necessária. Os recursos iniciais para a implantação do projeto – R$ 16 milhões – serão financiados pelo Invest Rio e pelo Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico de Macaé (Fumdec). Além disso, 70% da mão de obra terá que ser de Macaé. “Desde que assumimos o governo, identificamos a necessidade da construção de um novo terminal marítimo para o município e começamos a procurar parceiros interessados em investir em um empreendimento portuário de grande porte. Buscamos uma estrutura portuária adequada aos padrões globais para atender à demanda crescente da economia do município e da região”, explica ele, dizendo que espera somar todos os parceiros possíveis para que o município possa crescer ainda mais em logística e infraestrutura. Essa unidade portuária será chamada de Terminal de Logística Integrada de Macaé (Terlon), um complexo para atender não só ao crescimento da indústria offshore, mas também para a movimentação de cargas nacionais e internacionais. O complexo, de cerca de 250 mil
Riverton Mussi, prefeito de Macaé Riverton Mussi, mayor of Macaé
metros quadrados, será composto pelo terminal portuário, com dois terminais offshore, estação aduaneira interior, uma área para prédios de escritórios e hotelaria e uma área para armazéns projetados para receber instalações industriais e comerciais. A implantação está prevista para 2014, e o local para a instalação do complexo já está sendo estudado pela prefeitura. “A previsão é de que o empreendimento fique próximo ao Lagomar, perto do Condomínio Industrial (Codin), e do Polo Industrial de Cabiúnas”, adiantou Riverton. MACAÉ OFFSHORE 61
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Naval Industry expands to the
north of the state of Rio de Janeiro Projects in São João da Barra, Campos, Quissamã, and Macaé make this area economically dynamic
By Érica Nascimento
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he north of the State of Rio de Janeiro, mainly the municipalities of São João da Barra, Campos and Quissamã, known by their agricultural and sugarcane tradition, remained for years industrially backward in comparison to the capital of the State. The oil industry has introduced another reality to those cities and, nowadays, large projects, especially those related to the naval industry, promote economic dynamism that has long not seen in this area. Both Açu’s Port Complex and Farol/ Barra do Furado’s Logistic and Industrial Complex generate great expectations to the municipalities, mainly regarding the strengthening of economy, job creation and development of other industries. The State Secretary for Economic Development, Energy, Industry and Service of Rio de Janeiro, Julio Bueno, sees the ongoing projects in the North of the State of Rio de Janeiro as vital to the its development, mainly in the north and northwest regions. According to him, logistics is a potential issue of Rio de Janeiro, due its geography, a coastal State and in the middle of the wealthiest region of Brazil. “These enterprises enable not only a com62 MACAÉ OFFSHORE
modity export corridor; instead, they also enable the developments in several economic sectors, such as steelmaking, naval industry and services. There will be structuring investments that will change the local reality”, the secretary states. According to him, recently, the Government has conducted a study on the sustainable development of the region, sponsored by Petrobras and supported by SEBRAE, FIRJAN and municipalities, pointing out the importance of these enterprises to the regional economy. “We are attempting to chain these investments in the best way, maximizing their positive effects and mitigating the negative ones. We work as an incentive and help in the macro planning to understand how the enterprise will affect the region and what should be done so that the investment may be more positive”, Bueno explains. These are enterprises economically favorable; however, negative impacts, such as population increase, migration of employers, poor infrastructure to meet the demand and damages to the environment are –and will be – evident. In this case, Bueno explains the results of this sustainable development plan for the two
regions already on the website of the Secretary of State for Planning and Management. The plan comprises, for example, Situational Analysis of the Region; Evaluation of the Situation Relationship of Markets; Prospective Scenarios; Future Vision; Strategy and Program of Regional Development; Legal Institutional Regulation and Governance; Model of Governance and Management, Funding, Development and Performance Methodology and, at last, a Portfolio with 52 short, middle and long-term Macro Projects.
Quissamã is open to development Quissamã, despite Farol/Barra do Furado Logistic Complex is still under construction, has been living a promising reality and its population prepares to grow with this huge project. The city government, neighbor of the Oil Capital, Macaé, says this enterprise is really important to develop not only the municipality of Quissamã, but also to consolidate the State of Rio de Janeiro as a key region in the operations of oil production and exploration.
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“Quissamã has been for six years preparing to this complex. The government commitment is the development of the municipality, generating income distribution and job creation. The municipality has been preparing all the infrastructure necessary to receive the complex and, mainly, the manpower by means of Scholarships, qualification and construction of Instituto Federal Fluminense (Federal Institute of the State of Rio de Janeiro) (IFF)’, the Secretary for Economic Development and Tourism of Quissamã, Haroldo Carneiro. Haroldo states that, in different ways, these investments are happening thanks to the oil activity in the region and the oil royalties the municipalities obtain as a compensation of the exploration. “This activity needs support for achievement and, nowadays, we are well located”, he said, explaining that the Barra do Furado Complex is located only 60 km away from Bacia de Campos. “With the inauguration of the pre-salt layer, logistics will be a key point for successful operations. Out region can offer that. Due to the large expansion of activities in the municipality of Macaé, Quissamã stands as a great opportunity for the companies of the sector”, the secretary highlights. When asked about the participation of Quissamã government in this huge enterprise, he says it is total, with actions thought, discussed and prepared by Mayor Armando Carneiro in all the stages of this project. “This work will be a landmark for the city”, he said, informing that the municipality, with a long-term vision, in 2005 prepared the Master Plan, establishing actions such as the Business Special Areas (ZEN) and all the development policy.
The Logistic and Industrial Complex Located between the municipalities of Quissamã and Campos dos Goytacazes, Farol / Barra do Furado Logistic and Industrial Complex is a work for deepening Canal das Flechas and the building of the Australian system of sand overlap (Sand By Pass) which will enable the settlement of companies from the naval and offshore industry. The work comprises in deepening the canal, thus enabling sailing with a nine-foot draft in the mouth and seven meters inside. This enables the installation of shipyards and offshore support base along the canal shore, as well as the Sand By Pass installation. This system will correct a recurrent problem of that re-
gion: the installation of soft stones in the 1980’s that changed the sand movement in the beaches nearby, making Barra do Furado’s beaches “increase” and Campos dos Goytacazes’ beach “decreases”. By transporting sand from side to another, Sand By Pass will balance such situation.
The secretary says the Complex will comprise the installation of three shipyards: STX Europe (Quissamã), EIA (Campos) and Alusa Galvão (Campos). In addition, there is the Edson Chouest Group, comprising an offshore base support and an Alupar’s tanking terminal, located in Campos.
Work progress and job creation Harold informs that the works have already begun by means of a bidding, of which the winning consortium was Terra & Mar, comprised by Odebrecht, OAS and Queiroz Galvão. The estimated term is 18 months, and the work is budgeted in R$ 175 million (175 million reais), with R$ 32 million provided by Quissamã, R$ 73.5 million by Campos, and R$ 20 million provided by the State of Rio and Federal Govern-
ment, through PAC II, with R$ 50 million. In its full activity, the complex will create 15 thousand direct and indirect jobs. “The companies STX Europe, EISA, Alupar and Edson Chouest signed a commitment term with the municipalities of Quissamã and Campos dos Goytacazes for the implementation of their units”, the secretary points out.
In São João da Barra, Açu is the center of attention With great expectation for development and attraction of business to the region, the Industrial Complex of Açu’s Super Port is another project which contributes to the strengthening of the naval industry in Brazil, and support to oil activities. Unlike Quissamã, which begins to feel the reflection on account of the investments of its Logistic and Industrial Complex, the municipality of São João da Barra and neighboring cities have been already taking advantage from the enterprises in Açu. “It is unavoidable for us to believe in the opportunities this investment represents to all the municipalities, enabling the creation of industrial districts or even agricultural ones, which might appear with a view to export”, Carlos Machado said, the Mayor of São João da Barra. According to her, the proximity to a world-class port, just like Açu, foresees great news in the economic field. He cites, as an example, what happens around the port of Rotterdam, in Holland, which is the entrance door for Asian products in Europe, and the exit door from Europe to Asia and the rest of the world. “The port of Rotterdam has a back area similar to that to be in-
stalled in São João da Barra. That means job creation, more taxes, improvements and benefits for everyone, production incentive, etc. A virtuous cycle tends to be created, which at the same time redoubles the responsibility of the public administrators. We need to look with a macro, regional view. I believe it has never been so important to have a global view jointly to the local action”, the Mayor emphasizes. Regarding the participation of the government over this huge enterprise, he says it has taken a lot of responsibilities, acting in several parallel fronts, starting by the strengthening of its local traditions and the reconstruction of the city culture. “Is that important? Of course it is, because, nowadays, there are about 30 thousand inhabitants and, within 15 years, there will be about 150 thousand inhabitants, or even more, according to predictions”, Carla Machado emphasizes. The Mayor explains the reason of this government’s position. Regarding culture, it will tell the story, in the future, proving that the municipality restores its historic heritage. Parallel to this, the government has been working on the professional qualification, aiming
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at occupying jobs that will be created by the arrival of companies in São João da Barra. Until now, hundreds of technicians graduated in the area of industrial computing, work safety and port logistics – a course created by IFF, upon request of the Municipality. There are also carpenters, welders and other professionals. “We have just inaugurated our technical school, one of the few which are municipal, which has already received clearance by the national Secretary of Technical Education to be federalized and work as an advanced nucleus of IFF, training personal to metallurgy and electrical mechanics”, Carla affirmed, informing that there are 800 hundred students with college scholarship provided by São João da Barra Municipality, comprising stimulus from 60% to 100% of the course. Besides preparing the municipality in terms of education, capacitation and infrastructure to meet the needs of the Complex of Açu and all the activity arising around it, there is concern about the environment, in which the government has been developing several actions, such as the request to INEA to perform the licensing of low and medium-impact activities, in accordance with the Law. The municipality also has been expanding
its sewage collecting and treatment system. A city structured to have an orderly, safe and sustainable growth. The actionshave also been attracting companies that intend to make business in the city. One example is the administrative modernization, which is allowing the business start-up in shorter term; the JUCERJA’s office, which also speeds the business start-up, not only in São João da Barra, but also in the North region; the revision of the Master Plan and the creation of the Sustainable Economic Development Fund, which stimulates the small investor, providing him/her the opportunity to create or expand his/her business with a view to meet the needs of new demands which will be created. “We have been working to provide investors with better conditions of installation in São João da Barra. We have got, due to the federal government, the recovery and expansion of BR-356; we are investing on road improvement, expansion of the water supply and better internet connections with lower costs and telephoning options”, the Mayor details. Thechange of the economic profile of this city has in fact started
from the oil activity and, especially, from the implementation of Petrobras in Macaé, but the Mayor points out that São João da Barra was blessed with one of the deepest drafts in the Brazilian coastline, which is a major factor to begin the investment of the Complex of Açu. “Since a long ago, we have been aware of this privileged draft, which favored the installation of a port. When I was a city representative, I proposed a law that created a special area of port interest in the region of the Fifth District of São João da Barra. In that occasion, we offered it to Petrobras, but it was not interested in building a port, she said. “Carla Machado emphasizes that at the same time the municipality celebrates this huge enterprise, it does not want disorderly growth. For this, the government has been attempting to mitigate the effects and charge compensation actions from the entrepreneurs. “They are essential, because the resources we have, despite the oil royalties, are not enough for us to perform the interventions as fast as they need to be implemented. We need to make plans in a way we can establish joint public policies, aiming at mitigating and reducing the negative impacts”, she said.
The Industrial Complex of Açu’s Super Port With a forecast of 350 million tons per year, between exports and imports, in its full capacity, the Industrial Complex of Açu’s Super Port, whose works started in October 2007, comprises two terminal sets totalizing a 17-km cais: TX1, related to offshore terminals, and TX2, the development of the 3.5-km sailing internal canal with a longer than 13 thousand-meterpier, 300-meter wide and up to 18-meter deep. The Complex will have, for instance, steel mills, metal-mechanic center, oil storage and treatment unit, shipyard, offshore industries, pellet plants, cement factories, power plants, information technology industries, two steel mills complexes, two cement factories, a complex of power generation, an assembler, auto parts industries, a metal-mechanic pole, a terminal for oil storage and treatment, a center of industry 64 MACAÉ OFFSHORE
and offshore support services, and information technology industries, with joint investments of more than US$ 40 billion in its enterprises. An enterprise under pre-operating stage of LLX, Eike Batista’s logistics company of Grupo EBX, has received investments around R$ 1.5 billion from 2007 to September, 2010. During the third quarter of 2010, the investment was R$ 180 million. “His works have been performed at an impressive pace. More than 80% of the projects performed at the sea have already been finished and, these days, the works of the first berths’, Carla Machado stated. The prediction of job creation in the region is around 50 thousand jobs. Nowadays, about 2.2 thousand employers ren-
der services at the works, being half of them manpower from local people. Regarding the port operations, around 300 direct and indirect jobs will be created. In this activity, indirect jobs are the most important, being offered by companies related to the activity. The first shipment of ore is predicted for 2012. Works in the OSX Shipyard, in partnership with Hyundai and the Ternium steel mill (Techint) are expected to start their operation by the end of the year. Another steel mill is predicted (Wisco, from China), two power plants (gas and mineral charcoal) of MPX, two cement factories (Votorantim and Camargo Correa), Oil Treatment Unit, Logistic Yard, Metal-Mechanic Center, among others, with investments of around US$ 40 billion, according to information provided by Mayor Carla.
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A new port to Macaé After years counting only with the Petrobras Port Operations Terminal, Macaé can bring solutions in logistics with a new port
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ince the beginning of Macaé oil activity, with the installation of Petrobras, the city has depended for decades on the Imbetiba Port Operations Terminal, which moves 230 thousand tons of cargo per month. The port comprises 55 thousand square meters, with three piers of six berths and 90-meter long, 15-meter wide, receiving the average of 440 ships per month. Recently, during Feira Brasil Offshore 2011, the Mayor of Macaé, Mr. Riverton Mussi, informed that Macaé can have another port. According to him, the logistics is vital to stimulate the city’s business international scenario and to develop foreign trade; thus, this new enterprise contributes to this. “We have signed a protocol of intentions for the enterprise with the groups Albar Logistics and Meira Lins. It is an investment of R$ 350 million predicted for the three next years. The majority of resources for implementing the port will come from the private sector, which will also manage and administrate it’, Riverton informed. Such protocol was signed this May, and
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the next step is to officially submit the Project to the Navy of Brazil, to Instituto Estadual do Ambiente (the Environment State Institute) (INEA), to Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Chico Mendes Biodiversity Conservation Institute) (ICMBio). According to the protocol of intentions, the project is expected to be finished until March 2012, with the environmental licenses in hand. The hiring for civil works will be done in 2011. According to Riverton, the municipality will provide the entire necessary infrastructure. The initial resources for implementing the project – R$ 16 million – will be financed by Invest Rio and Municipal Economic Development Fund of Macaé (FUMDEC). In addition, 70% of the manpower must mandatorily come from Macaé. “Since we have been in the government, we have identified the need for building a new port in the municipality, and we started looking for partners interested in investing in a large-sized port enterprise. We have searched for port structure adapted to the
global standards to meet the growing economic demand in the city and in the region”, he explains, aiming at gathering all the possible partners so that the municipality can grow even more in logistics and infrastructure. This port will be named Macaé Integrated Logistics Terminal (TERLON), a complex to meet not only the offshore industry development, but also to the domestic and international cargo movement. The complex of about 250 thousand square meters will be comprised by the port, with two offshore terminals, internal clearance station, an area for office buildings and an area for warehouses designed to receive industrial and commercial industries. The implementation is expected to take place by 2014. Regarding the location for the complex installation, such issue has been already studied by the municipality governors. “The enterprise is expected to be located next to Lagomar, close to Condomínio Industrial (Codin) and Cabiúnas Industrial Center, Riverton informs.
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