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ÍNDICE / CONTENTS
A força da indústria naval The power of the shipbuilding industry
Eudes Santana
Matéria de capa | Report of Cover
30 37 Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Especial | Special Divulgação
Articulando | Articulating Transporte marítimo de cargas: um risco iminente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Maritime Transport of Loads: an imminent risk. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Entrevista | Interview
14 Sérgio Machado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Sérgio Machado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Uma jovem senhora chamada Bacia de Campos A young lady called Campos Basint
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Qualificação | Qualification Navios de oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Vessels of opportunities. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Plataforma Espírito Santo | Espírito Santo Platform
48 From virtual to real. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Do virtual para o real. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Plataforma Santos | Santos Platform
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Big Brother do pré-sal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Big Brother of the pre-salt layer. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Colunistas | Columnists
Gestão de Negócios Business Management Alexandre Andrade
Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso
Gerenciando mudanças Managing Changes OGX: O chão é o limite? OGX: is the ground the limit?
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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER
Por um setor naval mais competitivo e sustentável O setor naval brasileiro chegou a ser o segundo mais importante do mundo, empregando cerca de 40 mil trabalhadores no final da década de 70. Após mergulhar em um período de forte estagnação, ganhou novos contornos com os investimentos na indústria de óleo e gás, retomando seu papel de destaque no cenário econômico nacional no final da década de 90. Hoje, com os grandes investimentos em O&G, especialmente pelas perspectivas do pré-sal, esta indústria intensiva em capital e mão de obra navega em um mar de oportunidades, em meio a um cenário internacional ainda turbulento. A indústria naval offshore cresce em ritmo acelerado e atualmente gera 58 mil empregos, com uma carteira de encomendas de 386 projetos nos estaleiros em operação. Expandindo-se por todo o País - e não somente no Rio do Janeiro, berço do setor naval –, abre novas oportunidades de negócios e emprego em vários estados.
Serão mais 15 mil postos de trabalho até 2014. Mas tamanho crescimento também gera importantes desafios: o cumprimento dos prazos na entrega dos projetos é um deles. Há gargalos como novas tecnologias e fornecedores eficientes para atender às elevadas metas de conteúdo local, além de mão de obra qualificada, item que ganha espaço nesta edição. Trazemos ainda uma matéria especial sobre os 35 anos do primeiro poço a produzir petróleo em águas profundas na Bacia de Campos, descoberto em agosto de 1977 no Campo de Enchova, com 110 metros. O fato histórico, hoje superado pelo três mil metros de profundidade, também vem carregado de outro desafio: ampliar a eficiência da região, que hoje está em torno de 72% do previsto. Enfim, grandes oportunidades, imensos desafios quando o assunto é petróleo e gás. Uma boa leitura!
For a more competitive and sustainable naval sector The Brazilian naval industry came to be the second most important in the world in the naval sector, employing about 40 thousand workers at the end of the 70’s. After soaking in a period of strong stagnation, it won new contours with investments in the oil and gas industry, resuming its prominent role in the national economy in the 90’s. Today, with major investments in O&G, especially from the perspectives of the pre-salt layer, this intensive industry in capital and labor navigates in a sea of opportunities amid the international still turbulent scene. The offshore marine industry grows in an accelerated pace and currently generates 58 thousand jobs, with a portfolio of orders for 386 projects in operating shipyards. Expanding throughout the country – not only in Rio de Janeiro, the cradle of the naval sector, this sector opens new 4 MACAÉ OFFSHORE
business opportunities and work in various states. There will be more than 15 thousand jobs by 2014. But such growth also generates important challenges: meeting deadlines in the delivery of projects is one of them. There are bottlenecks such as new technologies and efficient suppliers to meet high local content targets, in addition to the lack of qualification, item that conquers space in this issue. We also bring a special article about the 35 years of the first well that produced oil in deep Waters at Campos Basin: the Enchova Field, with 110 meters. The historical fact, today surpassed by 3 thousand meters of depth, also brings another challenge: how to increase efficiency in the region, which today is around 72% of what was predicted. Anyway, the opportunities and challenges are huge when it comes to oil and gas. Have a good reading!
Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Foto / Photo: Eudes Santana / Agência Petrobras A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Editora: / Editor: Rosayne Macedo / MTb. 18446 jornalismo@macaeoffshore.com.br Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga, Rodrigo Leitão e Flávia Domingues redacao@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: José Tarcísio Barbosa Tradução em inglês: / English version: Taíse Maria Marchiori Soares Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 65ª Edição - Julho/Agosto 65th Edition - July/August Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties
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MARÉ ALTA / HIGH TIDE
IBM quer crescer em Macaé por conta do pré-sal De olho nas oportunidades de negócios existentes no pré-sal, a IBM Brasil está buscando estreitar contatos em Macaé. A cidade faz parte do plano de expansão divulgado pela empresa e que tem como objetivo oferecer serviços de Tecnologia da Informação dentro da estratégia desenvolvida para atender países emergentes.
ções de como a IBM deseja atuar para atender as demandas das empresas, sobretudo das médias e pequenas, que estão localizadas na cidade“. Para atuar em Macaé, estamos operando num modelo integrado de prestação de serviços. Essa flexibilidade permite que os clientes sejam atendidos em qualquer localidade”, conta.
“Macaé é o nosso mais recente foco. Há alguns meses estávamos buscando expandir nossa atuação no Estado do Rio de Janeiro e vimos que Macaé possui todos os aspectos necessários, pois passa por um período de prosperidade em razão do mercado de petróleo e gás”, conta Célia Zappa, líder de expansão regional da IBM Brasil, em entrevista concedida à Macaé Offshore, no centro de tecnologia da empresa, em Hortolândia, interior de São Paulo(foto abaixo).
Célia revela que a estratégia de expansão regional também tem o objetivo de identificar oportunidades que fomentem a economia local, o que inclui, revendas e desenvolvedores de software. “O setor de óleo e gás é bastante demandante por tecnologia. E essas empresas, que antes não tinham esse contato, poderão, através do portal, tomar conhecimento dos nossos serviços, como, por exemplo, a computação nas nuvens (cloud computing), terceirização de infraestrutura, data center, servidores e softwares, entre outros”, conta. Ela acrescenta que a instalação física da empresa não está descartada e ela se dará conforme forem se desenvolvendo os contatos locais.
Segundo a executiva, a IBM ainda não está fisicamente em Macaé. Ela explica que a empresa desenvolveu um website que permitirá sua interação com empresas locais e, assim, estabelecer parcerias. No portal, há informa-
* O repórter Brunno Braga viajou a Hortolândia (SP) a convite da IBM Brasil.
IBM wants to grow in Macaé due to the pre-salt layer With an eye on business opportunities existing in the pre-salt layer, IBM Brazil is seeking closer contacts in Macaé. The city is part of the expansion plan released by the company and that aims to offer information technology services within the strategy developed to meet emerging countries. “Macaé is our latest focus. A few months ago we were seeking to expand our operations in the State of Rio de Janeiro and we saw that Macaé has all aspects required, because it goes through a period of prosperity due to the oil and gas market”, says Célia Zappa, leader of regional expansion of IBM Brazil, in an interview to Macaé Offshore, in the company’s Technology Center, in Hortolândia, São Paulo. According to the businesswoman, IBM is not yet physically in Macaé. She explains that the company has developed a website which will allow interaction with local companies and, thus, establish partnerships. In the portal, there is information on how IBM wants to act to meet the demands of enterprises, especially small and medium, which are located in the city”. In order to work in Macaé, we are operating in an integrated model of service delivery. This flexibility allows customers to be served from any location”, she says. Célia reveals that the regional expansion strategy also aims to identify opportunities that foster local economy, which includes, in addition to resales, software developers. “The oil and gas sector is quite plaintiff by technology. And these companies that before had no such contact will be able, through the portal, to be aware of our services, such as, for example, computing in the clouds (cloud computing), infrastructure outsourcing, data center, servers and software among others”, she says. She adds that the physical installation of the company is not discarded, and it will occur as local contacts develop. * The reporter Brunno Braga traveled to Hortolândia (SP) at the invitation from IBM Brasil.
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MARÉ ALTA / HIGH TIDE
Maior feira da América Latina completa 30 anos Cada vez mais inserido na rota dos investimentos em áreas como petróleo, indústria naval e tecnologia, o Rio de Janeiro sedia, de 17 a 20 de setembro, no Centro de Convenções do Rio Centro, o principal evento do setor da América Latina, a Rio Oil & Gas Expo and Conference. A exposição, em sua 30ª edição, vai servir de vitrine para as empresas brasileiras e estrangeiras apresentarem seus produtos e serviços, trazendo uma gama de oportunidades e discussões sobre os principais temas relativos às inovações tecnológicas. A Rio Oil & Gas contará com 1.300 expositores de 51 países, um dos maiores índices de participação estrangeira nessa edição. Segundo estimativas dos organizadores, são esperados nos três dias do evento, aproximadamente, 53 mil visitantes. Empresas como a Baker Hughes, GE Oil Gas, Schlumberger e Rolls-Royce são presenças confirmadas no evento. Como nas edições anteriores, a Rio Oil & Gas 2012 terá uma rodada de negócios, reunindo os grandes compradores do mercado de petróleo, gás e biocombustíveis e as pequenas e médias empresas fornecedoras de bens e serviços para o setor. Promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), a rodada tem despertado interesse crescente da indústria, acompanhando o aumento do conteúdo nacional nas compras do setor.
Largest fair of Latin America completes 30 years Increasingly inserted into the route of these investments in areas such as oil, shipbuilding and technology, the main oil and gas event of Latin America, Rio Oil & Gas Expo and Conference, will be held from 17 to 20 September at the RioCentro Convention Center, in Rio de Janeiro. The exhibition will serve as an important showcase for Brazilian and foreign companies present their products and services. the Conference will also bring a range of opportunities and discussions about the main themes relating to technological innovations. The Rio Oil & Gas Conference will feature 1,300 exhibitors from 51 countries, one of the highest rates of foreign participation for the largest oil and gas
fair from Latin America. According to estimates by the organizers, approximately 53 thousand visitors are expected within three days of the event. Companies like Baker Hughes, Schlumberger, GE Oil Gas and Rolls-Royce are confirmed at the event. As in previous editions, the Rio Oil & Gas 2012 will have a round of business, bringing together the major buyers of oil, gas and biofuels and small and medium-sized companies providing goods and services to the industry. Organized by the ONIP (national oil industry Organization), the round has aroused increasing interest in the industry, following the increase of domestic content in industry purchases.
Um novo gás para o Comperj Previsto para ser entregue em 2014 o primeiro trem de refino do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), atualmente em construção, só ficará pronto em abril de 2015. A Petrobras adiou mais uma vez a entrega do empreendimento, alegando greves de trabalhadores e problemas climáticos. Em recente encontro com o governador Sérgio Cabral, a presidente da Petrobras, Graça Foster, destacou a importância estratégica do Comperj e se comprometeu a acompanhar pessoalmente as obras.
Preocupados com o ritmo das obras, Petrobras e Governo do Rio atuarão em conjunto para solucionar questões ainda pendentes do projeto, como o licenciamento ambiental do emissário e dos oleodutos de suprimento de petróleo e do escoamento de derivados, bem como a travessia do Rio Guaxindiba. O Comperj é hoje um dos projetos mais importantes da Petrobras. Do total de US$ 236,5 bilhões em investimentos previstos para o período 2012-2016, US$ 65,5 bilhões são destinados ao segmento de refino, transporte e comercialização de derivados.
A new mood for Comperj Formerly expected to be delivered in 2014, the completion of the first Comperj’s refining train, currently in construction, will only take place in April of 2015. Petrobras postponed once again the delivery of the enterprise, claiming strikes and climate problems. In a recent meeting with the governor Sérgio Cabral, the president of Petrobras, Graça Foster, pointed out the strategic importance of the Petrochemical Complex of the State of Rio de Janeiro (Comperj) and undertook to personally accompany the works.
Concerned about the pace of the works, Petrobras and the Govern of the State of Rio de Janeiro will work together to solve issues which are still pending relating the Project, such as the environmental licensing of the emissary and of the pipelines for oil supply and the outlets of derivatives, as well as the crossing of the Rio Guaxindiba. Comperj is today one of the most important projects expected to 2012-2016, US$ 65.5 billion are intended to the refine segment of refining, transportation and trade of derivatives. MACAÉ OFFSHORE 7
ARTICULANDO
Transporte marítimo de cargas: um iminente
risco
D
Por Edmar Magalhães
ados da Organização Marítima Internacional das Nações Unidas (International Maritime Organization – IMO), indicam que, atualmente, a função logística mundial do transporte marítimo responde por mais de 90% do volume global da movimentação de cargas frente aos outros modais do transporte terrestre e do transporte aéreo. Neste cenário particular do transporte hidroviário, a cada ano a movimentação de cargas perigosas, enquadradas nas nove classes de risco estabelecidas pelas Nações Unidas, ganha um espaço cada vez maior e significativo, exigindo, assim, uma atenção decorrente e uma preocupação constante do poder público, na figura da Autoridade Marítima Brasileira, a Marinha do Brasil. A Diretoria de Portos e Costas (DPC) da Marinha é o setor responsável pela homologação e certificação destas cargas, aplicando e fazendo cumprir as diversas normas internacionais e respectivos regulamentos dedicados ao tratamento e gerenciamento do risco inerente ao transporte, minimizando, com isso, a possibilidade de acidentes nestas operações, que poderiam trazer danos à vida humana de forma geral, atingindo a tripulação das embarcações, portuários e diversos atores participantes desta cadeia logística. Apenas para esclarecimento: produtos perigosos são definidos como aquelas mercadorias que reúnem os critérios de uma ou mais das nove classes de perigo das Nações Unidas, quando aplicáveis, e para um dos três grupos de embalagens UN United Nations. As nove classes relacionam o tipo de perigo, 8 MACAÉ OFFSHORE
enquanto os grupos de embalagens relacionam o grau de perigo dentro de uma classe, tudo dentro de uma sistemática de gestão de riscos. Internacionalmente, o Orange Book, o “livro laranja” das Nações Unidas, e o International Maritime Dangerous Goods (IMDG), o Código Internacional de Produtos Perigosos, da Organização Marítima Internacional, regulamentam o transporte destas cargas. No Brasil, a Norma 5 é aplicada em âmbito nacional, juntamente com as citadas normas desta regulação. Hoje, a Marinha do Brasil, por meio da Diretoria de Portos e Costas (DPC), em face desta crescente demanda da sociedade e por força de lei, tem sido procurada pelas empresas e por outros órgãos públicos, também responsáveis, em consultas constantes e dúvidas na aplicabilidade técnica e formal destes regulamentos. A DPC é convidada a participar de diversos fóruns nacionais e internacionais, onde são discutidas as diversas nuances e particularidades deste transporte, principalmente de produtos químicos necessários ao desenvolvimento e com significante implicação na balança comercial brasileira. A sociedade empresarial diretamente usuária deste segmento se preocupa em cumprir a legislação e aos agentes públicos da Autoridade Marítima cabe a tarefa de fazer cumprir e aplicar fielmente estas normas regulatórias internacionais e nacionais das quais o Brasil é signatário. Assim, temos representado a Marinha em diversos eventos, ministrando palestras e participando de debates,
interagindo diretamente com todos os atores neste cenário que busca a precisão, critério e apuro técnico na aplicação destas normas. Participamos, recentemente, de uma sequência de três importantes eventos, começando pelo Seminário Regional de Manipulação e Transporte de Mercadorias Perigosas (Código IMDG e IMSBC), em Buenos Aires, de 23 a 27 de abril, promovido pela Organização Marítima Internacional, onde proferimos palestra sobre Transporte Marítimo de Cargas Perigosas. Entre os dias 29 e 31 de maio, participamos do Seminário Nacional de Produtos Perigosos – Hazmatlab, realizado em São Paulo, atendendo à demanda de informações sobre a homologação de contentores empregados na logística offshore, usualmente empregados no transporte de produtos perigosos para plataformas de petróleo. Ainda no dia 31 de maio, fizemos uma apresentação no terceiro Encontro sobre Certificação de Conteiners Offshore, promovido pelo Bureau Veritas. Com todo este aspecto técnico pertinente ao que a função exige, cabe ressaltar que o papel e a atribuição subsidiária da Marinha do Brasil vêm sendo tratados com todo o rigor e respeito à legislação internacional. E a sociedade brasileira tem reconhecido isto ao solicitar a presença e representatividade da DPC nestes eventos.
Edmar Magalhães é capitão-de-fragata, engenheiro químico do Corpo de Engenheiros da Marinha e especialista em gerenciamento de riscos, com experiência de mais de 30 anos na profissão. É responsável pela Divisão de Homologação da Diretoria de Portos e Costas (DPC), da Marinha do Brasil.
ARTICULATING
Maritime Transport of Loads: an imminent
risk
By Edmar Magalhães*
D
ata from the International Maritime Organization – IMO indicate that today the logistic function of the global maritime transport accounts for more than 90% of the total volume of cargo handling compared to the other modes of land transport and to air transport. In this specific scenario of the waterway transportation, each year the handling of hazardous materials, which falls into the nine hazard classes established by the United Nations, gains an increasingly larger and more significant room, thus requiring more attention and constant preoccupation by the government, represented by the Brazilian Maritime Authority, which is the Brazilian Navy. The Directorate of Ports and Coasts (DPC) of the Navy is the responsible sector for approval and certification of such loads, applying and enforcing the various international standards and regulations devoted to the treatment and management of risk to transport and thereby minimizing the possibility of accidents in these operations, which could bring harm to human life in general, reaching the manning of vessels, ports and various agents that participate on this logistics chain. Only for clarification purposes, dangerous products are defined as those goods which meet the criteria for one or more of nine hazard classes of the United Nations, where applicable, and one of three for packaging groups - UN United Nations. The nine classes relate to the type of danger, while the groups of packages relate to the degree of danger within a class, all within a systematic risk management. Internationally, the “Orange Book” by the United Nations, and the International Maritime Dangerous Goods (IMDG), the International
Code for Hazardous Products, by the International Maritime Organization, rules the transport of these loads. In Brazil, Standard 5 is applicable nationally, along with the aforementioned standards.
the legislation and it is due to the public agents of the Maritime Authority to faithfully enforce and implement these international and national regulatory standards to which Brazil is a signatory.
Nowadays, the Brazilian Navy, through the Directorate of Ports and Coasts (DPC), facing the growing demand from society and legislation, has been sought by companies and by other public agencies also responsible for ongoing consultation and doubts on the formal and technical applicability of these regulations. The Directorate is invited to participate in various national and international forums, where the nuances and particularities of this transport are discusses, especially the ones related to the chemicals that are necessary to the development and with significant involvement in the Brazilian balance of trade.
Thus, we have the Navy represented at various events, lecturing and participating in debates, directly interacting with all the actors in this scenario that seeks accuracy, criteria and technical accuracy in implementing these standards. Participated recently in a sequence of three important events, starting with the Regional Seminar on Handling and Transport of Dangerous Goods (IMDG Code and IMSBC) in Buenos Aires, Argentina, 23-27 April, organized by the International Maritime Organization, in which we will lecture on Maritime Transport of Dangerous Loads.
The entrepreneurial society that directly uses this segment seeks to comply with
Between days 29 and 31 of May, we attended a National Seminar on Dangerous Loads - Hazmatlab, held in Sao Paulo, meeting the demand for information on the approval of containers used in offshore logistics, usually employed in the transport of dangerous goods to oil platforms. On May 31, we conducted a presentation at the third Meeting on Certification of Offshore containers, sponsored by Bureau Veritas. With all this technical aspect relevant to the requirements of the function, it is worth to mention that the subsidiary role of the Brazilian Navy has been treated with the utmost rigor and respect for international law. And the Brazilian society has acknowledged it when it requires the DPC’s presence and representativeness in these events.
Edmar Magalhães is lieutenant commander, chemical engineer of the Navy Corps of Engeneers and expert in risk management, with more than 30 years of experience in the function. He is responsible for the CPD Certification Division - Directorate of Ports and Coasts, Navy of Brazil.
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Gestão de negócios
Gerenciando mudanças Por Alexandre Andrade, PMP* Vivemos numa época de constantes mudanças, em que já ouvimos dizer que “a única certeza que temos é a mais sólida certeza da mudança”. Mudanças não apenas tecnológicas, mas também de conceitos, metodologias, processos e, por que não dizer, de consciência. Gerenciar projetos já é um grande desafio. Ainda mais se os projetos envolvem grandes mudanças para a corporação. Não somente porque o lidar com o fator humano é uma constante, mas principalmente porque faz parte daqueles assuntos que exigem um elevado conhecimento tático. É estritamente necessário o know how sobre a administração de mudanças. E não é nada fácil encontrar uma forma de explicá-la a todos os envolvidos. Já foi a época em que a carteira de mudanças das corporações se resumia a alguns poucos projetos mais relevantes. Mas mudar, por quê? Redução de custos é a principal razão para as mudanças. Em seguida, vêm as mudanças de estratégia nos serviços a clientes e a busca por maior competitividade. O envolvimento do “patrocinador” no processo tem sido um dos grandes fatores de sucesso para as mudanças. A participação de todos os níveis da organização é fundamental. Novas iniciativas são uma oportunidade para que um ou outro profissional se destaque e também dissemine a ideia de que a cúpula está melhorando os negócios. Por outro lado, as empresas não estão preparadas para conduzir diversas iniciativas
estratégicas simultaneamente, de modo harmônico. Segundo especialistas, não é difícil perceber que algo desandou. O escopo de uma iniciativa invade a outra e, muitas vezes, por sobrecarga de serviço, os mesmos funcionários estão em dois ou três projetos diferentes. O grupo de funcionários de um projeto não sabe o que o outro está fazendo. Um projeto acaba impactando o outro. Os resultados atrasam e as coisas não andam. A solução tem sido criar o cargo de gerente de planejamento e de integração de projetos, responsável apenas pelas novas iniciativas da companhia. Nomear um responsável é um primeiro passo para resolver a confusão e alguns dos problemas que mais envolvem a gestão de projetos de mudanças. A briga por pessoas dentro da companhia pode comprometer os resultados dos projetos de mudança. Deixar a condução de projetos para pessoas que normalmente tocam o dia a dia de áreas específicas pode provocar desastres. Em algumas empresas das áreas de energia e telecomunicações, isso é muito comum, separando os profissionais de projetos dos problemas relacionados com a manutenção e operação de seu parque tecnológico, principalmente aqueles envolvidos nos projetos de grandes mudanças, tais como o ERP. Quando ocorre falta de integração das informações, há o desperdício de um dos bens mais preciosos de uma organização: o conhecimento. É preciso fazer com que as informações fluam de um projeto para
o outro. Se a equipe de um projeto pensar numa boa solução para resolver um problema, poderá estar ajudando as demais equipes. No entanto, por mais que a organização se prepare para um grande projeto de mudança, ainda há necessidade do conhecimento de quem já passou pela experiência. Neste momento, torna-se necessária a participação dos consultores externos atuando como facilitadores do processo. O consultor deve ser um expert em gerenciamento de mudanças, tendo como pré-requisito a participação efetiva em coordenação e implementação de outros processos de mesmo porte, garantindo a experiência para lidar com o lado técnico e comportamental, inclusive na preparação, treinamento e capacitação das equipes. A análise da trajetória de um projeto de mudança, verificando cada um dos fatos ocorridos durante sua execução e seus marcos, possibilita o aprendizado através do caminho percorrido, adotando o conhecimento existente na própria organização, permitindo que ele venha a ser um dos métodos que garantirão o alcance dos objetivos e a efetivação das estratégias da corporação. Analisar a trajetória aproxima os sonhos dos desafios, que são todas as transformações que precisam realmente ser feitas para a conclusão do projeto, pois cada vez mais a mudança surgirá como chave principal na construção das organizações do futuro, não somente para sua prosperidade, mas também para sua sobrevivência.
* Alexandre Andrade é graduado em Administração pelo Isecensa Campos/RJ, certificado pelo PMI (PMI® - Project Management Institute) desde 2008 e possui MBA em Engenharia de Petróleo pela Funcefet Macaé. Trabalha na área de Óleo e Gás há 11 anos e há sete atua como gerente de Projetos nos segmentos de Tecnologia da Informação e Óleo e Gás na Petrobras em Macaé. Dúvidas e sugestões para esta coluna: alexandre.andrade.pmp@gmail.com
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business management
Managing Changes By Alexandre Andrade, PMP*
We live in an era of constant change, where we have already heard that “the only certainty that we have is the most solid certainty of change.” Changes not only on technology, but also on concepts, on methodologies, on processes and, why not say, on conscience. Managing projects already is a big challenge, especially if the projects involve major changes to the Corporation. Not only because the handling with the human factor is a constant, but mainly because it is part of those matters that require a high tactical knowledge. Some Know-how is strictly necessary on the management of change. And it is not easy to find a way to explain it to all involved people. The times when the portfolio of corporate changes boiled down to a few relevant projects were gone. But why should change occur? Cost reduction is the main reason for the change, seconded by strategy changes in customer services and the search for greater competitiveness. The involvement of the “sponsor” in the process has been one of the major success factors for changes. The participation of all levels of the organization is essential. New initiatives are an opportunity for one or another professional to stand out and also to disseminate the idea that the top management is improving the business. On the other hand, companies are not prepared to conduct a variety of strategic initiatives simultaneously in a harmonic way.
According to experts, it is not difficult to realize that something has soured. The scope of an initiative invades other and often because of an overload of work the same employees participate in two or three different projects. The group of employees of a project does not know what the other is doing. A project ends up impacting the other. The results delay and things don’t go. The solution has been the creation of the post of Manager of integration and planning of projects, responsible only for the company’s new initiatives. To nominate a responsible person is a first step to solve the confusion and some of the problems that involve project management of changes.
solution to solve a problem, you may be helping other teams.
The fight for people within the company can harm the results of change projects. To leave the conduction of projects for people who normally perform the daily lives of specific areas can cause disasters. In some companies in the areas of energy and telecommunications this is very common, separating the project professionals from problems related to the maintenance and operation of their technological park, mainly those involved in projects of major changes, such as ERP.
The analysis of the trajectory of a project of change, checking each one of the facts that occurred during its execution and its marks, enables the learning through path, adopting the existing knowledge within the organization and allowing this to be one of the methods that will ensure the achievement of the goals and implementation of the strategies of the Corporation.
When there is a lack of information integration, there is the waste of one of the most precious assets of an organization: the knowledge. You must make the information flow from one project to another. If a project team thinks of a good
However, much as the Organization prepares for a major project of change, there is still the need for knowledge of who already went through the experience. At this point, the participation of outside consultants is necessary, acting as facilitators of the process. The consultant should be an expert in change management, having as a prerequisite the effective participation in coordination and implementation of other processes of the same size, ensuring the experience to deal with the behavioral and technical side, including preparation, training and qualification of teams.
The analyzes of the trajectory approaches the dreams to the challenges, which are all transformation that really need to be accomplished for the completion of the project, because increasingly change will become the main key in the future for the construction of organizations not only to their prosperity, but also for their survival.
*Alexandre Andrade holds a Bachelor’s Degree in Business Administration from Isecensa Campos/RJ, a PMI® certificate as a PMP® (Project Management Professional) since 2008, and holds a MBA in Petroleum Engineering from Funcefet Macaé; He has been in the Oil Gas segment in Macaé for 11 years, and has been working for Petrobras as a Project Manager for seven years in the sectors of Information Technology and Oil and Gas. Questions and suggestion for this column: alexandre.andrade.pmp@gmail.com
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Por dentro do mercado
OGX: O chão é o limite? Por Celso Vianna Cardoso* barris de petróleo por dia e que os in-
Por uma boa dose de cuidado e ou-
Na última semana de junho, os in-
tra de convicção, evito misturar religião
vestidores perceberam toda a exten-
e mercado durante aulas ou eventos
são da força do mercado, quando as
públicos, talvez por ser o Brasil um país
ações da OGX despencaram 46,6% no
de esmagadora maioria católica, cuja te-
mês, 40,4% somente na última sema-
cia, as ações da OGX desabaram mais
ologia tradicional condena o lucro e a
na. Nem mesmo o enorme poder de
19%, fechando a R$ 5,05, nível que
usura, ao contrário da doutrina protes-
convencimento de Eike Batista foi ca-
equivale a menos da metade do valor
tante, mais adequada ao espírito do ca-
paz de segurar os preços das ações do
da oferta inicial, que foi de R$ 11,31.
pitalismo comercial.
grupo EBX – OGXP3, MMXM3, OSXB3
No dia 29 de junho, o presidente da
e LLXL3 –,
OGX, Paulo Mendonça, foi substituí-
Mesmo assim, em um determinado dia, durante uma aula que minis-
que foram puxadas para
baixo, lideradas pela petrolífera.
trava para um grupo restrito de alunos
Como já tratado em colunas pas-
eu “enverguei” essa regra e verbalizei a
sadas, o mercado faz contas e avalia
frase: “Somente o mercado e Deus es-
todas as informações disponíveis para
tão sempre certos”. Por um momento
chegar ao preço que ele considera jus-
achei que a frase original – afirmando
to para a ação da empresa analisada.
que somente o mercado estava sempre
Portanto, a queda de 25% no dia 27
certo – pareceria muito pretensiosa e,
de junho representou todo o desâni-
por conta própria, optei por acrescentar
mo com a sequência de más notícias,
Deus para atenuar qualquer efeito ne-
tais como a revisão para baixo das ex-
gativo que viesse a ocorrer no bom an-
pectativas de produção de Waimea em
damento do curso.
2012 e o nível desapontador de vazão
Qual não foi minha surpresa quan-
de Tubarão Azul.
vestimentos seriam mantidos. No dia seguinte à teleconferên-
do por Eduardo Guimarães Carneiro na tentativa de estancar a sangria. A manobra surtiu efeito imediato e as ações recuperaram 9%, fechando em R$ 5,50. O desempenho das ações da OGX mexeu com os humores dos analistas e praticamente todos os relatórios de análise recomendavam a não exposição em OGXP3. O motivo foi a enorme discrepância entre as promessas e o resultado auferido até o momento. Passada a fase da inocência e do
do um dos alunos me questionou de
Ao final da tarde desse mesmo
entusiasmo que o levou às compras,
estalo: “Mestre, não existe Deus para os
dia, a OGX convocou uma teleconfe-
o mercado amadureceu seu entendi-
vendidos?”. Na verdade, a singela per-
rência com analistas para tentar frear a
mento sobre os dois grandes riscos da
gunta cala fundo na alma dos investido-
onda de pessimismo dos investidores
companhia: os campos adquiridos fo-
res: aqueles que compravam as ações
com a petrolífera da holding EBX. Eike
ram justamente aqueles descartados
rezavam para que elas subissem, en-
Batista veio pessoalmente defender a
pela Petrobras e o fato de a OGX ser
quanto aqueles que as vendiam faziam
empresa e afirmar que os boatos so-
administrada por um empresário sem
suas preces para que o preço caísse.
bre a falência da OGX eram infundados
Nesse contexto, Deus poderia, no má-
e que a probabilidade de isso aconte-
expertise no ramo petrolífero.
ximo, empatar o jogo ou deixar que o
cer era zero. Durante a teleconferência,
Pela reação dos investidores, acho
mercado decidisse a partida entre com-
Eike previu que até o final do próximo
que ainda iremos voltar ao assunto OGX
pradores e vendedores.
ano, a OGX estará produzindo 250 mil
nas próximas edições. Até lá!
*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ , com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É coautor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.
12 MACAÉ OFFSHORE
inside the market
OGX: is the ground the limit? * By Celso Vianna Cardoso
For a good dose of caution and another one of certainty I avoid mixing together religion and market during classes or public events, perhaps because Brazil has an overwhelming majority of Catholics whose traditional theology condemns usury profit, unlike the protestant doctrine which is more appropriate to the spirit of capitalism. Yet one day during a lesson that I ministered to a restricted group of students I “raised” this rule and uttered: only the market and God are always right. For a moment I thought the original sentence - which stated that only the market was always right - it would seem quite pretentious and, on my own, I opted for adding God to mitigate any negative effects that would occur on the good progress of the course. For my surprise, one of the students asked me: - Master, isn’t there a God for the sold ones? Actually, the simple question shut the soul of the investors: those who bought shares prayed for them to go up while the ones who sold share prayed for the prices to fall. In this context, God could tie the game or let the market decide the match between buyers and sellers.
In the last week of June the investors realized the full extent of market strength, when the shares of OGX plunged 46.6% in June and 40.4% only in the last week. Not even Eike Batista’s enormous power of persuasion was able to hold the stock prices of the EBX Group (OGXP3, MMXM3, OSXB3 and LLXL3) that were pulled down oil-led. As already discussed in past columns, the market does the math and evaluates all the information available to arrive at the price it considers fair for the share of the analyzed company, therefore the 25% drop on June 27 represented all the dismay from the string of bad news such as the downward revision of expectations of production of Waimea in 2012 and the disappointing level of flow of Blue Shark. At the end of the afternoon of that same day, the company convened a conference call with analysts to try to curb the wave of pessimism of investors with the EBX holding oil. Eike Batista came personally to defend the company and to say that the rumors about the bankruptcy of the company were unfounded and that the likelihood of that happening was zero. During the conference call Eike predicted that by the end of next year the company will be producing 250 thousand barrels of
oil per day and that the investments would be maintained. On the day following the conference call, the actions of OGX collapsed over 19% closing at R$5,05, which is equivalent to less than half the value of the initial offer of R$ 11.31. On June 29, OGX’s President, Paulo Mendonça, was replaced by Eduardo Guimarães Carneiro in an attempt to stanch the bleeding. The maneuver had immediate effect and the shares recovered 9% on Friday, closing at $ 5.50. The stock performance of OGX messed with the moods of analysts and virtually all analysis reports recommended not to risk with OGSP3. The reason was the enormous discrepancy between promises and the result earned so far. After the stage of innocence and enthusiasm that led to purchasing, the market has matured their understanding of the company’s two major risks: the fields acquired were precisely those discarded by Petrobras and the fact that OGX is administered by a businessman with no expertise in the oil industry. Considering the reaction of investors, I think we will still return to the subject OGX in future issues. See you then!
* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.
MACAÉ OFFSHORE 13
ENTREVISTA
Sérgio Machado Presidente da Transpetro comemora o bom momento da indústria naval brasileira e diz que a empresa se prepara para se tornar referência internacional Por Brunno Braga
Desde junho de 2003 no comando da Transpetro, Sérgio Machado é o responsável pelo desafio de gerir a maior empresa de logística do País, com uma frota de 56 navios, uma rede de mais de 14 mil quilômetros de dutos e 48 terminais de armazenamento de petróleo e derivados, biocombustíveis e gás natural. A Transpetro é responsável por transportar óleo e gás natural entre os campos produtores e os
Macaé Offshore - O senhor está há quase uma década à frente da Transpetro. Qual é a avaliação que faz do período em que ocupa o cargo e o que mudou desde então? Sérgio Machado - Durante a minha administração, a Transpetro registrou grande crescimento. Conseguimos triplicar nossa receita, alcançando R$ 6 bilhões ao final de 2011 e também duplicar o nosso lucro, chegando, em 2011, a R$ 629 milhões. Ao mesmo tempo, reduzimos os índices de acidentes e vazamentos. O crescimento acompanha as necessidades do Brasil por uma melhor logística de petróleo e reflete uma gestão voltada para a produtividade e a busca de novos nichos de negócios para a companhia. 14 MACAÉ OFFSHORE
mercados consumidores, estando inserida no setor que vem gerando excelentes oportunidades de negócios de bilhões de dólares e geração de plena empregabilidade. Machado concedeu entrevista à Macaé Offshore, e falou sobre os avanços, conquistas, problemas e os desafios a serem enfrentados pela empresa nos próximos anos.
M.O. - Como avalia o atual cenário da indústria naval brasileira? S.M. - Após décadas de crise, a indústria naval brasileira está saindo da inércia. Contrariando a previsão dos pessimistas, que achavam a tarefa impossível, estamos reconstruindo a indústria naval brasileira em bases modernas e competitivas. M.O. - Acredita que o Brasil conseguirá alcançar a autossuficiência na indústria naval offshore e nos tornamos, assim, um player de grande importância em âmbito internacional? S.M. - Sim, com certeza. Foi por isso que criamos, em 2004, o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). Com
a intensificação das atividades de gás natural, surgiram novos negócios em apoio às atividades de exploração e produção de petróleo e transporte hidroviário e houve intensos programas de qualificação e formação de gestores. Mas, certamente, vamos precisar de menos tempo para atingir o nível tecnológico dos líderes mundiais. É preciso notar que os atuais benchmarks asiáticos do setor naval levaram muitos anos para chegar ao nível atual. A Coreia, por exemplo, precisou de 20 anos. M.O. - Como está o mercado de trabalho para os profissionais marítimos dentro deste cenário de aquecimento da indústria? A oferta está conseguindo atender à demanda?
entrevista
S.M. - O mercado de trabalho para os marítimos vive um cenário de pleno emprego, seja em nível básico, técnico ou superior. Ou seja, todos os alunos dos cursos da Marinha do Brasil saem com emprego garantido. O aquecimento do setor naval brasileiro é decorrente, sobretudo, do Promef. Para atender a esta crescente necessidade de mão de obra, a Transpetro, em conjunto com a Marinha do Brasil, sindicatos de marítimos e armadores nacionais, se uniu ao Governo Federal para promover a ampliação e melhorias para os dois centros de formação existentes no país: o Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga), no Rio de Janeiro, e o Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (Ciaba), no Pará. Além disso, a companhia está implantando a Academia Marítima Transpetro, que vai contribuir na formação e qualificação de profissionais do setor. M.O. - Na sua opinião, o que diferencia o momento atual de recuperação do setor? S.M. - Não se trata mais de construir navios a qualquer custo, como ocorria anteriormente. Ao invés de continuar importando navios e, com isso, exportando empregos e divisas, decidimos estabelecer um novo paradigma para o setor. Para se tornar sólida, duradoura e sustentável, a nova indústria naval brasileira está se atualizando e modernizando seus processos construtivos. M.O. - A questão sobre conteúdo local vem gerando discussões dentro do setor. Como o senhor observa esse debate? S.M. - A questão sobre conteúdo local é o principal alicerce do Promef, com o qual impulsionamos
o renascimento do setor, cumprindo a tarefa a nós delegada pelo Governo Federal. O programa tem como premissas construir todos os navios no Brasil, com índices de nacionalização de 65% na primeira fase e 70% na segunda, usando processos construtivos que tornem a indústria naval brasileira mundialmente competitiva. As duas primeiras premissas já foram atingidas.
Queremos que a indústria naval brasileira seja cada vez mais sustentável, com meios para fabricar navios competitivos Em menos de oito meses, três navios foram entregues à Transpetro - Celso Furtado, João Cândido e Sérgio Buarque de Holanda – , todos com conteúdo nacional entre 70% e 74%. Em novembro, um quarto navio, o Rômulo Almeida, será entregue. Após 14 anos sem construir um só petroleiro, os estaleiros brasileiros entregarão quatro navios no período de um ano. M.O. - Recentemente, o atraso na entrega do navio João
Cândido, construído pelo estaleiro Atlântico Sul, gerou polêmica quanto à capacidade de construção de embarcações no Brasil. O cumprimento dos prazos é o principal desafio a ser enfrentado pela Transpetro? S.M. - De fato, o grande desafio atual do programa é buscar um nível de produtividade cada vez maior dos estaleiros participantes, para cumprir a terceira premissa do programa. Para isso, a Transpetro está criando o Setor de Acompanhamento da Produção (SAP), que acompanhará os processos tecnológicos e de gestão dos estaleiros. É preciso investir, principalmente, em projetos, acabamento avançado e mão de obra experiente. M.O. - Como tornar esse objetivo mais exequível? S.M. - A parceria tecnológica entre os benchmarks mundiais do setor e os estaleiros participantes do Promef é uma das características do programa, justamente a premissa de usar processos construtivos modernos. E os números alcançados são estimulantes. Temos hoje a quarta maior carteira mundial de encomendas de navios, e o setor oferece quase 60 mil empregos diretos. No início do século, eram menos de 2 mil. Três novos estaleiros foram viabilizados pelo Promef: o Atlântico Sul, já em operação; o STX Promar e o Rio Tietê, em implantação. Este último inicia suas atividades no próximo mês, com a construção do primeiro comboio hidroviário para transporte de etanol pela Hidrovia Tietê-Paraná. Enfim, queremos que a indústria naval brasileira seja cada vez mais sustentável, com meios para fabricar navios competitivos. MACAÉ OFFSHORE 15
ENTREVISTA
Nove anos no comando da
Transpetro
Com trajetória política, Sérgio Machado tem como desafio conduzir um dos mais ambiciosos programas do governo federal, o Promef
V
ascaíno, casado, pai de quatro filhos, há nove anos presidente da Transpetro, Sérgio Machado é um dos administradores que mais tempo vêm permanecendo no cargo máximo de uma empresa pública na era Lula-
Dilma. Cearense, nascido em Fortaleza, Machado é filho de um tradicional político do seu estado e teve sua experiência também marcada pela trajetória política. Formado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e Economia pela Universidade Cândido Mendes, ambas no Rio de Janeiro, Machado presidiu, em 1982, o Centro Industrial do Ceará e nesse período filiou-se ao PMDB. Na gestão do então governador do Ceará, Tássio Jereissati (19861990), foi nomeado secretário de Governo. No início da década de 1990, filiou-se ao PSDB, partido oriundo do racha do PMDB, no final da década de 1980. Já no seio peessedebista, Machado elegeu-se deputado federal (1991 a 1995), senador (1995-2002), sendo líder do PSDB no Senado. Como senador, atuou como relator geral do Orçamento da União, em 2003, e relator do projeto de criação da Agência Nacional de Águas, em 2002. Já no final do seu mandato
16 MACAÉ OFFSHORE
como senador, ele retornou ao PMDB, partido que passou a ser base governista no governo Lula. Já nos primeiros meses de 2012, Machado viu-se envolvido em algumas crises. A primeira delas foi a ameaça de destituição do cargo pela presidente Dilma Rousseff. Após grande especulação veiculada pela imprensa, a presidente decidiu mantê-lo na presidência, impedindo, assim, uma crise com o PMDB. Outro problema enfrentado pelo presidente da Transpetro foi o atraso na entrega do navio João Cândido. O episódio teve repercussão nacional e expôs certas fragilidades na execução de projetos de construção de navios no Brasil, criando um clima de desconforto na Presidência da República, que observa no Promef um dos mais importantes programas de geração de emprego e renda da administração federal. O contrato com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), responsável pelo projeto João Cândido, foi suspenso e somente será retomado se o EAS cumprir as exigências feitas por Machado, entre elas encontrar um parceiro internacional na área de tecnologia de navios. (B.B.)
INTERVIEW
Sérgio Machado President of Transpetro celebrates the good moment of the Brazilian shipbuilding industry and says that the company is preparing to become the international reference
By Brunno Braga
Since June of 2003 ahead of Transpetro, Sérgio Machado is the responsible person for the challenge of managing the largest logistics company in the country, with a fleet of 56 ships, a network of more than 14 thousand kilometers of pipeline and 48 terminals of oil, derivatives, biofuels and natural gas storage. The largest oil and gas logistics operator of Brazil is responsible for transporting oil
Macaé Offshore – You are ahead of Transpetro for almost one decade. What is your evaluation of the period that you occupy this position and what change since then? Sérgio Machado – During my administration, Transpetro recorded strong growth. We tripled our revenue, reaching R$ 6 billion by the end of 2011 and we also duplicated our profit reaching R$ 629 million in 2011. At the same time, we have reduced the rates of accidents and leaks. The growth follows Brazil’s needs for more petroleum logistics and reflects a forward-looking management and productivity in search of new business niches for the company.
and natural gas between the producers and consumer markets, and it is inserted in the sector that has been generating excellent business opportunities of billions of dollars and generation of full employment. Machado gave an interview by email to Macaé Offshore, and talked about the progress, achievements, problems and challenges to be faced by the company for the future years.
M.O. – How do you evaluate the current scenario of the Brazilian shipbuilding industry?
S.M. – Yes, absolutely. That is why we
S.M. – After decades of crisis, the Brazilian shipbuilding industry is leaving the inertia. Contrary to the forecast from pessimistic people, who thought the task was impossible, we are reconstructing the Brazilian shipbuilding industry in modern and competitive basis.
fleet of Transpetro (Promef). With the
created, in 2004, the program for the modernization and expansion of the intensification of natural gas activities, new business in support of the activities of exploitation and production of oil and waterway transport occurred and there were programs that promoted intense qualification and training of managers. But we certainly will need less time to reach the
M.O. – Do you believe that Brazil will be able to achieve self-sufficiency in the offshore shipbuilding industry and become a player with great international importance?
technological level of world leaders. It should be noted that the current Asian benchmarks of the naval sector led many years to reach the current level. It took Korea 20 years, for example. MACAÉ OFFSHORE 17
INTERVIEW
M.O. – How is the job market for maritime professionals within this scenario of heating of the industry? Is offer able to meet the demand? S.M. – The labor market for seafarers lives a scenario of full employment, either in basic, technical or higher levels. That is, all students of the Brazil Navy courses leave with guaranteed job. The heating of the Brazilian naval industry is due, above all, to Promef. To meet this growing need of manpower, the Transpetro, in conjunction with the Navy of Brazil, national ship owners and maritime unions, joined the Federal Government to promote broadening and improvements to the two existing training centers in the country: the Instruction Centre Almirante Graça Aranha (Ciaga) in Rio de Janeiro and the instruction Center Almirante Braz de Aguiar (Ciaba) in Pará. In addition, the company is deploying the Maritime Academy, which will contribute to the training and qualification of professionals in the sector.
M.O. – In your opinion, what does differentiates the current moment of recovery of the business? S.M. – It is no longer to build ships at any cost, as happened previously. Rather than continue importing ships and, with it, exporting jobs and foreign exchange, we decided to establish a new paradigm for the industry. To become solid, lasting and sustainable, the new Brazilian shipbuilding industry is upgrading and modernizing its construction processes.
the revival of industry, fulfilling the task we are delegated by the Federal Government. The program has as assumptions to build all ships in Brazil, with indexes of nationalization of 65% in the first phase and 70% in the second, using construction processes to make the Brazilian shipbuilding industry globally competitive. The first two assumptions have already been hit. In less than eight months, three ships were de-
We want the Brazilian shipbuilding industry to be increasingly sustainable, with means to manufacture competitive ships
M.O. – The question about local content generated discussions within the sector. How do you observe this debate?
livered to Transpetro (Celso Furtado, João Cândido and Sérgio Buarque de Holanda), all ranking between 70% and 74% of national content. In November, a fourth ship (Rômulo Almeida) will be delivered. After 14 years without building a single tanker, the Brazilian shipyards will deliver four ships in a period of one year.
S.M. – The matter about local content is the main foundation of Promef, with which we influenced
M.O. – Recently, the delay in the delivery of the ship João
18 MACAÉ OFFSHORE
Cândido, built by the Atlântico Sul shipyard, has generated controversy as to the capacity of vessel building in Brazil. For you, is the meeting of deadlines the main challenge to be faced by Transpetro? S.M. – Indeed, our major current challenge of the program is to seek levels of productivity higher and higher of the participant shipyards, so to fulfill the third premise of the program. In order to achieve this, Transpetro is creating the Sector of Tracking Industry production (SAP), that will accompany the technological processes and management of the yards. It is necessary to invest mainly in projects, advanced finishing and experienced workforce.
M.O. – How to make this objective more feasible? S.M. – The technological partnership between the industry’s benchmarks and shipyards participating in the Promef is one of the features of the program, especially in the face of the premise of using modern construction processes. However, the already achieved numbers are encouraging. We have today the fourth largest world portfolio and orders of vessels and the industry offers almost 60 thousand direct jobs. At the beginning of the century, these were less than 2 thousand. Three new shipyards were made possible by Promef: the South Atlantic, already in operation; the STX Promar and the Tietê River, in deployment. The latter starts its activities next month, with the construction of the first waterway convoy for transporting ethanol through the Tietê-Paraná. Anyway, we want the Brazilian shipbuilding industry to be increasingly sustainable, with means to manufacture competitive ships.
INTERVIEW
Nine years ahead of
Transpetro
With a political trajectory, Sérgio Machado has the challenge of conducting one of the most ambitious programs of the federal government, the Promef
A
“vascaíno”, married, father of four children and President of Transpetro for nine years, Sérgio Machado is one of the Administrators who remain for more time in the highest position of a public company in the Lula-Dilma era. Born in Fortaleza, Ceará, Machado is the son of a traditional politician of his State and had his experience also marked by a political career. Graduated in business administration from Fundação Getúlio Vargas and in economics from the Cândido Mendes University, both in Rio de Janeiro, Machado presided, in 1982, the Industrial Center of Ceará and in that period joined PMDB. In the management of the then Governor of Ceará, Tássio Jereissati (1986-1990), he was appointed Secretary of the Government.
In the early 1990, he joined PSDB, the party originated from the split of PMDB in the late 1980. Already within the “peessedebistas”, Machado was elected federal deputy (1991 to 1995), Senator (19952002), being the PSDB leader in the Senate. As Senator, he served as general rapporteur for the budget of the Union, in 2003; rapporteur of the project of creation of national agency of waters, in 2002. At the end of his term as Senator, he returned to the PMDB party, which becomes to be the ruling base on Lula’s government. Already in the first months of 2012, Machado was involved in some crises. The first of these was the threat of dismissal from the position by the President Dilma Rousseff. After some great speculation from the press, the President decided to keep him in the presidency, thus preventing a crisis with the PMDB.
Another problem faced by the President of Transpetro was the delay in delivery of the ship João Cândido. The episode had national repercussions and exposed certain weaknesses in the execution of projects for the construction of vessels in Brazil, creating a climate of discomfort on the part of the Presidency of the Republic, who notes in the Promef one of the most important programs for the generation of employment and income of the federal administration. The contract with the Atlântico Sul shipyard (EAS), responsible for the João Cândido project, was suspended and will only be resumed if the EAS fulfill the requirements made by Machado, among them to find an international partner in the area of vessel technology. (B.B.)
MACAÉ OFFSHORE 19
rio capital da energia
Mais recursos para energias
renováveis
Nova etapa do programa Rio Capital da Energia consiste em apoio às empresas na busca por financiamentos junto ao BNDES e à Finep
C
onsiderado uma das mais abrangentes políticas de incentivo ao uso inteligente de energia no Brasil, o Programa Rio Capital da Energia entra numa segunda fase de trabalhos. Esta nova etapa consiste em dar suporte às empresas e instituições interessadas em adquirir financiamentos para os seus projetos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia, parceiros do programa. “Vamos ajudar as empresas para que os seus projetos consigam sair do papel, acompanhando-as junto às instituições financeiras federais e dando o aval do Governo do Estado”, conta Maria Paula Martins, coordenadora do programa pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), em entrevista concedida à Macaé Offshore. Ela está elaborando uma agenda de visitações a algumas empresas e, até o momento, duas já manifestaram interesse. “São empresas situadas no interior do Estado do Rio de Janeiro que, juntas, tentam pleitear financiamentos da ordem de R$ 20 milhões”, informa Maria Paula, que prefere não divulgar ainda os nomes das empresas solicitantes. O programa possui atualmente 35 projetos aprovados e tem uma carteira de R$ 500 milhões com recursos da Investe
20 MACAÉ OFFSHORE
Rio – a agência de fomento oficial do estado – e do Fundo de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e, segundo ela, vem se movendo numa trajetória positiva, com muitos projetos já em fase adiantada. Entre eles, ela cita o Projeto Maracanã Solar, que consiste na instalação de uma usina fotovoltaica na cobertura do anel de compressão em que se apoia a lona que cobre o Estádio Mário Filho (Maracanã), e o Projeto de Eficiência Energética da Fiocruz, que prevê a implementação de sistemas de iluminação e refrigeração de 20 prédios, incluindo a iluminação externa viária, modernização e automação de três centrais de água gelada, entre outros. No interior do
estado, avança também o projeto de modernização e automação de seis unidades do Serviço de Água e Esgoto de Três Rios. “Atualmente, o Programa Rio Capital da Energia está dividido em dois blocos: um de projetos em fase bastante avançada, outro de projetos ainda em estado embrionário. Por isso, o importante papel de articulação da Sedeis para o auxílio na obtenção de recursos e financiamentos. É importante que a empresa que ainda não possui financiamento para seu projeto se manifeste para que possamos interceder e tentar acelerar o processo e os trâmites burocráticos para a liberação dos recursos, a fim de cumprir prazos”, comenta Maria Paula.
Agenda prevê seminário sobre etanol em agosto O mês de julho foi propício para encontros entre o Comitê Executivo do Programa Rio Capital da Energia e órgãos privados e governamentais. A primeira das reuniões ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), quando foram discutidas as formas de financiamento dos projetos. Dias depois, a reunião ocorreu nas dependências da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), para explicar aos deputados os objetivos do programa. Após organizar seminários para tratar da implementação da energia eólica e
solar, o Comitê Executivo vai promover um seminário sobre etanol. “O programa, apesar de ser gerido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, pensa na eficiência energética para o Brasil. O seminário vai discutir e levantar questões importantes quanto ao uso do etanol, combustível no qual já fomos líderes na produção e hoje importamos. Então, abordar a necessidade de desenvolvimento tecnológico que envolve a competitividade do etanol é muito importante”, afirma Maria Paula. Segundo ela, 250 pessoas já manifestaram interesse em participar do seminário.
Veja no site www.riocapitaldaenergia.com.br mais informações sobre o programa e acompanhe mais detalhes a respeito do seminário sobre etanol.
Rio, the Capital of Energy
More resources for
renewable
energy sources
New stage of the program Rio Capital of Energy consists of business support in the search for financing by BNDES and Finep
C
onsidered one of the most comprehensive policies to encourage the intelligent use of energy in Brazil, the Program Rio Capital of Energy enters a new phase of work. This new step consists to support companies and institutions interested in acquiring financing for their projects by the Bank of National Social and Economic Development (BNDES) and by the Funding of Studies and Projects (Finep), from the Ministry of Science and Technology, which are partners of the program. “We’ll help companies so that their projects are able to leave the paper, together with the Federal financial institutions and giving the endorsement of the State Government”, Maria Paula Martins, program coordinator from the State Department of Economic, Energy, Industry and Services Development (Sedeis), reports in an interview to Macaé Offshore. She is preparing a schedule of visitations to some companies and so far two of them have already expressed interest. “These companies are located within the State of Rio de Janeiro and together they try to claim funding of approximately R$ 20 million”, Maria Paula informs. She prefers not to disclose even the names of companies requesting.
The program currently has 35 projects approved and has a portfolio of R$ 500 million with funding from Invest Rio and Faperj, and according to her it has been moving in a positive trend, with many projects already under way. Among them, she cites the Maracana Solar Project, which involves the installation of a photovoltaic plant on the roof of the compression ring where it supports the canvas covering the Mario Filho stadium (Maracana), and the Energy Efficiency Project at Fiocruz, which includes the implementation of lighting and refrigeration systems of 20 buildings, including exterior lighting roads, modernization and automation of three central chilled water among others. Within the state, the project of modernization and automation of six units of the Department of Water and Sewage of Três Rios also makes progress. Currently, the Program Rio Capital of Energy is divided into two blocks. While some are well advanced, others are still in an embryonic state. Therefore, the importance of the connecting role of Sedeis for assistance in obtaining resources and funding. It is important that the company that does not have funding for its project manifest so that we can intercede and try to speed up the process and paperwork for the release of funds in order to meet deadlines”, Maria Paula comments.
Seminar on ethanol on the agenda for August The month of July was conducive to meetings between the Executive Committee of the Program Rio Capital of Energy and private and government agencies. The first of the meetings occurred at the headquarters of the Federation of industries of Rio de Janeiro (Firjan), when the ways of financing of projects were discussed. Some days later, the meeting took place on the premises of the Legislative Assembly of Rio de Janeiro (Alerj), to explain to Members the goals of the program. After organizing seminars to address the implementation of wind and solar power, the Executive Committee held a seminar on ethanol. Despite the fact that he program was managed by the State Government of Rio de Janeiro, it thinks on the energy efficiency for Brazil. The seminar will discuss and raise important issues regarding the use of ethanol fuel, whose production was leaded by us and today we import. Then, addressing the need for technological development involving the competitiveness of ethanol is very important”, Maria Paula affirms. According to her, 250 people have already expressed interest in participating in the seminar. See at www.riocapitaldaenergia.com.br further information on the program and follow the details about the seminar on ethanol. MACAÉ OFFSHORE 21
ESPECIAL
Uma jovem senhora chamada
Bacia de Campos
Petrobras comemora 35 anos da descoberta do Campo de Enchova, marco inicial para a produção de petróleo e gás em águas profundas. Desafio agora é aumentar a eficiência
A
Por Brunno Braga
década de 70 foi marcada pelos dissabores da crise do petróleo. Deflagrada em 1973 pelos países árabes, principais
produtores e exportadores deste combustível fóssil, o aumento do preço do barril, que saiu de US$ 2 para US$ 11, acertou em cheio a economia brasileira, importadora por excelência. Quase quatro décadas depois, o cenário interno é radicalmente diferente. É claro
22 MACAÉ OFFSHORE
que o aumento do preço do barril, hoje na casa dos US$ 100, ainda é fonte de preocupação. Mas agora o Brasil se mostra ao mundo não mais como um mero importador, mas sim como um dos mais importantes e promissores países detentores de reservas de óleo e gás, tendo alcançado sua autossuficiência em 2006. Muito disso se deve ao que foi descoberto no dia 3 de agosto de 1977,
ao longo da costa do norte fluminense, numa região que conhecemos hoje pelo nome de Bacia de Campos. A descoberta ocorreu mais precisamente no Campo de Enchova, a 110 metros de profundidade. Em 2012, as operações de E&P já chegam a 3.000 metros de profundidade, dando à Petrobras o título de líder e referência mundial em exploração de petróleo em águas profundas.
ESPECIAL
Divulgação
Nestes 35 anos de aniversário do início das operações de exploração em águas profundas no País, motivos para comemorar não faltam. A região é responsável por 85% da produção petrolífera nacional e atrai investimentos bilionários em função da descoberta de
enormes jazidas de petróleo e gás na camada do pré-sal. Atualmente, existem 55 campos em produção espalhados por 100 mil quilômetros quadrados, numa área que vai do sul do Espírito Santo até a região de Cabo Frio, município fluminense da Região dos
Lagos – ou Costa do Sol, como sugere o novo mapa turístico do estado. Além disso, a Bacia de Campos desempenha um importante papel para que o Brasil não tenha problemas com a balança comercial, ao deixar de importar grandes quantidades de petróleo.
Pioneiros falam dos desafios de 35 anos atrás Pouco antes da descoberta na Bacia de Campos, as perspectivas brasileiras para o setor petrolífero nacional não eram nada animadoras. É o que conta Haroldo Pamplona, geólogo e pioneiro nas atividades da Petrobras na região. Em entrevista à Macaé Offshore, ele relata que, apesar do baixo preço do barril de petróleo – à época, em torno de US$ 7 –, já havia sintomas da crise internacional que resultaria no aumento do preço do produto. “Nacionalmente, a produção estava calcada nos campos terrestres que já mostravam evidências de exaustão. A produção offshore era modesta, limitada a pequenas acumulações nas bacias sedimentares do nordeste brasileiro”, conta Pamplona, que hoje está aposentado e vive em Macaé. O
geólogo explica que, com a descoberta em 1977 no Campo de Enchova, a Petrobras conseguiu dar início à produção comercial da Bacia de Campos, marcando um novo ciclo na economia e no desenvolvimento do País. “O primeiro campo descoberto foi Garoupa, em 1974, e a Bacia de Campos iniciou sua produção comercial em 1977, no Campo de Enchova. Na época da descoberta, o desafio era viabilizar a exploração de Garoupa, uma vez que as técnicas disponíveis para produção eram limitadas para água rasa, 50 metros”, lembra-se. Pamplona acrescenta que a Bacia de Campos trouxe benefícios múltiplos para o Brasil, sobretudo nas áreas de desenvolvimento social e educacional.
Também fazendo parte da equipe de engenheiros que participou da primeira fase de produção na região, Fernando Siqueira, hoje vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), lembra que Enchova fora diagnosticado como um campo de produção pequena. “O fato é que o campo está até hoje em operação. De início, produzia cerca de 5 mil barris por dia, mas já chegou a ter picos de produção de 10 mil barris/dia, números bastante impressionantes”, afirma. Os levantamentos sísmicos na região é que foram revelando a potencialidade da região. Mais tarde, os geólogos da Petrobras começaram a investigar as ligações entre os continentes sul americano e oeste africano, que já produziam petróleo em larga escala. MACAÉ OFFSHORE 23
ESPECIAL
Divulgação
Inclusive mais tarde, estudos geológicos comparativos serviriam para a comprovação de altas reservas de petróleo e gás na camada pós-sal e pré-sal no litoral capixaba e fluminense, conforme relata Siqueira. “A Petrobras já tinha uma certa experiência em águas rasas. Quando em 1977 furamos o Campo de Enchova, o pessoal de produção elaborou um sistema conhecido como Sistema de Produção Antecipada (SPA), que consistia em operar numa plataforma flutuante, instalando uma linha flexível e acoplando uma árvore de natal para uma profundidade de 110 metros, o que permitiu a exploração nesta profundidade, que, na época, era considerada águas profundas”, explica o engenheiro. Hoje, as plataformas não adotam mais o sistema de âncora, mas de
A Bacia de Campos iniciou sua produção comercial em 1977, no Campo de Enchova Campos Basin startet it commercial production in 1977, in Enchova Field
posicionamento dinâmico – cuja utilização a Petrobras foi pioneira –, que permite controlar automaticamente a posição e o aproamento de uma embarcação por meio de propulsão ativa. Com
esse sistema, as operações offshore ganham maior precisão para trabalhos de perfuração de poços, completação e instalação de árvores de natal, mergulho e construção.
Desafio do presente: aumentar a eficiência Agência Petrobras
As comemorações com os resultados obtidos ao longo da sua trajetória vão ao encontro dos desafios a serem enfrentados no presente. E o principal deles diz respeito à busca pela eficiência da Bacia de Campos. Pela primeira vez essa questão entra em pauta dentro do Plano de Negócios da Petrobras para o período 2012-2016. Em junho, o diretor de exploração e produção da empresa, José Formigli, informou que um dos principais objetivos da estatal é aumentar o nível operacional de E&P na região, que vem caindo sistematicamente, alcançando, no primeiro trimestre deste ano, apenas 72% do previsto. O momento mais crítico foi registrado em 2011, quando a curva de eficiência operacional ficou em 71%. “Vamos trabalhar para mudar a curva ‘S’ dentro do período do PN, com melhoria dos níveis de eficiência e de integridade dos sistemas produtivos”, antecipava Formigli. Segundo 24 MACAÉ OFFSHORE
simplificando e padronizando os equipamentos disponíveis e substituindo e revitalizando os sistemas de produção e os projetos de revitalização”.
Diretor de E&P da Petrobras, José Formigli Director of E&P of Petrobras, José Formigli
ele, a meta a ser atingida pela Petrobras representa 90% do total de produção previsto, até 2016. “Estamos trabalhando para aumentar a disponibilidade de equipamentos críticos para as unidades de exploração e produção (UEPs),
Esses objetivos estão inseridos no Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef) nas atividades da Bacia de Campos. Formigli diz que a estrutura do Proef tem 15 iniciativas viabilizadoras em poços, sistemas submarinos e plataformas, com foco tanto em aumento de eficiência no curto prazo (2012-2013), como na manutenção do desempenho no longo prazo, por meio de ações estruturantes. O total de gastos previstos para o Proef é de US$ 5,1 bilhões entre 2012 e 2016, com intervenções em poços, sistemas submarinos e plataformas via UMSs. Já o valor presente líquido (VPL) do programa está estimado entre US$ 1,6 bilhão e US$ 3,3 bilhões, segundo dados da empresa.
ESPECIAL
Futuro promissor, acredita vice-presidente da Aepet Apesar dos evidentes esforços da empresa para manter a alta produtividade, o engenheiro Fernando Siqueira acredita que, mesmo com os atuais obstáculos, o futuro da Bacia de Campos é promissor. “A Petrobras foi a primeira a acreditar na exploração em águas profundas. Antes do pré-sal, a Bacia de Campos tinha potencial para produzir 14 bilhões de barris, o que daria ao Brasil autossuficiência até 2026. Com o pré-sal, foram acrescentados 45 bilhões de barris a serem explorados, garantindo a autossuficiência para até 2040. Há gargalos tecnológicos, sem dúvida. Mas a Petrobras tem capacidade e conseguiu desenvolver projetos de perfuração de poços com eficiência, aprendida ao longo dessas décadas”, diz ele. Para Siqueira, a Petrobras é a operadora ideal para a região da Bacia de
Ari Versiani
P-57: o futuro da produção de petróleo na camada do pré-sal na Bacia de Campos P-57: the future of the oil production in the pre-salt layer in Campos Basin
Campos. Isso porque, além de deter todo o conhecimento necessário, a empresa, sendo uma estatal, tem o controle da sociedade para que as operações sejam feitas dentro de responsabilidades econômicas e socioambientais.
Ele acrescenta que o incentivo à política de conteúdo local é de extrema importância para conseguir alcançar níveis de eficiência desejados na Bacia de Campos, sem comprometer o status autossuficiente atingido.
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SPECIAL
A young lady called
Campos Basin Petrobras celebrates 35 years of discovery of the Enchova Field, a landmark for the production of oil and gas in Brazil. The challenge now is to increase its efficiency By Brunno Braga
T
he 70’s were marked by the disappointment caused by the oil crises. Started in 1973 by Arab countries, major producers and exporters of this fossil fuel, the increase in the price of the barrel, which left the US$ 2 to US$ 11, hit the nail of the Brazilian economy, an importer for excellence. Almost four decades later, the internal scenario is radically different. It is clear that the increase in the price of a barrel, today nearly US$100, is still a source of concern. But now Brazil shows itself to the world no longer as a mere importer, but rather as one of the most important and promising countries which hold oil and gas reservoirs, having achieved their self-sufficiency in 2006. Much of this is due to what was discovered on August 3, 1977, along the northern coast of Rio de Janeiro, in a region we know today by the name of the Campos Basin. The discovery occurred more precisely on the Enchova field, 110 feet deep. In 2012, the E&P operations already reach 3,000 meters deep, making Petrobras the leader and world reference in deep water oil exploitation. In these 35 years of the start of the deep water exploitation operations in the country, there are plenty to celebrate. The region is responsible for 85% of the national oil production and attracts huge investments in the discovery of billions enormous deposits of oil and gas in the pre-salt layer. Currently, there are 55 fields in production spread over 100 square kilometers, an area that extends from the South of Espírito Santo to the region of Cabo Frio, one municipality that is part of Região dos Lagos. In addition, the Campos Basin has an important role so that Brazil does not have problems with the trade balance, by failing to import large amounts of oil.
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Pioneers talk about the challenges of 35 years ago Shortly before the discovery of oil in the Campos Basin, Brazil’s prospects for the national oil industry were not encouraging. This is how Haroldo Pamplona, geologist and pioneer in Petrobras activities in the Campos Basin, tells us. In an interview with Macaé Offshore, he reports that, despite the low price of a barrel of oil (around US$7), some symptoms of international crisis that would result in the increase in the price of the barrel already existed. “On a national basis, the production was based on the fields that already showed evidence of exhaustion. The offshore production was modest, limited to minor accumulations in the sedimentary basins of the Brazilian Northeast”, Pamplona tells us. He’s now retired and lives in Macaé. The geologist explains that, with the discovery in 1977 on the Enchova field, Petrobras was able to start the commercial production of the Campos Basin, marking a new cycle in the economy and in the development of the country. “The first field discovered was Garoupa, in 1974, and Campos Basin began commercial production in 1977, on the Enchova. At the time of discovery, the challenge was to make possible the exploiting of Garoupa, once the techniques available for production were limited to shallow water (50 meters)”, he remembers. Pamplona adds that the Campos Basin brought multiple benefits for Brazil, especially in the areas of educational and social development. Also part of the team of engineers that participated in the first phase of production in Campos, Fernando Siqueira, currently in the
position of Vice President of the Association of engineers of Petrobras (Aepet), recalls that Enchova was diagnosed as a small production field. “The fact is that the field is still in operation. In the beginning it produced about 5 thousand barrels per day, but its production reached peaks of 10 thousand barrels/day, which is pretty impressive”, he says. From seismic surveys in the region the potential of the basin was revelead. Later, geologists from Petrobras began to investigate bonds between the South American and West African continents, which already produced oil on a large scale. Even later, comparative geological studies would serve for proving the existence of oil and gas reservoirs in the presalt and post-salt layer on the coast of Espirito Santo and Rio de Janeiro, as Siqueira reports. “Petrobras already had some experience in shallow water. When we drilled the Enchova field in 1977, the production staff developed a system known as early production system (SPA), which consisted in operating a floating platform, installing a flexible line and engaging a Christmas tree to a depth of 110 meters, allowing the operation in this depth, which at the time was considered deep water”, the engineer explains. Today, the platforms do not adopt anchor system anymore. Instead, it adopts the dynamic positioning, to which Petrobras was the pioneer, and that allows the automatic control of the position and headings of a vessel by means of propulsion. With this system, the offshore operations gain greater accuracy for drilling, completion and installation of Christmas trees, diving and construction.
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Present challenge: increase efficiency The celebrations with the results obtained throughout its trajectory meet the challenges to be faced in the present. And the most important among them concerns the search for efficiency of the Campos Basin. For the first time this issue comes on the agenda within the Petrobras business plan for the period of 2012-2016. In June, the Director of exploitation and production of the company, José Formigli, reported that one of the main objectives of the Government is to increase the E&P operating level in the region, which has been dropping consistently, reaching, in the first quarter of this year, only 72% of the predicted amounts.
The critical moment was registered in 2011, when the operating efficiency curve was 71%. “We will work to change the ‘S’ curve’ within the period of PN, with improved levels of efficiency and integrity of production systems,” says Formigli. For him, the goal to be reached by Petrobras is 90% of the total planned production by 2016. “We are working to increase the availability of critical equipment for exploitation and production units (UEPs), making it simple and standardizing the equipment available and replacing and revitalizing production systems and revitalization projects”. These objectives are included in the Program of increasing operational
efficiency (Proef) in the activities of the Campos Basin. Formigli says that the structure of Proef has 15 enablers initiatives in wells, subsea systems and platforms with a focus both on increased efficiency in the short term (2012-2013) as in the maintenance of long-term performance via structuring actions. The total planned spending for the Proef is US$ 5.1 billion between 2012 and 2016, with interventions in wells, subsea systems and platforms via UMSs. The net present value (VPL) of the program is estimated at between US$ 1.6 billion to US$ 3.3 billion, according to data from the company.
Promissing future, so the Aepet’s vice-president believes The engineer Fernando Siqueira believes that even with the current obstacles, the future of the Campos Basin is promising. “Petrobras was the first to believe in deep water exploitation. Before the pre-salt, the Campos Basin had the potential to produce 14 billion barrels, which would give self-sufficiency to Brazil by 2026. With the pre-salt, 45 billion barrels were added to the
exploitation, ensuring self-sufficiency for until 2040. “There are technological bottlenecks, without doubt. But Petrobras has managed to develop capacity and well drilling projects efficiently, it learned over these decades”, he says. To Siqueira, Petrobras is the ideal operator for the region of Campos Basin. The reason is that, in addition
to hold all the necessary knowledge, the company, being a State-owned firm, controls the cociety so the operations are made so to comply with social and economic responsibilities. He adds that the incentive for local content policy is of utmost importance to be able to achieve desired levels of efficiency in the Campos Basin, without compromising the already conquered status of self-sufficient.
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CAPA
A força da indústria
naval
Alavancada pelo setor de óleo e gás, com novas encomendas e investimentos, a indústria naval offshore tem grandes desafios como prazo, qualidade e fornecedores eficientes Por Brunno Braga
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um mundo ainda em clima de instabilidade econômica e cercado de incertezas, com repercussões inclusive na economia brasileira, a indústria naval offshore segue em sentido contrário e consegue encontrar motivos para vislumbrar um ce-
nário otimista. Há quase uma década o mote do setor era a sua retomada. Afinal, a indústria passara por mais de 20 anos de total letargia. Hoje, o quadro é diferente. Com mercado aquecido, promissor e atraente para investimentos, surgem,
agora, preocupações a respeito da manutenção e maturação do setor em relação a processos que envolvem desde a criação de uma cadeia produtiva eficiente, passando pela qualificação profissional, até chegar às exigências de cumprimento de prazos estabelecidos pelas empresas contratantes e metas de conteúdo local.
Eudes Santana / Banco de Imagens Transpetro
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Estudo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), revela que, no primeiro trimestre, o setor gerou cerca de 58 mil empregos diretos e prossegue em expansão. A carteira de encomendas dos estaleiros saltou para 386 projetos em desenvolvimento contra as 312 obras ao final do ano passado. São 19 plataformas de produção de petróleo, 35 sondas de perfuração e 332 embarcações de apoio offshore de diversos tipos. Houve um aumento expressivo também na tonelagem de porte bruto (tpb), que mede a capacidade de carga de um navio em construção nos estaleiros, que passou de 6,2 milhões de tbp no último trimestre de 2011 para 6,9 milhões de tpb nos primeiros três meses deste ano. O setor vive a expectativa do início de construção de novos navios – a conversão de cascos para a construção de plataformas de produção tipo FPSO no Estaleiro Inhaúma (RJ) e as 35 sondas de perfuração em construção ou com contratos anunciados com a Ocean Rig e
Sete Brasil - para os quais foram concedidas prioridades de financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM). O Brasil atualmente ocupa o terceiro lugar no ranking mundial para frotas de PSVs e o quarto para a construção de PSVs. Existem 11 estaleiros em atividade e 19 plataformas offshore em construção, 14 inteiramente construídas no país. Cinco cascos foram convertidos em estaleiros internacionais. A demanda é de 1 mil embarcações de apoio e PSVs até 2020. Para o diretor-executivo do Sinaval, Sérgio Leal, a política adotada pelo governo federal estimula a produção nacional. “A política de conteúdo nacional é, antes de tudo, estratégica. E temos mostrado que há condições de se produzir com qualidade e preço no Brasil, desde que existam incentivos e estímulos”, afirma, acrescentando que os recorrentes atrasos vistos em estaleiros são referentes ao aquecimento do setor e a problemas externos, como a demora na entrega de equipamentos adquiridos no exterior.
Carteira de encomendas da Petrobras Carteira de encomendas - Geral Tipo
Quantidade
Plataformas de produção
19
Navios sonda
35
Navios Porta contêinere
7
Navios graneleiros
4
Navio de apoio offshore
101
Navios de produtos
34
Petroleiros
24
Navios bunker
10
Navios gaseiros
15
Barcaças fluviais
103
Empurradores fluviais
26
Rebocadores portuários
8
Total
386
Protagonismo do setor de O&G A grande mobilização de estaleiros, empresas de navipeças e cursos formadores de mão de obra especializada se replica, com força, para outros campos da economia aos quais o setor está direta ou indiretamente conectado. E com o setor de óleo e gás, não é diferente. Nesse contexto, o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, confirma o papel da indústria de O&G como protagonista desse processo. “O aumento dos investimentos previstos em exploração e produção sinaliza que as encomendas para a construção naval brasileira serão mantidas”, destaca. Segundo ele, o segmento offshore, composto por plataformas e sondas de perfuração, representa atualmente cerca de 60% da carteira de encomendas dos estaleiros. “Com os contratos para a construção de 35 sondas de perfuração, esta participação irá aumentar. É nítida a ênfase na construção local desses equipamentos, implantando no Brasil uma ampla capacidade industrial para atender à demanda do segmento de produção de petróleo offshore. Esta nova realidade também amplia os desafios sobre a formação e qualificação de recursos humanos, exigindo uma intensa sinergia entre os governos estaduais e municipais”, afirma Rocha, uma das principais lideranças do setor. Para a presidente da Petrobras, Maria da Graça Foster, a indústria naval offshore brasileira tem níveis de competitividade internacionais. “Temos competitividade em prazo, qualidade, tecnologia e custos”, disse, na cerimônia de batismo da plataforma P-59 da Petrobras em Maragojipe, na Bahia, em meados de julho. A cerimônia reuniu a presidente Dilma Rousseff, o ministro Edson Lobão, de Minas e Energia, e Luiz Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras e atual Secretário de Planejamento do Governo da Bahia. A P-59 recebeu investimentos de US$ 360 milhões. MACAÉ OFFSHORE 31
CAPA
Expansão da frota da Transpetro alavanca o setor
Fotos: Marcus Almeida / Transpetro e Agência Petrobras
O grande peso da Petrobras para o fortalecimento da indústria naval brasileira é incontestável. A estatal irá investir US$ 250 bilhões no setor de O&G nos próximos cinco anos, conforme anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. A companhia conduz dois programas elaborados especificamente para melhor atender às demandas da empresa: o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) e a Empresa Brasileira de Navegação (EBN). Lançado em 2003, o Promef prevê a construção de 49 navios - 14 petroleiros Suezmax, oito petroleiros Aframax, quatro petroleiros Panamax, quatro de produtos, oito gaseiros, três navios para transporte de bunker e oito petroleiros - ao custo de R$ 10,8 bilhões. Até o primeiro semestre deste ano, três já foram entregues à Transpetro, operadora logística da estatal petrolífera brasileira: os navios Celso Furtado, João Cândido e Sérgio Buarque de Holanda. Para o final de 2012, está prevista a entrega do quarto navio, o Rômulo Almeida, que está sendo construído pelo Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ). “Após 14 anos sem construir um só petroleiro, os estaleiros brasileiros entregarão quatro navios no período de um ano”, orgulha-se o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em nota enviada à Macaé Offshore (confira a entrevista à página 14). Para ilustrar o fluxo de inversões no setor, somente em 2012 o Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) concedeu prioridade a 46 projetos de embarcações e estaleiros, com aprovação de R$ 3,2 bilhões para novos projetos. Foram priorizadas 43 embarcações, oito relativas ao Promef. Para evitar problemas com atrasos, como o ocorrido na entrega do navio João Cândido, construído pelo estaleiro Atlântico Sul, a Transpetro está criando o Setor de Acompanhamento da Produção (SAP), cujo objetivo é fiscalizar os processos tecnológicos e de gestão dos estaleiros. 32 MACAÉ OFFSHORE
Em menos de oito meses, três navios foram entregues à Transpetro - Celso Furtado, João Cândido e Sérgio Buarque de Holanda – , todos com conteúdo nacional entre 70% e 74% By the first half of this year, three of them were delivered to Transpetro, logistics operator of the Brazilian state oil company: the vessels Celso Furtado, João Cândido and Sérgio Buarque de Holanda
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Investimentos pesados Os investimentos na indústria naval também seguem de vento em popa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garantiu recursos da ordem de R$ 60 bilhões para o setor nos próximos cinco anos. Na Caixa Econômica Federal, apenas os projetos da indústria naval em análise este ano já chegam a R$ 17 bilhões. A expectativa é contratar R$ 8 bilhões até o final do ano somente neste segmento, segundo revelou recentemente a superintendente de Petróleo e Gás da Caixa, Eugênia Regina de Melo. Em 2011, as operações de crédito feitas pelo banco para o setor de óleo e gás somaram R$ 10 bilhões. A expectativa é dobrar este volume de financiamentos este ano. No primeiro trimestre de 2012, os desembolsos do FMM representaram R$ 443 milhões, com expectativa de superar os R$ 3 bilhões, ao final de 2012, segundo dados da Controladoria Geral da União (CGU – Portal da Transparência). O quadro dos desembolsos através dos agentes financeiros
Desembolsos anuais do Fundo da Marinha Mercante - FMM Desembolsos do FMM Ano
R$ milhões
2001
305
2002
338
2003
591
2004
721
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*
465 658 1.100 1.364 2.669 2.943 2.741 443
Fonte: Controladoria Geral da União *até março de 2012
As cifras são gigantescas. Os projetos de estaleiros poderão consumir até R$ 4,3 bilhões, com destaque para a construção de duas unidades na Bahia, uma no Ceará, uma em Alagoas e mais duas
no Rio Grande do Sul. Além disso, outros R$ 5,2 bilhões serão destinados a embarcações de apoio marítimo, R$ 1,3 bilhão ao transporte de carga, R$ 3 bilhões a projetos da Transpetro, R$ 42,9 milhões a obras no interior, R$ 80,7 milhões a apoio portuário e R$ 177,4 milhões a diversos propósitos.
no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. “O polo vai funcionar como um corredor logístico, com ênfase no modal hidroviário. Esse é um projeto à altura do setor. Afinal, o Rio de Janeiro representa 50% de toda a atividade offshore no Brasil”, disse Gurgel.
carga e equipamentos, o que contribuirá para aliviar o tráfego urbano. Segundo Gurgel, a implantação do polo passa no momento pela conclusão da avaliação técnica da área, definição do modelo de negócios a ser adotado e procedimento de licenciamento ambiental.
A expectativa é de que o polo atraia investimentos de R$ 1,5 bilhão e gere cerca de cinco mil empregos diretos entre 2013 e 2015. Iniciativa pioneira na América Latina, fundamental para viabilizar esses novos investimentos, o polo vai atuar como um condomínio industrial. Os fornecedores ali instalados terão acesso marítimo aos 19 estaleiros existentes na Baia da Guanabara, para levar até eles
Esse bom momento do setor naval é fator atrativo para empresas internacionais. Players e investidores internacionais estão apostando no Brasil de olho nos lucros a serem obtidos com o aquecimento a médio e longo prazos. O interesse torna-se legítimo quando se tem em conta que as exigências de conteúdo local não impedem a instalação de empresas estrangeiras em solo nacional.
com recursos do FMM, desde 2001, soma R$ 14.338 milhões.
Pólo para a indústria de navipeças Segundo dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), somente no estado o setor naval terá investimentos de R$ 15,4 bilhões entre 2012 e 2014, um crescimento de 17% em relação ao triênio 2011-2013. Seis bilhões de reais serão destinados à construção de novos estaleiros – um aumento de 37% em relação ao período anterior. Com objetivo de estimular a produção de peças e equipamentos para o setor naval e offshore, o Governo do Rio está desenvolvendo um projeto que cria um polo industrial para a indústria de peças para o mercado offshore. O polo ficará localizado numa área de quatro milhões de metros quadrados
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Reprodução / Skyscrapercity.com
Estaleiro Inhaúma (ex-Ishibras) servirá como base de apoio para balsas de propriedade da Petrobras Inhaúma Shipyard (formerly known as Ishibras) will be a supply base for Petrobras’ ferries
Estaleiro Inhaúma na reta final para entrar em ação Com a grande demanda vista em estaleiros em todo o Brasil e objetivando atender o seu Plano de Negócios, a Petrobras fez pesados investimentos na reconstrução e reparo de um estaleiro nas proximidades da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O Estaleiro Inhaúma – antes ocupado pelo extinto Ishibras, que foi arrendado pela empresa em 2010 – tem previsão de começar a operar em meados de agosto. As obras de reforma estão orçadas em R$ 200 milhões. O estaleiro será usado, inicialmente, para obras de conversão de um navio VLCC em casco FPSO (P-74). A embarcação está ancorada no Porto do Rio de Janeiro. Em seguida, o Inhaúma, que conta com um calado de sete metros, será terreno para a conversão de mais
três navios VLCCs em cascos FPSOs: P-75, P-76 e P-77. Todo o trabalho de conversão será realizado pelo consórcio formado pela Odebrecht, OAS e UTC Engenharia S/A. Os navios serão destinados às áreas de cessão onerosa, no présal da Bacia de Santos. O valor do contrato é de R$ 1,7 bilhão. Além das obras de conversão de plataformas, o Inhaúma servirá como base de apoio para balsas de propriedade da Petrobras e sua área será utilizada para suporte a diversas operações. Segundo comunicado da companhia, o estaleiro será capaz de atender a diversas demandas da construção naval, como a de embarcações de pequeno e grande porte, além de reparo naval. “A existência de um dique de
grandes dimensões, ao lado de oficinas e cais com boa profundidade, oferece diversas possibilidades de uso do estaleiro, tornando-o uma opção para a execução das obras navais de que a Petrobras necessita”, explica a empresa. Ainda segundo a companhia, o maior desafio existente no projeto do estaleiro consistiu na necessidade de projetar uma construção nova ou de reforma sem ter as informações prévias adequadas do projeto existente, tendo que manter o estaleiro ativo com os recursos disponíveis. Atualmente, cerca de 2 mil pessoas trabalham nas obras de reforma do Estaleiro Inhaúma. Após concluída esta etapa, as obras de conversão gerarão cerca de 5,6 mil empregos diretos.
No portal www.macaeoffshore.com.br Confira mais detalhes sobre o Estaleiro Inhaúma 34 MACAÉ OFFSHORE
Banco de Imagens ANA
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Novos estaleiros em operação / New shipyards operating:
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1 - Aliança Offshore – São Gonçalo (RJ) 2 - Estaleiro Inhaúma – Rio de Janeiro (RJ)
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Estaleiros com obras de implantação iniciadas / Shipyards with deployment initiated:
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3 - Estaleiro Rio Tietê – Araçatuba (SP) 4 - Estaleiro Jurong Aracruz (ES) 5 - Estaleiro OSX - São João da Barra (RJ) 6 - Estaleiro Enseada do Paraguaçu (BA)
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Estaleiros com licenças de Instalação concedidas / Shipyards with installation permits granted: 7 - Promar – Suape (PE) 8 - EBR – Estaleiros do Brasil – São José do Norte (RS)
Prioridades de financiamento aprovadas pelo FMM / Funding priorities approved by the FMM: 9 - Construcap – Suape (PE) 10 - Estaleiro Promar – Suape (PE) 11 - Eisa Alagoas – Coruripe (AL) 12 - Estaleiro Corema – Simões Filho (BA) 13 - P2 Estaleiro – Itajaí (SC) 14 - Estaleiros do Brasil – EBR – São José do Norte (RS) 15 - Estaleiros Amazônia EASA – Belém (PA) – ampliação / enlargement
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O mapa dos novos estaleiros no Brasil The map of the new shipyards in Brazil
16 - Estaleiro Aliança – Niterói (RJ) – ampliação / enlargement 17 - CQG Construções Offshore – Rio Grande (RS) - ampliação / enlargement
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CINCO MINUTOS com Augusto Mendonça Presidente da Associação Brasileira de Empresas do Setor Naval e Offshore (Abenav)
‘Mais P&D para atender ao conteúdo local’ 1 - O que é preciso para tornar a cadeia produtiva do setor naval mais competitiva?
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É necessário incentivar investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e em logística para que os fornecedores brasileiros se tornem competitivos internamente e consigam, sem grandes percalços, cumprir as exigências de composição de conteúdo nacional para a indústria naval e offshore.
4 – O que a Abenav está fazendo para aumentar a competitividade dos fornecedores locais? A Abenav, que reúne 26 estaleiros e empresas fornecedoras da cadeia, irá trabalhar para que os preços da cadeia produtiva de O&G se tornem um benchmark internacional, encaminhando sugestões de trabalho e de mais parceria com os órgãos governamentais. Se pegarmos hoje um estaleiro voltado para a construção offshore, o nível de custos aqui é bastante parecido com o internacional, mas os preços dos produtos ainda não são competitivos.
2 – Quais os investimentos necessários para isso? Queremos levantar a necessidade de se investir mais em pesquisa e desenvolvimento. E, para isso, é preciso que o governo crie uma linha de investimento a fundo perdido para que o empresário se sinta estimulado a investir em P&D. Outro ponto a ser colocado é a questão da logística brasileira. Esse é um gargalo que precisa ser superado. Existem mercado e oportunidades. O governo está incentivando e os políticos estão se envolvendo. Além disso, o sistema financeiro está participando. 3 – A obrigatoriedade do conteúdo local é um obstáculo? A indústria brasileira tem que aprender com as oportunidades do 36 MACAÉ OFFSHORE
Noruega, Coreia do Sul e Cingapura. Em Cingapura, houve forte apoio governamental para o setor. Resultado: o país se tornou líder mundial na indústria offshore.
conteúdo local, uma vez que essa política não deve ser vista como uma reserva de mercado, mas como uma grande oportunidade de o Brasil desenvolver sua indústria com competitividade. O Brasil não pode prescindir de uma forte política de desenvolvimento da indústria nacional para exploração e produção offshore. Como exemplos, podemos citar países que adotaram ações de Estado para alavancar a indústria naval, como Reino Unido,
5 – Como o Governo pode contribuir para alcançar esta meta? A participação do governo é de suma importância. Quando se observa o que aconteceu nos países que criaram uma indústria naval sólida, a gente descobre que a participação governamental foi crucial para seu sucesso. Estamos muito confiantes no Plano Brasil Maior, que vem sendo coordenado pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio).
COVER
The power of the
shipbuilding industry Levereged by the oil and gas industry, with the booming orders and investments, the offshore shipbuilding industry has many challenges such as deadlines, quality and efficient suppliers By Brunno Braga
I
n a world still in a climate of economic instability and surrounded by uncertainty, with repercussions even in the Brazilian economy, the offshore marine industry goes in the opposite direction and find reasons to glimpse an optimistic scenario. Nearly a decade ago the industry was the motto of their resumes. After all, the industry spent more than 20 years of total lethargy. Today, the picture is different. With a heated, promising and attractive for investments marker, there are now concerns about the maintenance and maturation of the sector in relation to proceedings involving since the creation of an efficient supply chain, through the qualification process that leads to requirements for complying with deadlines established by the hiring companies. The scenario of the Brazilian shipbuilding Industry for the first quarter of 2012, released by National Union of Industry of Commercial Shipbuilding and Repair and Offshore business (Sinaval), reveals that the industry, which generates about 58 thousand direct jobs, continues expanding. The order book of the shipyards jumped to 386 projects in course, against the 312 works by the end of last year. To the Executive Director of Sinaval, Sergio Leal, the policy adopted by the federal national Government stimulates national production. “National content policy is, above all, strategic. And we have shown that there are conditions to produce with quality and price in Brazil, since there are incentives and stimuli”, he affirms, adding that the recurring
delays in shipyards relate to the heating of the sector and to external problems, such as the delay in delivery of equipment purchased abroad. The portfolio of projects involves the construction of 19 oil production platforms, 35 drilling rigs and 332 offshore support vessels and various types. There was a significant increse in deadweight tonnage (tpb), which measures the load carrying capacity of a vessel under construction in shipyards: it increased from 6.2 million of tbp in the last quarter of 2011 to 6.9 million tpb in the first three months of this year. The sector lives on expectation of the beginning of construction of new
ships, for which they were granted funding priorities by the Fund of Merchant Navy (FMM); the conversion of hulls for the construction of production platforms FPSO in Shipyard Inhaúma (RJ) and the 35 drilling rigs under construction or with announced contracts with Ocean Rig and Sete Brasil. Brazil currently ranks third in the world rankings to PSVs fleets and the fourth for the construction of PSVs. There are 11 shipyards in activity and 18 offshore platforms under construction, out of which 14 entirely built in the country. Five hulls were converted into international shipyards. The demand is for 1 thousand support vessels and PSVs until 2020.
Portfolio of orders - General Type Production Platform Drillship Port containers vessel Bulk Offshore support vessel Product vessel Tankers Bunker vessels Gas vessels River Barges River tugboats Harbour tugs Total
Quantity 19 35 7 4 101 34 24 10 15 103 26 8 386 MACAÉ OFFSHORE 37
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The role of the O&G industry The great mobilization of shipyards, marine equipment companies and trainers courses of specialized labor replicates strongly to other fields of economy with which the sector is directly and indirectly connected. And with the oil and gas industry is no different. In this context, the President of the Sinaval, Ariovaldo Rocha, confirms the role of oil and gas industry as the protagonist of this process. “The increase in planned investments in exploitation and production indicates that the orders for the Brazilian shipbuilding will be maintained”.
According to him, the offshore segment (platforms and drilling rigs) currently represents about 60% of the portfolio of orders from shipyards. “With the contracts for the construction of 35 drilling rigs this participation will increase. It’s clear the emphasis on local construction of this equipment, deploying in Brazil a wide industrial capacity to meet the demand by the segment of offshore oil production. This new reality also extends the challenges on the training and qualification of human resources, requiring an intense synergy with State and municipal governments”, Rocha, one of the main leaders of the industry, affirms.
For the President of Petrobras, Maria da Graça Foster, the Brazilian offshore naval industry has international competitiveness levels. “We have competitiveness in time, quality, technology and costs”, she said at the ceremony of baptism of platform P-59 of Petrobras in Maragojipe, Bahia, in mid-July. The ceremony brought together the President Dilma Rousseff, Minister of Mines and Energy Edson Lobão, and Luiz Sergio Gabrielli, former president of Petrobras and current Secretary of planning of the State of Bahia. The P-59 platform received investments of $ 360 million.
Enlargement of Transpetro’s fleet leverages the sector The great weight of Petrobras for the empowerment of the Brazilian Shipbuilding industry in out of question. The state company will invest US$ 250 billion in the O&G industry, as announced bu the Ministry of Mines and Energy Edison Lobão. The company leads two programs designed specifically to better meet the demands from the company: the Programo for Modernization and Enlargement of Transpetro’s Fleet (Promef) and the Brazilian Company of Sailing (EBN). Lauched in 2003, Promef provides the construction of 49 vessels (14 Suezmax tankers, eight Aframax tankers, four Panamax tankers, four product
vessels, eight gas vessels, three vessels for transportation of bunker and eight tankers), at the cost of R$ 10,8 billion. By the first half of this year, three of them were delivered to Transpetro, logistics operator of the Brazilian state oil company: the vessels Celso Furtado, João Cândido and Sérgio Buarque de Holanda. For the end of 2012, the delivery of the fourth vessel is previewd, named Rômulo Almeida, which is being built by Mauá Shipyard, in Niterói (RJ). “After 14 years without building any tanker, the Brazilian shipyards will deliver four vessels in one year”, the presidente of Transpetro, Sérgio Machado, proudly
affirms, in a note to Macaé Offshore (SEE INTERVIEW ON PAGE 14). In order to illustrate the flow of inversions on the sector, only in 2012 the Merchant Marine Fund Director (CDFMM) granted priority to 46 projects of vessels and shipyards, with the approval of R$ 3.2 billion for new projects. 43 vessels were prioritized, eight of them are related to Promef. In order to avoid problems with delays such as what occurred in the delivery of the vessel named João Cândido, built by Atlântico Sul shipyard, Transpetro is creating the Sector for Following up of Production (SAP). The target is to supervise the technological processes and the shipyard management.
Heavy investments Investments in shipbuilding industry also follow in full swing. The National Bank of Economic and Social Development (BNDES) secured an investment of R$ 60 billion for the sector over the next five years. In Caixa Econômica Federal, only the shipbuilding projects in analysis this year already reached R$ 17 billion. The expectation is to hire R$ 8 billion by the end of the year only in this segment, according to what was recently unveiled by the Superintendent of oil and gas in Caixa, Eugênia Regina de Melo. In 2011, the credit operations made by the bank to the oil and gas sector amounted R$ 10 billion. The expectation is to double the amount of funding this year. 38 MACAÉ OFFSHORE
FMM expenditures Year 2001 2002 2003 2004
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* Source: Controladoria Geral da União *until March 2012
R$ million 305 338 591 721 465 658 1.100 1.364 2.669 2.943 2.741 443
COVER
In the first three months of 2012, FMM’s expenditures represented R$ 443 million, with expectations of overcoming R$ 3 billion by the end of 2012, according to date of the Controladoria Geral da União (CGU – Transparency Gateway). The chart of the expenditures through the financial agents
with resources from FMM, since 2001, reaches R$ 14.338 million. The numbers are huge. Shipyard projects can consume up to R$ 4.3 billion, with emphasis on the construction of two units in Bahia, Ceará, Alagoas and two
more in Rio Grande do Sul. In addition, other R$ 5.2 billion will be allocated to offshore support vessels, R$ 1.3 billion to transport cargo, R$ 3 billion to projects of Transpetro, R$ 42.9 million to works in the coutryside, R$ 80.7 million to port support and R$ 177.4 million to various purposes.
Pole to the marine equipment industry According to data from the Federation of Industries of Rio de Janeiro (Firjan), the state will have investments amounting on R$ 15,4 billion in 2012 and 2014, which represents a 17% growth compared to the period of 2011-2013, of which R$ 6 billion intended to the construction of new shipyards – an increase of 37% compared to the previous period. Aiming at encouraging the production of equipment for the shipbuilding and offshore industries, the State government of Rio de Janeiro is developing a Project that creates an industrial pole for the industry of parts aimed at the offshore market. According to the director of the industrial policy of the Industrial Development Company (Codin), Alexandre Gurgel, the costs of execution are expected to be R$ 250 million. The pole will be located in an area of four million square meters in the municipality of Duque de Caxias in the Baixada Fluminense. “The pole will work as a logistical corridor, with emphasis on the waterway modal. This is a project up to this industry. After all, Rio de Janeiro represents 50% of all offshore activity held in Brazil”, Gurgel said. The pole is expected to attract investments of R$ 1,5 billion and to generate about 5,000 direct jobs between 2013 and 2015. A pioneering initiative on Latin American and fundamental to make possible these new investments, the pole will act as a condominium, in which suppliers will have maritime access to the 10 shipyards in the Baia da Guanabara, to take the cargo and equipment up to them, which will help the urban traffic. According to Gurgel, the deployment of the pole passes now by a phase of conclusion of technical assessment, definition of the business model to be adopted and environmental licensing procedure.
And this good moment for the naval sector is an attractive factor for international companies. Players and international investors are betting on Brazil with an eye on profits to be obtained from
medium and long term heating. The interest becomes legitimate when we take into account that the local content requirements do not impeach the installation of foreign companies on domestic soil.
Inhaúma Shipyard in the final stretch to get into action With the great demand seen in shipyards in the entire Brazil and aiming at meeting Petrobras business plan, the State oil company made heavy investments in reconstruction and repair of a shipyard nearby Baía de Guanabara in Rio de Janeiro. The Inhaúma Shipyard, which was previously occupied by the extinct Ishibras, which was leased by the company in 2010, is expected to start operating in mid-August. The works of reform are budgeted at R$ 200 million. The shipyard will be used initially for conversion of a VLCC ship into a FPSO hull (P-74). The vessel is docked in the port of Rio de Janeiro. Then the Inhaúma, that has a seven-meters draught, will be ground for the conversion of three more VLCCs vessels into FPSOs hulls: P-75, P-76 and P-77. All the conversion work will be carried out by the consortium formed by Odebrecht, OAS and UTC Engenharia S/A. The vessels will be targeted at areas of onerous assignments, in the pre-salt Santos Basin. The contract value is R$ 1.7 billion.
Besides the works of conversion of platforms, Inhaúma will serve as support base for ferries owned by Petrobras, in addition to the use of the area to support various operations. According to a statement from the company, the yard will be able to meet the various demands of naval construction, such as the large and small vessels, in addition to naval repair. “The existence of a large dam, alongside workshops and pier with good depth, offers various possibilities of use of the site, making it an option for execution of naval works that Petrobras needs”, the company explains. Also according to the company, the biggest challenge in the design of the shipyard was the need to create a new construction or reform without having prior appropriate information about the existing project, having to keep the shipyard active with the available resources. Currently, about 2 thousand people work in the reform works of the Inhaúma shipyard. Upon completion of the reform, the conversion works will generate about 5.6 thousand direct jobs.
At www.macaeoffshore.com.br See more details about the Inhaúma Shipyard
MACAÉ OFFSHORE 39
COVER
FIVE MINUTES with Augusto Mendonça President of the Brazilian Association of Offshore and Shipbuilding Companies (Abenav)
‘More P&D to meet local content’ 1 – What does it take to make the productive chain of the naval sector more competitive? It is necessary to stimulate investment in research and development (P&D) and in logistics for the Brazilian suppliers to become competitive internally and be able to comply with the requirements of national content composition for the offshore and marine industry without any major mishaps.
2 – What are the necessary investments for this? We want to raise the need to invest more in research and development. And for this it is necessary that the Government creates a lost fund investment line so that the entrepreneur feels encouraged to invest in P&D. Another issue is logistics. This is a bottleneck that must be overcome. There are market opportunities. The Government is encouraging and politicians are getting
40 MACAÉ OFFSHORE
involved. In addition, the financial system is participating.
3 – Is the local contente requirement an obstacle?
The Brazilian industry has to learn from the opportunities of local content, since this policy should not be seen as a market, but a great opportunity for Brazil to develop its industry with competitiveness. Brazil cannot do it without a strong national industry development policy for offshore exploitation and production. As examples we can mention countries that have adopted State actions to leverage the shipbuilding industry, as United Kingdom, Norway, South Korea and Singapore. In Singapore there was a strong Government support for the sector. As a result, the country has become a world leader in the offshore industry.
4 – What is Abenav doing to increase competitiveness of local suppliers?
Abenav, which brings together 26 yards and suppliers of the chain, will work to ensure that the prices of the productive chain of O&G to become an international benchmark, forwarding suggestions for more working partnership with governmental agencies. If we observe today a yard facing the offshore construction, the cost level here is very similar to what is practiced in the international arena. But the prices of the products are not yet competitive.
5 – Where can the Government contribute to reach this goal?
The government participation is of paramount importance. When you look at what happened in the countries that have created a strong shipbuilding industry, everyone discovers that the government participation was crucial to its success. We are very confident in Plano Brasil Maior, which is being coordinated by the MDIC (Ministry of Economic Development, Industry and Trade).
QUALIFICAÇÃO
Fotos: Banco de Imagens do Estaleiro Mauá
Atualmente, o setor gera 58.167 empregos diretos em todo o país. Entre as funções de maior demanda estão as de engenheiro naval, caldeireiro e soldador Nowadays, the sector generates 58.167 direct jobs all over the country. Among the most wanted positions, marine engeneer, boilermaker an weler stand out
Navios de
oportunidades
Indústria da construção naval vive um momento promissor no país e abre caminho para 15 mil empregos até 2014 Por Flávia Domingues
O
s ventos sopram cada vez mais fortemente para aqueles que buscam oportunidades de emprego no mercado da indústria naval. O setor vive um momento promissor, com investimentos previstos e anunciados de novos estalei-
ros e o programa de construção naval em andamento no país, principalmente para exploração de petróleo e gás. Atualmente, o setor gera 58.167 empregos diretos em todo o país. O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e
Reparação Naval e Offshore (Sinaval) prevê a abertura de 15 mil empregos até 2014. Somente o Estado do Rio de Janeiro concentra 7,5 mil das vagas previstas. Entre as funções de maior demanda, estão as profissões de engenheiro naval, caldeireiro e soldador. MACAÉ OFFSHORE 41
QUALIFICAÇÃO
Para chegar a estes números, o Sinaval considera três indicadores principais para a geração de empregos na indústria naval. Há investimentos previstos e anunciados para novos estaleiros, muitos deles já com financiamentos aprovados pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante.
“Temos muito cuidado ao fazer pre-
Também ganha destaque o programa atual de construção naval em andamento. Mas a grande aposta do setor para a geração de novos postos de trabalho vem na carona do plano de investimento da Petrobras, do período 20112015, que aumenta a demanda por petroleiros, plataformas e navios necessários ao programa de exploração e produção de petróleo em alto mar.
visões futuras sobre a geração de empregos, considerando que estão sujeitas a diversas variáveis, que vão desde a situação geral da economia até a decisão de investimentos dos grandes contratantes de navios e plataformas de petróleo”, alerta Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval.
Obras e empregos – Março 2012 Estado / Município Rio de Janeiro (Total)
Obras
TPB*
Part. %
Empregos
Part. %
125
2.261.500
32,75
27.754
47,71
Rio Janeiro
87
1.827.000
26,46
5.038
8,66
Niterói
24
421.600
6,11
12.170
20,92
São Gonçalo
3
12.900
0,19
1.379
2,37
São João da Barra
2
ND
ND
144
0,25
Angra dos Reis
9
ND
ND
9.023
15,51
Itaguaí
5
ND
ND
332.000
4,81
794
1,27
6
12.000
0,17
737
1,27
100
320.000
4,63
57
0,00
São Paulo (Total) Guarujá Araçatuba
106
Espírito Santo
Jurong Aracruz
6
ND
0
0,00
Total Sudeste
237
2.593.500
37,56
28.548
49,08
Santa Catarina (Navegantes)
48
146.785
2,13
2.548
4,38
Rio Grande do Sul
16
1.120.000
16,22
5.500
9,46
Total Sul
64
1.266.785
18,35
8.048
13,84
Alagoas
5
ND
ND
Pernambuco (Suape)
37
2.912.000
42,17
6.318
10,86
Bahia
6
ND
ND
1.871
3,22
Ceará
ND
ND
ND
895
1,54
Sergipe
ND
ND
BD
50
0,09
Total Nordeste
48
2.912.000
42,17
9.134
15,70
Pará (Belém)
37
133.000
1,93
410
0,70
Amazonas
9
ND
ND
12.027
20,68
Total Norte
37
133.000
1,93
12.437
21,38
Total Geral
386
100
58.167
100
6.905.285
Fonte: SINAVAL - * TPB – Tonelada de Porte Bruto – medida da capacidade do navio
42 MACAÉ OFFSHORE
QUALIFICAÇÃO
Rio: campeão na geração de empregos O Rio de Janeiro lidera a geração de empregos no setor, segundo o Ranking da Construção Naval Brasileira, elaborado pelo Sinaval e divulgado em novembro de 2011. O estado mantém sua tradição de mais importante pólo naval do país e responde por 47,71% das oportunidades nesta indústria, seguido de longe pelo Estado do Amazonas, com 20,68%. Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina continuam outros importantes polos da indústria naval no Brasil, acompanhados por Bahia e São Paulo. Além da boa safra de oportunidades na indústria naval, outro fator importante que atrai candidatos é a remuneração. Para algumas funções, o salário pode chegar a R$ 7,2 mil, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Empregos diretos gerados em estaleiros Posição 1º 2º 3º 4º 5º 6º Total geral
Estado Rio de Janeiro Amazonas Pernambuco Rio Grande do Sul Santa Catarina Bahia Outros
Empregos 27.754 12.027 6.318 5.500 1.871 2.125 2.572 58.167
Part. % 47,71 20,68 10,86 9,46 3,22 3,65 4,42 100
Fonte: Sinaval
(Firjan). Em média, os salários variam de R$ 2.049,12 (montador de andaime) a R$ 4.225,60 (eletricista montador). Nas funções de metalurgia (soldador de tubulação, soldador de estrutura e maçariqueiro),
a média é de R$ 2.615,13, podendo chegar a R$ 7.264,34, especialmente na capital, onde se registram os melhores salários pagos aos trabalhadores com escolaridade mais alta no setor.
Carência de mão de obra especializada Se por um lado o mercado da indústria naval está aquecido, por outro esbarra na carência de profissionais especializados. A demanda de mão de obra nos estaleiros se divide em quatro áreas principais: engenheiros, técnicos, operários e apoio administrativo. O Sinaval prevê que a maior parte das oportunidades, com a oferta de 10,5 mil vagas, é para operários especializados em corte e solda automática e manual e para operadores de máquinas operatrizes e instaladores. Para aqueles que têm formação técnica, serão 1,5 mil vagas para projetistas, mestres, caldeireiros, encarregados, administradores, compradores e especialistas em recursos humanos. Já para quem tem formação superior em Engenharia, a previsão é de 1,5 mil vagas, principalmente nas especialidades de segurança do trabalho, naval, elétrico, produção e mecânico. Para funções de apoio administrativo, a previsão é de 750 vagas e de apoio geral também serão 750 chances em cozinha industrial esegurança patrimonial, entre outras atividades.
Ranking das áreas mais solicitadas dos 15 mil empregos previstos até 2014 Operários especializados
70% = 10.500
Engenheiros
10% = 1.500
Técnicos
10% = 1.500
Apoio administrativo
5% = 750
Apoio geral
5% = 750
Fonte: Sinaval
Para atender à carência de mão de obra especializada no setor, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) lançou em novembro do ano passado o Centro Naval Offshore, no Barreto, em Niterói. No portfólio dos cursos oferecidos, estão profissionalizantes como os de aperfeiçoamento em caldeiraria, caldeiraria de fabricação e montagem industrial, instalação de desenho de tubulação, interpretação de desenho de tubulação, soldador de tubulação, soldador de estrutura, caldeireiro, eletricista força e
controle, eletricista montador, montador de andaime, maçariqueiro e formação de riggers. Entre os cursos técnicos, os interessados têm à disposição os de construção naval, logística e segurança do trabalho. De acordo com o gerente-executivo do Senai Niterói, Jorge Rezende, o objetivo é ser reconhecido como um centro de treinamento naval e offshore para as indústrias do segmento. “O setor em todo o estado está recebendo investimentos pesados na indústria naval e offshore. Diante disso, o MACAÉ OFFSHORE 43
QUALIFICAÇÃO
Estaleiro Mauá, em Niterói, contrata jovens após curso de qualificação no Centro Naval Offshore do Senai Maua shipyard, in Niterói, hires young after qualification course at Centro Naval Offshore Senai
Senai criou um centro específico nessa área, que irá revolucionar o nível de qualificação dos profissionais e aumentar a empregabilidade em toda a região”, afirma Jorge Rezende.
Para a criação do Centro Naval Offshore, foram feitos investimentos da ordem de R$ 8 milhões. A previsão é promover a formação de 5 mil profissionais por ano para
trabalhar na indústria naval, atendendo às demandas de empresas e também ao Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Prominp).
Rotatividade de profissionais: um desafio Selmo Barbosa, gerente de Recursos Humanos do Estaleiro Mauá, destaca que um dos grandes problemas da mão de obra na indústria naval é a questão da rotatividade do capital humano. “O mercado está superaquecido e os profissionais, às vezes, não têm aquele comprometimento e são muito transitórios, vão trocando a todo o momento de empresa, forçando a barra para receber indenizações. É por isso que estamos investindo em plano de carreira para reter cada vez mais profissionais”, afirma. 44 MACAÉ OFFSHORE
Segundo ele, é grande a carência de profissionais como encanador industrial, soldador, maçariqueiro, riscador e desempenador naval. O Estaleiro Mauá tem investido também em parceria com instituições como o Senai, para a captação de profissionais, e apostado na contratação de jovens aprendizes. “Minha opinião é que os cursos oferecidos, por exemplo, pelo Senai, poderiam ser integrais, com uma estrutura que permitisse ao aluno fazer, inclusive, suas refeições lá dentro mesmo. Assim, poderia aumentar a carga horária e a evasão cairia”, sugere Selmo.
Selmo Barbosa, gerente de Recursos Humanos do Estaleiro Mauá Selmo Barborsa, Human Resources Manager of Mauá Shipbuilding
QUALIFICAção
Antonio Batalha
Perfis diferenciados, objetivo comum: emprego Jorge Rezende, gerente-executivo do Senai Niterói, explica que o perfil dos alunos é bem diferenciado. Há aqueles que chegam sem experiência alguma e outros que buscam atualização profissional na área. A maior parte dos estudantes vem de programas do governo como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que direciona estudantes do Ensino Médio (segundo e terceiro anos) da rede pública para cursos técnicos profissionalizantes. O valor de um curso pode chegar a até R$ 3 mil, mas Jorge Rezende afirma que o investimento compensa. E muito. “O mercado está superaquecido, vários estaleiros e navios sendo entregues ou a entregar. Vivemos um ótimo momento, pois há vagas. Além disso, os cursos podem ser parcelados (em até 10 vezes). Nossa intenção também é facilitar cada vez mais o acesso”, destaca.
No Senai há aqueles que chegam sem experiência alguma e outros que buscam atualização profissional In Senai there are those who arrive without any experience and others who seek professional upgrading
Qualificação: o passaporte para o emprego rápido Prova disso é o que aconteceu com Carlos André da Silva e Flávio de Lucas, ambos de 20 anos. Eles fizeram o curso de montador de estrutura naval no Centro Naval Offshore do Senai e, 20 dias após sua conclusão, já comemoram a conquista de um emprego no Estaleiro Mauá, em Niterói. “Mal terminei o curso e já fui chamado para uma oportunidade de trabalho, na área em que estudei. É ótimo
para alguém jovem, começando agora no mercado de trabalho”, comemora Flávio de Lucas, que pretende cursar Engenharia Naval para estar mais capacitado para esse mercado.
cursando o ensino superior quando optei por fazer o profissionalizante. Deu certo. Consegui emprego no Estaleiro Mauá, logo após concluir o curso”, conta.
Já Carlos André da Silva veio na contramão. Cursando Engenharia de Produção na Universidade Salgado de Oliveira, optou por fazer um curso profissionalizante para ingressar logo no mercado de trabalho. “Já estava
O Senai recomenda para quem está trabalhando que não estacione. “É muito importante investir em atualização ou em outras formações para que o profissional esteja sempre competitivo”, conclui Jorge Rezende.
Força para entrar no mercado de trabalho No portal www.macaeoffshore.com.br saiba como aproveitar a onda de oportunidades no setor naval offshore MACAÉ OFFSHORE 45
QUALIFICATION
Vessels of
opportunities
Shipbuilding Industry experiences a promising moment in the country and paves the way to 15 thousand jobs by 2014 By Flávia Domingues
T
he winds blow stronger and stronger for those seeking employment opportunities in the market of shipbuilding industry. The sector is experiencing a promising moment, with planned investments and new shipyards announced and a shipbuilding program under way in the country, mainly for oil and gas exploitation. According to the National Association of Industry and Construction and Offshore Repair (SINAVAL), the opening of 15 000 jobs is predicted by 2014. Among the functions with higher demand, the following stand out: naval engineer, coppersmith and welder. Currently the sector generates 59 000 direct jobs across the country. The state of Rio de Janeiro itself concentrates 7500 vacancies provided. To achieve these indicators, SINAVAL considers three main indicators for the generation of jobs in the shipbuilding industry. The planned and advertised investments for new sites, many of them with funding priorities approved by the Board of Directors of the Merchant Marine Fund. It is also worth noticing the current program of shipbuilding which is in progress. But the main focus of the sector to generate new jobs comes along with the investment plan by Petrobras, relating to the period comprised between 2011-2015, which increases the demand for oil platforms and ships needed for the program of offshore exploitation and production of oil by 2015. “We are very cautious in relation to forecasts regarding job generations, considering that these predictions are subjected to several variables ranging from the general economy situation to the decision of investments by major contractors of vessels and oil rigs”, Ariovaldo Rocha, president of SINAVAL, alerts.
46 MACAÉ OFFSHORE
Construction Works and Jobs – March 2012 State / City Rio de Janeiro (Total)
Works
TPB**
Part. %
Jobs
Part. %
125
2,261,500
32.75
27,754
47.71
Rio Janeiro
87
1,827,000
26.46
5,038
8.66
Niterói
24
421,600
6.11
12,170
20.92
São Gonçalo
3
12,900
0.19
1,379
2.37
São João da Barra*
2
ND
ND
144
0.25
Angra dos Reis*
9
ND
ND
9,023
15.51
Itaguaí
5
ND
ND
332,000
4.81
794
1.27
6
12,000
0.17
737
1.27
100
320,000
4.63
57
0.00
São Paulo (Total) Guarujá Araçatuba
106
Espírito Santo
Jurong Aracruz
6
ND
0
0,00
Total Southest
237
2,593,500
37.56
28,548
49.08
Santa Catarina (Navegantes)
48
146,785
2.13
2,548
4.38
Rio Grande do Sul
16
1,120,000
16.22
5,500
9.46
Total South
64
1,266,785
18.35
8,048
13.84
Alagoas
5
ND
ND
Pernambuco (Suape)
37
2,912,000
42.17
6,318
10.86
Bahia
6
ND
ND
1,871
3.22
Ceará
ND
ND
ND
895
1.54
Sergipe
ND
ND
BD
50
0.09
Total Northest
48
2,912,000
42.17
9,134
15.70
Pará (Belém)
37
133,000
1.93
410
0.70
Amazonas
9
ND
ND
12,027
20.68
Total North
37
133,000
1.93
12,437
21.38
6,905,285
100
58,167
100
Total General
386
Source: SINAVAL - * TPB – Tons of deadweight– measurement of the vessel capacity.
safety
Rio: Champion in job generation The regional Rio de Janeiro leads the ranking of jobs, according to the Ranking of the Brazilian Shipbuilding Industry prepared by SINAVAL, November of 2011. The data reveal that the state leads the regional ranking, followed by Amazonas.
In terms of job generating, Pernambuco, Rio de Janeiro and Rio Grande do Sul are still the main poles of the shipbuilding industry in Brazil, accompanied by São Paulo and Santa Catarina.
Direct Jobs generated in shipyards Ranking 1st 2nd 3rd 4th 5th 6th Total general
State Rio de Janeiro Amazonas Pernambuco Rio Grande do Sul Santa Catarina Bahia Others
Jobs 27,754 12,027 6,318 5,500 1,871 2,125 2,572 58,167
Part. % 47.71 20.68 10.86 9.46 3.22 3.65 4.42 100
Source: Sinaval
Lack of skilled labor On one hand the market of shipbuilding is heated, by the other hand it lacks skilled professionals. The demand for labor in the shipyards is divided into four main areas: engineers, technicians, and administrative support workers. SINAVAL predicts that the most opportunities, with the provision of 10,500
vacancies, are for skilled workers in cutting and automatic and manual welding, and for machine tool operators and installers. For those who have technical training, there will be 1500 jobs for designers, teachers, boilermakers, foremen, managers, buyers and specialists in human resources.
For those who have a degree in engineering, the forecast is of 1500 jobs, mainly in the specialties of safety, marine, electrical, production and mechanical. For administrative support functions, the forecast is for 750 jobs, and as for general support, there will also be 750 chances in industrial kitchen, asset security, among other activities.
Ranking of the most wanted areas of the 15 thousand provided jobs by 2014 Specialized Workers
70% = 10,500
Engineers
10% = 1,500
Technicians
10% = 1,500
Administrative support
5% = 750
General Support
5% = 750
Source: Sinaval
In order to meet the demand for skilled work in this business, the National Service of Industrial Apprenticeship (SENAI) launched in November last year the Offshore Naval Center, in Barreto, in Niterói, Rio de Janeiro. In the portfolio of the offered courses, there are the professionalizing ones such as
improvement in boiler, boiler manufacturing and industrial assembly, installation of piping design, interpretation of the design of piping, pipe welder, structure welder, boilermaker, electrical power and control, electrical assembler, assembler of scaffolding, sandpiper operator and training riggers. MACAÉ OFFSHORE 47
QUALIFICATION
According to the executive manager of SENAI Niterói, Jorge Rezende, the goal is to be recognized as a training center for shipbuilding and offshore industries segment.” This business sector throughout the state is getting heavy investments in shipbuilding and offshore industry. Thus, SENAI created a specific center in that area, which will revolutionize the skill level of professionals and enhance employability across the region,” said Jorge Rezende. For the creation of the Offshore Naval Center investments were made in the order of R$8 million. The forecast is to promote the formation of 5000 professionals per year to work in the shipbuilding industry, meeting the demands of companies and also the Mobilization Program of the National Oil and Gas (Prominp).
Staff Turnover: a challenge According to Selmo Barborsa, Human Resources Manager of Mauá Shipbuilding, one of the major problems of labor is the turnover of human capital matter. “The market is superheated and the professionals sometimes don’t have that commitment and are very transient, changing all the time, pushing it to receive indemnities from the companies. That is why we are investing in career plan to hold professionals”, he affirms. According to him, there is a great shortage of professionals such as
industrial plumber, welder, torcher, plotter and naval straightener. Mauá Shipyard is investing heavily in partnership with institutions such as SENAI for training professionals and is raising a stake on hiring young apprentices. “My opinion is that the courses offered, for example, by SENAI, among others, could be full time courses, with a structure that could allow students to even have their meals inside it. So the work load would increase and quitting rates would fall” Selmo suggests.
Differentiated profiles, common goal: a job! Jorge Rezende explains that the profile of students is quite differentiated. There are those who arrive without any experience and others who seek professional upgrading in the area. The manager reports that most students come from government programs such as the National Program of Access to echnical
Education and Employment (Pronatec), which targets high school students (2nd and 3rd years) of the public network for professionalizing technical courses. The cost of a course can reach R$ 3 thousand, but Jorge Rezende affirms that the investment pays off, and a lot.
“The market is superheated, several shipyards and vessels are being delivered or are to be delivered. We are living a great moment, as there are vacancies. In addition, courses can be paid in installments. Our intention is also increasingly facilitate the access”, he points out.
Power to enter the labour Market A proof of that is what happened with Carlos André da Silva and Flávio de Lucas, both 20-years old. They took the course of naval structure assembler, in the Naval Offshore Center, SENAI, and 20 days after its completion, they already celebrated the conquest of a job in the Mauá Shipyard, in Niterói. “As soon as I finished the course I’ve been called to a job opportunity in the studied area. It’s great for someone young and starting out in the labor market”, Flavio de Lucas celebrates. He intends to study marine engineering to be more qualified for this market.
48 MACAÉ OFFSHORE
Carlos André da Silva, on the other hand, came in the opposite direction. Studying Production Engineering at Universidade Salgado de Oliveira, he chose to take a course to join the labor market at once. “I was already attending a graduation course when I chose to take the professionalizing course. It worked. I am employed in Mauá Shipyard, shortly after completing the course”, he tells. SENAI recommends for anyone who is working to not stop. “It is very important to invest in upgrading or other formation courses so that the professional is always competitive”, Jorge Rezende concludes.
The national Program of Access to Technical Education and Employment (Pronatec), by the Federal Government, facilitates the access of students of 2nd and 3rd grades of elementary school and also technical courses workers in institutions such as SENAI and SENAC. For further information: http:// pronatec.mec.gov.br/ To find out about the courses of the Offshore Naval Center and other technical and professionalizing courses by SENAI, you must consult the edicts through the telephone number 08000231231 or at www.firjan.org.br .
PlatAformA Espírito santo
Do virtual para o
real
Jurong Aracruz acelera suas obras para cumprir contratos e quer superar meta de conteúdo local em sonda para o pré-sal Por Rodrigo Leitão
A
Fotos: Divulgação
pesar das dificuldades em obter licenças ambientais, o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), no Espírito Santo, um dos estaleiros “virtuais” a serem contratados para a produção de sondas de perfuração na camada do pré-sal brasileiro, estará em operação a partir de meados do ano que vem, junho de 2013, e concluído em fins de 2014. É o que garante a diretora institucional do EJA, Luciana Sandri, em entrevista à Macaé Offshore. “Hoje estamos em fase de terraplenagem e contratação das obras de construção do quebra-mar, cais e dique seco. Os guindastes e galpões estão em fase final de engenharia”, informa a executiva. Luciana garantiu que o valor total do investimento feito no estaleiro e com a contratação das sondas gira em torno de R$ 1 bilhão. “Todo o investimento será feito com capital próprio. Não há nenhum recurso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou do Fundo da Marinha Mercante (FMM)”, destaca.
Estaleiro estará em operação a partir de meados do ano que vem e será concluído em fins de 2014 Shipyard will start its operations from the middle of next year and will be completed by the end of 2014
Segundo Luciana, o contrato firmado entre a Petrobras e o estaleiro prevê a construção de um navio-sonda, mas a diretora garante que o EJA está negociando com a Sete Brasil a contratação de mais cinco sondas de perfuração. “Estamos participando de outros processos licitatórios junto à Petrobras e negociando outras encomendas com outros potenciais clientes”, acrescenta a diretora.
Questionada sobre o índice de conteúdo local na construção das sondas, previsto pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Luciana afirma que o contratado será obedecido. “Cinquenta e cinco por cento é o mínimo requerido em contrato, mas, ao término, acreditamos que nosso percentual poderá ser maior”, conclui. O custo total dessa sonda é de US$ 800 milhões.
Demora em estaleiros pode prejudicar metas do pré-sal A lentidão da Petrobras – aproximadamente de quatro meses – para assinar os contratos para a encomenda de 26 sondas de perfuração já ameaça atrasar as metas de produção de petróleo na camada pré-sal, previstas para até 2020. As sondas são fundamentais para
a Petrobras atingir a produção de 4,2 milhões de barris diários dentro de oito anos, dos quais 47% virão dos campos do pré-sal, ou seja, cerca de 1,97 milhão de barris diários, praticamente a produção atual da companhia, de 2 milhões de barris/ dia.
Embora estejam dentro do cronograma, alguns estaleiros contratados pela Sete Brasil apresentam problemas. Preocupada com o início da construção das sondas, a presidente da Petrobras, Graça Foster, já havia declarado que, antes das assinaturas, alguns MACAÉ OFFSHORE 49
PlatAformA Espírito santo
estaleiros têm que deixar de ser “virtuais” e se tornar reais, como o Jurong Aracruz, o Eisa Alagoas e o Enseada Paraguaçu, que ainda estão na fase de terraplenagem.
Segundo Graça, a estatal só irá assinar os contratos de 21 sondas com a Sete Brasil - holding financeira dedicada a gerir portfólio de ativos na área de petróleo e gás – e cinco com a Ocean Rig
após auditar todos os estaleiros nacionais que serão contratados por estas companhias. Outros estaleiros em fase operacional serão responsáveis pelo restante das sondas contratadas.
Rigor antes de aprovar as seis primeiras sondas Em meados de julho, a Petrobras aprovou a assinatura dos contratos com a Sete Brasil para a construção de seis plataformas flutuantes de perfuração, do tipo semissubmersível, no Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), com percentuais de conteúdo local entre 55% e 65%. As unidades integram o pacote de 21 sondas negociadas com a Sete Brasil e serão entregues a partir de 2016, com capacidade de operar em profundidade d’água de 3 mil metros e perfurar poços de até 10 mil metros. Três sondas serão operadas pela empresa Petroserv SA, duas pela empresa Queiroz Galvão Óleo e Gás SA e a outra pela empresa Odebrecht Óleo e Gás SA. Após a construção, as sondas serão afretadas à Petrobras por um período de 15 anos. Antes de aprovar os contratos, a Petrobras fez uma análise crítica prévia no
Divulgação
estaleiro e comprovou sua potencial capacidade para o atendimento dos compromissos contratuais de construção das seis plataformas, com o conteúdo local e nos prazos exigidos. Para dar o sinal verde para as obras, a companhia também verificou a adequação das instalações e
evidências de compromissos com fornecedores dos insumos e principais pacotes de equipamentos das sondas, licenciamento ambiental, gestão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde), gestão contratual, além de aspectos jurídicos e financeiros.
Sete Brasil garante que é possível cumprir prazos O presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, garante que as sondas vão ser entregues no prazo previsto pela Petrobras, a partir de 2016, mas reconhece as dificuldades na contratação dos estaleiros. “Acho justa a desconfiança do setor. É desafiador, é difícil, é complexo, mas é possível”, afirma o executivo. Além desses estaleiros em fase operacional, a Sete Brasil vem negociando duas sondas extras com a OSX, do empresário Eike Batista. No total, a Sete Brasil prevê contratar 28 sondas junto aos estaleiros nacionais, com investimento estimado de
50 MACAÉ OFFSHORE
US$ 27 bilhões. Além das 21 sondas em fase de contratação, a Petrobras já havia encomendado à Sete Brasil outras sete sondas, que serão construídas no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Complexo de Suape, em Pernambuco. A previsão é que as sondas sejam entregues entre 2016 e 2020. Atualmente o EAS é controlado pelos grupos brasileiros Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, que tinham como parceira tecnológica a coreana Samsung. Recentemente a parceria foi encerrada, devido aos desentendimentos com os outros donos do EAS.
Receosos com o prazo na entrega das sondas e com as encomendas de 22 navios que fazem parte do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), da Transpetro, braço logístico da Petrobras, as empreiteiras controladoras do EAS anunciaram parceria com o grupo japonês IHI (Ishikawajima-Harima Heavy Industries), sediado no Japão. O contrato foi assinado com a divisão de construção naval da IHI, que é controlada pelo grupo Mitsui. Os valores não foram divulgados.
Espírito santo Platform
From virtual to
real
Jurong Aracruz accelerates its works to meet contracts and wants to overcome local content target in lead-line for the pre-salt layer By Rodrigo Leitão
D
espite the difficulties in obtaining environmental permits, the Jurong Aracruz Shipyard (EJA), in Espírito Santo, one of the virtual shipyards to be hired for the production of drilling rigs in the Brazilian pre-salt layer, will start its operations from the middle of next year (June of 2013) and will be completed by the end of 2014. That’s what the institutional Director of EJA, Luciana Sandri, ensures in an interview with Mcaé Offshore.
Delay in shipyards may harm pre-salt targets Petrobras’ slowness – approximately four months – to sign the contracts for the construction of 26 drilling rigs already threatens to delay oil production targets in the pre-salt layer, provided up to 2020. The rigs are fundamental for Petrobras to achieve the production of 4.2 million barrels a day within eight years, of which 47% will come from the pre-salt fields, i.e. approximately 1.97 million barrels a day, virtually the company’s current production, 2 million barrels/day.
According to Graça, the State company will only sign the contracts related to the 21 rigs with Sete Brasil - a financial holding company dedicated to managing asset portfolio in the area of oil and gas – and five with Ocean Rig after audit all national shipyards which will be hired by these companies. Other shipyards in the operational phase will be responsible for the remainder of the hired rigs. Since her inauguration, the new President of Petrobras has taken actions to ensure that the company does not suffer with the recurring delays in deliveries of equipment provided with the beginning of the activities of the pre-salt layer. “I want to see where they will be build; who are the partners that are there. I’m going to sign with Sete Brasil, but I’ll know what I’m signing. I am going to sign it because I’m seeing that these three [rigs] will be made there, two of them here. Is not just out of nowhere, without planning”, the executive said, at the time.
“Today we are in the process of excavating and hiring of the works of breakwaters, piers and dry dock. The cranes and warehouses are in the final stages of engineering”, the executive informed. Luciana ensured that the total value of the investment made in the yard and with the hiring of the probes revolves around R$ 1 billion. “All the investment will be done with own capital. There is no money from the National Bank for the Economic and Social Development (BNDES) or from the Merchant Marine Funds (FMM)”, she pointed out.
Sete Brasil ensures that it is possible to meet deadlines
According to Luciana, the contract signed between Petrobras and the shipyard provides for the construction of a vessel to be delivered until 2016, but the director has ensured that the EJA is negotiating with Sete Brasil the hiring of five more drilling rigs. “We are participating in other bidding processes with Petrobras and negotiating other orders with other potential customers”, the director added.
For the president of Sete Brasil, João Carlos Ferraz, the rigs will be the probes will be delivered within the time limit laid down by Petrobras, from 2015 on, but he acknowledges the difficulties in hiring shipyards. “I think the distrust of the industry is fair. It is challenging, it is difficult, it is complex, but it is possible”, the executive said. In addition to those in the operational phase, Sete Brasil has been negotiating two extra rigs with OSX, owned by Eike Batista.
Asked about the level of local content in the construction of the rigs provided by the National Agency of Petroleum, Gas and Biofuels (ANP), Luciana stated that what was agreed will be obeyed. “Fiftyfive percent is the minimum required in the contract, but, at the end, we believe that our percentage can be greater”, she concluded. The total cost of this rig is US$ 800 million.
In all, Sete Brasil provides the hiring of 28 lead-lines along with national shipyards with estimated investment of US$ 27 billion. In addition to 21 lead-lines in hiring phase, Petrobras had already commissioned with Sete Brasil seven other probes, which will be built at the Atlântico Sul shipyard (EAS), in the complex of Suape in Pernambuco. The prediction is that the rigs are delivered between 2016 and 2020.
Although they are on schedule, some shipyards hired by Sete Brazil demonstrate problems. Concerned with the start of construction of the rigs, the President of Petrobras, Graça Foster, had already declared that before the signatures, some shipyards have to stop being “virtual” and must become real, such as the Jurong Aracruz, the Eisa Alagoas and the Enseada Paraguaçu, which are still at the stage of earthworks.
Currently the EAS is controlled by the Brazilian groups Queiroz Galvão and Camargo Corrêa, which had the Korean company Samsung as technology partner. Recently the partnership was terminated, due to disagreements with the other owners of the EAS. Afraid with the delivery deadline of the rigs and with the orders of 22 vessels that are part of the Program of Modernization and Expansion of the Fleet (Promef), by Transpetro (logistics branch of Petrobras), the contractors that control EAS announced partnership with the Japanese group IHI (Ishikawajima-Harima Heavy Industries), headquartered in Japan. The contract was signed with the shipbuilding division of IHI, which is controlled by the Mitsui group. The amounts were not disclosed. MACAÉ OFFSHORE 51
PlatAformA santoS
Fotos: Divulgação
Os robôs (seagliders) contarão com o apoio de imagens de satélite e também de derivadores e de perfiladores The robots (seagliders) will count on the support of satellite imagery and drifters and profilers
Big Brother do pré-sal Sistema inédito de monitoramento desenvolvido pela BG Brasil e Coppe/UFRJ permitirá prevenir vazamentos na Bacia de Santos Por Rodrigo Leitão
R
obôs mergulhadores e outros equipamentos de apoio importados dos Estados Unidos serão lançados ao mar na Bacia de Santos, no segundo semestre deste ano, para ajudar a monitorar e prevenir possíveis vazamentos de óleo na região que promete ser a mais próspera do pré-sal. Esses “big brothers” da Bacia de Santos são os protagonistas de um sistema inédito de monitoramento, desenvolvido pela Coppe/UFRJ, em parceria
52 MACAÉ OFFSHORE
com a multinacional britânica BG Brasil, sócia da Petrobras em alguns campos localizados na região do pré-sal, incluindo o Campo de Lula. Os robôs (seagliders) contarão com o apoio de imagens de satélite e também de derivadores – boias acopladas com medidores – e de perfiladores – que obtêm, entre outros parâmetros, o perfil das correntes, principalmente em águas profundas. A empresa de
oceanografia Prooceano é a responsável pelo manejo dos equipamentos e coleta de dados. Em entrevista à Macaé Offshore, o oceanógrafo da Prooecano, Maurício da Rocha Fragoso, explica detalhadamente como será feito todo o processo de monitoramento. “Os gliders são robôs que se utilizam do empuxo da água como força motriz para gerar movimento, assim como um planador ou uma asa delta faz com o ar.
PlatAformA santoS
Divulgação / Coppe
O interessante desse equipamento é que é controlado remotamente por satélite e, dessa forma, podemos direcioná-lo para onde quisermos que as medições sejam feitas, desde a superfície até 10.000 metros de profundidade”, destaca. De acordo com Fragoso, a Bacia de Santos foi uma candidata natural para receber este tipo de monitoramento porque, segundo ele, é a região na qual será concentrada a maior parte dos esforços de exploração e produção de óleo e gás no Brasil, principalmente em virtude do pré-sal. No entanto, o oceanógrafo acredita que esses esforços ainda estejam no início e o estudo das condições oceânicas da Bacia de Santos pode trazer um retrato mais claro do quadro inicial. “Pretendemos ampliar esses sistemas de observação oceânica ao longo de toda a costa do Brasil”, afirma. Batizado de Projeto Azul, o novo sistema vai coletar, durante três anos, informações sobre a dinâmica das correntes oceânicas, temperatura, salinidade, PH, oxigênio dissolvido, clorofila, cor e matéria orgânica, entre outros parâmetros, que serão reunidos e analisados pelo Laboratório de Métodos
dos cientistas, das empresas e dos governos”, disse. Para o presidente da BG Brasil, Nelson Silva, este é o maior investimento em pesquisa da companhia no país. Segundo o executivo, a BG pretende investir muito mais na área de petróleo e gás, tornando-se a segunda maior operadora de petróleo do país até 2020. “O conhecimento das características marítimas da Bacia de Santos é de extrema importância para as atividades do setor de óleo e gás”, destacou.
Diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen: todo suporte aos oceanos Director of technology and Innovation of the Coppe, Segen Estefen: all suppor to oceans
Computacionais em Engenharia (Lamce), da Coppe/UFRJ. Na assinatura do convênio, que representa um investimento de R$ 20 milhões pela BG nos próximos três anos, o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen, destacou a importância do projeto em relação à proteção dos oceanos. “Os oceanos necessitam de todo o suporte, especialmente
A BG está construindo na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, seu principal centro tecnológico global, com um investimento de US$ 2 bilhões destinados à pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Os investimentos serão necessários para acompanhar as atividades da Petrobras com a entrada em operação do pré-sal e, consequentemente, ampliar o portfólio global da empresa. “Hoje o país responde por apenas 1% da produção mundial da empresa, mas, com a extração do pré-sal, passará a representar de 30% a 35% de toda a produção da empresa até 2020”, finalizou Nelson Silva.
Vazamentos no pré-sal já preocupam Além da preocupação com o início das atividades na região onde estão situados os campos de exploração de petróleo na camada pré-sal, a nova tecnologia pode ajudar a minimizar os recentes vazamentos identificados pela Petrobras na Bacia de Santos. No início do ano, o rompimento de uma coluna de produção em um poço operado pela companhia
no campo de Carioca Nordeste, na Bacia de Santos, causou o primeiro vazamento de petróleo no pré-sal da região. O campo está localizado no bloco BMS-9 e a Petrobras tem como sócios na operação a BG e a Repsol. O poço fica a uma profundidade de 2.140 metros de distância do nível ao fundo do mar. De acordo com a Petrobras, ocorreu “um rompimento na
coluna de produção do navioplataforma FPWSO Dynamic Producer, durante os Testes de Longa Duração (TLD). Segundo a companhia, o vazamento foi logo contido porque o poço foi imediatamente fechado pelos sistemas de segurança. Na época, as estimativas foram de que havia vazado 160 barris de petróleo, o equivalente a 25 mil litros.
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santoS Platform
Big Brother of the pre-salt layer New monitoring system developed by BG and Coppe/UFRJ Brazil will enable to prevent leaks in the Santos Basin By Rodrigo Leitão
R
obots divers and other support equipment imported from the United States will be thrown into the sea in the Santos Basin, in the second half of this year, to help monitor and prevent possible oil spills in the region that promises to be the most prosperous of the pre-salt layer. These “big brothers” of the Santos basin are the protagonists of a new system of monitoring, developed by Coppe/UFRJ, in partnership with the British multinational BG Brasil, partner of Petrobras in some fields located in the pre-salt region, including in the Lula Field. The robots (seagliders) will count on the support of satellite imagery and drifters - buoys coupled with meters – and profilers – which can get, among other parameters, the profile of ocean currents mainly in deep waters. The company of oceanography Prooceano is responsible for management of equipment and data collection. In an interview with Macaé Offshore, the oceanographer of Prooecano, Maurício da Rocha Fragoso, explained in detail how the whole process of monitoring will be done. “The gliders are robots that make use of buoyancy of water as the driving force to generate movement, as well as a glider or a delta wing does with the air. It’s
interesting that this equipment is remotely controlled by satellite and, in this way, we can direct it to where we want the measurements to be made, from the surface to a depth of 1000 meters,” he pointed out. According to Fragoso, the Santos Basin was a natural candidate to receive this new type of monitoring because, according to him, it is the region in which most efforts for exploration and production of oil and gas in Brazil will be concentrated, mainly because of the pre-salt layer. However, the oceanographer believes that these efforts are still at the beginning and the study of oceanic conditions of the Santos basin can bring a clearer picture of the initial frame. “We intend to enlarge these oceanic observation systems along the entire coast of Brazil”, he said. Named Blue Project, the new system will collect, during three years, information about the dynamics of ocean currents, temperature, salinity, PH, dissolved oxygen, chlorophyll, color and organic matter, among other parameters, which will be gathered and analyzed by the laboratory of computational methods in engineering (Lamce) Coppe/UFRJ. At the signing of the agreement that represents an investment of R$ 20
million by BG in the next three years, the Director of technology and Innovation of the Coppe, Segen Estefen, highlighted the importance of the project in relation to the protection of the oceans. “The oceans need all the support, especially of scientists, companies and governments”, he said. For the president of BG Brasil, Nelson Silva, this is the largest investment by the company in research in the country. According to the executive, BG wants to invest more in the oil and gas area, thus becoming the second largest oil operator of the country by 2020. “The knowledge of maritime features of the Santos Basin is of extreme importance to the activities of the oil and gas sector”. BG is building in Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, its main global technology center, with an investment of R$ 2 billion for research and development in Brazil. The investments will be required to follow Petrobras’ activities with the entry into operation of the pre-salt layer, and consequently to expand the company’s global portfolio. “Today the country accounts for only 1% of the world production of the company, but with the extraction of the pre-salt layer, it will represent 30% to 35% of the entire production of the company until 2020”, Nelson Silva concluded.
Leaks in the pre-salt layer already cause concerns In addition to the concern with the start of activities in the region where there are oil exploitation fields in the presalt layer, the new technology can also help minimizing the recent leaks identified by Petrobras in the Santos Basin. At the beginning of the year, a breakout of a column in a well production company operated in the Carioca Nordeste 54 MACAÉ OFFSHORE
field, in the Santos basin, caused the first pre-salt oil spill in the region. The field is located at the BMS-9 block and Petrobras has as partners in the operation BG and Repsol. The well is at a depth of 2,140 meters away from the level to the bottom of the sea. According to Petrobras, what occurred was “a disruption in the
production column of FPWSO Dynamic Producer [platform-vessel], during long duration tests (TLD)”. According to the company, the leak was contained because the well was immediately shut by security systems. At the time, the estimates were that 160 barrels of oil leaked, equivalent to 25 thousand liters.
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