Aberta temporada de qualificação

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ÍNDICE / CONTENTS

Matéria de capa | Report of Cover

Oportunidades do poço ao posto Opportunites from wells to gas stations

10 18 Fotos: Divulgação / Arte: Editora Macaé Offshore

Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Óleo & Gás | Oil & Gas Bacia do Potiguar, ainda uma incógnita Potiguar basin – still unknow

Articulando | Articulating

43 46

Um prato cheio para as empresas de recrutamento. . . . . . . . . . . . . . . . .22 A great moment for human resources companies. . . . . . . . . . . . . . . . . 23 A terceirização na indústria de óleo e gás. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 Outsourcing in the oil and gas industry . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Sindical | Union Proteção contra quebradeira.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24

Tecnologia | Technology Revolução em terceira dimensão Revolution in third dimension

Protection against bankruptcy. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

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Entrevista | Interview

52

Milton Costa Filho.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Milton Costa Filho.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

30 34

Sustentabilidade | Sustainability A conta social do petróleo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Oil social debt. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

37 39

Empresas & Negócios | Companies & Business Corrida pelos ares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 Air race . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

Internacional | International Um mar nada morto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Colunas | Columns

Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso

Rede Petro-BC Rede Petro-BC Ive Talyuli

A sea not so dead at all . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Muito barulho por nada Much ado about nothing Mais perto das grandes empresas Closer to major companies

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8 9 53 54 Mais informações: www.macaeoffshore.com.br

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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER

Como aproveitar melhor as oportunidades

I

nício de ano é o período ideal para investir em qualificação profissional para aproveitar ao máximo as oportunidades que o mercado de óleo e gás oferece. A previsão é que o setor gere mais de dois milhões de empregos, o que sinaliza a grande retomada da cadeia produtiva de E&P para os próximos anos, especialmente nas áreas de construção naval, subsea e segurança do trabalho. É o que mostra a reportagem de capa de Rodrigo Leitão. Aquecido pelas demandas do pré-sal e pelo crescimento extraordinário da indústria nacional, o mercado vê surgir oportunidades nos mais variados segmentos, seja para níveis superior, técnico e até fundamental. A falta de qualificação profissional é uma pedra no caminho da indústria em franco desenvolvimento e compromete as oportunidades de trabalho para quem deseja ingressar nesse mercado. O Prominp estima a necessidade de qualificar, até 2015, aproximadamente

18 mil profissionais, em categorias que exigem os níveis básico e técnico de escolaridade. Não são apenas trabalhadores que precisam se qualificar pra buscar oportunidades de trabalho. Empresários das empresas que compõem a cadeia produtiva de óleo e gás também necessitam se capacitar para aproveitar melhor as oportunidades de negócios do setor. E Sebrae e Onip vêm atuando com esta finalidade, por meio de cursos, rodadas de negócios e missões empresariais. Embora não haja nenhuma grande rodada de licitação à vista, nem se vislumbre tantas oportunidades, considerando-se o ano de eleições gerais no país, de Copa do Mundo e de Rio Oil & Gas, qualificar-se e capacitar-se pode ser o antídoto para continuar garantindo a competição saudável num setor que, apesar de tudo, mantém grandes perspectivas de crescimento até 2020. Uma boa leitura a todos.

How to take advantage the opportunities

T

he beginning of the year is the right time to invest in professional training in order to take advantage of the opportunities offered by the oil and gas industry. The industry may create roughly two million jobs. This is a signal of a great resuming of the E&P activities over the next years, mainly in shipbuilding, subsea and work safety. This can be read in the cover article written by Rodrigo Leitão. Boosted by the pre-salt demands and by the extraordinary increase of the national industry, the oil and gas segment sees the creation of opportunities in several areas for professionals who are graduated in universities, technical school or fundamental education. Yet the shortage of skilled professionals is a hurdle for the industry and it can harm its development. Prominp says that 4 MACAÉ OFFSHORE

it is necessary to train roughly 18,000 low and medium skill professionals by 2015. It is not just workers who need to be trained in order to take advantage of the job opportunities. Entrepreneurs of the oil and gas industry also need to be trained to take the business advantages in the industry. Sebrae and Onip are working to achieve this goal, through courses, business round tables and trade missions. Although there is no oil auction in sight neither other opportunities, taking into account the presidential elections in the country, the World Cup and Rio Oil & Gas Conference, training may be the antidote in order to keep a healthy competition in a segment that, above all, ensures great expectations of growth by 2020. Have a good reading

Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Fotos / Photos: Divulgação / Agência Petrobras A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Editora: / Editor: Rosayne Macedo / MTb. 18446 jornalismo@macaeoffshore.com.br Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga, Rodrigo Leitão e Flávia Domingues redacao@macaeoffshore.com.br reportagem@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Luiza Valente comercial.rio@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: Silvia Bancovsky Tradução em inglês: / English version: Brunno Braga Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 74ª Edição - Fevereiro/Março 74th Edition - February/March Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties


MARÉ ALTA

Plano de demissão voluntária na Petrobras Para enxugar seus quadros, a diretoria da Petrobras aprovou a criação de um plano de demissão voluntária para os funcionários antigos da estatal. Segundo a companhia, poderão se inscrever no chamado PIDV (Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário) funcionários já aposentados pelo INSS que permanecem trabalhando na empresa e/ou aqueles com idade igual ou superior a 55 anos até a data final da inscrição no plano, em 31 de março.

A Petrobras não divulgou quantos funcionários poderão se inscrever no programa. A FUP (Federação Única dos Petroleiros) calcula que 8.500 funcionários se enquadrem nas exigências. Nas contas da federação, desse total, 7.000 já estariam aposentados e outros 1.500 prestes a se aposentar. De acordo com a Petrobras, os desligamentos do PIDV ocorrerão em, no máximo, 36 meses após o término das inscrições no plano.

HRT inicia atividades na Bacia de Campos A petroleira brasileira HRT e sua subsidiária HRT O&G Exploração e Produção de Petróleo concluíram a transação comercial com a BP Energy do Brasil relacionada à transferência de 60% de participação no Campo de Polvo, localizado na bacia de Campos para a HRT, tornando-se operadora. Segundo a companhia, com a aquisição do campo de Polvo, a HRT se torna a quinta maior empresa operadora de campos produtores de petróleo no Brasil. O Campo de Polvo está localizado na porção sul da Bacia de Campos, 100

quilômetros a leste da cidade de Cabo Frio (RJ) e até o presente, produz, por meio de 10 poços produtores em três diferentes reservatórios, 12 mil barris/dia. A licença cobre uma área de 134 quilômetros quadrados com vários prospectos para futuras explorações. Atualmente, a empresa adquiriu 100% de participação na empresa BP, proprietária da plataforma fixa “Polvo A” e da sonda de perfuração de 3.000 HP que operam no campo. A Maersk Oil Brasil é sócia da HRT no campo, com participação de 40%. Divulgação

Pré-sal deve antecipar o Promef 3 A intensificação das operações de exploração e produção de petróleo na área do pré-sal da Bacia de Santos, principalmente com o início das atividades no Campo de Libra, levará a Transpetro – o braço logístico da Petrobras – a lançar uma terceira fase do Programa de Modernização da Frota de Petroleiros da Petroleiros (Promef3), segundo informou o presidente da empresa, Sergio Machado, ao fazer um balanço do andamento do programa. Machado ressaltou que somente para o desenvolvimento da produção do Campo de Libra, que integra a sessão onerosa de capitalização da Petrobras, licitado no final do ano passado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), será necessário construir entre 12 e 18 plataformas de petróleo e de cerca de 60 barcos de apoio. “Um país que sai de uma produção de dois milhões para seis milhões de barris por dia vai certamente precisar de muito mais petroleiros. E, com esta necessidade, certamente vai acontecer o Promef3. Não há data marcada para o lançamento, o que se tem é a certeza da necessidade de se dar continuidade ao programa e de ampliação e desenvolvimento da indústria naval brasileira”, afirmou Sergio Machado.

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MARÉ ALTA

Reservas do pré-sal cresceram 43% em 2013 Associada ao bom desempenho das plataformas em produção nas Bacias de Campos e Santos, e justificado pela perfuração de 42 poços no pré-sal, a Petrobras informou que as reservas provadas na camada do pré-sal em 2013 cresceram 43% em relação ao ano de 2012. O crescimento das reservas ocorre em paralelo à produção no pré-sal.

Em janeiro, entrou em operação o segundo poço produtor da plataforma Cidade de Paraty, no campo de Lula, com uma produção estimada em 28 mil barris de petróleo por dia.

devem entrar em produção no pólo: a plataforma de Cidade de Ilhabela, no campo de Sapinhoá Norte, e a plataforma de Cidade de Mangaratiba, no campo de Iracema Sul.

De acordo com a estatal, 17 novos poços serão interligados às plataformas já instaladas no polo pré-sal da Bacia de Santos. No segundo semestre de 2014, duas novas plataformas

Mais de um quarto das reservas da Petrobras são provenientes da camada pré-sal, que se estende do sul do Espírito Santo até Santa Catarina.

AGENDA

Santos Offshore terá três dias de conferências Marcos Santos / USP Imagens

Principal fornecedor de serviços e produtos do mercado de petróleo e gás, o estado de São Paulo tem contado nos últimos anos com um especial incentivo ao desenvolvimento do segmento em função das descobertas no pré-sal da Bacia de Santos. Gerador de negócios entre fornecedores e investidores do segmento de exploração e produção na região, a Santos Offshore será realizada entre os dias 8 e 11 de abril, no Mendes Convention Center, em Santos. A sétima edição do principal encontro do mercado na região contará com três dias de conferências, realizadas pelo IBP - Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, que pela primeira vez participa também na organização e promoção do evento. Segundo Igor Tavares, diretor de Energia da Reed Exhibitions Alcântara Machado, organizadora do evento, a conferência será mais um grande diferencial do evento este ano. “Teremos uma feira com mais expositores, teremos rodadas de negócios mais consolidadas e com maiores oportunidades e também uma confe6 MACAÉ OFFSHORE

rência que irá oferecer informações diferenciadas aos participantes. Esta edição da Santos Offshore será uma grande marco para a cadeia que quer investir na Bacia de Santos”, completa Tavares. Operadoras, drilling vontractors, operadores logísticos e de operações

subsea, fornecedores de máquinas e equipamentos, entidades financiadoras, consultorias e diversos representantes do governo e das associações do setor participam ativamente como expositores da feira, da Rodada de Negócios, do Canal Fornecedor, do Seminário Internacional e das Sessões de Negócios.


HIGH TIDE

Petrobras launches Voluntary Dismissal Program In order to cut its number of employees, Petrobras’ board launched the Voluntary Dismissal Program. The company, which did not provide specific details, said employees aged 55 or older and retired employees who still work for the company would be eligible for the plan. The Oil Workers Union said that roughly 8,500 employees fit this requirement – 7,000 retired employees and 1,500 who are about to retire. Petrobras also said that the PDV will be concluded within 36 months after the end of the plan’ application process.

HRT starts its activities in Campos Basin HRT Participações em Petróleo SA, together with its subsidiary, HRT O&G Exploração e Produção de Petróleo Ltda. (“HRT O&G”), reports that it was concluded on January 8th, 2014 the commercial transaction with BP Energy do Brasil Ltda (“BP”) for the transfer of 60% working interest in the Polvo Field to HRT, becoming the operator. The Polvo Field is located in the southern portion of the Campos Basin, 100 km eastward of the city of Cabo Frio, State of Rio de Janeiro, in Brazil. The field’s current

daily production is approximately 12,000 barrels of oil per day through 10 producing wells that were drilled in the three different reservoirs. The area of Polvo license extends for 134 sq. km and contains several prospects for future exploration. In addition, HRT acquired 100% interest in BP ENERGY AMERICA, LLC (“BPEA”) which owns the fixed platform, “Polvo A” and a 3,000 HP drilling rig that operates in the field. Maersk Oil Brasil Ltda (“MAERSK”) is the partner of HRT in the field, with 40% participating interest.

Pre-salt reserves increase 43% in 2013 Along with the good performance of the FPSOs in Campos and Santos Basins, and with forty-two wells were drilled in the presalt layer, Petrobras announces that its proven pre-salt reserves are up 43% in 2013 compared to 2012. On January 13, 2014, a second production well, with a production of 28,000 barrels of oil per day, on the Cidade de Paraty platform came on stream in the Lula field. This platform now produces a total of 58,000 barrels of oil per day. As a result, a new daily record was reached on January 14, 2014, where oil production from Petrobras operations in the pre-salt surpassed the level of 390,000 barrels of oil per day. The previous record was set on December 24, 2013, with 371,000 barrels of oil per day.

In 2014, seventeen new wells will be connected to platforms already installed in the Pre-Salt Santos Basin hub. In the second half of 2014, two new platforms will come on stream in the Pre-salt Hub in the Santos Basin: the Cidade de Ilhabela platform in the Sapinhoá Norte field, and the Cidade de Mangaratiba platform in the Iracema Sul field will increase daily production capacity by 300,000 barrels of oil per day in the Pre-salt Hub in the Santos Basin. These two new platforms will be connected to another five new wells in 2014. More than a quarter of the proven Petrobras reserves come from the pre-salt, which which extends from the south of the state of Espírito Santo to the state of Santa Catarina

Pre-salt must boost Promef 3 The intensification of exploration and production of oil in the pre-salt Santos Basin area operations, especially with the start of activities in the field of Libra, will guide Transpetro - the logistics arm of Petrobras - to launch a third phase of the Modernization program for the Oil Tanker Fleet of Petroleiros(Promef 3). President of Transpetro Information, Sergio Machado is, to take stock of the progress of the program in an interview with Brazil Agency. “ With the pre-salt production intensification we will need more oil. And with necessity is certainly going to happen the Promef 3, “he said. Machado noted that only for the production development of Libra Field, which integrates Petrobras costly capitalization session, bid late last year by the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP), will be necessary to build between 12 and 18 oil platforms and about 60 support vessels. The president of Transpetro underscored the fact that the majority of oil production in the country is at sea, which requires a whole logistics work to drain the oil, making it gets to the point of refining, or even other countries - where the surplus is exported. “We need increasingly more ships to transport the oil,” said the president of Transpetro. He stressed that the subsidiary does not have definition on the subject let alone date given for its implementation. “There is no date set for the launch [a new Promef], what we have is the certainty of the need for continuing the program and expansion and development of the Brazilian shipbuilding industry,” admitted Sérgio Machado.

AGENDA

Santos Offshore will held three days of conferences The most important oil and gas supplier in Brazil, the state of São Paulo has been counting on a special stimulus for the development of the industry because of the discoveries in the pre-salt of Santos basin. Santos Offshore will work to foster business between suppliers and investors of the oil and gas industry. The event will be held in Mendes Convention Center, in Santos, between April 8th and 11th.

The seventh edition of the main event in the region will have three days of conferences to be carried out by the IBP, who is going to be one of the event’s organizers for the first time. For Igor Tavares, director of Energy at Reed Exhibitions Alcantara Machado, the conference will be one of the most distinguished aspect in the event. “There will be more exhibitors, a more consolidated business round table

and a conference with good information. This Santos Offshore edition will be remarkable for the oil and gas supply chain in Santos Basin,” Mr Tavares added. Majors, drilling contractors, logistics companies, subsea companies, machinery and equipment suppliers, financial institutions, consultancies and other members of the government will attend as exhibitors. MACAÉ OFFSHORE 7


Por dentro do mercado

Muito barulho por nada Por Celso Vianna Cardoso*

A

Óleo e Gás Participações, ex-OGX, conseguiu um excelente acordo com os credores. Mesmo sem conhecimento sobre o tipo de contas que fizeram, não resta dúvida que a elas foi adicionado uma grande dose de otimismo. Afinal, além de aceitar receber ações de uma empresa em recuperação judicial, ainda toparam injetar capital novo na companhia para garantir a continuidade das operações e saldar dívidas contraídas, em especial com a OSX. Nada mal para Eike Batista, que vai receber R$ 1,5 bilhão da OGX, dinheiro que já se poderia contabilizar como irrecuperável. Outro ponto que chama a atenção nesse acordo foi o fato de ter sido firmado e divulgado antes que o mercado soubesse dos dados relativos à produção de Tubarão Martelo, único ativo da OGX e sob o qual repousam as esperanças de uma improvável recuperação. Nesse primeiro momento, parece que a sorte sorriu para os novos controladores quando a divulgação da produção agradou o mercado, que considerou os números positivos. Por outro lado, a ANP concedeu à OGX Petróleo (OGXP3) um prazo maior para comprovação de capacidade financeira em relação aos compromissos financeiros assumidos em seus contratos de operação e concessões. Mais uma incerteza na conta dos novos controladores, que não perderiam

nada se aguardassem mais um pouco antes de tomar a decisão de assumir a companhia.

Enquanto isso na Petrobras... Mais indecisões, capitaneadas por Dilma Roussef e Guido Mantega, dominam o clima na Petrobras. Enquanto a presidente Maria das Graças da Silva Foster se nega a aceitar o plano de reajustes, o ministro, que também é presidente do conselho da Petrobras, se mostra mais flexível em aceitá-lo, certamente de olho em uma recuperação dos valores pagos como dividendos para os acionistas. Com o governo detendo mais de 50% das ações da Petrobras, a recuperação dos dividendos traria um alívio no caixa do país, o que seria muito bem-vindo depois de um superávit comercial pífio em 2013. Desperta atenção o silêncio de Graça Foster que, no início de sua gestão, era figura fácil nas capas de revista e que hoje já não desperta tanta confiança por parte dos investidores. Desde o início de sua gestão, o preço das ações preferenciais, as mais negociadas, caíram 35%.

Cenário para 2014 A situação da OGX não é algo que possa ser alterada no curto prazo. É bastante difícil que algum fato novo consiga reverter, de forma definitiva, a avaliação que os investidores fazem da atual Óleo e Gás Participações. A verdade é que essa ação é considerada especulativa e classificada pelas agências de risco como “junk”, ou seja, somente atrai a atenção dos especuladores, enquanto que os investidores preferem não abrir posição. Essa coluna também não vê motivos para a recuperação, no curto prazo, para o preço das ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). As mesmas indecisões quanto à política de preço dos combustíveis, o endividamento alto e a ameaça de rebaixamento pelas agências de risco na nota da dívida da Petrobras fazem o preço das ações cortejarem mínimas históricas. Tudo bem, o ano está só começando e ainda teremos pela frente Copa do Mundo, eleições presidenciais e muitas coisas ainda vão acontecer. Vamos, então, deixar combinada uma segunda avaliação após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, que poderão fornecer alguma pista sobre o desenrolar dessas ações em 2014. Até lá. 

*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É co-autor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.

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inside the market

Much ado about nothing * By Celso Vianna Cardoso

Ó

leo e Gás Participações, former OGX, achieved an excellent agreement with its creditors. Even without knowing about the accountability made, a dose of optimism was added, indeed. Overall, not only they accepted to receive shares of a company that filed judicial recovery processing but also agreed to inject more capital into the company in order to ensure the continuity of its activities and to solve acquired debts, specially the debt with OSX. Not too bad for Mr Eike Batista, who will receive R$ 1.5 billion from OGX, an amount of money that was considered lost. The announcement of the Tubarão Martelo’s output after the agreement was another important issue that must be taken into account. Tubarão Martelo is the only OGX’s asset that still begets hopes for a unlikely recovery. In this first moment, it seems that luck smiled at the new share holders when the announcement of Tubarão Martelo’s output pleased the market, which considered the figures positive. On the other hand, ANP gave OGX Petróleo (OGXP3) more time to prove its financial capacity related to its financial commitments

in operation contracts and concessions. This is another uncertainty for the new major share holders, who would not lose anything if they waited more before deciding to take over the company.

Meanwhile in Petrobras... Dilma Rousseff and Guido Mantega’s indecisions have mastered Petrobras’ scenario. As Petrobras CEO Maria das Graças Foster denies to agree the fuel price system, Finance Minister, who is also president of Petrobras board of directors, shows he is more flexible to accept the plan, surely eyeing the likely recovery of the dividend prices to be paid for the shareholders. As the government owns more than 50% of Petrobras’ shares, the recovery of its dividends will relieve the cash flow in the country, which will be very welcome after a weak trade superavit in 2013. The silence of Mrs Graça Foster comes to attention. She does not appear on the covers of magazines anymore and investors do not trust her like they used to. Ever since Graça Foster took office, Petrobras’ preferred shares, the most negotiated ones, dropped 35%.

2014 scenario The situation of OGX is something that will not change in short term. A new fact that can reverse investor’s evaluation of Óleo e Gás Participações is not likely. The fact is that this bond is considered speculative and classified as ‘junk bond’. In other words, those bonds only attract speculators while investors prefer not to open their position. This column doesn’t see evidences for a recovery in short term for Petrobras share prices (PETR3 and PETR4). Indecisions related to government’s control on fuel prices, high debt and the threat of rating downgrade make Petrobras’ shares drop to their lowest level in history. It is ok. The year has just begun and we still have the World Cup, presidential elections and other things ahead. So, let’s do a second evaluation after the announcement of the first quarter results., which might show some signs about how those shares will be developed in 2014. See you there. 

* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.

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Fotos: Divulgação Arte: Editora Macaé Offshore

CAPA

Oportunidades do poço ao posto

Até 2020 serão gerados 2 milhões de empregos no setor. Mas é necessário estar preparado para competir no bilionário mercado de óleo e gás Por Rodrigo Leitão

C

om a quebra do monopólio na indústria do petróleo e os investimentos das empresas multinacionais no Brasil, o mercado interno teve um considerável crescimento. A vinda de várias empresas estrangeiras para investir na indústria petrolífera brasileira provocou uma grande demanda de profissionais

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capacitados para atuar no setor de óleo e gás. Essa procura vem aumentando desde a descoberta do pré-sal. Para a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), com a demanda prevista de 73 navios de apoio marítimo, 66 embarcações-tanque, 13 plataformas de produção, 16

integrações de módulos para plataformas, 28 sondas de perfuração, 17 rebocadores, entre outras embarcações para o apoio de exploração de petróleo, o país prevê, até 2020, a geração de mais de dois milhões de empregos no setor, sinalizando uma grande retomada por parte de toda a cadeia de exploração e produção de petróleo.


capa

Mas a falta de qualificação profissional compromete as oportunidades de trabalho para quem deseja ingressar nesse mercado. No 10º Encontro Nacional do Programa de Mobilização da Indústria do Petróleo (Prominp), realizado em dezembro de 2013, a gerente de Capacitação Profissional da Indústria da Petrobras, Adília de Assis, ressaltou que a mão de obra qualificada é um dos itens críticos no país atualmente. Na opinião de Adília, a projeção aponta para a necessidade de qualificar, até 2015, aproximadamente 18 mil profissionais, a maior parte deles em categorias que exigem os níveis básico e técnico de escolaridade.

Federação das Indústrias do Rio de

Em entrevista à Macaé Offshore, a gerente de Petróleo e Gás da

ficas nos profissionais que atuarão nessa

Antônio Batalha

Janeiro (Firjan), Glícia Carnevale, aponta que, para atender estas demandas até 2020, três áreas são consideradas cruciais: construção naval, subsea e segurança do trabalho. A executiva lembra, que o Brasil, em especial o Rio de Janeiro, estado que detém a maior produção nacional de petróleo, já abriga também diversas empresas de subsea, fundamentais para a produção offshore. “Fabricar sistemas de alta complexidade tecnológica e que resistam a altas pressões e temperaturas exige a formação de competências especíárea”, afirma Glícia.

Glícia Carnevale, da Firjan, aponta três áreas estratégicas: construção naval, subsea e segurança do trabalho. Glícia Carnevale – Firjan- points out three strategic areas: shipbuilding, subsea and work safety

Indústria naval segue aquecida Reprodução / Tecnaco

Na esteira dos novos empreendimentos, a indústria naval, que passou um bom tempo sem incentivos do governo, ganhou novo impulso. Com a revitalização dos estaleiros e a construção de novas plataformas para produção de óleo e gás, esse setor começou a despertar. Mas faltam profissionais capacitados para atuar nesse segmento, que trabalha em parceria com a indústria do petróleo. Com o investimento do governo federal em cursos específicos para área naval, essa demanda de mão de obra poderá diminuir, equilibrando esse setor tão importante para o crescimento do país. As encomendas para atender os projetos de petróleo e gás têm colaborado com o aumento do número de trabalhadores na indústria da construção naval. O Campo de Libra no pré-sal da Bacia de Santos e a implementação do Complexo Petroquímico (Comperj),

Implementação do Comperj, em Itaboraí, vão exigir a construção de novos petroleiros Comperj will demand the construction of new oil tankers

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CAPA

em Itaboraí, vão exigir a construção de novos petroleiros, colocando para a indústria naval brasileira o desafio de ganhar competitividade internacional. A exploração dessa área exigirá a formação e a qualificação de mão de obra, provavelmente, o maior desafio do setor naval. Somente no Comperj estima-se que serão abertos mais de 200 mil empregos diretos e indiretos, tornando essencial a entrada do governo para a formação de mão de obra qualificada. Com a construção de quatro novos estaleiros, outros 30 mil empregos deverão ser gerados nos próximos dois anos. Deste total, 39,05% - 32.698 empregados - estavam na Região Sudeste; 30,97% - 24.201 trabalhadores - no Sul; 15,97% - 12.482 metalúrgicos - no

Norte; e 11,21% - 8.755 trabalhadores - no Nordeste.

considerável na geração de emprego no setor naval”, aponta o Sindicato.

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), entre os principais desafios da indústria naval do país estão a formação e a qualificação de mão de obra especializada que possibilite o aumento da produtividade e da competitividade dos estaleiros e o desenvolvimento de novas tecnologias e inovação na rede de fornecedores de conteúdo local para o setor.

Segundo o Sinaval, os estaleiros do país empregavam, em 2000, o total de 1.910 pessoas. Desde então, esse número vem crescendo ano a ano e, em 2008, chegou a 40.277 metalúrgicos empregados. Em setembro do ano passado, o número de trabalhadores do setor somava 78 mil pessoas.

“A crescente demanda do setor por plataformas de prospecção e exploração, por navios de grande porte e de apoio às atividades offshore (em mar), principalmente para atender a Transpetro – o braço logístico da Petrobras -, já levou a um aumento

O aumento no número de contratados no primeiro semestre de 2013 foi de 14.33%. Atualmente, estaleiros locais estão empregando 70.925 funcionários, o número mais alto neste setor na história do Brasil. Em 2013 foram criados mais de 8.800 postos de trabalho para atender à demanda de navios para a indústria de petróleo e gás.

Petrobras e Grupo X travaram contratações Especialistas ouvidos pela Macaé Offshore, no entanto, alertam para um ano difícil devido aos grandes eventos de 2014, Copa do Mundo e eleições gerais e a reestruturação interna que a Petrobras vem elaborando em seus quadros de funcionários. Para o gerente da Michael Page Oil & Gas, Carlos Afonso, o ano de 2014 será um pouco melhor que o de 2013, considerado o pior ano para os empregos no setor. “A Petrobras está passando por uma reestruturação interna. As companhias estão segurando as contratações devido a essa reorganização da maior player do mercado brasileiro”, comenta Afonso. Na mesma linha, a gerente de operações da NES Global Talent

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Brasil, Giovanna Dantas, aponta que o mercado brasileiro, atualmente, diminuiu devido a uma série de questões bem divulgadas, como por exemplo, a restrição de investimentos da Petrobras e as demissões realizadas pelo Grupo X e outras empresas do setor, por conta da conclusão de projetos. Segundo Giovanna, em contrapartida, houve um aumento na atividade relacionada à construção naval, com a construção de embarcações para suporte offshore, e principalmente por conta da demanda por sondas de perfuração, que exigem conhecimento muito especializado e utilização de tecnologias que são dominadas por pouquíssimos profissionais no Brasil.

Reprodução / NES Global Talent

Giovanna Dantas, da NES Global Talent Brasil, aponta restrição de investimentos da Petrobras e as demissões no Grupo X Giovanna Dantas NES Global Talent Brasil points out Petrobras’ investment restrictions and dismissals in the X Group


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Como disputar uma vaga no mercado Nesse início de ano, o contexto é favorável para quem é bem qualificado e pensa em mudar de emprego ou conseguir uma boa colocação, pois sobram oportunidades no mercado de óleo e gás. No setor naval, muitos estaleiros estão com uma carência de funcionários de nível técnico, principalmente especialistas em perfuração – que podem trabalhar na construção e teste das sondas –, além de engenheiros de equipamentos, profissionais responsáveis por inspeção, montadores de tubo, hidrojatistas, mecânico naval e soldador de filete, mecânico industrial, montador de tubulação, entre outras especialidades técnicas. Fora as formações universitárias, profissionais que planejam ingressar no mercado de trabalho no setor de óleo e gás podem procurar por cursos tecnológicos. Segundo o Senac-Rio, essa opção é semelhante

ao bacharelado e à licenciatura, mas possui objetivos diferentes. “O conceito desses cursos ainda é novo para o Brasil, mas é uma capacitação superior direcionada para as rotinas do mercado de trabalho”, explica a diretora de Educação do Senac-Rio, Wilma Freitas. Este é o caso do tecnólogo Adriano Mathias, 21 anos. Após concluir o Ensino Médio, ele ainda não estava decidido para qual formação acadêmica iria prestar vestibular. Após conversas com um amigo que já era tecnólogo em uma empresa de óleo e gás, localizada no município de Campos, Adriano optou em seguir na mesma direção do colega. “Meu amigo contou que essa área de petróleo e gás ia crescer muito com o tempo. Ele morava aqui em Caxias, e de 15 em 15 dias viaja para Campos. Ele me disse que há chances de fazer uma carreira promissora e cheia de perspectivas”.

Oportunidades em todas as áreas Em função do elevado grau de tecnologia envolvida e da complexidade de seus processos, a cadeia produtiva do petróleo e gás possui pré-requisitos comparativamente elevados em relação à contratação de mão de obra, no que se refere tanto à exigência de patamares de escolaridade como também à realização de cursos específicos de educação profissional.

validação de competências profissionais.

O coordenador de Projetos Educacionais do Senai Rio, Allain Fonseca, entende que a atuação profissional nessa área de óleo e gás requer uma sólida formação técnica, considerando inclusive que, em alguns casos, os candidatos tenham que se submeter a processos de certificação e de

Segundo ele, o maior número de postos de trabalho na indústria naval ocorre em funções profissionais onde, além da base técnica de conhecimento, há a exigência de um nível de habilidade que requer um maior tempo de treinamento, como os caldeireiros, soldadores e ajustadores, dentre outros.

“Existe uma necessidade concreta de aperfeiçoamento e atualização profissional, em função da velocidade de adoção de novas tecnologias, mudanças de processos produtivos e exigências legais”, afirma Fonseca, em entrevista à Macaé Offshore.

Vagas até para ensino fundamental Para Cláudia Nery, professora de Petróleo e Gás da Faculdade Integrada Simonsen e da PetroInfo Plus Cursos Profissionalizantes, aqueles que não tiveram oportunidade de se qualificar ou até mesmo não fizeram o Ensino Médio, há um grande número de vagas oferecidas a profissionais com Ensino Fundamental. A grande preocupação são os altos níveis de ensino. Segundo a professora, os estudantes devem investir também nas profissões que são voltadas para o nível fundamental, tais como pintor industrial, mecânico ajustador, isolador, mecânico montador, jatista, lixador, auxiliar de movimentação de cargas offshore, maçariqueiro, caldereiro, montador, curvador, montador de andaime, revestidor e acoplador. “Esses profissionais são a base de toda cadeia offshore. Há várias empresas com oportunidade para esses profissionais. Devemos formar engenheiros, técnicos e também profissionais de nível fundamental para atuar nesse grande segmento importante que é a indústria de petróleo e gás”, lembra a professora. Divulgação

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Comportamento também é avaliado Porém, as empresas de Recursos Humanos especializadas no setor e a maioria das companhias de óleo e gás, lembram que um profissional deve investir em uma determinada carreira não somente pela abertura de mercado e remuneração, mas principalmente por aquilo que trará satisfação em sua execução. Para a sócia da MSA Recursos Humanos, Lúcia de Almeida, a falta de visão de médio e longo prazo na formação de profissionais especializados em áreas de crescimento, como óleo e gás, criou uma barreira de contratação,

tendo em vista que as empresas têm necessidade e urgência de profissionais para seus projetos de implantação e manutenção. “Não são raros os casos de empresas, que buscavam profissionais com mais de 10 anos de experiência em certa função, terem que flexibilizar esse pré-requisito para cinco ou oito anos pela escassez de habilidades que o mercado atual apresenta”, aponta. Em entrevista à Macaé Offshore, a gerente de Pesquisas do Sistema Firjan, Hilda Alves, lembra que, em estudo

realizado pela instituição, denominada “O que falta ao trabalhador brasileiro”, as principais dificuldades enfrentadas pelos empresários na contratação de funcionários são tanto de cunho comportamental como acadêmico. “Na área comportamental, principal resultado encontrado, os empresários se ressentem da falta de iniciativa, liderança e espírito empreendedor. Já na formação escolar, o grande obstáculo é a matemática, pois os funcionários apresentam muitas dificuldades com raciocínio lógico”, ressalta Hilda.

Leia na página 20 o artigo da NES Global Talent sobre a importância da qualificação profissional no setor

Sistema Firjan lança Faculdade Senai Rio O Senai no Estado do Rio possui 43 unidades fixas, incluindo a recém-criada Faculdade Senai-RJ. Dessas, nove são especializadas na indústria de petróleo e gás. Além disso, o Senai Rio possui unidades móveis para atendimento em todo o estado e quatro Centros de Tecnologia para atender o mercado. Em 2013, a instituição apresentou crescimento de 47% na oferta de cursos destinados à área de petróleo e gás, em relação a 2012.

À Macaé Offshore, o gerente da Faculdade Senai Rio, Mauro Pina, detalhou os motivos que levaram a instituição em oferecer cursos superiores de graduação tecnológica no Estado do Rio. De acordo com ele, na medida em que emergem novos setores produtivos, é crescente a necessidade de profissionais mais especializados e em que os cursos de graduação tecnológica respondem, sob medida, à demanda do mercado, principalmente na indústria fluminense.

“O Senai Rio, tem buscado estratégias de atendimento capazes de ampliar e melhorar a formação para o setor, como a oferta de cursos de solda em horários alternativos, a utilização de simuladores de soldagem, cursos ministrados em espaços além dos muros da instituição”, ressalta o coordenador de Projetos Educacionais do Senai Rio, Allain Fonseca, sobre as oportunidades que a instituição oferece aos alunos.

Na avaliação do executivo, estudos e análises prospectivos de expansão da indústria brasileira e do parque industrial do estado do Rio de Janeiro, ajudaram a fortalecer a ideia da Faculdade no Rio.

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A nova unidade vai oferecer, inicialmente, cursos de graduação tecnológica em Automação Industrial e Processos Metalúrgicos, além de pós-graduação e cursos de extensão nas áreas de Petróleo e Gás e Biocombustível. A

instituição é credenciada pelo MEC e já está com inscrições abertas para o vestibular de 2014, que será válido para o primeiro e o segundo semestre do ano, e para os cursos de pós-graduação e extensão. “As metas e previsões de investimento no Rio de Janeiro, particularmente no segmento óleo e gás, em que o estado responde por aproximadamente 76,3% das reservas de petróleo e 46,2% das reservas de gás em todo território nacional, confirmam nosso objetivo”, afirma Fonseca. Em comunicado enviado à imprensa, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira falou sobre a importância de implantar a faculdade, com o objetivo de avançar na qualificação de mão de obra para a indústria. “Vamos proporcionar ao cidadão fluminense e às indústrias do Estado do Rio de Janeiro uma educação superior de qualidade, integrando e articulando ensino, extensão e pesquisa”, destaca.


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Programas fortalecem ensino técnico A criação de programas de incentivo ao aprimoramento estudantil, pesquisas e também a capacitação profissional e a geração de empregos representa um avanço indiscutível para a educação no Brasil, segundo aponta a maioria dos analistas ouvidos pela Macaé Offshore.

de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o Senai tem atendido aos mais diversos setores a partir desse programa, não só pelas demandas com foco na inclusão social – como desempregados e beneficiários dos programas de distribuição de renda, por exemplo

–, como também as demandas diretas do próprio setor produtivo, apontadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC)]. “O Senai vem trabalhando junto com alguns setores no sentido de Divulgação

A sócia da MSA Recursos Humanos, Lúcia de Almeida, lembra que um dos grandes gaps de profissionais na economia atual brasileira está no ensino médio profissionalizante. De acordo com a executiva, o Brasil é um país em desenvolvimento, com um baixo índice de escolaridade e projetos de infraestrutura de médio prazo. “Já era previsto que não tivéssemos profissionais suficientes para suprir a demanda de empregos desta formação. Porém, este programa foi criado somente em 2011 e seu retorno só começará a ser percebido a partir de 2014”, realça Lúcia. Ainda, de acordo com a sócia da MSA, não só o governo, mas também as empresas com grandes investimentos no Brasil precisam apostar na formação compartilhada com a prática, dando possibilidades de oferecer inclusive visão empreendedora, para que, em momentos de crise, esses profissionais possam atuar independentemente de uma contratação formal. Parceiro de primeira hora na execução do Programa Nacional

Senai atende demandas de qualificação nos mais diversos setores, com foco na inclusão social Senai meets the demands for training in several segments,with focus on social inclusion

subsidiar o processo de revisão do portfólio do programa, considerando as necessidades em termos de títulos de cursos a serem oferecidos e possibilidade de carga horária. Acreditamos que o Pronatec, pelo quantitativo de pessoas que vem atendendo e pelas previsões do próprio governo, venha ser de grande valia para a continuidade do processo de crescimento econômico”, conclui Allain Fonseca.

Já o Prominp, a partir de 2014, vai estimular a rota aluno-empresa, em que as indústrias apontam diretamente as categorias em que têm necessidade de pessoal capacitado. Os custos do treinamento serão divididos em partes iguais entre o programa e a empresa solicitante. As primeiras turmas nesse formato já começam a funcionar em fevereiro de 2014, no Estaleiro Atlântico Sul (PE).

Confira no Portal Macaé Offshore um roteiro de cursos para quem deseja ingressar neste mercado MACAÉ OFFSHORE 15


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Preparar para competir Empresários da cadeia produtiva de óleo e gás também devem buscar capacitação

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iante da necessidade de estimular pequenas empresas que atuam como fornecedoras do setor de óleo e gás a buscar experiências no exterior para acumular aprendizado, boas práticas e até mesmo realizar negociações internacionais, instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) vêm adotando práticas que possam orientar os empresários a superarem esses desafios. Á Macaé Offshore, o superintendente da Onip, Carlos Camerini adianta que em 2014 será um ano muito bom para as empresas de bens e serviços, pois vai gerar uma série de oportunidades para toda a cadeia de óleo e gás, principalmente com o início de exploração do campo de Libra,

na Bacia de Santos. No entanto, o executivo faz um alerta para a falta de pessoal capacitado para atender os estrangeiros, que estão cada vez mais instalando suas bases no Brasil.“Muitas empresas não aproveitam as oportunidades que estão aparecendo”, aponta Camerini. O coordenador de óleo e gás do Sebrae/ RJ, Antônio Batista, informa que a instituição vem trabalhando para identificar esses gargalos das companhias nacionais e, a partir desse levantamento, oferece um conjunto de soluções, tanto para as empresas novas, intermediárias e as que já possuem um know how do mercado. “Oferecemos toda nossa expertise com informações, treinamentos e visitas técnicas para as empresas”, ressalta. Batista reforçou que o Sebrae/RJ tem contatos com empresas localizadas no Rio de Janeiro, Macaé, Campos, Niterói e Duque de Caxias.

Ricardo Beliel

Para Carlos Camerini, da Onip, 2014 será um ano muito bom para as empresas de bens e serviços For Carlos Camerini, Onip, 2014 will be a very good year for industrial goods and services

Internacionalização nas empresas Segundo o coordenador, as parcerias internacionais permitem que a empresa brasileira adquira ou se torne proprietária de uma tecnologia num ciclo muito mais rápido e, em geral, de forma mais barata. “O Sebrae tem um programa para inserção de empresas fornecedoras do setor de petróleo, tanto no mercado nacional, quanto internacional. Para o mercado nacional, temos várias soluções, entre as quais se destacam o apoio para cadastramento na Petrobras e na Onip, a capacitação em gestão

empresarial (ISO 9000, SMS), o apoio à certificação em conteúdo local e o incentivo ao desenvolvimento de tecnologias”, ressalta. O Sebrae para o ano de 2014 reserva uma gama de oportunidades para a formação de parcerias entre as empresas brasileiras e as companhias estrangeiras. A instituição pretende organizar missões empresariais para a OTC/Houston, em maio, e a ONS/Stavanger, na Noruega, em agosto, com o objetivo de prospectar novos contatos internacionais, voltados à

demanda nacional ou às necessidades de cada empresa. “No ano passado, o Sebrae e a Onip promoveram duas missões empresariais para conhecer as companhias participantes das feiras Europe Offshore, no Reino Unido, Europort, na Holanda, entre outras”, lembra Batista. Segundo ele, os acordos internacionais podem reduzir o tempo e os custos de criação de uma nova tecnologia e, por isso, a internacionalização é um passo fundamental para o crescimento de companhias brasileiras. (Rodrigo Leitão)

Veja no portal Macaé Offshore um calendário de eventos e cursos que serão oferecidos pelo Sebrae/RJ 16 MACAÉ OFFSHORE


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Opportunities

found from wells to gas stations Roughly 2 million jobs will be created in the oil and gas industry by 2020. Yet it is necessary to be prepared to apply for a job in this billionaire industry

By Rodrigo Leitão

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he domestic market has grown significantly after the end of oil monopoly as along with the investments of multinational companies in Brazil. The coming of several foreign companies to invest in the oil industry in Brazil has sparked a great demand for skilled workers. This kind of search has been growing since the oil discoveries in the pre-salt. The National Organization of the Petroleum Industry (ONIP) foresees a creation of two million jobs by 2020 with the demand of 73 offshore support vessels, 66 oil tankers, 13 FPSOs, 16 integrated module, 28 drilling rigs,

17 tugboats among other vessels, which is a sign of a great resuming of the oil and gas chain activities. Yet the shortage of skilled workforce jeopardizes job opportunities for those who want to enter this industry. During the 10th National Oil & Natural Gas Industry Mobilization Program (Prominp), held in December 2013, Petrobras Training Manager Adilia de Asis emphasized that skilled workforce is one of the most critical issues in the country. To her, it is necessary to train roughly 18,000 workers by 2015, most of them for workers at basic and technical levels.

In interview to Macaé Offshore, Federation of Industries of the State of Rio de Janeiro Manager Glicia Carnevale points out that there are three crucial areas to meet those demand by 2020 – shipbuilding industry, subsea and work safety. The executive recalls that in Brazil, specially in Rio de Janeiro, there are many subsea companies, which are crucial for the offshore activities. “ Manufacturing complexity systems, which have to endure high pressure and temperature, require skilled work force,” Mrs Carnevale says.

Shipbuilding industry keeps warm Following the new projects for the oil industry, the shipbuilding industry received new boost after facing lack of public investments, This segment woke up with the revitalization of the ship yards and the building of new oil platforms. Yet there is a shortage of skilled workers for the oil industry. This demand for skilled work force will be met with investment of the Federal government, which is going to help this important segment in the country. 18 MACAÉ OFFSHORE

The orders to meet oil and gas projects are making the number of employees in the shipbuilding industry larger. The Libra field, located in the pre-salt of Santos Basin, and the implementation of The Petrochemical Complex of Rio de Janeiro (Comperj) will require the construction of oil tankers, a new challenge for the Brazilian shipbuilding industry aiming to improve its international competitivity. This area will require training and skilled workforce, the shipbuilding industry greatest challenge.

Only Comperj itself will offer more than 20 thousand direct and indirect jobs. So, training the labor force will be crucial for the government. Other 30 thousand jobs will be created with the construction of four ship yards. From this total, 39.05% - 32,698 employees were in the Southeast, 30.97% To the Sinaval, the work force training and skilled work force are among the greatest challenges for the shipbuilding industry in Brazil in order to foster


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the productivity and competitivity of the Brazilian ship yards and the development of new technologies and innovation in the local supply chain. “The growing demand for drilling rigs and offshore vessels, especially to meet Transpetro’s demands, has raised the job creation rate significantly”, Sinaval points out. To Sinaval, the ship yards in the country employed 1,1910 workers in 2000. Since then, this number has been growing every year. In 2008, there were 40,277 steel workers. In September 2013, the number of employees in the industry reached 78,000. The increase of the employees in the first semester 2013 was 14.33%. Currently, the local ship yards are employing 70,925 workers, the highest rate in history. In 2013 were created 8,800 jobs to meet the demand for offshore vessels.

Petrobras and X Group curb the hiring Experts warn for a difficult year because of the World Cup, presidential elections and the restructuring process that Petrobras is carrying out to adjust its number of employees. For Michael Page Oil and Gas Manager Carlos Afonso, 2014 will be better than 2013, a year that was considered the worst for the segment. “Petrobras is passing through a restructuring process. Companies are delaying the hiring because of this restructuring process of Brazil’s biggest player in the oi and gas industry,” Mr Afonso says. In the same token, NES Global Talent Brasil Operation Manager Giovana Dantas points out that the Brazilian industry has decreased because of some issues such as restriction of investments by Petrobras and layoffs carried out by X Group and other companies that have their projects concluded. On the other hand, Mrs Dantas says that there was a growth of the shipbuilding activities, with the construction of offshore vessels and drilling rigs, which require a very specialized knowledge and the use of cutting-edge technology that are mastered by only few professionals in Brazil.

How to apply In the beginning of the year, the context is favorable for a skilled professional who thinks of changing his job or wants a better job position, once there are many opportunities in the oil and gas industry. The shipbuilding industry demands skilled workforce and currently there are many ship yards that face shortage of technical workers, mainly specialist workers for drilling who can work to build and test rigs, and equipment engineers, inspection and assembling, hydro-jet workers, marine mechanician, welder, industrial mechanician, pipe assembler, among other technical workers. Besides academic degree, professionals who want to apply for the oil and gas industry can search for technology courses. To Senac-Rio, this option is very similar to bachelor degree,

though they have different goals. “The concept of these courses is still new in Brazil. Yet it is a superior training directed to the routine of the job market,” Senac-Rio Director Wilma Freitas explains. This is the case of technician Adriano Mathias, 21. After graduating in high school, he didn’t know what kind of academic career he would follow. After talking to a friend, who worked as a technician for an oil and gas company, Adriano was convinced to follow his friend’s career. “My friend told me that the oil and gas industry would grow along the time. He lives in the city of Duque de Caxias and he goes to Campos every 15 days. He told that there are many chances to have a promising career and with full of perspectives”.

Opportunities for all Due to the high level of technology and the complexity of their process, the oil and gas chain has strict requirements related to the hiring of labor force, such as college degree and specific courses. Sendai Rio Educational Projects Coordinator Allain Fonseca says that a professional who wants to enter the oil and gas industry must have a solid technical training, taking into account that in many cases the applicant will need to submit to

some certification processes and professional validation. “There is a necessity for professional improvement because of the emergence of new technologies, new productive process and legal framework,” Mr Fonseca says. To him, largest job offers in the shipbuilding industry are for those who have technical knowledge background, which requires a longer training, such as boilermakers, welders and fitters, among others.

Job offers for low skilled workers To Claudia Nery, professor of Oil and Gas at Simonsen University and at PetroInfo School, there are many job offers for those professionals who only have a basic education. High level training process is the biggest concern. For the professor, students must also search for low skilled positions such as industrial painter, mechanical fitter, insulator, mechanical fitter, jetist, sander, loads moving offshore assistant, assembler, bender, scaffold erector, coater and coupler. “Those professionals are the cornerstone of the offshore chain. There are many opportunities. We must train engineers, technicians and low skilled professional in order to perform in this important segment,” the professor highlights. MACAÉ OFFSHORE 19


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Personal behavior is also evaluated Yet Human Resources companies for the oil and gas industry say that the professional not only must search for positions because their wage but also look for jobs that give him personal satisfaction. To MSA Recursos Humanos partner Lúcia de Almeida the shortage of skilled work force has created problems,once oil and gas companies need those professionals urgently for

their implementation and maintenance projects. “There are many cases which companies have to ease their requirements because of the shortage of skilled workforce in the market job nowadays,” she points out. In interview to Macaé Offshore, Firjan Research Manager Hilda Alves says that a research performed by the

institution entitled “What is lacking in the Brazilian work force”, academic degree and personal behavior are the main difficulties faced by the companies in the hiring process. “In the personal behavior, the main problem found, companies complain about the lack of initiative and entrepreneurial spirit. As for the academic degree, the great hurdle is related to difficulties in logical reasoning,” she emphasizes. 

Read on page 21 the article written by NES Global Talent about the importance of the professional training in the sector.

Firjan launches Senai Rio College Senai Rio has 43 centers, including the brand new Senai-RJ College. Nine of them are specialized in the oil and gas industry. Besides that, Senai Rio has mobile centers to perform along the state of Rio de Janeiro and four technology center to support the industry. In 2013, oil and gas courses in the institution increased 47% compared to 2012. Senai Rio is searching for strategies to expand and improve the training courses, such as the utilization of welding simulators, that go beyond the walls of the institution,” Senai Rio Educational Project Coordinator Allan Fonseca says. Senai Rio College Manager Mauro Pina says that Senai Rio decided to

open a technology college because of the growing demands in the productive sector in Brazil, which require specialized professionals for the industry in Rio de Janeiro. In the executive´s view, researches and analysis towards the expansion of the Brazilian industry and Rio de Janeiro’s industrial park helped to strengthen the idea to create the college in Rio. The new center will offer technology degree in Industrial Automation and Steel Process as well as post-graduation courses on Oil and Gas and Biofuels. The institution is licensed by the Minister of Education and Culture

and the application process will be this year for post-graduation courses. ‘The goals and investments in Rio de Janeiro, especially in the oil and gas industry, confirm our objective”, says Fonseca. In a statement, the president of Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, talked about the importance of the college, which aims to the advancement of the training process of the work force for the industry. ‘We will provide a college education with quality to the people and companies of Rio de Janeiro, integrating teaching and research,” he highlights.

Programs strengthen technical education The creation of programs to foster the improvement of teaching, researches, training and job creation represents an undoubtedly advancement of the education in Brazil, as many experts point out. MSA Recursos Humanos partner Lúcia de Almeira says that the shortage of technical colleges in Brazil is one of the gaps found in the country’s economy. To her, Brazil is a developing country, with low rates of education as well as medium term infrastructure projects. “It was foreseen that we would not have sufficient professional to meet the demand. Yet this program was just

created in 2011 and we will only see the results in 2014,” Mrs Almeida says. She also said that major companies must have training and practicing working together, enabling a entrepreneurial vision and making the professional able to work in other areas during moments of crisis. Senai has a partnership with the Technical Learning and to Jobs National Program (Pronatec) and they are working in several segments and social program carried out by the federal government. Senai is working together with some segments in order to provide a revision

process of the program, considering the necessities of courses to be offered and their timetable. We believe that Pronatec is going to be very important for economic growth because of the number of people who are involved and the government’s expectations,” Mr Fonseca concludes. As for Prominp, this program will foster the relation company-student,in which the companies will work directly with job categories that have necessity for skilled work force. The costs of the training courses will be split between the program ans companies. The first training classes will begin in February 2014 in Estaleiro Atlântico Sul.

Check in Macaé Offshore website a list of courses for those who wants to enter the oil and gas industry 20 MACAÉ OFFSHORE


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Getting ready to compete Oil and Gas entrepreneurs should also search for training

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efore the necessity of stimulate oil and gas suppliers to acquire experience abroad, good practices and even carrying out international negotiations, institutes such as Sebrae and Onip have been adopting practices that can help entrepreneurs to face these challenges. Onip Superintendent Carlos Camerini says that 2014 will be a very good

year for industrial goods and services because many opportunities will be created for the whole oil and gas chain, specially after the beginning of the Libra field activities, in Santos basin. Yet the executive is concerning about the shortage of work force to meet foreign companies that are working in Brazil. “Many companies are not taking advantage of the current opportunities,” says Mr Camerini.

Sebrae Oil and Gas Coordinator Antonio Batista says that the institution has been working to identify these hurdles and, from this study, offer a set of solutions to new and experienced companies. “ We offer our expertise with information, training and technical visits to the companies,” Mr Batista emphasizes. He also said that he has contacts with companies located in the cities of Rio de Janeiro,Macaé, Campos, Niterói and Duque de Caxias.

Internationalization of the companies For the coordinator, international companies allow Brazilian companies to acquire or own a faster and cheaper technology. “Sebrae has a insertion program for oil and gas supply companies both in Brazil and abroad. For the domestic market, we have several solutions. The support on registering of management training (ISO 9000, SMS) in Petrobras and Onip, local content training and technology

development incentive are the most distinguished actions of the program. For 2014, Sebare will present a set of opportunities to establish partnerships between Brazilian and foreign companies. The institution wants to carry out entrepreneurial missions to OTC/Houston, in May, and ONS/Stravaner in Norway, in August. The goal is to establish new international contacts towards the domestic market.

Last year, Sebrae and Onip performed two entrepreneurship mission to meet companies in Europe Offshore, held in the UK, Europort, held in Holland, among other events,” Mr Batista recalls. To him, international agreements can reduce time and costs of the creation of a new technology. Thus, the internationalization is a crucial step toward the growth of Brazilian companies. (Rodrigo Leitão)

Read on Macaé Offshore website the calendar of events and training courses to be offered by Sebrae/RJ this year

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ARTICULANDO

Um prato cheio para as empresas de

recrutamento

Por Giovanna Dantas*

A

s recentes descobertas de grandes reservas no pré-sal transformaram o país em uma das apostas do setor e potencialmente um dos maiores produtores do mundo, a médio e longo prazo. A estimativa é que o volume de óleo recuperável esteja entre 8 bilhões a 12 bilhões de barris. Consequentemente, essa demanda vai criar ainda mais oportunidades para engenheiros qualificados e profissionais de nível técnico, altamente especializados. Até 2020, a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), prevê a geração de mais de dois milhões de empregos no setor, sinalizando uma grande retomada por parte de toda a cadeia de exploração e produção de petróleo. O mercado no Brasil, atualmente, diminuiu devido a uma série de questões bem divulgadas, como por exemplo, a restrição de investimentos da Petrobras e as demissões realizadas pelo Grupo X e outras empresas do setor, por conta da conclusão de projetos. Em contrapartida, houve um aumento na atividade relacionada à construção naval, com a construção de embarcações para suporte offshore, por exemplo, e principalmente por conta da demanda por sondas de perfuração, que exigem conhecimento muito especializado e utilização de tecnologias que são dominadas por pouquíssimos profissionais no Brasil. Embora ainda em número limitado, alguns profissionais que possuem

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competências transferíveis estão tendo oportunidade de migrar para o setor naval, por conta dessa nova procura. O Brasil já tem uma demanda prevista de 73 navios de apoio marítimo, 66 embarcações-tanque, 13 plataformas de produção, 16 integrações de módulos para plataformas, 28 sondas de perfuração, 17 rebocadores, entre outras embarcações para o apoio de exploração de petróleo. Todas devem ficar prontas até 2020. As encomendas para atender os projetos de petróleo e gás têm colaborado com o aumento do número de trabalhadores na indústria da construção naval. De acordo com o Sinaval, o aumento no número de contratados no primeiro semestre de 2013 foi de 14.33%. Atualmente, estaleiros locais estão empregando 70.925 funcionários, o número mais alto neste setor na história do Brasil. Só em 2013 foram criados mais de 8.800 postos de trabalho para atender à demanda de navios para a indústria de petróleo e gás. O setor naval também demanda muita mão de obra especializada e, atualmente, muitos estaleiros estão com uma carência de funcionários de nível técnico, principalmente especialistas em perfuração – que podem trabalhar na construção e teste das sondas – além de engenheiros de equipamentos, profissionais responsáveis por inspeção e montagem de tubo, hidrojatistas, mecânico naval e soldador de filete, mecânico industrial, montador de tubulação, entre outras especialidades técnicas.

A maior demanda se concentra no Nordeste, onde estão instalados os principais estaleiros no Brasil, como Atlântico Sul e Promar, ambos localizados em Ipojuca, Pernambuco. No mesmo estado, está sendo construída a Refinaria Abreu e Lima. Na Bahia e no Ceará estão em andamento o Consórcio Rio Paraguaçu e o estaleiro Inace, respectivamente. A partir de 2015, com o início da produção de petróleo no Campo de Libra, os investimentos no setor serão retomados e, provavelmente, veremos outra vez a grande demanda de mão de obra altamente especializada, o que será um prato cheio para as empresas de recrutamento. Apesar de não haver uma maneira rápida de resolver a escassez de mão de obra qualificada no Brasil, a indústria do petróleo e gás está trabalhando fortemente para atrair e reter profissionais especializados e já se deu conta que a solução passa por maiores investimentos em treinamento e pela contratação de pessoas que possam repassar o conhecimento para outros funcionários, multiplicando o domínio de certas tecnologias de maneira muito mais rápida e eficiente. É justamente nesta questão que as empresas de headhunting têm se tornado essenciais no processo de contratação, recrutando talentos dentro e fora do Brasil, com habilidades específicas, difíceis de ser encontradas no mercado.

Giovanna Dantas é gerente de operações da NES

Global Talent Brasil.


ARTICULATING

A great moment for human

resources companies By Giovanna Dantas*

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he recent discoveries of giant oil reserves in the pre-salt layer turned the country into one of the high bets for the industry and one of the world’s greatest oil producers, in the medium and long term. Consequently, this demand is going to create more opportunities for skilled engineers and technical professionals. By 2020, the National Organization of the Petroleum Industry (ONIP) foresees the creation of two million jobs in the industry, which is a sign of a great resuming for the oil and gas chain. Currently, the industry in Brazil decreased because of some well known issues, such as restrictions of investments of Petrobras and layoffs carried out by X Group and other companies of the industry that have their projects concluded.

Editora Macaé Offshore

On the other hand, there was an increase of the maritime industry activity, with the construction of Offshore Support Vessels and drilling rigs, which require knowledge and the use of cutting-edge technology mastered by only few professionals in Brazil. Despite the limited number, some professionals who are skilled are having the opportunity to migrate to the maritime industry in order to meet this new demand. Brazil already has already orders to build 73 offshore support vessels, 66 oil tankers, 13 FPSOs, 16 integrated modules, 28 drilling rigs, 17 tugboats, among other vessels to support oil drilling activities. All of those vessels must be ready by 2020. The orders for oil projects are contributing to increase the number of the labor force in the shipbuilding industry. According to Shipbuilding and Offshore Construction

and Repair Industry (Sinaval), the increase of the labor force in the first semester 2013 was 14.33%. Currently, local ship yards have 70.925 employees. This is the largest number of employees in this segment’s history. The shipbuilding industry demands skilled workforce and currently there are many ship yards that face shortage of technical workers, mainly specialist workers for drilling who can work to build and test rigs, and equipment engineers, inspection and assembling, hydro-jet workers, marine mechanician, welder, industrial mechanician, pipe assembler, among other technical workers. The greatest demand is found in Brazil’s northeast, where the main ship yards are located such as Atlântico Sul and Promar. Both are located in the state of Pernambuco. There, it is being built Abreu e Lima Oil Refinery. Also, the Rio Paraguaçu Consortium and the Inace yard are under construction respectively in the states of Bahia and Ceará. From 2015 onwards, with the beginning of the Libra field output, the investments in the segment will be resumed and we will likely see a great demand for skilled workforce once again, which might represent a great opportunity for Human Resources companies. Although there is not a fast way to solve the shortage of skilled workforce in Brazil, the oil industry is working hard to attract and keep its skilled professionals. The industry is aware that it is necessary to train and hire workers who can transfer knowledge to other employees, expanding the know how of certain technologies in a efficient and fast way. This issue is making headhunting companies very important in the hiring process, once those companies can select skilled professionals in Brazil and abroad, with specific abilities, which is very difficult to find in the labor market.

Giovanna Dantas

is operational manager at NES

Global Talent Brasil

MACAÉ OFFSHORE 23


SINDICAL

Proteção contra

quebradeira

Sindicatos pressionam Petrobras a garantir direitos trabalhistas de terceirizados em caso de dificuldades das contratadas Por Flávia Domingues

S

indicatos estão intensificando a pressão junto à Petrobras para garantia dos direitos trabalhistas de funcionários de empresas terceirizadas pela estatal. Segundo fontes ouvidas pela Macaé Offshore, a preocupação tem aumentado, já que a companhia alterou o método de pagamento de pleitos para empresas prestadoras de serviços, e muitas delas vêm passando por dificuldades financeiras ou por má gestão ou por excesso de rigidez de exigências da estatal. Graça Foster afirmou, em entrevista coletiva realizada no final de setembro

Flávia Domingues

mudanças na forma de avaliação dos contratos pela companhia.

de 2013, que pleitos não significam compromissos, mas sim negociações e informou que haviam sido realizadas

O Sinticom (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil) criou uma convenção coletiva específica para os trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) para garantia de direitos trabalhistas, caso empresas terceirizadas quebrem: “Muitas não conseguem chegar nem na metade do contrato e acabam falindo. E os trabalhadores se dão mal, como foi o caso da Tenace, Multitek e muitas outras mais”, afirma Marcos Hartung (foto), assessor do Sindicato.

Arte: Paulo Mosa Filho / Fotos: Divulgação

24 MACAÉ OFFSHORE


SINDICAL

Remuneração chega a ser até 10 vezes menor

Luiz Bispo

Na pressão junto à Petrobras, as lideranças também buscam melhorias salariais. Hartung conta que muitos funcionários de empresas terceirizadas, em diferentes níveis, em alguns casos, chegam a receber dez vezes menos do que um funcionário contratado diretamente pela estatal, além de outros benefícios. “Lutamos por ter mais benefícios e para que os salários não sejam tão diferentes assim”. Já o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) conseguiu obter a criação de um fundo garantidor de cada contrato assinado pela Petrobras, retendo um pequeno percentual para o caso de alguma empresa terceirizada em débito com as rescisões trabalhistas. “Estamos cansados de ser surpreendidos com problemas de demissões durante as obras”, afirma Hélio Guerra(foto), diretor do setor Petróleo Privado do Sindipetro-NF.

Casos mais recentes 2012 – Tenace, na Bahia, pede falência em novembro e recebe aprovação da Justiça em outubro de 2013, sob alegação que o contrato com a Petrobras precisou ser modificado em função de condições adversas encontradas no local da obra, realizada no Rio Grande do Norte, mas não obteve a aprovação da Petrobras para os aditivos referentes aos custos extras que tiveram no empreendimento. Cerca de 3 mil funcionários foram dispensados. Janeiro de 2013 - GDK pede recuperação judicial por dificuldades financeiras. A maior parte de seus contratos era com a Petrobras.

de dívida da Petrobras com a empresa, na ordem de R$ 245 milhões. Com 28 anos de mercado, e com a maioria dos contratos com a estatal, a Multitek também paralisou outras 13 obras com a companhia. De agosto em diante – Produza, de manutenção preventiva da Refinaria da Duque de Caxias (Reduc), demite cerca de 1.500 trabalhadores sem o pagamento de rescisões. Outras empresas, como Egesa, Sertenco, Jaraguá e Lomoter, também passaram por dificuldades financeiras e demitiram trabalhadores. 

Fevereiro de 2013 - Com problemas nas obras da refinaria de Abreu e Lima, a Companhia Nacional de Dutos (Conduto) acumulou dívidas na ordem de R$ 80,6 milhões. Agosto de 2013 – Multitek anuncia a demissão de 1.700 funcionários sob alegação MACAÉ OFFSHORE 25


UNION

Protection against

bankruptcy Unions pressure Petrobras in order to ensure labor rights to outsourced workers By Flávia Domingues

U

nions are intensifying pressures on Petrobras in order to enure the labor rights of the outsourced employees hired by the state-owned oil company. Sources heard by Macaé Offshore say that this concern is increasing, once the company changed its payroll method to its suppliers and many of them are passing through financial difficulties caused either by bad management or by strict state-owned company’ retirements.

Wages can be 10 times less Union leaders also fight for higher wages. Hartung said that many outsourced workers make ten times less than a formal employee hired by the state-owned company. Also, outsourced worker don’t have benefits. “We fight for more benefits and a more balanced wages.” The Union of Oil Workers in the North Fluminese (SindipetroNF) created a guarantee fund of every contract signed by Petrobras that ensures a small percentage for outsourced workers in case of problems of labor rights. “We are tired of being surprised by layoffs during the construction process,” says Helio Guerra, director of Private Oil at Sindipetro-NF.

26 MACAÉ OFFSHORE

Graça Foster said, in a press conference held last September, that the vindications don’t mean commitments. To her, it is a process of negotiations. She also said that there was some changes in the way the company evaluate the contracts with the outsourcing companies. Sinticom (Civil Constructions Workers Union) created a specific

collective convention for outsourced workers of the Petrochemical Complex of Rio de Janeiro (Comperj) in order to ensure their labor rights in case of the bankruptcy of companies. “Most of them bankrupted before the conclusion of the time established in the contract. This was the case of Tenace, Multitek and others. This is really bad for workers,” says Marco Hartung, a senior member of the union.

Latest cases 2012 – In the state of Bahia. Tenance filed bankruptcy last November, alleging that the contract signed along with Petrobras had to be modified because of problems found in the site, located in Rio Grande do Norte. Yet Petrobras disapproved additional costs. Roughly three thousand workers were laid off. 2013 January – GDK filed judicial recovery because of financial problems. Most of the company’s contracts was signed with Petrobras. 2013 February – With problems during the construction process in Abreu e Lima Refinery, the Companhia Nacional de Dutos (Conduto) acquired a debt of R$ 80.6 million. 2013 August – Multitek announced a dismissal of 1,700 workers. The company said that the reason was Petrobras’ debt with the company. The debt was R$ 245 million. After 28 years in the industry, Multitek also stopped other 13 projects with Petrobras. From August onwards – Produza, a maintenance company in Duque de Caxias Refinery, laid off 1,500 workers without any labor rights. Other companies such as Egesa, Sertenco, Jaraguá and Lomoter also passed through financial difficulties and laid off workers. 


MACAÉ OFFSHORE 27


ARTICULANDO

A

terceirização na indústria de óleo e gás

Por Eduardo Árias*

E

m um momento de grandes investimentos e perspectivas de contínuos avanços na indústria de produção de petróleo no Brasil, com a previsão de que venha a se tornar o sexto produtor mundial até 2035, nos deparamos com o aumento da demanda de mão de obra para o desenvolvimento de serviços e atividades econômicas proporcionadas pelo crescimento deste setor. Neste sentido, as relações trabalhistas precisam ser avaliadas para se contemplar as novas formas de organização do trabalho gerando a flexibilidade necessária para a realização de projetos, como a alocação de mão de obra em função das demandas específicas ou competências técnicas especializadas, em um contexto de economia globalizada e competitiva e sem, contudo, incorrer em situações de precarização das condições de trabalho. Com o entendimento da urgência para maior flexibilidade na criação de negócios e valorização das oportunidades de trabalho, temos como referência o Projeto de Lei 4330/04, do senador Sandro Mabel, que trata da terceirização de mão de obra nas empresas, seja em atividade-meio ou atividade-fim. Estas atuais tendências econômicas para o mercado de trabalho e para o trabalhador, como exemplificado pelo projeto de lei, acabam por reafirmar a importância para o contínuo investimento por parte das empresas em programas de treinamento e gestão da saúde e segurança do trabalho, 28 MACAÉ OFFSHORE

destinados tanto para seus funcionários efetivos como para seus terceirizados, em condições igualitárias. Dessa forma, acreditamos que uma gestão estratégica de pessoas na indústria offshore deve atuar no sentido de priorizar a promoção e a eficácia das políticas de saúde e segurança do trabalho, que podem ser desenvolvidas a partir da condução de ações específicas pelas áreas de Recursos Humanos e QSMS destinadas ao bem estar e segurança de todo o seu quadro de colaboradores. Observamos o reconhecimento por parte das empresas da indústria offshore para a implementação destas iniciativas, principalmente pelas empresas de navegação, pelo intensificado e crescente interesse na contratação de serviços especializados para o gerenciamento de riscos de saúde, como a implantação de programas de gerenciamento nutricional e programas de qualidade de vida, tendo em vista características organizacionais típicas voltadas para um constante aumento de produtividade associadas ao isolamento em alto mar e as inerentes características deste tipo de trabalho. O que se verifica é que as condições do trabalho embarcado produzem efeitos ligados à falta de satisfação e realização humana, o que podem afetar a saúde física e mental do tripulante. Estes programas atuam em plena parceria com a área de QSMS, realizando reuniões de alinhamento com a área de Recursos Humanos e Medicina do Trabalho fazendo uso de indicadores e

proporcionando resultados mensuráveis. Um programa de qualidade de vida eficiente pode ser desenvolvido a partir da realização de atividades como a preparação e condução de palestras de orientação sobre temas de saúde e segurança do trabalhador, acompanhamento de profissionais da área de Psicologia, Nutrição e Serviço Social em reuniões de pré-embarque junto aos tripulantes, elaboração de pesquisas de mapeamento de saúde funcional e organizacional, encaminhamentos dos funcionários interessados para profissionais e consultas especializados. Já no programa de gerenciamento nutricional, a ser desenvolvido por uma equipe de nutricionistas, são realizadas visitas técnicas nas embarcações, treinamentos com equipe responsável pelo manuseio de alimentos, acompanhamento de fornecimento de rancho e visa a auxiliar a embarcação a atender as legislações vigentes, bem como garantir a segurança e a qualidade alimentar dos tripulantes a bordo. Tais programas especializados promovem ações corretivas e as recomendações para tomadas de decisão por parte das empresas, facilitando a gestão da saúde e segurança do trabalho nas empresas da indústria do petróleo e assegurando ao trabalhador das melhores práticas para seu bem estar e a conformidade com exigências legais.

Eduardo Árias é diretor do Grupo Assurance


ARTICULATING

Outsourcing in the oil and gas industry By Eduardo Árias*

In this sense, labor legislation need to be evaluated in order to contemplate new work organizations procedures, providing a more flexible measures in order to perform projects, such as labor force allocation because of the specific demands or specialized technical requirements, in a context of global economy, avoiding to have precarious work conditions. With the understanding of the urgency for more flexibility in the creation of job opportunities, we have as

a reference the act 4330/04, issued by senator Mabel, which talks about the outsourcing in companies as a whole. These current economic tendencies for the job market and the worker, as described in the act, attest the importance of the investments in training, health and work safety for both outsourced workers and effective ones.

initiative,mainly by the shipbuilding industry, because of the growing interest in contracting specialized services for risk management, such as nutrition management programs and life quality programs, considering the typical organizational characteristics towards to the increase of productivity along with the offshore isolation and the inherent characteristics of this kind of job.

Thus, we believe that a strategic management of people in the offshore industry must act to promote healthy and safety work, which can be developed through specific measures carried out by Human Resources and SHE areas in order to provide well-being and safety for all their employees.

What is seen is that the offshore job conditions can produce effects linked to lack of human satisfaction, which can affect the mental and physical health of the offshore worker. These projects act with the SHE area, which carry out meetings with Human Resources and Occupational Medicine, evaluating the figures providing results.

We see that companies from the offshore industry are recognizing the importance to implement these

A quality program for an efficient life can be developed through the performance of activities such as the preparation of lectures on health and safety work issues, Psychology, Nutrition and Social Service in meetings carried out before boarding with workers, elaboration of researches and mapping of organization and occupational health, sending of employees for interested professionals and specialized consultations. As for the nutrition management program, to be developed by a staff of nutritionists, technical visits are carried out in vessels, training of the workers to teach them how to manipulate food, inspecting the kitchen and help the craft to meet the current legislation as well as ensuring food safety and quality of crew on board.

Editora Macaé Offshore

I

n a time of great investments and expectations of advancements in the oil and gas industry in Brazil, which i going to make the country the world’ sixth largest oil producer by 2035, we see the increase of the demand for labor force for the services and other activities found in this segment.

Such specialized programs promote corrective actions and recommendations for decision-making by firms, facilitating the management of health and safety work in enterprises of the oil industry and ensuring the employee best practices for their welfare and compliance with legal requirements.

Eduardo Árias is Grupo Assurance Director MACAÉ OFFSHORE 29


ENTREVISTA

Milton Costa

Filho

Secretário-geral do IBP defende regularidade nos leilões para manter o ritmo da indústria de óleo e gás

“A indústria não pode ficar refém do calendário eleitoral” Por Brunno Braga

Há um ano como secretário-geral do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Milton Costa Filho tem pela frente grandes desafios a serem enfrentados numa era em que a indústria do petróleo no Brasil vem comemorando muitas conquistas, com a retomada dos leilões em 2013 e com expectativas de investimentos nunca antes vistos, por conta do aumento das áreas disponíveis para as atividades de exploração e produção, assim como os recursos bilionários a sem direcionados para o pré-sal, com destaque para o Campo de Libra. Mas se a indústria encontrou motivos para comemorar em 2013, outros fatores também colaboram para que haja certa apreensão, em função de incertezas

MACAÉ OFFSHORE - Como o senhor avalia o primeiro ano de sua gestão como secretário do IBP? MILTON COSTA FILHO - Passou rápido. O IBP, fundado em 1957, é um instituto quase sexagenário que acompanhou a evolução da indústria do petróleo no Brasil. A sua sobrevivência sempre dependeu de como a instituição trabalha no sentido de se adaptar e, constantemente, acompanhar as mudanças na indústria. E o sucesso do IBP até hoje vem muito dessa capacidade. Neste período de um ano, conseguimos manter essa 30 MACAÉ OFFSHORE

em assuntos como a continuidade no processo das rodadas e melhoria da mão de obra brasileira. Engenheiro químico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e egresso da Petrobras, onde atuou por 36 anos, ocupando diversos cargos na empresa, inclusive comandando a Petrobras no México, Costa Filho recebeu a equipe da Macaé Offshore na sede do instituto, no Centro, e falou sobre atividades e estratégias a serem adotadas em 2014 pela principal instituição do segmento de petróleo no Brasil e sobre as suas percepções sobre assuntos que permeiam a indústria na atualidade. Confira os principais trechos desta conversa:

trajetória de nos adaptar aos novos tempos e se manter como um foro permanente, onde temas importantes são debatidos. M.O. - E para 2014? Como será o ritmo de trabalho? M.C.F. - 2014 será um ano de muito trabalho para o IBP. Além de estar atuando para capacitar e oferecer novos produtos e serviços para os nossos associados e para a indústria em geral. Atualmente, temos cerca de 50 comissões que reúnem 1.500 pessoas. E são comissões que

discutem diversas áreas, como meio ambiente, questões jurídicas, RH, legislação. Além disso, já demos início aos trabalhos para a realização da Rio Oil & Gas, que este ano trará muitas novidades. As expectativas são muito grandes. Já foram vendidos todos os pavilhões do Riocentro e temos confirmados os mais renomados key-speakers do mundo do petróleo que aqui estarão debatendo os assuntos mais quentes da nossa indústria. Tenho certeza de que a Rio Oil and Gas 2014 será uma das três maiores edições de todos os tempos. Além desse importantíssimo


entrevista

evento, outros encontros também relevantes serão realizados, como o Brasil Onshore, Subsea entre outros. Então, temos trabalhado cada vez mais para que o IBP seja uma caixa de ressonância da indústria. E aí que vem essa mudança que está ocorrendo dentro do IBP, cuja diretoria percebeu que os desafios que vêm pela frente não são de longo prazo. Eles são de curto prazo e já estão batendo à porta. M.O. - De qual forma o IBP está se preparando para enfrentar os grandes desafios da indústria? M.C.F. - Estamos mudando a estrutura. Estamos contratando pessoal, ampliando o nosso espaço. Afinal, temos que nos preparar para enfrentar esses desafios que a indústria vai enfrentar. Uma dessas missões é fazer com que a indústria do petróleo se comunique melhor com a sociedade. Precisamos mostrar para a sociedade o que é realmente a indústria do petróleo, sobretudo informar sobre os benefícios que ela traz. Nos últimos anos, a nossa indústria aumentou muito a sua participação no PIB brasileiro. Mas, para se comunicar melhor com o governo e com a sociedade os temas principais,o IBP tem que estar preparado para isso. Além disso, estamos também desenvolvendo um novo plano estratégico e contratação de pessoas para reforçar determinadas áreas. Outro grande desafio é a qualidade da mão de obra apresenta no Brasil. Estamos trabalhando para criar projetos e trabalhos que atraiam jovens universitários e de escolas técnicas e conscientizá-los sobre a importância da indústria e apresentando tecnologias e técnicas existentes, visando, assim, construir uma massa de recursos que vamos precisar para os próximos anos.

M.O. - Como será feito esse trabalho junto aos jovens? M.C.F. - Já é uma tradição do IBP formar e treinar pessoal para a indústria. A nossa área de treinamento sempre foi bastante atuante. Então, o que nós estamos fazendo agora é aperfeiçoando essa área, por meio de convênios com instituições de ensino no Brasil e no exterior para promover e realizar cursos de capacitação que sejam mais adequados e mais especializados para atender à demanda das empresas de petróleo. M.O. - Qual é a sua análise atual da indústria de petróleo brasileira? M.C.F. - A nossa indústria vem crescendo de forma muito sólida e tem potencial de aumento de produção de forma sustentável por muitos anos e isso dá uma grande solidez para a indústria. Estamos caminhando para produzir 6 milhões de barris até 2020. E isso sem contar com as reservas de Libra. Mas os desafios são muito grandes para a indústria e também para o IBP. O instituto tem cada vez mais que se capacitar, discutir, debater e contribuir para que a evolução da indústria no Brasil seja feita da melhor possível para todos os atores. Afinal, aqui é a casa da indústria do petróleo.

de outros países. Afinal, eles trazem na bagagem experiência, know how, conhecimento tecnológico e operacional. E isso é muito bom para melhorar a nossa mão de obra, pois permite um ótimo aprendizado. Mas, sabemos que é preciso um limite para importação de profissionais. As próprias empresas não querem isso, pois gera elevados custos para elas. M.O. - De que maneira o IBP pode ajudar nesse processo? M.C.F. - Bem estamos agora dimensionando a demanda doméstica. Só o pré-sal alcança volumes de investimentos estratosféricos. Então, queremos criar junto com essas instituições

M.O. - Mas analistas apontam que a importação de mão de obra qualificada poderá aumentar ainda mais para os próximos anos, em função do aumento das atividades da indústria do petróleo. O que o senhor acha disso? M.C.F. - Eu acho que é importante ter profissionais MACAÉ OFFSHORE 31


ENTREVISTA

nacionais e estrangeiras um mix de capacitação para que consiga atender às nossas necessidades técnicas e tecnológicas. No momento não posso citar quais os institutos ainda, pois estamos criando estratégias bem sólidas com os centros mais importantes do mundo, mas estamos, ainda, em fase de negociação. Em breve, daremos mais notícias a respeito. Ainda este ano. M.O. - O governo já sinalizou que este ano não haverá leilões de petróleo. O senhor acha que viveremos um novo hiato semelhante ao que vivemos recentemente? M.C.F. - De fato, estamos apreensivos em relação à agenda dos futuros leilões. Ficamos cinco anos sem leilões e o Brasil perdeu muito com isso. A indústria do petróleo precisa de ‘gás’ para criar toda uma demanda de bens e serviços para o país. É um ciclo muito lógico, pois nesse processo são comprados equipamentos, há contratação de pessoal, e as empresas pagam impostos. Outra coisa é que as empresas precisam montar equipes. Isso leva muito tempo e não é feito da noite para o dia. Na medida em que se interrompe o ciclo de leilões, tudo isso fica paralisado, as empresas começam a procurar outros locais que ofereçam melhores oportunidades. Basta ver o que está acontecendo no México agora, que virou a ‘bola da vez’ para a indústria de petróleo internacional por causa das grandes oportunidades que estão sendo criadas lá. E isso foi visto na última OTC em Houston (EUA), onde o Brasil quase não foi citado durante a conferência. E isso não deveria acontecer, já que o Brasil tem o triplo de volume de reservas do México. Eu não consigo entender o motivo de não haver leilão em 2014. Não vejo justificativas plausíveis para isso. Na verdade, o Brasil tem 32 MACAÉ OFFSHORE

potencial para realizar leilões todos os anos durante muito tempo, já que temos milhões de quilômetros quadrados de bacias sedimentares para serem desenvolvidas. M.O. - O senhor acredita que, por ser um ano eleitoral, o governo fique receoso em promover um novo leilão? M.C.F. - Não posso atestar isso. Mas se for isso é um erro porque a indústria não pode ficar refém do calendá-

É preciso um limite para importação de

M.C.F. - Temos uma ótima relação com o governo em todas as suas instâncias. M.O. - Mas, no caso de Libra, algumas reivindicações não foram atendidas, como a questão sobre a percentagem do óleo-lucro, previsto no edital. Isso arranhou a relação? M.C.F. - De forma alguma. Isso é normal. Da mesma forma que muitas das nossas reivindicações são atendidas, outras não são. Mas, repito, o nível do diálogo entre o IBP e o governo se dá em alto nível. M.O. - Outra polêmica em relação à Libra se deu na questão de operadora única, que no caso é a Petrobras. Como o senhor avalia essa determinação prevista no contrato?

rio eleitoral. É importante manter o calendário anual de leilões porque as empresas precisam manter os seus investimentos, empregos e garantir o ritmo de desenvolvimento da indústria.

M.C.F. - A indústria de petróleo não pode ficar refém de uma empresa só. Então, se a gente deixar as operações do pré-sal somente para uma empresa, a taxa de desenvolvimento será menor. É claro que a Petrobras tem condições de conduzir bem o desenvolvimento das atividades no pré-sal, mas os resultados do projeto podem ser muito maiores caso haja uma flexibilidade de operação por parte de outras empresas, que realmente têm interesse em participar deste grandioso projeto que é o pré-sal como um todo. Desde a aprovação da lei do pré-sal que o IBP vem falando sobre isso. Mas agora depende do governo analisar e avaliar essa situação. Já desenvolvemos estudos que mostram que seria melhor termos operadores múltiplos no pré-sal. Então, agora, cabe ao governo avaliar.

M.O. - Como o senhor classifica o nível de relacionamento entre o IBP e a indústria?

M.O. - O senhor acha que o leilão de Libra foi um fracasso pelo fato de ter tido apenas um consórcio?

profissionais. As próprias empresas não querem isso, pois gera elevados custos


entrevista

M.C.F. - De forma alguma. A imprensa vem falando que o leilão de Libra foi um fracasso, mas, na verdade, não foi. Pouquíssimas empresas no mundo têm capacidade para realizar investimentos da magnitude de Libra. Além disso, o edital foi lançado um mês antes da realização do leilão. Assim, muitas empresas não teriam como deslocar seus investimentos num espaço de tempo tão curto para cá. Mas, no final, eu vejo o resultado do leilão bastante positivo. M.O. - Outras críticas que foram feitas em relação ao leilão foram em direção ao contrato de partilha de produção. Se o campo fosse ofertado sob regime de concessão poderia ser ele mais atraente?

M.C.F. - Não. Empresas de petróleo são globais e estão acostumadas a trabalhar em qualquer ambiente, até mesmo em locais onde há instabilidade política, o que não é o nosso caso. Quanto às críticas em relação ao contrato de partilha e outras exigências adotadas pelo governo, o fato é que se tem petróleo e há oportunidades, elas vêm, não importa o modelo adotado. M.O. - A Petrobras tem passado por alguns problemas e vários analistas do mercado dizem que a empresa terá muitas dificuldades pela frente, sobretudo em função das intervenções governamentais que a empresa sofre. O senhor acha que a meta de alcançar a marca de 6 milhões de barris em 2020 é factível mesmo com a empresa enfrentando problemas atuais?

M.C.F. - A Petrobras está bem. Uma coisa é o governo estabelecer políticas que definem os preços dos combustíveis e que a Petrobras tem que cumprir. A outra coisa é o que a Petrobras está fazendo. E esse trabalho tem disso executado de forma bastante competente. Por isso, eu acho que conseguiremos alcançar a meta e 6 milhões de barris em 2020. Programa como o Plano de Demissão Voluntária tem como objetivo otimizar e melhorar a eficiência da empresa. O mercado sempre tem uma visão de curto prazo e quando falamos da nossa indústria, os projetos sempre são pensados em longo prazo. Por isso, tenho convicção de que conseguiremos atingir a meta. O que não sabemos é como será o preço do barril no futuro. Aí iremos entrar no campo da especulação. 

MACAÉ OFFSHORE 33


INTERVIEW

Milton Costa

Filho

General-Secretary of the IBP defends regularity in the auctions in order to keep the oil and gas industry moving forward

“The industry should not be hostage to the Brazilian electoral calendar” By Brunno Braga

Working as general-secretary at The Brazilian Petroleum, Gas and Biofuels Institute (IBP) since last year, Milton Costa Filho has many challenges ahead in a time when the oil and gas industry celebrates some achievements, such as the resuming of oil auctions in 2013 and with an amount of investments never seen before because of the pre-salt discoveries. On the other hand, if the industry found reasons to celebrate in 2013, other issues help to create some apprehension because of uncertainties

MACAÉ OFFSHORE - How do you evaluate your first year as the secretary of the IBP? MILTON COSTA FILHO - Time passed very quickly. The IBP, founded in 1957, is an institute that followed suit the evolution of the oil and gas industry in Brazil. Its survival depends on how the institution works to adjust itself following the changes in the industry. And the IBP’s success comes from this ability. During this period, we kept this trajectory of adjusting ourselves to the new times and maintain the institute 34 MACAÉ OFFSHORE

about the future auctions and the Brazilian labor force. Chemical Engineer graduated at Federal University of Rio de Janeiro and a former Petrobras employee, where he worked for 36 years, Costa Filho talked to Macaé Offshore at IBP headquarters about the institute’s activities and strategies to be carried out in 2014. He also mentioned his perspectives on the industry.

as a steady forum, where important issues are debated.

the Rio Oil & Gas 2014, which is going to have some novelties.

M.O. - What about 2014? How will you work?

There are great expectations. We have already sold all the pavilions of the Riocentro and many key-speakers are already confirmed. I am sure that Rio Oil and Gas 2014 will be one of the top three editions ever made. Also, we are carrying out other important events such as Brazil Onshore, Subsea among others. So, we are working hard to turn the IBP even more relevant for the industry. This is the change that is happening within the IBP, whose board realized the challenges ahead are very close.

M.C.F. - 2014 will be a year of much work for the IBP. We will work to train and offer new products and services for our members and the industry as a whole. Currently, we have around 50 committees which gather roughly 1,500 people. These committees discuss about environment, judicial issues, Human Resources, legislation. Also, we have started to organize


INTERVIEW

M.O. - How does the IBP work to face the great challenges of the industry? M.C.F. - We are changing its structure. We hiring and expanding our space. After all, we have to be prepared to face the same challenges of the industry. One of these challenges is to make the oil industry speak better to the society. We need to show the society what the industry really is, talking about the benefits that the industry provides to society. Over the past few years, the industry increased its share in Brazil’s GDP. So, we are preparing ourselves in order to have communicate to the government and society. Also, we are designing a new strategic plan and hiring new staff to improve some areas. Another challenge is to improve the labor force in Brazil. We are working to create a project that attracts academic and technical students and introduce oil and gas technologies to them and, thus, helping to create a better skilled work force over the next years.

industry in Brazil. After all, the IBP is the oil and gas industry’ home.

M.O. - Experts say that the import of skilled labor force may increase even more over the next years. What do you think about that? M.C.F. - I think it’s important to have skilled professional from other countries. They bring experience, know how, technology and operational

It is important to establish a limit on it. Oil companies themselves don’t want to import

M.O. - How will this work? M.C.F. - Training the labor force is already a tradition in the IBP. Our training sector has always worked very well. So, what we are doing now is to improve this sector through partnerships with academic institutions in Brazil and abroad in order to promote and create training courses to meet major oil companies’ demands.

M.O. - How do you evaluate the Brazilian oil and gas industry today? M.C.F. - The industry is increasing steadily. It has the potential to increase even more its production in a sustainable way many years ahead. We are heading to produce six million boed by 2020, without taking into account the Libra field reserves. Yet the challenges are still great for the industry as well as to the IBP. The institute feels that it must improve, discuss, debate and help the evolution process of the oil and gas

labor force, once it represents high costs for them knowledge. This is really good for the improvement of our labor force. Yet we also know it is important to establish a limit on it. Oil companies themselves don’t want to import labor force, once it represents high costs for them.

M.O. - How can the IBP help? M.C.F. - Well, we are studying the domestic demand for labor force. The pre-salt itself will have huge investments. So, we must create a mix of training procedures along with Brazilian and foreign institutions in

order to meet our necessities. I can’t mention the names of the institutions yet because we are creating steadily strategies with some of the most important centers in the world. We will give further information on that very soon.

M.O. - The government has announced that it will not perform oil auctions this year. Do you think we will experience another auction fast like we did recently? M.C.F. - In fact, we are very apprehensive about the future of oil auctions in Brazil. It was five years without auctions and it was really bad for the country. The oil industry needs to be boosted in order to create a large market of goods and services. It is a logical cycle because during this process the industry buy equipment, employs staff and pay taxes. This whole process takes time. When we don’t have oil auctions, oil companies start to search for better opportunities somewhere else. It’s happening in Mexico now, The country has become the ‘new darling’ for the industry because of the opportunities created there. It was seen during the last OTC in Houston (USA), where Brazil was barely cited in the conference. This shouldn’t happen because Brazil has the triple of reserves compared to Mexico. I can’t understand why we can’t have oil auctions in 2014. In fact, Brazil is potentially able to perform oil auction every year because the country has millions of square meters of reserves to be developed.

M.O. - Do you think that the electoral calendar is the reason for not having auctions this year? M.C.F. - I can’t say that. But in case this is the reason, I can say it is a big mistake because the industry should not be hostage to the Brazilian electoral calendar. It is important to keep auctions every year because oil companies need to keep their investments, jobs and ensure the industry to keep moving forward. MACAÉ OFFSHORE 35


INTERVIEW

M.O. - How do you see the current relationship between the IBP and the government? M.C.F. - We have a nice relationship with the government.

M.O. - But, during the debates over Libra field legislation, some requirements of the industry were not heard by the government. Didn’t this situation harm the relationship? M.C.F. - Not at all. This is normal. Just like some of our vindications are heard, others are not. Yet, I repeat, the relationship between the IBP and the government is pretty good.

M.O. - Having Petrobras as the sole operator for the pre-salt of Libra is another controversy. How do you see this government’s rule? M.C.F. - The oil industry cannot be held hostage by only one company. So, if the pre-salt activities were carried out by a sole operator, the development rates will lessen. Surely Petrobras has all conditions to perform in the pre-salt, but the results of the project can be much better with other companies working together.

36 MACAÉ OFFSHORE

We are saying that since the new oil law was approved. Now, it is up to the government to analyze and evaluate this situation. We have concluded studies that show the benefits of having multiple operators in the pre-salt.

M.O. - Do you think that Libra auction was a failure because of the fact that only one consortium disputed the field? M.C.F. - Not at all. The press keeps saying that Libra auction was a failure. In fact, it wasn’t. Only few oil companies in the world are able to invest in projects so huge like Libra. Also, the tender was released only one month before the auction. Thus, many companies could not take their investments to here in such a short time. So, I see the final result of the auction as very positive.

M.O. - The sharing model was also criticized. If Libra was auctioned under the concession system would have attracted more companies? M.C.F. - I don’t think so. Oil companies work globally and they are used to act in any environment, even hostile environments, which is

not our case. As for the critics about the sharing-system, oil companies go where the oil is found. It doesn’t matter the model to be used.

M.O. - Petrobras is passing through some problems and experts say that the state-owned oil company will face several difficulties ahead, mainly due to the government intervention in the company. Do you think that the goal of 6 million boed by 2020 is feasible even with those current problems? M.C.F. - Petrobras is doing very well. One thing is to have the government imposing a fuel price policy and the company must obey. The other thing is the performance of the company. And Petrobras has been working very well. Therefore, I believe that we are going to reach 6 million boed by 2020. The Voluntary Dismissal Program was created to optimize and give the company more efficiency. The market has a short term sight whereas the industry has a long term sight. I am convinced that we will reach the goal. What we can’t foresee is the price of the oil barrel in the future. It is for speculators. 


SUSTENTABILIDADE

A conta

social do petróleo

Para onde empresas de óleo e gás vão aportar seus investimentos em ações responsáveis em 2014 Por Flávia Domingues

N

Thiago Lopes

unca o termo responsabilidade social foi tão citado pelo setor de óleo e gás no Brasil. Diante dos investimentos que o país está recebendo para aumentar a capacidade de exploração do pré-sal - somente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aponta aportes na economia na ordem de R$ 458 bilhões em investimentos até 2016 – ser sustentável se tornou algo estratégico em mercados cada vez mais globais. Participar de indicadores sociais e publicação de balanços sociais demonstra uma mudança na postura do mercado em relação ao tema. Segundo informações do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, a média anual de investimentos em ações sustentáveis ultrapassa a marca de R$ 2 bilhões. Mas onde as empresas vão investir em 2014 ? De acordo com o estudo ‘Brasil Sustentável - Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás até 2030’, elaborado pela consultoria internacional EY, o maior legado do pré-sal para o Brasil

Henrique Liam, do Instituto Ethos: empresas do setor precisam se relacionar com comunidades do entorno e capacitar fornecedores Henrique Liam, Ethos Institute: oil companies need to have a nice relationship with local communities and train their suppliers

não é o petróleo em si ou a acumulação de mais reservas, mas sim o desenvolvimento de uma indústria de alta tecnologia – com fornecedores globais e com capacidade de suprir de forma abrangente

demandas complexas e sofisticadas dentro e fora do segmento de petróleo e gás – e a chegada de um conjunto de profissionais capacitados em grandes projetos e novas tecnologias e padrões técnico-ambientais. E é justamente na cadeia de valor que as empresas de óleo e gás estão direcionando seus investimentos sociais. “Existem áreas que tradicionalmente são foco de investimentos das empresas, como educação, juventude, cultura, meio ambiente e qualificação profissional. Porém, especialmente no setor de O&G, há uma necessidade imensa de se relacionar intensamente com comunidades de entorno e de capacitar constantemente a indústria de fornecedores”, aponta Henrique Liam, diretor de Comunicação e Relações Institucionais do Instituto Ethos. Segundo o especialista, quando grandes empresas, como a Petrobras e Shell, adotam diretrizes e práticas de sustentabilidade como estratégicos para o negócio, transferem esta gestão responsável para seus fornecedores.

Resultados financeiros X ações sustentáveis Estudos de 2013 apontam que o Brasil está na terceira posição em número de empresas que publicam relatórios de sustentabilidade, atrás somente da Espanha e dos Estados Unidos. Um dos principais modelos

usado para comunicar esforços sustentáveis é o Global Reporting Initiative (GRI), iniciativa global que criou e gerencia o modelo mais aceito e usado de relatórios socioambientais.

Em 2011, BM&FBovespa anunciou a recomendação de que, a partir do ano seguinte, todas as empresas listadas na bolsa deveriam publicar um relatório de sustentabilidade ou dar explicações sobre por que não o fazem. MACAÉ OFFSHORE 37


SUSTENTABILIDADE

No documento, as organizações devem fornecer aos acionistas e outros públicos interessados informações sobre o desempenho de políticas ambientais, sociais e de governança corporativa.

sustentáveis, a relação entre os resultados financeiros e o montante que é investido em ações socioambientais ainda é um assunto ao qual especialistas não chegaram a um consenso.

Apesar de todos os esforços de comunicar para a sociedade práticas

“É um tema de fronteira, muito incipiente, e ainda não temos dados

concretos. Existe um grupo pioneiro, o BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), que vem se dedicando ao assunto, mas, mesmo assim, ainda não temos elementos suficientes para respostas concretas. Lógico que empresas maiores como a Petrobras investem mais que outras”, esclarece Liam.

Divulgação

Investimento em educação e formação profissional A Raízen, empresa de energia, optou por concentrar o foco do investimento social por meio da Fundação Raízen, criada há mais de 10 anos. A instituição mantém seis núcleos em municípios dos estados de São Paulo e em Goiás, com ações nas áreas de educação e formação profissional para diferentes faixas etárias. Lorena Almeida diz que programa Shell Iniciativa Empreendedora aproxima pessoas da “pujança econômica” que o setor cria Lorena Almeida says that Shell Initiative gets people closer to the economic boom that the industry creates

Foco na cadeia de valor A Shell está investindo pesado no desenvolvimento da cadeia de valor no Brasil. Uma das linhas de atuação é por meio do Programa Shell Iniciativa Empreendedora, projeto lançado em 2013, que apoia o fomento, suporte e capacitação de empreendedores que querem desenvolver negócios voltados para o setor de óleo e gás. A Shell percebeu a vocação econômica de duas regiões para instalar dois grandes polos de atuação do projeto: a de Macaé (RJ) e cidades vizinhas e no Sul capixaba, abrangendo municípios como Anchieta, Itapemirim, Vila Velha, entre outros. “O projeto estimula as pessoas a se aproximarem da cadeia de óleo 38 MACAÉ OFFSHORE

e gás e, assim, redistribuir a pujança econômica que ela cria. Além disso, os empreendimentos nascentes podem, ao longo do tempo, desenvolver novos conhecimentos, tecnologias e demandas e preencher algumas lacunas da produção brasileira”, afirma Lorena Almeida, gerente do Programa Shell Iniciativa Empreendedora. O perfil dos futuros empreendedores do petróleo é bem distinto. Segundo dados fornecidos pela organização da Shell Iniciativa Empreendedora, a maioria dos participantes tem mais de 20 anos de idade; 38% são mulheres, 62% são homens; 81% da classe C e 35% têm curso superior incompleto. Todo o programa é gratuito e para participar é preciso passar por um processo seletivo.

“Visamos estreitar cada vez mais o contato com a comunidade e suas demandas, garantindo acesso às informações e projetos que a Fundação Raízen desenvolve”, destaca Lucia Teles, gerente de responsabilidade social da Raízen. A empresa também realiza investimentos pontuais em ações culturais, campanhas educativas e de engajamento de funcionários. No último levantamento do Censo Gife, realizado em 2012, o investimento em ações na área de educação era o mais praticado pelas empresas socialmente responsáveis. O Censo Gife é uma pesquisa quantitativa, realizada a cada dois anos, que tem como objetivo apresentar um amplo panorama do investimento social privado no Brasil. 


Sustainability

Oil

social debt

How oil and gas companies invest in responsibility activities in 2014 By Flávia Domingues

T

he term social responsibility has been mentioned by the oil and gas industry in Brazil as never before. Before the investments that the country is receiving to expand the activities in the pre-salt – the National Development Bank points out that the industry will receive investments worth R$ 458 billion by 2016 – being sustainable becomes something strategic for markets ever more global. Taking part in in social indicators and social balance sheets shows that the industry is changing its view towards the issue. Ethos Companies Ethos and Social Responsibility Institute points out that average investments in sustainability will

Financial results vs sustainable actions 2013 studies point out that Brazil is in the third position in number of companies that release reports on sustainability, ranked after Spain and the United States. On of the main pattern used to report sustainable efforts is the Global Report Initiative (GRI), a global initiative that created and manages the most acceptable model used in social and environmental reports. In 2011, BM&F Bovespa recommended companies listed in its index to release a report on sustainability or explain why they don’t release this kind of report. In the document, companies must provide their shareholders and other stake holders information on environmental, social and governance policies. Despite all efforts to communicate the society their sustainable practices, the relation between financial results and the amount of investments in environmental actions is an issue in which experts has not reached a consensus yet. “It is a very controversial issue and we don’t have strong data on that. There is a pioneer group - the BISC (Social Corporation Benchmarking) – that has been studying this issue. Still, we don’t have sufficient information for real answers yet. Surely major companies such as Petrobras invest more than others,” Mr Liam says.

surpass R$ 2 billion a year. Where will companies invest in 2014? The paper “Sustainable Brazil – Expectations for the oil, ethanol and gas industry by 2030”-, performed by the international consultancy EY, says that the greatest pre-salt legacy for Brazil will not only be the oil itself, but also the development of a cutting-edge technology industry. With global suppliers that have the capacity of supplying complex and sophisticated demands of companies inside and outside the oil and gas industry along with the arrival of a set of skilled professionals in great projects, cutting-edge technologies and technical and environmental standards.

The oil and gas companies are making their social investments in the value chain. ‘There are areas that are naturally focus for the companies such as education, culture, environment and professional training. Yet there is a necessity, mainly for the oil and gas companies, to have a better relationship with the community and frequently train their supply chain,” says Ethos Institute Communication and Institutional Relations Director Henrique Liam. To the expert, when major companies, such as Petrobras and Shell, carry out sustainability practices as strategic action for their business, they transfer this responsible management to their suppliers.

Focus on the value chain Shell is investing in the improvement of the value chain in Brazil. Programa Shell Iniciativa Empreendedora is one of the company’s main social program. The program was launched in 2013 and supports the fostering and training of entrepreneurs who want to develop business in oil and gas industry. Shell saw economic viability in two regions that may receive the program Rio de Janeiro and Espírito Santo. “The project stimulates people to get closer to the oil and gas chain and thus

redistributes the economic power created by the industry. Still, new companies can develop new knowledge, technology and solve some problems found in Brazil’s output,” says Lorena Almeida, Shell Entrepreneurial Initiative Program Manager. The profile of future oil entrepreneurs is very different. Most of them is more than 20 years old; 38% of them are women; 81% belong to lower middle class and 35% don’t have college degree. The program is free of charge and has a selection process.

Investment in education and professional training Raízen, an energy company, chose to focus on social investment through Raízen Foundation, created 10 years ago. The institution has six centers in cities of the states of São Paulo and Goiás, where they perform activities in education and professional training for different ages. “We aim to narrow our relationship with the community and their demands, ensuring information and projects performed by Raizen Foundation,” Raízen

Social Responsibility Manager Lucia Teles says. The company also carries out investments in culture, education and employees commitment. In the last Gife Census pool, held in 2012, education was the area that received more investment by companies who have social responsibility practices. The Gife Census is a quantitative poll, held every two years, which has the objective to present a wide picture of private social investment in Brazil.  MACAÉ OFFSHORE 39


EMPRESAS & NEGÓCIOS

Divulgação

Corrida pelos

ares

Empresas de táxi aéreo se animam com a crescente demanda para as operações offshore e investem pesado para atender o setor Por Brunno Braga

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epois de um ano com grandes expectativas em torno da retomada das rodadas de licitação de petróleo e gás no Brasil, e com os resultados já alcançados, 2014 será o ano em que os operadores irão sentar à mesa e por em prática a planilha de custos para efetuar as atividades petrolíferas nos campos adquiridos. A contratação de plataformas, sondas, barcos de apoio, equipamentos e pessoal já movimenta o mercado, injetando dezenas de bilhões de reais no setor produtivo nacional. E um dos setores que vão lucrar enormemente é o de táxi aéreo. De fato, sendo a logística área fundamental para as operações offshore, 40 MACAÉ OFFSHORE

sobretudo em função das distâncias das operações, cada vez mais afastadas da costa, como é o caso do pré-sal, o uso de helicópteros aumenta ainda mais a sua importância. Para operar no segmento, os helicópteros precisam de potência e segurança, além, é claro, de uma capacidade de transporte cada vez maior, considerando as distâncias cada vez maiores entre as plataformas de exploração de petróleo e o continente. Esses helicópteros seguem rigorosos padrões de capacidade e segurança. Desde 2005, todo o transporte de passageiros às plataformas é feito com a utilização de helicópteros, totalizando mais de 1 milhão de passageiros por ano, segundo dados do Sindicato Nacional de

Empresas de Táxi Aéreo. Ainda segundo o sindicato, existem, atualmente, 170 helicópteros de médio e grande porte dedicados às operações offshore e estima-se que a frota total em 2020 será de 271 helicópteros, um investimento de mais de R$ 2,5 bilhões em novos equipamentos e transportarão cerca de 2,5 milhões de passageiros por ano. Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez um levantamento no qual indica que os principais clientes de táxi aéreo na indústria de óleo e gás investirão cerca de R$ 378 bilhões entre 2011-2014. Esse volume de investimento representa 36,1% dos investimentos do setor industrial no país.


EMPRESAS & NEGÓCIOS

Oportunidades e desafios no setor offshore De olho nessas cifras, algumas empresas já começam a intensificar os investimentos. A Helibras, empresa sediada no estado de Minas Gerais, aposta no modelo de grande porte EC225 para atender às necessidades do segmento de óleo e gás. Segundo François Arnaud(foto), vice-presidente comercial e de marketing da empresa, a Helibras está trabalhando para tornar a aeronave utilizável na indústria de óleo e gás. “Essa intenção já foi estudada no momento de trazer a nova linha de montagem ao Brasil, pois sabemos da capacidade da indústria de petróleo nacional. É um mercado no qual vemos grande potencial de expansão de nossas”, afirma o executivo. Ele revela ainda que dentro do segmento de óleo e gás, a Helibras possui 27% de participação no transporte aéreo. E a tendência é aumentar esse percentual. O executivo afirma que, além do EC225, deve chegar ao Brasil no final de 2014 um novo produto que atenderá às especificidades do setor, o EC175. “Esse helicóptero foi desenvolvido pelos operadores offshore

Piti Reali

da Europa, juntamente com a nossa matriz francesa, e é a grande novidade do próximo ano. Há ainda uma boa expectativa de crescimento não só de aeronaves, mas também na contratação de pilotos, mecânicos e serviços de pós-venda, na mesma proporção”, adianta. No entanto, mesmo com a forte demanda, aquecida principalmente por conta dos investimentos nas camadas do pré-sal de Libra e de Franco, os negócios

nesta área, pelos valores envolvidos, desenvolvem-se em ritmo diferente do que em outros segmentos. “O ano de 2014 será peculiar, por conta da eleição presidencial e da Copa do Mundo, eventos que fazem o mercado agir com maior cautela”, analisa o executivo. A Líder Aviação, empresa com o maior número de frota do setor, também busca abocanhar uma boa fatia desse mercado. Atuando no segmento de óleo e gás desde 1972, a Líder intensificou os investimentos na unidade responsável para as operações no setor de petróleo. “Nos últimos dois anos, investimos cerca de US$ 200 milhões, sendo, aproximadamente, US$ 75 milhões destinados à unidade de operações de helicópteros (UOH). Graças a esse aporte, a UOH adquiriu, em 2012, três Sikorsky S-92, um helicóptero de grande porte, capaz de transportar 18 passageiros e três tripulantes. Atualmente, a frota da unidade conta com 67 helicópteros, dez deles de grande porte”, explica o executivo.

Salário de piloto pode chegar a R$ 35 mil E se as oportunidades se avolumam com o vigoroso fluxo de investimentos, a procura por pilotos, mão de obra que requer grande qualificação, entra em curso. Segundo dados da Abraphe (Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero no Brasil), dos cerca de 3.700 pilotos de helicóptero atualmente licenciados e em operação, existem 653 profissionais da área que atuam no segmento offshore. Pelas projeções do governo de ampliar a produção diária para 4 milhões de barris de petróleo até 2020, a estimativa é de que dobre a frota de helicópteros e a tripulação (piloto e copiloto) em operação.

“A demanda atual está sendo atendida. São poucos os pilotos desempregados, não chega a 5%. Os profissionais estão sendo treinados pelas próprias empresas para formarem comandantes preparados para operarem as aeronaves de grande porte necessárias nas operações offshore”, afirma o presidente da Abraphe, Carlos Mattos. O tempo de treinamento pode chegar a seis meses e contribui para a segurança de voo, já que permite um tempo maior de experiência e capacitação do profissional para a atividade que irá

executar. Depois de formado, o salário de piloto pode chegar a R$ 35 mil. Conforme chegam novas aeronaves, novas vagas são abertas e novas contratações são feitas. “O mercado tem se ajustado de forma satisfatória e para os próximos anos não há expectativa de falta de pilotos. Pelo número de licenças emitidas anualmente pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o novo RBAC 61 (Regulamento Brasileiro da Aviação Civil) há condições de capacitar novos profissionais para atender a demanda local”, destaca Mattos. 

MACAÉ OFFSHORE 41


COMPANIES & BUSINESS

Air race Aircraft charter companies are excited with the growing demand for the offshore activities and invest heavy money to meet the industry’s demands By Brunno Braga

A

fter a year with great expectations about the resuming of the Bidding Rounds in Brazil, along with the results achieved in the industry, 2014 will be the year which major oil companies will start to plan their operational costs in order to perform their activities in the fields acquired. The lease of FPSOs, drilling rigs, OSVs and equipment is shaking the industry as a whole, injecting roughly tens of billions of reais into Brazil’s productive segment. And the aircraft charter companies are running to make huge profits on supplying this kind of service to the offshore industry. In fact, as logistics has been seen as crucial for offshore activities, mainly because of the long distance off the coast, which is the case of the pre-salt, the importance of the helicopters increases even more. As long as it is necessary to improve their potency, safety and, of course, their capacity to carry passengers and equipment, taking into account the distance between the coast and FPSOs, helicopters to be used to support drilling and production activities will require strict standards of safety capacity. Since 2005, oil workers can only achieve FPSO by helicopters, carrying roughly 1 million passengers a year, according to the Aircraft Charters National Syndicate. Still, the syndicate also attests that there are 170 helicopters of medium and big size that exclusively work for offshore operations. It is estimated that by 2020 there will be 271 helicopters that will require investments of roughly R$ 2.5 billion to acquire new equipment and make them ready to carry 2.5 million passengers a year. As for the Brazilian Development Bank, the financial institution attests that the main client for air charters will invest roughly R$ 378 billion by 2014. This amount of investment represents 36.1% of all investments in the industrial segment in the country. 42 MACAÉ OFFSHORE

Opportunities and challenges in the offshore segment Eyeing these opportunities, some companies have already begun to intensify the investments. Helibras, an air charter company based in the state of Minas Gerais, works in the construction of the EC225 model to be used in the oil and gas segment. To Helibras Trade and Marketing Vice-President Françõis Arnaud, the company is working hard to give the oil and gas industry a proper helicopter. “We have studied how to set a new assembling line in Brazil. We know the oil and gas industry works in the country and it is a segment which presents a great potential,” the executive says. He says that Helibras shares 27% of all aircraft charter segment for the oil and gas industry and the company wants to expand this percentage. Besides EC225, the executive says that EC175, a new aircraft that will attend the oil industry’s demands, will arrive in Brazil by the end of 2014. “This helicopter was developed by offshore companies in Europe, along with our French matrix. This is the greatest novelty for the year. There is also

a good expectation for the expansion of labor force such as pilots, mechanician, professionals sales in the same proportion,” he says. Despite the strong demand, mainly driven by the investments in the pre-salt of Libra and Franco fields, the business in this segment is developing differently when it is compared to other areas. “2014 will be very peculiar because of some major events such as presidential elections and the World Cup. So, we must be very cautious.” the executive analyzes. Líder Aviação, the biggest aircraft charter company in Brazil, also wants to take advantage of this market. The company works for the oil and gas industry since 1972 and now it is intensifying investments in its facility for oil and gas activities. “Over the last two years, we invested roughly US$ 200 million, in which US$ 75 million were invested in the helicopter facilities. Those facilities provide helicopters able to carry 18 passengers. Currently, the company has a fleet of 67 helicopters,” the executive explains.

Pilots wages can reach R$ 35 thousand If opportunities are being raised with the strong flow of investment, demand for pilots, labor that requires higher skill,. According to data from Abraphe (Brazilian Helicopter Pilots Association in Brazil), roughly 3,700 helicopter pilots currently licensed and in operation, there are 653 professionals who work in the offshore segment. The government estimates to expand daily production to 4 million barrels of oil by 2020 and with that it is estimated to double the fleet of helicopters and the (pilot and copilot) crew in operation. “The current demand is being met. There are only few unemployed pilots, which does not reach 5%. Professionals are being trained by the companies themselves to form the commanders prepared to operate

large aircraft for offshore operations, “says the president of Abraphe, Carlos Mattos. The training time can reach six months and contributes to flight safety, as it provides greater experience and training of the professional activity that will perform. After graduation, the salary of pilot can reach $ 35,000. As new aircraft arrive, new jobs are opened and new hires are made. “The market has been adjusted very well and there will not be shortage of pilots over the next years. The number of licenses issued annually by ANAC (National Civil Aviation Agency) and 61 new RBAC (Brazilian Civil Aviation Regulation) there conditions empowering young professionals to meet local demand, “says Mattos.


ÓLEO & GÁS

Bacia Potiguar, ainda uma

incógnita

Mercado reage com cautela à descoberta de óleo em águas profundas no Rio Grande do Norte, que representa esperança de retomada dos investimentos na região Agência Petrobras

Por Rodrigo Leitão

A

nunciada com pompa pela Petrobras e festejada por lideranças políticas do Rio Grande do Norte, a notícia da descoberta de uma acumulação de petróleo em um poço perfurado na Bacia Potiguar, em associação com a petroleira portuguesa Petrogal, é vista com muita cautela por especialistas e empresários do setor. Localizada a cerca de 55 quilômetros da costa e em uma região em que a profundidade do oceano Atlântico chega a 1.731 metros, trata-se da primeira descoberta de petróleo em águas profundas da região, onde já foram achadas reservas de hidrocarbonetos, mas em águas rasas. Em entrevista à Macaé Offshore, o consultor da ZAG Consultoria em Exploração de Petróleo, Pedro Victor Zálan, alerta para os cuidados sobre as recentes descobertas na região. “A Petrobras não informou a coluna ou o net pay de óleo, a rocha que contém o óleo, a formação que contém o óleo e nem mesmo a profundidade. Portanto, não temos nenhuma ideia quanto à comercialidade ou potencial de comercialidade desta descoberta”, disse Zalán. Zalán lembrou que, por enquanto, é apenas uma notícia auspiciosa, boa e que indica que existe algum potencial para descobertas de petróleo nas águas profundas

da Bacia Potiguar. “Enquanto a Petrobras não divulgar mais informações, não podemos e nem devemos sofismar sobre o assunto. Devemos apenas considerar que é uma boa notícia, principalmente para as companhias que compraram blocos na bacia na 11ª Rodada da ANP, tais como a ExxonMobil, a Ecopetrol e a própria Petrobras”, afirma. Na área onde a Petrobras encontrou petróleo em águas profundas no Rio Grande do Norte, já foram realizados levantamentos sísmicos, estudos geológicos e a perfuração de dois poços. Um novo poço, segundo a estatal, ainda deverá ser

perfurado no local. “A Petrobras já perfurou dez poços em águas profundas em Sergipe e cinco pioneiros em águas profundas no Ceará, estado que integra a mesma bacia petrolífera que o RN. Todos os indícios de descoberta encontram-se em fase de avaliação”, informou a estatal, em nota. Em decorrência de processo de farm-out, em andamento, e depois de obtida a aprovação da ANP, a BP Energy do Brasil Ltda passará a atuar como concessionária e as participações das consorciadas no BMPOT-17 serão: Petrobras (40%), BP Energy do Brasil Ltda (40%) e Petrogal Brasil S.A (20%). MACAÉ OFFSHORE 43


ÓLEO & GáS

Um recado aos fornecedores Especialistas acreditam que essa nova fase na Bacia do Potiguar pode vir a ser um desafogo para o setor petrolífero no estado do Rio Grande do Norte, que assistiu ao fechamento de várias prestadoras de serviços da Petrobras e a demissão de centenas de terceirizados, em virtude da desaceleração da produção. Teresa Nelma de Castro, coordenadora executiva do Núcleo de Petróleo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que desenvolve pesquisas em parceria com a Petrobras, acredita, no entanto, que o estado se beneficiará da descoberta já a partir deste ano, antes mesmo do início da produção. “A

Petrobras deve intensificar os investimentos e mobilizar mais pessoas para realizar os estudos e preparar a empresa para a fase de exploração”, comenta. De acordo com o consultor da ZAG Consultoria, Pedro Zalán, a curto prazo, a cadeia de fornecedores deve se preocupar em fornecer material e equipamentos relacionados à aquisição sísmica 3D marítima; todo o material necessário para o suporte desta atividade, e, para daqui a três ou cinco anos, material e equipamentos necessários para a perfuração de poços marítimos de águas profundas, além de toda a infra-estrutura terrestre e marítima necessária para a atividade.

Para Zalán, a Petrobras, a americana ExxonMobil e a Colombiana Ecopetrol podem aproveitar essa oportunidade, principalmente porque elas compraram blocos na bacia na 11ª Rodada da ANP em 2013. “Provavelmente, se a ANP voltar a oferecer blocos nesta bacia nas próximas rodadas de licitação, estes apresentarão uma concorrência bem maior do que a que foi verificada na 11ª rodada. Se não houver novas ofertas nesta bacia as companhias que não possuem blocos lá ficarão mais interessadas nas ofertas de parceria que, porventura, serão feitas pelas companhias que detêm concessões nesta área” conclui Zalán. Agência Petrobras

Estado comemora A primeira descoberta de petróleo em águas ultraprofundas na Bacia Potiguar foi considerada a melhor notícia de 2013 por lideranças políticas e empresariais do setor produtivo do Rio Grande do Norte e pode significar mais investimentos e empregos para o estado, a partir da retomada da produção que está em declínio com a maturação dos campos onshore. “Trata-se de um marco econômico importantíssimo para o Rio Grande do Norte”, disse a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), em entrevista ao Novo Jornal, de Mossoró (RN). Segundo ela, a notícia chega em um momento no qual a atividade petrolífera começa a dar sinais de retomada. “Acompanhei de longe essas pesquisas e a notícia não poderia chegar em melhor hora. 2014 será um ano excelente para a exploração dessa nossa riqueza”, destacou. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Rogério Marinho, se a descoberta demonstrar viabilidade econômica, será um misto 44 MACAÉ OFFSHORE

de esperança e expectativa para o setor petrolífero do estado. Atualmente, a produção do RN está voltada para os poços terrestres que estão em estado de maturação, causando, por isso, o seu declínio, o que acarreta em dificuldades para a economia com a diminuição da atividade petrolífera. Para

ele, a retomada dos leilões de petróleo significa novos campos que vão refletir no aumento da produção de petróleo e gás. “Por enquanto, essa descoberta é uma situação embrionária. É uma informação importante, mas não tem nada ainda sobre produção”, assinalou, com prudência.


ÓLEO & GáS

Indústria já se prepara para desafio O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales, também comemorou a notícia, em meio a tanta turbulência. Segundo ele, se for confirmada a viabilidade do poço, esta será a notícia mais importante depois da descoberta de petróleo no estado, dia 29 de dezembro de 1979, em Mossoró. “O setor de petróleo e gás é um dos mais importantes dentro da cadeia produtiva do Rio Grande do Norte com alta empregabilidade”, ressaltou o presidente da Fiern, ao lembrar que a descoberta pode configurar no aumento de royalties para o estado e municípios. “Vamos aguardar para saber de quanto é a reserva e quanto ela representará para a produção”, complementou. Antecipando-se à notícia, no final de novembro, a Fiern formatou um núcleo de discussão da cadeia produtiva do petróleo e gás no RN, junto com o Senai. “Parece que estávamos adivinhando”, comentou Sales. Ele disse que sempre apostou na existência de petróleo

Divulgação

formam o tripé da economia potiguar. Se for provada a viabilidade econômica da descoberta, será aberta uma nova fronteira no setor petrolífero no RN. “Isso vai provocar a readaptação de toda a cadeia produtiva de prestadores de serviços, principalmente, na região Oeste do Estado, onde está concentrada a maior demanda de empresas e mão de obra do setor”, analisou.

Amaro Sales, da Fiem: a notícia mais importante depois da descoberta de petróleo Amaro Sales, Fiem: it is the most important news after the discovery of oil in the state

em águas profundas do litoral potiguar a exemplo da ocorrência em zonas de pré-sal. “Se isso for materializado é a maior notícia do ano”, destacou o diretor superintendente do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN), o economista José (Zeca) Ferreira de Melo. Segundo ele, o petróleo, junto à construção civil e à indústria de transformação,

Para o economista e chefe da Unidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estado, Aldemir Freire, a descoberta abre a possibilidade de uma nova fronteira de exploração de petróleo e gás no RN. Mas adverte que ainda é cedo para se fazer qualquer avaliação porque a Petrobras não divulgou a extensão e volume da ocorrência, e já alertou que os reflexos da descoberta não serão imediatos. De acordo com dados do IBGE, a indústria do petróleo, que faz parte do setor extrativista, responde atualmente por entre 10% e 12% do PIB do Rio Grande do Norte.

Produção, só daqui a sete anos Outro que também enxerga a notícia com cautela é o coordenador do Comitê Gestor da Redepetro RN, Doryan Hilton Filgueira. Para ele, a notícia é animadora, mas é melhor esperar os resultados dos estudos que podem comprovar se há reserva suficientes para exploração comercial de petróleo em águas ultraprofundas na região. A Redepetro RN reúne 146 empresas prestadoras e instituições fornecedoras de bens e serviços para a cadeia produtiva do petróleo, gás e energia com sede em Mossoró. A notícia também representa a esperança de mais empregos no estado. No RN o setor de serviços emprega 6 mil trabalhadores, que, com a queda da produção da Petrobras, sentem-se ameaçados de perder seus empregos. Segundo Filgueira,

caso seja comprovada a viabilidade dos poços, eles só devem começar a produzir dentro de, no mínimo, sete anos, período que deve refletir os investimentos nos leilões de poços offshore e onshore ocorridos em 2013. O coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do (Sindipetro-RN), Márcio Azevedo Dias, disse que é preciso ter comedimento porque os desdobramentos relacionados à descoberta envolvem também questões políticas do Governo. Segundo ele, a notícia da descoberta é positiva, mas a informação de que a Petrobras pode vender parte das cotas de sua participação não é boa. “A exploração do petróleo é um setor estratégico e de soberania para o país e a diminuição da margem de participação da Petrobras é um risco”, criticou.

Para o coordenador do curso de Engenharia do Petróleo e Gás da Universidade Potiguar (UnP), professor Francisco Wendell Bezerra Lopes, se as novas reservas tiverem viabilidade econômica, haverá investimentos pesados da Petrobras e demais empresas que atuam no setor petrolífero. “Isso demandará investimentos em tecnologias e mão de obra especializada”, destacou. Ele chamou atenção para o fato de que na nota divulgada pela Petrobras, anunciado a descoberta, não há informações sobre o tipo de formação onde está o reservatório. “Dificilmente será a mesma do pré-sal”, explicou. “Essa descoberta, depois de avaliada como técnica e economicamente viável, pode dar uma guinada no processo de produção de óleo em nosso estado”, avaliou o professor da UnP. MACAÉ OFFSHORE 45


OIL & GAS

Potiguar basin – still

unknow

The industry is cautious about the deepwater oil reserve in Rio Grande do Norte, which represents hope for the resuming of investments in the region

By Rodrigo Leitão

G

reatly announced by Petrobras and celebrated by political leaders of the state of Rio Grande do Norte, the discovery of oil accumulation in Potiguar basin is seen with cautious by experts and companies of the industry. Located at 5.5 kilometer off coast and in a region which has a depth of 1.731 meters, it is the first deep water discovery in the region. Before that, the discoveries of oil were only achieved in shallow waters. In interview to Macaé Offshore, the consultant at ZAG Consultoria em Exploração de Petróleo, Pedro Victor Zalan, warns about the recent discoveries in the region. “Petrobras did not inform abut its oil column or its oil net pay, the rock where the oil is found,

the formation that has oil and not even its depth. Therefore, we don’t have any idea about its economic viability,” says Mr Zalán. Mr Zálan says that the recent discoveries in Potiguar basin is only good news and indicate that there is some potential for oil discoveries in Potiguar basin deepwaters. ‘While Petrobras don’t provide further information, we cannot digress about the issue. We must only take into account that it is good news, mainly for companies who acquired blocs during the 11th Bidding Round, such as ExxonMobil, Ecopetrol and Petrobras itself,” he says. In the area where Petrobras found oil in Potiguar basin deep waters,

seismic, geological studies and drilling of two wells were already performed. A new oil well will be drilled in the place, according to the state-owned oil company. “Petrobras has already drilled ten oil wells in Sergipe basin deep waters and five pioneer wells in the state of Ceará, which belongs to the same oil basin where is located the Potiguar’s. Those discoveries indications are still under evaluation,” Petrobras says through statement. Due to the ongoing farm-out process and with the ANP’s approval, BP Energy do Brasil Ltda will become concessionary and the shares in the bloc BM-POT-17 will be Petrobras – 40%, BP Energy do Brasil Ltda -40% and Petrogal Brasil S.A-20%

A message for suppliers Experts say that this new Potiguar basin phase may be a relief to the oil and gas industry in the state of Rio Grande do Norte. In the past, due to the activities downfall, companies had to close their activities and thousands of employees were laid off. Teresa Nelma de Castro, executive coordinator of Oil at the Federal University of Rio Grande do Norte, says that the state of Rio Grande do Norte will be benefited this year already, 46 MACAÉ OFFSHORE

before the beginning of the activities. “Petrobras must intensify its investments and mobilize more people to perform the research and prepare the company for the exploration phase,” she comments. For Mr Zalan, the supply chain must be concerned about supplying material and equipment related to 3D seismic, all material necessary to support this activity and, three to five years from now, material and equipment for

drilling deepwater wells as well as all infrastructure necessary for this activity. To him, Petrobras, ExxonMobil and Ecopetrol can take advantage of this opportunity, mainly because they acquire blocs in Potiguara basin during the 11th Bidding Round. “It is very likely that it would have more competition If those areas were offered again,” Mr Zalan concluded.


OIL & GAS

The state celebrates The first oil discovery in Potiguar basin deepwater was considered great news in 2013 by political leaders and companies from the productive sector in the state of Rio Grande do Norte. It means more investments and jobs for the state that passes through a resuming of its production activities after suffering a downfall. “It is a very important economic framework for the state of Rio Grande do Norte,” says the governor of Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini. To her, this news arrived in a moment which oil activities in the state resume. “I followed those researches and the news couldn’t be any better. 2014 will be an excellent year to explore our wealth,” she highlighted. The State Secretary of Economic Development, Rogério Marinho, says that, in case of this discovery shows economic viability, it is going to be a mix of hope and expectations for the oil industry in the state. Currently, Rio Grande Norte’s output is onshore and the wells are becoming mature, causing a n output downfall, bad for the economy because of the decrease of the oil activities. For him, the resuming of the auctions means that new fields are going to increase the oil and gas output. “Meanwhile, this discovery is a very early situation. It is an important information, but there is nothing yet,” he says.

Industry is preparing itself The president of the Federation of Industries of Rio Grande do Norte, Amaro Sales, amid turbulence, celebrated the news also. To him, in case of confirmation of the viability of the oil well, it is going to be the most important news since the first discovery in the state in December 1979. “Oil and gas industry in Rio Grande do Norte is very important and with high employment rates,” the president of Fiern emphasizes. He added that the discovery will provide an increase of the royalties for the state and its cities. “Let’s wait to know more about the reserves and see what they will represent in terms of production,”. Before Petrobras’ announcement, Fiern created, last November, a forum to debate on the oil and gas chain in the state of RN along with Senai. “It seems that we were guessing,” Mr Salles said. He also said that he has always believed about the existence of deep water oil reserves at the coast of Rio Grande do Norte like it was seen in the pre-salt layer. “If confirmed, it will be the greatest news of the year,” Service of Support for Micro and Small EnterprisesSebrae/RN Superintendent José Ferreira de Melo says.

To him, oil, civil construction and industry transformation make the tripod of the economy of Rio Grande do Norte. If confirmed, a new oil frontier will be open in the state of Rio Grande do Norte. “It is going to create a readjustment of the supply chain as a whole, mainly in the state’s western region, where is concentrated the greatest demands for companies and work force,” he analyzes.. “It is going to create a readjustment of the supply chain as a whole, mainly in the state’s western region, where is concentrated the greatest demands for companies and work force,” he analyzes. For the economist and director of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) in the state, Aldemir Freire, the discovery may represent a new oil frontier in Rio Grande do Norte. Yet he warns that it still early to evaluate the discovery once Petrobras has not announced its extension and volume. So, the results will not be seen now. The oil and gas industry responds for 10% to 12% of Rio Grande Norte’s GDP, according to IBGE data.

Oil output will only happen seven years from now RedePetro RN Management Committee Coordinator Doryan Hilton Filgueira is also cautious. To him, this news is good, but it is better to wait the results to see if the studies can confirm the oil reserves potential. RedePetro RN gathers 146 oil and gas supply chain companies and its headquarters is in the city of Mossoró. The news also represents hope for more jobs in the state. In Rio Grande do Norte, the service sector employs roughly 6 thousand people. Yet with Petrobras’ output downfall, these workers feel threatened to lose their jobs. For Filgueira, if confirmed, the production will happen within seven

years at least, a period of time which investments in offshore and onshore blocs acquired in 2013 will be evaluated. The general coordinator of Oil Workers Union in Rio Grande do Norte, Márcio Azevedo Dias says that it is need to be cautious about the discoveries because they involve government policies. To him, the news about the oil discovery is positive, but the information that Petrobras may sell its shares in the region is not good news. “Oil drilling is a strategic sector and represents the country’s sovereignty and the decrease of Petrobras’ shares is a risk,” he criticized.

For the coordinator of the Oil and Gas Engineering course at the Potiguar University, professor Francisco Wendell Bezerra Lopes, if confirmed, the new oil reserves will require heavy investments of Petrobras and other companies who work in the oil industry. “This will demand investments in technology and specialized work force” he highlighted. He called the attention for the fact that Petrobras did not detail any information about the kind of formation of the reservoir. “It is very unlikely that the reservoir will be similar to the pre-salt’s,” he explained. “After a technical and commercial evaluation, this discovery can highly improve the oil output in our state,” the professor at UnP evaluates. MACAÉ OFFSHORE 47


INTERNACIONAL

Um mar nada

David Shankbone

morto

Israel encontra seu ‘pré-sal’ em área inóspita e reestrutura mercado energético após descoberta de reservas de gás natural Por Rodrigo Leitão

S

eria bastante caricato, grotesco até, imaginar um dia existir algum tipo de vida marinha em um mar cujo nome é dado de “Morto” devido à grande quantidade de sal por ele apresentada - aproximadamente dez vezes superior à dos demais oceanos. Pensar em uma possibilidade de exploração de petróleo e gás na região pior ainda; pois a instabilidade das placas tectônicas na localidade do Mar Morto, alimentado pelo Rio Jordão, que banha a Jordânia e Israel, sofreu há dois milhões de anos, segundo historiadores, uma sequência de sucessivos terremotos que provocaram uma elevação das bordas e um afundamento do centro, transformando o mar em um grande vale. Mas quem disse que o Mar Morto está morto? Em novembro, depois de visitar alguns países na América Latina, incluindo o Brasil, Michael Lazar, especialista 48 MACAÉ OFFSHORE

e PhD em Ciências Marinha e Geofísica da Universidade de Haifa, em Israel, falou sobre as perspectivas do programa de exploração do Mar Morto e das diferenças de perfurar, na costa do Brasil, o pré-sal. Segundo Lazar, em 2010, em parceria com os renomados pesquisadores da Universidade de Haifa, trabalhos científicos e inovação tecnológica, foi encontrada uma reserva com cerca de 1 trilhão de metros cúbicos de gás natural, que começa a ser operada até 2018.

Para o especialista, um dos pilares desse avanço tecnológico está relacionado à profundidade de perfuração. “Em 1983 conseguíamos perfurar só sete metros de profundidade. Em 2010, chegamos a 455 metros. Até relativamente pouco tempo atrás era impossível perfurar o subsolo marinho a grandes profundidades”, ressaltou. Atualmente, a única concessionária que realiza trabalhos nas jazidas localizadas a 90 km do litoral norte de Israel é a americana Nobel Energy.

“Como vocês (brasileiros), nós também encontramos nosso pré-sal”, brincou, em tom de otimismo, o especialista, durante sua palestra no Centro Cultural Midrash, no Rio de Janeiro. Segundo Lazar, numa região rica em petróleo, como o Oriente Médio, o espírito da economia israelense é paradoxalmente a inovação tecnológica e a pesquisa científica, resposta à severa escassez de recursos naturais.

Questionado pela reportagem da Macaé Offshore se o governo brasileiro entrou em contato com Israel para futuras parcerias na área de indústria naval, exploração ou até mesmo da qualificação da mão de obra, o especialista comentou que um dos motivos de sua vinda ao país foi marcar uma reunião com a Petrobras. “Se você puder me ajudar, agradeço muito, mas até agora não tive nenhuma resposta”, disse Lazar. 


INTERNATIONAL

A sea not so

dead at all Israel finds its ‘pre-salt’ in a hostile area and rebuilds its energy market after the discovery of reserves of natural gas

By Rodrigo Leitão

I

t would be funny, even gross, to imagine any sort of marine life in a sea named ‘Dead’ because of the great amount of salt found, which is ten times higher than what is seen in other oceans. It is even worse to imagine the possibility of oil and gas activities in the region, once the instability of tectonic plates in the region, where the Dead Sea is located, between Israel and Jordan, caused by successive earthquakes in the region two million years ago, according to Historians. The earthquakes left an elevation of its boarders and a sinking of its center, turning the sea into a great valley.

But who says that the Dead Sea is really dead? Last November, after visiting some countries in Latin America, including Brazil, Michael Lazar, expert who hold PHD in Marine Science and

Geophysics at Haifa University, talked about the expectations of the exploratory program in the Dead Sea and the differences between there and the pre-salt drilling in Brazil. For Mr Lazar, scientific researches along with technological innovation made in partnership with researches of Haifa University found a reserve which has roughly 1 trillion cubic meters of natural gas by 2018. “We have also found our pre-salt just like you Brazilians”, the expert says in an optimistic tone during a workshop held in the Cultural Center Midrash, in Rio de Janeiro. For Mr Lazar, the Middle East, a region where oil is abundant, the Israeli economy is a paradox, once it works towards the innovation technology and scientific research to respond to the scarcity of natural resources.

For the expert, one of the cornerstone of this technological advancement is related to the depth of the drilling activities. “In 1983, the drilling was only at seven meters of depth. In 2010, the depth achieved was 455 meters. It was impossible to drill the subsea at great depths back then”, he emphasizes. Currently, the only consortium that carries out operations located at 90 kilometers off the Israel coast is the American Nobel Energy. Asked if the Brazilian government contacted Israel for partnerships in the segment of shipbuilding, drilling or even workforce training, the expert said that one of the reasons that brought him to Brazil was to set a meeting with Petrobras. “i would really appreciate if you can help me on that. I have not received any response so far”, Mr Lazar says.  MACAÉ OFFSHORE 49


TECNOLOGIA

Revolução em terceira

dimensão

Prototipagem rápida, também conhecida como impressão 3D, chega à indústria de O&G no Brasil Por Brunno Braga

P

eças, equipamentos, roupas, carros e até mesmo casas construídas em questão de minutos ou horas. Se há algumas décadas, a façanha só estava presente em peças de ficção científica, hoje ela se encontra no campo da realidade e, em breve, fará par-

50 MACAÉ OFFSHORE

te do dia a dia das pessoas. Considerada como uma das inovações tecnológicas mais revolucionárias nos últimos anos, a Prototipagem Rápida, também conhecida como impressão em terceira dimensão (3D), promete mudar todo o conceito de produção industrial num futuro cada vez

mais próximo, também no setor de óleo e gás. Relatório publicado pela consultoria americana McKinsey mostra que a impressão 3D figurará, em 2025, como uma das tecnologias mais impactantes


TECNOLOGIA

na economia mundial. Segundo os cálculos da consultoria, a impressão 3D pode gerar impacto econômico de US$ 230 bilhões a US$ 550 bilhões por ano até 2025, com base na redução do custo e do valor da personalização. Desde a impressão de pequenas peças, equipamentos até a construção de prédios e demais estruturas de grande porte, essa nova tecnologia já começa a ser cobiçada em função das vantagens apresentadas como redução de tempo, custos e mais precisão para o desenvolvimento de projetos. A indústria do petróleo tem usado cada vez mais a nova tecnologia. Segundo a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), cerca de 500 empresas do setor já demandam a prototipagem rápida. A Petrobras anunciou, em novembro do ano passado, investimentos de R$ 10 milhões para a construção do Centro de Prototipagem Rápida. A proposta é fornecer apoio para suprir as necessidades de desenvolvimento de novas tecnologias nas empresas fornecedoras do mercado de óleo e gás. O projeto contará com o suporte da PUC-Rio e do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), que estão implantando infraestrutura laboratorial e ampliando as já existentes e atuarão de forma complementar, principalmente na área de impressão 3D. A gestão do projeto ficará a cargo da Onip, que trabalhará como divulgadora dos laboratórios e articuladora junto ao mercado. “Neste projeto, foi adquirido um modelo para prototipagem metálica, com capacidade de impressão em até nove

metais diferentes: ligas de titânio, de alumínio, de cobalto Cromo, à base de níquel, aço inox e aço maraging. A máquina será a primeira deste tipo no Brasil e reduzirá significativamente tempo e custos de desenvolvimento de protótipos físicos, se comparada aos processos convencionais”, informou a Petrobras, por meio de um comunicado. Ainda segundo a empresa, o Centro de Prototipagem Rápida irá estimular maior integração entre as empresas do setor e a comunidade científica para desenvolver soluções no aprimoramento de produtos e processos. O empreendimento viabilizará projetos de inovação tecnológica, com o intuito de fortalecer a cadeia de suprimentos nas áreas de produção, refino, processamento, transporte, distribuição e suas aplicações em geração de energia. O projeto de infraestrutura do Centro de Prototipagem Rápida faz parte da carteira da Rede de Integração Ciência e Tecnologia-Indústria no Processo Produtivo Nacional. Para o pesquisador Jorge Lopes, coordenador do projeto pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), a indústria do petróleo só tem a ganhar com a implantação dessa nova tecnologia. “Não há dúvidas de que o apelo que a impressão 3D apresenta, como redução de custos e de prazo de fabricação de peças, é muito grande para a indústria. Mesmo com os laboratórios não estando ainda em funcionamento efetivo, estamos testemunhando uma enorme procura por parte das empresas, que, apesar de ainda entender direito, buscam se informar a respeito da sua aplicabilidade”, conta Lopes.

Atualmente, o custo da impressão 3D de uma peça de médio porte fica em torno de R$ 3 mil. Contudo, com o avanço dessa tecnologia, esse custo pode cair pela metade. Daí o grande interesse de uma indústria como a do petróleo, que sempre trabalhou com prazos mais dilatados para a consecução dos seus projetos. Recentemente, uma das aquisições feitas pelo INT para a prototipagem rápida foi a Voxeljet VX800, impressora de grande porte que é muito usada pela indústria naval. Ele explica que essa impressora, desenvolvida na Alemanha, é capaz de imprimir protótipos de peças com até 80cmx40cmx59cm de dimensão e podem ser utilizadas como matrizes para a fundição por microfusão de peças em metal. Já a impressão em metal em 3D será desenvolvida nos laboratórios da PUC-Rio. Neles, a impressora, que também tem tecnologia desenvolvida na Alemanha, usará cinco diferentes tipos da matéria-prima, como aço inox, alumínio, titânio e mais duas ligas diferentes. “A indústria do petróleo está começando a entender a prototipagem rápida e eu posso dizer que eu também estou aprendendo muito com essa indústria. Tudo nela é gigantesco e desenvolver projetos usando este tipo de tecnologia vem sendo um aprendizado para todos que estão envolvidos no projeto”, ressalta Lopes. Perguntado sobre o que o futuro da impressão 3D reserva para o segmento de óleo e gás, o pesquisador comentou: “Não gosto de ‘chutar’, mas em tecnologia tudo é possível, inclusive fazer uma plataforma de petróleo em impressão 3D”. 

MACAÉ OFFSHORE 51


TECHNOLOGY

Revolution in third

dimension

Rapid Prototyping, also known as 3D priting, arrives at the O&G industry in Brazil

By Brunno Braga

S

pare parts, equipment, clothes, cars and even houses built in hours or even in minutes. If some decades ago this kind of work was presented only in science fiction, today it is reality in our everyday life. Considered one of the most disruptive technologies in decades, Rapid Prototyping technology, also known as 3D printing, is likely to change the concept of industrial production in a near future. It will also affects the oil and gas industry. A study released by the consultancy McKinsey shows that 3d printing will be one of the most disruptive technologies that could deliver significant economic impacts to the global economy in 2025. 2025. According to the consultancy, the 3D printing will create a economic impact between US$ 230 billion and US$ 550 billion by 2025, taking into account cost cuts. From printing of spare parts, equipment to buildings, this technology is being wanted by companies because of its advantage related to cost cuts and precision in the development of projects. The oil industry is ever more adopting this technology. The National Organization of Petroleum Industry reveals that roughly 500 companies is ordering rapid prototyping. Last November, Petrobras announced investments of R$ 10 million to construct the Center of Rapid Prototyping. The goal is to supply its necessities for new technologies for its suppliers. The project will count with the support of PUC-Rio and the National Technology Institute, which are 52 MACAÉ OFFSHORE

building the lab infrastructure and expanding the current infrastructure in order to make them work together. Onip will manage the project, working to articulate this technology with the industry. In this project, we acquired a prototyping machine, which can print nine different metals – Chrome, titanium, aluminum, inox steel and maraging steel. The machine will be the first of this kind in Brazil and it will cut the costs and reduce the time on priting protoypes,” Petrobras said. The state-owned oil company also informed that the Center of Rapid Prototyping will foster the integration between oil companies and the scientific community in order to find solutions for the improvement of products and process. The project will enable technology advancement, aiming to improve the supply chain for upsteam and downstream areas. The Rapid Prototyping Center’s infrastructure project is part of the Integration Network for Science and Technology Industry in the National Productive Process. For the researcher Jorge Lopes, coordinator of the project in the National Technology Institute, the oil and gas industry will surely improve after adopting this technology. “There’s no doubt that 3d printing has its appeal because it represents cost cuts and faster manufacturing of spare parts. Despite the laboratories are not yet working, we are witnessing great interest from

companies who want to know more about this technology,” Mr Lopes says. Currently, the cost of 3D printing of a medium size equipment is around R$ 3,000. Yet the cost can be reduced in half. That is why the oil industry is really interested in this technology, once it has always worked with limited time to have its projects concluded. Recently, one of INT’s rapid prototyping machine acquired was the Voxeljet VX800, a 3D printer used in the shipbuilding industry. The printer was designed in Germany and it is able to print spare parts with 80cmx40cmx59cm dimensions and they can be used to cast spare parts in metal. As for 3D printing of metals, this technology will be carried out in PUCRio labs. There, the printer, which was also designed in Germany, will print five different types of metal such as inox steel, titanium and other two different leagues. “The oil industy is beginning to understand the rapid prototyping technology and I am also learning with this industry. Everything in this industry is huge. So, working to develop projects like this is a learning process that involves everybody,” Mr Lopes emphasizes. Asked about how he sees the future of the 3D printing in the oil and gas industry, the researchers. “I can’t predict, but everything is possible in technology, even printing a FPSO”. 


rede petro-BC

Mais perto das grandes empresas Por Ive Talyuli Rede Petro – Bacia de Campos aposta em novas parcerias para gerar novos negócios na cadeia produtiva de óleo e gás Com resultados positivos em 2013, a Rede Petro – Bacia de Campos inicia 2014 já com metas definidas para atingir novos objetivos e proporcionar cada vez mais oportunidades de negócios a seus associados. Contando com o aumento de 15% em seu quadro de sócios, a instituição pretende fortalecer ainda mais as suas ações, dando continuidade ao que já foi iniciado em 2013. Já no início do ano, em fevereiro, a Rede Petro-BC recepciona uma delegação de 10 empresas do Canadá, onde os associados terão a oportunidade de conhecer e se aproximar de novos parceiros. “A vinda do grupo está sendo intermediada pelo consulado canadense, que nos procurou para uma reunião no início do mês de dezembro”, informou Evandro Cunha, um dos coordenadores da Rede Petro-BC.

o que será oportunizado com a realização da Rio Oil & Gas, entre os dias 15 e 18 de setembro, no Rio de Janeiro. “A Rede Petro-BC procura estar sempre presente nos grandes eventos voltados para a cadeia produtiva de petróleo, gás e energia, pois são uma ótima oportunidade para divulgação das nossas ações, além de possibilitar o contato com as grandes empresas. Nosso objetivo com essas aproximações é fazer com que elas nos enviem periodicamente suas demandas de fornecimento, e informar aos nossos associados”, explicou Vitor Silva, também coordenador da instituição. Em 2014, a Rede Petro-BC pretende ainda expandir sua área de atuação para além das fronteiras de Macaé. Este processo começou ainda em 2013, a partir da aproximação com a Prefeitura de Rio das Ostras, que será fortalecida neste ano. “Já temos um

representante da prefeitura participando das nossas reuniões e a nossa intenção é fazer com que a Rede Petro-BC atue também em outros municípios da Bacia de Campos. Não será um processo rápido, mas aos poucos vamos conseguindo expandir e atingir outras cidades”, afirma Silva. A Rede Petro-BC é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover, articular e fomentar a geração de negócios entre os atores da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia da Bacia de Campos. Seu desafio principal é atender as demandas da principal área de exploração e produção brasileira, investindo constantemente em estudos para a viabilização de projetos em que a promoção de negócios se dê a partir da competitividade, gerando oportunidades de negócios às empresas e instituições envolvidas. Divulgação

O objetivo da missão, que é uma iniciativa da Ocean Technology Alliance Canada (Otac), é estabelecer parcerias com empresas e institutos brasileiros do setor de tecnologias oceânicas. Além de Macaé, a delegação visitará o Rio de Janeiro. “A comitiva será composta por representantes das principais empresas do Canadá, líderes no setor de Tecnologias Oceânicas, o que representa uma grande oportunidade para novos contatos aos nossos associados”, acrescenta Cunha. Outra meta assinalada pela Rede PetroBC, que teve início em 2013, é dar continuidade à aproximação com as grandes empresas, MACAÉ OFFSHORE 53


rede petro-BC

Closer to major companies By Ive Talyuli Rede Petro Bacia de Campos bets on new partnerships in order to create new business opportunities in the oil and gas productive chain

which is an initiative of Ocean Te-

In 2014, Rede Petro-BC also

chnology Alliance Canada (OTAC),

intends to expand its area of ope-

is to establish partnerships with

rations beyond the borders of Ma-

Brazilian companies and institu-

caé. This process also began in

tes of Ocean Technology sector.

2013, through the approach with

Besides Macae, the delegation

the Municipality of the Rio das

will also visit Rio de Janeiro. “The

Ostras, which will be strengthe-

delegation is composed of repre-

ned this year. “We already have a

With positive results obtained

sentatives from leading compa-

representative of the municipality

nies from Canada, the leaders of

participating in our meetings, and

Ocean Technology sector, which

our intention is to make the Rede

represents a great opportunity for

Petro-BC also operates in other

new contacts to our members”,

districts of Bacia de Campos. It

added Cunha.

won’t be a quick process but gra-

in 2013, the Rede Petro – Bacia de Campos starts 2014 with targets set to achieve new goals and to provide more and more business opportunities to its members. Counting with the 15% increase in its staff membership, the institution intends to further strengthen its shares and stocks, continuing what has already been started in

dually we are getting to expand Another goal earmarked by Rede Petro-BC, which began in

and reach other cities”, mentioned Silva.

2013, is to continue the approach to large enterprises, which will be ratified by performing the Rio Oil

Rede Petro-BC is a nonprofit

& Gas, between 15th and 18th Sep-

organization that aims to promo-

tember in Rio de Janeiro. “Rede

te, coordinate and stimulate the

Petro- BC seeks to be always

generation of business among the

present in big events linked to

actors of the supply chain for oil,

whereas members will have the

productive chain of Oil, Gas and

gas and energy at Bacia de Cam-

opportunity to meet and approach

Energy, since it’s a great opportu-

pos. Its main challenge is to meet

businesses. “The coming of the

nity to reveal our actions beyond

the demands of the main area of

group is being brokered by the Ca-

to enable contact with wide com-

Brazilian exploration and produc-

nadian consulate, who came to us

panies. Our goal with these appro-

tion, constantly investing in stu-

for a meeting at the beginning of

aches is to have them regularly

dies of projects to make it feasi-

December,” said Evandro Cunha,

keeping us updated about their

ble whereas business promotion

one of the coordinators of Rede

demands in supply, and inform

occurs through competitiveness,

Petro-BC.

our members”, explained Vitor

creating business lucky occa-

Silva, also coordinator of the ins-

sions to enterprises and involved

titution.

institutions. 

2013. Early in the year, in February, Rede Petro-BC will host a delegation of 10 companies from Canada,

The objective of the mission,

54 MACAÉ OFFSHORE


Plataforma santos

MACAÉ OFFSHORE 55


56 MACAÉ OFFSHORE


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