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ÍNDICE / CONTENTS
Matéria de capa | Report of Cover
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Promef - 10 anos Promef - 10 years Ronaldo Lima Ronaldo Lima Indústria naval cresce 19,5% ao ano e continua a atrair investimentos Shipbuilding industry grows at 19.5% a year and attracts investments
21 26 22 27 Arte: Editora Macaé Offshore
Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Tecnologia | Technology
Entrevista | Interview
De braços abertos para o Subsea
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Augusto Mendonça. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Open arms for the subsea
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Exploração & Produção | Exploration & Production
Negócios de US$ 11 bilhões A billionaire business Revolução pelo ar Air revolution
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8 Augusto Mendonça. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Mais atenção ao gás.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . More attention to the natural gas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Articulando | Articulating Uma proposta para a logística offshore. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 An offshore logistics proposal.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Empresas & Negócios | Companies & Business Oportunidades onerosas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 Onerous opportunities.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Colunas | Columns
Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso
Destaque Jurídico Juridic Highlight Alexandre Sion
Rede Petro-BC Rede Petro-BC Ive Talyuli
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Jogo de Cena Mise en scène
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Os obstáculos do investidor no setor de Óleo & Gás no Brasil Judicial challenges for investments in the O&G industry Números da inadimplência crescem e preocupam mercado de Petróleo e Gás Defaults rise and concern Oil and Gas market
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Mais informações: www.macaeoffshore.com.br
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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER
Indústria Naval no Brasil – o ‘empurrão’ que deu certo
S
e a economia brasileira passa atualmente por problemas de crise, com crescimento baixo, diminuição da taxa de empregabilidade e risco de alta de inflação para este ano, o mesmo não pode ser dito a respeito da indústria naval como um todo. O segmento vem, por quase uma década, apresentando índices médio de crescimento de 19,5% ao ano, e se consolida como um dos principais canais para o incremento tecnológico e geração de empregos dentro o cenário industrial do país. Neste contexto positivo, o poder público tem fundamental importância, com grande destaque para o Programa de Modernização e Expansão da Frota, o Promef, capitaneado pela Transpetro, que este ano completa dez anos de existência. Um ambicioso programa, que
em seu cronograma preve a construção de 49 navios petroleiros e, até o momento, já alcançou a marca de 10 navios entregues. Mas, nem tudo foram flores nessa trajetória. Desafios como a necessidade de cumprimento dos índices de conteúdo local, atrasos na entrega de navios e a necessidade de redirecionar a indústria para outros patamares foram também temas abordados pela nossa reportagem de capa. São assuntos que, sem dúvida, ajudam a estimular o debate em torno da importância da indústria naval para o setor de óleo e gás. Afinal, informação e conhecimento, conforme o leitor poderá acompanhar nas páginas seguintes, não são somente importantes para o segmento offshore, mas, para o país como um todo. Boa leitura.
Marine Industry in Brazil – a successful enterprise
I
f Brazilian economy is in crisis, with low growth, low job rate and high inflation, the shipbuilding industry this situation is quite the opposite. The segment is presenting average growth at a rate of 19.5% a year for more than a decade. Also, the marine industry is consolidating itself as one of the main channel for technology improvement and job creation for the industry in the country. In this positive scenario, public sector has a crucial role in this process, with emphasis on the Fleet Modernization and Expansion Program conducted by Transpetro which completes 10 years in 2014. Promef, an ambitious program,
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is committed to build 49 ships and 10 of them were delivered so far. Yet some problems were seen on the path. Local content requirements, delays and the necessity of taking the shipbuilding industry to a higher level were some themes that can be read in this edition. Indeed, these issues help to stimulate the debate over the importance of the shipbuilding industry for the oil and gas. After all, information and knowledge, as the reader will ascertain over the next pages, are not only important for the offshore segment but also for the country as a whole. Good reading.
Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Fotos / Photos: Divulgação A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga (MTb. 050598/00) Rodrigo Leitão Flávia Domingues (MTb. 27478/RJ) redacao@macaeoffshore.com.br reportagem@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Luiza Valente comercial.rio@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: Silvia Bancovsky Tradução em inglês: / English version: Brunno Braga Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 76ª Edição - Junho/Julho 76th Edition - June/July Tiragem: / Copies: 10.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br
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MARÉ ALTA / HIGH TIDE
Chemtech aposta em capacitação no exterior A Chemtech enviou seis de seus colaboradores para um treinamento em Cingapura (Sudeste Asiático) com o objetivo de atuar no centro de excelência para montagem de módulos e-house, voltados para o setor de petróleo e gás, de sua controladora Siemens. A necessidade de treinamento e de capacitação como fator de competitividade tem ficado cada vez mais clara diante dos novos desafios da Chemtech em diferentes segmentos. “Es-
tamos inicialmente com foco na área de construção de pequenos módulos, mas iremos para onde houver demanda”, afirma o diretor de engenharia, Marco Tulio Rodriguez. A Chemtech possui representações internacionais nos Estados Unidos, na Alemanha e no Peru. Ao longo dos seus 25 anos, já conduziu projetos em diversos países, entre eles Arábia Saudita, África do Sul, Canadá, Holanda, México, Argentina e Venezuela.
Chemtech bet on training abroad Chemtech sent six of its employees for training in Singapore (Southeast Asia) with the objective of operating the center of excellence for mounting modules and-house, facing the oil and gas, its parent company Siemens. The need for training and capacity building as a competitive factor has become increasingly clear in the face of new challenges Chemtech in different segments. “We are initially focused on the area of construction of small modules, but we will go where there is demand,” says engineering director, Marco Tulio Rodriguez. Chemtech has international offices in the United States, Germany and Peru. Throughout its 25 years, has led projects in several countries, including Saudi Arabia, South Africa, Canada, the Netherlands, Mexico, Argentina and Venezuela
Aumento de produção Agência Petrobras
A Petrobras foi a única empresa de petróleo a apresentar aumento de produção nos últimos seis anos, comparada às outras majors (grandes operadoras de petróleo) da indústria mundial, segundo a consultoria britânica Evaluate Energy, especializada em pesquisas e estudos do setor de óleo e gás. A produção de petróleo da companhia brasileira cresceu da média de 1 milhão 918 mil barris de petróleo por dia (bpd), em 2007, para 2 milhões e 59 mil bpd, em 2013, um aumento de cerca de 140 mil barris por dia, considerando os campos operados no Brasil e no exterior. Segundo a companhia, esse resultado é fruto dos investimentos maciços da companhia nas atividades de exploração e desenvolvimento da produção nos últimos anos. E a previsão é que a Petrobras chegue ao final de 2014 com um cres-
cimento de 7,5 % em relação a 2013, com margem de tolerância de 1 ponto percentual para mais ou para menos. Em nota, a estatal afirma que, o ritmo acelerado da produção na província do pré-sal – que vem batendo recordes sucessivos nos últimos meses - com-
prova o acerto dessa estratégia de investimentos. No último dia 9 de junho, a produção de petróleo nessa província ultrapassou o patamar de 480 mil bpd nos campos operados pela companhia nas Bacias de Campos e Santos, o que representa um novo recorde de produção diária. MACAÉ OFFSHORE 5
MARÉ ALTA / HIGH TIDE
Increased production Petrobras was the only oil company to increase the oil production in six years, compared to other majors worldwide, according to British Evaluate Energy consultancy, specializing in research and studies of the oil and gas sector. Oil production from the Brazilian company grew from an average of 1, 91million barrels of oil per day (bpd) in 2007 to 2,59 million bpd in 2013. According to the company, this is the result of great investment in the company’s exploration and production development activities in recent
years. And the forecast is that Petrobras reaches the end of 2014 with a growth of 7.5% compared to 2013, with a margin of error of 1 percentage more or less point. In a statement, the state-owned oil company argues that the production in pre-salt - which has been breaking record after record in recent months - proves the correctness of this investment strategy. On June 9, oil production in the pre-salt exceeded the level of 480,000 bpd in fields operated by the company in the Campos and Santos, which represents a new record daily production.
Boom de investimentos O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, em apresentação durante o Rio Conferences, declarou que o setor de petróleo e gás e o pré-sal fazem com que o Rio de Janeiro “apresente perspectiva diferenciada” em comparação com outros estados do país como região com maior possibilidade de crescimento e atração de investimentos. Segundo o presidente, há conjunto maciço de investimentos na cadeia de petróleo e gás, em função do pré-sal, que já vem demandando esforço extraordinário de investimento. De acordo com Cou-
tinho, o BNDES mapeou uma perspectiva de investimento de R$ 488 bilhões no setor de petróleo e gás no país, entre 2014 e 2017, e o Rio de Janeiro concentra grande parte dessa aplicação.
According to the president, there is a great number of investments in the oil and gas chain, depending on the presalt, which is already demanding extraordinary effort investment. According 6 MACAÉ OFFSHORE
Em audiência no Senado, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a licença ambiental definitiva para a instalação do Estaleiro EISA, em Coruripe (AL), sairá entre os meses de julho e agosto A licença estava prevista para março, quando o Ibama pediu estudos adicionais. Com um valor de R$ 2 bilhões, o Conselho do Fundo de Marinha Mercante concedeu prioridade para o financiamento do Estaleiro EISA. O crédito já havia sido aprovado anteriormente, mas com a demora na concessão da licença ambiental, ele precisou ser renovado. O empreendimento tem capacidade para gerar mais de 5 mil empregos diretos.
“Tem volume maciço, tem concentração grande no Rio de Janeiro. No Rio, é claro que tem investimentos na bacia um pouco fora, mas o grosso está no Rio de Janeiro. Então, a região toda litoral do Rio vai ter oportunidade de desenvolver grandes complexos importantes, portuária, logística, e de produçao de equipamento. Há uma oportunidade real a ser capturada pelo país e pelo Rio. Isso envolve também serviços de alta qualificação”, detalhou.
Shipbuilding permission
to Coutinho, BNDES has mapped an investment perspective of R $ 488 billion in oil and gas sector in the country, between 2014 and 2017, and Rio de Janeiro focuses much of its implementation.
In the Senate hearing, the Environment Minister, Izabella Teixeira, said the final environmental allowance for the installation of EISA Shipyard in Coruripe (AL), exit between the months of July and August The license was scheduled for March, when the IBAMA requested additional studies.
“In Rio de Janeiro there is a great concentration of opportunities. So, the whole coast of Rio region will have the opportunity to develop important great, port, logistics complex, and production equipment. There is a real opportunity to be captured by country and by Rio This also involves highly qualified services, “he explained.
With a value of U.S. $ 2 billion, the Council of the Merchant Marine Fund gave priority to the financing of EISA Shipyard. The credit had been approved earlier, but with the delay in granting the environmental license, he had to be renewed. The project has the capacity to generate over 5000 direct jobs.
Investiment boom The President of the National Bank for Economic and Social Development (BNDES), Luciano Coutinho, presentation at the Conferences in Rio, said the oil and gas and the pre-salt make the Rio de Janeiro “presents different perspective” on compared to other states of the country as the region most likely to growth and investment attraction.
Aval para estaleiro
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ENTREVISTA
Augusto Mendonça Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), quer aproveitar o pré-sal para internacionalizar a indústria brasileira.
Por Rodrigo Leitão
Criada através de uma iniciativa do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore, em conjunto com os principais estaleiros do Brasil, a Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), reúne toda a cadeia de bens e serviços e seus agentes, representando todos aqueles que têm interesse de fornecimento para a exploração e produção do pré-sal com foco no mercado Naval e Offshore. Empresário, formado em Engenharia Elétrica pela UMC – Universidade de Mogi das Cruzes,
Macaé Offshore - Com a perspectiva de dobrar a produção de petróleo até 2020, a Petrobras investirá US$ 100 bilhões na indústria naval brasileira nos próximos cinco anos. Como a Abenav vê esse atual momento da indústria naval? Augusto Mendonça - A oportunidade para a indústria naval no Brasil nos próximos anos é mais que excelente, pelo tamanho das reservas do pré-sal brasileiro. 8 MACAÉ OFFSHORE
Augusto Mendonça, é presidente da Abenav, vice-presidente do Sinaval, onde coordena as ações da atividade de construção offshore, e vice-presidente da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base). Pelo Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), é integrante desde a sua criação tendo participado como coordenador em alguns projetos. Em entrevista à Macaé Offshore, Mendonça falou sobre os principais temas que norteiam a indústria naval brasileira.
Nosso grande desafio é aproveitar a oportunidade de pré-sal para internacionalizar a indústria brasileira, tornando-a sustentável. Somente para a construção naval e offshore está previsto investimentos na ordem de US$ 120 bilhões até 2020. M.O. – O Programa de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam) lançado em
2008 prevê, ao todo, a contratação de 146 embarcações. Qual a importância de programas como o Prorefam (Petrobras) e o Promef (Transpetro)? A.M. - O Prorefam da Petrobras é importante porque viabilizou uma série de construção de embarcações de apoio, principalmente em Itajaí (SC) com um total de quatro estaleiros. Já o Programa de Renovação e Manutenção da Frota (Promef),
entrevista
da Transpetro – braço logístico da Petrobras –, foi desenvolvido para a construção e manutenção dessas embarcações. O Promef foi responsável pela pujança de investimentos nos principais estaleiros do país que estavam paralisados como o Atlântico Sul (PE), o estaleiro Mauá e o Eisa, no Rio de Janeiro. Nossos estaleiros, atualmente, são capazes de competir. Temos encomendas até 2020 em plena carga. Todos os estaleiros estão se adequando como o Ecovix e o Brasfels, ambos localizados no Rio de Janeiro. M.O. – A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que conteúdo local não é prioridade no momento. Como o Sr viu essa declaração, e qual a sua opinião sobre a resolução da Agência Agência Nacional do Petróleo (AN P)? O que pode ser modificado pra atender melhor a indústria? A.M. - O Brasil precisa de uma indústria voltada para a construção naval mais competitiva, não somente em custos, mas também em prazos, qualidade e conteúdo local. Nosso desafio é aumentar a competitividade dos estaleiros e fornecedores. Temos que tornar os produtos brasileiros competitivos a níveis mundiais. Ainda temos muito que melhorar, mas nossa vontade é muito maior do que a dos outros. A indústria naval brasileira conseguirá atender todas as demandas de conteúdo local da cadeia de petróleo e gás, pois hoje, plataformas e embarcações possuem índices acima dos acordados em contrato. M.O. – A construção naval no Brasil já é competitiva a nível
internacional ou no exterior as companhias players do setor ainda encontram preços mais baratos? A.M. - Nós já temos preço competitivo em alguns setores, como o de construção de plataforma offshore. No caso de fabricação de embarcações de apoio, o Brasil já tem um preço já tem preço equiparado a Noruega, um dos países mais competitivos neste ramo.
que está sendo vislumbrada para o Brasil, principalmente pelos altos valores previstos a serem investidos na região do pré-sal, o Prominp desenvolveu cinco Arranjos Produtivos Locais (APLs), dedicada ao mercado de óleo e gás. Foram selecionados: Ipatinga e entorno, no estado de Minas Gerais; Ipojuca (PE); Rio de Janeiro
O estaleiro só consegue ser competitivo se ele desempenhar um bom trabalho, além de ser abastecido por uma boa cadeia de suprimento. Mais de 60% das peças que compõem os ativos marítimos vêm de fora do estaleiro. M.O. – Como andam as perspectivas para o polo de navipeças no Rio de Janeiro? A.M. - A ideia é incentivar fabricantes de equipamentos a fornecer pacotes para os estaleiros, incluindo a engenharia e mão de obra. Isso geraria menos custos para os estaleiros, que não precisariam administrar interfaces, estocar equipamentos ou ter mão-de-obra disponível. O governo vem perseguindo há algum tempo incentivar a cadeia produtora. O Programa de Mobilização da Indústria da Petrobras (Prominp), através do diretor Paulo Alonso vêm fazendo um trabalho excepcional. Como estratégia para atendimento ao acréscimo de dem a n d a MACAÉ OFFSHORE 9
ENTREVISTA
(Comerj); Maragogipe e entorno, no estado da Bahia; e Rio Grande e entorno, no estado do Rio Grande do Sul. M.O. – Há centenas de embarcações encomendadas ou em construção nos estaleiros brasileiros. Quais e onde estão as principais oportunidades para a cadeia de fornecedores, principalmente na Bacia de Campos e Santos com o advento do pré-sal? Quais os setores que estão em alta? A.M. - Acredito que com a quantidade de plataformas, embarcações e sondas já encomendadas para os próximos anos, empresas que tem em seu portfólio bombas hidráulicas, motores e propulsores serão as grandes beneficiadas. A Weg, fabricante de motores elétricos e tintas industriais, por exemplo, é um das empresas que está consolidada para atender
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todo a indústria naval com seus projetos.
O Promef foi responsável pela pujança de investimentos nos principais estaleiros do país que estavam paralisados M.O. – A indústria naval brasileira enfrenta
dificuldades para encontrar mão de obra especializada. Faltam, sobretudo, soldadores capacitados para atender à demanda dos estaleiros e de oficiais da Marinha Mercante. Qual o cenário para os próximos anos? A.M. - As políticas públicas implantadas nos últimos 10 anos foram definitivas para a retomada da indústria naval brasileira, que havia entrado em crise no final do último século. Com o mercado aquecido, a previsão da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav) é de que nos próximos três anos sejam gerados 40 mil empregos. Segundo os cálculos da entidade, hoje o mercado soma 80 mil funcionários, e em 2017 deve somar cerca de 120 mil empregos diretos. Desse total, o Rio de Janeiro se consolida como a principal carteira no setor com mais de 30 mil empregos diretos.
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INTERVIEW
Augusto Mendonça President of Abenav wants to take advantage of the presalt to make the Brazilian industry competitive globally By Rodrigo Leitão
Created through an innitiative by the National Syndicate for Naval Construction and Repair Industry and Offshore, the Brazilian Association of Offshore and Naval Construction Companies – Abenav – gathers the whole goods and services supply chain segment. Abenav stands for those companies who want to supply for the pre-salt activities focusing on the offshore sector. Today Brazil has a strong local supply chain, which has been preparing itself to meet all the demand in a competitive way. Thus, the shipbuilding industry in Brazil is prepared to
achieve the local content requirements. Now, the industry needs to improve its competitiveness, providing good prices and products and schedule. Entrepreneur graduated in Electric Engineering at University of Mogi das Cruzes, Augusto Mendonça is the president of Abenav, vicepresident of Sinaval and vice-president of ABDIB. He is also a member of Promimp. In interview to Macaé Offshore, Mendonça talked about the main issues of the Brazilian shipyard industry.
MACAÉ OFFSHORE – Petrobras is intending to double its oil output by 2020. For that, the company will invest 100 billion dollars in the Brazilian shipbuilding industry over the next five years. How does the Abenav see the current situation of the marine industry?
M.O. – What is the importance of programs such as Promef and Prorefam ?
AUGUSTO MENDENÇA – Due to the size of the pre-salt, the opportunity for the marine industry in Brazil over the next years is excellent. Our greatest challenge is to know how to take advantage of the
A.M. – Prorefam is important because it has enabled the construction of support vessels, mainly in Itajaí, a city located in the state of Santa Catarina, which has four shipyards. As for the Promef,
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pre-salt in order to make our industry competitive globally. The shipbuilding industry is expected to receive investments of US$ 120 billion by 2020.
carried out by Transpetro - Petrobras’ logistics company, this program was created for construction and maintenance of those vessels. Promef was responsible for the investment growth in the country’s main shipyards that were shut down for decades such as Atlântico Sul - located in the state of Pernanmbuco, Mauá and Eisa - both located in the state of Rio de Janeiro. Our shipyards are able to compete. We have orders scheduled by 2020. All Brazilian shipyards have been adjusted such as Ecovix and Brasfels, both located in Rio de Janeiro.
INTERVIEW
M.O. – Petrobras CEO Graça Foster said that local content policy is not a priority. What is your opinion this statement? What about the National Agency of Petroleum, gas and Biofuels -ANP- resolution? What can be modified in order to improve the industry? A.M. – Brazil needs a very competitive shipbuilding industry, which presents lower costs, schedule, better quality and local content. Our challenge is to improve the competitiveness of suppliers and shipyards. We must have our products competitive in global standards. We still have to improve a lot, but our will is greater. Brazilian shipbuilding will be able to meet all local content requirements for oil and gas industry. Oil platforms and vessels have met local content requirement above the minimum that was specified in the contract.
M.O. – Is Brazilian shipbuilding industry ready to compete globally? Are the costs abroad cheaper? A.M. – We already have competitive costs in some sectors such as the construction of offshore platforms. As for support vessels, Brazil already has equivalent costs to Norway’s, one of the most competitive countries in the world for this industry. A shipyard can only be competitive if it performs a good work as well as being supplied by an efficient supply chain. More than 60% of ship spare parts for the marine industry come outside the shipyard.
M.O. – What are the perspectives about the creation of a ship parts center in Rio de Janeiro?
A.M. – The idea is to foster equipment manufacturers to supply packages to shipyards, including labor force. This will lower the costs for the shipyards, once they would not have to manage interfaces, equipment and labor force.
Promef was responsible for the investment growth in the country’s main shipyards that were shut down for decades
The government has been fostering the supply chain over the years. O&G Brazilian Industry Mobilization Program (Prominp)is performing very well. As a strategy to meet the increasing demand in Brazil, mainly due to the high investments needed for the pre-salt activities,Prominp created five local production arrangements, dedicated to the oil and gas market. The LPAs will be
located in Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia and Rio Grande do Sul.
M.O. – There are hundreds of orders to build vessels in shipyards in Brazil. What and where are the main opportunities for the supply chain, mainly in the Campos and Santos basins with the advent of the pre-salt? What are the most valuable sectors? A.M. – I would say that with the great number of oil platforms, vessels and rigs that have been ordered over the next years, companies who manufacture pumps, engines and propellers will be greatly benefited. Weg, a company that manufactures electric engines and industrial ink, is one of the companies that is consolidated to meet the shipbuilding industry demand.
M.O. – Brazilian shipbuilding industry faces difficulties to find skilled work force. There is a shortage of welding able to work in shipyards. In your opinio, what will be the scenario over the next years. A.M. – Definitely. Public policies that were implemented over the last 10 years were important to resume the Brazilian shipbuilding industry, which faced a huge crisis in the final years of the last century. As the market is booming, Abenav estimates that 40 thousand jobs will be created over the next three years. Today the sector employes 80 thousand workers, according to the Abenav’s data. In 2017, 120 thousand direct jobs will be added. From this total, Rio de Janeiro will be consolidated as the main state in Brazil, with thirty thousand direct jobs.
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CAPA
Promef 10 anos sucesso e desafios à frente O programa que ajudou a dar um perfil mais moderno à industria naval brasileira, tem pela frente vários desafios. Aumentar a competitividade é o maior deles. Por Brunno Braga e Rodrigo Leitão
O
mês era abril e o cenário, de festa. A cerimônia que oficializava a partida do navio Dragão do Mar, deixando o litoral pernambucano e rumando em direção à Bacia de Campos reuniu, no Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, personagens de peso do quadro político e econômico brasileiro, como a presidente da Petrobras, Graça Foster, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, além de diversas outras autoridades e representantes do empresariado locais. Não seria para menos. Afinal, o petroleiro tipo suezmax, que custou cerca de R$ 326 milhões, era a 14 MACAÉ OFFSHORE
sétima embarcação a entrar em operação para a Transpetro e é mais um navio pertencente ao primeiro projeto governamental de revitalização da indústria naval brasileira em décadas, o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), que este ano completa uma década de existência. Foi um período no qual a indústria percebeu uma grande sacudida através dos movimentos proporcionados por este projeto ambicioso e bilionário. Vindo a reboque do rápido processo de crescimento da produção de petróleo no Brasil na última década,
o programa foi criado para acompanhar esse crescimento das atividades offshore e, por conseguinte, impulsionar a indústria naval brasileira, após décadas de ostracismo. Os navios petroleiros seriam, então, construídos no Brasil e passariam a ser operados pela Transpetro, braço logístico da Petrobras. Orçado em 11,2 bilhões para construção de 49 navios, o programa já se encontra em sua segunda fase. Até junho de 2014, o Promef já foi responsável de dez navios de grande porte. E, deste total, seis já estão sendo operados pela empresa de logística da Petrobras.
Agência Petrobras
capa
Batismo do petroleiro Henrique Dias no Estaleiro Atlântico Sul (EAS-PE). Presidente da Transpetro, Sergio Machado, do governador de Pernambuco, João Lyra, da presidente da Petrobras, Graça Foster, da presidenta, Dilma Rousseff e da madrinha da embarcação, Natasha Sinno Launching of the oil tanker Henrique Dias in the Atlântico Sul Shipyard President of Transpetro,Sergio Machado, Governor of Pernambuco, João Lyra, Petrobras CEO Graça Foster, President of Brazil, Dilma Rousseff and the vessel’s Godmother Natasha Sinno
Apoio fundamental Para o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval Offshore(Sinaval), Ariovaldo Rocha, o Promef pode ser considerado bem sucedido pois reforça a tese da importância do papel do Estado como principal fomentador da indústria. “Nós defendemos a política pública para implantação da Construção Naval no País, por acreditar que este setor será forte gerador de emprego, renda, inovação e tecnologia e o Promef consegue ser bem inserido neste contexto”, comenta. Ele acrescenta que em muitos países onde a indústria naval mostrou-se bem sucedida os recursos humanos foram formados e a tecnologia foi desenvolvida com recursos públicos. “Em países da Europa, recursos para tecnologia naval também são parte do investimento público”, avalia. Além de ajudar a revitalizar a indústria naval fluminense, com encomendas destinadas aos estaleiros Mauá e EISA (ambos localizados na cidade de Niterói), o Promef teve papel crucial para efetivação de estaleiros localizados em outras regiões,
como o Estaleiro Atlântico Sul, situado próximo ao Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco. O programa contribuiu, também, para melhorar a posição do Brasil dentro do cenário da indústria naval global, fazendo com que o País tenha, atualmente, a terceira maior carteira mundial de encomendas de petroleiros e a quarta maior de navios em geral. Segundo
dados do Sinaval, desde que o programa passou a ter efetividade, foram gerados cerca de 15 mil empregos diretos. Além disso, empresas da cadeia também vem mostrando cada vez mais interesse, com algumas multinacionais do setor aportando no Brasil, abrindo fábricas e criando centros de treinamento e de tecnologia visando abocanhar as oportunidades. Paulo Botelho
Presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha: O Promef teve papel crucial para a revitalização dos estaleiros President of Sinaval Ariovaldo Rocha – Promef has a crucial role for the shipyards revitalization
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CAPA
Fábio Guilherme Torres
Navio Suezmax João Cândido: Primeiro navio da classe encomendado pela Transpetro junto ao estaleiro Atlântico Sul. Vessel João Candido - the first ship ordered to Atlântico Sul Shipyard
Atrasos em série No entanto, em conjunto com resultados positivos, contratempos também foram verificados ao longo da trajetória. Os atrasos nas entregas de navios estiveram em pauta, o que levantou dúvidas a respeito da capacidade dos estaleiros brasileiros em atender às demandas em prazos determinados.
de 16 dos 22 contratos de construção de navios acertados com o estaleiro pernambucano por R$ 7 bilhões. “Sem competência não dá, nem para o estaleiro nem para nós. O que interessa não é brigar para acabar um navio. Temos que implantar uma indústria naval competitiva em nível mundial”, disse Machado na ocasião.
O ponto mais crítico se deu em setembro de 2013, quando o atraso de quase dois anos para a conclusão do navio João Cândido, construído no Estaleiro Atlântico Sul irritou os formuladores do programa. Na época, o presidente da Transpetro chegou a anunciar que multaria o estaleiro e chegou a suspender o contrato para construção
O impasse foi resolvido após o EAS anunciar parceria tecnológica com a empresa IHI Marine United Inc. (IHIMU), divisão de construção naval offshore da Ishikawajima-Harima Heavy Industries, controlada pelo grupo japonês Mitsui. Os atrasos continuam em outros estaleiros, mas vêm diminuindo.
Entregas de navios previstas até o final do Programa * Estaleiros / Navios
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2016
4
2
2
2017
2018
2
2
2019
2020
3
1
EAS (PE) 8 Suezmax 4 Suezmax DP 5 Aframax
1
3 Aframax DP
3
Mauá (RJ) 8 navios de produtos 4 Panamax
2
3
3
1
2
3
3
9
8
8
3
VARD Promer (PE) 8 gaseiros Estaleiro a definir 3 navios para bunker TOTAL
5
2
1
2
5
6
Fonte: Petrobras *Datas sujeitas a alteração
16 MACAÉ OFFSHORE
À espera do Promef III Mas não são somente os atrasos nas entregas que vêm preocupando o setor. De acordo com o mais recente levantamento feito pela Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq) apontam o pagamento de afretamentos de petroleiros para navegação de longo curso no valor de US$ 2,7 bilhões, em 2012, o que representa um crescimento de 16,2% em relação a 2011, revelando a grande demanda por petroleiros. Nesse sentido, o presidente do Sinaval alerta para a importância do lançamento do Promef III, sobretudo em função do aumento de produção previsto pela Petrobras para 2020. “Uma solução precisa ser encontrada. A preocupação do setor é que decisões pontuais se tornem práticas permanente”, avalia Rocha. O tema conteúdo local também é ponto que levanta inflamados debates em torno do programa. Com regras estabelecidas nas duas fases do Promef, que determinam 65%, para o Promef I, e de 70%, no Promef II, já há movimentos que pedem maior flexibilização nos índices. Graça Foster chegou a afirmar, recentemente, que a empresa não tem como prioridade a política de conteúdo local. A notícia foi mal recebida por representantes da cadeia produtiva. O presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais e de Offshore (CSEN) da ABIMAQ, César Prata, disse lamentar a declaração da executiva-chefe da estatal de petróleo brasileira. «Apesar de a Petrobras não ser a responsável pela formulação de política industrial, essa declaração é muito
capa
infeliz, pois ela mostra que os interesses da empresa estão acima dos interesses nacionais. O que vemos hoje é que o Brasil não está usando o petróleo para desenvolver a sua indústria, sobretudo a cadeia produtiva para a indústria naval, que é bastante intensa em inovação e tecnologia», afirmou. Prata disse, ainda, que o Promef, em suas duas fases, teve importância para alavancar a cadeia de fornecimento de máquinas, mas, no momento atual ele verifica certa estagnação. «As empresas estão começando a demitir mais do que contratam. Isso porque
falta previsibilidade por parte do governo. O Promef estabelece a construção de 49 navios e depois de concluídos, teremos que esperar outro pacote. Isso não é positivo, pois a indústria sempre trabalha a longo prazo e isso, infelizmente, não vem sendo pensado pelo governo», avaliou. «No momento, trabalhamos para responder as demandas, mas a longo prazo, isso não se sustenta», completou. Além da falta de previsibilidade, há, ainda, o temor de que as políticas de fomento da indústria, como o Promef, restrinjam criação de mecanismos para
que haja uma maior diversificação de empresas demandantes, buscando evitar, assim, problemas de competitividade no futuro. «O problema é que a política industrial na área de petróleo está sendo construída em torno de uma única empresa, focando o fornecedor nacional para atender somente esta empresa. Isto não vai dar certo, não tem sustentabilidade», afirmou o diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Fernández y Fernández, durante evento realizado na Federação das Indústria do Estado de São Paulo.
Tipos de Embarcações do Programa Edson Lima Lucas
SUEZMAX
Navio petroleiro para o transporte de óleo cru. A capacidade de carregamento está na faixa de 140 mil a 175 mil toneladas de porte bruto (TPB). Essa embarcação atende às limitações do Canal de Suez, no Egito, largura de 48 metros e calado de 17 metros. Levam nomes em homenagem a personalidades negras da história nacional. ENTREGUES: João Cândido(foto), Zumbi dos Palmares, Dragão do Mar LANÇADOS: Henrique Dias Agência Petrobras
NAVIO DE PRODUTOS
Navio petroleiro para o transporte de produtos derivados de petróleo, como diesel, nafta, gasolina, óleo combustível e querosene de aviação. A capacidade de carregamento está na faixa de 30 mil a 50 mil toneladas de porte bruto (TPB). Destinado, prioritariamente, à navegação de cabotagem. ENTREGUES: Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda, Rômulo Almeida(foto), José Alencar
Agência Petrobras
PANAMAX
Navio petroleiro para o transporte de óleo cru e produtos escuros. A capacidade de carregamento está na faixa de 65 mil a 80 mil toneladas de porte bruto (TPB). Essa embarcação atende às limitações das eclusas do Canal do Panamá. Os navios do tipo panamax encomendados pelo Promef serão shallow draft (calado reduzido), de modo a atender aos portos brasileiros. Levam nomes em homenagem a personalidades femininas da história nacional. LANÇADOS: Anita Garibaldi(foto), Irmã Dulce Divulgação
GASEIRO
Tipo de embarcação construída para o transporte de gás liquefeito de petróleo. Destinado, prioritariamente, à navegação de cabotagem. LANÇADOS: Oscar Niemeyer(foto)
OUTROS TIPOS AFRAMAX
Navio petroleiro para transporte de óleo cru. A capacidade de carregamento está na faixa de 80 mil a 120 mil toneladas de porte bruto (TPB). O nome é baseado na terminologia Average Freight Rate Assessment (AFRA), ou, em português, Valor Médio de Frete.
POSICIONAMENTO DINÂMICO
Para a próxima fase estão programados Navios de Posicionamento Dinâmico (DP). Navio aliviador que possui um grupo de propulsores gerenciados por sistemas computadorizados, que possibilitam manter a posição estacionária em um determinado ponto próximo a FPSOs (unidades flutuantes de produção, armazenamento e descarregamento de petróleo) e FSOs (unidades flutuantes de armazenamento e descarregamento).
BUNKER
E navios bunkers para transporte de óleo combustível pesado e/ou óleo diesel. Tem como função abastecer outros navios.
Fonte: Transpetro
MACAÉ OFFSHORE 17
CAPA
10 anos do Programa de Moderniz 10 years of THE Modernization and 25 de novembro Lançamento do edital internacional de pré-qualificação, com o objetivo de selecionar empresas capacitadas a participar da licitação para a construção dos navios.
10 de outubro Lançado, em Niterói (RJ), edital de licitação da primeira fase do projeto para a construção de 26 navios.
7 de fevereiro Assinatura de convênio entre Transpetro, Ministério da Ciência e Tecnologia, Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) e nove instituições de pesquisa do Brasil para desenvolver projetos do Programa de Capacitação Tecnológica para Apoio à Indústria Naval Brasileira.
31 de janeiro Assinatura de contrato para construção do primeiro lote de navios, no Complexo Industrial de Suape (PE), com o BNDES e o Consórcio Atlântico Sul.
30 de novembro Assinatura do contrato para a construção de quatro navios de produtos no Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ).
26 de maio Lançamento da 2ª fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota, com a encomenda de mais 23 navios para a Transpetro: quatro suezmax, três aframax, oito navios de produtos, cinco gaseiros e três para bunker.
7 de novembro Assinatura do contrato com o Estaleiro Atlântico Sul para a construção de cinco navios aframax.
10 de setembro Assinatura do contrato de construção de três navios para o transporte de bunker entre Transpetro e Estaleiro Superpesa, do Rio de Janeiro.
11 de setembro Assinatura dos contratos dos quatro suezmax DP e três aframax DP com o Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco.
7 de maio Navio João Cândido, primeiro suezmax do Promef, foi batizado e lançado ao mar, no Estaleiro Atlântico Sul (PE).
9 de julho Assinatura do contrato com o Estaleiro Promar (PE) para a construção de oito navios gaseiros do Promef.
24 de junho Lançamento do Navio Celso Furtado, no Estaleiro Mauá, primeiro a ser construído no estado do Rio de Janeiro.
30 de junho Lançamento do navio Rômulo Almeida. A cerimônia de batismo ocorreu no Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ).
25 de novembro Estaleiro Mauá entrega o Navio Celso Furtado, primeira embarcação do Promef a entrar em operação.
19 de novembro Lançamento do terceiro navio do Promef – Sérgio Buarque de Holanda, no Estaleiro Mauá (RJ).
12 de dezembro É lançado ao mar o quarto e último navio de produtos encomendado ao Estaleiro Mauá (RJ), José Alencar.
25 de maio Estaleiro Atlântico Sul (EAS) entrega o navio João Cândido, no estado de Pernambuco. Segunda embarcação do Promef a entrar em operação.
9 de julho Navio Sérgio Buarque de Holanda entra em operação. Cerimônia de entrega ocorre no estaleiro Mauá, em Niterói (RJ).
23 de novembro Lançamento do navio Zumbi dos Palmares, no Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco.
27 de novembro O navio Anita Garibaldi, o primeiro petroleiro do tipo panamax encomendado ao Estaleiro Ilha SA (Eisa) entra na fase de acabamentos.
17 de janeiro O navio de produtos Rômulo Almeida entrou em operação. Cerimônia de entrega da embarcação ocorreu no Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ).
20 de maio Estaleiro Atlântico Sul (EAS) entrega o Navio Zumbi dos Palmares, no estado de Pernambuco. É o segundo suezmax do Promef a entrar em operação.
23 de agosto A Transpetro lançou mais um navio do Promef, o Dragão do Mar, no Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco.
4 de dezembro O gaseiro Oscar Niemeyer, primeiro de uma série de oito navios encomendados ao estaleiro Vard Promar, entrou em fase de acabamento.
14 de janeiro O José Alencar, quarto e último do tipo navio de Produtos encomendado ao estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), entra em operação.
18 MACAÉ OFFSHORE
28 de fevereiro O Irmã Dulce, segundo da série de quatro navios do tipo panamax encomendados ao Estaleiro Ilha SA (Eisa), e construídos no Estaleiro Mauá, entrou em fase de acabamentos.
14 de abril - O navio suezmax Dragão do Mar partiu para sua primeira viagem. Na mesma cerimônia, realizada no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Ipojuca (PE), o petroleiro Henrique Dias foi batizado.
capa
2004
november 25 Lauching of Promef Tender to qualify shipyards
2005
oCtObEr 10 Launching the Tender for the construction of 26 vessels
2006
feBRUArY 7 Signature of the contact among Transpetro, Ministry of Science and Technology, Cenpes and nine Research Centers of Brazil to develop projects for Technological Capability of Brazilian Shipbuilding Supplier Program
2007
januARY 31 Signature of the contract for the construction of the first group of vessels in Suape Industrial Complex with the BNDES and Atlântico Sul Consortium
novembEr 30 Signature of the contract for the construction of four Product ships in Mauá Shipyard, located in NIterói (RJ)
2008
maY 26 Launching of the Second Round of the Fleet Modernization and Expansion Program, with order for the construction of 23 ships for Transpetro – four suezmax, three aframax, eight product ships, five ga tankers and three bunkers.
novembEr 7 Signature of the contract for the construction of five aframax ships in Atlântico Sul Shipyard
2009
sePtembEr 10 Signature of the contract between Transpetro and Superpesa Shipyard for the construction of three bunkers
sePtembEr 11 Signature of the contract between Transpetro and Atlântico Sul Shipyard for the construction of four suezmax and three aframax in Pernambuco
2010
maY 7 Launching of the vessel João Cândido, the first Promef’s suezmax
2011
junE 30 Lauching of the vessel Rômulo Almeida. The ceremony was held in Mauá Shipyard (RJ).
2012
maY 25 Atlântico Sul Shipyard delivers the ship João Candido. It is the second Promef ship in operation
julY 9 Ship Sergio Buarque de Holanda starts to operate. Delivery Ceremony was held in Mauá Shipyard
novembEr 23 Launching of the vessel Zumbi dos Palmares in Atlântico Sul Shipyard,
novembEr 27 The ship Anita Garibaldi, the first Promef panamax, in under construction by Eisa Shipyard
2013
janUArY 17 The Products Vessel Romulo Almeira starts to operate. Delivery Ceremony was held in Mauá Shipyard
maY 20 Atlântico Sul Shipyard delivers the suezmax Zumbi dos Palmares. It is the second Promef suezmax to start to operate
aUgUst 23 Tranpetro launched the ship Dragão do Mar, in Atlântico Sul Shipyard
deCembEr 4 The Gas Tanker Oscar Niemeyer, the first vessel to be built in the Vard Promar Shipyard, is about to be conclueded.
2014
janUArY 14 José Alencar, the fourth Products Vessels ordered to Mauá Shipyard, starts its operation
junE 24 Launching of the vessel Celso Furtado, the first ship to be built in Rio de Janeiro
julY 9 Signature of the contract with the Promar Shipyard for the construction of eight Gas Tankers
novembEr 25 Mauá Shipyard delivers the ship Celso Furtado, first Promef ship to start to operate.
feBRUArY 28 Irmã Dulce, the second panamax vessel ordered to Eisa Shipyard and buolt in the Mauá Shipyard, is about to be concluded
novembEr 19 Launching of the third Promef ship –Sergio Buarque de Holanda in Mauá Shipyard
deCembEr 12 José Alencar is the fourth and last ship to be launched by Mauá Shipyard
aPril 14 - The suezmax vessel Dragão do Mar left for its first journey. In the same ceremony - held in Atlântico Sul Shipyard, the oil tanker Henrique Diaz was launched. Fonte/Source: Transpetro
MACAÉ OFFSHORE 19
CAPA
Primeira viagem do navio de produtos José Alencar no dia 14 de janeiro de 2014 Products vessel José Alencar is launched on January 14 2014
Fred Bailoni / Agência Petrobras
RJ no radar dos investimentos A reboque do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), da Transpetro, as oportunidades na indústria naval brasileira estão superaquecidas, sobretudo para a economia fluminense. Essa análise otimista é feita pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro (Sedeis), Júlio Bueno. Ele conta que, para os próximos 20 anos, a indústria naval vai ser responsável por investimentos da ordem de R$ 1,2 trilhão no Brasil Levantamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico aponta que os investimentos em andamento no setor no Estado beiram cerca de R$ 10 bilhões, já que, o Rio de Janeiro conta com o know-how em grandes empreendimentos navais e offshore e na cadeia de produção com pequenos, médios e grandes estaleiros. Só o Estado do Rio de Janeiro deverá receber 80% dos investimentos previstos para serem feitos no Brasil no setor de petróleo nos próximos anos. “O governo do estado concede uma série de incentivos para o setor, como 20 MACAÉ OFFSHORE
apoio à instalação, expansão e modernização dos estaleiros; adensamento da cadeia de fornecedores; isenção do ICMS para a cadeia produtiva e para o aço que é importado e apoio na obtenção de licenças ambientais; entre outros pontos”, afirma Bueno. Em nota, o Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES) ressalta as perspectivas do Estado do Rio de Janeiro como grande propulsor das futuras encomendas no setor de petróleo e gás. Segundo o BNDES, as carteiras de encomendas junto ao banco já somam 50 bilhões de reais em contratado e aprovado. Só na capital fluminense, já foram aprovados 35% desses projetos, em um valor estimado em R$ 17 bilhões. “A indústria é muito sólida, vantajosa e competitiva. Um dos grandes pilares será o município de São João da Barra, localizado no noroeste do Estado com enorme potencial para os próximos anos.
Com a perspectiva de dobrar a produção de petróleo até 2020, a Petrobras investirá US$100 bilhões na indústria naval brasileira com isso órgãos técnicos responsáveis pelas construções, sindicatos e associações prometem ampliar a participação da indústria brasileira de bens de capital e equipamentos nestes investimentos. Com avanços e com problemas, o fato é que o Promef conseguiu, de fato, dar uma nova face à indústria naval brasileira. Se antes os problemas eram a falta total de perspectivas, hoje eles são outros e o que se coloca em pauta é a correção de rumos. Dados recentes divulgados pela consultoria americana Aon atestam que o setor de óleo e gás já responde por 13% do Produto Interno Bruto (PIB), percentagem na qual a indústria naval tem grande peso, apesar de ainda não quantificado por órgãos oficiais. Resta saber como empresas e governo vão conseguir encontrar meios para que mais fases do Promef ajudem a solidificar a indústria naval de ponta a ponta.
capa
Ronaldo
Lima
Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) Por Rodrigo Leitão
A
Divulgação
lém do Promef, o Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) da Petrobras tem sido visto também como um importante projeto para a indústria naval brasileira. Criado em 2008, o Prorefam tem como objetivo aumentar o nível de nacionalização da frota brasileira de barcos de apoio (usados para levar mantimentos e prestar serviços como o lançamento de âncoras e dutos submarinos). Ronaldo Lima é presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), – órgão responsável por contribuir para o desenvolvimento brasileiro do setor de Apoio Marítimo às atividade de produção e exploração offshore -, e falou sobre a importância do programa e as perspectivas de encomendas junto aos estaleiros nacionais.
1 – Qual a importância do Prorefam da Petrobras?
(embarcação para recolhimento de óleo)?
A intensificação dos investimentos na área de exploração e produção da Petrobras, junto às operadoras privadas, vem ampliando as atividades no Brasil. A Petrobras já encomendou 87 embarcações do tipo e pretende chegar a 146 até 2020, de modo que o cálculo deixa de fora a demanda gerada por outras operadoras. Para se ter uma ideia, cada plataforma exige um mínimo de quatro barcos de apoio. O pré-sal deve gerar uma demanda de mais 59 barcos de apoio até o final da década.
Até a 5ª rodada já foram contratadas 87, das quais 26 já estão em operação e 61 estão em construção. Dessas 87 embarcações contratadas, 76 são dos tipos PSV e Oil Spill Response Vessel (OSRV) com conteúdo local mínimo de construção de 60%; e 11 do tipo Anchor Handling and Tug Supply (AHTS), com conteúdo local exigido de 50%. com conteúdo local mínimo de construção de 60%.
2 – Os estaleiros brasileiroa têm know-how para construções do tipo PLSVs (barco de lançamento de linha) e OSRV
3 – Qual a principal foco de reclamação dos estaleiros nacionais? Os empresários ainda reclamam muito de custos operacionais, carga tributária
e falta de estaleiros de reparos no Brasil, o que amplia o tempo sem atividade de navios que precisem parar para manutenção. 4 – Já estamos na sétima rodada do Prorefam. Quais os desafios daqui em diante? Os desafios são imensos e requerem coordenação e proatividade entre companhias, governo e clientes para melhorar a eficiência. O principal deles é o alto custo de contratação de oficiais de Marinha Mercante - a lei determina que embarcações de bandeira brasileira tenham tripulação brasileira. Atualmente, o segmento emprega 14,6 mil dos 23,8 mil marítimos em atividade no Brasil. MACAÉ OFFSHORE 21
CAPA
Divulgação
Estaleiro Mauá, localizado no bairro Ponta D’Areia, no Centro de Niterói (RJ) Mauá Shipyard, located in Ponta D’Areia, in the city of Niteroi, RJ
Indústria naval cresce 19,5% ao ano e continua a atrair investimentos Livro do IPEA comenta o sucesso do setor naval no Brasil, mas alerta para possíveis problemas no futuro
P
oucos segmentos industriais no Brasil tiveram tantos êxitos como o setor de construção naval. De 2000 a 2013, a indústria naval brasileira cresce a uma média anual de 19,5% e os investimentos no setor já atingem cerca de R$ 149,5 bilhões. Esses dados impressionantes fazem parte
22 MACAÉ OFFSHORE
de um estudo elaborado por pesquisadores do Institudo de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e que se transformou em livro lançado pelo órgão. Intitulado “Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil - 20002013”, o livro foi organizado pelo coordenador de Infraestrutura Econômica, Carlos Campos Neto, e pelo técnico
de Planejamento e Pesquisa, Fabiano Pompermayer, que deram origem ao livro. Segundo os organizadores do livro, o estudo buscou abordar visões econômicas, políticas, institucionais e um panorama histórico da retomada da indústria naval, fazendo um retrato
capa
Tâmna Waqued/Fiesp
histórico da indústria naval brasileira começa nas décadas de 1970 e 1980. O estudo revela que o setor de construção de navios no país era bastante promissora e voltada à produção de navios para o comércio internacional, e que, com isso, ela contabilizava o segundo maior número de embarcações e encomendas do mundo. Mas a crise econômica dos anos 80 teve reflexos diretos no setor naval. “No início da década de 1990, o então presidente Fernando Collor abre a indústria naval para a concorrência internacional, mas não estávamos preparados para isso. Foi quase como decretar sua extinção”, explica o pesquisador Campos Neto. O tema conteúdo local também foi tratado no livro. “Em 2.000, tínhamos 1.900 empregados no setor naval e, hoje, caminhamos para 70 mil trabalhadores. Esse crescimento já demonstra a importância que a indústria naval e offshore passou a ter no mercado nacional”, destaca Neto, que ainda aponta que este ressurgimento da se deu graças à estímulos
Campos Neto fala sobre as questões da indústria naval na Fiesp Carlos Campos Neto talks about shipbuilding industry issues in Fiesp
vinculados à expansão do setor de petróleo e gás e ao início da exploração do pré-sal, que aumentou a
demanda e multiplicou estaleiros, em sua maioria especializados em embarcações de apoio às plataformas.
Cautela com o futuro De acordo com Carlos Campos Neto, os próximos 30 anos são promissores para a indústria naval brasileira. “Ainda há muito pré-sal a ser descoberto e petróleo a ser explorado em águas profundas do nosso nordeste. Com as encomendas já colocadas até 2020, os investimentos no setor devem ultrapassar os R$ 200 bilhões”, prevê. Mas, mesmo com esse cenário de boas expectativas, o pesquisador afirma que é preciso ter cautela, sentimento este que é compartilhado com muitos representantes da indústria. “No caso da retirada das políticas de apoio do governo, o que vai acontecer com a indústria naval? Conseguiremos competir com o mercado internacional? As portas de saída precisam estar sinalizadas para que não sejam repetidos os mesmos erros do passado e o futuro seja ainda mais promissor”, conclui. MACAÉ OFFSHORE 23
COVER
Promef 10 years
success and challenges ahead The program, which helped to give the country’s shipbuilding industry a modern face, has several challenges ahead. Giving the segment more competitiveness is one among them By Brunno Braga and Rodrigo Leitão
A
Expansion Program (Promef), which celebrates its 10th year.
pril was the month of celebration for the Brazilian shipbuilding industry. The reason was the ceremony that turns official the departure of the Vessel Dragão do Mar, which was heading from the coast of Pernambuco to Campos basin. In the event, which was held in the Atlântico Sul Shipyard, located in Pernambuco, gathered politicians and important names of the Brazilian economy such as the president Dilma Rousseff and Petrobras CEO Graça Foster. For them, the ceremony was extremely important. This is because the suezmax oil tanker, which was valued at 326 million reais, was the seventh vessel built to be operated by Transpetro and it is belonged to the Modernization and Fleet
It was a period when the shipbuilding industry was shaped through this bilionaire project. The program came under the increasing of the oil production in Brazil. Thus , Promef was created to support this trend and boost the shipbuilding industry in the country, after many years of ostracism. Then, the new oil tankers would be built in Brazil and would be operated by Transpetro, Petrobras’ logistics company. The program has a budget of 11.2 billion reals and it is already in its second round. By June 2014, Promef financed the construction of ten vessels. Six of them are already in operation.
SCHEDULE OF SHIPS TO BE DELIVERED BY THE END OF PROMEF * Shipyards/Ships
2014
2015
2016
4
2
2
2017
2018
2019
2020
3
1
EAS (PE) 8 Suezmax 4 Suezmax DP 5 Aframax
2
2
1
3 Aframax DP
3
Mauá (RJ) 8 products ships 4 Panamax
2
3
3
1
2
3
3
9
8
8
3
VARD Promer (PE) 8 gas tank ships Shipyards to be defined 3 bunkers TOTAL
5
2
1
2
5
6
Source: Petrobras *These dates may be subject to change
24 MACAÉ OFFSHORE
Important support For Mr Ariovaldo Rocha, the president of the National Syndicate for Naval and Offshore Construction and Repairs, Promef can be considered a well succeded program because it reinforces the importance of the State as a key driver of the industry. “We defend public policies to foster the shipbuilding industry in the country. This segment is very important for the creation of jobs, wealth, innovation and technology and Promef is part of this process”. He adds that in many countries where the shipbuilding industry public policies succeeded the human resources and technology were improved. “In Europe, marine technology resources are also part of public investment,” evaluates. Besides helping to revitalize the shipbuilding industry in the state of Rio de Janeiro with orders to Mauá and Eisa shipyards - both located in Niterói -, Promef has also had an important role to consolidate shipyards in other regions, such as the Atlântico Sul Shipyard, which is located in the state of Pernambuco. The program has also helped to improve Brazilian shipbuilding industry’s position globally. Currently, Brazil has the third largest portfolio of orders for oil tankers in the world. Sinaval estimates sees the creation of 15,000 new jobs. Also, suppliers has been showing great interest to invest in Brazil, with some multinational companies coming to Brazil, opening facilities and creating training centers in order to take advantage of the opportunities.
COVER
Waiting for Promef III
Delays Yet, along with positive results, some problems were seen on the path. Delays in the deliveries of ships raised some doubts about how Brazilian shipyards is prepared to meet the demands in schedule. The delay of the vessel João Cândido built in the Atlântico Sul Shipyard, which took two years to be delivered, was one of the worst moments. The vessel was constructed in the Atlântico Sul Shipyard and, at that time, the president of Transpetro Sergio Machado threated to fine the shipyard. Moreover, he suspended the construction of 16 from 22 vessels described in the contract. “It is impossible to working without competence. We don’t need to fight to build a vessel. We have to implement a competitive shipbuilding industry at a global level,” said the president of Transpetro. The impasse was solved after Atlântico Sul shipyard announced a technology partnership with IHI Marine United Inc, IshikawajimaHarima Heavy Industries’ maritime division, controlled by Mitsui holding. Delays remain in shipyards, but they are lessening.
Yet the delays are not the only issue that concerns the segment. According to the latest National Water Transportation Agency’s survey, the payment of freight for oil tankers rose 16.2% in 2013 compared to the previous year. This reveals an impressive increasing in demand for this kind of vessels. In that sense, the president of Sinaval urges for the launching of Promef III, mainly to support the increasing of Petrobras’ oil production by 2020. “A solution must be found. The segment is concerning about punctual government policies,” said Mr. Rocha. Local content issue is also controversial. As Promef I and II require at least 65% of local content for the construction of vessels in the country, a movement calls for flexible rules. Petrobras CEO Graça Foster even said that the company is not prioritizing the local content requirement for its contracts. Mrs Foster’s statement raised concerns about the local maritime industry’s future. Cesar Prata, president of the Maritime and Offshore Equipment Chamber of the Brazilian Machinery Association said that these words of Petrobras CEO were lamentable. “Although Petrobras is not responsible to elaborate public policies for the local industry, it is a very unfortunate statement because it shows that the company’s goals are above the country’s
goals. Unfortunately, we don’t see Brazil using its oil to improve its industry, mainly its shipbuilding industry, which requires an intense use of technology and innovation. Mr Prata also said that Promef - in its two rounds – was important to improve the local supply chain of machinery. Yet he said that the industry is facing a stagnation process now. “Companies are not hiring employees. This is because the government is not showing predictable actions. Promef assures the construction of 49 vessels. After that, we will have to wait for another government’s package. This is not good at all. The industry always works in long term and the government is not thinking about that,” said Mr. Prata. “At this moment, we work to meet the demands. But, it is going to be unsustainable in long term.” The lack of predictability is not the only problem seen by the industry. Some members of the supply chain dread the ongoing concentration of the demand provided by public policies such as Promef, which can harm the local industry’s competiveness in the future. “Public policies for the offshore industry is based on only one demanding company. It is not sustainable,” said Eloy Fernandez y Fernandez, the president of the National Petroleum Industry Organization.
TYPES OF SHIPS
PRODUCT vessels
Oil tanker for transporting petroleum byproducts, such as diesel, naphta, gasoline, fuel oil and jet fuel. The loading capacity varies between 30 to 50 thousand deadweight tons (DWT). Intended, primarily, for coastal shipping. DELIVERED: Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda, Rômulo Almeida, José Alencar
SUEZMAX
Oil tanker for transporting crude oil. The loading capacity varies between 140 to 175 thousand deadweight tons (DWT). This boat complies with the limitations of the Suez Canal, in Egypt, 48 meters width and 17 meters draft. DELIVERED: João Cândido, Zumbi dos Palmares, Dragão do Mar LAUNCHED: Henrique Dias
PANAMAX
Oil tanker for transporting crude oil and dark products. The loading capacity varies between 65 to 80 thousand deadweight tons (DWT). This boat meets the limitations of the Panama Canal floodgates. The panamax type ships ordered by Promef will be shallow draft, in order to comply with Brazilian ports. LAUNCHED: Anita Garibaldi, Irmã Dulce
GAS TANKER
Type of vessel constructed for the transport of liquefied petroleum gas. Intended, primarily, for coastal shipping. LAUNCHED: Oscar Niemeyer
OTHERS TYPES AFRAMAX
Oil tanker for transporting crude oil. The loading capacity varies between 80 to 120 thousand deadweight tons (DWT). The name is based on the terminology Average Freight Rate Assessment (AFRA).
DINAMIC POSITIONING VESSEL (dp)
Relief tanker that has a group of propellers managed by computer systems, which allow keeping a stationary position at a certain point near the FPSOs (floating production storage and offloading units) and FSOs (floating storage and offloading units).
BUNKER
Transport ship for heavy fuel oil and/or diesel oil. Its function is to supply other ships Source: Transpetro
MACAÉ OFFSHORE 25
COVER
Rio attracts investments Along with Promef, the shipbuilding industry opportunities are booming in Brazil and the state of Rio de Janeiro is taking advantage of that situation. This is the analysis of Julio Bueno, the secretary of Economic Development of the State of Rio de Janeiro. To him, the shipbuilding industry will attract investments worth 1.2 trillion over the next 20 years. “The government is giving the shipbuilding industry a set of incentives, such as the installation, expansion and modernization of shipyards, improvement of supply chain, tax exemption for the steel industry etc.,” said Mr. Bueno. In statement, Development Bank
the Brazilian highlights the
Ronaldo
investment estimates for Rio de Janeiro will boost the oil and gas industry in the country. BNDES is funding around 50 billion reais in marine orders and Rio de Janeiro will run 35% of the projects, valued at 17 billion reais. “The industry is very strong and competitive. The city of São João da Barra- located in the state of Rio de Janeiro – is one of the industry’s greatest cornerstone with an enormous potential over the next years, with investments of 55 billion dollars between 2015 and 2035. Aiming to double the oil output by 2020, Petrobras will invest 100 billion dollars in the shipbuilding industry.
Therefore, industry organizations in Brazil are working to expand its participation in the supplying of machinery and equipment. With advancements and problems, the fact is that Promef gave the Brazilian shipbuilding industry a new face. If before problems were the lack of good perspectives, today there is a need to find measures to fix some wrongdoings on the path. Latest data carried out by AON Consulting attest that the oil and gas industry represents 13% of the Brazilian GDP. The question that now is whether the government and companies will be able to find ways to improve and strengthen the shipbuilding industry as a whole and in long term.
Lima
President of the Association of Brazilian Offshore Support Companies - Abeam By Brunno Braga
B
esides Promef, Fleet Renewal Program of Offshore Support Vessels (Prorefam) is considered an important program for the Brazilian shipyard industry. Created in 2008, Prorefam aims to improve the construction of support vessels in Brazil. Ronaldo Lima is the president of the Association of Brazilian Offshore Support Companies – Abeam -, an institute that works for the betterment of the offshore support vessels. He talked about the importance of this program and the perspectives about new orders.
1 – What is the importance of Petrobras’ Prorefam?
The intensification of investments in the exploration and production of oil by Petrobras has been increasing in Brazil. Petrobras has already ordered the construction of 87 SOVs and it is intending to order more 146 new vessels by 2020. There are four SOVs for every FPSO. Also, the pre-salt must create a demand of more 59 SOVs by the end of this decade.
2 – Are Brazilian shipyards prepared to build PLSVs and OSRVs? 26 MACAÉ OFFSHORE
Yes. By the 5th round 87 vessels were contracted. From this total, 26 vessels are in operation ans 61 are being built. Petrobras contracted 76 PSVs and OSRVs with local content rate at 60% and 11 AHTS, with local content rate at 50%
3 – What is the main Brazilian shipyards’ concern?
The shipyards owners complain about the high operational costs, taxes and the shortage of Ship Repair Yard, which expand the vessels shutdown periods for maintenance.
4 – Petrobras has already lauched the Prorefam 7th round. What are the challenges ahead? The challenges are huge and require coordination and proactivity among companies, government and clients in order to improve efficiency. The main challenge is the higher cost for contracting Merchant Marine professionals, since Brazilian law obliges Brazilian vessels to have Brazilian crew. Currently, the segment employs 14.6 thousand of 23.8 thousand marine professionals in Brazil.
COVER
Shipbuilding industry grows at 19.5% a year and attracts investments A book published by the IPEA shows the success of the shipbuilding industry in Brazil. Yet it warns about likely problems in the future Few industrial segments achieve such a good performance as the shipbuilding industry in Brazil. From 2000 to 2013, Brazilian shipbuilding industry grows at an annual rate of 19.5% and investments in the sector achieved roughly 149.5 billion reals. This value was revealed in a book called “The reemergence of the Shipbuilding Industry in Brazil 2000-2013”, published by the Institute for Applied Economic Research. The book was written by IPEA Infrastructure Economic Coordinator Carlos Campos Neto and Research and Planning Technician Fabiano Pompermayer. For the authors, the study tried to make an overview of the shipbuilding industry in many aspects such as history, economy, government policies and history. The book reveals that the shipbuilding industry in Brazil was very promising in the 1970s and 1980s, which makes the country reach the position of the second
greatest marine industry in the world. Yet the financial crisis in the 1980s has negatively affected the industry. “In the earlier 1990s, the president Fernando Collor opened the sector to global players, but we were not prepared for that,” said Mr. Campos Neto. Local content was an issue also treated in the book. “In the year 2,000, Brazilian shipbuilding industry employed roughly 1,900 workers. Today, the segment has 70,000 workers. This shows the importance of the shipbuilding industry for the national economy,” highlighted Mr. Neto. He also said that the reemergence of the oil and gas helped to expand the marine industry as whole,” said Mr. Neto. He also commented that the reemergence of the marine industry was due to the expansion of the oil and gas activities in the pre-salt Brazil, which increased the demand and the number of shipyards to support offshore operations.
Concerns about the future For Mr Neto, over the next 30 years the shipbuilding industry will experience a very promising moment. “The pre-salt still has more oil reserves to be discovered and the northeast has a huge potential in its ultra-deep waters. The investments in the sector may surpass 200 billion dollars with orders by 2020.” Yet even with this scenario of high expectations, the researcher says that we must be cautious, this feeling that is shared with many industry representatives. “In the case of withdrawal of political support from the government, what will happen with the shipping industry? Able to compete with the international market? Exit doors must be marked so that they are not repeating the same mistakes of the past and the future is even more promising, “he concludes.
MACAÉ OFFSHORE 27
Tecnologia
Divulgação / Governo do Rio
Área destinada ao polo subsea na cidade de Duque de Caxias Area reserved for the Subsea cluster in the city of Duque de Caxias
De braços abertos para o
Subsea
Principal mercado da indústria de O&G no Brasil, o Rio de Janeiro trabalha se transformar num hub para o segmento subsea em âmbito global Por Rodrigo Leitão
F
avorecido geograficamente por estar próximo às duas principais Bacias (Campos e Santos) do Brasil, o estado do Rio de Janeiro trabalha para aumentar sua estrutura local e facilitar a vinda de investimentos oriundos da indústria de óleo e gás. E são investimentos estratosféricos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Petróleo, 28 MACAÉ OFFSHORE
Gás e Biocombustíveis (IBP), o pré-sal possui um potencial de negócios de US$ 700 bilhões para as próximas duas décadas no país. O Rio de Janeiro deverá receber 80% dos investimentos previstos.
Para tornar o ambiente do estado do Rio de Janeiro mais favorável aos investimentos e fortalecer
a indústria local, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico vem trabalhando, desde 2012, na estruturação e consolidação de um cluster de Subsea, a ser localizado no município de Duque de Caxias, às margens da Baía de Guanabara a fim de facilitar a logística dos fornecedores.
TecnologIA
Em entrevista à Macaé Offshore, o subsecretário de Estado de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial (Sedeis), Marcelo Vertis, disse que o Rio de Janeiro já conta com 85 empresas nesse segmento, mas ainda há muito espaço para atrair novas fabricantes mundiais, e transforma o estado em um hub para este segmento. Essa tendência
se comprava pelas estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que apontam que o Brasil vai concentrar 44% dos equipamentos subsea no mundo até 2020. Segundo Vertis, a expectativa é de que sejam atraídos investimentos de, pelo menos, R$ 2 bilhões para o polo subsea. Para
intensificar essas ações, o governo do Rio de Janeiro assinou, em junho, um termo de cooperação com a Norwegian Centres of Expertise (NCE) Subsea - a associação do cluster de subsea da Noruega. O convênio é o primeiro assinado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico com um cluster estrangeiro. A Noruega é referência mundial na área de subsea.
Mais acordos internacionais
Divulgação
“Este é o primeiro acordo assinado entre o governo do estado e um organismo estrangeiro de desenvolvimento da indústria offshore. Mas, pretendemos utilizar os canais formais de contato, os consulados, para estabelecer novos acordos de cooperação internacionais”, destacou Vertis. De acordo com o subsecretário, a ideia é continuar recebendo missões empresarias no Estado em 2014, visando desenvolver negócios na cadeia de suprimento do setor de óleo e gás. “Nossa meta é atrair, pelo menos, 20 dessas empresas para se instalarem no Rio de Janeiro. Temos uma vantagem operacional excelente. Temos o Porto do Rio, o Porto do Açu e a cidade de Macaé – conhecida mundialmente como berço dessa cadeia”, comentou Vertis. Em evento realizado em junho na Federação do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Júlio Bueno, ressaltou que o desafio é levar a indústria brasileira fornecedora do setor a participar do mercado mundial. “O Brasil, nos próximos anos, terá 50% do mercado de
Marcelo Vertis: Rio é um dos maiores polos de tecnologia de E&P Marcelo Vertis - Rio is one of the greatest E&P technology centers
subsea do mundo. É evidente que faz sentido termos uma indústria de petróleo”, alertou. Também mostrando interesse pelo tema, o Instituo Brasileiro do Petróleo (IBP) reuniu, em junho, em sua sede no Rio de Janeiro, diretores e empresários estrangeiros de diversas empresas fornecedoras de equipamentos do setor de óleo e gás para debateram sobre as novas perspectivas para a cadeia no Brasil, principalmente no estado do Rio de Janeiro.
Na ocasião, os executivos lembraram que o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, e o Parque Tecnológico, localizado na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro já estão recebendo companhias internacionais. “O Rio de Janeiro um dos maiores polos de tecnologia de exploração e produção de petróleo em águas profundas do mundo”, lembrou um dos CEOs. MACAÉ OFFSHORE 29
TecHnologY
Open arms for the
subsea
Brazil’s main O&G Market, Rio de Janeiro works to turn itself into a subsea hub
By Rodrigo Leitão
T
he state of Rio de Janeiro is close to the two main basins in Brazil – Campos and Santos. This favorable position helps the state to work in the expansion of its infrastructure with investments hat are coming from the oil and gas. According to the Brazilian Institute of Petroleum, Gas and Biofuels –IBP, the pre-salt has a business potential of 700 billion dollars over the next decades. Rio de Janeiro will attract 80% of this total. In order to make the state of Rio de Janeiro more suitable for investments
and improve the local industry, the Secretary of Economic Development of the state of Rio de Janeiro is working to consolidate a Subsea cluster to be located in the city of Duque de Caxias. This cluster intends to improve the supply chain in the state. Marcelo Vertis, undersecretary of Energy, Logistics and Industrial Development of the state of Rio de Janeiro, said that Rio has already 85 subsea companies. Yet he says there still room for more companies. The goal is to turn the state of Rio into a subsea hub. This is a trend described in a survey
performed by the International Energy Agency, which says that Brazil will concentrate 44% of all subsea equipment in the world by 2020. For Mr Vertis, Rio de Janeiro’s subsea cluster will attract investments of 2 billion reais. Aiming to intensify this actions, the Rio government signed last June a cooperation agreement with the Norwegian Centres of Expertise Subsea. This is the first partnership between the Secretary of Economic Development and a foreign cluster. Norway is a world reference for the subsea segment.
More international agreements “We intend to contact consulates in order to create new international cooperation agreements,” highlighted Mr. Vertis. The undersecretary said that Rio government wants to keep receiving trade missions in 2014, aiming to develop business in the oil and gas supply chain. “Our goal is to attract 20 companies. We have an excellent structural advantage. We have the port of Rio, the port of Açu and the city of Macaé,” said Mr Vertis. 30 MACAÉ OFFSHORE
In event held last June in the Federation of the Industries of Rio de Janeiro, Julio Bueno, secretary of Economic Development of Rio de Janeiro, emphasized that the challenge is to make the Brazilian supply chain competitive globally. “Brazil will have 50% of the world subsea market over the next years. It is important to have a stong oil industry,” said Mr Bueno. IBP is also showing great interest in this issue. Last June, the institution
gathered CEOs of many subsea companies to discuss the expectations on the supply chain market in Brazil and Rio de Janeiro and they pointed out Petrobas’ Development and Research Center and the Technology Park of the Federal University of Rio de Janeiro as important sites that are receiving international investments. “Rio de Janeiro is one of the greatest offshore technology centers in the world,” said one of the CEOs.
TecnologIA
Negócios de
US$ 11 bilhões Estudo realizado por consultoria americana revela que empresas de automação industrial apostam no segmento de upstream - Brasil é um dos alvos Por Brunno Braga
N
ão é de hoje que o mercado de óleo e gás representa uma importante parcela na carteira de negócios para as empresas de automação industrial. Não seria para menos. Num setor onde o uso de tecnologia é feito de maneira intensiva, a demanda por instrumentos que garantam eficiência e segurança para a indústria é cada vez maior. Por muito tempo também, o segmento de downstream foi o principal alvo de
negócios por parte dessas empresas, que forneciam equipamentos essenciais para a realização de trabalhos nas refinarias. Esse quadro, contudo, vem mudando e, agora, as grandes do setor de automação - Emerson, ABB, Honeywell(HPS) e Rockwell - além de outras empresas de automação de menor porte estão com altas apostas no upstream. É o que aponta levantamento feito pela ARC Consultoria, empresa
americana, especializada em tecnologia, anunciado recentemente durante congresso de tecnologia de automação realizado em junho deste ano. O estudo revela que o segmento de upstream irá gerar negócios em torno de US$ 11 bilhóes para as empresas de automação industrial até 2018. O consultor da ARC, Larry O’Brien, responsável pela pesquisa, afirma que os fatores que estão levando as gigantes a oferecer serviços para as MACAÉ OFFSHORE 31
Tecnologia
atividades de exploração e produção residem no fato de que a demanda por automação no segmento downstream se encontrar saturada e, ao mesmo tempo, vem crescendo os investimentos no upstream no mundo, em função do surgimento de novas fronteiras. “A filosofia da indústria de automação em geral está mudando, e a influência de upstream é muito grande nesse processo. Afinal, é neste segmento que está o dinheiro. As companhias de petróleo estão em busca por uma automação descentralizada, diferente do sistema centralizado encontrado nas refinarias, e que consiga ser integrado, permitindo, assim, redução de custos operacionais”, disse o consultor.
Pré-sal na mira
Ele conta que isso fica claro quando se verifica a preocupação das petroleiras em adotar procedimentos vistos no downstream para o upstream. Para o consultor, existe uma infinidade de aplicações e processos que deverão ser adotados pelas petroleiras, como o escoamento multifásico, gerenciamento de operações de campos de petróleo à distância, detecção de vazamento em capos offshore, gerenciamento de sistemas, medidores de fluxo ultrassônico e gerenciamento de atividades subsea. “Upstream e midstream vão guiar crescimento da indústria de automação. E os processos precisam avançar.
32 MACAÉ OFFSHORE
O consultor ressaltou o volume de investimentos previstos no último Plano de Negócios e Gestão da Petrobras para o quadriênio 2014-2018, o que vai fazer com que as grandes empresas de automação do mundo olhem para o país com grande interesse. “O valor de investimentos da Petrobras representa excelentes oportunidades para as empresas de automação de todos os portes”.
Divulgação
Algumas empresas já dão mostras claras do quanto o segmento de upstream pode representar grandes negócios. É o caso da Honeywell. Em junho, a empresa realizou conferência nos Estados Unidos para apresentar novidades para os seus principais clientes. Denominado Honeywell Users Group, o evento chegou à sua 39ª edição e reuniu cerca de 1.400 pessoas na cidade de San Antonio, no Texas. Para o CEO da Honeywell Process Solutions, Wimal Kapur, que fez a palestra de abertura do evento, o setor de upstream pe visto como estratégico, substituindo o grande peso que historicamente o downstream teve para empresa. Uma das apostas está no grrandes desafios existentes no pré-sal. Segundo o vice-presidente e gerente-geral de Projetos e Soluções de Automação da empresa, Frank Whitsura, em entrevista concedida
Há muito espaço para melhorias em automação na indústria, e que serão impulsionadas pela falta de pessoal qualificado Sem dúvida, o segmento upstream vai mudar a nossa forma de olhar a automação em toda a indústria”, avalia o consultor.
Frank Whitsura, vice-presidente Honeywell Process Solutions Frank Whitsura Honeywell Process Solutions vice president
durante a realização da HUG, as dificuldades encontradas nass atividades de exploração e produção podem ser solucionadas pelo sistema lançado durante a conferência, denominado LEAP (Lean Execution Automation Process).
O executivo explica que o sistema objetiva dar maior suporte, com mais segurança operacional por intermédio de softwares e hardwares desenvolvidos pela Honeywell. “O pré-sal está em um ambiente bastante hostil, localizado a quatro mil metros da costa e os riscos operacionais são evidentes. Por isso, trabalhar cada vez mais com sistemas de monitoramento remoto traz mais garantia aos processos de segurança nas atividades”, disse o executivo. Ele acrescentou que o LEAP está baseado em três pilares tecnológicos: virtualização, tecnologia de controle à distância e tecnologia em nuvem. “Além disso, desenvolvemos outros sistemas que permitem coletar dados e agilizar a comunicação entre a base e instalações, como FPSOs que ficam a quilometros de distância, como Experion SCADA, que permite a integração de sistemas com alto nível de segurança operacional”, explicou.
Technology
A
billionaire business
A survey released by an American Consultancy reveals that automation companies is showing greater interest in the upstream segment. Brazil is one of the targets By Brunno Braga
I
t is common sense that oil and gas industry has an important share in the automation companies’ business portfolio. In fact, oil industry needs cutting-edge technology in order to achieve efficiency and safety in its activities. Yet over the past decades downstream was the main oil segment for the automation industry, supplying essential equipment to make the refineries work. Now, things are changing and the upstream segment is gaining the attention of the main automation companies in the world – Emerson, ABB, Honeywell and Rockwell.
that explain this new trend are due to the demand saturation found in the downstream and, at the same time, the emergence of new frontiers of oil exploration in the world.
A study released by ARC, a consultancy agency specialized in technology, reveals that automation companies will invest roughly 11 billion dollars in the upstream segment by 2018. ARC consultant Larry O’Brien says some factors
He explains that, despite the differences, oil companies is trying to find ways to adopt similar procedures found in downstream. For him, there is a number of new process that may be adopted by oil companies, such as multiphase
“Automation philosophy of the overall industry is changing, and the influence of upstream is more obvious. Afterall, upstream is now where all the money is being spent. However upstream requires more modular, decentralized automation, not the monolithic DCSs of refineries, allowing cost cuts,” said the consultant.
flow, oilfield operations management, leak detection, ultrasonic flow and subsea management activities. “Upstream and midstream is the number one growth industry for process automation moving forward. There is a lot of room for improvement in automation in this industry, much of it will be driven by the lack of qualified personnel. Certainly, oil and gas is going to change the way we look at automation across all industry segments.” The consultant emphasized that as the amount of investments of Petrobras over the next four years is going to make automation companies see Brazil with greater interest. “Petrobras’ investments represent excellent opportunities for automation companies of all sizes.”
Pre-salt at the target Some companies are working to take advantages of the upstream emergence. This is the case of Honeywell. Last Junea conference held last June to show its new products and projects. Called Honeywell Users Group, the event was held in San Antonio, Texas, and gathered roughly 1,400 people. For Honey Process Solution CEO Wimal Kapur, upstream is seen as strategic for the expansion of its business and Brazil has
a special role in this process. HPS Vice-President Frank Whitsura said that the difficulties found in the presalt activities can be solved by the Lean Execution Automation Process, a the company’s automation system recently released. The executive said that this system works to give the client a better support through software and hardware developed by Honeywell. “The oil in the pre-salt is found in a harsh environment, which is located
four thousand meters offshore. So, the operational risks are really high. Therefore, it is important to have a remote monitoring and control system which provides safety to offshore operations,” said Whitsura. He adds that the program which the company built off the three pillars of cloud computing, virtualization and universal I/O. “AIn addition, we are developing other programs such as Experion SCADA, which allows the integration between operational safety systems.”
MACAÉ OFFSHORE 33
Exploração & Produção
Mais atenção ao
gás
O mercado de gás natural vem ganhando terreno no Brasil, mas governo ainda mostra-se reticente em lançar futuros leilões exclusivos para esse combustível
Por Rodrigo Leitão
A
retomada das rodadas de licitações de exploração e produção de petróleo e gás natural em 2013, como a 12ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), trouxe novas perspectivas à matriz energética brasileira. A realização de uma rodada exclusiva para o gás natural sinaliza o desejo do governo em aumentar a sua participação na matriz energética, inclusive a partir de reservas não-convencionais. As reservas do pré-sal colocam o Brasil entre os maiores detentores de reservas de óleo em termos globais. O destaque fica por conta da exploração do campo de Libra, que se configura como um mega projeto para o Brasil. Por isso, a indústria local precisa se preparar para ter capacidade de responder às demandas por bens e serviços e aproveitar a oportunidade. No entanto, a especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Tatiana Lauria, afirma que existem diversos obstáculos que a indústria vem enfrentando e que precisa de maior atenção por parte do governo. Fontes de
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Divulgação ANP
Diretor da ANP, Helder Queiroz: 13ª Rodada só em 2015 Helder Queiroz (ANP) - 13TH Bidding Round only in 2015
financiamento, qualidade dos produtos, atendimento dos prazos, tecnologia e exigência de conteúdo local são alguns dos itens que precisam ser trabalhados de forma mais ampla. Segundo ela, a cadeia de fornecimento deverá receber investimentos significativos nos próximos anos, puxados principalmente pela exploração da camada pré-sal e apoiados pela política de conteúdo local. A especialista acredita que a cadeia produtiva e da
competitividade fomentará as oportunidades na capacitação tecnológica. “A continuidade da realização de licitações de exploração e produção de modo regular é essencial para uma maior presença do gás natural na matriz energética brasileira. A expansão da oferta de gás é fundamental para aumentar a capacidade de geração térmica movida a gás e também para atrair novos investimentos industriais, representando uma excelente oportunidade para a entrada de novos players”, afirma Tatiana. Porém, segundo o diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Helder Queiroz, a 13ª rodada de licitações de áreas para exploração de petróleo e gás no país só deverá ocorrer em junho de 2015. De acordo com o diretor, a agência deverá anunciar, até o fim deste ano, as áreas que serão ofertadas no próximo leilão para exploração no regime de concessão. “A gente tem a expectativa de fazer a 13ª rodada até junho do ano que vem. E o objetivo é apresentar um calendário para assegurar que haja essa previsibilidade”, disse Helder Queiroz.
Exploração & Produção
Divulgação
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard entre diretores da reguladora durante a 12ª Rodada de Leilão de Blocos Terrestres ANP general director Magda Chambriard (center) during the 12th Bidding Round
“É preciso apostar no gás não-convencional”, diz ANP Segundo a ANP, o setor ainda tem muitos questionamentos em relação à exploração do gás não-convencional. No entanto, o seu potencial de produção chama atenção pelos números. Dados da agência atestam que há no Brasil 7,5 milhões de km² com alto potencial, mas muitas ainda sem trabalho de exploração.
arcabouço regulatório, com ênfase na preservação ambiental”, conclui.
“Mesmo com crescimento de 8% ao ano, ainda é preciso apostar em novas rodadas para atrair investimentos. A ideia principal é recompor o potencial exploratório. As três últimas rodadas cobriram cerca de 100 mil km² e, ainda, estão sendo assinados contratos de 72 blocos arrematados nas últimas rodadas”, aponta o especialista e assessor da diretoria da ANP, Olavo Colela.
Dentre eles, a especialista destaca o acesso a informações detalhadas acerca das reservas, infraestrutura de escoamento suficiente e incentivos fiscais/financeiros. Em sua análise, em abril deste ano um passo importante foi dado para o gás natural, quando a ANP publicou resolução estabelecendo os requisitos para a execução da técnica de fraturamento hidráulico em reservatórios não-convencionais. Porém, paira ainda incerteza quanto ao processo de licença ambiental, o que pode afastar empresas operadoras.
“A ANP está atenta para atender às necessidades de adaptação do
Em relação ao gás natural não-convencional, a especialista de Competitividade Industrial da Firjan, Tatiana Lauria, acredita que o gás, ainda que apresente grandes oportunidades à cadeia, depende de uma série de fatores para alcançar sucesso.
No último leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a 12ª Rodada arrecadou 165,196 milhões de reais em bônus de assinatura, de acordo com dados da ANP. Foram ofertados 240 blocos para exploração de gás em terra, distribuídos em sete bacias. Do total, apenas 72 foram arrematados, ficando a maioria deles com a Petrobras, que levou 49 sozinha ou em forma de consórcio. Entre as sete bacias ofertadas, a que teve mais sucesso foi a de SergipeAlagoas. Já as Bacias São Francisco e Parecis não receberam nenhuma proposta. Além dessas, foram ofertados blocos das bacias de Parnaíba, Acre-Madre Dios, Paraná e Recôncavo. Na Bacia do Parnaíba, dos 32 blocos ofertados só um recebeu proposta e na Bacia do Acre, dos nove blocos ofertados, só um foi arrematado. MACAÉ OFFSHORE 35
ExploraTION & ProduCTION
More attention to the
natural gas
Natural gas is gaining ground in Brazil. Yet the government still reticent to launch new exclusive auctions for that fossil fuel By Rodrigo Leitão
T
he resuming of the Bidding Rounds in Brazil brought some nice expectations to the energy sector in the country.The launching of an exclusive round for conventional as well as unconventional gas showed the government is intending to expand its energy sector. Brazil is becoming an important global player after the discovery of huge oil reserves in the pre-salt, with special attention to Libra field. Thus, the local industry needs to get ready to meet the demand of services and goods. Yet the Firjan Industry Competitiveness Expert Tatiana Lauria
says oil companies faces obstacles such as funding, technology, products and local content policies. They need to be faced in order to achieve the expansion of the energy sector.
to lure new investors. This means new opportunities for new players,” said Mrs. Lauria.
For her, the supply chain may receive great investments over the next years through the activities in the presalt. The expert believes that the local supply chain will foster the opportunities in technology realm.
However, the National Agency of Petroleum, Gas and Biofuels Director Helder Queiroz said the 13th Bidding Round will only be launched in June 2015. For the director, the agency will describe areas to be auctioned by the end of the year.
“Keeping the oil auctions is important to expand the energy matrix in Brazil . This expansion is crucial to increase the use of natural gas in order
“We expect to launch the 13th Bidding Round by June 2015. Our goal is to as soon as possible,” said Mr. Queiroz.
Investing in natural gas is important, says the ANP For the ANP, oil industry has many doubts about the unconventional gas. Yet its potential is huge. Brazil has 7.5 million square kilometers with an enormous gas drilling potential, but activities have not been performed so far. “Although the gas drilling increased 8%, new auctions are important to attract new investments. The main idea is to rebuild the drilling potential in the country,” said ANP director Olavo Colela. “ANP is aware of the importance of environment regulations,” concluded.
36 MACAÉ OFFSHORE
As for the unconventional gas, Mrs Lauria says this fuel can give the supply chain great opportunities. Yet it depends on some factors to achieve success. One of these factors is how to get detailed information on the reserves, infrastructure and funding. In her analysis, April was an important month for the natural gas. Because it was when the ANP released a resolution which describes the requirements for fracturing in reserves of unconventional gas. However, doubts on environmental license concern the operators.
The ANP gained 165 million reais in signature bonuses in the last round held last November. The agency offered 240 onshore blocs for the gas drilling. Only 72 blocs were acquired. Petrobras acquired 49 onshore blocs. Sergipe-Alagoas basin was the most successful area to auctioned whereas São Francisco and Parecis basins were not acquired by any operator. Also just one of 32 blocs offered in Parnaíba basin was acquired and one of nine blocs offered in AcreMadre Dios basin was acquired.
Tecnologia
Antes conhecidos pelo uso com fins militares, os drones modernos começam a ser cobiçados pela indústria do petróleo Known for military operations, modern drones are now wanted by oil industry
Revolução pelo
Divulgação / INSITU
ar
Sensação tecnológica do momento, empresas de petróleo apostam em drones para aumentar eficiência nas atividades de E&P Por Brunno Braga
E
m setembro do ano passado, a ConocoPhillips foi responsável por um feito que ficará na história da aviação comercial no mundo. O motivo foi o lançamento do primeiro veículo aéreo não-tripulado comercial, 40-LB. ScanEagle, produzido pela Boeing. O voo, sobre o mar de Chukchi, ao largo da costa norte do Alasca, durou cerca de meia-hora e serviu para que os especialistas testassem sensores e sistema de navegação do drone que, no futuro, será usado em pesquisas que auxiliem as atividades
de exploração e produção na região do Ártico, uma das mais atraentes fronteiras de petróleo no mundo. Criados especificamente para uso militar, os drones (como são conhecidas as aeronaves não tripuladas e comandadas à distância) vêm ganhando forte apelo para sua implementação nos mais diversos setores industriais no mundo e, sendo cada vez mais vistos como objeto de desejo por parte das empresas de petróleo. Assim como foi mostrado no exemplo da
ConocoPhillips, o uso dessas aeronaves pode dar uma nova cara ao que conhecemos hoje a respeito de atividades petrolíferas offshore nos próximos anos. De fato, como acontece com toda inovação tecnológica, os drones estão deixando o status de ‘emergente’ e se tornando cada vez mais comercialmente viáveis. Estudos feitos por companhias como a BP, Shell e ConocoPhillips comprovam que o uso de drones para monitoramento e checagem de poços localizados em profundidades extremas MACAÉ OFFSHORE 37
Tecnologia
pode ser extremamente eficiente. E não somente nestas atividades específicas. Outras opções também estão sendo levadas em conta, como, por exemplo, fiscalização de óleodutos, checagem de segurança em operações offshore, inspeção de emissão e queima de gás em plataformas, detecção
de vazamento de óleo e patrulhamento de instalações localizadas a centenas de quilômetros da costa. Tais tarefas são vistas como importantes para redução de danos ambientais, evitar interrupções de produção e diminuir problemas relacionados à segurança do trabalho.
No futuro, as empresas de petróleo poderão usar drones para explorar reservas de óleo e gás. O uso de drones pode ser uma boa e mais segura alternativa. No entanto, poderá levar ainda algumas décadas para que essa tecnologia consiga ser desenvolvida para este fim.
se verifica a sua enorme potencialidade. O motivo disso se dá em função da necessidade de se criar regulações governamentais que impeçam que o uso de drones tenha outros fins, como espionagem industrial e violações de espaço aéreo. Nos Estados Unidos, o governo já se antecipou e iniciou os debates em torno do assunto.
dessa tecnologia. E é um conjunto bem grande e pretendemos levar essa tecnologia para outros campos”, disse o diretor de tecnologia da BP, Curt Smith, ao jornal americano Wall Street Journal. O diretor disse ainda que os drones adquiridos, que possuem extensão de apenas 150 centímetros, vão diminuir os custos de inspeção de vazamento de equipamentos e danos em tubulações.
Uma indústria de US$ 28 bi Dados divulgados no começo do ano pela Associação Internacional de Sistemas de Veículos, apontam um estudo que projeta que a indústria de drone irá ter um impacto de mais de US$ 28,1 bilhões até 2025 somente na economia americana. Além disso, o estudo revela que entre 2015 e 2025 cerca de 100 mil empregos serão gerados naquele país em função da forte demanda de drones estimada para atividades petrolíferas. No entanto, apesar de todos os benefícios e vantagens, e de ser, ainda, comercialmente mais acessível, o uso de drones pelas companhias de petróleo ainda é tímido, sobretudo quando
Além da ConocoPhillips, a BP conseguiu, em junho, autorização para utilização de drones nas atividades offshore. Segundo comunicado da empresa, os drones serão utilizados, inicialmente, para pesquisar dutos e equipamentos. “Nós pensamos em todos os meios para a aplicação
No Brasil, essa discussão ainda não chegou. Contudo, ao que tudo indica, tal tecnologia tem todas as condições de abarcar por aqui, sobretudo com o aumento das atividades no pré-sal. A conferir. John Gibbins / Union Tribune
Fábrica de drones nos EUA - negócios de US$ 28 bi A drone facility in the USA - A US$ 28 billion business
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Technology
Air revolution Oil companies to eye drones to improve efficiency in E&P activities
By Brunno Braga
L
ast September, ConocoPhillips Alaska recently made aviation history with the first approved commercial use of an unmanned aircraft, or drone, in the United States. The aircraft 40-LB ScanEagle, from Insitu Inc., a subsidiary of The Boeing Co., took place in remote airspace over the Chukchi Sea. The flight was intended to test navigation sensors and systems of drones that is going to be used in offshore activities in the Artic Sea, a promising oil frontier. An Unmanned aerial vehicle (UAV) is a type of aircraft, which has no onboard crew or passengers. UAVs include both autonomous drones and remotely piloted
vehicles (RPVs). A UAV is capable of controlled, sustained level flight and is powered by a jet, reciprocating, or electric engine. In the 21st century, technology reached a point of sophistication that the UAV is now being given a greatly expanded role in many areas of aviation. The oil and gas is beginning to take advantage of that.
other areas, the use of drones has been also taken into consideration by oil companies such as pipeline surveillance, offshore safety, oil leak detector and offshore facility security patrol. Such activities are seen as important in order to avoid environment damages, shutdowns and problems with work safety.
In fact, as it happens to many emerging technologies, drones are more commercially viable. Surveys carried out by oil companies such as BP, Shell and ConocoPhillips attested that the use of drones for monitoring wells located in ultra-deep waters is extremely efficient. In
In a near future, oil companies will be able to use drones for oil drilling. This is can be a safer alternative as some experts say. Yet it may take some decades to have this new technology working in that specific activity.
Issue presented on executives’ agenda The Association for Unmanned Vehicle Systems International recently released a study that says an impact of 28.1 billion dollars in the American economy. In addition, the study also reveals that the drone industry will create roughly 100,000 jobs by 2025, driven by the oil and gas demand. Although their benefits, the use of drones by oil companies is not widespread. The reason for that is because the lack of regulations in
order to avoid the use of drones in spying activities. In June, BP signed a five-year contract to use drones at its oil operations in Alaska, the first largescale, government-approved commercial use of unmanned aircraft in the U.S.Curt Smith, a director in BP’s technology office, said that manned aircraft are sometimes less expensive per flight than the AeroVironment devices, but that the drones will gather far more data,
enabling BP to operate “more effectively, more safely and at a lower cost.” The drones use laser-based sensors that can pinpoint problems on the roads, identify how they should be repaired and calculate how much gravel would be needed, the companies said. The debate over the use of drones has not come yet. Nevertheless, this technology fits very well the requirements for oil activities in ultra-deep waters.
MACAÉ OFFSHORE 39
ARTICULANDO
Uma proposta para a
logística offshore
Por Edmar Magalhães*
O
investimento num sistema logístico offshore eficiente e seguro permite que empresas explorem vantagens competitivas. Com um desempenho seguro, é possível direcionar esforços a produtos mais compatíveis com o mercado de atuação. O resultado é um maior rendimento e, consequente, sucesso no negócio junto com os seus parceiros e clientes. Durante a história da logística e operações em portos, terminais, navios e plataformas de exploração, uma série de acidentes na operação envolvendo o transporte de equipamentos e produtos químicos foi tratada, inicialmente, apenas de maneira corretiva. No Brasil, a partir de 1988, empresas começaram a adotar uma visão mais preventiva, com aplicação e disseminação de conhecimentos relacionados à implementação de um “Plano de Gerenciamento de Riscos” (PGR). O objetivo principal desta metodologia é identificar as hipóteses, vulnerabilidades e os cenários acidentais nos terminais e cenários de operações relacionados. A proposta do PGR é identificar não conformidades de caráter preventivo ou mitigador de risco por empresas, mesmo em áreas comuns, de locais destinados à movimentação e ao armazenamento de substâncias químicas embaladas ou a granel em terminais. O plano também deve apresentar recomendações relacionadas a instalações, com medidas corretivas a serem aplicadas por todas as empresas para reduzir e mitigar possíveis desvios que reduzam acidentes e ampliar a agilidade de resposta à emergência nos terminais. 40 MACAÉ OFFSHORE
As técnicas para identificação de perigos a pessoas, patrimônio e meio ambiente decorrentes de incêndios, explosões e liberação de substâncias infectantes - já utilizadas nas áreas militar, nuclear, aeronáutica e espacial - foram gradativamente adaptadas e aperfeiçoadas para serem incorporadas como “ferramentas” para o PGR, principalmente, nos terminais logísticos portuários destinados ao apoio e a operação da logística offshore. A implantação de diretrizes do PGR traz como resultados positivos a redução da frequência de acidentes e mais capacidade de resposta imediata dos terminais, minimizando os possíveis danos ambientais, sociais e econômicos como um todo. Na prática para elaborar uma proposta de logística eficiente, baseado no PGR, deve ser apresentado um panorama situacional em relação à segurança, de acordo com as regulamentações nacionais e internacionais existentes, referentes às instalações portuárias e terminais logísticos. Devem ser considerados o histórico de ocorrências com danos à pessoas e ao patrimônio para evitar a repetição dos casos. Para a avaliação da segurança é preciso levar em conta cada instalação logística, as suas áreas de operação e estocagem e movimentação de cargas, onde principalmente serão considerados os níveis de exposição a riscos de incidentes, com indicação da vulnerabilidade a situações adversas. Toda a infraestrutura disponível também deve ser checada como veículos, equipamentos fixos para carregamento
e descarga, áreas de estocagem, instalações de recepção e entrega de cargas, áreas de consolidação, pré-estivagem e reparos de contêineres e sistemas de abastecimento. A análise de riscos de todos os aspectos relativos à operação e as instalações de movimentação e estocagem, devem ser enquadradas no preceito maior de percepção do risco, em sua região de aceitabilidade a ser avaliada e aceita pela empresa, no “ALARP” (região de aceitabilidade de riscos). Todas as equipes envolvidas no transporte, manuseio ou armazenagem de produtos perigosos devem receber capacitação constante e proporcional às suas responsabilidades para que possam realizar essas atividades com os devidos cuidados de segurança e higiene ocupacional, prevenção da integridade física das instalações logísticas e proteção ao meio ambiente. O treinamento deverá ocorrer de forma periódica, planejada e sistemática, com vistas a manter e promover atualização do conhecimento dos envolvidos na operação. A capacitação para situações de emergência deve incluir simulações de eventos a serem vivenciados na prática, dando eficácia ao treinamento dos recursos humanos envolvidos..
Edmar Magalhães é Capitão-de-Fragata, do Corpo de Engenheiros da Marinha, responsável pela Homologação de Cargas Perigosas na DPC - Marinha do Brasil. Engenheiro Químico, MSc, Consultor e Professor em diversas áreas de Gerenciamento, especificamente, especialista em Gerenciamento de Riscos.
ARTICULATING
An offshore
logistics proposal
By Edmar Magalhães*
A
n investment in an efficient and safe logistics system for the offshore segment allows companies to explore competitive advantages. With a safe performance, it is possible to drive efforts toward more competitive products for the market. This is going to result in greater revenues and, as a consequence, business success before its partners and clients. Throughout history of logistics and operations in ports, terminals, vessels and drilling platforms, a set of accidents involving the transportation of equipment and chemical products was initially treated in a corrective way. In Brazil, since 1998, companies are adopting a preemptive vision, disseminating knowledge related to the implementation of a Risk Management Plan – RMP. The main goal of this method is to identify hypothesis, vulnerabilities and likely accidents in terminals and operations. RMP’s proposal is to identify problems related that may cause serious risks for companies, even in their
common areas, such as transportation and storage of chemical products in bulk or packed in containers. The plan must also show recommendations related to facilities, with corrective measures to be performed by all companies in order to reduce likely accidents. In addition, these measures can improve the efficiency of emergency response in terminals. Once used by used by military, nuclear and aerospace segments, RMP is now using methods to identify danger to people, facilities and environment caused by fire, explosions and the release of toxic substances, mainly in logistics terminals made to support offshore activities. The implementation of RMP’s guidelines is important to achieve positive results because it reduces accidents and gives an immediate emergency response. Thus, RMP avoids likely environmental, social and economic damages as a whole. In order to perform an efficient logistics plan, based on RMP, an
overview on safety must be shown, according to the national and international rules related to port facilities and logistics terminals. Data about the number of damages to people and facilities must be considered in order to avoid further problems. Evaluating safety depends on each logistics facility. So, its operation, transportation and storage segments, where the level of risk of accidents is exposed must be considered, showing its vulnerability to adverse events. All infrastructure must be checked such as vehicles, equipment for loading and downloading, storage and locations for reception and delivery. The risk analysis and all other aspects related to the operation and facilities must be taken into a higher perception of risk, in its area of acceptance to be evaluated and accept by the company, according to ALARP As Low As Reasonably Practicable. All teams involved in the transportation, handling and storage of dangerous products must be trained in order to perform with safety and occupational hygiene. In addition, they must be ready to assure physical integrity of the logistics facilities and environment protection. The training must be carried out frequently, aiming to maintain and provide information about the team involved in the operation. The emergency training must include simulators of events to be experienced in practice, giving the human resources training segment more efficacy.
Edmar Magalhães is Frigate Captain of Navy Corps of Engineering. He head the Homologation of Dangerous Cargo in the Navy Division. Magalhaes is also Chemical Engineer and professor of Risk Management. MACAÉ OFFSHORE 41
Por dentro do mercado
Jogo de Cena Por Celso Vianna Cardoso*
Q
uando o Pasadena Gate explodiu durante o primeiro trimestre deste ano o preço das ações da Petrobrás encontravam-se na mínima histórica dos últimos 10 anos aos R$ 12,30 em 17/03/2014. O governo bem que tentou evitar a instalação de uma CPI em ano eleitoral, porém quando percebeu que seria inevitável manobrou - e obteve sucesso – para esvaziá-la. O mercado entendeu o recado e resolveu não esperar grandes revelações sobre o obscuro episódio. De lá para cá foi às compras fazendo com que o preço atingisse R$ 17,30 com valorização de 40,6% nos últimos quatro meses. Essa coluna avalia que a postura do governo face às acusações que pesam sobre alguns executivos e membros do conselho da Petrobrás gera mais incertezas no mercado, aumenta a volatilidade e atrai os especuladores que encontram um ambiente perfeito para suas operações. Como o preço da ação disparou nesse período, cabe procurar identificar em qual cenário que os investidores estão apostando suas fichas. Os analistas de mercado puseram as operações da Petrobras debaixo de uma lupa e chegaram a um consenso que é fundamental a redução do prejuízo reportado a 9 trimestres na sua linha de abastecimento, ou seja, importação de diesel e gasolina por preços superiores aos praticado no mercado doméstico. O gráfico a seguir mostra em milhões de dólares o prejuízo em base anual.
2009
2010
2011
2012
2013
10.000
5.000
-
-5.000
-10.000
-15.000
Podemos notar que até 2010 o segmento abastecimento gerava lucro e que a partir de 2011 começou a apresentar seguidos prejuízos pressionando o resultado da companhia. Nesse período o preço do barril (WTI) subiu de US$90 para os atuais US$104, seguido pelo dólar que atingiu a faixa de R$2,20 contra R$1,67 no fechamento do ano de 2010. Segundo a avaliação da maior corretora do Brasil, três cenários foram simulados para as ações da Petrobrás. O primeiro cenário, o mais realista e exequível, seria a redução de 50% do prejuízo com a linha de abastecimento passando dos atuais US$3 bilhões para US$1,5 bilhão por trimestre. O segundo cenário, o mais otimista e improvável, seria acabar com o prejuízo nessa linha, o que representaria um aumento significativo no preço dos derivados, algo impensável em ano eleitoral. O último cenário, e mais pessimista, seria a manutenção do prejuízo nos níveis atuais o que impactaria negativamente nos planos de crescimento da empresa. Parece que dos três cenários possíveis o mercado está acreditando naquele
que prevê a redução de 50% do prejuízo. Considerando que o lucro reportado no primeiro trimestre foi de 21 bilhões de reais (9,5 bilhões de dólares) se adicionarmos a economia de 1,5 bilhões de dólares teríamos um aumento de 15% nos lucros da companhia. O outro lado da questão são os interesses do governo na Petrobrás sobre a qual detém mais de 60% das ações ON. Se por um lado o aumento no preço dos combustíveis causa impacto na inflação, por outro a manutenção dos preços provoca a redução dos lucros e do pagamento de dividendos para os seus acionistas.
Para fechar, para pensar Frequentemente Graça Foster é questionada sobre possibilidade de ingerência política na Petrobras. Desta vez a Presidente da Petrobrás afirmou que quem controla a política de preços é a Petrobras. Tomando por base a declaração, a Petrobras estaria assumindo prejuízo com as importações de combustíveis por opção própria, e lesando deliberadamente os seus acionistas?
*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É co-autor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.
42 MACAÉ OFFSHORE
2014(*)
inside the market
Mise en scène * By Celso Vianna Cardoso
W
hen Pasadena Gate came to the fore in the first quarter, Petrobras’ shares dropped to its lowest level in 10 years, priced at 12.30 real on March 17. The government tried to avoid the creation of a Parliamentary Inquiry Commission in an electoral year. Ye after realizing the impossibility of blocking the CPI, the Brazilian worked to discredit it. The market understood the message and did not want to wait for greater revelations about this obscure episode. From then on, the market went on to buy Petrobras’ shares, making it achieve 17.30 real, an increase of 40.6% over the last four months. This column evaluates that the government actions before the accusations against the state-owned oil company’s executives and board members are going to create some uncertainty feelings, which increase the instability and attract speculators who find a perfect environment for their operations. As Petrobras’ share prices skyrocketed in this period, it is important to identify where investors will act. Market experts analyzed Petrobras and came to a consensus that it is crucial to decrease Petrobras’ losses reported nine quarters ago in
its downstream segment. In order words, it is important to decrease the imports of diesel and gasoline. The figure shows the company’s annual loss in millions of US dollars. We can notice that the downstream segment was profitable until 2010 and from 2011 on, it began to show losses affecting the company’s financial results. In this period, the barrel price (WTI) rose from 90 dollars to 104 dollars. The currency exchange rose from 1.67 real - in 2010 - to 2.20 real. According to the greatest Brazil’s brokerage firm, three scenarios were simulated involving Petrobras’ shares. The first scenario – the most realistic one – would be the reduction of 50% of the loss in the company’s downstream segment, from the current 3 billion dollars to 1.5 billion for every quarter. The second scenario – the most optimistic and the most unlikely scenario –would be solved the company’s debt in the downstream segment, which can be translated into a rise in the fuel prices. This situation is unthinkable in an electoral year. The third scenario- the most pessimistic- would be the maintenance of the current losses, which can have a negative impact on the
financial plans of the state-owned oil company. Among those three possible scenarios, the Market believes that the one that specifies the 50% reduction of the company’s debt is the most feasible. On taking into account that the profit in the first quarter was 9.5 billion dollars, if Petrobras saves 1.5 billion dollars, it will have The government’s intervention in Petrobras is the other side of the coin. In one hand, the rise of the fuel prices impact the inflation. On the other hand, its maintenance is causing problems to the company’s financial situation and harming its shareholders.
To conclude and to think Graça Foster has been questioned about political intervention in Petrobras. This time, Petrobras CEO said that the fuel prices policy is conducted by the state-owned oil company. With this statement, is Petrobras shouldering responsibility for the losses caused by the imports of fuel and thus harming its shareholders on purpose?
* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.
MACAÉ OFFSHORE 43
desTAQUE jurídico
Os obstáculos do investidor no setor de Óleo & Gás no Brasil Por Alexandre Sion*
H
oje em dia, observamos o aumento da relevância do Brasil no setor de Óleo e Gás, principalmente após a descoberta de vastas reservas de hidrocarbonetos no litoral brasileiro, nas camadas do Pré-Sal. As consequências imediatas dessa descoberta vêm se traduzindo no incremento do número de investidores que agora voltam suas atenções para o setor e, consequentemente, para as possíveis dificuldades que poderão ser encontradas na viabilização da exploração, tendo em vista as peculiaridades do setor e do mercado, bem assim, os liames legais complexos em que tais atividades se inserem. A realização de investimentos no setor de Óleo e Gás pressupõe a superação de alguns desafios. Entendemos que há algumas etapas básicas a serem observadas, começando pelo estabelecimento da melhor forma de fazer com que os investimentos alcancem retorno, senão o esperado, ao menos o razoável à manutenção dos interesses econômicos. Dentre as diversas formas possíveis para a realização de investimentos no setor, destacamos as três situações mais comuns: a capitalização de sociedades já constituídas, com aquisição de participação societária; a constituição de sociedade com o fito específico de atuar no setor; ou a aquisição de controle em uma sociedade já constituída. Destaque-se que, em se tratando de investimentos estrangeiros, uma vez feita a opção por uma das formas acima
pontuadas, será necessária a internalização dos valores a serem investidos, inclusive com o registro do ingresso no Banco Central do Brasil. Por fim, em qualquer hipótese, mostra-se indispensável um adequado acompanhamento contábil e jurídico das atividades, assegurando a correta destinação dos valores aplicados e evitando a perda do investimento realizado, ou mitigando eventuais impactos externos que se verifiquem, tais quais a oscilação dos mercados. O conhecimento e o domínio da legislação atinente ao setor de Óleo e Gás são fundamentais para que haja o retorno dos investimentos realizados. Para tanto, é primordial a identificação de assessoria jurídica especializada, com fundado know-how no setor, hábil a conduzir os aspectos jurídico-contratuais, jurídico-regulatórios e jurídico-societários que investimentos de tal natureza apresentam. Caso o investidor opte pela aquisição de uma sociedade já constituída e/ou capitalização em uma sociedade constituída, contratada a assessoria jurídica e contábil, será crucial a realização de uma due diligence para avaliação dos ativos da sociedade e verificação de eventuais passivos e riscos que possam advir, principalmente para mitigar impactos na recuperação do capital investido. A due diligence ocupa hoje papel fundamental e tornou-se pré-requisito para realização de operações como as de fusão, cisão e aquisição de sociedades e deverá
ser realizada por uma equipe técnica especializada e com considerável experiência no assunto. Relativamente a investimentos realizados por estrangeiros, há uma exigência específica, sendo necessária a nomeação de um representante legal no Brasil, uma vez que é imprescindível a existência de representante legal apto a exercer atos específicos junto aos nossos órgãos de registro e fiscalização no Brasil. De acordo com a legislação em vigor, o representante escolhido deverá ter poderes para receber citações em eventuais ações ajuizadas contra ele. Por estes motivos, sugere-se que, nestes casos, a nomeação deste representante legal seja feita de forma cuidadosa, sendo importante o estabelecimento de limites para sua atuação. Podemos afirmar que o setor de Óleo e Gás é promissor para investimentos, mas, como dito alhures, o investidor deve ter em mente o quão fundamental é fazer-se acompanhar de assessoria hábil e tecnicamente competente, haja vista as específicos nuances que a legislação setorial carrega, evitando frustrações. Ademais, não basta o interesse e a capacidade de investir, é necessário a realização de um estudo prévio do ambiente em que se concretizará o investimento, que terá resultados práticos mais robustos se acompanhado por técnicos que conheçam os liames jurídicos que podem impedir a concretização e o retorno dos investimentos que venham a ser realizados, caso não sejam corretamente considerados.
*Alexandre Sion é advogado e administrador de empresas, especialista em Direito Constitucional, pós-graduado em Direito Civil e Processual (FGV) e mestre em Direito Internacional Comercial (LLM) pela Universidade da Califórnia (EUA). Sócio-fundador da Sion Advogados.
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Judicial Highlights
Judicial challenges for investments in the O&G industry * By Alexandre Sion
T
oday we see the increasing relevancy of the oil and gas industry in Brazil, primarily due to the discovery of huge oil reserves in the Brazilian coast, known as pre-salt. The immediate consequences of that discovery have translated into growth in the number of investors who are paying more attention to this sector, as well as difficulties that might be found in the exploration activities because of peculiarities of the oil market and its complex legal frame work. Investments in the oil and gas industry may face some challenges. We understand that there are some basic steps to be taken, starting with the establishment of the best ways to assure the return on investments or, at least, maintain the financial advantages. Among possible ways of investing in the oil and gas industry, we highlight three most common situations: the capitalization of a group already constituted, through the acquisition of corporate interests; the acquisition of a group aiming to invest in the industry; or buying the majority of the corporate interests of a holding.
Once one of those situations is chosen, it is important to say that in terms of foreign investments, the internationalization of that to be invested as well as the registering of those values in the Brazilian Central Bank will be required. In any case, it is essential to follow proper judicial procedures and have an appropriate accountability in place. Experts can ensure the right usage of the investments, avoiding losses or lessening possible external impacts, such as stock market oscillations. It is essential to know the legislation on Oil and Gas in order to have the return on investments. For that, it is important to find a specialized law firm, with a profound experience in the oil and gas industry, able to work in the judicial and contractual aspects, legal framework and commercial law. After contracting accounting and law firms, an investor who chooses to acquire a company or its corporate interests must perform due diligence will be crucial to evaluate the assets of a holding and measure their potential risks, mainly to mitigate impacts during the recovery of investments.
Due diligence is vital for activities such as mergers and acquisitions and must be performed by a specialized technical staff with profound experience in this area. Foreign investors also need to hire a legal representative in Brazil to act along with an official registering branch and surveillance sectors. The legal representative must be responsible on behalf of a group in the country, according to the current legislation. Therefore, it is recommended to choose carefully a legal representative and set action boundaries. We may say that the oil and gas industry is promising for investments, but, as stated before, for avoiding problems the investor must bear in mind that contracting an efficient law firm is tantamount to deal with specific nuances in the oil and gas legislation. Furthermore, desire for investments is not enough. It is also necessary to perform a previous survey of the environment where the investment will be made. But, the investor will have better results only if the investment is made by experts who know how the judicial system works, thus avoiding a variety of international business problems.
* Alexandre Sion is a lawyer and Business Administrator. He is specialized in Constitutional Law and he holds post-graduation in Civil Law and Commercial La at University of California. He is also partner at Sion Advogados Firm
MACAÉ OFFSHORE 45
EMPRESAS & NEGÓCIOS
Oportunidades onerosas Governo brasileiro destina à Petrobras áreas com reservas gigantescas. Contudo, dúvidas sobre como a estatal aportará os investimentos necessários preocupam o mercado Por Brunno Braga
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Agência Petrobras
nvolta em escândalos provocados por suspeitas de malversação de recursos na aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, a Petrobras entrou, na última semana de junho, em mais uma polêmica. A aprovação do Conselho Nacional de Política Energética - CNPEpara que a estatal seja, sob o regime de partilha de produção, a única empresa a explorar e produzir óleo excedente em quatro áreas localizadas na chamada cessão onerosa causou surpresa, críticas e apreensão no mercado, apesar de estimativas que apontam que os campos possuam cerca de 15 bilhões de barris de petróleo. Os campos escolhidos ficam em quatro áreas do pré-sal – Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi. A Petrobras terá que desembolsar somente para pagamento de bônus de assinatura cerca de R$ 15 bilhões até 2017, sendo que para este ano, a petroleira terá que destinar R$ 2 bilhões para o Tesouro Nacional. Os contratos de partilha de produção para estas quatro áreas terão vigência de 35 anos. Após anunciada a deliberação do CNPE, as ações da Petrobras tiveram forte queda. “A percepção do 46 MACAÉ OFFSHORE
Cessão onerosa nas bacias de Campos e Santos Onerous cession in Campos and Santos basins
EMPRESAS & NEGÓCIOS
Everton Amaro/Fiesp
mercado foi a de que, mais uma vez, a Petrobras está sendo usada pelo governo federal para outros fins”, avalia Amilton Machado, diretor de energia da Consultoria GreenCoast. Segundo ele, mesmo reconhecendo a enorme potencialidade existente nesses campos, o mercado observa que a Petrobras enfrentará problemas para a condução de investimentos em função de problemas de caixa que a empresa enfrenta atualmente. “Sem dúvida, esses campos apresentam um volume de reservas excepcional. Mas, será que a Petrobras conseguirá dinheiro para contratar sísmica, novas plataformas, sondas, barcos de apoio e tudo mais que as atividades exigem sem comprometer ainda mais a saúde financeira da empresa? Vale lembrar que para as atividades de Libra, a Petrobras tem 30% do consórcio e já representa um enorme peso. No caso das novas áreas, a Petrobras terá que arcar com 100% dos custos, fora o pagamento de bônus de assinatura para o governo federal. É um fardo
Dra. Maria D’Assunção Costa critica decisão do CNPE Mrs Costa criticizes CNPE decision
sem sentido para a empresa”, comenta Machado. Já do ponto de vista jurídico, a advogada Maria D´Assunção Costa, doutora em energia pelo IEE/USP, afirma que a decisão do CNPE extrapolou as
suas atribuições legais. Ela explica que o órgão, por foça da Lei 9478/97, é um conselho propositivo, que trabalha para o assessoramento da Presidente da República para a formulação de políticas e diretrizes para a política energética. “Por isso, é de legalidade duvidosa uma determinação sua que altere as atividades da Petrobras. A questão econômico-financeira deveria ser discutida e divulgada a exemplo do que é feito, anualmente, com o Plano de Negócios da empresa. Depara-se com mais uma decisão imperial que não considerada o sistema normativo brasileiro”, condena a advogada. Ela conta ainda que a realização de um leilão seria essencial para dar uma face mais transparente ao processo e permitir com que a sociedade acompanhe todas as etapas do certame. “Embora tenham sido divulgadas justificativas plausíveis a forma utilizada para essa decisão não colabora com os princípios que devem nortear a atuação do setor público.
“Não haverá impacto financeiro”, diz a empresa Já a Petrobras buscou se defender das críticas, informando que a exploração do óleo excedente das áreas determinadas representa uma ótima oportunidade. Em nota, a petroleira afirma: “Esta contratação constitui uma oportunidade para a empresa de assegurar a sustentabilidade da produção em consonância com o Plano Estratégico 2030 e alinhadas aos fundamentos do Plano de Negócios e Gestão 2014-2018, focado na disciplina de capital, gestão integrada do portfólio e prioridade para os projetos de exploração e produção no Brasil”.
A empresa informou, ainda, que os compromissos a serem assumidos pela Petrobras para o período do PNG 2014-2018, não vão impactar os seus resultados e indicadores de financiabilidade. “Além disso, as áreas conferem, no horizonte do Plano Estratégico, a elevação do retorno sobre o capital empregado de toda a Companhia ao aumentar substancialmente a participação dos negócios de E&P no seu portfólio de investimentos”, alega. Segundo a presidente da empresa, o montante de investimentos
que serão feitos para o desenvolvimento das atividades nas áreas de óleo excedente da cessão onerosa ficará em US$ 1,2 bilhão de 2014 a 2018; US$ 9,7 bilhões em 2019 e 2020; e US$ 39,8 bilhões de 2021 a 2030. Contudo, a executiva disse que caso a Petrobras tivesse que fazer, sozinha, estudos de aquisição das áreas cedidas pelo CNPE, a empresa teria gastos adicionais de cerca de US$ 18 bilhões. Para buscar equilibrar o caixa, a Petrobras disse que terá participação menor nas futuras rodadas de licitação.
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COMPANIES & BUSINESS
Onerous
opportunities
Brazilian government give Petrobras huge oil reserves. Yet doubts about how the company will conduct the investments concern the market
By Brunno Braga
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mid scandals caused by suspects of misusing of resources in the acquisition of a refinery in Pasadena, Petrobras is now involved in another controversy. The National Energy Policy Council (CNPE) approved last June the direct contracting of Petrobras to produce the excess volume of oil in four areas located in the so-called onerous cession. This decision sparked criticism, though , those areas are estimated at 9.8 billion to 15.2 billion barrels Buzios, Iara, Florim and Tupi are the fields where Petrobras will operate over the next 35 years. Under the new contract, Petrobras will pay a R$2 billion signing bonus this year and will advance to the federal government R$15 billion between 2014 and 2017. The market reacted negatively to the decisions and the CNPE decision sent preferred shares in Petrobras down. “The market fears the government is compromising the company’s capacity of paying its creditors,” said Amilton Machado, consultant at Green Coast Engineering. To him, even though those areas present an enormous potential, this decision affects the already strained financial situation of the company, 48 MACAÉ OFFSHORE
“Surely, those fields present huge oil reserves. But, Is Petrobras able to contract seismic, FPSOs, drilling rigs and support vessels without straining its financial health? It is important to remember that in the Libra field, Petrobras holds 30% of the project and in those areas the company will start to work without partners. This situation burdens the company.” On the judicial side, Maria D’Assunção Costa, lawyer and with a doctorate in Energy at the University of São Paulo, said that the CNPE extrapolated its legal duties. She explains that the CNPE, under the law n 9478/97, is a special council which works to advise the President in issues related to energy policies. “Therefore, this decision modifies the legality of Petrobras’ activities. The company’s financial situation should have been discussed and released. Actually, this was like an imperial decision that did not take into account the judicial system in Brazil,” said Mrs. Costa. She also said that a bidding round would be appropriated because it would give more transparency in the process. “Although Petrobras tried to explain this decision to its shareholders, the CNPE ‘s decision did not work in accordance with the public interest.”
Finances will not be affected, says the company Petrobras responded to the critics saying, through a statement, that oil activities in those areas represent great opportunities for the company. “This contract is a good opportunity for the company on order to assure its production sustainability in accordance with the Business Plan 20142018 and the Strategic Plan 2030, which focus on fiscal discipline, integrated management and with priority for drilling projects in Brazil.” The company also informed that is committed to the Business Plan 2014-2018 and the CNPE’s decision will not affect the company’s financial. “In addition, those areas will ensure the return on investments through the expansion of the company’s portfolio.” The state-owned oil company will invest roughly 50 billion dollars to improve the activities in the onerous cession areas. Yet Petrobras CEO Graça Foster said the company saved 18 billion dollars since Petrobras did not have to research the areas to evaluate the presence of oil there.
rede petro-BC
Números da inadimplência crescem e preocupam mercado de Petróleo e Gás Por Ive Talyuli
Divulgação
O aumento da inadimplência no mercado de Petróleo, Gás e Energia é um assunto que continua em pauta entre as empresas que atuam no segmento. Atingindo valores cada vez maiores, a dívida por parte de terceirizadas da Petrobras tem impactado diretamente as micro e pequenas empresas, responsáveis pelo fornecimento de bens e serviços. Preocupada com a situação, que atinge boa parte de suas associadas, a Rede Petro – Bacia de Campos realizou um levantamento, detectando que 20% das empresas que compõem a instituição possuem valores a receber de terceirizadas. O número é preocupante e, somados, os débitos são da ordem de R$ 8 milhões. Buscando uma solução para o problema, a Rede Petro-BC entregou um documento a Petrobras, reivindicando que a estatal dê atenção a situação vivida pelas empresas da região. Além da Petrobras, a instituição também enviou uma carta a empresa MPE Montagens e Projetos Especiais, ganhando o apoio da Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM) e da Comissão Municipal da FIRJAN. “Nosso objetivo com a carta foi solicitar uma reunião com a empresa, a fim de discutirmos propostas para pelo menos diminuir os impactos da inadimplência”, explicou Evandro Cunha, um dos coordenadores da Rede Petro – BC.
O assunto vem sendo pauta constante nas reuniões mensais do Comitê Gestor da Rede Petro-BC, que acompanha de perto a situação. “Já temos notícias de muitas empresas que correm o risco de fechar as portas por não receberem pelos serviços prestados. Além de não estarem recebendo, também não conseguem pegar de volta os equipamentos, ou seja, eles continuam sendo usados sem que as empresas recebam pelo fornecimento”, ressaltou Evandro. Após a entrega do documento a Petrobras, os coordenadores da Rede Petro-BC tiveram a oportunidade de se reunir com o gerente geral da Unidade de Operação e Produção da Petrobras na Bacia de Campos (UO-BC), Joelson
Mendes. “Ele entendeu o impacto que o mercado vem sofrendo, o que é muito significativo para nós. Vamos continuar reivindicando que esta situação seja solucionada, pois as consequências são visíveis até mesmo no comércio. Muitas empresas estão realizando demissões em massa, o que diminui a circulação financeira no município”, concluiu. Além de encerrar os impactos da inadimplência, através do contato com a Petrobras, a Rede Petro-BC espera ainda poder resgatar os ativos das empresas prestadoras de serviços e locação de equipamentos, que estão retidos em algumas das terceirizadas, que possuem pagamentos atrasados.
A Rede Petro-BC é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover, articular e fomentar a geração de negócios entre os atores da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia da Bacia de Campos. Seu desafio principal é atender as demandas da principal área de exploração e produção brasileira, investindo constantemente em estudos para a viabilização de projetos em que a promoção de negócios se dê através da competitividade, gerando oportunidades de negócios às empresas e instituições envolvidas.
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rede petro-BC
Defaults rise and concern Oil and Gas market By Ive Talyuli
The rising default in the Oil and
region. In addition to Petrobras,
After delivering the docu-
Gas market is an ongoing subject
the institution also sent a letter
ment to Petrobras the Rede Petro-
matter within the companies that
to the company MPE Montagens
BC coordinators had the opportu-
operate in this segment. Reaching
e Projetos Especiais, and gained
nity to meet with the general ma-
ever
the
the support from the Macaé Trade
nager of the Petrobras Operation
Petrobras third-party contractors’
increasing
numbers,
and Industry Association (ACIM)
and Production Unit in the Campos
debts have directly impacted mi-
and
Municipal
Basin (UO-BC), Joelson Mendes.
cro and small companies respon-
Commission. ‘Our aim with the let-
‘He understood the impact that the
sible for the supply of goods and
ter was to request a meeting with
market has been sustaining, which
services.
the company, in order to discuss
is very meaningful to us. We will
proposals to at least diminish the
continue to vindicate that this situ-
impacts from the default’, explai-
ation be solved, because the con-
Concerned with the situation, which affects a good portion of its
from
FIRJAN’s
ned Evandro Cunha, one of the Rede Petro-BC coordinators.
members, Rede Petro - Campos
institution’s constituents have receivables to collect from third-party contractors. The figure is unsettling and the overall debts amount to R$ 8 million.
de. Many companies are firing en mass, which decreases the money circulating in the city’, he conclu-
Basin (BC) conducted a survey and detected that 20% of the
sequences are visible even in tra-
This has been a constant topic
ded.
in the monthly meeting agendas for the Rede Petro-BC Management Committee, which is closely monitoring the situation. ‘We already have reports that many companies are at the risk of closing their doors because they have not received
In search for a solution to this
for services performed. Besides
problem Rede Petro - BC submitted
not getting paid, they are also una-
a document to Petrobras deman-
ble to get their equipment back,
ding that the state-owned company
that is, they continue being used
pay attention to the situation expe-
without the companies receiving
rienced by the companies in this
for the supply’, remarked Evandro.
In addition to stopping the impacts from the default by contacting Petrobras, Rede Petro-BC also hopes to be able to recover the service provider and equipment rental companies’ assets that are retained at some third-party contractors with payments overdue.
*Texto traduzido pela Datatrans
Rede Petro-BC is a non-profit organization whose purpose is to promote, articulate and foment business generation among the Campos Basin oil, gas and energy productive chain players. Its main challenge is to meet the demands of the primary Brazilian exploration and production area by constantly investing in feasibility studies for projects in which business promotion is achieved through competitiveness, thus generating business opportunities to the companies and institutions involved.
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