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Sérgio Frug ............................................................................................................15 e

Foto: EBC - Brumadinho Mas devemos compreender o que deve ser feito; como abrir mão de algo que não serve mais, ou dos próprios desperdícios habituais do dia-a-dia. E a partir daí trabalhar na educação da nossa vontade, fortalecendo-a. A crise é o momento em que somos chamados a ver o que não estamos vendo, a lidar com aquilo que não queremos, ou simplesmente realizar efetivamente aquilo que já sabemos ser preciso.

Também é possível tirar proveito indevido da crise, mas isto com certeza gerará outra crise até que o defeito seja corrigido. Pois é sempre de crise em crise que vamos nos construindo, acertando nossas idéias, nossas ações, nossas crenças, nossas visões, nossos princípios. Podemos ler e reler incansavelmente obras e obras educadoras e inspiradoras do espírito humano, mas nada haverá de se comparar à efetiva experiência da crise. Seja bem-vinda a crise, como já dizia Confúcio, que não se conformava quando as coisas mantinham a aparência de boazinhas. Sabia ele que tudo está sempre em movimento e que sem a ocorrência da crise tudo se estagnaria. Vamos enfrentar, vamos crescer, vamos reconhecer e trabalhar para desenvolver os nossos próprios talentos. Vamos morrer e renascer quantas vezes for necessário para nos tornarmos verdadeiramente humanos e íntegros. Tudo para que se possa encontrar finalmente a alegria primordial que habita o ser interior, aquela que anda fugidia, já que confundida com tantos eventos externos. Saúde, sustento e alegria, aprendi com a sabedoria judaica. E quem poderá sentir-se feliz perdendo alguma dessas três dádivas divinas?

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Sra. Zuleide Bento Lima in memorian

Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Zuleide Bento Lima, nascida em Iramaia, no interior da Bahia em 17 de julho de 1960, naturalizada em São Paulo - São Paulo, onde viveu dos seus 18 anos até a data de seu falecimento, aos 61 anos, em 20 de julho de 2021. Teve uma infância intensa e marcante na região da Chapada Diamantina, na Bahia, repleta de alegrias, cercada por seus irmãos, primos e amigos, comendo doces simples que lhe remetiam boas memórias de sua vida. Sua infância era repleta de brincadeiras divertidas, relembrava em sua rotina enquanto adulta contando aos seus filhos, as lendas contadas pelas suas tias. Relatava que fazia travessuras, uma delas era roubar leite em pó da casa de uma senhora, com a sua irmã. Era filha de uma mãe cuidadosa e dedicada, uma grande dona-de-casa e ser humano, a dona Amália Bento Lima. E de um pai, que trabalhava intensamente para dar à sua família as melhores condições possíveis de vida, Clemente Bento da Cunha. Admirava quando crianças, os seus irmãos mais velhos Zilmar Lima e Carlos Bento, pois os achava muito inteligentes. Após a morte de seu pai. Morou com a sua família no início da sua vinda para a cidade grande, no bairro da Vergueiro em São Paulo, com a sua mãe e seus irmãos. Sendo uma das poucas de 11 irmãos a permanecer na megalópole paulistana, morando sozinha algumas vezes em repúblicas outras em pensionatos do centro da cidade, como na região do Brás, tendo que lutar bravamente pela sua sobrevivência. Em meio a muitos desafios, conheceu Paulo Alves da Silva, seu esposo e foi acolhida carinhosamente pela sua família, a Família Alves desde 1983, com muito carinho, amor e cuidados, em um momento em que encontrava-se com a sua saúde fragilizada, entendendo novamente o significado de família, pois pensara que quem vivia na cidade de São Paulo não tinha um núcleo familiar. Zuleide Bento Lima, foto acervo pessoal, de 2021.

Zuleide Bento Lima, foto acervo pessoal, de 2021. Trabalhou muito, foi telefonista de um hospital no bairro da Mooca em São Paulo, atuou como vendedora em uma loja de conveniência japonesa, mas nesta profissão ficou por pouco tempo, pois gastava parte de seu salário comprando brinquedos para os seus filhos. Fez o curso do Magistério com muito esforço na Escola Estadual Rui Bloem, por incentivo de sua cunhada Valdete. Teve quatro filhos Bárbara, Thais, Wesley e Paulo Júnior. Sempre foi uma mulher de garra, ao qual amava cuidar de seus filhos, e posteriormente aos recém-chegados netos Giuliano, Paola, Giovanna, Gabriela e Heitor, noras Anne e Fabiana, e genros Giuliano e Willian. Realizou a sua faculdade tão sonhada de Pedagogia tardiamente, na Universidade de Santo Amaro, e muito se orgulhava da conquista do seu diploma. Amava cozinhar, principalmente para a família, era intensa em suas ações, emotiva e carinhosa. Tinha uma história de vida na religião católica, mas se convertera ao evangelismo, no início dos anos 2000 e nos últimos quinze anos liderava o grupo das crianças da igreja evangélica Assembleia de Deus. Realizando eventos, promovendo ações beneficentes e atuando como uma missionária da igreja, quando muitas vezes reconhecia que a sua missão, poderia ser no futuro visitar países vizinhos, para pregar o evangelho. Teve uma trajetória de vida de superação, alfabetizou muitos adultos e idosos durante a sua atuação profissional no início dos anos 90, empreendeu tendo uma escola infantil para crianças na pré-escola, foi servidora pública da prefeitura municipal de São Paulo, atuando há mais de 25 anos na rede de ensino, acreditava na metodologia de ensino de Paulo Freire e que o educando tem que ter autonomia para o seu processo de aprendizagem e pode construir as suas experiências com liberdade e era uma apaixonada pelo estudo da língua inglesa e autodidata. Deixa muitas saudades, deixa a sua marca na vida das pessoas, pois ela mudou vidas, foi um exemplo de honestidade, dignidade, respeito e amor ao próximo. Por onde passava animava o ambiente, amava viver. Foi uma mãe e avó leoa, exerceu um papel como ser humano, com muita valentia, deu a sua vida pela sua família. Plantou a semente de que na vida tudo passa, menos o conhecimento adquirido pelos estudos, o valor da família e o amor a Deus. Amava todos os seus amigos e familiares, realizou muitos sonhos, comprou a sua casa própria, conseguiu a sua carteira de habilitação e viu seus filhos se casarem. Porém tinha alguns sonhos em mente, ter um sítio com animais, concluir a sua pós-graduação em Letras e viajar com os seus netos para a cidade de residência de seus familiares da Bahia, Vitória da Conquista. O seu sobrenome era cuidado. Hoje é uma estrela preciosa que brilha nos céus, e descansa o sono dos justos e dos puros de coração. Seu maior desejo era ver os seus filhos e netos bem, em harmonia e em segurança. Partiu precocemente, mas entendemos que a sua missão foi cumprida com êxito na Terra. Ela nos deixou grandes lições de vida que levaremos para sempre. Por Thais Bento Lima da Silva (Gerontóloga, Docente do curso

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