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João Aranha 15 a

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Jane Barreto 73 e

Jane Barreto 73 e

A Idade do Ouro - Lucas Cranach - pt.wahooart.com rejeitar os deuses (que não suportam que os homens sejam felizes), não tendo medo da morte, regulando os desejos e suportando com paciência a dor. Na Idade Média, para usar um termo atual, a felicidade foi cancelada e Santo Agostinho deixa claro que a busca da felicidade é inacessível nessa vida. Portanto, por não ser possível ser feliz aqui é preciso acreditar numa vida próxima, no outro mundo. No entanto, há vários exemplos de pessoas e povos que insistem em buscar um paraíso terrestre. São os tempos da busca das ilhas da bem-aventurança, onde todos seriam felizes. Muitos desses lugares ainda constavam de alguns mapas de não muito tempo atrás. Hoje sabemos que as religiões, os sistemas políticos, o socialismo, a democracia, o utilitarismo, os humanistas e até mesmo os anarquistas, e tantos outros, ainda insistem em adotar uma fórmula mágica que possa indicar o caminho para se obter a tão sonhada felicidade. Não basta, como fez os Estados Unidos e posteriormente a Revolução Francesa, incluir na sua constituição direitos inalienáveis como à vida, à liberdade e à busca da felicidade. A psicologia freudiana e outras correntes filosóficas dizem que na realidade a felicidade absoluta é impossível de ser conquistada. Se ninguém é feliz como saber o que é felicidade. Por sempre querer mais o homem não pode ser feliz. O melhor então seria se contentar com as pequenas e fugazes felicidades, como diz a canção de Tom Jobim e Vinicius de Moraes

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A felicidade é como a pluma

Que o vento vai levando pelo ar

Voa tão leve

Mas tem a vida breve

Precisa que haja vento sem parar

Poderosaaa... Olhar de diamante

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

“Terra á visa”! Chegaram os colonizadores, homens que desbravaram terras, e saciavam seus desejos com as índias. Em 1549 Padre Manoel da Nóbrega pediu para o Rei João III que enviasse mulheres para se tornarem esposas e assim construírem famílias sob as bênçãos da Igreja, mandaram as órfãs! Com a vigência da escravidão muitas mulheres tinham a função de procriação e depois a prostituição passou a ser em larga escala. A objetificação da mulher é histórica, tanto quanto objeto sexualizado como para produção, com altas jornadas de trabalho por menores remunerações. Turismo sexual é comum, brasileiras assediadas em outros países também. Nosso funcionamento cerebral é moldado pelas experiências sociais e culturais, assim, músicas, novelas, propagandas e discursos vão impregnando as mentes e amalgamando a subjetividade feminina. Quantas mulheres sofrem com receios de não serem queridas por engordarem, quantas passam por procedimentos dolorosos com aumento de risco para a saúde em nome da estética e da busca pela aparência jovem!!!! Quantas se sentem glamurosas descendo até o chão e satisfazendo olhares erotizados! Lanço meu olhar para aquelas que no dia a dia enfrentam a vida como ela é!!! Sintetizo as Marias, Franciscas, Do-

magazine 60+ #33 - Março/2022 - pág 19

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