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Norberto Worobeizyk 37 a

também nos ensina mais sobre estrelas no resto do universo”. Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas da NASA, em um comunicado em uma reunião da União Geofísica Americana. A passagem da espaçonave pela coroa solar permitiu uma amostragem sem precedentes de suas partículas e campos magnéticos, abrindo um novo capítulo no campo da ciência solar e nossa compreensão de como o sistema solar se formou. Um dos objetivos é aprender mais sobre como a energia e o calor viajam pela atmosfera do Sol; algo que pode revelar pistas sobre como a vida se desenvolveu na Terra e como surgiram outras estrelas ao redor do universo. Figuras Em sua jornada para a atmosfera superior do Sol, a sonda espacial Parker estabeleceu uma série de recordes: tornou-se o objeto mais rápido já feito; atingiu uma velocidade de 586.864 km/h. (rápido o suficiente para dar 13 voltas ao redor da Terra em uma única hora). Lembre-se, ele superará esses números mais uma vez no final deste ano, depois de mais uma vez usar Vênus para se aproximar do Sol em velocidades muito mais altas do que nunca. “Ao voar tão perto do Sol, Parker é capaz de detectar condições na camada magneticamente dominada da atmosfera solar, a coroa, que nunca pudemos observar antes”, disse o astrofísico Nour Raouafi, cientista do projeto Parker no Laboratório. para Física Aplicada. JohnsHopkins. “De fato, podemos ver a espaçonave voando através de estruturas coronais que podem ser vistas durante um eclipse solar total.” Ao longo de sua missão de sete anos, a Parker fará um total de 26 aproximações à estrela usando várias manobras gravitacionais de Vênus para aproximá-la cada vez mais. Este foi o oitavo e o que realmente penetrou na coroa. A sonda espacial continuará a se aproximar do sol e mergulhar mais fundo na coroa até sua grande órbita final em 2025.

Fonte: Muito Interessante

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Meu filho achou meu texto “meio pra baixo”

Sonia Fernandez

Eu imaginava ter escrito um ensaio-manifesto “A passividade do sentir e seu caráter revelativo e ocultante”, publicado no último número desta revista, na coluna Literatura e vida. Manifestos se escrevem dentro de um contexto de indignação, de copo cheio ou de desejo de agitar para melhorar. Conforme afirmou José Miguel Wisnik, a respeito da provocação de Rui Castro sobre a São Paulo da Semana de Arte Moderna versus a Modernidade do Rio de Janeiro, a finalidade da boa provocação é colocar para cima e não rebaixar, por isso, me incomodou tanto o comentário de meu filho. Escrevi o texto, na perspectiva de copo cheio, tal qual se deu na Semana de Arte Moderna de 1922 e, em face da qual me encontrava, quando das comemorações dos cem anos daquele acontecimento, de importância indiscutível para a cultura brasileira. O objetivo, portanto, era fazer uma provocação com o propósito de sacudir, no sentido positivo de “veja como temos coisas para revisar no nosso modo de perceber a arte e a vida”. Parece que o tiro saiu pela culatra, pois, levei logo de cara um “achei um texto (meio) pra baixo”. “Meio”, porque meu filho é educado. Não foi o bastante para atenuar meu desconforto. A surpresa ficou por conta da conotação dada à palavra “passividade”, o mesmo recorte feito por outros leitores meus conhecidos. Eu tinha consciência da negatividade da palavra e, era de esperar-se que ela gerasse rejeição. No entanto, eu a escolhi com vistas a incomodar mais do que causar desinteresse. Mas, não seria a primeira vez que o leitor devolve para o escritor munições que ele atira, querendo acertar um alvo e o projétil escolhe retornar ao atirador. Essa é a dinâmica da linguagem. E, em tempos de guerra generalizada, é bom estar preparado. Eu não estava, por isso, este novo texto, para seguir com o tema que acho revelativo. É fato também que entrar em contato com a potência ignorada dos acontecimentos de 1922, me colocou em estado de urgência, o que explica, em certa medida, que a neutralidade

magazine 60+ #34 - Abril/2022 - pág.43

arquivo explícita ou disfarçada, a que o texto se referia, pegou o leitor na sua letargia. Feitas as contas: “texto pra baixo”. Eu que escreva outro. E a ele me dedico com o mesmo entusiasmo, porém modifico o tom e amplio o espectro do fenômeno passividade, uma vez que ela favorece outras associações. Uso a palavra fenômeno, dado o caráter de continuidade, de desdobramento que julgo conter o movimento de 1922. Tanto que fuçando (é bem o termo) na Internet, encontrei um vídeo da cantora Badi Assadi, no qual ela faz um comentário sobre o contexto da apresentação da canção “Comportamento Geral”, de Gonzaguinha, no programa televisivo e muito popular, o de Flavio Cavalcanti, em 1973, quando foi rejeitada e censurada, na sequência. Coincidentemente ou não, depois desses episódios, o disco vendeu um número de cópias muito acima do normal para a época, numa demonstração de que o copo desse ano, como o de 1922, também estava cheio. Copo transbordando, em ato continuo, o público a cantou em diferentes situações de protesto e, apesar da tensão, a canção se tornou mostra de atitude daquela geração, que culminou endossando o coro que resultou no processo de “Abertura Política”. Gestos que contrastam com apatia ou indiferença. Pois bem, Badi Assadi expressa tanto no preâmbulo como na interpretação um pouco da minha presente energia voltada para tratar da “passividade do sentir” de nosso tempo. A releitura que ela faz da canção é magnífica e eu recomendo ouvi-la no youtube. Especialmente, porque o refrão “você merece”, que tanto incomodou a censura dos anos 1970 e era bastante negativa para muitos ouvidos, pode ser lido de modo análogo ao efeito produzido pelo meu texto em meu filho. Ele está vivenciando pela primeira vez nos seus quarenta anos um estado de inércia que é ocultante das particularidades de sua geração e isto também pode ser muito pra baixo. Mas, meu ofício é tributário da boa e velha dialética na arte e na vida, com o que opto pela reflexão e pela continuidade da conversa. Assim, repito neste o caráter de manifesto que quis dar ao texto anterior e construo à moda modernista um contraponto entre a letra da canção “Comportamento Geral”, de Gonzaguinha e o poema “Ode ao burguês”, de Mário de Andrade que, espero, estimule a leitura desses textos e de outros congêneres. Um convite, então, a não negar a negatividade.

Dessa forma, reitero que vida e literatura pensadas em conjunto podem dar a medida de como a linguagem poética é capaz de explicitar diferentes formas de passividade, tanto as emitidas como canto coletivo para a sociedade, caso da “Ode ao burguês“ (Pauliceia Desvairada, publicado em 1923):

“Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, O burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva, o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,

É sempre um cauteloso pouco-a-pouco!”, quanto as emitidas por indivíduos em nome de outros indivíduos, como na canção “Comportamento geral”: “Você deve notar que não tem mais tutu E dizer que não está preocupado Você deve lutar pela xepa da feira E dizer que está recompensado. Você deve estampar sempre um ar de alegria E dizer: tudo tem melhorado Você deve rezar pelo bem do patrão E esquecer que está desempregado. Você merece Você merece Tudo bem, tudo legal Cerveja, samba e amanhã, seu Zé Se acabarem teu carnaval.”

O poema completo de Mário de Andrade tem 46 versos e foi proferido justamente na Semana de Arte Moderna de 1922. Tratava de colocar em relevo os maus hábitos dos burgueses, como também as consequências maléficas de suas ações em relação aos “seu Zé”, invocados na canção de Gonzaguinha. Nessa, a personagem impassível, destacada pelo vocativo, que também simula um diálogo que não existe, tal a distância social entre poeta e invocado, não responde à advertência “Se acabarem teu carnaval”. Nada parece tirar seu Zé da inação. Esse seu Zé, é bom destacar, passou a ser nomeado, ainda que precariamente, cinquenta anos depois que o “burguês-níquel” foi insultado por Mário de Andrade. Ele é um símbolo da letargia dos anos 1970, enquanto na “Ode ao burguês”, eles (os seus Zé) nem eram nomeados. Só o burguês e suas idiossincrasias eram mencionadas. Assim que de inércia em inércia, vimos atravessando décadas. A letra da canção de Gonzaguinha, tão longa quanto o poema de Mário, oferece ao leitor razões de sobra para pensar nas situações denunciadas, porém tanto em 1922 como em 1973 elas não foram suficientes para gerar ações, não diria contundentes, porque a maré não era para peixe, mas reflexões, construções, elaborações que, talvez, teriam colaborado para que seu Zé e Arnaldos de hoje fossem melhores leitores. Cada um tem sua expectativa. Essa é a minha. Justiça seja feita, em muitos âmbitos, muita coisa foi feita. E como cada época tem sua potência para revelar as mazelas dos homens, enquanto outras tem potência para ocultá-las, a arte vai

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