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Veterinária USP 31 e
Foto: Arquivo ro contato deve ocorrer com segurança, se possível, com duas pessoas que possam segurá-los e evitar confrontos; deixe que eles se cheirem e vá observando como reagem.
Faça carinho e dê estímulos positivos quando se comportarem bem, pode agradar com petiscos também. Não repreenda quando houver brigas, lembre-se que é um processo difícil para eles. Tranquilidade, segurança e conforto são importantes para garantir a boa convivência futura. É importante lembrar que pode ser um processo demorado, cada animal possui suas emoções e seu próprio tempo para se adaptar a novas mudanças, respeite o tempo do animal!
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Evite despertar a competição entre eles dando atenção, carinho e recompensas para um e negligenciar o outro. Caso um deles adote comportamentos para chamar sua atenção, não aja com indiferença ou repreensões, procure brincar, agradar e dar carinho na mesma medida para ambos; isso os acalma, evitando brigas.
No começo, evite deixá-los comer juntos ou um ter acesso aos potes do outro, para evitar competições por comida e disputa por território. Primeiro permita que compartilhem o ambiente e a rotina e, aos poucos, permita que comam juntos, observando sempre se um deixa o outro comer.
Passeios e brincadeiras antes das apresentações iniciais também podem ter um papel estratégico nessa hora, acalmando os animais e contribuindo para adaptação. Quando necessário, pode-se consultar um Médico Veterinário para realizar a feromoioterapia, ou seja, o uso de feromônio no animal com o objetivo de modular seu estado emocional, de forma a reduzir a ansiedade e comportamentos indesejados; existem produtos específicos para cães e para gatos. Texto escrito por Luana Helena Antonini Gaia com a colaboração de Matheus Almeida Baracho do Nascimento, Larissa Silva Santos e Evelise Oliveira Telles, membros do Projeto Santuário.
Se tiver sugestões de temas ou dúvidas entre em contato pelo e-mail: papoanimal60mais@gmail.com. Nos siga nas redes sociais: Instagram: @projetosantuariousp e Facebook: Projeto Santuário - FMVZ USP. Ficaremos muito felizes em ter você conosco!
No rio, um castelo donde 850 anos nos observam
Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+
Reza a lenda que, em noites de luar, se avistam as vestes brancas de um Templário vagueando pelas ameias do castelo de Almourol.
O Castelo de Almourol eleva-se no meio do rio Tejo, na freguesia de Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém, em Portugal. Erguido num afloramento de granito a 18 metros acima do nível das águas, envolto numa auréola misteriosa e romântica, originou contos e lendas que ao longo dos tempos povoam o imaginário. Foram os Cavaleiros Templários que construíram a fortaleza do Castelo de Almourol no topo de um antigo forte romano. Situa-se numa pequena ilha de 310 metros de comprimento por 75 metros de largura. Almourol, numa ilha mágica ocupada por diferentes povos Segundo a tradição e os achados descobertos nas escavações arqueológicas de 1899, os Romanos tiveram aqui permanência. No século VIII foi a vez dos mouros, que conquistaram a fortaleza de Almourol e a denominaram Al-Morolan, que significa pedra alta. Em 1129, os portugueses conseguiram expulsar os mouros da região, durante a Reconquista Cristã. D. Afonso Henriques decidiu então entregar o comando do forte e a missão de defender a região do Ribatejo, aos cavaleiros da Ordem dos Templários. Foi reconstruído em 1171 pelo Mestre Templário Gualdim Pais que lhe deu a forma estruturante que chegou à atualidade. Apresenta pequenas dimensões, mas é um castelo que, do ponto de vista estrutural, é um emblemático exemplo da arquitetura militar da época. Revela os conhecimentos e a mestria dos Templários e o extraordinário aproveitamento do local: planta quadrangular, muralhas reforçadas por torres circulares e uma torre de menagem. Como o Tejo foi zona de fronteira e via de comunicação, aquela edificação desempenhava uma importante função de vigilância. Devido à sua localização estratégica acabou por exercer um papel militar muito relevante. Os produtos oriundos de várias regiões passavam pelo Tejo até Lisboa: azeite, vinho, trigo, cortiça, carne e madeira.
magazine 60+ #36 - Julho/2022 - pág.33
Em 1118, nove cavaleiros franceses decidiram fundar a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo. Conhecidos, também, como Cavaleiros do Templo de Salomão ou simplesmente Templários. Constituíam uma ordem militar de Cavalaria, uma irmandade cujo objetivo inicial era proteger os peregrinos que voltavam a fazer o perigoso caminho até Jerusalém. A organização existiu durante cerca de dois séculos na Idade Média (1118 – 1312), tendo sido fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096 para defender os peregrinos cristãos que iam até Jerusalém. Os cavaleiros de manto branco que ostentavam a cruz vermelha, eram simultaneamente guerreiros, cavaleiros e monges, com votos de pobreza, castidade e obediência. Tiveram um papel importante na história de Portugal desde o reinado do primeiro Rei de Portugal até aos Descobrimentos. Com a extinção da Ordem do Templo em 1311 o castelo de Almourol passa a integrar o património da Ordem de Cristo, sucessora dos Templários. A perda da sua importância estratégica leva o castelo de Almourol ao abandono, voltando a ser restaurado no final do séc. 19, com os ideais do Romantismo. Aumentando o mistério, algumas teorias defendem que as muralhas do castelo não serviram apenas para defender o país que estava à sua volta, mas também para proteger um tesouro no seu interior. As lendas de Almourol As pedras do castelo contam lendas e oferecem uma magia constante: D. Ramiro e Dona Beatriz, os gigantes Dramusiano e Almourolan, a princesa Ari e moiras encantadas.
Amores trágicos Uma das lendas diz-nos que, aquando da reconquista cristã, vivia em Almourol um rei mouro que tinha uma filha muito bela, que se apaixonou por um cavaleiro cristão. A princesa revelou-lhe os segredos da entrada do castelo. Mas traições no amor infelizmente já aconteciam na época. Um dia o cavaleiro usou a informa-