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Ebe Fabra 93 a

Ebe Fabra 93 a

povo. É por isso que o cidadão deve examinar o candidato antes de votar e a mídia tem de fazer o mesmo com os eleitos e os ocupantes de cargos públicos. E não apenas em época de eleição. É preciso atenção aos atos praticados ao longo do mandato. Às vezes temos a sensação de que passado o pleito o eleitor guarda o título e só volta a pensar no caso na próxima eleição. Dizem que poder e dinheiro mudam a pessoa. Será verdade? O cidadão idôneo, honesto e probo que assume cargo importante numa empresa privada, estatal ou governo, ainda que tentado pelo capeta, tornar-se-á corrupto? Seu caráter muda porque ficou rico, importante ou poderoso? Não. Se ele é idôneo, honesto e probo, continuará assim, na riqueza, na fama e no poder. Canalhas, corruptos e desonestos, uma vez investidos de poder, continuarão canalhas, corruptos e desonestos, só que em patamar mais elevado. Fama, dinheiro e poder não mudam o caráter do indivíduo, apenas potencializam o que ele já é.

Quem é fiel nas pequenas coisas, também será nas grandes e quem é desonesto nas coisas pequenas, também será nas grandes. Todo corrupto, canalha e desonesto que se diz regenerado, jura que mudou e se tornou uma pessoa melhor, mente. O escorpião é pequeno, frágil e nunca será dócil, gentil. Na primeira oportunidade, pica a vítima. Jamais muda sua índole, assim como o tigre não muda de listras. Corruptos também não mudam. Fujamos de todos, corruptos e escorpiões.

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Foto: Infoescola

Crônicas do Brasil - Parece mas não é Fica Presidente

Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

A manifestação ocupa a maior parte das avenidas centrais da capital da república. A multidão aglomerada nas praças pega de surpresa boa parte dos políticos e da mídia conservadora. Os comícios se sucedem com a presença de líderes sindicais e populares. Querem que o presidente da república continue no cargo, mesmo tendo cumprido o seu mandato. Um golpe dentro do golpe clama a oposição. O que o mundo político espera é a realização de eleições livres, sem a interferência dos militares. Estes, como sempre, estão atentos às disputas e os rumos que o Brasil pode tomar. Vez por outra um general do exército dá declarações na imprensa e alerta para o perigo vermelho, ou seja da comunização do país, um fenômeno que assombra as elites de todo continente latino americano. A economia não vai bem. A inflação atinge principalmente as camadas mais pobres da população. Nem mesmo os operários, com carteira de trabalho assinada, se sentem seguros diante das incertezas da economia mundial. As fontes de fornecimento de petróleo estão em ebulição, os mares não são seguros para o transporte de mercadorias e produtos agrícolas. A tensão internacional prejudica a economia brasileira e os investimentos estrangeiros simplesmente somem. Preferem o risco de investir na recuperação da economia europeia, uma vez que os Estados Unidos injetam lá bilhões de dólares. Segundo especialistas da geopolítica, é uma barreira para impedir a expansão da Rússia no ocidente. As exportações do café, há algum tempo, não seguram mais os saldos favoráveis na balança de pagamentos do Brasil. Nem mesmo a exportação de minérios e outros produtos estratégicos conseguem obter dólares no exterior para financiar as importações. Com isso a indústria não de moderniza, fica sucateada e muitos trabalhadores são demitidos. O exército de mão de obra disponível aumenta continuamente. O grito de ” fica presidente ” surge como uma tábua de salvação. É verdade que a constituição em vigor no país precisa ser renovada. Não serve mais para o ideal democrático-liberal sonhado pela burguesia industrial e os donos do agronegócio. Para tanto, é preciso convocar uma assembleia constituinte, com eleições Foto: Governo Federal

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