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Malu Navarro 37 e

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Ebe Fabra 93 a

Ebe Fabra 93 a

da ou Cinderela! Eram histórias possíveis de se realizar...! Recentemente um amigo muito querido deixou comigo um exemplar de um Almanaque “Vida Infantil”, datado de 1950. Eu ainda nem era nascida e ele, com oito anos e meio de idade se distraia lendo o Almanaque. Conversei muito com ele sobre aquela época, pois havia uma história a ser lembrada em função daquela revista. Minha curiosidade de criança fora ativada com aquele material e eu precisava saber mais sobre o que ocorria no entorno do menino em 1950 e da importância depositada naquele Almanaque. Fiquei sabendo que ele, filho único, havia aprendido a ler e escrever com a mãe, antes mesmo de ser matriculado na escola. Soube também que, desde cedo, ele lia fluentemente e que a família, por valorizar os estudos e os conhecimentos que ele demonstrava adquirir o incentivava dando de presente, em seus aniversários e no Natal, livros os mais diversos, que ele lia cada vez com maior prazer. Tanto que, nas reuniões familiares, seus parentes o desafiavam a ler textos cada vez mais longos e ele o fazia com muita satisfação. Todos os dias seu pai ao voltar do trabalho para casa trazia um jornal, A Gazeta, que vinha lendo no bonde. Uma vez por mês trazia uma Revista “Vida Infantil” e a entregava ao filho. O Almanaque era publicado apenas uma vez ao ano, no mês de Dezembro. Nenhum dos amigos que com ele brincavam na rua, mostrava interesse por leitura. Mesmo assim o menino não desanimou. Em certa ocasião ganhou de um tio uma escrivaninha usada – daquelas cujo tampo servia como mesa ao ser aberto e como porta do móvel, ao ser fechada. Ele então aproveitou um quarto de despejo que havia em sua casa, delimitou e organizou um espaço para ser o seu canto, transformou uma grande caixa de papelão em uma estante onde guardava as revistas, almanaques e demais livros e, juntando a escrivaninha, montou “seu escritório”. Ali ele passava boa parte do tempo estudando, fazendo as lições de casa – mesmo não gostando de fazê-las – lendo assuntos os mais variados e se preparando para viver uma vida como empreendedor e educador, conforme se tornou quando adulto. Como reagiu meu amigo ao interesse que demonstrei sobre aquele Almanaque? Ele me respondia por escrito ou verbalmente. Nos encontros que tivemos ao longo de algumas semanas, muitas vezes exclamava: “Você está me fazendo relembrar situações que eu julgava esquecidas!” ou “Você está me ajudando a abrir um baú de recordações sobre minha infância! Que delícia!”. Apesar da nostalgia, meu amigo se refere tanto àquelas lembranças quanto ao interesse, anotações e comentários que acompanharam meu “trabalho exploratório” como algo que lhe deu muita alegria, bem estar e a sensação de momentos vividos desde a infância que foram se encadeando ao longo da vida e o remeteram a ser quem hoje ele é. SOBRE A ACADEMIA DA FELIZ IDADE Faz parte da programação da Academia Feliz Idade incentivar as pessoas idosas a registrar fatos, situações, lembranças que possuem desde sua infância até chegar à idade adulta e no envelhecimento. Isso tudo, para garantir significados às experiências vividas e uma coerência aos fatos vividos. Falar sobre as próprias vivências dando sentido à sua história de vida é um exercício prazeroso, mesmo que situações negativas se façam presentes – afinal, não há história de vida sem sofrimento, sem acertos e erros, sem o acaso, sem iniciativas bem ou mal sucedidas. Poder resignificar os tempos vividos representa um trabalho que resulta em descobertas, prazer e aprimoramento das pessoas, autoras de sua história. Que em 2023 esse mesmo espírito prevaleça e se torne uma constante na vida de todos nós

Amigo do Idoso Volta do Bilhete do Idoso em São Paulo

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Fábio Faria de Sá

Diretor do Instituto de Orientação Previdenciária

Para fechar o ano de 2022, tenho uma ótima notícia: voltou a gratuidade no transporte coletivo regular para os idosos acima de 60 anos na cidade de São Paulo e Região Metropolitana que engloba 39 cidades, a partir de 15 de dezembro de 2022.

O Governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, aderiu à ideia e autorizou a gratuidade para Metrô e CPTM, a partir de 1 de janeiro de 2023. No passado, a Lei Federal n° 10.741 de 2003, conhecida como Estatuto do Idoso, legado de Arnaldo Faria de Sá, garantiu gratuidade aos idosos acima de 65 anos no transporte público coletivo regular, para as regiões urbanas e semi- urbanas (regiões metropolitanas). Mas, no Estado de São Paulo, o corte desse benefício aos idosos foi anunciado em dezembro de 2020 e aplicado a partir de janeiro de 2021, numa ação conjunta do, então, prefeito Bruno Covas e do governador João Dória na cidade de São Paulo e Região Metropolitana. Aquela população mais idosa que tanto trabalhou e contribuiu para o crescimento econômico do Estado de São Paulo foi prejudicada. Grande perda e tristeza naquele momento! Mas, vivemos um outro momento agora, reconquistando o direito e dignidade aos idosos! Mais uma vitória do saudoso Arnaldo Faria de Sá, que, em vida, lutou tanto pelo retorno desse benefício à parcela da população que ele mais amou e lutou por seus direitos! Na prática, significa que os passageiros da faixa etária beneficiária podem entrar pela porta dianteira ou traseira sem precisar passar pela catraca. Apenas, mostrando o RG que comprova a idade. Simples assim! Infelizmente, já recebemos informações de passageiros idosos reclamando da falta de respeito de motoristas e cobradores com comentários denegrindo a imagem dos idosos. Gratuidade no transporte público regular já existe em outros países mundo afora! Na Europa, por exemplo, países como a França e a Estônia já oferecem transporte gratuito à sua população, em geral.

magazine 60+ #40 - Novembro-Dezembro/2022 - pág.39

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