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#2

o problema é ser tratado diferente Ano I | Formato A4 | internet livre |

Outubro - Novembro/2021 - #2

Baixa visão, família e independência Páginas 31 e 34

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


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GENTIL GIGANTE j o r n a l i s m o

Desde 1993

19/11/2021

Manoel Carlos Conti Mtb 67.754 - SP

Distribuição Gratuíta pela Internet

Periodicidade bimestral CONTATO - contihq@hotmail.com | cel. (11) 9.88906403 *Todas as colunas são de inteira responsabilidade daqueles que a assinam


Editorial

seja bem-vindo Manoel Carlos Conti Jornalista

Entre tantas e tantas coisas que leio, uma delas me chamou a atenção em vista da clareza do texto. Na página da internet achei o “politize!” que entre diversos assuntos diz: “A deficiência sempre foi vista como tabu, contudo, é possível observar que ultimamente essa ideia tem sido superada. Como exemplo do avanço dessa visão, é possível citar a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil. Esse documento adquiriu valor de emenda constitucional e possui grande importância no que diz respeito à garantia dos direitos das pessoas com deficiência, pois consolida o entendimento de naturalização do conceito de deficiência, superando a concepção ultrapassada de negação e exclusão desses grupo da comunidade social, o que há agora, portanto, é a crença de ocupação dos espaços públicos por todos os cidadãos, independente de suas limitações. Foto: Maryana Moraes As políticas públicas são necessárias para garantir a efetivação de direitos e, essas só são possíveis se iniciadas por pesquisas referentes às situações enfrentadas pelo grupo a quem se destina a política, aos exemplos já implantados em outros países, ao contato direto com o grupo afetado, para assim conhecer as suas demandas, necessidades e opiniões acerca do tema. Assim, é por meio da participação popular e do comprometimento do poder público que é possível implantar uma política pública de acessibilidade de qualidade. Em suma, é direito da pessoa com deficiência de viver em um ambiente em que possa desenvolver suas habilidades sem depender de terceiros, desenvolvendo sua autonomia e independência. E cabe ao Estado garantir esse bem estar, principalmente por meio da formulação e implantação de políticas públicas, formuladas não só pelo poder público, como também pela sociedade civil e por aqueles que enfrentam as adversidades de viver em uma comunidade sem infraestrutura. Apenas assim, por meio do diálogo contínuo com esses indivíduos, que o nosso país será, de fato, inclusivo”. E por ai vai com outras observações. Percebi com isso que essa Revista tem como objetivo dar apoio e material para essas políticas públicas e já nessa segunda edição, posso dizer que a visualização é excelente. Agradeço de coração todos os nossos colaboradores e que a cada edição possamos levar mais informações para acabarmos de vez com esse dito “tabu”.

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Nosso time de Colunistas Miguel Ângelo Rododeguro

Dia internacional das pessoas com deficiência

4 a 6

Maryana Moraes

Pessoas com deficiência não estão aqui só para inspirar

9 e 10

Thays B. Lima

A sobrecarga emocional e o estresse do cuidador de idosos no contexto 11 e 12

Sandra R. Shewinsky

Cuidado

13 a 14

Armando Fantini

A cura pelo mar II

15 a 18

Ricardo Mesquita

Arquitetura e Pandemias

19 a 20

Malu Navarro

Meu nome é Vitória

22 a 24

Bruno dos Santos

Quero trabalhar como você 27 e 28

Malu Alencar

Um direito para ser respeitado por todos cidadãos

CAPA Rodrigo Bueno

Baixa visão, família e independência

29 e 30

31 a 34

Fernanda Hannun Jabbour E você sabe que padrão de consumo é considerado pesado e de alto risco para a saúde?

35 e 36

Jane Barreto

Projeto Bunekas

38 a 40

Noticias

O que rolou no whatsapp

41 a 46

AVISO LEGAL: Não há intenção de infringir direitos de autoria. Este Revista é apenas para fins educacionais e de entretenimento. Os direitos das fotos e textos pertencem àqueles citados nas reportagens, aos quais agradecemos imensamente


FUNDAÇÃO SELMA O dia internacional das pessoas com deficiência

Fotos enviados e autorizadas postagem pelo colunista Miguel Ângelo Rodeguero Diretor Geral

Dia 04 de dezembro é o dia internacional das pessoas com deficiência. Essa data foi instituída pela ONU, Organização das Nações Unidas, em 1992 para marcar a luta pelos direitos de inclusão e acessibilidade das pessoas com deficiência. A FUNDAÇÃO SELMA foi criada em 1993, tendo como escopo a reabilitação de pessoas com problemas de locomoção, com foco principal em fisioterapia neurológica agregando médico fisiatra, a medicina antroposófica, a equoterapia, terapia ocupacional, pilates clínico, psicologia, psicopedagogia, fonoaudiologia, hidroterapia, terapia ocupacional aquática, ergonomia do trabalho, dentre outras. Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência antecipou as comemorações da data, e a partir de 05 de novembro pp estendendo-se até 04 de dezembro, está realizando o “Inclui Sampa 2021: ser Pessoa com Deficiência em Sampa” com atividades para evidenciar as necessidades, reivindicações e lutas que pessoas com deficiência enfrentam no dia a dia. Sobre essas comemorações, o Jornal GAZETA DO BROOKLIN E CAMPO BELO, edição de 06/11 traz mais detalhes. A FUNDAÇÃO SELMA, que tem praticamente a mesma idade da instituição pela ONU dessa data referência, se solidariza com todas as pessoas que de uma maneira ou outra participam desse mundo pouco conhecido e muitas vezes esquecido das pessoas com deficiência. Nossas cidades não são acessíveis, não são ami-

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gáveis, as barreiras estão em todas as calçadas, a locomoção é dificultada e muitas vezes impossibilitada. As oportunidades prendem-se mais a atitudes pessoais e pontuais, falta a institucionalização do conceito de oportunidades iguais para todos. A mídia apresenta muitas vezes um lado glamuroso desse mundo, apontando atitudes únicas. Sem dúvida não devemos diminuir a importância de qualquer atitude, pois sempre em benefício de algum segmento. Porém, o mundo dos deficientes é muito maior do que a mídia apresenta, é muito mais difícil, mais penoso, mais demorado. O dia a dia apresenta uma guerra ininterrupta contra todas as barreiras físicas, sociais, emocionais, comportamentais, guerra que poucos conhecem a ponto de entenderem as reais necessidades das pessoas guerreiras. Tarefas e atividades simples da vida diária adquirem um peso desproporcional quando o envolvido é uma pessoa deficiente. E se há uma coisa que elas não precisam é de comiseração. Elas precisam de políticas públicas que as abracem, de atitudes governamentais que lhes permitam ter uma vida normal, de entendimento de que a ajuda que precisam é tão somente a institucionalização do que já existe na legislação. A FUNDAÇÃO SELMA não apenas se solidariza de forma protocolar, mas caminha desde seu início lado a lado com as pessoas que estão inseridas nesse mundo. Nós, a Fundação, já atendemos milhares de pessoas e seus familiares no decorrer desses quase 30 anos, ajudando a superar as dificuldades físicas, emocionais e de inclusão. Proporcionamos também atendimento a dezenas de pacientes carentes, exercendo um papel social com afinco por intermédio de parcerias com universidades. Nesses projetos não apenas atendemos os pacientes como também colaboramos decisivamente na formação dos profissionais de fisioterapia proporcionando estágios de aprendizado supervisionado. O local de atendimento é na sede, na Rua Acruás, 169, no Campo Belo em São Paulo. Nos próximos meses estaremos de mudança para a nova sede, própria, no bairro do Jabaquara (próximo ao metrô Jabaquara) em local amplo com estacionamento. A equoterapia continuará a ser feita no Clube Hípico de Santo Amaro. Para conhecer um pouco mais sobre a Fundação Selma acesse o site www.fundacaoselma.org.br

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Fundação Selma

Reabilitação Física e Social FISIOTERAPIA – EQUOTERAPIA – HIDROTERAPIA TERAPIA OCUPACIONAL SOLO E AQUÁTICA – PILATES CLÍNICO ACUPUNTURA – FONOAUDIOLOGIA – PSICOLOGIA PSICOPEDAGOGIA - MÉDICO FISIATRA E ANTROPOSÓFICO 28 ANOS REABILITANDO PCDs TRATAMENTO DE COLUNA - ERGONOMIA

CUIDANDO DA SAÚDE DO TRABALHADOR

Visite nosso site: www.fundacaoselma.org.br Aceitamos doações, veja no site ou telefone: (11) 5034 1566 (11) 98957 3055

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Deficiência descomplicada

Pessoas com deficiência não estão aqui só para te inspirar Maryana Moraes Psicóloga Clínica

Eu acredito que você já deve ter visto alguma imagem na internet mais ou menos dessa forma: Uma foto ou vídeo de pessoas com deficiência fazendo alguma atividade do dia-a-dia como se exercitar na academia, dirigir ou trabalhar e acompanhado a essa imagem uma mensagem motivacional do tipo “você ta reclamando do que?” ou “qual é a sua desculpa agora?” Essas, nada mais são do que imagens de PCDs fazendo coisas rotineiras. Mas, a forma como são exibidas, traz uma ideia de modelo de inspiração. O objetivo quase sempre é despertar nas pessoas um pensamento do tipo: “não posso reclamar, porque tem gente com a vida pior que a minha”. Existe até um termo para descrever esse tipo de exposição retratando pessoas com deficiência sorridentes e trabalhadoras, às vezes com slogans edificantes sobre trabalho árduo, gratidão ou o valor de uma atitude mental positiva. O nome disso é “Inspiration Porn”, em português Pornografia de inspiração. A primeira vez que eu ouvi esse termo foi assistindo a jornalista e comediante australiana Stella Young no TEDx Sidney onde ela fez uma palestra realmente esclarecedora sobre a objetificação dos corpos com deficiência. Stella, que faleceu em 2014, era uma pessoa com deficiência. Uma das

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coisas que ela conta é que uma vez ela estava há 20 minutos dando uma aula como professora convidada em uma escola quando um aluno levanta a mão e pergunta quando a palestra ia começar. Ela explicou que já tinha começado a aula e então ele disse: “não é uma palestra motivacional? Toda vez que pessoas em cadeira de rodas vêm aqui é para falar sobre motivação!” Na verdade, não é culpa daquele aluno ter se expressado assim, mas sim, de todo um conjunto de crenças da sociedade que não está pronta (e não se mobiliza para estar) para incluir PCDs e acaba valorizando ao extremo quando uma consegue chegar lá. Transformando-a numa verdadeira heroína. A gente já sabe qual é o nome disso, não é? Capacitismo. A inspiration porn, como a pornografia real, fornece uma espécie de prazer superficial e gratificação para quem assiste, enquanto a pessoa é representada como um mero objeto. Essa é uma das representações mais comuns do capacitismo. O grande problema de se pensar nas pessoas com deficiência como representações heróicas é que a ideia sobre a qual se constrói esse pressuposto é a de deficiência ser sinônimo de tragédia. Sendo assim, quem consegue superar toda a dificuldade e levar uma vida funcional estudando, trabalhando, praticando esportes, vira automaticamente um exemplo de motivação. Também é problemático o fato de que, na maioria das vezes, as histórias sobre pessoas com deficiência são contadas do ponto de vista de observadores sem deficiência, deixando de fora a perspectiva da pessoa com deficiência. Nós sabemos que para muitas pessoas ter uma deficiência implica dificuldades. Se eu te convidar a olhar os espaços que você mais freqüenta, você consegue dizer quantos deles são acessíveis para quem tem mobilidade reduzida? Aposto que são poucos. O mundo raramente se adapta para receber corpos que funcionam de maneiras diferentes. Mesmo assim, a foto de uma pessoa com deficiência trabalhando ou se exercitando na academia é só a imagem de alguém usando o seu corpo para fazer o melhor que ele é capaz. Ela não tem a obrigação de inspirar ninguém. Precisamos desassociar deficiência de tristeza/ tragédia/dificuldade. Não quero dizer que a vida de pessoas com deficiência é sempre fácil, porque muitas vezes é difícil mesmo. Mas pensa comigo: ao ver que existem dificuldades para PCDs, não é melhor que a sociedade pense em garantir acessibilidade do que ficar apenas parabenizando alguém por conseguir “superar os desafios”? Telefone: 31 983510361 Email: maryanacmoraes@gmail.com Instagram: @maryanapsi

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Benefícios

A sobrecarga emocional e o estresse do cuidador de idosos no contexto da Pandemia Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

“Cuidar é resistir!” Esse foi o tema adotado por uma campanha do Fórum de Comunidades Tradicionais que tinha por objetivo arrecadar alimentos e outros recursos para territórios tradicionais durante o período da pandemia de Covid-19. Mas será que poderíamos usar essa afirmação em outros contextos, por exemplo no cuidado com a vida, no cuidado com o outro e no cuidado com nós mesmos? Não é novidade que o vírus descoberto no final de 2019 na China, tem deixado diversos impactos em diferentes países do mundo. No Brasil muitos desses impactos podem ser vistos através de dados estatísticos, quando analisamos o número de vítimas da Covid-19 ou a taxa de desemprego, também podem ser vistos, por exemplo, quando nos deparamos com imagens de pessoas buscando por alimentos em lugares precários. Mas você já parou para pensar sobre os impactos que não podem ser vistos a olho nu ou que não são facilmente transformados em números? O programa Embracing Carers, traduzido para o português como “Acolhendo Cuidadores”, realizou uma pesquisa em 12 países, sendo eles: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Austrália, Taiwan, Índia e China, durante o ano de 2020, considerando o contexto pandêmico. A pesquisa tinha por objetivo avaliar o bem-estar de cuidadores informais, ou seja, que cuidam de familiares ou outras pessoas sem remuneração. De acordo com o relatório fruto da pesquisa, no Brasil foram entrevistados 755 cuidadores e os resultados indicaram piora na qualidade de vida dessas pessoas durante a pande-

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Foto: M


Método Supera - divulgação

mia. Comparados a cuidadores de outros países, os brasileiros apresentaram uma sobrecarga mais significativa, com aumento de demandas, tanto em relação ao cuidado, quanto a realização de tarefas domésticas, gerenciamento e auxílio para o manuseio de tecnologias. Mais de 60% dos entrevistados disseram que houve piora especialmente para a saúde mental, 70% informaram que houve maior sensação de esgotamento, 68% relataram prejuízos para a saúde financeira e 57% perceberam piora para a saúde física. Ainda segundo o relatório, os cuidadores de pessoas com doenças cognitivas, como a Doença de Alzheimer, foram os mais impactados, sendo necessário principalmente prestar maior apoio emocional. Considerando as dificuldades encontradas pelos cuidadores de pessoas idosas, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) também conduziu uma pesquisa com a mesma temática, porém os resultados ainda não foram divulgados. Entretanto, a fundação disponibilizou uma série de cartilhas com orientações de autocuidado, esclarecimento sobre os direitos da pessoa idosa, combate a violência contra o idoso e sugestões de como estimular a memória e a saúde física das pessoas com 60 anos ou mais durante a pandemia. A partir dos resultados apontados pelo programa Acolhendo Cuidadores, é possível refletir sobre a necessidade de cuidadores de todo o país serem resistentes diante os impactos para a própria saúde, física e mental, para o bem-estar e vida financeira. Quando muitos não podem contar com apoio de outras pessoas, resistir pode ser uma das únicas opções para continuar exercendo as funções do cuidado. Vamos deixar algumas dicas de como lidar da melhor maneira possível diante desse contexto, então se você é cuidador(a), elas são para você, e se conhece alguém que desempenha essa função, compartilhe: - Acesse ao site da FIOCRUZ para baixar as cartilhas que podem auxiliar na rotina de cuidados e autocuidado: https://www.covid19.cuidadores.fiocruz.br/index.php?pag= - Saiba que você não está sozinho(a)! Algumas instituições oferecem apoio para cuidadores, como a Associação Brasileira de Alzheimer (https://abraz.org.br/2020/ ), direcionada para pessoas e cuidadores de pessoas diagnosticadas com demência; - Você é importante! Por isso, busque praticar o autocuidado, reservando algum tempo, por menor que seja, para fazer algo que lhe proporcione bem-estar, como a leitura ou prática de atividade física; Bibliografias consultadas Embracing Carers. Índice de bem-estar do cuidador na pandemia - Brasil. Disponível em:< https://www.embracingcarers.com/content/dam/web/healthcare/corporate/embracing-carers/home/document/Brazil-Carer-Well-Being-Index-Report-PORTUGUESE-FINAL.pdf>. Acesso em 26 Out. 2021. Texto escrito por: Gabriela dos Santos, Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva.

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Divã

Cuidado!! Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Volta e meia sou convidada para palestrar sobre a Doença de Alzheimer, acho um assunto muito importante e justo se ter maiores esclarecimentos. Já aviso você, querido leitor, que discorrerei sobre demências futuramente, mas antes quero alertá-lo para outros problemas de saúde recorrentes e que as pessoas não prestam tanta atenção. Primeiramente, cuidado, senão o AVC lhe pega!!!! O Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido como derrame, assola grande parte da população mundial. É uma das doenças que mais mata os brasileiros, sendo a principal causa de incapacidade no mundo. Aproximadamente 70% das pessoas não retornam ao trabalho após um AVC devido às seqüelas e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia. Apesar de atingir com mais freqüência indivíduos acima de 60 anos, pode ocorrer em qualquer idade. Quem sofre um AVC pode ficar sem andar, sem mexer os braços, sem falar e com problemas cognitivos (memória, por exemplo) e comportamentais (agressividade, é uma alteração comum). Muitas dessas consequências podem ser irreversíveis! Por que acho importante falar desse assunto? Existem situações de precaução do AVC, basta tomar cuidado com os hábitos. Lembra do ditado “o peixe morre pela boca”? Então, a Pressão Alta é um perigo imenso, e as pessoas não aceitam diminuir o sal, comidas enlatadas e industrializadas, gorduras e frituras, além, das bebidas alcoólicas e do cigarro. O mais alarmante é que param de tomar

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divulgação

o medicamento anti-hipertensivo por conta própria. Uma senhora relatou que suspendeu o remédio, pois achou que sabia controlar a pressão, outra pensou que deveria tomar o remédio só se sentisse dor de cabeça ou no pescoço e um senhor quando o médico falou que ele controlou a PA, simplesmente parou o remédio. Cuidado, também com colesterol alto, diabetes, obesidade e falta de atividade física. Fatores que podem entupir suas artérias e veias, causando infarto ou AVC. Outra causa de lesões cerebrais: os Traumatismos Crânios Encefálicos (TCE), que acontecem por sinistros no trânsito, ferimentos por arma de fogo, mas em grande parte na população idosa, por acidentes em casa. Caro leitor, você já pensou que sua casa pode ser assassina? Sim, pois seus tapetes, tacos soltos, pisos escorregadios, escadas, fios no meio dos caminhos, banquinhos, cadeiras, uso de chinelo com meia e um monte de outras coisas podem lhe derrubar e ao cair você bater a cabeça e ter uma lesão seriíssima. Ainda, podem cair objetos de armários em cima de você e lhe machucar muito. Geralmente as pessoas pensam que se garantem, ou seja, são espertas e nunca ficarão doentes, que as dietas são exageros ou frescuras dos profissionais de saúde, os remédios deixam dependentes para sustentar a indústria farmacêutica e jamais imaginam que um tombo da própria altura possa mudar tudo. A Psicologia chama tais comportamentos de Negação, nega-se a própria fragilidade humana, nega-se a impotência de não poder conter as doenças, nega-se que está envelhecendo, nega-se o fato de precisar de ajuda para cessar de fumar ou beber, nega-se a falta de controle em relação ao próprio corpo. Mas, a Negação, não evita que as adversidades cresçam cada vez mais, as pessoas podem achar que não têm problemas, só que eles estão lá e causarão mais efeitos deletérios para a saúde! Então, dileto leitor, antes de se preocupar com situações inevitáveis, que tal ter CUIDADO com questões básicas e controláveis para se manter BEM?

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Talassoterapia

A cura pelo mar II

Fotos enviados pelo colunista

Armando Fantini

Aproveite o mar Fonte inesgotável de saúde. O mar é a principal reserva de água e minerais da Terra. Contém mais de 75 elementos simples, todos eles identificados como necessários para o bom funcionamento do metabolismo humano. O mais abundante é o sódio, responsável pelo sabor salgado do mar, que também está presente no nosso corpo. Um litro de água do mar contém uma média de 35 gramas de sal e nosso soro sangüíneo de 9 gramas, um valor que corresponde à salinidade original do mar, quando a Terra se formou, e que também é a salinidade de animais e plantas marinho Essa semelhança sugere que, apesar da evolução, os seres humanos mantêm uma memória aquática, uma carteira de identidade biológica que nos lembra nossa origem marinha. Riqueza em minerais. Os primeiros seres vivos emergiram no mar, talvez porque todos os elementos necessários para a vida são encontrados nele. Entre esses elementos podemos destacar alguns minerais que nosso corpo pode absorver - em pequena proporção - através da pele, como: potássio, que, juntamente com o sódio, regula a quantidade de água nas células e nos tecidos, e é essencial manter o tônus cardíaco e muscular; cálcio, que contribui para a formação dos ossos e intervém em outras funções, como a contração muscular ou a coagulação sanguínea; magnésio, cujo metabolismo está ligado ao cálcio, uma vez que regula seu equilíbrio; enxofre, útil contra o reumatismo e para fortalecer ossos e tendões; o silício, que é parte dos ossos, unhas e cabelos, age sobre o sistema imunológico e o iodo, que é o elemento mais específico da água do mar. O iodo atua principalmente na glândula tireóide, que regula o metabolismo do nosso corpo e exerce um efeito desinfetante no nível da pele. A composição mineral da água do mar é a mesma em qualquer ponto geográfico do planeta, com variações míni-

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mas, devido a correntes e ondas submersas. A única exceção é o Mar Morto, que, sendo um mar fechado com evaporação excepcional, contém mais de um quilo de sal por litro de água, além de lama sedimentar de milhares de anos de evolução O que o ar do mar traz? Os efeitos da brisa do mar estão localizados apenas em uma pequena faixa costeira, onde as condições climáticas são excepcionalmente uniformes. Além disso, oceanos e mares esfriam e aquecem muito mais lentamente que a superfície da Terra ou a atmosfera. Portanto, corpos de água são excelentes reguladores de temperatura. Esta é uma das razões pelas quais as curas marítimas são eficazes em condições reumáticas, muito sensíveis a mudanças de temperatura. O ar marinho também é rico em íons negativos, partículas carregadas de energia que, diferentemente das positivas, têm um efeito benéfico no corpo: relaxam e favorecem a produção de serotonina, um neurotransmissor do cérebro cuja liberação produz uma sensação de bem-estar. . A menos de 100 metros do mar, a quantidade de íons negativos no ar é de 50.000 por metro cúbico, um número alto, se levarmos em conta que, nas cidades, ele não costuma exceder 500 Uma atmosfera mais pura O ar do mar também age como um aerossol real, enviando grandes quantidades de micropartículas para a atmosfera. São pequenas gotas de 20 a 100 microns carregadas com oligoelementos que absorvemos rapidamente através dos alvéolos pulmonares. Um desses elementos é o iodo. Quando o mar é agitado, a quantidade de micropartículas é dez vezes maior. Da mesma forma, o mar é um produtor de ozônio natural, um agente que purifica o ar graças às suas propriedades antissépticas. Por outro lado, a pressão atmosférica é máxima ao nível do mar e a quantidade de oxigênio maior, o que se traduz em uma oxigenação mais ativa do organismo, que tem ação sedativa e retarda a freqüência respiratória. Este efeito ajuda a recuperar e retomar a atividade após um período de doença sedentária ou convalescente. O ar do mar é o mesmo nas diferentes áreas geográficas. No entanto, ao escolher um local, você deve levar em consideração a estação e o clima. O Atlântico no inverno não é aconselhado a fazer uma cura de repouso, mas é muito revigorante. O Mediterrâneo, por outro lado, oferece um clima ameno ideal para descanso, embora no verão seja muito quente Os benefícios dos banhos de mar. A natação é um dos exercícios mais saudáveis e praticá-

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-la no mar multiplica seus benefícios. Desde o início, a simples imersão em água a uma profundidade de três pés permite um equilíbrio entre a pressão interna do corpo e a pressão externa exercida pela água do mar, o que se traduz em vários efeitos muito ositivos: 1- Melhora a capacidade respiratória. A neutralidade prática das pressões permite um aumento no volume da carga torácica e uma maior mobilidade do diafragma. Isso se traduz em melhora na capacidade respiratória, melhor oxigenação e aumento de hemácias em torno de 10%. 2- Favorece a eliminação de toxinas. Submergir na água do mar produz um efeito de drenagem, isto é, estimula o circuito venoso e linfático, porque a pressão da água é muito maior que a pressão do ar. O resultado é uma mobilização de água extracelular que favorece a eliminação de líquidos. 3- Ativa a circulação. A pressão da água, que é maior no fundo e diminui à medida que atinge a superfície, facilita a circulação venosa de retorno. E o movimento da água do mar melhora a circulação nos vasos capilares. 4- Beneficia o coração. Como na água do mar o corpo pesa oito vezes menos, o coração age com esforço mínimo. Graças a isso, qualquer exercício na água pode ser feito com ótimas condições de conforto. 5- Melhora a mobilidade e força muscular. Com o passar dos anos e quando você atinge uma idade avançada, você perde entre 40 e 50% da massa muscular, o que leva a uma certa fragilização dos ossos. Este fato pode favorecer o desenvolvimento de doenças osteoarticulares ou o aparecimento de osteoporose. O exercício físico é essencial para melhorar a mobilidade e a força muscular, e a água do mar é um meio particularmente adequado para pessoas mais velhas, pois permite que elas a pratiquem sem muito esforço. 6- Fortalece os ossos. Oligoelementos dissolvidos na água do mar podem ser absorvidos através da pele. Este fato foi demonstrado no caso

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do iodo, e o Instituto Francês de Estudos de Recursos Marinhos está investigando o mesmo efeito com cálcio e fósforo. O que foi provado é que o ambiente marinho melhora a fixação do íon cálcio e fósforo nos ossos. Graças a isso, uma fratura se consolida mais rapidamente. Portanto, além de melhorar a mobilidade muscular e articular, o mar é um bom remédio na prevenção e no tratamento da osteoporose. A conexão entre a água do mar e o corpo humano. Dois terços do nosso corpo são a água, um elemento essencial para a vida, cuja composição mineral é bastante semelhante à do ambiente marinho: Há um teste da bela e profunda harmonia entre o ser humano e o planeta que o recebe: o corpo é 65% de água que tem principalmente uma composição mineral praticamente idêntica à do mar. Essa composição é o que permite que as células desempenhem suas funções nas melhores condições. O mesmo líquido que hospedou o nascimento da vida na Terra está, portanto, presente no interior do corpo humano. Tanto é assim que a água do mar, adequadamente filtrada, é uma solução salina fisiológica natural. De fato, pode ser injetado em uma veia e o corpo a aceita como se fosse plasma sanguíneo. Os aproximadamente 5 litros de sangue que fluem constantemente através do nosso corpo é uma prova evidente da presença de água (é 78% de água pura). No entanto, existem outros 45 litros distribuídos nos tecidos, dentro e fora das células. Esta água é o meio que suporta a vida da célula. Fontes: Doctora Rosa Blasco(Médico naturista) / M. Núñez y C. Navarr / revista Cuerpo y Mente (no.99)

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Arquitetura e Urbanismo

Arquitetura e as Pandemias

“ A Arquitetura do séc. XIX é como um sofá velho, pleno de Tuberculose... Há que se levantar as casas do solo, porque o solo é úmido e de onde nascem as enfermidades” Le Corbusier (1887-1965) Com este pensamento de um dos maiores arquitetos e urbanistas da história, fundador da arquitetura modernista, ao lado de Alvar Aalto, Mies Van der Rohe, Lúcio Costa, Niemayer, onde é feita a constatação sobre a importância da funcionalidade que uma obra deve prever em relação às necessidades humanas, nos aspectos físicos, biológicos e emocionais, podemos refletir sobre o futuro da arquitetura pós Covid, que pode ser revisitando o passado. Durante os surtos de tuberculose e gripe espanhola, foram observados que as condições de saúde daqueles que viviam em ambientes escuros, pouco ventilados e úmidos, eram piores do que aqueles que ocupavam ambientes ensolarados e ventilados. Com base nessas observações as construções começaram a se soltar do solo, através de colunas, que convencionou se chamar pilotis, grandes aberturas, que possibilitassem melhor insolação e renovação do ar, até escolas ao ar livre foram criadas para diminuir o contágio e aumentar a imunidade dos ocupantes dos espaços. A arquitetura mostrou sua impor-

Foto: enviada pelo colunista

Ricardo Tempel Mesquita Arquiteto e Urbanista

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Foto: Globo - divulgação

Oscar Niemaeyer 1907 - 2012

tância ao projetar hospitais como o de Veneza, em 1965, por Le Corbusier, com ampla iluminação e ventilação naturais, terraços-jardins para banho de sol, necessário para metabolizar a vitamina D em nosso organismo, além de outros benefícios. Os hospitais deixaram de ser ambientes funestos destinados a doentes terminais, para serem ambientes de cura, arejados, iluminados, revestimentos e mobiliário de fácil limpeza e deslocamento além de diversos outros itens enumerados na publicação “Notes on hospitals”, de 1859 pela britânica precursora da enfermagem moderna, Florence Nightingale. Após quase dois anos em regime de isolamento e restrição de deslocamentos, fica mais fácil entendermos o conceito de “Neuroarquitetura”, que analisa os estímulos que as sensações provocam na produção dos hormônios em nossos organismos, o aconchego de um raio de sol, de uma brisa, do contato com plantas e o ar livre. Acompanhamos que muitos que se recuperam da doença permanecem com mobilidade reduzida por longo tempo, impossibilitando o uso de escadas, banheiros estreitos, calçadas sem condições de segurança e acessibilidade. Muito importante mencionar que calçadas são bens públicos e devem ser construídas e mantidas pelos órgãos públicos, segundo art. 113 da Lei Brasileira da Inclusão (13.146/15), em condições de uso pleno, com segurança e autonomia, por qualquer cidadão, independente da condição física ou sensorial. Espero que juntos possamos tornar nossas cidades mais humanizadas, saudáveis e acessíveis a todos, evitando obstáculos absurdos como este da foto da calçada de acesso ao HC de Curitiba.

Arquiteto e Urbanista Ricardo Tempel Mesquita CAU A78906-2 (41)3277-5299 / 98536-6059 (WhatsApp) arqmesquita@gmail.com

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Aprendizagens

Meu nome é Vitória Malu Navarro Gomes Pedagoga Psicopedagoga Educadora no projeto Feliz Idade

No dia vinte e cinco de junho de dois mil e dezenove conversei, por áudio no WhatsApp, com minha amiga Catarina. Nossa conversa começou a partir da seguinte observação feita por ela: C: - Malu, estou de férias na escola. M: - Que beleza, Catarina, já em férias! E o que você fará durante as férias? C: -Eu não gosto das férias, Malu. Não gosto de ficar em casa. Na verdade eu gosto de ir para a escola... Meu sobrenome é Escola. M: - Entendo... Que tal pensarmos juntas o que pode ser feito nas suas férias? Vamos pensar o que fazer para que você aproveite bem essas suas férias. Conheci Catarina em agosto de 2002 quando, aos 3 anos, seus pais a matricularam como aluna da Educação Infantil no Centro de Reabilitação em que eu trabalhava como coordenadora pedagógica. Cacá, esse é seu apelido, é pessoa com deficiência (PcD), especificamente com paralisia cerebral do tipo espástica. Em 2019, no dia de nossa conversa, já com dezenove anos, Cacá continuava sua trajetória escolar frequentando o oitavo ano do Ensino Fundamental em uma escola inclusiva em Guarulhos, um dos municípios da Grande São Paulo. Nos três anos em que permaneceu no Centro de Reabilitação, demonstrou ser uma criança alegre e bastante disponível para aprender. Interagir com as outras crianças e com os adultos nunca foi problema para ela. Estar na escola era uma alegria permanente para essa menina. Entre o período de convivência que tivemos naquele Centro de Reabilitação e a data da conversa pelo WhatsApp houve um intervalo de quatorze anos e meio. Dois dias depois daquele nosso primeiro diálogo, propus que conversássemos sobre o que ela era capaz de fazer e, assim me atualizei em relação às suas pos-

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sibilidades de construção e participação em alguma atividade que poderíamos desenvolver. Questionei-a sobre suas condições pessoais e escolares e assim fiz uma rápida anamnese, sem me importar com muitos detalhes porque sabia que isso poderia ser feito, em outro momento, junto a seus pais. Ocupamos um tempo na tentativa de fazer alguns exercícios envolvendo leitura e escrita. Catarina conhecia a maior parte das letras do alfabeto, embora ainda não apresentasse condições de ler e escrever. Trabalhar a alfabetização naquele momento seria como trazer a escola para dentro de casa e talvez, essa não fosse a atividade que a fizesse relembrar com prazer e saudade o período de férias escolares. Finalmente chegamos à proposta: M: - Cacá, você irá contar, aqui pelo WhatsApp, para mim, uma história inventada por você. Não precisa ser uma história inteira, completa, de uma só vez. O importante é que seja uma história que tenha começo, meio e fim. C: - Eu vou falar a história do Mickey. Do Mickey Mouse. Porque eu já fui na Disney, entendeu? Eu conheço o Mickey Mouse de perto. Catarina começou a contar sobre a viagem que fizera à Disney e da alegria que sentiu em ver os personagens das histórias em quadrinho, principalmente o Mickey e a Minie. C: - Mas, primeiro, eu preciso pensar... M: - Exatamente! Você tem o tempo que quiser para pensar. Você grava a mensagem, não precisa ser a história inteira. Você pode dizer: ‘Agora, Malu, eu vou parar e pensar no restante da história.’ Foi a primeira vez que Cacá recebeu uma proposta como a que lhe dei. Até então, a jovem se habituara a cumprir tarefas solicitadas e exemplificadas por seus professores, familiares e demais pessoas que com ela interagiam. Propostas objetivas, simples e práticas, com o intuito de ajudá-la em sua movimentação, letramento e compreensão do mundo que a rodeia. Chamou minha atenção seu vocabulário rico, diversificado e preciso, adequado às ideias que desejava expressar e a construção correta de suas frases. Lamentei que ainda não estivesse alfabetizada... M: - Vamos escrevendo a história. Nós iremos transformá-la em um livro, depois que a história estiver toda montada. Um livro com gravuras. Pensei que após a criação da história poderíamos ilustrá-la, criando desenhos, pinturas ou mesmo através de recortes e colagem; digitaríamos o texto “a quatro mãos” e, ao final, levaríamos o que havíamos produzido a uma gráfica para encadernar. Ela teria um livro de sua autoria e poderia mostrá-lo a quem quisesse como resultado das férias bem aproveitadas. À medida que nos reuníamos escrevia o que Cacá falava. Depois, submetia a leitura do texto à sua apreciação pedindo que confirmasse se a escrita estava de acordo com o ela havia dito ou se valia a pena melhorá-la e corrigir alguma falha que pudéssemos observar. Tão logo Cacá percebeu que havíamos terminado de escrever a “Viagem para a Disney” e antes ainda de fazermos as ilustrações, pediu que continuássemos a escrever outras histórias. Resolveu contar sobre suas lembranças como aluna do Centro de Reabilitação e depois de algumas conversas e de muito pensar, achou conveniente contar sua história de vida. Assim, a atividade que, aparentemente ocuparia o mês de férias, perdurou por quase nove meses. O livro “Meu nome é Vitória” foi publicado pela Editora Clube de Autores, seu lançamento foi feito na escola em que Catarina estudava, em uma cerimônia realizada à noite, após as aulas, com a presença dos alunos de sua classe e de outras turmas, seus familiares, amigos e pessoas da comunidade. Recentemente, já imaginando escrever este artigo, perguntei à Cacá: M: - Catarina, como surgiu o seu livro “Meu nome é Vitória”? Conte para mim para

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depois eu contar isso em um artigo na revista Livre Acesso. C: - Eu lembro que quando eu fiz esse livro, eu estava em férias e estava muito nervosa. Estava muito triste. Por isso quis fazer alguma coisa. Aí eu te dei a ideia de fazer esse livro. Eu estava desanimada quando fiz esse livro e esse livro começou a me animar. Aí eu lembrei da minha escola, lembrei de todas os meus professores. M: - Já sabemos então, como você estava antes de escrever o livro. E depois, como você ficou? Como você se sentia? Isso, só você pode dizer. C: - Fiquei feliz, fiquei alegre, fiquei contente, fiquei entusiasmada. Entusiasmada até para vender o livro. Estou entusiasmada até agora. Foi muito prazeroso, muito gratificante fazer esse livro. Falei de épocas muito boas, de quando eu estudei no C.R.U. – Centro de Reabilitação Uniban – depois no CAAPE – Centro de Avaliação e Apoio Pedagógico – e no CLIP – Centro de Lazer Integrado a Projetos. Eu fiquei tão alegre que me animou demais. E eu tive muitas ideias antes de fazer esse livro. Ideias para a minha vida e para o livro. Eu também fiquei emocionada no dia em que eu fiz o livro. E minha mãe viu a vontade que eu tinha de fazer esse livro. E é assim, uma vontade inexplicável. A montagem das fotos, a capa que meu irmão fez... As férias de julho de dois mil e dezenove foi um marco na vida de Catarina. Ela provou para si mesma, para sua família e para todos nós, a capacidade que possui. O resgate de sua autoconfiança, sua alegria e disposição foram fundamentais e ocorreram em meio a um trabalho em equipe da qual participaram sua família, os profissionais da escola, os terapeutas, o editor. Cacá, sozinha, mobilizou todo esse pessoal que a ajudou a conhecer o prazer de realizar um sonho.

Malu Navarro Gomes

Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso. blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com O BLOG DA FELIZ IDADE FOI CRIADO PARA AJUDAR, PRINCIPALMENTE OS 60+. COM ISSO, VEM RECEBENDO EMAILS E PEDIDOS DE CONSELHO OS QUAIS A EDIÇÃO DO MAGAZINE 60+ ACHA IMPORTANTE QUE TODOS LEIAM. PODE SER QUE UM DESSES CASOS ESTEJA ACONTECENDO COM VOCÊ!

Perguntas e Respostas no BLOG Feliz Idade

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60+

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Variedades - Cultura - Informações Acompanhe as edições do Magazine 60+ Nela você vai encontrar assuntos atuais que podem ser lidos à qualquer hora

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Conversa de Amigo

Quero trabalhar como você Bruno Henrique dos Santos

Oi, há muitas formas de falar sobre acessibilidade. Então, quero trazer vocês para o meu universo que é o do mercado de trabalho, ou seja, mais propriamente dito, o da acessibilidade na área profissional. Para entrarmos no assunto deste artigo, é importante observarmos algumas informações sobre a população das pessoas com deficiências – PcDS. Pesquisa feita em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde, publicada em 26 de agosto de 2021 revela que: · 8,4% da população brasileira com mais de 2 anos de idade é deficiente, o que representa um total de 17,3 milhões de pessoas; · Entre essa população com deficiência, 3,8% ou seja, 7,8 milhões de pessoas possui deficiência física nos membros inferiores; · 2,7% apresenta deficiência física nos membros superiores; · 3,4% possui deficiência visual; · 1,1%, deficiência auditiva; · 1,2%, ou seja 2,5 milhões de pessoas apresenta deficiência intelectual; · 9,9% correspondendo a 10,5 milhões dessas pessoas são mulheres; · 6,9%, ou seja, 6,7 milhões de pessoas são homens; · 9,7% dessas pessoas moram em áreas rurais; · 8,2% moram em zonas urbanas; · Quase 68% dessa população com deficiência não possui instrução ou não completou o ensino fundamental; · Apenas 28,3% dessas pessoas com 14 anos ou mais, ou

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seja, em idade de trabalhar, atuam na força de trabalho brasileira.

Foto: machine.global - divulgação

Como se pode ver, boa parte da população brasileira tem uma pessoa com deficiência na família. Isso já ficou muito claro. Mas, no mercado de trabalho, essa representatividade é a mesma? Com certeza não, porque as empresas ainda não estão preparadas para receber pessoas com deficiências, principalmente quando se trata de uma visão geral das deficiências. Hoje, já é possível ver pessoas com Síndrome de Down atendendo clientes em algumas empresas, muito mais do que cadeirantes. No site UOL, a jornalista Nicolas Brandão em um artigo publicado na própria página do UOL, esclarece que “ainda são poucas as empresas brasileiras que alcançam o percentual de 5% de pessoas com deficiência (PcDs) em seu quadro de funcionários – conforme exigência da lei nº 8.213/9, que completou 30 anos em 2021”. Da Relação Anual de Informações Sociais (RIAS) de 2019: há 486.756 PcDs trabalhando formalmente no país, o que representaria menos de 1% dos empregados. Continuando o texto da jornalista Nicolas Brandão: a situação pode se tornar ainda mais complicada caso seja aprovado o projeto de Lei 6.159, que permite que a contratação seja substituída pelo pagamento equivalente a dois salários mínimos a uma conta da União, que abastecerá um programa de reabilitação física e profissional. Apresentado em 26 de novembro pelo governo federal, o PL ainda esta em tramitação na Câmara dos Deputados. Irei um pouco mais longe para pegar o Japão como referência. No Japão, organizações públicas e empresas privadas são obrigadas por lei a incluir uma determinada porcentagem de pessoas com deficiência em seu quadro de funcionários, inclusive em cargos de chefia. O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar Social do Japão tem investigado a prática fraudulenta de contagem de cotas para a população de PcD no trabalho. Dados recentes do Ministério do Trabalho revelaram que pessoas com deficiência representavam 2,5% dos funcionários no Governo Central a partir de 1º de Janeiro de 2017. Minha visão como empreendedor e PcD é a de que as empresas brasileiras precisam se preparar para o futuro porque a cabeça das pessoas com deficiência mudou. Hoje em dia a população PcDs está querendo ser ouvida a cada dia mais e, primeiramente, no mercado de trabalho. Eu tenho uma empresa de marketing que é virtual, mas tenho um objetivo na vida que é criar uma empresa física só com a representatividade de pessoas com deficiências.

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Histórias através das lentes...

Um direito para ser respeitado por todos cidadãos Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Sempre gostei de andar a pé, um dos exercícios que pratiquei desde pequena. Não sou de academias ou ginástica em grupo, gosto de andar sozinha, olhando a natureza, caminhando pelas ruas, trilhas no meio do mato. Gostava de contar os passos, mesmo quando corria. Tanto é que aprendi a dirigir aos 47 anos e só o fiz porque era imprescindível, pois onde morava o transporte público era precário e a cidade numa região montanhosa, aliás a cidade mais alta do Brasil: Campos do Jordão! Quando andava conseguia me safar das pedras ou buracos nas calçadas, conseguia correr ao atravessar uma rua cujo sinal para pedestre era rápido demais. Era fácil entrar num carro, ou mesmo num ônibus. Gostava de apostar corridas para ver quem entrava primeiro num metrô na hora do rush. Meus filhos diziam que sabiam quando chegava em casa pelo som dos meus passos, eles anunciavam minha chegada, pois eram cadenciados e fortes. Mas derrepente perdi essa mobilidade. Na verdade não sei direito a causa, se foi um tombo que cai e trinquei a bacia, ou se foi depois da operação do coração, pois foi exatamente em 2011, que perdi totalmente o poder de andar livremente, desde então tive que me apoiar numa bengala. Não é fácil ser deficiente física, aliás, não é fácil ter qualquer dificuldade, seja ela

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Foto: Prefeitura de Santos - SP

qual for. Agradeço não ter ficado surda ou cega. Seria muito pior.... Mas como cidadã da maior cidade do Brasil, fico surpresa com a falta de atenção da administração pública para com problemas básicos, não só para pessoas com dificuldades motoras, mas também para com crianças e cidadãos normais. Andar em muitas calçadas da cidade de São Paulo, é andar numa areia movediça, não dá para saber o que pode acontecer. Com certeza é responsabilidade do comerciante, de empresários que deveriam cuidar do seu pedaço, assim como da administração pública que não faz supervisão, muito menos manutenção do que lhe compete. Aponto alguns itens que causam sérios problemas para pedestres: . Semáforos com sinalização muito rápida para pedestres travessas de ruas e avenidas . Calçadas sem rampas para cadeiras de rodas, carrinhos de crianças . Escadas rolantes em metrôs, rodoviárias . Rampas na entrada de prédios públicos ou mesmo residenciais . Sinalização para se RESPEITAR: - Idosos - Crianças - Deficientes físicos- Grávidas Em qualquer ambiente, seja ele em ambientes públicos ou metrôs e ônibus Programa de Educação no Trânsito para: - Pedestres (que precisam prestar atenção e respeitar as leis de mobilidade) - Carros, bicicletas, motocicletas (respeitarem as normas de trânsito) - Transporte Público: ônibus, vans, táxis e aplicativos - Curso de Direção Defensiva para todos que usam transporte como meio de locomoção, seja: carros, ônibus, motos, vans, bicicletas, táxis, aplicativos, caminhões.... Quando o brasileiro terá consciência que o respeito pelo outro não é uma obrigação, mas um dever de cidadania, uma responsabilidade de todos?!

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Queremos que você nos veja

Baixa visão, família e independência Rodrigo Bueno advogado e Vice Presidente da Bengala Verde Brasil

Como já mencionei em outras oportunidades, um dos primeiros desafios enfrentados pelas pessoas com baixa visão é fazer com que as outras pessoas compreendam o que é a Baixa Visão e quais são suas necessidades de acessibilidade. Mas não basta que a sociedade compreenda, é fundamental que a família e a própria pessoa afetada aceitem e oriente suas atitudes no sentido da acessibilidade e independência. Como em muitas outras deficiências, a acessibilidade é chave na vida da criança, jovem ou adulto com baixa visão. Sem acessibilidade não há desenvolvimento, nem inclusão, nem independência. E a busca pela acessibilidade passa por uma complexa jornada de aceitação, que varia muito em tempo e forma nas diferentes famílias. Quando um bebê ou uma criança é diagnosticada com alguma doença causadora de baixa visão, surge logo na família o desespero, a desorientação, a revolta, o inconformismo e até mesmo a negação do diagnóstico. É uma fase natural, mas que precisa ser superada o mais rapidamente possível para que se dê lugar à aceitação e à constante busca pela acessibilidade e inclusão. E a atitude da família é fundamen-

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tal durante todo esse processo. Admitir e aceitar a deficiência de um filho não é, definitivamente, fácil, mas, sem dúvida, fundamental. Ora, uma criança com baixa visão não é burra nem incapaz! Ela apenas enxerga bem menos do que as outras e precisa de adaptações para se desenvolver (textos ampliados, contrastes, dentre outros). Se devidamente adaptada e estimulada, poderá evoluir tanto quanto as outras crianças de visão normal e, sem dúvida, viver uma vida plena e independente. É claro que a esperança de surgir um tratamento ou cura capaz de lhe devolver a visão é absolutamente justa, normal e aceitável. Mas essa esperança não pode se transformar em obsessão, sob pena de inibir a aceitação e, consequentemente, as atitudes que levarão à verdadeira inclusão e independência. O papel da família é fundamental na geração da acessibilidade e, principalmente, da autoestima e autoconfiança. Recentemente me deparei com uma mãe desesperada, pois a filha de quase 18 anos está perdendo muito a visão e o tratamento ainda não é uma realidade. Quando por mim questionada se a filha utilizava a bengala verde, ela me respondeu: “minha filha já me pediu uma bengala verde, mas eu acho que ainda não está na hora”. Ocorre que essa menina não se locomove sozinha sem o auxílio da bengala verde... Realmente não é fácil aceitar uma bengala como parte da sua vida, ou pior, da vida do seu filho. Mas, ficando apenas na bengala verde, a aceitação dessa ferramenta pode se tornar fundamental para uma vida plena e com independência. Queremos que toda a sociedade nos veja e nos aceite, mas para que possamos verdadeiramente lutar por inclusão junto a sociedade, precisamos primeiro de aceitação, acessibilidade e independência dentro das nossas próprias casas. Rodrigo Bueno, é advogado, Vice-Presidente da Bengala Verde Brasil, e tem baixa visão (rodrigo@bengalaverde.org.br)

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ACESSIBILIDADE E AUTONOMIA DA PESSOA COM BAIXA VISÃO Por: Nelma Meo A Lei Brasileira de Inclusão (LBI 13146/15) define a pessoa com deficiência como aquela com comprometimento de longo prazo que em interação com uma ou mais barreiras tem sua participação plena e efetiva na sociedade comprometida. Neste contexto, a importância de um trabalho que contribua para a independência das pessoas com cegueira ou baixa visão é fundamental. Em uma perspectiva geral, a baixa visão é definida como um conjunto de alterações que, isoladas ou combinadas, comprometem o funcionamento visual e podem se manifestar através da diminuição do campo visual; da dificuldade em perceber contrastes; da capacidade de identificar cores e da baixa acuidade visual, entre outras. A autonomia das pessoas com baixa visão passa pela aquisição de habilidades e competências, utilização de tecnologias assistivas, relações favoráveis e acessibilidade. No atendimento educacional e na habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência visual, uma das áreas que trabalha com todas estas questões é a Orientação e Mobilidade (OM). A Orientação e Mobilidade engloba um conjunto de técnicas, procedimentos e metodologias e atua na promoção da acessibilidade, considerando o desenho universal, para diminuir as barreiras atitudinais, urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, tecnológicas e nas comunicações. Conhecendo as alterações no funcionamento visual que a baixa visão provoca e considerando as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) sugerimos algumas adaptações que, incorporadas nos ambientes, produtos e serviços, garantem o direito de ir e vir e uma mobilidade segura para as pessoas com baixa visão. Edificações e urbanização: • Utilizar pisos preferencialmente lisos, de material antiderrapante e em cores claras (azul, verde, bege, granito cinza, etc), mas que não sejam brilhantes, pois interferem com reflexos para as pessoas com baixa visão; • Se possível, utilizar portas de correr embutidas nas paredes (tipo guilhotina) ou portas articuladas com dobradiças, mas com molas graduadas para mantê-las fechadas em cores contrastantes com os batentes que, de preferência, devem ser escuros. Os trincos ou maçanetas de cores contrastantes com a porta também facilitam a localização. Lembrando que as portas entreabertas são um obstáculo perigoso para pessoas com deficiência visual; • As escadas podem ser sinalizadas com uma faixa do piso tátil de alerta que tenha a cor diferente do piso adjacente e seja colocada com pelo menos 50 a 60 cm de largura e afastada pelo menos 50 cm da borda. Na borda de cada degrau deve ser colocada uma faixa antiderrapante sinalizada por cor diferenciada em cada canto e no meio do degrau. A instalação de corrimãos é fundamental para a segurança de todos e todas. Deve-se sempre oferecer opções de acesso às pessoas que utilizam cadeira de rodas e/ou tenham sua mobilidade reduzida; • Utilizar placas com os nomes das ruas escritas em tipos maiores, contrastantes e em altura acessível para visualização da maioria da população. No mesmo poste com padrão definido nas esquinas, placas escritas com tipo comum em alto-relevo e placas em braille colocadas a 150 cm do solo, dando acesso de informação para todos; • Sinalizar paredes e portas de vidro com faixas de cores contrastantes. A sugestão para a largura de cada faixa é que seja de pelo menos 15 cm e a altura a ser colocada nas paredes deve ser a partir de 90 cm do piso; • A luminosidade natural e a iluminação artificial também são fatores fundamentais na acessibilidade das pessoas com baixa visão, uma vez que estas podem interferir diretamente em maior ou menor possibilidade do uso do resíduo visual. Sempre que possível,

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oferecer boas condições de luminosidade natural por meio de janelas, mas que possam, também, controlar sua incidência e reflexos por meio de cortinas e persianas; • Em escadas, rampas e mesmo em alguns desníveis isolados, podem ser colocadas luminárias próximas ao rodapé para facilitar a visualização. Comunicação • Ao confeccionar cardápios, roteiros e outras informações e orientações sobre produtos, serviços ou ambientes deve-se considerar que fontes como Arial ou Verdana impressas em letras ampliadas e contrastantes facilitam a leitura e visualização de todas as pessoas. Transporte coletivo (ônibus) • Quando possível, as linhas de ônibus devem ser identificadas por diferentes cores. Os números e letreiros que identificam as linhas devem ter formato, tamanho e cores que facilitem a visualização e serem posicionados de modo que sejam identificados na maior distância possível para a maioria das pessoas. • No interior dos veículos, os balaústres e corrimãos podem ser em cores que facilitem a visualização. Junto aos assentos preferenciais os balaústres e corrimãos podem ter texturas diferenciadas. Por fim, lembramos que muitas pessoas com baixa visão apesar das adaptações e da utilização de seu resíduo visual, para a realização de atividades do dia a dia, necessitam de uma bengala longa para a sua segurança. Neste caso, a bengala longa verde é o recurso mais adequado que está ajudando a esclarecer esta condição para a sociedade e diminuindo as barreiras atitudinais. Nelma Meo – Praticante de caminhadas, trilhas e bicicleta. Seu amor por estas atividades levou-a a se formar em Educação Física e a aprender o ofício da Orientação e Mobilidade. Do bastão à bengala longa, está há mais de duas décadas nesta jornada caminhando pelo Brasil afora com seus alunos e alunas com cegueira e baixa visão e compartilhando com outros educadores e pessoas interessadas seu trabalho na área da deficiência visual.

arquivo

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Sobre alcool e outras drogas

E você sabe que padrão de consumo é considerado pesado e de alto risco para a saúde? Fernanda Hannun Jabbour Psicóloga Especialista em Dependência Química

O álcool é considerado uma substância psicoativa pois age no sistema nervoso central, provocando alterações no funcionamento mental e comportamental e, como tal, é capaz de causar dependência. Segundo o NIAAA (National Institute om Alcohol Abuse and Alcoholism), existem quantidades de ingestão de álcool que podem ser consideradas de baixo risco para o desenvolvimento da Dependência Química e de outras patologias, porém, qualquer padrão de consumo pode desencadear o desenvolvimento do Transtorno por Uso de Substâncias (Dependência Química) e de outros transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade, além de doenças cardiovasculares, hepáticas, câncer e cirrose. Portanto, não há uso seguro de álcool. Há estudos que comprovam que o risco de câncer de mama aumenta em 20% para as mulheres que bebem 2 doses ou mais em uma única ocasião. Sem dúvida nenhuma, a abstinência é o padrão mais seguro. As quantidades consideradas de baixo risco são: - para homens: 4 doses diárias e 14 doses semanais; - para mulheres: 3 doses diárias e 7 doses semanais. As mulheres têm menos enzimas (moléculas orgânicas que aceleram as reações químicas) que são responsáveis pela metabolização do álcool no organismo. Além

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disso, a quantidade de gordura corporal na mulher é maior do que no homem e a quantidade de água na mulher é menor do que no homem. Como a gordura retém o álcool e a água ajuda a dispersá-lo, as mulheres apresentam uma resposta fisiológica ainda mais complicada ao álcool; as que consomem em excesso tendem a desenvolver dependência e outros problemas de saúde com mais rapidez que os homens. (veja figuras) Muito importante lembrar que a OMS alerta para as situações em que os indivíduos não devem ingerir qualquer quantidade de álcool: • com menos de 21 anos (mas melhor ainda é não beber com menos de 24 anos pois alguns estudos atuais mostram que o cérebro ainda está em formação até esta idade); • mulheres gestantes ou lactantes; • que estão em recuperação do Transtorno do Uso do Álcool ou são incapazes de controlar a quantidade que bebem; • quando forem dirigir ou realizar qualquer atividade que coloque em risco a segurança; • quando tomarem certos medicamentos de venda livre ou prescritos; • por algumas condições médicas.

Fernanda Hannun Jabbour Psicóloga Especialista em Dependência Química CRP 06/57550 www.conajuda.com.br fernanda@conajuda.com.br @conajuda

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CriativaS IdadeS

Projeto Bunekas Jane Barreto Reveladora de protagonistas Ms Reabilitação e inclusão

A prática da inclusão é um desafio! Incluir-se pelo olhar do outro, que melhora o nosso olhar é uma dádiva. O mundo é diverso, nele habitam seres diferentes que buscam aceitação, amor do próximo, e há beleza na diversidade. A educação do século XXI traz o desafio de rever as formas de ensinar, de olhar o humano. O aprender a conhecer, a fazer, a ser e a conviver, são premissas fundamentais nesse processo de humanização que converge com todas as formas de inclusão social. Uma das vertentes desse desafio é a inclusão do brincar na vida de todas as crianças do planeta, sejam elas de qualquer cor, raça, crença ou condição sócio econômica. O brincar é inerente a condição humana na infância, necessário tanto quanto o ar e alimento para corpo, alimenta a alma e constrói a identidade do ser na primeira etapa de sua vida. Projetos de impacto social que fazem a diferença e colaboram esse ato de brincar, devem ser evidenciados, pois são ferramentas poderosas na busca da libertação da sociedade em que impera a desigualdade e insensibilidade no pior do Humano. As crianças do Continente Africano, e agora também no Brasil, e em especial nesse projeto, são comtempladas com acolhimento e recebem as primeiras informações que farão diferença em sua sobrevivência: a defesa ao abuso infantil e a oportunidade de reconstrução de suas vidas. Em 2020, durante a pandemia, surgiu uma preciosa parceria com O PROJETO BUNEKAS, que trouxe o convite para sermos parte dele, colaborando na construção de um livro infantil, que trata da questão do abuso em uma linguagem sensível e criativa e que alcance a criança africa-

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na em sua realidade. Junto com esse livro também surgiu o desafio de um material de apoio didático para formação dos missionários educadores em campo. Nasce então a parceria que se efetivou com a construção desse material, com Participação especial de outros convidados voluntários. O Projeto Bunekas, idealizado pela Psicóloga Michelli Bordinhon é implementado em mais de 80 países do continente Africano, convida para uma experiência singular, onde o amor a criatividade e empatia tomam conta dos que se envolve dando o livre acesso a todos e todas que desejam contribuir para construção de um mundo mais inclusivo. Por Ms. Jane Barreto Arteterapêuta/mestre em inclusão social Michelli Bordinhom Psicologia idealizadora do projeto Bunekas

Michelli idealizadora d

(Jane) Minha querida parceira Michelli, conte para a livre acesso como surgiu o projeto Bunekas? (Michelli) O Projeto Bunekas nasceu no início de 2017. Com o convite que recebi de uma organização de Saúde que leva profissionais e voluntários para o continente africano. Nessa viagem não pude estar e isso me inquietou muito. Fiquei angustiada, pensando por dias, o que eu poderia fazer, sem necessariamente estar presente no continente. A equipe que foi, me passava fotos e informações diárias, pois sabiam do meu amor pela África. Mas foi uma foto em especial que me chamou muito a atenção…A foto era de um jogo de futebol numa aldeia, em que os meninos brincavam… e o público que assistia eram meninas… Meninas com latas de água na cabeça, lenhas e bebês amarrados em suas costas… Foi o recorte dessa cena, somado à triste realidade de que o continente africano tem um dos maiores índices de abuso sexual infantil, que tomei a decisão de fazer alguma coisa, eu não poderia mais fingir que não sabia dessa triste realidade… Como psicóloga, pensei na representatividade e na importância do brincar, no auto estima e proteção dessa criança. Então nasceu a ideia de fazer uma bonequinha de pano, com o tom de pele e o cabelinho parecido com o da menina. Uma boneca em que ela pudesse se enxergar, possivelmente seria a primeira e única boneca de sua vida. A boneca tem vestido colorido, calcinha, turbante, sapatinho e um cheirinho de óleo essencial de bergamota, para que aconteça a memória olfativa e todas as vezes que a menina entrar em contato com uma fruta cítrica, se lembre do dia em que ganhou sua primeira Buneka. Sim, ela se chama Buneka, por que é a tradução no dialeto crioulo. Ela também traz no bolsinho do vestido, um

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do projeto BUNEKAS

bilhetinho para a menina, dizendo: Você é linda!!! (Jane) E como as crianças recebem as Bunekas no continente Africano? (Michelli) No dia da entrega das Bunekas, mas meninas também ganham um vestido, calcinhas e enfeite de cabelo. Nosso sonho é que a criança, nesse dia, tenha uma experiência de amor. Se sinta olhada, lembrada, valorizada, e autorizada a falar e denunciar abusos e maus tratos. Todas as organizações que recebem nosso material são orientadas a trabalhar com a criança a respeito da autoproteção ao abuso, nomeação das partes íntimas, a importância de dizer não, buscar ajuda nos casos de abuso e maus tratos e saber que ela não é culpada. (Jane) Quem são as pessoas que atuam nesse projeto? (Michelli) Somos uma rede de voluntários no Brasil, África, Portugal e França, somos pequenos diante da grande demanda, mas grandes em amor e esperança. Esperança de que a criança tenha seu valor reconhecido, tenha voz e não seja mais inviabilizada. (Jane) E como foi que o projeto atuou durante a pandemia? (Michelli) A grande novidade é que durante a pandemia, o Projeto Bunekas em parceria com a Visão Mundial e outras organizações, confeccionou e entregou mais de 2000 kits pelo Brasil, priorizando regiões norte e nordeste. E a partir do mês de outubro, as menininhas passaram a ganhar uma sandalinha, tudo fruto de trabalho voluntário. Nesse projeto missionário. (Jane) Quem Fabrica as Bunekas? (Michelli) São construídas pelas amorosas mãos de bonequeiras espalhadas por todo Brasil, são mulheres de várias idades, voluntárias e que residem em várias localidades do Brasil, desde o início do Projeto, já foram confeccionados por volta de 60 mil itens, entregues em 15 países africanos, Brasil, Haiti e Jordânia. (Jane) De que forma é possível contribuir no projeto? Quais são as necessidades? (Michelli) Aceitamos doações de tecido tricoline infantil, malha 100% Algodão na cor marrom café, plumante para enchimento, tecido carapinha cor preta, serviços de gráfica, correio, transporte interestadual e transporte internacional. Todas as pessoas que simpatizam, entendem e desejam apoiar o projeto podem participar de alguma forma, e o mais importante, continuar firme no propósito de fazer a diferença na vida de pessoas de todas as idades, em especial das meninas nessa situação de extrema vulnerabilidade. Seja Bunekeira e doe sua mão de obra. Entre em contato pelas redes sociais, dizendo que soube do projeto pela revista LIVRE ACESSO. email: projetobunekas@yahoo.com e siga as redes sociais @projetobunekas.

Revista Livre Acesso #2 - Outubro - Novembro/2021 - pág.40


N o t í c i a s divulgação

O QUE ROLA NO WHATSAPP

Exclusão de pessoas com deficiência na cultura não deveria ser tratada com naturalidade Para cegos ou quem tem baixa visão, a notícia de um novo filme, série, peça de teatro ou livro sempre vem acompanhada de uma dúvida: será que foi feito para mim também? A questão não é sobre se vai passar no streaming que a pessoa assina ou em alguma plataforma que ainda busca conquistar espaço...

agora, na Folha, você pode acompanhar as matérias da coluna Haja Vista - Histórias de um repórter com baixa visão, escritas por Felipe Oliveira

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

Revista Livre Acesso #2 - Outubro - Novembro/2021 - pág.41


Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas NOSSA REVISTA PRECISA SOBREVIVER Desde 1993

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O Instituto Lagarta Vira Pupa lança a PNED PCD - Pesquisa das Necessidades dos Domicílios com Pessoas com Deficiência Com essa pesquisa vamos aprofundar o entendimento sobre as necessidades destes domicílios e impacto da pandemia no nível municipal. Falta inclusão escolar? Não tem acessibilidade? Como estão as terapias e diagnósticos na sua cidade? Estes dados serão compilados - nenhuma informação individual será divulgada - e fará parte de um relatório que contará com divulgação na imprensa e será apresentado para as autoridades de cada município. COMO VOCÊ PODE PARTICIPAR E AJUDAR? - Acesse o link e preencha a pesquisa (leva de 8 a 10 minutos); - Compartilhe esse post em outras comunidades do Facebook e grupos de WhatsApp; Quanto mais respostas tivermos, melhor será o resultado da pesquisa! www.lagartavirapupa.com.br/pned-pcd

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acesse: https://svmaeleicoes.prefeitura.sp.gov.br/

Revista Livre Acesso #2 - Outubro - Novembro/2021 - 46


Revista Livre Acesso #2 - Outubro - Novembro/2021 - segunda capa


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