Edição de agosto, nº31 - 2017

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Agosto 2017 | Nº 31

NOVA RUBRICA ENTREVISTA

DR. FILIPE MAGALHÃES RAMOS

CONEXÃO FASHION ENTREVISTA

MAESTRO CRISTIANO SILVA

SOBREVIVI

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ÍN DICE 4 ARMÁRIO SEM CHAVE 8 ARTIGO Sobrevivi, e agora? 16 RUBRICA Conexão Fashion 22 ENTREVISTA Dr. Filipe Magalhães Ramos 28 POR DETRÁS DO PANO by Eduarda Andrino 36 CRÓNICA Sónia Machado 42 PEQUENOS MARQUESES 52 CRÓNICA Rui Gomes da Silva 58 A Evolução das novas Gerações de crianças - Última Parte 68 ARTIGO Era uma vez 72 COLUNA SOCIAL by Eduarda Andrino 82 FITNESS HUT 86 LITERATURA por Leonor Noronha 88 CINEMA por Tiago Vaz Osório

FICHA TÉCNICA Coordenação Editorial Manuela Pereira Tiago Barreiro

Colaboração Editorial

Paginação e Design Mónica Oliveira

Fotografia Capa Hugo Osório

Andreia Rodrigues, Áurea Venceslau, Eduarda Andrino, Fitness Hut, Hugo Osório, Leonor Noronha, Manuela Pereira, Maria Inês Matos, Olga Muro e Silva, Rui Gomes da Silva, Sandra Cunha, Sónia Machado, Tiago Vaz Osório

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ARMÁRIO SEM CHAVE

PETIT-POIS Mais uma tendência para o verão

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stampado com bolas e mais bolas seja nas roupas como nos acessórios, pode usar e abusar é tendência.

Petit-pois, polka dots ou poá são os nomes dados ao famosos padrão de bolinhas que foi muito usada nos anos 50, nunca saiu de moda e é mais uma tendência para o verão 2017. Estilo retrô, o petit-pois é sinônimo de elegância para aquelas que gostam de estar na moda. Não importa se as bolinhas são maiores ou menores, brancas, pretas ou coloridas, em qualquer forma e cor o estampado petit-pois traz muita delicadeza e feminili-

dade ao visual. Podemos criar look românticos, um visual mais sexy ou até mesmo um estilo pin-up. Petit-pois é sem duvida uma grande forte tendência para este verão, prova disso é que as famosas bolinhas tem aparecido em tudo, desde: roupa interior, saias, vestidos, tunicas, camisas, meias, biquínis, sapatos, lenços, carteiras e em acessorios.

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ARMÁRIO SEM CHAVE

Como devemos usar? São várias as opções de como devemos usar, deixco algumas dicas: Existem estampados de bolinhas de diversas cores, mas na dúvida, a melhor opção é sempre optar pela combinação básica do preto e branco. Mulheres um pouco acima do peso devem optar por bolinhas menores para disfarçar os exces6

sos. Mulheres magras podem abusar de bolinhas maiores, pois as bolinhas dão volume ao corpo. Se for uma mulher de look mais simples, neutros e basicos pode sempre usar o estampado das bolinhas em acessoriois. Pode sempre usar uma carteira, um lenço amarrado no pescoço ou ate um acessorio no cabelo. Caso prefira um look petit-pois total, os sapatos e acessórios de-


vem ser básicos e lisos para dar equilibrio no look. As opções podem ser muitas, é só saber aproveitar a tendência e usar e abusar. O Armário sem Chave é uma marca que trabalha com peças de vestuário exclusivas e com personalizações ao gosto de cada cliente, é uma excelente opção para nos visitar e conhecer a coleção que temos disponível com o estampado de bolinhas.

Visite a pagina: https://www.facebook.com/armariosemchaveforman/ Fica um apanhado de onde e como pode ser enquadrado o estampado de bolinhas.

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SOBREVIV 8


VI, E AGORA?! 9


ARTIGO

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costume dizer-se que o que não nos mata torna-nos mais fortes... Mas será realmente assim? É possível recuperar positivamente de um evento traumático?

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Pode ser realmente difícil trabalhar uma questão traumática sem um apoio emocional apropriado, pois o evento pode conduzir a um sofrimento duradouro, a problemas relacionais ou até a comportamentos aditivos. Mas a boa notícia é que a ciência está do nosso lado: os estudos mostram que as pessoas que passam por momentos complicados sentem um crescimento psicológico e mudanças psicológicas positivas associadas a esses eventos stressantes. Não estou com isto a dizer que os

efeitos negativos desaparecem na totalidade mas sim que podem coexistir com eles de forma a obter um certo equilíbrio. A investigação mostra que existe um elemento fundamental para sobrevivermos intactos a uma catástrofe: os nossos laços. Os indivíduos expostos a eventos como acidentes, guerras, doenças graves ou morte de familiares próximos têm o apoio social e as relações com outras pessoas como preditores fundamentais da recuperação psicológica. É neste momentos que é possível


perceber quem realmente está lá para nós e aprofundar os nossos vínculos afetivos. Passar por um trauma pode levar as pessoas a procurarem novas atividades ou estilos de vida que possam tornar as suas vidas mais significativas, ricas e gratificantes. Algumas pessoas optam por se voluntariar ou defender a causa pela qual passaram, outras escrevem sobre sua experiência ou expressam os seus sentimentos através de artes criativas, canalizando assim o seu sofrimento. Ao enfrentarmos os nossos traumas podemos perceber o que aprendemos ao passar por essa dificuldade e como podemos usar esse conhecimento para evoluir ou ajudar outras pessoas na mesma situação. Dá-nos ainda a capacidade de perceber o quão fortes somos e o que somos capazes de suportar. Muitas vezes, somos

surpreendidos pela nossa capacidade de tolerar emoções difíceis quando nos sentimos motivados em viver a nossa vida. Sobreviver a um trauma pode ser uma segunda oportunidade de reconstruir a sua vida e implementar as lições aprendidas. Mas vamos por partes. Afinal, o que é o trauma? Uma qualquer pessoa que esteja num acidente automóvel irá sentir-se abalada noutro momento minimamente semelhante. Eventualmente ser-lhe-á possível recordar o evento sem ficar aterrorizada, integrando-o no seu inconsciente de forma a ser capaz de passar por outro acidente de carro sem reviver em detalhe o seu próprio. Uma pessoa com PSPT não tem essa sorte. Ela irá sentir continuamente os efeitos colaterais tanto físicos como mentais

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ARTIGO

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desse evento traumático. Contudo, para se apresentar um diagnóstico de PSPT os sintomas devem estar presentes por mais de um mês, ou apresentados das seguintes maneiras: agudo, em que os sintomas duram três meses ou menos; crónico, com os sintomas a durarem mais de três meses; ou de início tardio, em que os sintomas só surgem após alguns meses. Chamada inicialmente de “Coração de Soldado” foi Jacob Mendes da Costa, descendente de uma família judaica de Trancoso há muito emigrada, que primeiro descreveu os sintomas da hoje conhecida Perturbação de Stress Pós-Traumático (PSPT). Inicialmente ponderada como doença cardíaca, devido a sintomas como taquicárdia e reatividade, o PSPT é hoje visto como um trantorno de ordem psicológica

que resulta em elevados níveis de ansiedade resultantes de um evento stressante. Outro sintoma frequente de PSPT é a re-experiência do evento traumático: a pessoa é perseguida por memórias do momento que lhe deixou tão profundas marcas, seja sob a forma de pesadelos ou flashback, fazendo com que a pessoa passe de novo por toda essa experiência. Nestes momentos o seu cérebro inadvertidamente liberta os químicos de quem está novamente a presenciar o trauma, com respostas mentais e físicas de luta ou fuga. Esta perturbação apresenta vários sintomas preocupantes (fobias e medos constantes, pesadelos, explosões de raiva, ansiedade constante, dificuldades de concentração...) que estão divididos nas seguintes categorias de diagnóstico: Exposição, Intrusão, Evitamento,


Alteração e Excitação. De seguida irei falar um pouco sobre a forma como a Hipnose Clínica pode melhorar estes sintomas. De que forma pode a Hipnoterapia trabalhar um trauma? A Exposição é o sintoma pelo qual o nosso sistema límbico nos projeta de forma a respondermos a uma ameaça ou ataque de uma das seguintes maneiras: luta, fuga ou congelamento. O trauma está de tal forma presente no cérebro e corpo do cliente que este continua a vivê-lo como se fosse no presente, alterando-lhe a capacidade de percecionar o mundo à sua volta. A hipnoterapia não consegue apagar o evento traumático, mas irá permitir ao cliente aceder a informações armazenadas na

sua mente inconsciente permitindo que o evento seja examinado e que as emoções que lhes estão associadas sejam reivindicadas, processadas e expressas de forma adequada. As crenças negativas que podem muitas vezes estar relacionadas com padrões comportamentais disfuncionais podem assim ser libertadas. A maioria dos clientes que experienciam sintomas de Intrusão sentem muitas vezes uma total falta de controlo sobre suas mentes, reféns de pesadelos, memórias intrusivas e reatividade a estímulos semelhantes aos do momento traumático. Durante as sessões de Hipnoterapia o cliente irá receber múltiplas ferramentas e recursos que potenciarão o sentimento de

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INÊS MATOS

ARTIGO

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auto-controlo. Ao ser relembrado dos seus pontos fortes e virtudes e ensinando-lhe maneiras pelas quais ele será capaz de modular a sua própria reatividade fisiológica é possível melhorar em muito a sua qualidade de vida. Como será de esperar, a vítima de um trauma irá fazer o necessário para que não haja recorrência de sensações associadas ao trauma. O Evitamento pode resultar de uma escolha consciente (evitando pessoas ou lugares) mas pode estar relacionado com sensações de dissociação, como abuso de

substância ou outros comportamentos de vício. O propósito desta tentativa seria distanciar-se do trauma, mas quando ele se encontra profundamente enraizado no nosso cérebro, o resultado é uma sensação de desfragmentação, de entorpecimento, de frieza ou desconexão. A hipnoterapia permite dar voz às partes perdidas, escondidas ou negativas do nosso eu que surgem como meio de sobrevivência. O problema surge quando o momento traumático que inicialmente requereu uma resposta de sobrevivência se mostra pouco útil ou sequer funcional. Assim, o hipnoterapeuta pode recorrer à criatividade e imaginação para ajudar o seu cliente


a trabalhar no evento passado de tal forma que até mesmo a forma como a memória é armazenada ou processada pode ser alterada. O trauma muda-nos, é capaz de alterar a nossa personalidade, humor, memória, motivação, função cognitiva e percepção. Por extensão, essa Alteração muda também os nossos sistemas familiares e relacionais. Com a ajuda do seu hipnoterapeuta, os clientes podem aceder aos estímulos envolvidos no seu trauma e concluir o momento específico em que as suas crenças se tornaram negativas. Será então possível trabalhar essas crenças distorcidas de forma a reinvidicar o que sente que perdeu. Em suma, um trauma, quando não é tratado, resulta em mudanças comportamentais marcantes que inevitavelmente têm que se manifestar, seja sob a forma de choque, doença somática, ou sintomas de Excitação, como hipervigilância, sobressaltos exagerados ou problemas de sono ou concentração. Comportamentos imprudentes ou de risco podem ser

outra forma de manifestar Excitação. Um dos principais trabalhos terapêuticos é permitir à vítima que, em estado de trance, se visualize a completar a ação que não foi capaz de reproduzir no momento original, retirando a carga negativa da resposta traumática (luta, fuga, congelamento). É importante promover que o corpo seja capaz de agir, trazendo à consciência as emoções e pensamentos positivos associados a uma resposta eficaz. Em hipnoterapia, incentivamos os clientes a mover seus corpos, a atacar, permitindo que se liberte de vez da sua experiência passada. A hipnose clínica é uma terapia com evidência ciêntifica que permite trabalhar o núcleo do trauma, pois sendo um método que acede facilmente ao inconsciente consegue reformular não só os sintomas como também as suas causas. Eu acredito que a maturidade não é uma superação mas um crescimento, que um adulto não é uma criança morta mas sim uma criança que sobreviveu! 15


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CONEXÃO FASHION


RUBRICA

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em vindos à rubrica “Conexão Fashion” o meu nome é Hugo Osório e sou fotografo profissional na área de moda. Nesta nova rubrica irei abordar varias temáticas como experiências pessoais, dicas de fotografia e moda, técnicas de edição, analise de equipamentos/acessórios de fotografia e apresentação de trabalhos de moda. Começo por fazer uma breve viagem no tempo, remontando ao inicio de tudo... Sempre esteve presente comigo uma vertente artística que desde novo se manifestou no desenho, no entanto mais tarde acabou por se reflectir na fotografia, mas para aqueles que possam pensar que um fotografo profissional sempre gostou de fotografia estão enganados, sempre fui um bocadinho do contra e como tal a fotografia não era um grande aliciante, porque constantemente me pediam “tira ai umas

fotos”, eu sentia aquilo como uma obrigação, condicionando o meu processo criativo. Até que um dia estava a fazer tempo junto a praia e com uma máquina compacta decidi colocar em modo manual e alterei as definições, sem sequer saber o que estava a fazer, como quase toda a gente sempre tirei fotos em automático e ficava a espera do resultado de acordo com o que a máquina poderia oferecer, mas a historia não foi bem essa desta vez, ao alterar a definições consegui um resultado nada esperado 17


RUBRICA

ou seja fotografei um senhor que estava com uma cana de pesca em contra-luz, com o sol na sua plenitude, normalmente iria sair uma foto queimada por o sol estar ainda bastante “forte”, mas o resultado foi uma luz do sol completamente divinal, dando a parecer que estava no final do dia e o sol se estava a por, caso não fosse perto da uma da tarde, eu até ficava em dúvida e quanto ao pescador ficou totalmente negro só se vendo a silhueta com um recorte fantástico. A partir desse dia foi sempre a investir em conhecimento de técnicas e modos de fotografia, que é um processo constante até ao dia de hoje e que continuará sempre comigo.

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Comecei por fotografar paisagens, passei para objectos que cativavam o meu interesse, mas qualquer não estava certa, uma vez que não me preenchia o estimulo pela fotografia, percebi então ao fazer retratos que era com pessoas que queria trabalhar, porque não era tão fácil fazer os enquadramentos e coordenar a pessoa que está a ser foto-

grafada, virei então para a moda porque existem montes de componentes associados ao mesmo (luz, enquadramento, pose, contexto, história) ao invés de uma paisagem que se olha e em 2 ou 3 tentativas temos a foto final sem mais nada a acrescentar, na moda temos que estar sempre em constante renovação. Investi então além do tempo, dinheiro para poder comprar uma máquina fotográfica onde já pudesse ter opções diferentes em termos de objectivas, coisa que não tinha na máquina compacta, comprei uma Nikon D90, com objectiva 18mm-105mm, uma maquina de gama de entrada. Comecei por fotografar amigos para aprimorar tudo que estava a aprender de forma auto-didacta através da Internet sem ter ninguém a quem recorrer para me dar algumas explicações, como tal funciona tudo na base da tentativa/erro. Esta é a historia de como tudo começou para mim, em edições


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RUBRICA

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futuras contarei o percurso que tive até me tornar profissional e entrar no mercado de trabalho. Lanço desde já um desafio a todos os leitores que gostem de fotografia, o que vos estimula fotografar e porquê? Muita gente adora fotografia em uma vertente especifica, mas nunca pensou qual o motivo. Deixo espaço aberto na rubrica para serem apresentados e sugeridos pessoas/trabalhos que estão ligados a moda ou fotografia (ex: Make-up, Hair-Stylist, Modelos, Marcas, Sites, Portefólio indi-

vidual, Eventos de moda, entre outros...). Por isso quem sabe não será divulgado o teu trabalho aqui na nossa rubrica para que toda a gente possa apreciar o que vocês fazem de melhor. Caso estejam interessados em acompanhar o meu trabalho podem sempre fazê-lo pelas redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) para me encontrar basta colocarem o meu nome e rapidamente conseguem me encontrar em qualquer uma das redes que mencionei. 21


DR. FILIPE MAGALHÃES RAMOS 22

ao serviço da cirurgia estética


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onhecido como o cirurgião das figuras públicas e com um vasto currículo cirúrgico o qual se destacam mais de 2 mil procedimentos realizados com maior incidência na Rinoplastia e no Lifting Facial a medicina estética foi a área que sempre o fascinou. Desde jovem sempre se interessou por programas que melhoravam a auto estima das pessoas. Agora, após alguns anos de experiência, tem vindo a dar essa possibilidade às pessoas e poder por em prática todo o conhecimento que adquiri dos meus mentores. O Drº Filipe Magalhães Ramos é o senhor que se segue na nossa próxima grande entrevista e que dará, nas próximas edições, espaço a uma rúbrica onde todas as suas dúvidas irão ser esclarecidas. Venham connosco nesta viagem! O que significa ser cirurgião

estético? A Cirurgia Estética é um ramo da Medicina que, para além de uma grande complexidade técnica, tem uma grande relação com a arte, numa procura de harmonia e um resultado natural, conseguida através da junção destas duas qualidades. Não basta ser tecnicamente bom, é preciso ter a capacidade de personalizar os resultados de cada paciente, enquadrando a sua personalidade. Cada paciente é único. Poder dar às pessoas a oportunidade de estar bem consigo e com o seu rosto é uma missão e/ou responsabilidade?

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ENTREVISTA

Desde sempre foi minha missão, um acompanhamento personalizado de cada paciente. Cedo me apercebi que, para o conseguir, teria de me dedicar exclusivamente a um tipo de prática médica, pelo que me decidi pela prática exclusiva da Medicina Privada. O meu objetivo é orientar o tratamento do paciente para um melhor resultado possível e executá-lo tecnicamente de um modo perfeito e responsável, respeitando sempre a função e fisiologia da zona intervencionada. 24

Quais são as principais preocupações quando chegam ao seu consultório? Tenho vindo a notar que, hoje em dia, a maior preocupação dos pacientes é escolher um cirurgião credível e com provas dadas. Preocupo-me em divulgar os resultados possíveis através das técnicas que utilizo. Deste modo, consigo encorajar os pacientes a seguirem a sua vontade de mudança. Como é assistir ao reencontro com o espelho daquelas pessoas cuja auto estima estava destruí-


mente, se venceu o tabu da Cirurgia Estética. Tal como gostamos de uma casa bem decorada, de um carro com um design bonito, também gostamos de nos sentir bem ao espelho. E não há nada de errado com isso. Há receios quando passam a porta do consultório? Toda a gente tem medo de mudança. O trabalho da nossa equipa é tornar todo este processo numa experiência agradável. Felizmente, na nossa clínica, os receios dissipam-se depressa.

da. Os nossos pacientes realçam a grande alegria e surpresa quando vêm pela primeira vez o resultado. Curiosamente, muitas vezes, mencionam o conforto de observar as reações, minha e da minha equipa, pela nossa satisfação com o resultado. A cirurgia estética tem vindo a caminhar a passos largos em Portugal. Ainda existem tabus ou, cada vez mais, as pessoas estão abertas ao seu benefício? Parece-me que em Portugal, final-

Nem sempre o que o paciente quer é possível fazer ou, pelo menos, razoável. Como se gere os desejos de quem possui uma imagem que quer atingir, mas na realidade não é a melhor para se realizar? A possibilidade de realizar simulações computorizadas dos casos veio dar uma grande ajuda à resposta a este problema. Quando o paciente não se sente confortável com uma simulação realista que é apresentada, não encorajamos a avançar. É, deste modo, que considero mais sensato gerir as expectativas dos pacientes de forma responsável. 25


O que mais prazer lhe dá enquanto cirurgião estético? Sem dúvida, a reacção das pessoas quando vêm um bom resultado, a gratidão e satisfação que demonstram. A confiança no cirurgião é fundamental?

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A confiança no cirurgião é fundamental. A relação médico-doente baseia-se na confiança, não só no médico, mas também em toda a sua equipa. É gratificante operar quase todos os membros de uma família, que se tornam amigos, para além de pacientes. E que, por vezes, nos contactam ou visitam até mesmo fora do âmbito médico.

A procura pela juventude eterna é a principal razão da procura?

O conceito da procura pela juventude eterna é uma coisa do passado. Neste momento, o nosso objectivo é dar às pessoas um ar saudável, cuidado e bonito, adaptado à sua própria idade. A experiência ensinou-nos que resultados desenquadrados não prezam felicidade, antes pelo contrário. Todas as histórias têm um final feliz?

Não operamos todos os paciente que nos procuram, mas sim todos os que sabemos que conseguimos


ENTREVISTA

ajudar. Qual o momento mais marcante da sua carreira? O reconhecimento internacional do nosso percurso é algo que nos orgulha muito. Hoje em dia recebemos pacientes de todas as partes do mundo, que até se deslocam propositadamente. - Como vê a cirurgia estética no futuro? A grande aposta da Cirurgia Estética no futuro é, na minha opinião, desenvolver técnicas cada vez menos evasivas e recuperações mais céleres e indolores. É com esse pressuposto que temos avançado na nossa clínica. Num futuro breve

iremos ter à disposição dos nossos pacientes um novo dispositivo que irá precisamente acelerar a recuperação. Para além de procuramos a excelência técnica também procuramos facilitar a recuperação dos nossos clientes. - Onde o podemos encontrar? Poderão fazê-lo através do nosso Site, Facebook e Instagram. www.fmrcirurgiaestetica.com WhatsApp: 9111954572 Instagram: filipemagalhaesramos Facebook: www.facebook.com/FilipeMagalhaesRamos Manuela Pereira

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Por detrรกs do Pano by Eduarda Andrino

MAESTRO CR 28


RISTIANO SILVA 29


Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

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oi a 18 de Março 2017 no Campo Grande, em Lisboa, que conheci o maestro Cristiano Silva no concerto dos UHF Sinfónico.

Foi uma noite inesquecível e única. A junção perfeita entre um músico de referência e um maestro que dirigia um grupo de jovens músicos, escolhidos a dedo. Ao longe vislumbrava-se um “monstro” no palco, todo vestido de negro, com movimen-

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tos harmoniosos que marcavam o tempo de um reportório cuidadosamente concebido para aquele momento. Arrepiante e único! No final do concerto tive a oportunidade de privar com Cristiano Silva e recolher um pouco do seu talentoso percurso. Fiquei rendida à simplicidade das suas palavras.


A entrevista Como é ser músico em Portugal? Ser músico em Portugal é uma tarefa de luta, talento, persistência e rigor. Nada é obra do acaso, é preciso disciplina e muito talento aliado à sorte! Fala-me resumidamente do teu percurso como músico e maestro. Enquanto músico, comecei a dar os primeiros passos em palcos assinaláveis, em virtude de estar a estudar numa grande escola, a Escola Profissional de Música de Espinho

e seguidamente na Academia Nacional Superior de Orquestra. Temos tendência para desvalorizar o que é nacional, mas defendo que temos alta qualidade e estruturas em Portugal para poder proporcionar um ensino académico também de qualidade a qualquer jovem músico em Portugal. Temos ainda um longo caminho a percorrer na criação de novos públicos, que valorizem a música de mais alto nível que se realiza em Portugal. Como maestro tive a felicidade de poder estudar em Londres com o ilustre maestro Tolga Kashif, maestro/compositor e produtor da Queen Symphony criada em parceria com o grupo Queen, 31


obra que tive o orgulho de produzir e dirigir em Portugal, em estreia mundial por uma orquestra de jovens. Tem sido um percurso difícil mas muito compensador, com grandes concertos e motivos de emoção e orgulho! Desde o meu saudoso grupo de percussão “Permallets”, ao Festival de Bandas na Ilha Terceira, em Porto Judeu, nos Açores, desde a criação do Festival ONJ/Festival de Música da Figueira da Foz, até à criação do meu concerto de autor. 32

O teu percurso é brilhante. Na tua aprendizagem qual dos

mestres te deixou marcas importantes e referências para o profissional que és hoje? Muito obrigado! Não tenho problemas em referenciar pessoas que me marcaram durante este “curto” trajecto: Maestro Tolga Kashif (Londres), por ter acreditado em mim enquanto seu aluno privado, Fabor Garbas (Hungria), que subitamente faleceu no mês passado, por ter acreditado em mim enquanto director musical e me ter levado a dirigir na Hungria, ao António Gil e à Remember Minds por ter confiado


Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

no meu trabalho para dirigir em Portugal o maior tributo do mundo aos Queen, aos UHF pela simpatia, carinho e amizade que originou excelentes concertos, que espero poder repetir, ao Maestro Miguel Graça Moura, Jean-Françóis Lézé, por ter sido um grande professor, Richard Buckley, pelos conselhos, Rui Sul Gomes pela paciência, Gabriela Canavilhas por ter acreditado em mim como jovem percussionista, à minha família por me ter permitido seguir o meu caminho, os pais e membros do grupo Permallets, Teresa Vilaça, Fátima Tomé, Inês Tomé Silva, enfim tantos... Rita

Paiva e Nuno João Casteleira por estarem comigo a viver o sonho do projecto ONJ. O projecto ONJ foi criado somente por ti? Foi idealizado e criado por mim, mas sempre com o apoio fundamental de várias pessoas que ao longo dos anos, mediante o seu contributo, me ajudaram a chegar a esta 10ª edição tão desejada! Sozinho nunca conseguiria! Como surgiu a parceria com os 33 UHF que deu origem ao UHF


Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

Sinfónico?

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O projecto ONJ resulta da tentativa de realizar o melhor Rock Sinfónico em Portugal. Os UHF eram um desafio muito apelativo. Felizmente, após o meu convite, recebo uma chamada do António Corte Real a aceitar esta ideia. Depois, foi ver o projecto a acontecer e viver um dos melhores momentos da minha vida! E que tanta saudade deixaram! Os UHF são um grupo fantástico e intemporal.

Sentes que o teu trabalho presentemente é reconhecido? O meu trabalho é, ano após ano, reconhecido por quem é de direito. Desde o ano em que a Tuna das Tecnologias da Saúde (V.N. Gaia) actuou connosco no Festival da Figueira que passou a acontecer um fenómeno chamado o “Pai Cris” com direito a música especial dedicada a mim, no final de todos os concertos. Felizmente temos tido grandes concertos e grandes públicos e cada um, à sua maneira, reconhece o trabalho que é realizado. Tive um momento incrível durante o concerto que tive o prazer de dirigir com os Dios Salve Lá Reina no Campo Pequeno, em


que com casa cheia todo o público começou a cantar para mim e para a Orquestra Filarmonica das Beiras: Portugal, Portugal, Portugal. Creio eu por se sentirem orgulhosos de uma orquestra, coro e maestro portugueses estarem a realizar um trabalho de elevado nível e reconhecimento. Considero-me uma pessoa feliz, mas sempre com uma ambição maior, dando graças aquilo que já alcancei. Qual o maior desafio que gostarias de receber?

Dirigir grandes concertos de Rock sinfónico em vários países diferentes. Com que género musical te identificas melhor?

Pop/Rock, sem dúvida! Um músico com quem gostarias de trabalhar? Yanni! Dirigir um concerto sinfónico do Yanni. Desloquei-me a Londres para assistir a um concerto do Yanni. É de facto algo que gostaria de atingir. Um projecto a curto prazo? A criação da Orquestra de Câmara da Figueira da Foz e ampliação do Festival de Música da Figueira da Foz. Um sonho? Poder ser feliz todos os dias da minha vida, até que a morte me separe deles! Eduarda Andrino

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UM AMOR MAIOR Quando continuar é único caminho até ao céu! 36


CRÓNICA

“Por favor, não aguento mais…”

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ra o limite das forças, das que tinha, das que vinham de cima, das que se sobrepunham a um amor incondicional que se sentia sem vida do lado de dentro de mim. Pedia clemência, porque a dor da alma feria-me o corpo e nesta vontade de ir junto, gritava no mais profundo da minha história não contada uma ténue vontade de continuar. E continuei. Continuei depois do meu corpo se contorcer em convulsões sem limites, numa dor que me revirava por inteiro, das tensões que su-

biam sem licença e explodiam em dores abertas e alucinantes numa descida vertiginosa nas tensões baixas que se anunciam, e neste carrocel de sofrimento ouvia-se a iminência: “as tensões estão a colapsar – é urgente”. Continuei, mesmo com essa vontade de entrega a deixar-me ir. Continuei. E no grito de emergência deixei-me levar na maca, sentada, porque algo me dizia que se me deitasse podia não ter volta. E eu não me deitei, mesmo que me gritassem para o fazer. Porque no fundo eu queria voltar. 37


Continuei.

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Continuei depois do parto que se fez longo, naquela sala dividida por outras mães felizes, numa dor tão diferente da minha e ouvida em choros de bebés que celebravam a vida. Continuei depois da morfina que me roubou a oportunidade de a ver, do grito que ficou surdo e que ainda se ouve no lado de dento de mim: ”eu quero pegar na minha menina, ela é minha, eu tenho o direito de a ver”. Continuei depois do corpo que se abriu vazio, após horas de contrações e de uma dilatação que teimava em não chegar. Continuei mesmo depois da voz de alguém que se fazer ouvir: “estava tudo bem com ela”. Continuei depois da vontade que não encontrou colo. Do amor que vi-

rou grande no vazio dos braços que nunca a embalou. Eu continuei! Continuei e voltei para casa de pé. Vazia. Mas de pé, porque era o mínimo que podia fazer por elas e foi por elas que decidi continuar – havia uma outra filha à minha espera em casa e queria no auge da doçura dos seus dez anos entender a razão pela qual eu voltava sem a sua irmã mais nova. Eu continuei por elas! Ninguém é capaz de saber. Podem chegar perto. Podem imaginar, os que ousam sentir esta dor como legítima, esta saudade como válida e este amor como presente, verdadeiro e eterno. Podem chegar perto.


CRÓNICA

Mas só esse ninguém, que se veste desta perda, é capaz de saber do que vos escrevo. Só quem perde um filho amado que não nasceu, no grito exaltado de existência, é capaz de saber a grandiosidade da certeza plena de que eles nascem para nós, que são nossos, que ultrapassam os dias, que ficam e permanecem para sempre. Que têm rosto, sentimentos, que fazem anos, que contam histórias e que espalham amor em tudo o que vivemos, todos os dias, sem falhar um. A casa pode nunca lhes sentir o cheiro, e os seus brinquedos podem nunca serem espalhados pelo chão e as molduras podem só emoldurar quimeras. Pode nunca haver prendas debaixo da árvore

pra eles ou um bolo pronto a soprar velas. Pode nunca ninguém mais se lembrar, nem mesmo quando alguém pronuncia o nome que escolhemos ou o calendário anuncia a sua memória. Mas a verdade é que os nossos filhos permanecem connosco para sempre. E são eles que nos fazem continuar, só eles… só esse amor de mãe é poderoso o suficiente para voltar de pé e continuar a viver! E no tanto que já se fez de diferente é necessário continuar a luta perante a sensibilidade necessária para lidar com as mães de anjos e lhes proporcionar meios e recursos para minimizar esta dor que só por si é gigante. Por isso… Olhem com respeito essas mães

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SÓNIA MACHADO ARAÚJO

CRÓNICA

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que aprendem a amar nessa distância enorme que nos faz longe e tão perto do Céu. Olhem com respeito esta dor e deixem espaço para um luto que se faz necessário e um lugar de memórias que é merecido. Olhem com respeito… Porque há muitas histórias que se fazem tão próximas da minha e há muitas mães que embalam os seus filhos no coração.

Eu e elas… merecemos esse respeito! E foi por mim e por elas e por todas as mães que eu partilhei este meu estado de amor maior. Porque afinal… não há nada mais majestoso do que continuar por amor!

Continuem… a vida recompensa, sempre! Continuem!


DIVULGAÇÃO

geral.bodycenter@gmail.com www.bodycenter.pt / www. facebook.com/bodycenter.pt Body Center | Oeiras 21 314 02 68 / 96 582 29 88 / 93 293 69 84 Rua Neves de Sousa, nº 13C Cacilhas de Oeiras 2780-272 Oeiras

A permanente de pestanas permite realçar a forma das pestanas, tornando-as mais curvas e alongadas. Para um efeito de maior volume, brilho e contraste é utilizada a técnica de pintura de pestanas, que substitui na perfeição a máscara e evita o trabalho diário da sua colocação.

Dedicado a Si!

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JÁ NASCEU O MEU BEBÉ, SOU MÃE… PORQUE ME SINTO TÃO TRISTE?

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T

er um filho é um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher. No entanto, muitas mulheres, depois de realizarem o desejo de serem mães, passam por períodos de angústia, melancolia e tristeza. A verdade é que, por vezes, a felicidade de ser mãe é substituída por um sentimento tão antagónico como a tristeza. Apesar de concretizarem algo tão profundo e maravilhoso que é dar à luz uma vida, algumas mulheres passam por um período de ansiedade extrema levando à angústia e à depressão. Este período é designado de Depressão Pós-Parto (DPP). Existe, ainda, muita controvérsia, sobre este tema, mesmo entre os profissionais da área da saúde. Não

há grande consenso sobre as causas ou sobre o melhor tratamento. A certeza que se tem é que nestes casos há uma deficiência importante no metabolismo da serotonina. Apesar da controvérsia, alguns estudos recentes de saúde mental relacionados com o parto levaram a uma mudança no conceito específico de DPP, por considerarem-na enquanto um espectro de transtornos obsessivos e ansiosos que surgem no período perinatal. A DPP pode ser definida 43


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como uma sensação de profunda tristeza ou cansaço que se reflete nas capacidades físicas e mentais da recém mamã. Para além da tristeza, a DPP causa irritabilidade, insónia, fadiga, perda de apetite e ansiedade na mãe. Vários estudos revelam que, durante a gravidez, o corpo da mulher entra em ebulição, as transformações no corpo sucedem-se, juntamente com mudanças comportamentais. A cabeça da mulher muda com a chegada de um bebé, isto é, o cérebro da mulher passa por um crescimento. Pesquisas demonstram que o

“cérebro aumenta”. Este aumento é provocado pelas mudanças hormonais após o nascimento, o que promove uma modificação no comportamento, uma vez que estas mudanças interferem com a motivação e com as emoções. Dá-se, ainda, o aumento dos níveis de ocitocina, estrogênio e prolactina, o que leva a que as recém-mamãs interajam melhor com os filhos. Segundo o neurocientista Pilyoung Kim, a área aumentada do cérebro da mulher após o parto, envolve o raciocínio, a motivação e as emoções. Mesmo sem dar conta, o corpo cria mecanismos


de resposta a uma nova realidade. Acredita-se que o instinto maternal é ativado pela nova construção cerebral. Os estudos revelaram um aumento pequeno, mas significativo no volume de massa cinzenta em várias partes do cérebro, incluindo o Hipotálamo (área associada à motivação e sentimento maternal), a substância negra e amígdala (recompensa e processamento emocional), o lobo parietal (integração sensorial) e o córtex pré-frontal (raciocínio e julgamento). Desta forma, o lado maternal evidencia-se, levando a que a mãe interaja com o bebé de forma intensa, o que contribui positivamente no cuidado e desenvolvimento do bebé. A mãe precisa de estar bem

física e psicologicamente para fazer face ao desafio da maternidade, acompanhando todas as etapas de desenvolvimento do seu filho. A mãe é a pessoa que, em primeira instância, proporciona ao bebé as primeiras interações com o mundo. O bebé precisa da mãe para se sentir seguro, confiante e desenvolver-se numa base segura e equilibrada ao nível motor, social, emocional e cognitivo. Desde muito cedo, os filhos espelham-se no comportamento materno. A proteção, o apoio, o acolhimento, a relação demonstrados pela mãe são cruciais na formação e na consolidação da personalidade do bebé. Quando esta base segura falha e as áreas do cérebro, em vez de aumentarem, sofrem redução surge

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a DPP e, desta forma, estamos perante um comprometimento da relação e interação mãe filho. A DPP pode manifestar-se com intensidade variável. Quando os bebés nascem e as recém-mamãs passam por um período curto de tristeza e receios, ou seja, um período reduzido em que as suas emoções são voláteis, estamos perante a chamada Melancolia da Maternidade, ou melhor dizendo, a denominada “Baby Blues” (O’ Hara, 1997; Souza, Burtet & Busnello, 1997) ou “Tristeza Pós Parto” (APA, 2000). O “Baby-Blues” é caracterizada por um curto período que ocorre entre o segundo e o quinto dia após o parto, tendo, geralmente, remissão espontânea. Segundo Klaus e col. (2000) a incidência do “Baby-Blues” é de 80% a 90% das mulheres e é considerada uma reação normal no puerpério imediato, uma vez que é transitória e não prejudicial. Quando a intensidade das emoções é mais intensa e mais persistente torna-se num fator que dificulta o estabelecimento de vínculo afetivo favorável entre mãe e filho, sendo necessário

que haja um suporte familiar e médico. Vários estudos indicam que, embora a DPP tenha uma etiologia multifatorial, esta atinge um significativo número de mulheres. Esta condição afeta 10% a 15% das mulheres durante o primeiro ano de pós-parto, havendo maior incidência entre


a quarta e a oitava semana após o parto, e pode persistir por mais de um ano. De acordo com o DSMIV-TR, (APA, 2000), o Transtorno Depressivo, quando tem início no período de quarto semanas após o nascimento, tem como causador o pós-parto. A origem da DPP está tanto em fatores físicos como emocionais. A

nível físico, após o parto, há uma quebra significativa a nível hormonal, dando-se uma redução brusca na produção de estrogénio e progesterona. A queda destas e de outras hormonas faz com que a sensação de cansaço se intensifique, assim como provoca uma tristeza súbita. As alterações de humor podem ainda ser causadas pela redução no volume sanguíneo, assim como nas alterações da pressão arterial. Emocionalmente, a mulher lida, nesta fase, com um novo estilo de vida, uma vez que a privação do sono e o stress são comuns. Para além de tudo isto, o olhar para as alterações corporais pode contribuir para o acentuar da tristeza e, consequentemente, da depressão. A DPP manifesta-se por um conjunto de sintomas como irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade, sentimentos de incapacidade de lidar com novas solicitações e queixas psicossomáticas. Pode apresentar, ainda, sintomas como cefaleia, dores nas costas, erupções vaginais e dor abdominal, sem causa 47


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orgânica aparente (Klaus e col., 2000). Resumindo, a sintomatologia depressiva após o parto não difere daquela que está presente nos casos depressivos não relacionados com o parto. Existem casos de DPP que, para além dos sintomas já mencionados, apresentam instabilidade de humor e preocupações com o bem-estar do bebé e, nestes casos, a intensidade destes sintomas pode variar entre Exagerada

a Delirante (APA,2000). Existem cerca de 20% de mulheres que demonstram esta forma exagerada dos sintomas e assim podemos estar perante uma Psicose. A Psicose Pós-Parto é rara, afetando 1 a 2 em cada 1.000 mulheres. As psicoses puerperais manifestam-se através de sintomas muito intensos, que se podem apresentar através de ruminações graves ou pensamentos delirantes a respeito do bebé


e isto pode representar um sério risco para o bebé. Muitas das psicoses podem levar a episódios psicóticos, que se revelam por alucinações ou delírios de possessão envolvendo o bebé (APA, 2000) e podem, consequentemente, levar ao infanticídio. Nestes casos é necessário tratamento intensivo e, por vezes, hospitalização. A deteção precoce dos fatores de risco na DPP realizada mediante o acompanhamento de gestantes

revela-se um fator importante para a prevenção da própria DPP e das repercussões na interação mãe-filho. Se este procedimento preventivo, durante a gestação e o puerpério, for possível, abre-se a possibilidade de auxílio à futura mãe e à sua família. Este suporte pode ajudar a mãe a ultrapassar este período, para que não haja interferência na qualidade dos laços emocionais futuros. Há estudos que demonstram 49


OLGA MURO E SILVA

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evidências de associação entre a DPP e o prejuízo no desenvolvimento emocional, social e cognitivo do bebé. É importante a distinção destes tipos de transtornos pós-parto para evitar consequências a longo prazo afetando o desenvolvimento social e psicológico da criança (Gale & Harlow, 2003). Segundo Klaus e col. (2000), existe uma associação real entre a DPP e problemas no desenvolvimento das crianças, tais como transtornos de conduta, comprometimento da saúde física, ligações inseguras e episódios depressivos. Os filhos de mães deprimidas podem apresentar dificuldades para se envolver e manter uma interação social, tendo défices na regulação dos seus esta-

dos afetivos. Estes bebés podem demonstrar menos afeto positivo e mais afeto negativo. Podem, ainda, apresentar menos sorrisos, menor interação corporal, para além de maiores dificuldades alimentares e de sono. Relembro que, apesar de a DPP ser um tema controverso e no qual não exista consenso entre a classe médica relativamente quer às causas quer a outros parâmetros, todos concordam que a mesma pode e deve ser encarada como uma doença que deve ser tratada.

O tratamento é feito com recurso a psicoterapia e, nos casos mais graves, a antidepressivos.


É importante que o marido da recém-mamã esteja envolvido neste processo, ou seja, este deve participar nas terapias, deve ter uma atitude positiva, compreensiva, tolerante e não repreensiva. Quer a família quer a equipa médica devem mostrar à mãe que o que está a sentir tem cura e demonstrar-lhe como enfrentar esta fase. Primeiro deve vir o apoio da família e da equipa médica para que surja alguma tranquilidade, a seguir a consciencialização da

recém-mamã em como precisa de ajuda e, depois, a recuperação para vivenciar em pleno a nova fase da vida.

Assim a recém-mamã vai ultrapassar este período com sucesso e contribuir positivamente para o desenvolvimento saudável do seu filho.

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EU SOBREVIVI 52


CRÓNICA

E

u sobrevivi! Sobrevivi, de facto, a um desastre de avião, em 26 de setembro de 1989… Quase há 28 anos...

Tantos para quem ainda não tinha nascido, ou já por cá andando não tem memória - porque não pode ou porque se esqueceu - de uma data em que o meu mundo me pareceu... ir acabar. Ali, onde não era pressuposto acabar... mas isso é outra história! Eu sei que a vida, esta nossa vida, nestes anos de incerteza, é feita de “sobrevivências”! De sobrevivência a tudo. A tudo, mesmo! Mas este meu sobreviver é um... sobreviver diferente. Nem - tão pouco - é um sobreviver a um qualquer “desastre”, onde, por norma e pela lei das probabilidades, se sai ileso. Neste caso, o “eu sobrevivi” é

mesmo a sério! Ou foi mesmo, tanto é o tempo que já passou. O tempo suficiente para não me lembrar - a cada momento - do desastre aéreo a que sobrevivi... mas, ainda assim, para o ter presente, em todos o momentos da minha vida! Sobrevivi com a promessa de tudo, a partir de então, passar a ser diferente! Para - passados poucos dias... semanas... vá lá - tudo voltar a ser o mesmo! Porque a vida não se vive com limitações por causa de coisas... passadas! Por muito importantes e sérias que tenham sido! 53


Toda a vida, para além do tempo... tem “tempos” próprios (como os de Thomas Mann, em “A Montanha Mágica”). E os meus são e serão sempre os meus (como os de cada um de vós serão sempre os vossos). Ninguém foge à sua sombra! Sobrevivi! E por isso fiquei mais forte! Porque - teremos de concordar - tudo o que não nos mata, faz de nós mais fortes … como diria Friedrich Nietzsche! Sobrevivi... a um desastre de avião! Sobrevivi à queda de um Cessna 54

360! Sobrevivi a um desastre tão parecido como aquele em que morrera Francisco Sá Carneiro (meu primeiro ídolo da política), em 4 de dezembro de 1980. Sobrevivi... às notícias que me davam como morto, com os outros Deputados – João Soares e Nogueira de Brito – com quem tinha dividido a representação portuguesa ao II Congresso Extraordinário da UNITA, na Jamba, que haveria de decidir o processo de paz de Angola, e que seria assinado, 2 anos depois, em Bicesse!


CRÓNICA

Sobrevivi... a essas noticias exageradas sobre a minha morte, … tão exageradas como as que, muitos anos antes, teriam sido as notícias sobre a de Mark Twain … no dizer do próprio. Sobrevivi, porque quis o destino! Como sempre terão acreditado o meu grande amigo Pedro Santana Lopes – o primeiro a receber a notícia, em Lisboa, a milhares de quilómetros – e a minha Mãe (a quem ele a transmitiu com todas as dúvidas que teria, mas sem a certeza que lhe davam)! Sobrevivi … a esse desastre de avião.

Com a certeza que podemos – enquanto ele, o desastre, acontece – perceber tudo! E com a certeza da tal certeza que temos na vida... poder ser adiada … mesmo quando temos esse fim, ali, à nossa frente, como … inevitável! Como o não viria a ser! Porque – percebendo tudo – tudo percebemos naqueles segundos tão rápidos como a vida nos parecerá... quem sabe... aos 90 anos! Tanto como pareceu, então, aos 31!!! Com essa certeza, mas – também – com a certeza da obrigação de 55


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RUI GOMES DA SILVA


CRÓNICA

(qual decisão tomada ali mesmo, a cair... dentro de um avião) de me ter que agarrar a vida... se a vida me desse outra oportunidade de a viver! Como se esta oportunidade da vida dependesse só de mim (ao contrário das outras que vamos criando, aproveitando, esbanjando ou ignorando). Nunca - como até ali, na minha vida - se tinha cumprido o desígnio de Fernando Pessoa, da Mensagem... “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce” Ou talvez como quase sempre … talvez mais ali … mas como quase sempre! Porque só assim, acreditando (há quem lhe chame destino, pois então …) no que Deus quis... se sai dali com a memória do que se houvera passado e de onde deixara coisas que – mais tarde – me haveriam de entregar. Como prova que a vontade não teria feito o seu caminho sem a memória que a cimenta! Porque a memória, também ela, sobreviveu a uma morte anunciada.

Anunciada e preparada! Não quis Deus (ou alguém que, junto Dele, intercedeu por mim … ninguém me convencendo que não terá sido o meu Pai, recentemente chegado “àquelas paragens” …). Sobrevivi! Por mim, por aquilo que tinha... e tenho, claro, para fazer... ou por aquilo que os meus filhos (outra prova, claro, do “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”) terão para fazer! Porque não havendo vontade que não fosse a de sobreviver, foi o destino (ou Deus...) que me continua a garantir que... eu sobrevivi! Sobrevivi a um desastre de avião. Sobrevivi! E como gosto de dizer... sobrevivi para… “ter feito, até hoje, tudo o que queria fazer e para fazer, no futuro, tudo o que ainda quero e tenho para fazer! Porque, como diria Louis Armstrong… WHAT A WONDERFUL WORLD!!! 57


A EVOLUÇÃO DAS NOVAS G ERAÇÕES DE CR IANÇAS 58

(Ú LTI MA PARTE)


ARTIGO

É

relevante relembrar que os filhos não são os pais. Eles vieram através dos pais, mas não são como os pais.

Cada um deles é único e vem com sua própria personalidade, talentos e pensamentos. Não se deverá expectar que eles vivam os mesmos sonhos/objetivos de vida que os pais, pois eles têm os deles próprios. Passa ser uma Missão Parental, amá-los incondicionalmente, sustentá-los e encorajá-los nas suas descobertas e ajudá-los a descobrir seu propósito de vida e os desafios adjacentes do mesmo. Seria conveniente que os adultos que contactam com crianças, nos seus diversos papeis: Pais, Educadores, Professores e outros; ampliassem seus horizontes - “Open Mind”, para melhor consciencializar, compreender, aceitar e integrar as Novas Gerações de Cri-

anças. É possível já encontrar, informação/estratégias/orientações em várias áreas alvo que facilitarão o processo de desenvolvimento de todos os envolvidos: Nutrição É importante uma alimentação equilibrada, saudável, o mais natural possível e biológica de preferência, para ajudar a equilibrar a energia das “novas crianças”. Da Natureza para a mesa!!! Comunicação Valorizar a comunicação e a partilha de sentimentos, diariamente, para também ajudar as crianças, a melhor compreender os adultos e vice-versa. 59


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Situações de indisciplina, birras, conflitos estão muitas vezes relacionadas com a sua revolta pela falta de comunicação, actuação desfasada e pouco coerente que os adultos mostram falando com elas, de forma oposta à sua actuação. O que estas crianças solicitam é de uma comunicação autêntica, verdadeira do sentir, pensar e agir dos adultos. A comunicação autêntica, no estabelecimento de regras é tão importante na escola como na relação familiar quotidiana. É necessário que as famílias procurem dar às

crianças “tempo de qualidade”, isto significa que haja, pelo menos, uma parte do dia só para dar atenção à criança, para se fazer uma verdadeira comunicação com ela: brincando com os seus brinquedos, passeando com ela, ouvindo-a com atenção e amor, para saber o que sente, pensa, deseja ou até das suas necessidades, o que mais gosta ou o que menos gosta. Em síntese, criar um tempo de convivência Feliz, em que se desfrute do prazer da sua presença.


ARTIGO

Planificação de Tarefas Tal como na escola em que as actividades costumam ser planificadas semanalmente e, por norma, afixadas as tarefas que cabem a cada um, em casa também poderáse criar o mesmo. Distribuir tarefas, criar um calendário de programação e ser colocado num lugar-chave, de forma a que toda a família pudesse ter acesso para o poder pôr em prática, poderá ser bastante otimizador para harmonia/equilíbrio do sistema familiar. A distribuição de tarefas deverá ser feita em consonância com os

gostos, aptidões e os desejos de cada um e ser explicado à criança o propósito do mesmo. No final de cada semana, em dia e hora marcados para o efeito, a família reune-se, para que possa ser feita uma avaliação das tarefas. Nunca deve ser posta em causa a pessoa da criança, mas apenas a sua actuação ou cumprimento incorrecto da tarefa e toda a pessoa deve ter sempre oportunidade de corrigir/ alterar a sua actuação e dar-se oportunidade a que todos possam livremente expressar as suas razões ou as suas sugestões 61


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com vista a uma melhoria futura. Arte Um outro recurso, que expande as capacidades destas Crianças. A pintura, a poesia, a dança, o teatro, a música podem ser utilizadas como formas de as ajudar a sentirem-se melhor consigo mesmas e a libertarem-se das tensões e stresse, próprios do dia-a-dia. Música Tanto na escola, como em casa, deve proporcionar-se à criança promover relaxamento, concenespaços e momentos de tranqui- tração, serenidade. Música com lidade e de paz. É simples cri- frequências sonoras específicas ar um ambiente de serenidade, para ativação de áreas cerebrais basta colocar uma música suave, conforme os objetivos pretendicomo ambiente de fundo que dos, estão ao alcance de todos via inconscientemente relaxa e tran- internet e é bastante útil. quiliza a criança e que facilmente O primeiro grupo de crianças o adulto observa uma mudança das suas atitudes. A música suave que foi abordado (edição Junajuda à concentração e estimu- ho), de acordo com as suas carla a criatividade, além disso tem acterísticas, por exemplo, têm também uma função terapêuti- uma grande capacidade para se ca. Melodias como mantras para concentrarem em várias coisas crianças são adequadas para ao mesmo tempo, por isso, não é


ARTIGO

desaconselhável permitir-lhes ter música ligada enquanto estudam ou fazem alguma outra tarefa desde que seja uma música serena com o intuito de relaxar/concentrar, caso contrário, pode accionar outros efeitos dando lhe mais energia e pôr a criança “em movimento electrizada”!!! Meditação A meditação é uma atividade excelente a vários níveis, tanto para as crianças como para os adultos. As novas gerações revelam, uma

resposta extraordinária, quando expostas à meditação diária. Esta pode ser passiva ou ativa, de acordo com as atividades meditativas que se escolher. É certo, de acordo com vários estudos tanto nas áreas da neurociência como da psicologia, o quanto é benéfico esta prática: na redução de conflitos, nos processos de atenção e concentração, no processo de aprendizagem escolar, entre outros. Por exemplo: constata-se que as crianças que forem expostas a desenvolver a sua criatividade/potencialidades do seu hemisfério cerebral direito, através da meditação, encontrarão mais facilmente a serenidade e paz interior e consequentemente respostas mais positivas aos desafios que surjam. Adultos, pais, educadores e professores, poderão criar um espaço para a meditação (cinco minutos por dia poderá ser o suficiente) e tão bem Faz!!! Sugestão para Meditação: Técnica da Visualização criativa Meditar de olhos fechados e manter-se serenamente sem pen63


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sar em nada, simplesmente tranquilizando a mente, é muito relaxante e benéfico, mas por si só muito difícil para uma criança. Mas se para além disso de fechar os olhos, incluir visualizar um objecto, uma pessoa ou uma situação agradável; neste caso, estamos a dar uma ordem ao cérebro, que ele regista agindo em conformidade e é muito mais facilitador para a criança. É como se estivesse a fazer uma programação que nosso cérebro regista naturalmente. Ele não quer saber se isso é bom ou mau, só tem a função de registar, por isso é tão importante visualizar cenas ou situações positivas e tranquilas, pois elas vão influenciar, beneficamente, todo Ser. Quando a criança se encontra agitada, ansiosa ou inquieta, pode ser benéfico colocar uma música tranquila, durante alguns minutos, para que a criança se acalme. A própria melodia vai induzi-la a esse estado. Poderá acrescentar-se à música de fundo, o contar uma estória que, além do efeito calmante, desperta

a imaginação da criança. Métodos Educacionais Uma das premissas mais importantes, que todos os adultos envolvidos na Educação a crianças, deveriam consciencializar é que um dos objetivos macro é ensinar as crianças Como Pensar e não o que pensar. Transformar a regra que: mais que o conhecimento a ensinar, é transmitir sabedoria...que tem como base o conhecimento aplicado. Somente dar conhecimento às crianças, é dizer-lhes o que pensar, o que elas supostamente devem saber e o que queremos que elas acreditem que seja verdade. Sabedoria, no entanto, não lhes dizer o que pensar ou o que é verdade; é mostrar-lhes o caminho de como obter esse mesmo conhecimento. Uma parte do conhecimento, é passado naturalmente de uma geração para a outra, mas é importante lhes dar espaço para descobrirem por elas mesmas. O conheci-


ARTIGO

mento é frequentemente esquecido, mas a sabedoria nunca o é... permanece!!! Os padrões antigos de ensino, são baseados na crença de que as crianças são “vasos vazios” que devem ser preenchidos com conhecimento pelos pais, professores, educadores, etc. Infelizmente, ainda se constata técnicas para envergonhar e comparar crianças entre si, com a ideia que isso trará motivação. Nesta dinâmica qualquer criança que não se encaixe neste modelo será considerada problemática. O problema com este sistema é que as crianças aprendem a encontrar as suas necessidades por atenção e reconhecimento de uma forma negativa. Apesar de se assistir gradualmente, à tão desejada mudança de mentalidades de como educar e transmitir sabedoria que as próprias novas gerações de crianças “solicitam”... elas mesmas questionam e até dão sugestões (se tanto mais fossem ouvidas...). Ainda existem muitas escolas “tradicionais” que se limitam a medir quantitativa-

mente o rendimento dos alunos, comparando-os com modelos abstractos. Ao contrário destas, existem outras que promovem uma Educação Integrativa, por exemplo, as escolas que seguem a Pedagogia Waldorf, Pedagogia 3000 e outras com filosofias semelhantes. Estas, centram-se numa avaliação qualitativa do aluno, procurando evidenciar o positivo e consciencializando que o negativo poderá ser superado pela criança. Não é a pessoa do aluno que será posta em causa, mas o seu trabalho e o que nele ainda poderá melhorar. Superar o desafio de compreender as novas gerações e de como comunicar com estas novas crianças, é mudar a forma de pensar a respeito delas, derrubando paradigmas antigos, para honrar as crianças como elas são no presente Agora, ao invés de as rotular seja de que forma for. É sempre mais fácil, rotulá-las como problemáticas (e aqui excluimos as patologias orgânicas e 65


ANDREIA RODRIGUES

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algumas funcionais) e recorrer ao uso de medicações psicotrópicas. Isto reflecte o quanto ainda é desconfortável, a grande parte dos adultos (incluindo a muitos profissionais de saúde) para a mudança.

Conclusão Espera-se com esta nova visão das crianças, que os adultos pais, educadores, professores e muitos médicos inclusivé - passem a compreender melhor estes novos seres, deixando de os ver como portadores de distúrbios


ARTIGO

generalizados como déficit de atenção, hiperactividade e até mesmo autismo. Eles os ensinarão muito. Há que tratar com grande carinho, amor e respeito as crianças, pois elas também são instrutoras. Elas trazem lições de sabedoria para os adultos.

No futuro, a evolução de gerações e suas características observáveis sugerem que as Crianças serão consideradas como iguais e com Direitos iguais na família e não apenas como dependentes. As crianças serão consultadas nos assuntos familiares que as afete e lhes serão dadas opções e escolhas. 67


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ERA UMA VEZ…

V

ou-vos contar a história de um príncipe… lindo, por fora e por dentro… um príncipe que durante a sua vida tinha um brilho no olhar tão dele, e tão luminoso que conseguia iluminar o olhar de quem o rodeava, a vida de quem com ele privava. Um príncipe porque muitas vezes parecia que vivia num reino só seu cheio de magia e fantasia, que não via maldade nos outros, que não criava confusões e procurava sempre apaziguar todos os que o rodeavam. Mas os príncipes, tal como os lemos na histórias não existem. Por isso vamos passar para a realidade. A descrição que fiz é efectivamente a descrição de alguém que na realidade existe. Alguém espe-

cial, que irradiava felicidade no olhar, que levava a vida de uma forma que aos olhos dos outros poderia parecer de alguma forma ligeira. Mas quantos conheciam verdadeiramente a alma desse alguém? Quantos conseguiram ver ao longo de anos que nem sempre aquele iluminar de olhar correspondia a uma felicidade de alma? Os anos foram passando e a alma vai ficando vazia, vazia de vida, vazia de luz, e muitos, se calhar quase todos continuavam a ver apenas a luminosidade do olhar. A focar-se apenas nos actos irreflectidos (ou talvez não) que abonavam de forma menos positiva. Como é tão fácil aos outros julgar… como é tão fácil aos outros sentirem-se incomodados com coisas tão pequenas, quando aquilo que efec69


SANDRA CUNHA

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tivamente importa ninguém olha… a alma. Quantas vezes de forma silenciosa se pede socorro… quantas vezes de forma ruidosa se pede ajuda… e mesmo assim os outros focam-se no que lhes convém. E quando a essa imensidão de alma vazia se agrega um diagnóstico que é tabu aos olhos de tantos? Como fica a alma de quem o recebe? Como fica a mente de quem tem que lidar com um diagnóstico tão pouco compreendido pelos outros? Fica confusa, fica perdida. E depois lá estão novamente os outros, aqueles que nos rodeiam, que supostamente são os que nos dão a mão sem cobranças, sem juízos de valor, sem querer nada em troca… mas que na realidade se escondem… nos escondem por vergonha? Por não perceberem o que se passa? Por não terem a capacidade de pedir ajuda porque também eles ficam perdidos?

Ou porque simplesmente é mais fácil continuar a levar a vidinha deles, e logo se vê o que acontece, e vai-se rotulando os comportamentos de quem padece dia após dia, com o vazio de alma de quem sofre em silêncio? Há histórias que nos ficam marcadas, como uma cicatriz… que as levamos para toda a vida, e que doem, doem quando as vivenciamos de perto. Servemnos também muitas vezes como uma lição de vida… de luta… de esperança… e fazem-nos acreditar no desconhecido, numa força que vai para além do visível e explicável, que cada um está cá por algum motivo e que a nossa hora é a nossa… está marcada… E não somos nós que a escolhemos… O suicídio é visto por muitos como um acto de cobardia… por outros como um acto de coragem. Não vou debater qual delas faz sentido, pois cada um analisa como quiser. Mas sem dúvida quem o pratica


está deveras numa fase de desespero tal, que consciente ou inconscientemente procura terminar com a dor de alma. Não me cabe a mim julgar, apontar o dedo… aliás, nem a mim nem a ninguém. Contudo só quem esteve já no limite possa realmente entender tal acto. Mas há algo que me faz imensa confusão, quando se tem alguém próximo que se tenta suicidar… seja de que forma for, como é que os outros conseguem comentar coisas como: “ele(a) não pensou em nós; agora quem está a sofrer somos nós; foi um egoísta,….” Será que essas mesmas alminhas não conseguem nem num momento desses perceber que o OUTRO existe? Que por uma vez era importante que se focassem no outro? Ah!!!! Esperem, mas o outro tem que continuar a focar-se no bem estar emocional de quem o rodeia, e continuar a deixar o seu de lado. Há vidas que são autênticos mila-

gres… Dia após dia… há pessoas que são o exemplo que a nossa hora está marcada. Ora vejamos… alguém que tenta o suicídio… Fica em coma… Vê a sua vida por um fio… vê o outro lado por 3 vezes e retorna… Permanece… Tem sequelas físicas que dia após dia vão sendo com mais ou menos luta, com mais ou menos sacrifício sendo ultrapassadas, que se vê a nascer de novo… sim porque de certeza que o sentimento é este… nascer de novo… e sobrevive… sobrevive física e emocionalmente, porque dia após dia se reconstrói. Há quem lhe chame milagre… eu prefiro chamar-lhe DESTINO… eu prefiro achar que ESTAVA ECSRITO… que aquela alma iria precisar deste caminho para fazer uma nova aprendizagem. Eu consigo perceber qual é… Já lho disse … e como qualquer sobrevivente, acredito que esta aprendizagem irá ser feita, porque mais do que renascer o físico eu sei que lhe tem renascido a alma. 71


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

Concerto Encerramento FESTIVAL DE MÚSICA DA FIGUEIRA DA FOZ / ORQUESTRA NACIONAL DE JOVENS

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Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz recebe a 5 de Agosto pelas 18h o concerto de encerramento da 10ª Edição do Festival de Música da Figueira da Foz / ONJ que terá pela primeira vez uma estreia absoluta. Celebrando 20 anos de carreira, o maestro Cristiano Silva apresenta originais seus escritos

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ao longo de toda a sua carreira através do seu instrumento de eleição – Piano, acompanhado pela Orquestra Nacional de jovens dirigidos pelo Maestro José Ignacio Petit. Várias surpresas e convidados estarão presentes neste dia para assinalar os 10 anos de um projecto singular por onde passaram mais de 700 alunos de todo o pais.


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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

DOAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE RASTREIO DO CANCRO ÀS AMIGAS DO PEITO

A

19 de Junho de 2017 pelas 18h30,decorreu a cerimónia de doação e entrega de um equipamento de rastreio e prevenção do cancro da mama à Associação Amigas do Peito com sede no Campus do Hospital de Santa Maria. Contou com a presença de Rita Ribeiro, Simone de Oliveira e Mila Ferreira. Esta doação, é o epilogo de

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todo um trajecto que as Ópticas Conselheiros da visão percorreram com elevada motivação e muita determinação e que resulta da reserva de uma parte de cada uma das vendas realizadas pelas mesmas, do apoio de muitos amigos e da preferência dos clientes. Todo este percurso culminou na gala solidaria realizada em janeiro do corrente ano.


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CrĂŠditos: Daniel Fernandes


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

GALA “NÓS MULHERES 2017“

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oi no Casino do Estoril que se apresentou mais uma edição da gala “Nos Mulheres”, um evento anual, para divulgar as mulheres entrevistadas no programa “Nos Mulheres” (ferramenta visual e de marketing direto), onde se juntam vários investidores (as) e empresários (as) para que possam de alguma forma participar no desenvolvimen-

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to de alguma área do negócio apresentada, apoiando a empreendedora. Cármen Mateus, escritora e produtora do programa, está por detrás desta rede onde agrega em si vários empreendedores e os apoia na divulgação dos seus serviços e projetos. Destaque para a marca Ana de Sá Fashion Designer que apresentou nesta noite a Resort Chic Collection.

Carmen Nóbrega


Créditos : Estúdio de fotografia Nelson Canilho e Paulo Mascarenhas Pedro Belmonte e Silvia Ferreira

Ana de Sá e Antonio de Sá

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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

Palestra

“MUDE A SUA CASA, MUDE A SUA VIDA!” POR VANDA BOAVIDA

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oi a 13 de julho de 2017 na Fnac do Colombo que Vanda Boavida consultora de Feng Shui , partilhou dicas de conhecimento e sugestões de conduta da perspetiva do Feng Shui para quem procura um novo sentido na vida. Vanda defende que “Os nossos pensamentos e sentimen-

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tos estão espelhados nas nossas casas” e sugere que se altere a mesma a fim de mudar o paradigma, de forma a aprender a ser FELIZ. Mas há muito mais a fazer para se mudar um estilo de vida - Acreditar, Confiar e Conquistar, serão a base do Workshop, que nos poderá conduzir para outro nível. Arrisque a mudar!


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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

APRESENTAÇÃO DO LIVRO FERNANDO TORDO

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oi numa visita relâmpago a Portugal que Fernando Tordo e Manuel Pinto Ribeiro (Cirurgião) apresentaram no Museu do Oriente, a 19 de Junho, o livro “Os dois lados da montanha”. O livro é constituído por Haikus, formas poéticas japonesas com mais de 750 anos. O haiku chega a Fernando Tordo pelas mãos de Manuel Ribeiro Tordo partilha que o

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que mais o fascinou foi o modo de “expressar o maior silêncio e tranquilidade com som”, e acrescenta que um haiku “não é para ler, é para abrir a carola. No final dos discursos, Tordo contou aos presentes a história das imagens pintadas nos biombos que se encontravam no palco onde estavam pintados “os bárbaros do sul”, ou seja, os portugueses, como eram chamados pelos japoneses no século XVI.


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CrĂŠditos: Filomena Martins


COSTAS FEITAS NUM 8?

ALIVIE-AS NO FITNESS HUT

S

ente dores nas costas? As suas dores de costas podem estar relacionadas com o seu dia-a-dia, com o tempo prolongado de pé ou em frente a um computador, o que o leva a adoptar uma postura incorrecta.

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Muitos exercícios e métodos como o Pilates são ferramentas úteis para melhorar a postura. Estes ajudam-o a corrigir desequilíbrios, aumentam a amplitude do movimento articular, diminuem a hipertonicidade muscular e mantêm o comprimento funcional dos músculos. Faça uma pausa de 10 minutos do seu dia, active músculos profundos e trabalhe a mobilidade da sua coluna. Em casa ou num jardim, apenas precisa de um colchão ou se tiver no trabalho, de uma parede.

Se tiver problemas na coluna: hérnias discais, osteófitos, espondilolistese ou outros, alguns dos movimentos podem não ser indicados para si. Consulte um profissional de saúde e/ou de exercício físico para o aconselhar. Em todos os exercícios tem de manter a coluna longa e o abdominal contraído (sensação de apertar ligeiramente um cinto à volta da cintura, levando o umbigo em direcção das costas).


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Melhore a sua postura no colchão:

Gato: Numa posição de 4 apoios com as costas “paralelas” com o tecto. Inspire e comece a baixar o queixo na direcção do peito e incline a pélvis posteriormente (apertando as nádegas e colocando o umbigo para dentro) suba e espreguiçe a coluna para o tecto. Expira e volte à posição inicial. Objectivo: mobilidade da coluna e activação do abdómen. Repetições: 5x

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Swimming : Em quatro apoios, eleve o braço e a perna oposta ao mesmo tempo enquanto expira. Baixe o braço e a perna inspirando e troque. Objectivo: Melhorar a força nos estabilizadores do tronco. Repetições: 10 x

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Hundred Deite-se de barriga para cima com a coluna em posição neutra (mantém a curvatura natural da coluna) e activa o transverso abdominal. Coloque os braços esticados ao longo do corpo, sobe uma perna de cada vez, e coloque-as flectidas formando um ângulo de 90 graus ou esticadas a 45 graus com o chão para aumentar a intensidade. Objetivo: Activação do transverso abdominal Repetições: 10 ciclos respiratórios

Melhore a sua postura parede ou de pé:

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Roll down Encoste-se na parede, apoie a nuca, omoplatas e nádegas. Inicie a baixar o queixo, retire a nuca da parede, pendure a coluna e retire cada vértebra da parede, mantendo as nádegas apoiadas, volta a subir vértebra por vértebra até se encostar novamente na parede. Inspire antes de iniciar o movimento de descida ou subida do tronco e expire durante o movimento.


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Alongar para a frente: Encoste-se à parede com as pernas flectidas como se estivesse sentada. Estique os braços à frente do tronco, com os dedos das mãos entrelaçados, apoie a zona lombar na parede inclinando a pélvis para a frente. Baixa a cabeça olhando para o umbigo e alonga as tuas costas.

Alongar para trás: Coloque as mãos atrás das costas e entrelace os dedos, eleve os ombros, rode-os para trás e para baixo, junte as omoplatas e abra o peito inspirando. O alongamento é feito a nível do peitoral e deltoide anterior.

Fonte: Sara Batista - Personal Trainer e Instrutora de Pilates @ Fitness Hut Fotos: Liete Couto Quintal - LCQ Photography https://www.facebook.com/lietecoutoquintal

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LITERATURA POR LEONOR NORONHA

Teresa Guilherme, a vida em livro Nome incontornável da televisão, da comunicação e da produção em Portugal, Teresa Guilherme lança-se numa nova aventura. Desta vez: a escrita. A apresentadora chega ao mundo dos livros com uma biografia intimista onde através de histórias reais carregadas de boa disposição e outras mais emotivas mostra um pouco mais da sua personalidade e forma de ser. Ao longo destas páginas vai ficar a conhecer melhor uma das mais carismáticas figuras nacionais que conta, na primeira pessoa, os episódios mais marcantes da sua vida e que influenciaram a sua carreira e tudo aquilo que alcançou. Em Cheguei Onde Me Esperavam,Teresa Guilherme conta como passou “de uma frenética controladora do tudo, a uma curiosa espectadora de cada pequeno nada. Sempre atenta a qualquer sinal que se apresentasse, em jeito de acaso.” Pedale pela sua saúde

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Cada vez mais a bicicleta está a ser adotada como meio de transporte diário para a escola ou para o trabalho. Os adeptos do ciclismo aliam este prazer a uma boa forma física e ajudam a despoluir o meio ambiente e a agilizar o trânsito, sobretudo nas grandes cidades. No entanto há quem pense que as condições climatéricas, a indumentária ou os obstáculos geográficos impossibilitam esta possibilidade saudável. Miguel Barroso, responsável pelo blogue Lisbon Cycle Chic e especialista na área da Mobilidade Sustentável, pensou em todas estas questões, e noutras, lançou mãos à obra e escreveu O Livro da Bicicleta. Um guia prático que o vai ajudar a enfrentar as intempéries e todas as questões pertinentes que o farão mudar de ideias relativamente ao uso diário da bicicleta. Atreva-se a mudar, não negue esta inovação e ponha em prática uma vida mais saudável e respeitadora do meio ambiente.


Ser feliz em Portugal De quando em vez surgem estudos sobre o grau de felicidade de cada país. Portugal nunca está nos lugares de topo e os países do Norte da Europa costumam liderar estas tabelas. Salários acima da média que permitem ter a casa perfeita ou as férias de sonho, mais que uma vez por ano, são fatores que não deixam ninguém triste, mas estes resultados estão longe de serem os vivenciados pelos portugueses. Portugal é conhecido como o país do “desenrasca” e do “havemos de nos safar”, mas esta situação pode e deve ser alterada. Diogo Faro, comediante, voltou de uma viagem à Índia, onde viveu três meses como voluntário num templo Hindu, Conselhos para adolescentes Numa altura em que os youtubers estão na moda, há mais uma a lançar um livro. Sugerimos Conversas sem segredos – Simplifica os Dilemas e Sê Feliz de Inês Rochinha, que tem um canal de lifestyle, desde 2012, onde partilha algumas dicas de moda e beleza. Atualmente o seu canal é um dos mais bem sucedidos e conta com 160 mil seguidores. “Neste livro não há

com um novo filtro no olhar que o próprio denominou como “optmismeville”, isto é, “passou a ver a vida de outra forma”. Fundou o Instituto Português Para os Altos Estudos da Felicidade (IPAEF) e o seu trabalho tem sido desenvolvido de forma a estudar a felicidade dos portugueses. No livro Na Boa! O Segredo Português Para a Felicidade, o comediante partilha com os leitores sobre “como podemos ser ainda mais felizes do que já somos” e acrescenta, num estilo bem disposto, “que o leitor começa logo esse processo ao comprar este livro porque está a ajudar financeiramente Diogo Faro e o IPAEF gerando assim uma sensação de bem-estar para si mesmo, precisamente como nas religiões ou workshops de auto-ajuda”.

vergonhas, segredos, nem tabus, não há nada que não possa ser falado e discutido!”, é assim que o press release apresenta este novo lançamento. A autora fala diretamente às suas leitoras e descreve o seu livro como um conselheiro no qual em conjunto poderão “refletir sobre todos os teus problemas, dramas, choros, alegrias e dúvidas. Sem complexos nem tabus. Mas com verdade e, claro, sem segredos”.

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CINEMA POR TIAGO VAZ OSÓRIO

HOMEM-ARANHA: Regresso a Casa

As aventuras de Homem-Aranha estão de regresso ao grande ecrã depois de um reboot menos bem conseguido, que viu o terceiro filme ser cancelado devido aos fracos resultados de bilheteira. Desta vez acompanhamos o percurso de um Peter Parker mais jovem que regressa a casa, depois de ajudar os Vingadores a salvar o mundo em Capitão América: Guerra Civil. Com a recém-descoberta de como pode pôr ao serviço do bem os seus poderes de aranhiço, Peter Parker, interpretado por Tim Holland, regressa à casa de Tia May onde vai ter

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o constante apoia do seu novo mentor Tony Stark. O Homemde-Ferro é alguém que o jovem Peter vê como um exemplo enquanto super-herói, mas que também aspira ser enquanto génio tecnológico. Aos 15 anos Peter regressa de uma experiência do outro mundo junto dos maiores super-heróis do planeta e vê-se confrontado com a necessidade de voltar à realidade do seu mundo, com a escola, os amigos, os grupos ao mesmo tempo que aprende a lidar com os seus poderes e a vontade de crescer depressa e se tornar num verdadeiro super-herói.


De forma a manter viva a sensação de ser um super-herói, Peter decide ajudar a vizinhança combatendo a criminalidade nas proximidades. No entanto as coisas tornam-se mais sérias quando aparece Vulture, um criminoso alado. O jovem Homem-Aranha encontra neste vilão uma forma de demonstrar a Tony Stark que não é apenas um adolescente com superpoderes e de tentar demonstrar que merece uma oportunidade de fazer parte dos Vingadores. Mas ainda há mais novidades neste novo Homem-Aranha e a mais estranha é a ausência total de referências ao Tio bem e ao

facto de Tia May ter tido de criar um jovem sozinha. O fato altamente é outra das grandes novidades, comparativamente aos outros filmes do super-herói que invocavam muito mais as suas capacidades naturais. O novo filme de Homem-Aranha conta com assinatura de Jon Watts e é talvez o filme da Marvel com a qual o espectador se consegue relacionar mais facilmente, explorando mais o lado humano sem necessitar tanto de grandes cenas de batalha repletas de efeitos especiais para nos identificarmos com o novo aranhiço.

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NA PRÓXIMA EDIÇÃO...

O VALOR DO DINHEIRO


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