Edição nº30, julho de 2017

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Julho 2017 | Nº 30

DOENÇAS LIMITATIVAS

MITO OU VERDADE ENTREVISTA PAULO VISTAS

CRÓNICA DO LADO DA DOENÇA

ENTREVISTA LUÍS TELLES DO AMARAL


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ÍN DICE 4 ARMÁRIO SEM CHAVE 8 ENTREVISTA Luís Telles do Amaral 12 DIVULGAÇÃO Tratamento Philings 17 DIVULGAÇÃO Hotel Solplay 18 CRÓNICA Sónia Machado Araújo 24 SELO DE QUALIDADE Restaurante O Madeirense 30 ARTIGO E quando as limitações se tornam poderes! 38 ENTREVISTA Paulo Vistas 44 PEQUENOS MARQUESES 52 POR DETRÁS DO PANO by Eduarda Andrino 62 A Evolução das novas Gerações de crianças - Part 2 68 FITNESS HUT 72 COLUNA SOCIAL by Eduarda Andrino 82 CINEMA por Tiago Vaz Osório

FICHA TÉCNICA Coordenação Editorial Manuela Pereira Tiago Barreiro

Paginação e Design Mónica Oliveira

Colaboração Editorial

Andreia Rodrigues, Áurea Venceslau, Eduarda Andrino, Fitness Hut, Leonor Noronha, Manuela Pereira, Maria Inês Matos, Olga Muro e Silva, Sónia Machado, Tiago Vaz Osório

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ARMÁRIO SEM CHAVE

BOLSA DE VI M E 4

Da praia para a rua


A

s bolsas de palha ou vime, antigamente restritas aos passeios na areia e aos dias ensolarados de verão, agora conquistam também o asfalto.

As fashionistas aderiram rapidamente a esta tendência, para a praia, para a rua ou mesmo para uma festa. Vários formatos e com uma variedade enorme de aplicações. Podem ser alteradas/personalizadas para se tornarem únicas e exclusivas. Uma “moda que veio para ficar”. A inspiração é antiga: nos anos 1970, a belíssima Jane Birkin já carregava seus pertences dentro de um cesto de vime, com uma elegância despojada típica das

francesas. Com o mundo da moda voltando seu olhar para os produtos artesanais, as cestas e bolsas feitas à partir de palhas naturais entraram no radar das fashionistas, que apostam nos modelos coloridos e repletos de adereços. Nas passarelas, a Dolce & Gabbana foi uma das primeiras a desfilar a tendência, combinando os cestos de vime com looks bastantes elaborados, o que ajudou a levar a tendência para o meio cosmopolita das metrópoles.

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ARMÁRIO SEM CHAVE

Modelos pintados e estampados, especialmente com cores vibrantes. Modelo bordados, modelos com pompons, rendas, franjas ou pedraria, vale tudo. Tradicionais do artesanato de países como Equador, Peru e Marrocos. A tendência veio para ficar e se tiver lá por casa uma cesta de vime ou palha, seja sua ou ate da avó, mesmo que antiga, na a Retrosaria das Primas reabilita a personaliza as cestas. Desde bordados a folhos vamos 6

ate onde a imaginação nos leva e os clientes nos deixam. Integrar as cestas de vime ou palha no seu look do dia a dia esta em alta. Use e abuse, conjugue com vestidos, calções ou macacões. Com um outfit mais casual, de praia ou ate numa saia a noite. Deixamos alguns modelos de inspiração com diferenciados estilos: Pode nos encontrar na loja online através do facebook ou loja física situada em Chaves. https://www.facebook.com/armariosemchaveforman/?fref=ts


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ENTREVISTA

LUÍS TELLES DO AMARAL Escr itor 8

ao s

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L

Q

uem é Luís Telles do Amaral? Sou alguém que tem ideias em fartura.

Com apenas 17 anos, lança o seu primeiro livro: O Diário da Pandemia. Como foi esta aventura? Quanto tempo durou? Foi uma experiência única! Descobri como as editoras e as livrarias operam e como é que é feito o processo do livro, desde o seu esboço até à esperada impressão e distribuição. Quando começou a escrita a ser a sua forma de expressão? Sempre fui um explorador sonhador. Leio desde que me lembro! Aliás, foi a leitura que me conduziu à escrita do Diário da Pandemia, quando, farto de procurar, não en-

contrei a obra que queria. Foi assim que o livro nasceu. É difícil ser-se escritor tão novo em Portugal?

Publicar um livro por uma editora não é fácil! Muitas delas requerem distinções anteriores, antes de avaliarem originais. Apesar de ser menor, recebi algumas propostas e escolhi a Alfarroba.

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Saramago dizia que todos somos livro numa plataforma online, o escritores, só que uns escrevem e Wattpad, onde tinha todas as ferramentas de que precisei. Quando outros não. Concorda? dei por mim, já era seguido por Certamente, sem tirar nem pôr. milhares de leitores e tinha mais Todos pensamos, sentimos e temos de 80 mil leituras. Foi neste ponto a capacidade de criar. A dificul- que decidi publicá-lo. dade está no exprimir essas ideias com as palavras certas. Nada é Quase toda a trama se passa fora impossível, mas requer vontade e de Portugal, em países como empenho. Atlanta, EUA e Brasil. Uma epidemia que rapidamente se torna Qual o significado deste livro? numa pandemia. De onde surgiu a inspiração para toda esta traO Diário da Pandemia é-me ma? singular, porque o escrevi sem qualquer ambição e com a vonTenho duas paixões: A escrita e tade exclusiva de querer desen- a microbiologia. Se há algum elo volver o meu sonho. Desenvolvi o de ligação nestas duas matérias, é o Diário da Pandemia. 10


ENTREVISTA

Pandemia. Um vírus não diferencia culturas, étnicas ou cores, um micróbio escolhe tudo o que vive. Como tem sido viver a reação dos leitores?

Qual o segredo para se escrever um livro como este? Imaginação ou dedicação? Um pouco dos dois. Precisei de imaginar-me na pele das personagens, todavia, também estudei vários temas para enriquecer o livro. No final, coloquei-me na posição do leitor e ajustei o necessário. Qual a mensagem que pretendia passar com o Diário de uma Pandemia? Estamos num mundo cada vez mais cheio, decadente e irregular. Com a população a aumentar e as condições de vida a diminuir, é uma questão de tempo até à próxima

Surpreendente! Quando descobrem que eu tenho pouca idade, congratulam-me. A reação que mais me marcou foi a de duas irmãs, ao que uma delas disse: Soube que este é o livro para mim, mal li “Pandemia” no título. Entendi o sentido, já que, se não fosse meu, eu diria o mesmo. Quais os projectos futuros? Não vou ficar por aqui! Realizarei o curso de microbiologia, sempre regido da escrita e da leitura. Há mais livros na gaveta? Sim! Um thriller que roça a ficção, a ciência, e os acasos e disforias do amor. Já estou na fase final de revisão. Manuela Pereira

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DIVULGAÇÃO

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TRATAMENTO D PHILINGS


DE

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ita Felix Salgado é, atualmente, a única técnica a implementar o método Philings em Portugal. Um novo método de rejuvenescimento que entre o 15º e o 21º dia após a intervenção, renova a pele, dando-lhe a juventude que procura, sem infiltrações ou processos invasivos agressivos.

Estivemos no seu gabinete da Expo a comprovar os benefícios desta técnica e não há como não ficar rendido ao sucesso da intervenção. Sobretudo, quando aliamos a qualidade a um valor à medida do nosso bolso. Este tratamento é revolucionário não só na técnica como no preço. Por 60 euros tem a juventude a um passo de distância. Rita, quando nasceu este conceito? Este conceito é muito recente.

A primeira formação mundial do método Philings foi dada em março de 2017 na Sérvia. A técnica chama-se Philings e é, de facto, revolucionária. Qual é o princípio científico do método Philings? Esta é uma técnica de rejuvenescimento, não só facial, mas também dirigida a outras partes do corpo. O princípio científico da técnica tem empregabilidade em qualquer parte do corpo. Basicamente, cria-se um processo 13


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inflamatório controlado e seguro na pele, obrigando o organismo a responder por si, com a produção de colagénio, elastina e a vaso constrição dos fibroblastos, provocando tensão na pele, este processo suaviza as rugas. Já nas estrias, o princípio é o mesmo. A estria desaparece? Não desaparece por completo. A estria é uma cicatriz na pele, mas conseguimos visualmente uma diferença grande E a Ruga? Desaparece? Dependendo do rosto e do aspec14

to da pele, a ruga, pode de facto, desaparecer por completo. Deixe-me só referir que a faixa etária para este tratamento está indicada entre os 35 e os 45 ou antes, quando falamos de marcas de acne já cicatrizado. Não podemos catalogar, porque cada caso é um caso, mas as rugas desaparecem. Quantas vezes são necessárias fazer este procedimento sobre a pele? Um tratamento para rosto. Em caso de estrias e melasmas, sempre mais que um procedimento. Quanto tempo dura cada sessão?


Cada sessão tem a durabilidade de uma hora e meio, quer a trabalhar no rosto, quer noutra parte do corpo Qual a durabilidade do tratamento. É a curto ou longo prazo? Depende de algumas variáveis como por exemplo se há ou não uma boa hidratação da pele, se há precaução à exposição solar, se há hábitos tabágicos ou não. Mas em regra geral, aconselha-se 1 a 2 tratamento por ano. Isto é, de 6 em 6 meses. Existem tipos de pele que melhor reagem ao tratamento?

Não, mas curiosamente, quanto pior está a pele, melhor se vê os resultados. Já na estria, se a pessoa for mais nova, a resposta do organismo é mais rápida. Ambos os sexos podem usar este método? Sim, e ambos recorrem da mesma forma ao tratamento. A pergunta quase obrigatória, Rita. É doloroso? Não é doloroso. É usada uma anestesia manipulada com o dobro da percentagem de anestésico, que permite a aplicação do método sem 15


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qualquer incómodo e em ambulatório.

façam medicação para a fluidez do sangue.

Quais os cuidados antes e depois do tratamento?

Para quem recorre a injectáveis, qual o conselho?

Cuidados antes não existe. Após o tratamento, é obrigatório a ausência do sol durante 5 dias, ausência do ginásio e maquilhagem, porque o tratamento consiste na micro perfuração da pele, com agulhas, e a pele fica sensibilizada. A transpiração é para evitar a expulsão do ácido hialurónico e vitaminas aplicadas e que devem lá ficar.

Aplicação de qualquer injectável como botox e ácido hialurónico apenas 3 semanas depois do método Philings. Este tratamento é caro? Não... cada sessão tem um valor de 60 euros. E no rosto basta apenas uma.

Há contraindicações?

Os contactos para marcações podem ser feitos pelos telefones:

Sim, há. Diabetes tipo II, grávidas e lactantes e pessoas que

Loja expo 211991378 Loja barreiro 211500099


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S

inónimo de descanso e tranquilidade, o Solplay não deixa margens para dúvida. Com uma vista sobre o Tejo invejável e a entra-nos pelas janelas logo de manhã, convida-nos a sair, passear e aproveitar o bom tempo. No Hotel Solplay encontra o ponto de partida ideal para um fim-de-semana à beira-mar, seja para assistir a um concerto em Lisboa, para um passeio até Cascais, uma ida à praia ou para matar saudades das queijadas de Sintra!!! Bons programas não faltam numa costa que tem muito para oferecer. Depois, o regresso ao apartamen-

to, longe da confusão mas perto de tudo, com tempo para um mergulho na piscina, um jantar sob as estrelas ou um filme na sala de cinema, antes de uma noite de sono descansado! Este complexo de 4 estrelas, possui apartamentos de qualidade exímia, com tudo para poder passar uns dias de descanso ou férias prolongadas. Contactos: Rua Manuel da Silva Gaio,nº 2 Linda-A-Velha, Lisboa Facebook - https://www.facebook. 17 com/SolplayHotel/


CRÓNICA

DO LADO

DA DOENÇA 18


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s comportamentos estranhos, o rol sem fim de uma tristeza que não encontra motivo. A solidão. O isolamento. A procura. A cegueira.

A necessidade humana de quem ama além de si de fugir a uma realidade que se mostra nua e cruel diante de uns olhos que não querem ver. O diagnóstico. A procura. As soluções. Parece que o labirinto se fecha. E as saídas essas estão barradas por alucinações, delírios e surtos insanos de uma dor maior. Quem conhece bem as doenças do fórum psiquiátrico, as mais graves e profundas, sabe bem falar de falta de esperança e de uma exaustiva luta que se faz vencida por

uma não conseguir mais, depois de um tanto que se fez, um tanto que se tentou e um tanto mais que não viu ajuda, auxílio, luz… Os tratamentos. Os internamentos. Os curtos, os longos. Os prolongados nessa dor ainda maior de quem acredita que sabe onde se agarrar. A porta que volta a abrir. A espectativa. A quase certeza de que “é desta vez”, as esperanças renovam-se a cada volta, porque só sabem amar numa dimensão de fé ampliada e persistente. 19


Mas a vida faz-se de repetições, seguidas, uma atrás da outra. E quando se pensa que não pode ficar pior, a doença amplifica-se, transborda e chega quase a cortar o ar que se respira. Os episódios dilatam-se em atos mais destrutivos. Nada fica igual. Nada fica no lugar e no chão espalha-se a esperança partida em pedaços. Na cama aprisionam-se sonhos, apagam-se memórias e pouco, tão pouco fica da imagem de outrora. As famílias, de nome e honra comprovada na bênção de assim ser, nunca desistem dos que 20

amam. Às vezes, somente se entregam a uma cansaço extremo legítimo que lhes rouba os meios, os recursos e o horizonte. A doença pode ser destrutiva para um paciente de esquizofrenia profunda, pode ser um bilhete de ida sem volta para um mundo que ainda não tem real explicação. Mas a doença não fica circunscrita ao paciente. Não quando este tem família. Não quando este é amado de verdade. A família, que o sabe ser, sofre numa amplitude com sequelas e mesmo quando decide,


CRÓNICA

no limite extremo das suas forças, que o melhor é uma institucionalização, e a realidade se faça menos presente, jamais em tempo algum deixa de sentir o peso da doença. Quem vive dentro da mesma casa, partilha uma dor sem previsão de cura, na mesma extensão que o diagnóstico da própria doença em si. E isso é para sempre... E só quem vive ou viveu uma história assim, na primeira pessoa sabe de que sentimentos, sensações e desesperos uma doença do fórum psiquiátrico é capaz de

imprimir sem volta na alma. Infelizmente, esta não é uma história que se faz isolada. Cada corredor de um hospital psiquiátrico enche-se de gente sem alma, que conta uma história semelhante. Nem todos tiveram a sorte de saber o que é uma verdadeira família, muitos foram ali abandonados aos seus devaneios, loucuras e insanidades, mas mesmo nesse cenário de barulhos estranhos, de gestos alongados sem coordenação, entre muitos que contam moscas ou falam com bonecas ou muitos mais que 21


SÓNIA MACHADO ARAÚJO

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se baloiçam em memórias que ninguém conhece, sente-se um amor gigantesco. Cruel. Revirado do avesso. Mas um amor que nos ensina tanto nesta nossa normalidade tão egoísta. Um amor que se faz presente, que ajuda, que acompanha, que não deixa ninguém à sua sorte. Os doentes destas patologias

sabem amar, mesmo que muitos não o consigam ver ou outros mais o consigam ao menos sentir. Há quem passe por lá com males menores, calendarizados e com recuperação presa de um horizonte próximo. Passam por aqueles corredores com a sensação de medo, de não pertença, mas poucos são aqueles que não trazem consigo recordações de uma humanidade suprema. E não guardem de lá grandes lições de vida.


CRÓNICA

O estigma ainda é presente. E os doentes psiquiátricos profundos são os loucos que pertencem a uma reduzida parte da sociedade, que vive na periferia da mesma, condenados a um silêncio sem tempo. Ainda existe esse preconceito, como tantos outros e a sociedade caminha cega e inconsciente. Mas a verdade, a verdade é que estamos todos bem mais próximos dessa loucura do que imaginamos. Todos bem mais próximos do que

imaginamos dessa diferença e ninguém se pode dizer imune. E ninguém se pode dizer a salvo… E por isso… é importante reter, que precisamos de ser próximos, nessa proximidade humana que define a nossa existência. O demais… que vos conto são particularidades de histórias, que nem sempre, nem sempre se fazem de finais felizes, mas que sempre e sempre se fazem de amor (de muito amor)! E é disso que realmente vos falo… e pouco mais!

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DA MADEIRA PARA LISBOA, E PARA O PRATO


SEL O D E QUA LI D AD

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D

e portas abertas desde 1979, O Madeirense é já uma referência por Lisboa.

Manuel Fernandes, sendo madeirense e não querendo renegar as origens, sonhava ter um restaurante, ou seja, um espaço em que cada cliente ao ser bem recebido se tornasse um Amigo. E o sonho tornou-se realidade. Venha fazer esta viagem connosco. Manuel, O Madeirense é um sonho antigo que se tornou realidade. Quando o seu desejo ter um restaurante nasceu? Sim, sempre tive o sonho de um dia ter um restaurante na Madeira,

e foi numa das minhas muitas viagens à Madeira que vi um conceito perto de um hotel que me entusiasmou. O Madeirense existe desde 1979. Conte-nos como tudo começou? Pois, foi com esse conceito de fazer um restaurante típico e perto de um hotel. O espaço perfeito encontrei-o junto ao Penta Hotel hoje Mariott. O Madeirense cumpriu agora 38 anos de vida. Como foi este percurso? 25


O percurso foi bem difícil, mas com muito trabalho, esforço e sacrifício consegui concretizar o sonho. O Manuel é o embaixador da gastronomia madeirense no continente. Algum dia imaginou que o sonho voasse tão longe? Não me considero embaixador, apenas faço o meu trabalho na divulgação e promoção dos produtos da Madeira através da gastronomia. O vosso lema: Hoje um cliente 26

amanhã um Amigo é o segredo do sucesso do espaço? Sempre foi o nosso lema, mas não esquecendo o profissionalismo e a verdade em tudo o que fazemos. O Madeirense é representante da Madeira por 4 anos consecutivos na Feira Gastronómica de Santarém. Isto é uma enorme responsabilidade, mas também o resultado do amor com que trabalham? Sim, no nosso inicio representamos a madeira em Santarém as-


SEL O QU DE AL I DA DE

sim como a BTL em Lisboa, com amor sim mas com profissionalismo de grande exigência. O Madeirense guarda ainda um honroso 4º lugar no meio de 300 restaurantes de vários países presentes no certame Expo Sevilha, 1992. O que significam todas estas conquistas ao fim de tantos anos? O 4º lugar na Expo de Sevilha 1992 foi em representação de Portugal tendo os trajes típicos regionais da Madeira em exposição no restaurante, bem como os nosso

funcionárias vestiam esses mesmos trajes. Toda a gastronomia do Madeirense é elaborada à imagem da Madeira? Por estarmos inseridos num Centro Comercial e apesar de nos preocuparmos com toda a gastronomia da Madeira, fomos alargando o nosso leque de opções na ementa para outros sabores, dado termos clientes diários habituais. Passam pelo Madeirense rostos das mais variadas 27


individualidades. Este reconhecimento traz-lhe a sensação de missão cumprida ou ainda há muita coisa para fazer? Claro que é um prazer indiscritível ter o reconhecimento. mas todos os dias a missão é sempre a mesma no rigor e no empenho de fazer sempre o melhor. Qual é o vosso prato típico? E a bebida? 28

Entre alguns destaca-se a Espetada à Madeirense em Pau de Louro e o Bolo do Caco (confecionado no restaurante) e a bebida a famosa Poncha. Quando passamos a porta do restaurante, a Madeira impera? Sim, foi preocupação o sentir Madeira neste espaço acolhedor, daí o apontamento dos trajes regionais, a cor e as flores para


SEL O D QUA E LI D AD

darem o cartão de visita desta ilha em Lisboa. Depois deste sonho fabuloso cumprido, o Manuel ainda sonha? E quais são esses sonhos? Nunca nada está completamente cumprido, e os sonhos continuam. Brevemente o Restaurante O Madeirense irá ser realidade na Madeira.

E

O que anseia para o futuro de um dos seus mais grandiosos projetos?

O entusiasmo é grande, e trabalhamos para ser um projeto vencedor todo ele à semelhança do Restaurante O Madeirense que após estes anos regressa à terra!... 29


E QUANDO AS SE TORNAM 30


S LIMITAÇÕES M PODERES! 31


ARTIGO

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uando era pequena costumava seguir avidamente vários desenhos animados de super-heróis: Batman, Dragon Ball, X-men... todos eles iluminavam a minha imaginação e me faziam brincar e sonhar com super-poderes.

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Uma das minhas brincadeiras recorrentes, e penso que não estou sozinha, era imaginar que conseguia voar. Era capaz de passar horas a fantasiar, estivesse acordada ou a dormir, em como seria a sensação de voar e que maravilhosas aventuras me aguardariam assim que conseguisse alcançar essa capacidade. Na verdade as minhas limitações anatómicas nunca me permitiram atingir esse objetivo, mas o que pode aparentemente ser triste veio a provar-se apenas um contratempo porque na realidade eu consigo efetivamente

voar. Não da forma que idealizava, claro, mas ainda assim consigo chegar aos sítios e às aventuras que sempre sonhei. Embora seja um facto que todos temos as nossas limitações, isso não tem que se tornar limitativo! Parece contraditório, mas é nos limites que mais se procuram soluções e o que surge como aparentemente negativo pode na verdade ser um plataforma de lançamento para algo ainda melhor. Existe um super-herói de nome Daredevil que embora cego é capaz de potenciar os seus outros sentidos para combater o crime.


Mas também a vida real se enche destes fenómenos: O talento excecional de músicos como Stevie Wonder e Ray Charles, ambos cegos em idade precoce, são citados como exemplos de uma situação que podia ser encarada como problemática mas que acabou por conferir vantagens noutras áreas. E temos o exemplo ainda mais impressionante de Beethoven que nos deixou uma das suas mais belas composições, a Nona Sinfonia, já depois de ter ficado completamente surdo. Mas até nas coisas mais simples e mundanas se nota esta capacidade de

adaptação: Não somos ursos polares, enfrentamos o frio usando casacos. Não somos capazes de estar focados pela manhã, bebemos um café. Na verdade, todos nós tentamos viver em harmonia com as nossas limitações. Claro que as coisas não acontecem por milagre e esta capacidade de contornar problemas não é de todo um processo fácil. Aprender a viver com uma limitação pode parecer simples para quem nasceu com essa habilidade mas se de repente a perdemos podemos facilmente ficar ressentidos, sentir-nos diferentes e presos à imagem 33


ARTIGO

daquilo que fomos e não sermos capazes de pensar no poder criativo que a nossa nova natureza nos traz. Felizmente, não só estamos rodeados de histórias inspiradoras como a própria ciência está do nosso lado. Todos nós nos deparamos com esse momento de escolha: podemos concentrar-nos nas nossas limitações, reais ou imaginadas, e ficar presos a elas, ou podemos focar a nossa atenção em criar maneiras de fazer o que desejamos fazer. Esse poder criativo está em todos nós, podendo facilmente ser estimulado através de terapia. Mas afinal como se processa efetivamente esta adaptabilidade? É comum assumir que o aumento 34

da eficiência de certos sentidos ocorre por aprendizagem: na ausência de visão por exemplo, uma pessoa cega irá prestar mais atenção às pistas auditivas e aprender a usá-las de forma mais eficaz. Mas há evidências crescentes que provam que é o próprio cérebro de alguém que perde um sentido que acaba por se reformular. Se um sentido é perdido, as áreas do cérebro normalmente dedicadas a lidar com essas informações sensoriais não ficam esquecidas, elas passam a ser usadas para processar outros sentidos. É interessante seguir a investigação nestas novas áreas em que os cientistas parecem descobrir formas como a reorganização


neuronal pode afetar a perceção dos estímulos sensoriais. Estou com isto a falar, claro está, de Neuroplasticidade, aquela propriedade do nosso cérebro que lhe permite alterar a sua estrutura e função em resposta a experiências e atividades mentais. E embora a neuroplasticidade aconteça a nível cerebral e não propriamente mental, a novidade é que a mente pode também ela alterar os tecidos neuronais. Puxando agora um pouco a brasa à minha sardinha, muito antes de o interesse pela neuroplasticidade se tornar amplamente difundido na comunidade científica, vários foram os estudos que pretenderam investigar o estado fisiológico do cérebro durante a Hipnose. Esta novidade trouxe, no entanto, a vontade de perceber como o processo hipnótico pode alterar a neuroplasticidade cerebral. É de referir que estas descobertas foram iniciadas por Ernest Rossi, um visionário no que respeita a estas questões científicas e o primei-

ro a desenvolver um modelo do efeito da hipnose na plasticidade cerebral nos seus livros A Psicobiologia da Expressão dos Genes ou ainda A nova neurociência da Psicoterapia, Hipnose Terapêutica e Reabilitação: um diálogo criativo com os nossos genes, onde descreve a forma como o cérebro se estimula a si mesmo através do transe. Segundo o autor, os nossos estados mentais subjetivos, as nossas atitudes de motivação consciente ou a nossa conceção de livre-arbítrio podem modelar a expressão dos nossos genes até mesmo em questões de saúde. Embora o processo de evolução genética demore milhares de anos,

bastam minutos para que a sua expressão se altere através de uma mudança de atitude ou de uma nova experiência. É quase como 35


INÊS MATOS

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se fossemos uma biblioteca capaz de armazenar uma imensa quantidade de informação mas com inúmeras possibilidades de fazer a sua leitura. Também o trabalho do psiquiatra canadiano Norman Doidge nos fala disso mesmo. Em obras como O cérebro que se muda a si mesmo e O cérebro que se cura, Doidge apresenta inúmeros exemplos de doenças limitativas, casos psiquiátricos de obsessão-compulsão, autismo ou até mesmo esquizofrenia, que obtiveram resultados fantásticos através do treino da neuroplasticidade. Como explica, as áreas do nosso cérebro, mesmo que afetadas, são

plásticas de forma que o nosso cérebro é capaz de desenvolver novas ligações para dar resposta a outras que se foram perdendo. A investigação tem vindo a desenvolver exercícios mentais que atuam na área cerebral enfraquecida, com dificuldades graduais mas todos eles suficientemente desafiadores e capazes de tornar essa zona muito mais eficaz. Hipnoterapeuta reconhecido, Doidge menciona que a franca utilidade da Hipnose como ferramenta que permite às pessoas imaginar certas coisas com sentido para si e capaz de alterar o seu estado corporal e mental para que responda de acordo com esse sentido. Citando o próprio


ARTIGO

“Eu acho que se formos capazes de envolver o cérebro da pessoa numa espécie de realidade virtual e permitirmos que seus sentidos se tornem muito, muito vívidos, sim, acho que seus corpos e células irão reagir”. E seremos nós então capazes de alterar não só as nossas perceções como as nossas próprias células? Foi neste sentido que surgiu uma nova área da ciência, a epigenética, dedicada ao estudo da influência do meio exterior na ativação genética. Quero com isto dizer que nem a nossa condição genética é capaz de nos limitar e que uma mudança na consciência humana, pensamentos e sentimentos pode muito bem ser capaz de ativar

os genes que consideramos relevantes, desativando outros.

Vários estudos provam isso mesmo, a capacidade humana de alterar parte do seu genoma à força das nossas convicções, sendo ainda capazes de transmitir esse novo código à geração seguinte. E a isso sim, eu chamo um super-poder!

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PAULO VISTAS 38

E M E N T R E V I S TA


P

aulo Vistas nasceu em dezembro de 1971. Licenciado em Gestão de Empresas, tem dedicado a sua vida, maioritariamente, à política desde 1990, quando se tornou militante do PSD, mas exerceu cargos nas mais diversas funções associativas, desportivas, profissionais e políticas. Com um currículo invejável, a Inurban veio conhecer o Homem e a cruzada que tem vindo a realizar como interveniente cívico, mas também político, na vida activa do município. 1997, exerceu funções como estagiário na CMO. Foi este o primeiro passo que definiria todo o seu futuro enquanto agente activo na política? Não. O que marcou o meu ingres-

so na atividade política foi a minha participação nas listas e depois nos órgãos da Associação de Estudantes do Liceu de Oeiras, aos 16 anos de idade. A política escolhe os homens ou são os homens que a escolhem seguir. Tudo se resume a um conjunto de circunstâncias e situações que a vida nos vai colocando pela frente. Obviamente que, para quem segue este caminho, tem de haver, ou é 39


ENTREVISTA

ideal que haja, um chamamento e uma paixão pela causa pública. Não há política sem dedicação e esta só existe quando há amor às causas. Quais são os valores que nunca esqueceu para que pudesse decidir de forma justa? Acima de tudo sigo a regra de que em política temos de ser responsáveis e conscientes. Responsáveis no sentido de termos sempre de honrar os nossos compromissos e de gerir o nosso trabalho em função do que são as 40

reais necessidades de quem confia em nós enquanto decisores políticos. Não podemos trabalhar em função de resultados ou de agendas políticas. E conscientes, pois nunca nos podemos esquecer que as decisões, se tomadas de forma leviana, podem comprometer a sustentabilidade económica e social de toda uma comunidade. Foi fundador da associação juvenil Oeiras 100%. Que diferença queria fazer junto dos Oeirenses com um projeto desta importância?


Os objetivos dessa época são precisamente os mesmos da atualidade: apostar na melhoria do bem-estar dos nossos munícipes, sobretudo dos jovens. E criar condições para que todos os que aqui habitam ou que apostam no concelho para instalar os seus negócios tenham oportunidades de tirar o máximo partido desta comunidade e deste território. Ser presidente de câmara é um poder local que traz responsabilidades enormes. Como aprendeu a lidar com essa posição de líder.

Mais do que liderar importa dar um exemplo e ser uma figura com a qual os munícipes se identifiquem. Ao longo do meu mandato, procurei sempre que a minha liderança passasse por saber conhecer as necessidades dos oeirenses, as suas realidades e, acima de tudo, estar mais perto de cada um dos cidadãos. E é isso que procuro no trabalho diário à frente desta autarquia: ser visto como mais um cidadão, mas com capacidade de resolução de problemas e situações que afetam o quotidiano das populações. 41


ENTREVISTA

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Como se gere a vontade do povo com as prioridades de uma gestão autárquica?

terra e com as quais tenho um compromisso diário de fazer, cada vez mais, a diferença.

No fundo, são indissociáveis. A gestão autárquica está, ou deverá estar sempre, acima de interesses ou agendas políticas e pessoais. A prioridade é a melhoria do bem-estar das populações e, como tal, a atividade de gestão autárquica faz-se em torno da resolução das suas questões mais prementes.

O que mais o fascina no mundo da política, o sistema ou as pessoas?

Como é ser-se político em Portugal? Um enorme desafio que se renova a cada dia. Servir a causa pública implica um conjunto de responsabilidades que afetam a vida de milhares de pessoas, mas que, no final do dia, se traduz numa enorme satisfação quando fazemos a diferença. No meu caso, mais do que uma responsabilidade sinto orgulho e satisfação por poder servir as pessoas da minha

As pessoas e a sua capacidade inesgotável de trabalho e dedicação. A própria definição de política encerra em si a noção de que é uma ciência de pessoas e para pessoas. É para elas que, enquanto político, trabalho diariamente. São as suas necessidades, os seus anseios e as suas preocupações que norteiam o meu trabalho político. Vai ser sempre um homem ligado às causas cívicas? Independentemente do que o futuro reserva, sou e continuarei a ser sempre movido pelo apego a estas causas que se prendem com


a melhoraria da qualidade de vida das comunidades. É algo que me é intrínseco e que procurarei, sempre que possível, explorar em quaisquer funções que exerça ou venha a exercer. O povo é, de facto, quem mais ordena? Como é que se o conquista? Diria que o povo não ordena, na real aceção da palavra, mas é uma bússola que orienta e dá as coordenadas para trilhar o caminho de uma boa governação. E, se o povo é de difícil conquista, é também de enorme lealdade e justiça no sentido em que reconhece e premeia quem trabalha em prol da resolução dos que são os seus problemas. O carinho, a simpatia e o acolhimento que tive por parte dos oeirenses ao longo deste mandato mostra que é possível mantermos uma relação cordial com os eleitores e que, lado a lado, conseguimos trabalhar na prossecução de objetivos comuns.

O que deseja para o futuro da sua autarquia? Oeiras é um concelho único, com uma diversidade de recursos ímpar. Para o futuro o meu único desejo é que continue a crescer de forma harmoniosa, mantendo inalterados os aspetos que tornam este território uma referência a nível nacional. No fundo, a minha expectativa é que Oeiras continue a ser reconhecida como uma comunidade de excelência que tão bem acolhe as famílias que aqui habitam, as empresas que aqui desenvolvem a sua atividade, e todos os que nos visitam. Num futuro longínquo, como gostaria de ser recordado pelos seus munícipes? Como um simples oeirense reconhecido pelo seu amor e dedicação a este concelho, onde nasci e sempre vivi, e pelo qual continuarei a trabalhar. Manuela Pereira 43


AN DRÉ –

O MENINO QUE ENFRENTA A VIDA COM UM SORRISO

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André, o menino sorriso, é um bebé lindo, meigo, doce, simpático e muito bem-disposto. Nasceu em Lisboa, em Maio de 2016, num seio familiar onde se respira Amor.

O André veio duplicar a alegria e a felicidade da família Antunes, composta pela sua mãe, Mafalda, o seu pai, Miguel e o seu irmão Duarte. Até há cerca de 2 meses atrás, esta família vivia o seu dia-a-dia como tantas outras famílias; os pais a trabalharem e os filhos na creche, tudo decorria com normalidade. Até aos 10 meses, quer a família quer a equipa educativa, julgavam que o André era apenas um pouco molinho, que gostava de colo e que tinha preguiça, demorando a atingir as etapas de desenvolvimento que eram expectáveis para a sua idade. Na creche, o André fa-

zia vários exercícios motores promotores do seu desenvolvimento postural e motor. A família e a equipa, sempre em sintonia, iam partilhando estratégias para que o André adquirisse as competências que seriam esperadas, até que chegou um dia em que o André foi levado a uma consulta de desenvolvimento e, após alguns exames específicos, o diagnóstico chegou – Atrofia Muscular Espinhal (AME). O mundo ruiu para os seus pais. Estes partilharam com a equipa da creche o diagnóstico recebido e quer a Educadora Ângela quer a Auxiliar Catarina sentiram que 45


uma bomba explodiu nos seus colos. Toda a equipa do colégio que o André frequenta viveu este diagnóstico como um pesadelo. Mas todos juntos reuniram forças para ajudar o André de forma a que ele tenha a maior qualidade de vida possível enquanto espera por um tratamento específico que combata o desenvolvimento desta doença. Atualmente, o André está a ser seguido por uma equipa multidisciplinar empenhada em travar a evolução da sua doença. O que é a AME? A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença neuromuscular hereditária autossómica recessiva do neurónio inferior causada pela degeneração dos neurônios motores da medula espinhal. É uma doença rara de46

generativa do sistema nervoso central. A AME causa fraqueza muscular e perda progressiva do movimento. Isto ocorre devido à deterioração das células nervosas (neurônios motores) que ligam a medula espinhal aos músculos do corpo. Como a ligação entre os nervos e os músculos falha, os músculos que são utilizados para gatinhar, andar, sentar-se e mover a cabeça tornam-se progressivamente mais fracos e encolhem (atrofia), no entanto as capacidades cognitivas não são afetadas pela doença. Com o avanço do Projeto do Genoma Humano, sabe-se que temos cerca de 25 mil genes espalhados no nosso genoma, sempre em cópia dupla, uma herdada pela mãe e outra herdada pelo


pai. Cada cópia é responsável pela correta codificação de aproximadamente 50% do total da proteína codificada por cada gene. A AME está diretamente ligada ao gene SNM, gene de Sobrevida do Neurônio Motor. Este gene tem duas cópias iguais chamadas de SNM1 e SNM2 que produzem uma proteína que desempenha uma função muito importante nos neurônios motores inferiores. Hoje sabe-se que a doença é determinada pelas mutações do gene SMN1 e a severidade da doença é determinada pelo número de cópias intactas do gene SMN2. A AME é uma doença genética e hereditária em o embrião herda o gene mutado de ambos os progenitores fazendo com que tenha o defeito genético nas suas duas cópias. Pessoas que têm uma única cópia mutada do gene nunca terão sinais nem sintomas desta doença. A AME é uma das principais desordens de caráter genético com uma incidência de 1/6.000 a 1/10.000 nascimentos. A frequência de indivíduos portadores da doença é de 1 em cada 40 a 60 indivíduos. A frequência de doentes é de 1 em cada 50 portadores.

A classificação clínica da AME é determinada pela idade de início da doença e pela gravidade dos sintomas. Assim é dividida em: AME tipo I - Severa (doença de Werdnig-Hoffmann ou aguda). Este é o tipo mais grave, manifestando-se no interior do útero materno ou durante os primeiros 2/3 meses de vida. Durante a vida intrauterina os movimentos fetais são diminutos. O que chama mais a atenção é a diminuição do tónus muscular (músculos fracos e finos). AME tipo II – Intermédia (crónica). Neste tipo, os primeiros sintomas aparecem de forma menos intensa, entre os 6 e os 18 meses; as crianças adquirem a capacidade de sentar desde que colocadas nessa posição mas, na sua grande maioria, não chegam a adquirir a capacidade de andar. AME tipo III – Juvenil (doença de Kugelberg-Welander). Neste tipo os sintomas aparecem por volta dos 3 anos até aos 17 anos comprometendo o desenvolvimento dos membros superiores. AME tipo IV - Adulta. É o tipo menos grave, aparecendo já na 47


fase adulta, sem que tenham surgido sintomas antes desta fase, pois estes manifestam-se de forma muito lenta. Os sinais mais evidentes que levam à suspeição da doença são a fraqueza muscular progressiva que é, geralmente simétrica (nos dois lados do corpo), a hipotonia e a atrofia muscular. Após o diagnóstico de AME e da sua tipificação, deve-se partir para um acompanhamento médico quanto a cuidados paliativos que são extremamente importantes para toda a vida destes pacientes. O objetivo é retardar o progresso da doença e melhorar a função muscular. A paralisia pode ser travada mas infelizmente não pode ser revertida. No Tipo I, o tratamento consiste em oferecer suporte clínico à criança e suporte emocional à família. Nos tipos II e III o tipo de suporte é variável e é estabelecido de acordo com o nível de dificuldade de cada criança. Os cuidados a estas crianças envolvem uma equipa multidisciplinar que será responsável por prolongar e melhorar a qualidade de vida destes pacientes. Estes cuidados abrangem suporte tanto respiratório quanto nutricional, 48

além de cuidados ortopédicos e fisioterapêuticos para que a criança não tenha um prejuízo postural. Devido à fraqueza muscular, estes pacientes apresentam uma capacidade limitada de tossir e limpar as secreções presentes nas vias aéreas inferiores. Estes pacientes podem apresentar vários problemas gastrointestinais, como refluxo gastroesofágico, constipação, distensão abdominal e esvaziamento gástrico r e t a r d a d o. A alimentação deve ser aconselhada e seguida por um nutricionista para que estes pacientes mantenham um peso controlado e para que o enfraquecimento muscular não seja ainda maior. Os principais problemas decorrentes da limitação da função motora do tronco e dos membros incluem a deformidade postural (escoliose), osteopenia, con-


traturas e fraturas. Para beneficiar estes pacientes pode-se recorrer à natação e a outros desportos para a manutenção da forma física, tais como exercícios regulares para desenvolver músculos e articulações, aumentar a densidade óssea, melhorar a motilidade intestinal para além de proporcionar uma sensação de bem-estar geral. As pesquisas científicas na área da saúde ainda não apontam para uma cura, mas sim para uma melhoria da qualidade de vida destes pacientes. A agência reguladora de remédios e alimentos nos EUA aprovou o primeiro remédio para combater a AME. Esta droga baseia-se num fragmento de RNA modificado que “obriga” o gene SNM2 a produzir a proteína SMN de forma estável fazendo o papel que seria do gene SMN1. A aplicação deste medicamento é feita por meio de injeções no local por onde circula o líquido que envolve a medula espinhal e o cérebro. Apesar de este tratamento não

representar a cura acredita-se estar no caminho para uma possível CURA. O André, a sua família, a equipa da sua creche e todos os técnicos envolvidos na procura da melhor qualidade de vida deste pequeno “guerreiro sorridente” anseiam pela cura desta doença. Estamos todos juntos “À PROCURA DO NOSSO MILAGRE”. Entramos no consultório com a noção que não eram boas notícias, mas com o pensamento que, o que quer que fosse pudesse ter um remédio e que ia ficar tudo bem. Quando recebemos o diagnóstico foi uma reação de choque sem saber o que dizer, um desespero de lágrimas, uma sensação de impotência de não poder ajudar o André e pensar que ele não ia ter qualidade de vida, não ia brincar com o irmão, correr com ele e fazer tudo o que tínhamos idealizado. A primeira semana foi de negação, acordar angustiado não acreditando no que estava a acontecer, era um pesadelo do qual íamos acordar. Com o passar dos dias aceitamos a realidade e começamos a ter uma nova perspetiva da vida, viver um 49


OLGA MURO E SILVA

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dia de cada vez, e fazer tudo o que fosse possível para dar a melhor vida possível aos nossos filhos. Começamos a investigar mais e mais sobre a doença, contactamos uma família que tem uma filha com o mesmo diagnostico que partilhou várias infor-

mações. Verificamos que havia tratamentos a ser iniciados com excelentes resultados que nos deram uma nova motivação. Com a ajuda do Colégio dos Pequenos Marqueses, tiveram início várias iniciativas, nomeadamente a criação da página do facebook que se revelou surpreendente e que demonstrou


que as pessoas são fantásticas. Ficamos de coração cheio e com uma fé muito forte de que tudo vai correr bem. Após algum tempo de observação e trabalho mais intenso com o André, comecei a perceber que não se conseguia desenvolver a parte motora como seria expectável para a faixa etária em que se encontrava. Por autorrecriação comecei a fazer algumas pesquisas sobre o que poderia estar a limitar o André. Pesquisei novos exercícios psicomotores e, dentro das minhas possibilidades, coloquei-os em prática a fim de ajudar o André a desenvolver a sua motricidade e postura corporal. Esta era a área onde sentia maior dificuldade com o André. Através de conversa com os pais fomos partilhando estratégias de como ajudar o André a desenvolver a sua postura e força muscular, mas nunca prevendo o diagnóstico que se veio a revelar. Quando a mãe veio falar comigo, desfeita em lágrimas sobre o diagnóstico do André, o meu mundo ruiu e tudo em que acreditava coloquei em causa. Como é

possível? Porquê ao André? Que doença é esta? Nunca pensei num diagnóstico tão grave e mau. Foi muito difícil gerir as emoções e não levar esta triste notícia para casa, para a minha vida pessoal e não conseguia de parar de pensar no meu Andrezito, na dor da sua família e em formas e estratégias para ajudar a minimizar o seu sofrimento. Falei com terapeutas, técnicos de saúde para me inteirar sobre esta doença e sobre o que poderia fazer para proporcionar melhor qualidade de vida ao André enquanto está na creche, como pegar nele, alguns exercícios para desenvolver melhor a sua postura, a melhor forma de o alimentar, entre outras estratégias. Foi graças a todas estas dicas que consegui ganhar novas forças e continuar a trabalhar com o André com maior consciência das suas limitações. Foi graças à força do André que, com o seu olhar terno, doce, tranquilo, meigo, cúmplice e feliz, me deu alento e esperança!

O André é a nossa inspiração e força! 51


Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

JOSÉ ANTÓN IO A 52

Um “Click”


ANTUN ES MARQUES

” mil emoções...

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Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

A

minha paixão pela fotografia fez-me cruzar com profissionais da área, que me fascinaram pela forma como captavam momentos aparentemente simples.

São muitos os que conheço, mas tenho especial apreço por alguns que, pela sua forma simples e genuína, imortalizam momentos únicos. Convidei José António Antunes Marques para partilhar comigo o seu percurso e fiquei rendida a toda a sua história. Nascido a 24 de Agosto de 1955 em Lisboa, e oriundo de uma família de fotógrafos (pai e tio, e avô paterno), dificilmente escaparia ao gosto pela Arte da Fotografia. Aos 6 anos recebe a sua primeira máquina fotográfica, uma Brownie, máquina muito popular na época, começando a fazer as suas primeiras fotografias, acom54

panhando o pai, e aperfeiçoando-se na fotografia analógica da época. Já adolescente, é no Estúdio do seu pai que que passa parte dos tempos livres e férias, ajudando-o no laboratório, onde aprende as técnicas de revelação e também muitas vezes o acompanha nos trabalhos de exterior, para lhe dar assistência na iluminação. Em 1969, viaja para Luanda, porque o seu pai recebeu uma proposta de trabalho. Em 1974, vai trabalhar com ele numa grande loja de fotografia da qual o seu pai é proprietário. Em 1992, devido à morte súbita do seu pai, deixa de fotografar. É-lhe doloroso continuar com a


fotografia, que estava tão intimamente ligada a ele. Passam alguns anos em que ele resiste a tocar sequer numa máquina fotográfica. Nesse espaço de tempo a fotografia analógica quase desaparece, dando lugar à fotografia digital. Quando resolve regressar, substitui todo o seu equipamento analógico por digital e recomeça com redobrado entusiasmo. Ingressa num Curso Profissional de Fotografia, pós-laboral, no IPF. Entretanto, a falência da empresa gráfica onde trabalhava há quase duas décadas precipita-o para a actividade que esteve sempre em segundo plano: a fotografia passando a ser a sua profissão. As suas preferências recaem sobre

o Retrato e Moda. Participou já em concursos de Fotografia, realizou algumas Exposições Fotográficas e já viu algumas das suas imagens publicadas em revistas e livros. Perfeccionista, a sua melhor foto é sempre aquela que ainda não fez. Entre os seus maiores ídolos figuram Nelson Mandela, Martin Luther King, Papa João Paulo e o Papa Francisco que fotografou em Fátima, a 13 de Maio de 2017, por ocasião também da sua primeira visita ao nosso País. José António Antunes Marques tem, sem dúvida, um percurso incrível que se alia a um homem cheio de histórias e vivências. Cada “Click” seu carrega um sem número de emoções! 55


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Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

É um privilégio partilhar a vida consigo e dessa amizade foi possível construir uma conversa simples, mas comovente. Partilho convosco a nossa entrevista: A fotografia entrou definitivamente na tua vida em que altura? José António Antunes Marques Eu comecei a fotografar aos 6 anos pela mão de meu pai, que também era fotógrafo. A fotografia só entrou definitivamente na minha vida na adolescência, quando comecei a ter uma maior consciência de tudo o que nos rodeava. Na altura ajudei muito o meu Pai e aprendi a magia da revelação da fotografia em película e a passagem a papel, que hoje se perdeu ao dar lugar à fotografia digital. Nos tempos actuais guardamos as nossas fotos em computador, mas na minha opinião, não há nada que chegue ao papel. Tenho dezenas de

álbuns fotográficos e ainda hoje, sempre que posso, imprimo em papel algumas fotos, que ache especiais. Qual e a temática que mais gostas de fotografar? É difícil definir a temática que mais gosto de fotografar porque eu sou muito versátil e procuro captar na fotografia a beleza, onde quer que ela se encontre nesse momento, pode ser um rosto, um corpo, uma criança, um animal, uma paisagem, uma flor, um pormenor de algo, etc. No entanto, as minhas preferências recaem habitualmente sobre o Retrato e Fotografia de Moda. Uma das coisas que gosto imenso de fazer são os instantâneos. Define a fotografia numa só palavra. INSTANTE (sinónimo de momen57


to). Qual e o segredo da forma única como captas os momentos que depois se transformam em imagens que não necessitam legenda? Bem, o segredo (se é que se pode chamar assim) é saber “ver” e esperar o momento certo. A primeira lição que o meu pai me deu em criança (e que tenho seguido toda a vida) foi ensinar-me a “ver”. Hoje em dia estou sempre atento e, se puder, não deixo fugir um bom instantâneo, são essas as fotos que “falam”, lá diz o provérbio: “uma imagem vale mil palavras”. Sei que em parceria com a tua mulher criaram a Visage. Fala-me desse projecto.

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Eu já tinha tido um pequeno estúdio numa cave com 18 m2 cedida pela minha mãe, mas o meu sonho era ter um estúdio grande e anos mais tarde surgiu. Eu e a minha mulher já trabalhávamos em conjunto, ela como maquilhadora e eu como fotógrafo. Agora, mais do que nunca, fazia todo

o sentido continuar a trabalhar juntos e assim surgiu o Visage Studio - Photo & Make-Up. Presentemente executamos todo o tipo de Sessões Fotográficas e também Workshops de Make-Up. Alugamos o estúdio a outros fotógrafos e equipas de vídeo. Já foram fotografados alguns actores e actrizes para cartazes de teatro e foram feitos alguns clips de vídeo de alguns cantores. Como temos um corredor com 10m de comprimento chegámos a montar uma passadeira vermelha e futuras Misses aprenderam aí a desfilar, ensinadas por uma professora. Também o calendário das “Guerreiras” (as 12 mulheres com cancro de mama que encarnaram personagens do cinema, e foram transformadas nas suas divas com quem sentissem alguma afinidade por uma


Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

equipa de profissionais) foi executado no VISAGE. O estúdio é muito versátil e permite-nos fazer muita coisa. Temos vindo a crescer e os nossos clientes têm sido os nossos promotores. Tens uma fotografia incrível do Papa Francisco que tiraste há pouco tempo, aquando da sua visita a Portugal. Como foi viver esse momento? Olha, eu sou católico, embora não praticante e admiro particularmente aquele Homem (o Papa Francisco) tal como admirei o Papa João Paulo II. A ida a Fátima foi por isso muito especial para mim e aquele “instante” em que no meio de um milhão de pessoas, entre elas cerca de 300 fotógrafos ele acena a olhar para mim valeu as 1.500 fotos

que fiz, os 3 dias difíceis que passei, o cansaço, tudo … Já em 1982 eu tinha fotografado, ainda em película, o Papa João Paulo II, sempre admirei muito este Papa e não esperava que fosse possível surgir outro que eu viesse a gostar tanto. O Papa Francisco foi para mim uma grande surpresa. Ele é muito especial, fala-nos ao coração e magnetiza todos em seu redor. O momento mais impressionante aconteceu quando o Papa orou em silêncio na Capelinha das Aparições e durante a sua oração, que durou 8 minutos, não se ouvia vivalma … um milhão de pessoas estava em silêncio total a tal ponto que eu tive algum receio de disparar a máquina e que se pudesse ouvir o disparador. Em Fátima há realmente umaenergia muito especial, comovi-me algumas vezes sem saber bem porquê … há momentos incríveis, como por exemplo a procissão das velas e nem a fotografia consegue transmitir a grandeza do que é tanta gente. Depois, há que perceber que se fez “História”, eu estive presente e deixo o meu testemunho em imagens … 59


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Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

Isto é o verdadeiro conceito da Fotografia …selfies com telemóvel, a rir, a fazer caretas, bem… é engraçado mas não é nada! Isto é a minha opinião pessoal. Refere um momento fotográfico que te tenha marcado muito. Este momento fotográfico do Papa Francisco a acenar e a olhar para mim, essa imagem pode até ser “a foto” da minha vida... No entanto, há pouco tempo, também vivi momentos muito especiais, quando a convite fotografei do cimo da Ponte sobre o Tejo, por ocasião do seu 50º Aniversário. Era uma coisa que eu queria muito fazer, pois o meu Pai fez o mesmo há 50 anos, por altura da sua inauguração. Um fotógrafo de referência? Helmut Newton, um fotógrafo de Moda alemão, que se notabilizou trabalhando para a Vogue inglesa, australiana e francesa e na Fotografia de Nu e Erótica. Hoje, os seus

polaroids de teste valem uma fortuna. Um conselho para os jovens que se iniciam agora no mundo da fotografia? Procurem que ela seja “o mais realista possível”, aprendam a “ver” e evitem tanto quanto possível a manipulação de imagem através do Photoshop ou de outro programa do género, pois assim a fotografia deixa de ser real e passa a ser uma composição (ou até um “embuste”). Aprendam a verdadeira essência da Fotografia com grandes fotógrafos da época da película e se querem fotografar a sério, esqueçam os telemóveis. Obrigado José António Marques pela partilha, transparência e humildade com que levas a vida e o teu fabuloso trabalho. E uma honra partilhar contigo todo o teu percurso. Bem-hajas. Eduarda Andrino

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A EVOLUÇÃO DAS NOVAS G ERAÇÕES DE CR IANÇAS (PARTE I I)

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m continuação do artigo anterior, as crianças da nova geração atual como se apresentam (últimos dois grupos identificados)

- Crianças altamente intuitivas, com níveis de inteligência emocional altos. Não possuem o conceito de raiva, ódio, medo, cobiça e separação. Elas não são familiarizadas com os dramas dos relacionamentos humanos. Não conseguem cooperar com a dor, o sofrimento e o drama dos velhos padrões institucionalizados. Sente-se atraídas por tudo o que se apresente em estado Puro. Têm dificuldade em estar em locais com muitas pessoas e com

muita “densidade”. São frequentemente excelente alunas; talentosas em qualquer tema, tarefa ou hobby e conseguem concluir tudo, não se distraem com facilidade, revelam capacidade para executar tarefas em simultâneo. São aprendizes muito ávidas, a sua vontade de saber não é com o intuito de saberem ou serem melhores com os outros, é porque sentem de forma genuína, motivação para aprender. 63


A EVOLUÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES DE CRIANÇAS

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Estas crianças “sabem que estão certas 99%”!!! Com frequência, podem parecer arrogantes, porque argumentam de forma coerente para evidenciar sua razão ou utilizam outro comportamento para o efeito em que elas nem tentam discutir sobre a opinião contrária do outro; vão concordando com o outro acenando a cabeça e sorrir, e quando menos espera, vão ensinando gradualmente o seu ponto de vista. Por vezes interferem em discussões simplesmente para “ganhar”. Elas fazem isto por diversão e sempre vencem!!! Pois a

sabedoria que revelam na comunicação verbal é forte. Não valorizam em que lado da discussão elas estejam, elas não se importam com isto na verdade, elas vão provar que a visão do outro está errado… elas possuem a capacidade de visualizar o tema em modo “zoom out”, na sua totalidade. Elas compreendem sempre os dois lados de qualquer questão, sem no entanto julgarem. - Outro grupo: alguns chamamlhes a geração Alpha... Crianças que surpreendem pela facilidade com que interagem com a tecno-


logia e numa idade precoce. O que é a Geração Alpha? Alpha é um termo usado pelo australiano Mark McCrindle, para designar a nova geração de crianças nascidas a partir de 2010. Esta geração, de acordo com o sociólogo, é determinada por pessoas muito mais independentes e com um potencial muito maior de resolver problemas do que seus pais e avós. O que nos traz a perceção de que os alphas já fazem parte de uma geração mais inteligente? A palavra é: estímulo. Mesmo que os

adultos já leiam e-books, ouçam músicas e assistam filmes on demand, a verdade é que aprendem isso ao longo da vida, enquanto que estas experiências são completamente naturais para estas crianças, que já nasceram imersas em toda essa tecnologia e com as facilidades de obter informação. Em contrapartida, assiste-se cada vez mais, à preocupação muito maior em “bem” educar os filhos em ambientes voltados para o desenvolvimento infantil saudável, trazendo mais estímulos sensoriais. Manter a valorização dos brinquedos “não tecnológicos” e 65


ANDREIA RODRIGUES

A EVOLUÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES DE CRIANÇAS

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do Brincar. Ainda que os fatores, causas e efeitos da tecnologia neste processo de Crescimento, ocorram em simultâneo com outros estímulos, verifica-se, que ela tem um papel importante no ambiente onde as crianças estão inseridas. O tablet e outros tipos de ecrãs em geral, por exemplo, já são aliados no desenvolvimento das crianças, como já acontecem em muitas escolas para otimizar as aprendizagens. Com conteúdo adequado, seguro e bom senso, os dispositivos tecnológicos podem fazer parte do universo das crianças e devem receber o mesmo acompanhamento dos pais que as outras situações do dia-a-dia.

Menos hierarquia e mais diálogo entre pais e filhos Na educação da Geração Alpha, os pais continuam sendo figuras de autoridade, no entanto existe mais diálogo. As gerações anteriores, cresceram numa estrutura familiar e escolar muito mais hierárquica. E neste momento, o autoritarismo dessas relações sede lugar para posições cada vez mais efetivas de troca afetiva e comunicação assertiva. A tendência na educação escolar, é a mudança de sistemas, até então mais focados no conteúdo didático, para um ensino mais diferenciado e voltado para o que a criança mais se motiva, podendo assim se expandir em todo o seu potencial.


Compreender as diferentes Gerações Determinar o momento entre uma geração e outra é muito relativo. Os seres humanos estão em constante mudança e evoluem de acordo com as suas necessidades. É um equívoco associar diferentes gerações por pertencerem a épocas diferentes. Falar das características de cada uma, é com o intuito de consciencializar essa evolução, que “se caminha juntos” para determinados destinos de acordo com as características mais marcantes de cada fase e se partilha aprendiza-

dos entre uma geração e outra. Será muita ousadia falar em evolução da espécie? Verdade, é que se reconhece o valor da sabedoria dos antepassados e nada se deverá excluir e sim relembrar, para evoluir integrando as novas descobertas. Avós, pais, irmãos, filhos e netos têm muito o que aprender entre si. Tanto no resgate, quanto na reinvenção. Nessa relação se deve ter em consideração, no momento de criar ferramentas tecnológicas, o que há de mais valioso nas relações humanas... Comunicação, Aceitação, Não julgamento e Compaixão.

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PREPARE-SE NO INVERNO PARA O VERÃO

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reino para trabalhar todos os músculos do corpo e nada de armazenar e esconder gordura na roupa mais larga.

“Por vezes desistimos de treinar por causa do tempo. Arranjámos o treino ideal para ti. E só precisas de 30min, 3 vezes por semana!!! Com este treino, em Circuito, do Personal Trainer Juan Hernandez, até aquelas pe-

quenas loucuras gastronómicas deixam de ser um problema na consciência!” Em baixo a sugestão de um circuito de 30´. 3 voltas de 20 reps cada exercício.

Fonte: Juan Hernandez - Personal Trainer @ Fitness Hut Loures e Olivais

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Fotos: Liete Couto Quintal https://www.facebook.com/lietecoutoquintal


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Agachamento com ligeiro salto (pliométrico): Exercício do Básico Agachamento normal mas com um ligeiro salto na subida. A ideia é subir até esticar o corpo e descer até quebrar a paralela e voltar a subir. A ideia é não travar o movimento da descida mesmo quando faz contato com chão mas só no momento em que quebra a paralela. Este exercício é muito explosivo e ideal para fazer disparar a frequência cardíaca num curto espaço de tempo. No final de cada série deverá ter a sen-sação de “ardor” nas pernas. Este exercício apesar de trabalhar toda a conjuntura muscula da perna incide essencialmente nos

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Flexões Alternadas (com um step de um lado para outro): Com uma mão apoiada no chão e a outra no step, a ideia é fazer flexões de forma alternada de um lado para o outro do step. Reforçar que a flexão deverá garantir que o angulo entre o braço e o antebraço fazem no mínimo 90 graus. Exercício que além de exigir alguma coordenação, promove a tonificação dos braços (acabar com àquele músculo do adeus) mas é ideal para fortalecimento do “core” e tonificação da “zona abdominal”

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Battle Rope (corda ao chão): Com uma mão a segurar em cada uma das pontas da corda, “bater” com a corda em direção ao chão ao mesmo tempo com as duas mãos. Atenção a postura de execução (verificar na imagem). Exercício muito me-tabólico, uma vez que vai acelerar consideravelmente o batimento cardíaco e consequentemente uma maior queima de gorduras no pós treino

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Walking Lunge com Viper ou peso: Exercício de grau de execução difícil. Com as mão em total extensão a segurar no Viper/Peso fazer andamen-to com flexão de 90 graus das pernas. A imagem do numero 2, este exercício além de promover uma boa tonificação dos glúteos permite também trabalhar e fortalecer o core consequente tonificação abdominal.

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Truster com Kettlebell: Consiste na junção de Agachamento com Press de Ombros. A. Agachamento com o kettlebell. Segurar o peso mostra na imagem. B – Logo após a fase final do agachamento fazer uma extensão completa dos braços com o peso (kettlebell). Exercício mais completo deste circuito, sendo aquele que recruta mais massas musculares (trem inferior/trem superior). No final de cada série será normal sentir uma grande aceleração cardíaca. Não aconselhado a hipertensos.

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V-Sits (Abdominais) Para acabar temos um exercício abdominal. Com os braços e pernas em total extensão, fletir o tronco em forma de “V” e tocar com a ponta das mãos com a ponta dos pés. Este exercício vai acabar por ter uma gran-de incidência no abdominal inferior também.

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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

LISBON MOOD 2017

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galeria Espaço Arte Livre rececionou o evento Lisbon Mood na tarde de 3 de junho 2017, organizado em parceria com a empresa Find & Choose, Eduarda Andrino, Modlinski International, Patacão Prime e Milu Ferreira. O evento abraça uma simbiose com origem na Polo-

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nia, Lituânia, Portugal e PALOP, com o objetivo de divulgar a identidade cultural de cada uma destas nacionalidades, através de uma exposição de fotografias sobre Heritage and Mood , e uma palestra intitulada “A cor e a cidade”, com os oradores os Moreira Pinto e António Polainas, ambos arquitetos com ampla investigação no campo da perceção e da cenografia.


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Créditos: José António Marques


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

MARCHA DA PENHA DE FRANÇA

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aulo Julião e André Ferreira (POMOCreat) foram mais um ano convidados a participar nas áreas do figurino e da cenografia na marcha da Penha de França. O tema escolhido para 2017, “PENHA DE FRANÇAEnamorada num jardim de Lisboa ,”exigiu” mais da criatividade da equipa, que apostou nas cores alegres e ma-

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teriais diferentes. A cenografia e os figurinos aliaram-se a coreografia de José C. Mascarenhas, às músicas frescas e de Carlos e Joana Dionísio, ao apoio da C.M.P.F. e à dedicação dos 48 marchantes permitindo que esta marcha se classificasse num honroso 10ºlugar. Os padrinhos, foram os atores Sílvia Rizzo e João Catarré.


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Créditos: Ricardo Lourenço


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

Evento

SECRET GARDEN

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Desifoto Lisboa realizou dia 4 de junho 2017, o evento Secret Garden no Bacalhôa Buddha Eden (Patrocinador oficial). Um evento de moda e fotografia com recriação baseada na obra de Tolkien , apresentando novas colecções dos estilistas

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presentes e Moda Africa Alta Costura. Filipe Perinas mentor do projecto convidou mais de 40 fotógrafos e 7 criadores a viajarem numa alucinante aventura entre histórias e segredos de um jardim cheio de magia.


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Créditos: Pedro Estevens, Lúcio Cruz


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

GALA ADVS

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“O sonho comanda a dança”

oi no dia 14 de junho pelas 21h30 no Salão Preto e Prata do Casino Estoril que se apresentou a gala da ADVS (Academia Dança Vanessa Silva). Um espetáculo de música e dança que comemorou os 13 anos de existência da academia de Vanessa Silva. Dançarina, Coreógrafa, Professora de

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Dança com uma carreira de 25 Anos. Uma noite cheia de glamour onde 100 dançarinos em actuaram de forma única. A Up Music Talents produtora do evento vê assim mais um projecto seu alcançar o topo do sucesso. Parte das receitas reverteu a favor da Associação “Acreditar”


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CrĂŠditos: Magia da Luz


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

GALA TROFEUS DE TELEVISÃO 2017 Red Carpet

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uma noite marcada pelas emoções, em que a televisão portuguesa foi rainha e senhora, subiram ao palco do São Jorge os eleitos pelos telespectadores nas diversas categorias. Foram várias as personalidades que estiveram presentes para assistir a esta noite de emoções.

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Alguns dos vencedores: – Personalidade do ano: Judite de Sousa – Melhor Jornalista/Repórter: Ana Leal (TVI) – Melhor Jornalista/Apresentadora: Clara de Sousa (SIC) – Melhor Jornalista/Apresentador: Jose A. Carvalhoo (TVI) – Prémio Carreira: Manuela Maria


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CrĂŠditos: JAC Photo Press


CINEMA POR TIAGO VAZ OSÓRIO

HERÓIS DA NAÇÃO

TIAGO VAZ OSÓRIO

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stamos nos anos 40 em plena 2ª Guerra Mundial e a indústria cinematográfica britânica está entregue nas mãos da propaganda com o principal intuito de elevar a moral da população e enviar mensagens de estímulo para que os Estados Unidos entrem no conflito. É neste contexto que Caitlin Cole, uma copywriter vai conseguir entrar num mundo controlado por homens para trabalhar como argumentista num filme e dar uma nota mais emotiva às películas propagandísticas. O filme acompanha todo o processo de produção de um filme, desde a sua aprovação

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pelo Ministério da Propaganda, ao processo de filmagem e lançamento. Sempre acompanhando as aprovações e desaprovações das autoridades britânicas o filme vai sofrendo alterações de argumento onde Caitlin terá uma influência preponderante enquanto guionista de forma a levá-lo a bom porto. Numa sociedade britânica bastante machista, Caitlin terá grandes dificuldades em afirmar-se no mundo onde o homem é rei e senhor. Desde logo nas suas próprias relações amorosas o seu trabalho não é bem visto pelo próprio namorado, um pintor na falência, que se julga no dever de a sustentar e de recusar que seja ela


a sustentá-lo. Na indústria cinematográfica serão também vários os obstáculos que Caitlin terá que ultrapassar para ver as suas qualidades enquanto guionista valorizadas. Desde lidar com funcionários do Ministério que não vêem com bons olhos as suas opiniões, os seus colegas argumentistas que demoram algum tempo até passarem ouvir as suas ideias e até a lidar com o ego de um ator cuja fama já não é o que era, todos os obstáculos mostram a resiliência desta “mulher de armas”. Apesar de uma temática muito interessante que mostra uma outra face da indústria da guerra, “Heróis da Nação” falha quando, aparentemente pressionado

por arranjar um elemento de romance na história, introduz o amor entre Caitlin e Buckley, o principal argumentista do filme. Infelizmente...demasiado forçado. De resto o filme é mais interessante pelo conteúdo histórico e da descrição da indústria cinematográfica em tempo de guerra do que propriamente pela narrativa. Heróis da Nação é baseado no livro de Lissa Evans e é realizado por Lone Scherfig (Uma Outra Educação) e conta com as participações de Gemma Aterton (Hansel & Gretel: Caçadores de Bruxas), Sam Claffin, Bill Nighty e Jeremy Irons.

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Na próxima edição...

SOBREVIVI


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