Edição de junho - nº29 - Revista Inurban

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Junho 2017 | Nº 29

Entrevista a Sofia Novais

“Durante um tempo só vivíamos e consumíamos o Facebook e nem dávamos conta que estava uma vida a passar-nos ao lado.”

Redes Sociais: Realidade ou Ficção ARTIGO RUI GOMES DA SILVA

ARTIGO REALIDADE OU FICÇÃO

RUBRICA SELO DE QUALIDADE


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ÍN DICE 4 Armário sem Chave 12 ARTIGO Tibães Fashion 20 As máscaras que usamos 28 Fantasia ou mentira 43 DIVULGAÇÃO Real Saboaria 44 SELO DE QUALIDADE Pulcini Ristorante 48 ENTREVISTA Sofia Novais 56 “A Baleia Azul” - Um jogo ou um alerta 62 ARTIGO Da ficação das redes sociais 68 POR DETRÁS DO PANO by Eduarda Andrino 80 Fitness Hut 86 A evolução das novas gerações de crianças - Part I 94 COLUNA SOCIAL by Eduarda Andrino 104 CINEMA por Tiago Vaz Osório

FICHA TÉCNICA Coordenação Editorial Manuela Pereira Tiago Barreiro

Colaboração Editorial

Paginação e Design Mónica Oliveira

Andreia Rodrigues, Áurea Venceslau, Eduarda Andrino, Fitness Hut, Manuela Pereira, Maria Inês Matos, Olga Muro e 3 Silva, Rui Gomes da Silva, Sandra Cunha, Telma Luís, Tiago Vaz Osório


ARMÁRIO SEM CHAVE

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BODY


S

e o body não está no seu Armário pode adquiri-lo, além de versátil, é um “must have” desta estação, deixa o corpo bonito e pode ser usado durante o Verão como depois no Inverno.

O body é tendência deste Verão. O top lembra um maiô, ou até mesmo um collant de balé, dependendo do tecido. Invadiu as lojas, as ruas e os blogues do mundo inteiro. Os modelos são tantos que se adaptam facilmente a cada estilo, ocasião e look. Pode criar um visual mais sofisticado, mais descontraído e sexy. Pode ser usado tanto de dia quan-

to à noite, alongando a silhueta de quem o veste e até escondendo algumas partes do corpo, caso a intenção seja uma sobreposição. Cores, tecidos, rendados, aveludados, estampados e bordados fazem parte do leque de oferta, assim como os decotes frontais, laterais ou posteriores. Veja alguns modelos, inspire-se para criar looks diferentes: 5


ARMÁRIO SEM CHAVE

Body Bourdoi

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Body com estilo de lingerie. Pode ser usado para uma festa na piscina, uma saída a noite mais descontraído ou num dia normal de trabalho (caso a sua profissão lhe permita um looks mais descontraídos e arrojado.). A peça traz charme e feminilidade. 7


ARMÁRIO SEM CHAVE

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Body estampado deixa o visual mais colorido, alegre e descontraído. Para um look de praia, casual e descontraído. Ideal para combinar com jeans. Os efeito, animais, flores ou plantas tropicais são tendência para este verão.


Body Estampado

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ARMÁRIO SEM CHAVE

Body Decotado

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Body decotado é para quem gosta de ousar. Há varias opções de decotes, podem aparecer nas costas, nas laterais, na parte da frente ou do lado posterior. Para um look mais sexy, tanto pode ser usado numa saída de praia, durante o dia, ou para uma saída noturna mais arrojada. Tudo vai depender de como o combina. Pode nos encontrar na loja online através do facebook ou loja física situada em Chaves. https://www.facebook.com/armariosemchaveforman/?fref=ts 11


VI Edição do Tibães Fas 12


shion jรก movimenta Braga 13


ARTIGO

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Tibães Fashion é um dos conceituados desfiles de moda do país. Fora dos centros das capitais, acontece há cinco anos no Mosteiro de S. Martinho de Tibães, em Braga.

O projeto tomou forma em 2013 pelas mãos da mentora, e atual diretora, Helena Silva e no passado dia 22 de abril deu-se o kickoff da edição de 2017. O Casting para modelos decorreu no Palácio do Raio, no centro de Braga e teve como jurados Helena Silva, Carlos Teixeira, fotógrafo de moda, e Celso Viana, modelo profissional, ambos com carreiras internacionais. Casting atinge record participantes com mais 150 jovens oriundos de versas regiões do norte país

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de de dido

Oriundos de diversas regiões do norte do país, mais de centena e meia de jovens deslocaram-se até ao Palácio do Raio para iniciar uma caminhada em direção aos seus sonhos. O dia foi longo, sete horas de casting, mais de 150 concorrentes e muita, muita atitude. Aqueles que se apresentavam como apenas números foram, ao longo de uma breve caminhada, ganhando rosto, dimensão e luz, como se construíssem todo um discurso de movimento. Sob o tema “Have Soul”, o Tibães Fashion procurou essa beleza da transformação, a beleza escondida no singelo, na presença subtil de quem expõe a alma.


Com a irreverência e juventude que lhe são características, o casting ultrapassou as expectativas. O evento tem vindo a crescer gradualmente, atingindo novos marcos a cada ano. As primeiras edições registaram em média 50 participantes. O número dobrou na edição anterior e 2017 não desapontou, ultrapassando a marca dos 150. Esta edição foi também a mais procurada pelo público masculino, que quase se equiparou à presença feminina. A proveniência dos candidatos é diversa e também registou uma ampliação. Apesar de a grande maioria pertencer a Braga e arredores, como Barcelos, Fafe e Vila Verde, também se apresentaram concorrentes da Maia, do Porto e de Gaia.

Do casting foram selecionados 55 jovens modelos, 15 rapazes e 40 raparigas, que irão integrar os desfiles da VI Edição do Tibães Fashion.

Tendo na sua missão ser uma incubadora para jovens profissionais no mundo da moda, o Tibães Fashion aposta na descoberta de novos talentos, acreditando que um profissional se constrói sobre grandes valores como dedicação, foco, ética, partilha e profissionalização.

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ARTIGO

Tibães Fashion aposta numa formação profissionalizante e consciente da multiplicidade de exigências a que os jovens talentos necessitam atender

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Considerando que a grande maioria dos participantes não tem qualquer experiência na área, uma das grandes apostas da organização é precisamente a for-

mação. Após a seleção, e até aos desfiles, os modelos passarão por uma série de formações, nos quais serão trabalhados elementos fundamentais para a sua carreira. Sendo este um evento de moda que visa o aprimoramento das relações humanas e a visão integral do modelo, são abordados temas como cuidados de beleza e nutrição, postura e passerelle, anti bullying, comportamento e ati-


tude, sentido de pertença e partilha. Apesar da abordagem informal e familiar que o Tibães Fashion carrega como bandeira, esta edição marca o início de formações profissionalizantes. Celso Viana, modelo internacional com passagem pelas maiores passerelles nacionais, será o formador central desta edição. Infelizes daqueles que passam despercebidos – afir-

mou Celso Viana no passado dia 14 durante a primeira formação. Num discurso apaixonado sobre a importância de viver cada passada com presença e significado, o modelo reiterava a importância da atitude tanto na construção de carácter quanto na afirmação de um profissional. No final das formações os modelos receberão um certificado profissional, ação que promove o Tibães Fashion a enti- 17


ARTIGO

dade formadora certificada. A questão do acompanhamento profissional é transversal aos outros setores do desfile, à semelhança dos modelos, o jovens selecionados, tanto para o design como para o registo fotográfico, serão acompanhados por um mentor. 18

O desfile de moda já trouxe à cidade nomes e marcas de renome nacional e internacional No que concerne ao desfile, a data ainda está por anunciar mas, considerando o leque de profissionais e marcas que já passaram pelo evento, as expectativas são elevadas. Relembramos que pelo


Mosteiro de S. Martinho de Tibães já passaram personalidades como João Rolo, Katty Xiomara, Elsa Barreto, Cláudia Jacques, Nelson Lisboa e Ricardo Guedes, assim como marcas de relevo, nacional e internacional, de que são exemplos Mad Dragon, Seeker, Concreto by Hélder Baptista, Kilumba, Verneu, Vicri by Jorge Ferreira e SYO LUXURY. De momento encontram-se ab-

ertas as inscrições para jovens designers. A submissão e currículos e portfolios será aceite até ao dia 20 de maio. Com foco na sua missão dinamizadora da cultura através de uma visão inclusiva da moda, o Tibães Fashion afirma-se como um evento contemporâneo, urbano e catalisador de ligações entre os diferentes setores da economia criativa. Telma Luís 19


AS MÁSCARA 20


S QU E USAMOS 21


ARTIGO

D INÊS MATOS

ou comigo a pensar no quanto as pessoas gostam de festividades como o Carnaval ou o Halloween, e nas possíveis implicações psicológicas do desejo profundamente humano de nos mascararmos...

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O uso de máscaras remete a rituais celtas em que era acreditado que para afastar os maus espíritos teriam que se esconder protegendo o rosto. E o uso de máscaras não podia ser mais atual: usamos auscultadores para evitarmos os outros, usamos óculos escuros na tentativa de evitar contacto visual, escondemo-nos atrás de posturas rígidas

e sorrisos falsos. Temos medo de mostrar quem somos numa sociedade em que é tão fácil ficarmos totalmente expostos. Cada passo nosso, cada respiração nossa, cada movimento, como na música dos The Police, fica registado no eterno contínuo que é a Internet. E é nesse sentido cibernético, em que podemos esconder a face e as emoções e construir um personagem novo, que vamos tecendo essa nossa teia. Escondemos a nossa face real mas somos incentivados a mostrar a face


que é esperada. As redes sociais são assim a teia que nós próprios construímos e da qual dificilmente tomamos consciência. E é nela que mostramos os nossos empregos fantásticos, escondendo o stress que nos fazem sentir, a flor que ele nos deu, mas não a violenta discussão que o levou a isso, a glamorosa saída à noite, mas jamais a nossa ressaca! Mas deixemo-nos de falsos moralismos, afinal de contas qual é o mal de mostrar o que é bom e bonito de se ver? Na verdade, nenhum. O único real problema desta construção social é, como em tudo, quando começa a sair fora do nosso controlo. A dada altura começamos a sentir-nos uma fraude, constantemente a posar para a perfeita fotografia que tem de captar a nossa felicidade plena em cada momento da nossa vida. Com o tempo, a nossa máscara ganha quase uma vida própria e é então que começa a pesar. E irá pesar mais e mais quanto mais nos deixarmos levar pelo nosso auto-retrato imaculado. Ás vezes o peso é já tão grande

que é quase impossível sair dele, tomar consciência deste mundo que construímos e das consequências tóxicas do mesmo. Se ainda assim formos capazes de o identificar deparamo-nos com um problema maior... E agora? Uma das razões mais comuns para usarmos máscaras é o chamado Síndrome do Impostor: o medo de que o mundo nos vai descobrir e que toda a fantasia que criámos à nossa volta vai finalmente apanhar-nos. E porquê este receio? Porque ou somos narcisicos prepotentes ou o reconhecimento das nossas fragilidades nos faz emergir, pelo menos de vez em quando, algumas inseguranças internas. E imaginemos que até tiramos essa máscara, tão cuidadosamente artificiada ao longo do tempo e alguém nos olha e diz “Oh, afinal tu és apenas isto?”. E esse é sem dúvida um sentimento com o qual consigo, e provavelmente todos nós, empatizar. Mas é este o momento em que paramos e nos permitimos sorrir e pensar: mas afinal qual é o mal em sermos nós próprios? 23


ARTIGO

Sermos apenas nós mesmos é a melhor e mais maravilhosa coisa que podemos ser. Como disse Oscar Wilde: Be yourself, Everyone else is taken (seja você mesmo, todos os outros já estão tomados). Será então altura de termos a coragem de enfrentar o medo de sermos quem somos! Perspetiva terapêutica Muito do que construímos e consideramos nocivo para nós pode, felizmente, ser também desconstruído. Como não podia deixar de ser, é aí que entra a terapia. Existem de facto três razões práticas pelas quais devemos remover as nossas máscaras. A primeira é porque isso nos irá 24

permitir viver de acordo com o nosso potencial. Não digo com isto que não existem pessoas como nós, muito provavelmente existem inúmeras pessoas com as mesmas qualificações ou talvez até melhores. Mas nenhuma dessas pessoas tem a mesma personalidade, a mesma experiência de vida e forma de ver o mundo, a mesma criatividade e espírito de trabalho que você tem. Isso é algo que os outros não podem igualar, pois o resultado nunca irá ser o mesmo. A ironia é que muitas vezes, por medo de falhar, mascaramos essa parte de nós. A segunda razão é de ordem prática: é esgotante assumir uma postura falsa todo o dia. E se a dada altura nos esquecemos de agir de acordo com o que


estipulámos, onde é que isso nos deixa? Deixa-nos confusos, perdidos, expostos a nós mesmos, e foi isso que tentámos evitar a todo o custo e com o qual não conseguimos lidar. Mas, para não termos de chegar a esse ponto de rotura basta simplesmente não nos esquecermos de quem realmente somos. A terceira razão é possibilidade de cura, de equilíbrio interno. Quando usamos uma máscara estamos a deixar de fora uma parte de nós, a parte mais sincera do nosso ser. Mas, sendo criaturas sociais, não nos será possível estabelecer relacionamentos sinceros com o próximo se não formos capazes de lhes mostrar o que somos, com fragilidades e medos e tudo o que não é bonito à primeira vista. Pessoalmente, confesso que isso é o que torna toda a ideia de relação realmente bonita. Ao escondermos partes de nós é como se pedíssemos ao outro para nos compor um jarro partido mas não lhe déssemos todas as peças. Claro está, é mais fácil dizer do que fazer. Sermos capazes de nos abrir ao mundo é uma ameaça di-

reta aos outros pois irá obrigá-los a reconsiderarem também as suas próprias vidas e nem sempre nos irão facilitar o caminho. Seremos capazes de abdicar da nossa construção social em prol do nosso bem-estar? Podemos até ter essa vontade mas não saber sequer por onde começar. Mas não se deixe assustar, com a ajuda certa é possível retirar o que lhe faz mal sem se deixar consumir por sentimentos de inferioridade, vergonha ou culpa. A máscara na Hipnoterapia Não podia deixar de aproveitar o momento para, em jeito de curiosidade, vos falar de uma técnica muito positiva usada em Hipnoterapia e que se chama precisamente A Máscara. Gosto de pensar que para cada coisa existe um potencial mau e um potencial bom, e esta técnica permite extrair o lado positivo da criação de uma máscara. Não nascemos a usar máscaras, mas não podemos escapar à necessidade quase biológica de ajustamento, que nos ensina des25


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de jovens a importância de nos relacionarmos em sociedade. Por vezes usamos uma máscara de bom filho, de pai perfeito e sorridente, de parceiro compreensivo e reconfortante. Será isso mau? Pelo contrário, existe uma utilidade perfeitamente razoável de proteção do próximo, como uma mãe que sorri ao filho mesmo que profundamente cansada. Esta técnica usufrui disso mesmo, é capaz de treinar o nosso inconsciente de forma a que ele nos permita assumir papéis sociais que não nos são tão naturais. Exemplificando: imaginarmo-nos com a confiança de um político ou ator quando vamos 26

fazer uma apresentação importante ou fechar um negócio (sabia que Bruce Willis gaguejava imenso antes de desenvolver a sua capacidade de atuar?).

E tal como numa peça de teatro seremos então capazes de nos desenvolver e aprender a nos comportar de formas nunca antes pensadas, adotando a postura e forma de agir que na verdade sempre quisémos conquistar.


DIVULGAÇÃO

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FANTASIA OU MENTIRA

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antasia é a faculdade humana que permite reproduzir, através de imagens mentais, coisas passadas, ou representar acontecimentos que não pertencem ao âmbito da realidade.

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A fantasia pode ser entendida como o grau superior da imaginação. Para a Psicologia, a fantasia é uma situação imaginada por um indivíduo ou grupo que não tem por base uma realidade em si (concreta), mas que expressa certos desejos por parte do seu criador. A fantasia está presente na vida das crianças desde que elas nas-

cem. Segundo Corso (2006), “a paixão pela fantasia começa muito cedo, não existe infância sem ela e a fantasia se alimenta de ficção, portanto não existe infância sem ficção”. Assim podemos dizer que a fantasia é indissociável da ficção (imaginário) e que estas são indissociáveis da infância. Sendo assim, a infância é a fase da vida que está direta e intima-


mente ligada ao mundo da fantasia, que, por seu lado, tem relação direta com o imaginário. Este é tudo aquilo que não nos permite estabelecer fronteiras entre o real e o que estamos a imaginar. Segundo Vygotsky, a imaginação é a base para toda a atividade criativa. Através da imaginação a criança brinca ao “faz de conta” e através deste “faz de conta” brinca de forma lúdica, o que desempenha um papel muito importante na sua formação cognitiva, emocional e social. A fantasia detém uma função muito importante ao longo da infância, pois através da mesma as crianças desenvolvem-se e aprendem, contribuindo para a formação da sua personalidade; promove a expressão das suas preocupações, a expressão dos seus sentimentos e, ainda, a criatividade, a imaginação, a sensibilidade assim como favorece a inteligência. Através do mundo da fantasia a criança compreende o mundo que a rodeia,

o seu mundo real. A brincadeira do “faz de conta” é realmente essencial para que as crianças se possam desenvolver na área cognitiva, social, motora e afetiva. Bomtempo (2001) diznos que “No sonho, na fantasia, na brincadeira de “faz de conta” desejos que pareciam irrealizáveis podem ser realizados”. Enquanto a criança brinca ao “faz de conta” consegue perceber a realidade em que está inserida, supera dificuldades, medos e angústias, desenvolve a linguagem e a socialização, aprendendo as regras de convívio em sociedade. A brincar a criança desenvolve a sua identidade e autonomia, desenvolve a sua atenção, a imitação, a memória, a imaginação e a criatividade. As brincadeiras devem ser vistas como um princípio que contribuí para o conhecimento do mundo na infância. Todas as crianças têm direito de brincar e cada uma delas tem o seu modo de agir, de se expressar e de se relacionar. 29


FANTASIA OU MENTIRA

Podemos concluir que a brincadeira do “faz de conta” propor Podemos concluir que a brincadeira do “faz de conta” propor ciona à criança oportunidades significativas para o seu desenvolvimento global, tornando-a num ser social, trazendo-lhe benefícios emocionais que proporcionam a construção da autoexpressão, permitindo ainda o desenvolvimento da competência cognitiva. Segundo Kelly Rodrigues, a fantasia infantil faz parte do desenvolvimento e do crescimento e deve ser encarada com 30

naturalidade - “É muito saudável que a criança tenha um mundo lúdico, um mundo imaginário, um mundo onde as coisas sejam possíveis dentro da cabecinha dela. E os dados da realidade vão sendo inseridos muito naturalmente”. O brincar ao “faz de conta” é também conhecido como «jogo simbólico», este permite à criança fazer representações de vários papéis (imitar a mãe, a professora…), sendo que estas partem das observações feitas pelas crianças no dia-a-dia, levan-


do assim à sua construção social. Segundo Cunha (2007), “no jogo simbólico as crianças constroem uma relação entre a fantasia e a realidade. Na fantasia elas desfrutam da imaginação para fazerem a representação de papéis, fantasiar, imitar, e em relação à realidade são capazes, de acordo com situações de dificuldades que vivem, despertarem em suas brincadeiras…”. Segundo Piaget (1984) “o jogo simbólico é a forma mais pura do pensamento egocêntrico característico da criança em idade pré-escolar”.

O chamado “faz de conta” ou jogo simbólico surge no segundo ano de vida. Nesta fase, as crianças conquistam a capacidade de imaginar objetos e criar situações sem necessidade de partir do concreto, ou seja, adquirem a capacidade de imaginação. Com o “faz de conta” a criança consegue estabelecer uma relação entre a fantasia e a realidade, como se estivesse em ligação direta e sem barreiras entre o imaginário e o real. Durante o “faz de conta” as crianças desenvolvem várias for31


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mas de expressão, tal como a imaginação e a representação. Ao imaginar a criança passa para o “faz de conta” as suas ações lúdicas em relação ao seu dia-a-dia, às suas vontades, ao que está ao seu redor e no seu pensamento. Ao representar, a criança imita as pessoas que fazem parte do seu dia-a-dia, o que vê na televisão e tudo o que vê ao seu redor. Desta forma, a criança representa papéis de pessoas presentes na sua vida, tal como pais, professores, amigos, entre outros. Podemos afirmar que o jogo simbólico é fundamental para o processo de evolução do próprio intelecto, que vai ajudar a criança a enfrentar com mais facilidade o mundo real e as dificuldades que o mundo vai apresentando na sua vida. Nesta fase surgem também os amigos imaginários; estes representam o alicerce das suas brincadeiras e interações com a realidade, ajudando as crianças na melhor forma de percecionar e lidar com a realidade. A fase da fantasia, que se inicia por volta dos 2 anos, prolonga-se até cerca dos 6 anos, tendo o seu

auge entre os 4 e os 6 anos, uma vez que nesta altura a criança atinge o pico da representação simbólica. Para Piaget a representação simbólica, que é uma forma especial das brincadeiras imaginativas das crianças, é também

“uma atividade lúdica importante para as crianças desenvolverem a sua autonomia; através da interação com as pessoas e objetos do seu meio elas têm oportunidades de expressar suas aprendizagens, porque não estarão apenas brincando, mas sim desenvolvendo a sua imaginação, criatividade e controlando as suas ansiedades e medos”. 33


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Durante esta fase, o meio escolar representa um dos meios privilegiados onde a criança dá asas à sua imaginação. Neste ambiente as crianças relacionam-se socialmente e estão perante valores diferentes dos seus, assim como têm contato com adultos diferentes dos seus pais e familiares. Nesta interação a criança vai desenvolvendo as suas capacidades e construindo a sua autonomia e a sua independência. O papel dos pais e educadores é muito importante para que a criança consiga viver a fase do “faz de conta” com a maior naturalidade possível. Os pais e os educadores devem proporcionar às crianças espaços livres e temáticos, várias brincadeiras, diferentes jogos e brinquedos para que possam explorar o real num contexto “fantástico” de forma lúdica. Para que, quer o adulto, quer o educador, possa ter um papel como membro participativo e ati-

vo na vivência da criança com o mundo da fantasia, é necessário que este consiga “descer e entrar” nesse mundo mágico, que, para a criança, é o verdadeiro e o real. Aqui tudo é possível como, por exemplo, os animais falarem, os carros voarem, as árvores andarem e muito mais, dependendo da evolução da capacidade de imaginação e criatividade de cada criança. Esta forma especial da criança verem o mundo, em que o impossível se torna possível, chama-se de «pensamento mágico». Nesta idade, a criança gosta de ouvir histórias, fábulas e contos, imaginar situações, construir um mundo ilusório, ou seja, a partir do mundo real vai interpretá-lo em função dos seus interesses, do que atrai a sua atenção e do que desperta a sua imaginação. Para a criança o seu mundo é diferente do mundo do adulto, embora seja este que lhe vai oferecer as possibilidades de ser criativo.


Quando se fala sobre mundo imaginário, torna-se imperativo falar sobre os incentivos que nós, adultos, damos às crianças durante a infância. Tanto no meio familiar como no meio escolar estimulamos a criança com a audição e partilha de histórias fantasiosas e de figuras mágicas que vão estimulando o seu pensamento mágico e a sua imaginação. Estas formas de estimulação passam pela transmissão de histórias tradicionais, contos de fadas e o incentivo na crença de figuras como o Pai Natal, por exemplo. A infância é uma das fases da vida em que todos os seres humanos criam e lidam com fantasias e figuras imaginárias. Certos mitos, que são falados durante a infância, como o Coelhinho da Páscoa, a Fada dos Dentes, e mesmo o Pai Natal, fazem parte da vivência da criança e enriquecem o período de desenvolvimento infantil. A de-

scoberta da verdade em relação a estes mitos e o desenvolvimento infantil são processos que se vão desenrolando em paralelo. No momento em que a criança desvenda as fantasias, está a aprender a lidar com o mundo real. Ao longo desta descoberta cabe-nos o papel de cuidar, proteger e mediar a relação entre a criança e o meio, interagindo e auxiliando na construção de significados, na resposta às suas necessidades, na superação de dificuldades e medos e na expressão dos seus desejos e vontades. Quer os pais quer os educadores, ao interagirem, através das brincadeiras, no processo de construção do conhecimento das crianças, passam a ter um papel participativo e mediador neste processo, devemos promover momentos lúdicos com objetivos educativos de interações criança – criança, criança – adulto e criança - mundo 35


FANTASIA OU MENTIRA

físico e social. A partir dos 6/7 anos, as criações fantasiosas tendem a diminuir, uma vez que a visão do mundo começa a estruturar-se e a criança começa a compreender a realidade, distinguindo-a do imaginário. Nesta altura, a criança começa a atravessar uma fase chamada de “zona cinzenta”. Esta zona encontra-se entre a realidade e a fantasia, pois por maior que seja a fantasia, a criança acredita no que está a dizer, no entanto, esta fase vai-se clarificando progressivamente. Assim cabe-nos a difícil, mas necessária, tarefa de ir esclarecendo a realidade, mas sem que a criança ache que disse uma mentira. Devemos ajudar a criança a diferenciar claramente a realidade daquilo que se passa na sua “cabeça”; isto é fundamental para que a criança vá crescendo, desenvolvendo e amadurecendo, vendo e percebendo assim como é a realidade. Nesta fase de crescimento e de36

senvolvimento, embora vá vivendo intensamente no mundo imaginário, a criança vai também, lentamente, entrando no mundo real. Progressivamente, a criança vai-se confrontar com a realidade, vai ter de se relacionar com os seus pares no mundo real em que vive. Esta forma de ajudar a criança deve ser feita com muita naturalidade, muita calma e progressivamente; não há necessidade de ter pressa que a criança “cresça” à


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força, por isso devemos ir dando explicações da realidade através de argumentos lógicos e racionais. Até aos 6/7 anos não se pode afirmar, tal como já vimos, que a criança mente. É mais correto dizer que a criança imagina, inventa e fantasia muito, com diferentes finalidades, tais como chamar a atenção do adulto, parecer mais importante ou evitar castigos. Na verdade, a criança não quer enganar os outros, está

apenas a viver no mundo da fantasia. Atualmente começam a surgir vários debates sobre a compreensão do pensamento infantil e sobre a distinção entre a fantasia e a mentira. Com estes debates vão surgindo algumas dúvidas, tais como: - “Será que ao incentivar a criança nas suas fantasias estamos a contribuir para que se torne num adulto que mente?”, - “Será que a criança, ao contar a história à sua maneira, está a mentir?”, - “Qual a fronteira entre a fantasia e a mentira?”, - “Afinal o que é mentir?” Tal como já vimos, a fantasia, faz parte do desenvolvimento normal e global da criança. A mentira pressupõe uma atitude deliberada, mais ou menos premeditada. É um comportamento aprendido socialmente. Segundo os valores éticos e morais, a mentira está intimamente ligada à intenção de 37


FANTASIA OU MENTIRA

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enganar e prejudicar o outro de forma consciente e propositada. São fabricadas histórias irreais com o objetivo de esconder algo ou modificar a realidade para o benefício de alguém. Mentir envolve sentimentos, emoções e pensamentos para que se crie uma história consistente e que desperte a crença dos outros. “A mentira é o acto de mentir, é uma ilusão, um embuste, um erro, uma vaidade, uma peta, uma falsidade, um engano propositado e é uma afirmação contrária à verdade com intenção de enganar”

(Dicionário da Língua Portuguesa). Segundo Carreteiro (2004), “a mentira está presente em todos nós desde pequenos, e é em pequenos que aprendemos a mentir para nos desculparmos da culpa”. As mentiras surgem por várias razões, tais como, agradar os outros, por imitação, medo das consequências, insegurança ou baixa de autoestima, chamar a atenção, ser aceite, fabulação ou, em casos extremos, por razões patológicas. Pode-se falar numa escalada da


mentira desde os três anos até à adolescência, sendo que, aos três anos, a criança não sabe a barreira entre a realidade e a fantasia “a criança faz uso da mentira porque acredita que está a relatar o que aconteceu mesmo” (Ramalho, 2006). Como podemos concluir, a criança “mente/fantasia”, mas sem intenção de enganar ninguém, uma vez que a imaginação faz parte do seu desenvolvimento. A partir dos sete anos, a criança começa a distinguir a verdade da mentira, e quando usa a mentira usa-a para obter aprovação ou

escapar das consequências de algum erro que cometeu, ou seja, já usa a mentira de forma intencional, sabendo perfeitamente o que está a fazer. A partir da adolescência, a mentira surge como forma de revolta ou para ser aceite socialmente. Aqui já se pode falar de uma assumida, clara e propositada intenção de enganar o outro. Os adolescentes “começam a usufruir cada vez mais da mentira quando descobrem que esta pode ser aceite em certas ocasiões e até ilibá-los de responsabilidade e 39


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ajudar a sua aceitação pelos colegas” (Carreteiro, 2004). Para prevenir esta escalada e progressão da mentira ao longo da infância devemos estar atentos às brincadeiras e jogos das crianças e quando chegar a idade de saber distinguir a fantasia da realidade ir explicando o que é fantasioso e o que é real. A mentira não deve, nunca, ser incentivada ou estimulada pelo meio que nos rodeia e, aqui, é de extrema importância o exemplo positivo dos pais, familiares e dos educadores. Ao detetar uma mentira na criança devemos mostrar-lhe, com clareza, que percebemos a mentira e que discordamos da sua versão, valorizando, sempre, a verdade dos factos. Devemos tentar levar a criança a refletir e a repensar a situação, e, se necessário, repreender num tom calmo e tranquilo em que sobressaia a honestidade, valorizando-se assim a verdade e os comportamentos adequados. Para ajudar a criança a ir percebendo quando está a fantasiar ou quando está a entrar no campo da mentira, podemos utilizar várias

estratégias, tais como: - Não ignorar quando a criança mente e muito menos achar graça à sua atitude, pois a criança vai achar que está a ter uma atitude normal e socialmente aceitável; - Conversar calmamente com a criança para lhe explicar a importância e as vantagens da verdade e demonstrar os inconvenientes da mentira; - Confiar na criança e mostrarlhe que, ao dizer a verdade e nunca mentir, todas as pessoas irão acreditar nela; - Fazer com que a criança se sinta segura para dizer sempre a verdade, sem medos nem receios; - Dar o exemplo, pois somos os principais modelos da criança, nunca dizer “diz que não estou” para evitar, por exemplo, um telefonema, pois desta forma estaremos a dizer à criança que há mentiras que se podem dizer. - Reforçar que a mentira é sempre mentira mesmo que não prejudique ninguém. - Ser sempre rigoroso, mas ao mesmo tempo compreensivo, sem deixar de mostrar a falta de ética da mentira e as suas consequências.


Ao ter estes cuidados e ao manter uma postura muito clara quanto aos inconvenientes e as consequências da mentira iremos ter, com toda a certeza, resultados positivos na formação do senso ético e moral e no amadurecimento da consciencialização do certo e do errado. Se, apesar desta nossa postura, a mentira se tornar numa constante é necessário averiguar o porquê desta situação. Se nós adultos e/ou educadores percebermos que, a partir dos 7 anos e na fase da

adolescência a mentira persiste, isto pode indicar problemas que devem ser encaminhados para uma ajuda psicológica. De facto, o recurso à mentira de forma recorrente pode ser encontrado em diversas estruturas de personalidade e quadros patológicos. Nos estados neuróticos, a mentira pode surgir devido a uma incapacidade da consciência em aceder a factos recalcados e que se encontram no inconsciente, ou por problemas de autoestima e auto41


OLGA MURO E SILVA

FANTASIA OU MENTIRA

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imagem que levam à necessidade de fazer passar uma determinada imagem para o exterior. Nos estados limite, a mentira aparece devido à falta de barreiras externas que balizem o comportamento; estes surgem, muitas vezes em filhos de pais repressivos ou demasiado permissivos. Nas psicoses, a mentira surge na forma de delírio devido a uma quebra de contacto com a realidade. Nos casos patológicos, a mentira é dita de forma compulsiva, surgindo como uma dependência. Os dependentes da mentira, apesar de saberem que estão a mentir, não são capazes de se controlar (Mitomania). A mentira compulsiva está ligada a outros comportamentos antissociais como o roubo, a tendência a enganar e a dificuldades nos relacionamentos sociais. Geralmente são pessoas com dificuldade na relação com figuras de autoridade, impulsivas e que apresentam um grave comprometimento emocional (Psicopa-

tia). Em todos estes casos é necessário e importante proceder ao seu encaminhamento para uma ajuda especializada. Cada situação exige uma atuação diferenciada tendo em conta a gravidade e a frequência da mentira para além dos diferentes contornos da personalidade de cada um. Por isso é tão importante que desde cedo nos preocupemos com a possibilidade de a criança, passada a idade da fantasia, utilizar a mentira. A família e os educadores devem, em primeiro lugar, ajudar a criança na transição da fantasia para a realidade. Devem depois falar abertamente dos aspetos negativos da mentira assim como das vantagens da verdade, e finalmente, devem manter uma postura coerente em todas as situações. Com isto estaremos, de certeza, a contribuir para a evolução do sentido de responsabilidade e do sentido de honestidade ao mesmo tempo que estaremos a contribuir para o futuro destas crianças, que se tornarão adultos conscientes, verdadeiros e respeitadores.


DIVULGAÇÃO

REAL SABOARIA

A

Real Saboaria é um Mundo de experiências e sesações. Porque acreditamos que a felicidade começa dentro da própria casa e que pequenos cuidados diários contribuem para melhorar o seu conforto e a autoestima, criamos sabonetes, velas perfumadas e produtos de cosmética que procuram melhorar o seu bem-estar ao longo de todo o dia. A nossa Filosofia é simples. Le-

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var até si um produto funcional, honesto e de qualidade exemplar, que acrescente valor à sua rotina diária. Bouquet de Flores O exótico Jasmim evoca as antigas rotas do Oriente e o seu perfume magnético e misterioso traz consigo a magia das noites da Índia. Esta coleção Resulta numa explosão de sensualidade, despertando os sentudos com o seu aroma cativante. http://www.realsaboaria.com/ 43


S E LO DE QUAL I DAD E

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ITÁLIA PERTO DO CORAÇÃO E DA BOCA

O

Pulcini Ristorante surge em Leça da Palmeira, na Avenida Dr Antunes Guimarães 335, pelas mãos de uma família com origens presas em Itália.

No comando desta empresa familiar está Andrea Pulcini, um médico de 35 anos que trabalha no Hospital de São João desde 2008; o seu pai, Cláudio Pulcini, também médico, com 61 anos, nutricionista e homeopata, professor de educação física, e a sua mãe Rosalba Marzilli. O restaurante existe há cerca de 5 anos e o inesperado sucesso fez com o pai deixasse todas as suas

actividades para se dedicar a 100% ao desenvolvimento e aperfeiçoamento do espaço, sendo a alma do restaurante, e sem o qual nada do que ali acontece fosse possível. O repto de abrir o Pulcini Ristorante surge um pouco por brincadeira, um pouco como aposta de vida, para que os portugueses conhecessem melhor a vera cucina italiana, as receitas típicas, assim como nas nossas casas, combaten45


S E LO DE QUAL I DAD E

do aquele produto pseudoitaliano que existe no mercado da restauração. Tudo no restaurante é preparado ao momento, com produtos frescos, dos quais a maioria chega diretamente da Itália, nomeadamente das aldeias da Umbria e Lazio. O ponto forte é, sem dúvida, a qualidade da comida, típica da cidade Roma e da região de Lazio, mas pode encontrar pratos de toda a Itália. Pode encontrar neste espaço a pancetta, guanciale, tartufo, alcarchofas, lonza, speck e cogumelos porcini. Podem, ainda, 46

provar a verdadeira carbonara, a amatriciana, gricia, cacio e pepe, saltimbocca alla romana, straccetti di vitella, alem da lasagna e das melanzane alla parmigiana. Trabalham, sobretudo, para os portugueses, mas também para m u i t o s italianos que, quando querem respirar ar de casa, vão até ao Pulcini, que cria um ambiente familiar e, muitos deles, tornaram-se caros amigos, ótimas amizades que o próprio espaço promoveu. Com base nas massas, algumas caseiras, feitas à mão, as sobreme-


sas, confecionadas pelas mãos da matriarca da família, são sempre típicas, as melhores que podem encontrar nos restaurantes italianos, sobretudo o famoso Tiramisu. O segredo deste espaço fabuloso é mesmo a qualidade e a frescura dos produtos, assim como a simplicidade dos pratos.

Como eles próprios dizem “não inventamos nada de especial, a confecção à mão implica mais demora, mas é o preço a pagar”. A comida italiana é amada em todo o mundo, sobretudo, se feita com qualidade e com paixão e a revista Inurban concorda. 47


SOFIA 48


N O VA I S em entr evista

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ENTREVISTA

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S

ofia Novais de Paula trabalha em marketing e comunicação na Directimedia, a empresa da família, e é autora do blogue de moda Diário de um Batom. Rapidamente, transformou este projecto com mais de 8 anos de vida numa empresa que lhe exige atenção e dedicação ao máximo. O facebook pode ser, neste caso de sucesso, uma alavanca, como ela refere, motivacional. - Quem é a Sofia Novais de Paula? Sou uma miúda simples, com grandes sonhos, que acredita que a vida por ser fantástica e adora rir e divertir os outros. Apesar das intempéries da vida ainda acredita em histórias de amor e é

uma apaixonada por tudo o que se envolve, assim como a família, os amigos e os animais. Sou revolucionária no que diz respeito a valores, educação e respeito. - A Sofia é licenciada em Marketing. Desde sempre, que esta área a fascinou? Não, eu estava a estudar para ser veterinária, mas não tinha média nem para tirar a febre a um cão. Então tive que comprar um livro de cursos, porque na minha altura não havia internet nem muito 51


ENTREVISTA

menos Google. Ainda pensei tirar design, mas precisava perder um ano para estudar geometria descritiva e, como não gosto de esperar, o Marketing e Publicidade foi o mais perto. - Como definiria a relação do marketing e as redes socais (Facebook, Blogues e Instagram)? Tudo é incrível, como aprendemos e transformamos tudo em marketing e comunicação. Como apesar de estarmos a falar com seguidores e ser algo do coração, não deixa de haver uma estratégia, um planeamento como se tivéssemos a falar de produtos.

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- Sempre foi uma apaixonada pela fotografia? Sim sempre, um bichinho que o nosso pai nos passou desde os tem-

pos que trabalhou na Kodak - “Diário de um Batom ...” o seu projecto de sucesso inquestionável. Como nasce? Um desafio lançado por uma cliente de uma empresa de cosmética. Ela achou que teria um bom perfil para fazer um blog e uma semana depois nascia o Diário de um Batom. - Qual era o objectivo da sua criação? Na altura nem sei, acho que era para ter algo meu, mas não fazia a mínima ideia que iria chegar até aqui. Há 8 anos acho que se abria um blog e logo se via. Agora as pessoas já abrem os blogs com intenções completamente comerciais. - Como bloguer, sente-se uma


influenciadora de opiniões? Sim, muito, quando alguém no envia mensagem ou nos encontra na rua e diz: ”adorei a tua dica, estou fan”. Ou mesmo quando nos pedem ajuda por mensagem. Se as pessoas não acreditassem no que digo, não faria sentido seguirem-me, acho eu…. Mas para mim é uma honra ser assim e gosto da forma limpa e transparente com quem me dou com os meus seguidores e creio mesmo que sentem confiança na minha mensagem. - Ao que se deve, na sua opinião, o sucesso do Diário de um Batom? O amor com que me dedico, o crescimento que tive como pessoa e ser humano. Aprendi muito com tudo isto e tem sido incrível e quero que seja ainda mais ainda. - O fenómeno das redes sociais veio colocar o mundo num patamar onde se confunde realidade e fantasia. Isto, para quem vive também desta área, é preciso? Sim e é engraçado perguntares isso porque estou neste momento a redefinir a minha passagem pelas redes sociais. Vicia, sem dúvida, tudo, a quantidade de likes, o crescimento, os comentários e o chat.

Durante um tempo só vivíamos e consumíamos o Facebook e nem dávamos conta que estava uma vida a passar-nos ao lado. Queres ir dar um passeio, coloca um vídeo a passear, queres fazer desporto, ler um artigo, queres comer bem, vai ver uma foto. E a coisa era só isto, em vez de ter a experiência. Quis afastar-me disso, apesar de ser uma assídua em todas as redes sociais, cada vez me sinto mesmo viciada. Até me sinto mal quando ando na rua com o telefone na mão. Depois há pessoas que confundem tudo, que acham que amizade é um estado do Facebook, que querem e exigem atenção de forma intrusiva, 53


ENTREVISTA

que acham que temos que estar presentes só porque estamos ligados pelas redes sociais. Ficam ofendidas, tornam-se violentas, enfim Às vezes é difícil e um bocadinho assustador. É caso para dizer “Get a life”. - Hoje, todos querem potenciar as redes. Na sua opinião, Sofia, é perigoso ou motivacional aliarse a elas para crescimento? Motivador. - Para quem quer arrancar com um projecto nas redes, que conselhos dá? Ver se o nome que escolheu já existe como blog, produto, marca; é muito chato haver coisas repetidas na net. Ser consistente, não desistir porque o início é duro, trabalhar, ter sempre o foco.

pessoas malucas e desequilibradas que podem ser muito perigosas. Amigo e familiares se afastarem-se por não entenderem a nossa dedicação - Ser bloguer, é ter apenas uma posição de mediatismo ou profissão que dá muito trabalho? É tudo, mas sim, dá muito trabalho para quem quer ter trabalho, hoje em dia com as app e os smartphones até temos a vida bem facilitada, o problema é ser perfecionista, querer ser o melhor, estar a tempo e horas em todo o lado, sorrir e mostrar felicidade mesmo nos dias em que estamos de rastos. Ligar-se a pessoas que estão interessadas no nosso sucesso e não em destruir-nos. Saber fazer a gestão de horários e conteúdos. E de resto tudo correrá bem.

- Qual o maior perigo das redes? - Há projectos futuros na gaveta? O vício, a falta de privacidade, Sim muitos e estou muito entusiasmada com isso. 54

Manuela Pereira


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“A BALEIA AZUL” –

um jogo ou um alerta?

M

uito se tem falado do jogo da Baleia Azul. Não podia deixar de fazer referência a este jogo visto que a meu ver a base do jogo passa unicamente por factores psicológicos, que levam no seu final ao suicídio. Ouvi um dia destes uma frase que reflecte aquilo que muitos pensam. “Como é que alguém entra para um jogo para se suicidar no final? Num jogo não é suposto se ganhar? “ Mais do que um jogo, a Baleia Azul é um desafio. Aliás um conjunto de desafios que testa a capacidade de auto-controle dos seus participantes, que testa a ca-

pacidade de cada um deles fazer uma análise do que é saudável para si mesmo ou não. O problema é que os participantes deste jogo são muitas vezes escolhidos propositadamente, tendo por base o seu estado emocional e psicológico. E também aqui as coisas não são tão transparentes quanto se pensa. Muitos destes adolescentes (porque os participantes são 57


“A BALEIA AZUL” UM JOGO OU UM ALERTA

maioritariamente adolescentes) vivem isolados a nível social, são pessoas fechadas, que vivem num sofrimento constantes pela sua desintegração no meio social que os rodeia, são muitas vezes jovens que não têm atenção, que se sentem incompreendidos pelos outros. E podem então questionar-se, mas isto é a forma de serem mais sociáveis? Não, não é… Contudo a primeira abordagem que é feita neste jogo tem como máscara a ajuda. Inicialmente quando são abordados pelo tal “curador” é passada a ideia que este curador 58

irá ajudar o participante a sair daquele estado emocional que tanto o incomoda. Depois de iniciarem o jogo, as tarefas começam a revelar-se cada vez mais auto-mutilantes, e nessa altura do jogo a ideia de ajuda por parte do “curador” passa a ameaça. E aqui passamos para outro momento completamente diferente. Se até aqui o jogo era visto como um escape, e participam porque é um meio de chegar a um bem estar emocional, passa a ser jogado por medo, medo do que possa acontecer a quem os rodeia.


É muito fácil dizermos, mas então estes miúdos não entendem que são só isso? Ameaças? Não… não é fácil. Temos que ter a capacidade de nos colocar na idade deles, temos que ter a capacidade de nos colocar para além da idade num contexto em que o nosso estado emocional é frágil e procura de forma incessante ajuda, mas de uma forma silenciosa, escondida. Será que teríamos a capacidade de raciocinar friamente? Será que tínhamos a habilidade mental de entender o que realmente está por detrás deste jogo? Ou faríamos exactamente a mesma coisa?

Continuávamos num jogo que de “cura” tem muito pouco. Aliás atrevo-me a dizer que de cura não tem nada. Mais importante que entendermos estes jovens e este jogo, é pararmos e pensarmos. E que parte desta adesão não será culpa nossa? Pais, sociedade? Será que também nós não temos uma quota parte de culpa? Será que nós estamos efectivamente atentos aos nossos jovens? Quantos de nós tem filhos e quando está em casa permite que eles estejam fechados no seu quarto agarrados ao computador e aos tablets, sem pergun59


60

SANDRA CUNHA


“A BALEIA AZUL” UM JOGO OU UM ALERTA

tarmos uma única vez como foi o dia deles? Quantos de nós dá do seu tempo verdadeiramente aos seus filhos? Porque estamos cansados, porque o dia foi complicado, porque os problemas são muitos descuramos muitas vezes o mais importante: os nossos filhos. Será que este jogo não é algo que nos deva fazer parar e pensar se o caminho na educação/afectos que estamos a levar é o correto?

Quantas baleias azuis não haverão disfarçadas por aí, com consequências menos drásticas e que no nosso dia a dia não nos damos conta?

61


DA FICÇÃO DAS REDES SOCIAIS … À REALIDADE DO TETRA

H

á temas que – não falando de nada – nos levam a falar de tudo … Como temas há que – falando de tudo – nos levam a não falar de nada …

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Mas há temas que nos levam a divagar sobre o que seria o mundo sem essas realidades, que nos dizem aproximar os que estão longe e afastar os que estão perto. E dessa ficção, que ouvíamos falar e que havíamos lido na ficção científica dos nossos tempos de criança, ficou-nos a ideia de uma impossibilidade bem possível, na ideia de alguns, logo contrariada

pela opinião de outros que viam nesses sonhos a possibilidade impossível. E nesta dicotomia de sonhos e de construções mirabolantes, alimentados – máxime – pelo “1984”, de George Orwell, que nos tirava o sono quando pensávamos que, um dia, poderíamos conviver, ou melhor, viver num regime assim, nunca sonhamos


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com redes socias que fazem parecer o Big Brother … um menino de coro. Porque temendo isso poder acontecer um dia, achávamos que – como pensavam os gauleses, nessa perpetuação histórica que deles faz Astérix – “amanha nunca seria a véspera desse dia”! Quem, na minha infância, na minha juventude, nos meus primeiros anos de “homem feito” achava possível falar, ser amigo, conviver, contar, … amar, até, … através de uma qualquer invenção comunicacional baseada num qualquer algoritmo … estaria, por certo, em vésperas de ser, pelo menos, tratado com a indiferença a que se votam … os “malucos” (agora, pomposamente 64

designados como inadaptados socialmente). Com as desculpas que me merecem os cientistas que tratam da loucura, essa sim a merecer, de nós, todo o respeito. Pois, loucura e de ficção falávamos, também, quando, desde o fim da década de 70, ainda no … século passado, admitíamos a hipótese de o BENFICA ser tetra campeão! Como se falássemos de um Facebook, de um Instagram, de um Twitter, logo nos relembravam – a nós, benfiquistas – que isso nem com Eusébio tínhamos conseguido! E nós, com orgulho em sermos do BENFICA, mas com a verdade assim tão dolorosa a ser-nos ex-


ARTIGO

posta, vergados a tal realidade íamos balbuciando argumentos que, nessa década, mais uma vez, não nos trouxe o ambicionado treta. Queriam os Deuses do Olimpo do Futebol fugir dos braços dos semideuses que, como papoilas saltitantes, nos campos a brilhar, enchiam os campos mas não nos enchiam de felicidade pelo tetra … Que outros haviam tido e que, então, por essas alturas, outros haveriam de almejar! Nem a fuga para a discussão de um apito de outras cores que não a do aço em que eram feitos os dos homens (então de preto, que a cor na arbitragem ainda estava como o tetra do Benfica) nos deixava de entristecer com uma sorte madrasta …

E se ao tetra passamos a somar o penta de outros … com engenheiro (do Benfica e, agora, de Portugal) à mistura, então tudo era de forma a esquecermos, no futebol, as alegrias que os títulos, a espaços, nos iam dando. Depois, depois … foram onze anos sem nada. Com tudo de outros. E se o titulo já era difícil, então deixássemos lá de pensar em tetras … porque antes tínhamos que evitar os dos outros. E de onze anos, se fizeram a esperança, mas nunca a de poder viver em tetra, com então não se sonhava com as redes sociais. Passaram mais cinco anos até podermos sonhar com um bicampeonato. Mas logo o tri de outros nos fez 65


RUI GOMES DA SILVA

ARTIGO

66

mais temer pelo tetra deles que tudo à volta. E veio, depois de junho de 2014 (um tempo de derrota tri repetida, qual “bug” informático que nos deitava abaixo o sistema quando já sonhávamos em instalar um novo programa), um tempo novo! Onde as redes sociais serviram para o fim que foram criadas. Celebrar a alegria, a

vitória, deitadas cá para fora com um sorriso de orelha a orelha, enquadrados, em cada perfil de quem mais sofrera, em números que nos diziam muito. Foi, a medo, um 33 … Depois, um 34, com um … BICAMPEÔES! No ano seguinte, contra tudo e contar todos, … um 35 cantado e celebrado como se fosse o primeiro! E – já agora – um 36 que exigimos … ordenando, a cada jogo …


BENFICA, BENFICA … DÁ-ME O 36!!! E se, nesta nova aventura do futebol em versão vermelha À BENFICA, houver lugar para seguir as invenções que são transformadas em realidade nos muitos Silicon Valley deste mundo, então teremos … UM PENTA em 2018 e um HEXA (ou uma 3ª LIGA DOS CAMPEÕES) em 2018. Para – fugindo às assinaturas eletrónicas dessas mesmas redes

socias e sem qualquer ficção – eu poder relembrar alguém que, num jantar, quando lhe falava deste meu sonho me disse “EU ASSINO JÁ POR BAIXO”. Façamos, por isso, da ficção de ontem a realidade de amanhã! Para que o BENFICA – bem mais importante, para todos nós do que qualquer rede social – nos permita em mais essas comemorações, unir a cor e o sentimento e fazermos desses momentos uma grande, enorme mesmo rede À BENFICA. 67


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

FI LI PE S 68

Uma carrei ra de


ALG U E I RO

sucessos!

69


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

Q

uando convidei Filipe Salgueiro para a minha rubrica “Por detrás do pano” by Eduarda Andrino, tinha conhecimento da sua carreira, até porque desde o início sigo o seu percurso e é, sem dúvida, um caso de sucesso.

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Dono de um curriculum invejável, Filipe Salgueiro continua sempre a acrescentar mais e melhor a uma carreira, que se subdivide em vertentes opostas, mas todas elas de destaque. Filipe Salgueiro estreou-se em televisão na série “Morangos com Açúcar”, na TVI, que o catapultou para a fama, depois seguiuse outra série juvenil, “Floribella” na SIC, trabalhou com Miss J Alexander do programa America’s Next Top Model, fotografou

campanhas para a W, Dif, Zoot, Parq, Eros… com nomes como: Carlos Ramos, Thomas Poborsky, Jeff Marano, Mário Príncipe, António Gamito, Van Trung, Edwin Datoc, entre tantos outros. Consagra-se vencedor no Concurso Cabelos Pantene (Portugal). Ficou em segundo lugar a nível mundial entre 51 candidatos, no New Models Generation em Paris. Como modelo passou por várias capitais da Moda como: Milão,


Paris Fashion Week, Barcelona Fashion Week e em Portugal desfilou para nomes como: Ana Salazar, José António Tenente, Os Burgueses, entre outros. Na área da publicidade foi imagem de marca da Coca-Cola por 4 vezes, Nokia, Optimus, TMN, Siemens, BES, Millenium, Carvalhelhos, Compal, apenas para mencionar alguns exemplos. Com um sentido solidário incrível, Filipe Salgueiro é embaixador da Associação Abraço e imagem de algumas causa hu-

manitárias como a campanha “Feio é Fumar”, da Fundação Portuguesa Contra o Cancro e ainda da Associação de Esclerose Tuberosa em Portugal. O cinema também não lhe passou ao lado e a prova disso é o trabalho que fez com Peter Webber (realizador nomeado para os Óscares), no filme “Emily”, cabeça de cartaz no filme “Causa Justa”. Mais tarde trabalhou em “Sorte Nula” de Fernando Fragata e em breve do realizador Miguel Rendeiros “O Significado do Mal”. 71


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

Também filmou “The Promise” com o ator Christian Bale nos principais papéis, uma grande produção de Hollywood, que já estreou em Abril nos Estados Unidos e no Canadá deste ano, e cuja estreia em Portugal estará para breve. Estreou-se em Teatro como cabeça de cartaz ao lado de nomes como: Noémia Costa, Paulo Patrício, Carlos Cunha e Eládio Clímaco no sucesso de Raul Solnado - “Há Petróleo no Beato”, em duas grandes temporadas 72

2012/2013 e ainda passou pelo Festival da Canção, em 2013. Continuou a fazer teatro, sendo cabeça de cartaz de “Amantes de Fresco”, considerada a 6ª melhor comédia de 2014, seguindo-se o sucesso “Ménage - Vais dizer que não gostas?”, também como cabeça de cartaz e que contou com a 2ª temporada em 2014 e 2015. Aceitou o convite do encenador Nuno Loureiro e integrou o elenco da peça “Crimes exemplares de Max Aub” - 2ª temporada. Na comédia “A Sala de Espera”


destacou-se também ao lado de um grande elenco de actores bem conhecidos do público, com duas grandes temporadas. A convite da organização da “Miss Portugal”, foi apresentador oficial da “Miss Portugal 2016” na Batalha e apresentou ainda a Gala internacional Oficial da “Miss Talent Show 2016”, na Tunísia. E como não pára de surpreender, neste momento, encontra-se a gravar uma participação na novela “Amor Maior”, na SIC.

Continua em cena com a terceira temporada da peça “Aiii Cigano” em tour pelo país, que conta já com 4000 espectadores. Estreou em Abril “Agregado Nada Familiar” como cabeça de cartaz no Teatro Camões, alcançando 2000 espectadores na 1ª temporada e em breve inicia a 2ª temporada! Desafiei Filipe Salgueiro a partilhar comigo algumas questões e o resultado foi fabuloso! 73


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

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A entrevista... - Começaste a carreira de representação na série Morangos com Açúcar. Foi precisamente aí que te apaixonaste pela arte de representar? A minha paixão pela representação já vinha de trás. A série “Morangos com Açúcar” foi um ponto fulcral na mudança da minha atitude em relação a essa paixão. Anteriormente a minha actividade como modelo era prioridade, depois dos Morangos essa prioridade mudou no sentido em que queria aprender mais e fazer melhor. Foi um ponto de viragem, até porque gravava 14 horas diárias e o meu contacto com a representação passou a ser uma constante! - 2016 foi um ano cheio de sucessos para ti. Como te sentes sobretudo por teres sido distinguido com a menção de “Melhor Jovem Actor de Teatro 2016” pelo ESFC? Uma grande surpresa e uma grande responsabilidade, depois de ler a notícia na revista VIP, fiquei muito feliz. É bom sermos

reconhecidos pelo nosso trabalho, e a paixão com que faço as coisas. - Tens noção de que as várias áreas em que te encontras inserido como a Moda, representação, publicidade, entre outros, têm tido resultados de destaque. Qual a sensação de ser multifacetado e com qual delas e que te identificas mais? Todas elas. Todas me completam, claro que o meu “Amor Maior” serão sempre “as tábuas”, o palco, o Teatro. - Na moda desfilaste para criadores portugueses e estrangeiros. Fala-me de como é ser multifacetado, e como geres a tua carreira de modelo em sintonia com o resto dos teus projectos profissionais? Gosto muito de trabalhar com criadores conceptuais, novos valores e claro continuar a trabalhar com designers mais conceituados. É difícil, mas tento ao máximo ter tempo para fazer bem todos os projectos! Por incrível que possa parecer, desde que comecei como modelo os projectos têm sido distintos, o que me deixa muito realizado. Ainda este mês vou des75


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

filar com a nova colecção RESORT num iate da designer ROSELYN SILVA e há bem pouco tempo fiz a apresentação do desfile de GIO RODRIGUES e Expo Noivos... Estou a colaborar também com Isidro Paiva um designer conceptual quem admiro...

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Não sei, nunca pensei nisso. Procuro que a minha “viagem” seja repleta de referências e influências por todos os que cruzam o meu caminho... Se eu puder influenciar fico feliz... A Arte é uma troca...

- O teu nome já esta associado a “êxito garantido” por quem acompanha a tua carreira, como eu por exemplo. Sentes com isto a responsabilidade de nunca falhar? É uma fasquia alta e tenho receio de errar, ou desapontar, por isso dou muito de mim, 300% em tudo... Sou muito dedicado... Por exemplo sou cabeça de cartaz de uma nova peça de teatro que no primeiro fim-de-semana teve 1000 espetadores... Mas esse sucesso só existe com uma equipa... Dou tudo por eles e sei que posso contar com eles!

- As peças “Animais”, “Sala de Espera”, “Aii Cigano” e “Agregado Nada Familiar” foram êxitos de bilheteira que não deixaram ninguém indiferente. Em qual destas peças sentiste que te realizavas como actor dentro do género de comédia? Pergunta difícil... Em todas... Pois todas elas são muito diferentes, desafios constantes...Sinto sim que o público cada vez mais espera que o surpreenda e isso para mim é estimulante... Foi um grande desafio transformar-me num velho de 80 anos... O detalhe, o convencer que não era eu, mas outra pessoa bem mais velha, débil… um grande desafio!

- Com este percurso tão diversificado, achas és uma referência para outros jovens actores?

- Se te fosse colocado um desfio para abraçares um papel de uma personagem “séria”, um registo


afastado da comédia, aceitarias o desafio? Sim, claro. Talvez sejam registos meus menos expostos, mas adorei fazer a peça de Roberto Cordovani, galardoado encenador brasileiro, numa peça carregada de actores da Globo em que apenas eu e a atriz Ana Ferreira foram adicionados ao elenco base da história de Helen Keller. Foi um grande desafio fazer o irmão de Helen Keller. Um vilão com coração, muito intenso e dramático. Saí sempre a chorar do palco com a violência das cenas... - Na peça “Agregado nada familiar”, o mediático “Avô Armindo” é a personagem principal da peça e talvez a personagem que sofreu uma maior transformação. Como te sentes na pele desse avô? Neste momento sinto que o avô Armindo já faz parte de mim... Foi uma construção de 4 meses que agora está em cena... Passo 100% da peça em palco... São 2 horas em palco depois de 3 horas de caracterização.

- Fala-me de todo o processo de criação da peça “Agregado nada familiar”, não esquecendo a escolha dos restantes actores e também do teu papel como encenador. Eu fui convidado pelo Grupo de Artistas Unidos a dar uma nova roupagem ao texto inicial de Tiago Dias. O Grupo de Artistas Unidos nas suas diferentes frentes desenhou todo o processo... Eu só “cosi” os retalhos e tentei optimizar as escolhas cénicas como encenador... O meu trabalho fulcral foi como actor consciente do meu papel em todas as cenas... - No futuro queres estar mais ligado à representação ou a outras vertentes por onde já passaste? Quero muito continuar a aprender mais... Depois de ter feito “The Promise”, em que tive o privilégio de trabalhar com o ator Christian Bale, ficou a vontade de fazer mais cinema... - Sabes que és acarinhado por muitos fãs e que muita gente 77


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

segue o teu trabalho. Como é ser abordado na rua por pessoas que seguem o teu trabalho e que no fundo te admiram? Sentir o carinho do público que nos segue, vai ver as peças de teatro que faço, partilha e nos abraça é um reconhecimento indescritível. Nós actores trabalhamos para o público, se desse lado “ele” se sente sensibilizado, para mim, é motivo de alegria...

café depois começa o dia desdobro me entre gravações, ensaios e produção e planeamento... Posso descrever o dia de hoje... Manhã gravações últimas de Amor Maior na SIC, depois almoço com ROSELYN Silva para nova campanha editorial e desfile, depois ensaio para nova produção de Teatro e final do dia espectáculo, depois banho e cama... Este é dos fraquinhos... Cansado, sim... Feliz, muito!

- Fala-me resumidamente de um - O teu sentido criativo está semdia teu durante as 24 horas. Ui.... Ahahah bom acordar 07h pre a fluir. Tens novos projectos 78

Créditos: Zito Delgado, João Zuzuarte, Artur Santos Torres, Arte Pertinan


s . . r m s e , s ,

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para breve? Quais? Sim... Vários... Um deles chama-se férias! Ahahah mas, em primeira mão, quero fazer um musical... E mais não digo! - Um desejo? Seria a maior honra quando morrer um Teatro ter o meu nome... - Um actor de referência? Raul Solnado. - Um livro? “Prometo não falhar” de Pedro Chagas Freitas

E, assim, ao longo da conversa com Filipe Salgueiro foi possível fazer uma pequena viagem pela carreira do actor, onde todos os momentos se tocam, mas também perceber como a sua forma particular de viver a vida o torna cada vez mais exigente consigo próprio. Muito mais haveria a dizer sobre este actor, mas penso que o factor surpresa e o que realmente o caracteriza e o que o torna diferente e único. Eduarda Andrino

nce, Luís Florentino, Onésimo Costa, João Bettencourt Bacelar, Ricardo Duarte Silva

79


O TREINO MUDOU, E TU? MUDA! A musculação é uma das atividades mais recomendadas pelos profissionais da saúde para qualquer pessoa, pelo fato de ser uma atividade física altamente versátil e pode ser direcionada para vários objetivos, sejam eles emagrecer, aumentar ou definir a musculatura, como também, prevenir le-sões e até tratá-las.

T

endo sempre o cuidado de ajustar as cargas e as intensidades dos exercícios para cada pessoa, com base na idade, peso, sexo e histórico de saúde e atividade física. Com a prática regular conse-gue modelar o corpo de forma a ficar mais equilibrado e simétrico, ajuda a eliminar gordura e au-menta a massa muscular, fazendo com que você fique mais saudável e esteticamente agradável. Combinado com outras atividades como caminhada ao ar livre e em conta-

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to com a natureza, com natação, consegue deixar o seu corpo e a mente em perfeita harmonia. Para quem já tem alguma prática, deixo aqui uma excelente combinação de exercícios, que exigem um trabalho geral, dependendo dos objetivos deverá ajustar as cargas, as séries e a repetições. Não esquecendo de realizar um aquecimento prévio antes de iniciar os exercícios. São 3 séries de 15 repetições, o peso, pode variar de pessoa para pessoa!


1

Walking Lunges com extensão isométrica dos braços com halteres: Com certeza é um dos melhores exercícios para pernas, tendo como principais músculos trabalha-dos o quadríceps, posteriores da coxa e glúteos. Esta alternativa com braços esticados incide tam-bém no trabalho dos ombros, aumentando também a contração abdominal.

1.1 1.2 1.3

De pé, com espaçamento entre os pés na largura dos ombros, segure os halteres com os braços esticados acima da cabeça.

Dê um passo para a frente, fletindo o joelho da perna que avançou de modo que forme um ângulo de 90 graus, tendo o cuidado de que o joelho não ultrapasse a ponta do pé.

Avance a outra perna para a posição idêntica à anterior e faça o mesmo, man-tendo sempre os halteres acima da cabeça. Este exercício requer muito equilíbrio, recomenda-se fazer lentamente.

2

Power Squat com Trx: O agachamento com salto envolve o trabalho abdominal, os músculos posteriores da coxa, os glú-teos, os quadríceps e os gémeos. A utilização das pegas do Trx ativa o trabalho de costas e braços o que faz dele um exercício muito completo.

2.1

Deve agarrar as pegas do trx com as duas mãos, os cotovelos ligeiramente dobra-dos e fazer o movimento normal do agachamento, agachando até um ângulo de 90º e estendendo os braços à altura dos olhos.

2.2

No movimento final aproveitar o impulso da subida para saltar.

2.3

Amortecer o salto com as pontas de pés, fletindo os joelhos e projetando a anca para trás como se fosse sentar-se num banco, repetir o exercício com algum rit-mo e continuidade. 81


3

Remada com Halteres: Trata-se de um exercício específico para trabalhar as costas e executado corretamente trás melhorias da postura a longo prazo.

3.1

Posicione-se em pé, mantenha os pés afastados e alinhados com os ombros e se-gure um haltere em cada mão. Flexione os joelhos levemente e incline-se man-tendo as costas em linha reta. Mantenha os halteres suspensos em frente ao corpo, com os braços completamente estendidos.

3.2

Contraia as costas, dobre os cotovelos e suba ambos com os halteres nas mãos em direção ao tórax. Permaneça por um momento em cima e, em seguida, desça os halteres até a posição inicial.

82


4

Voos (Aberturas Posteriores): Este exercício permite concentrar o trabalho na parte posterior dos ombros e das costas, melhorando a postura.

4.1

Encoste o rabo na parede, incline o tronco à frente com as costas direitas, segu-re um halter em cada mão, com os braços estendidos alinhados lateralmente com os peitorais; suba lentamente e dobrando ligeiramente os cotovelos (não demasiado, para que não seja solicitada a ação do tríceps).

4.2

Ao atingir o ponto de maior de concentração no final do movimento, faça uma breve isometria, para acentuar mais o trabalho.

4.3

Comece a descer o mais lentamente possível e volte ao ponto inicial e repita.

83


5

Flexões de Tríceps: As flexões de braços fortalecem a região do peitoral, tríceps, aqui maior ênfase, ombros, de certa forma o abdominal e a região lombar devido à posição que deve manter durante a execução do exercício.

5.1 se encontra).

Coloque-se em posição de prancha de braços esticados e á largura dos ombros, com os joelhos apoiados ou sobre a ponta dos pés (dependendo do nível físico que

5.2

O exercício começa com uma flexão do cotovelo até que o peitoral chegue a dois dedos do chão (lembre-se de que amplitude é importante em todos os exercícios).

5.3

Volte à posição inicial com a extensão do braço, mantendo o tronco firme, sem deixar a barriga cair, repita.

84


6

Prancha Isométrica: Prancha é o exercício ideal para trabalhar a musculatura abdominal, pois o exercício envolve todos os músculos abdominais, incluindo o transverso abdominal, o reto abdominal, músculo oblíquo ex-terno e os glúteos. Ao fortalecer estes músculos irá melhorar significativamente a postura e o equilíbrio.

6.1 6.2

Deite-se no chão com os cotovelos diretamente por baixo dos ombros e com as pernas completamente esticadas.

Eleve corpo formando uma linha reta que vai da cabeça aos pés. Segure a barriga para dentro, contraia os glúteos e mantenha a respiração normal. Fi-que na posição o tempo necessário para sentir o trabalho sem causar dores ou desconforto.

ANA SALOIO // PERSONAL TRAINER @ FITNESS HUT LOURES FOTOS: LIETE COUTO QUINTAL https://www.facebook.com/lietecoutoquintal

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A EVOLUÇÃO DAS NOVA P


AS GERAÇÕES DE CRIANÇAS 87 Parte I


A EVOLUÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES DE CRIANÇAS

D

ia 1 Junho... Dia Mundial da Criança, reconhecido em várias nações do mundo para homenagear as crianças.

Independentemente da raça, sexo, cor, religião, origem nacional e social, é definido que possuem Direitos ao Afeto, Amor, Compreensão, Alimentação adequada, Cuidados médicos, Educação gratuita, Proteção contra todas as formas de exploração e crescerem num clima de Paz e Fraternidade...direito a uma vida digna e feliz. Este tipo de datas celebrativas, proporcionam também espaço para reflexão de várias temáticas ligadas à Criança. A proposta, aqui partilhada, será consciencializar e melhor compreender que as novas gerações de Crianças evidenciam novos comportamentos e para manifestar os seus Direitos é relevante maior conheci-

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mento, aceitação, resiliência e compaixão por parte dos adultos. Vive-se uma nova era em que tudo está em mudança e em que esta ocorre “à velocidade da luz”. É comum, “ouvir-se” adultos impressionados com as capacidades que tão precocemente as crianças cada vez mais evidenciam ou como “utilizam” a informação que vão recebendo com tanta facilidade e como se manifestam. Ficam surpresos e quando se comparam, expressam que no “no seu tempo, com a mesma idade” era tudo tão diferente! Tendo em conta a criança, em todas as suas dimensões: Física, Emocional, Mental e Espiritual; as novas gerações evi-


denciam evolução em todas essas dimensões; mas se destaca uma maior evolução na dimensão espiritual e o quanto são capazes também de integrar todo o conhecimento desta atual Era Digital. A espécie humana está a evoluir! Se pesquisarmos, nas várias áreas: Psicologia (em várias correntes), Sociologia, Neurociências, Pediatria, Educação, Espiritualidade, etc... centradas na Criança e integrar os vários estudos, constata-se novas informações de como as novas gerações são diferentes e como se manifestam. Há referências, num tempo determinado, quanto ao início destas pesquisas e o que se vai observando...década 60/70 e que desde então, foi um crescendo de curiosidade para melhor compreender as “novas” Crianças e as várias mudanças que desafiavam implementar na sociedade. Inicia-se um novo ciclo... um novo olhar do Ser Criança, de como elas são e como agem. “Abrindo

a Mente”, dando chance ao Novo, para a evolução do Ser Humano acontecer e assim operar na construção dum Mundo Melhor, verifica-se que algo diferente está a surgir… Se se permitir um novo olhar através do coração onde há espaço para o bom senso integrar, poderá encontrar: - Crianças que manifestam a intenção de fazer acontecer transformação social, educacional, familiar e espiritual. São catalisadoras, d e s e n c a d e an do as reações necessárias para a transformação. Possuem uma estrutura cerebral diferente, quanto ao uso da potencialidade dos hemisférios esquerdo, menos desenvolvido, e direito, mais desenvolvido. Elas vão além do plano intelectual. Elas exigem do ambiente à sua volta certas características que não são comuns. Elas vão agir através do questionar constante e transformação de todas as instituições rígidas que as circundam, começando 89


A EVOLUÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES DE CRIANÇAS

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pela família. Famílias que se baseiam na imposição de regras, sem tempo de dedicação, sem autenticidade, sem explicações, sem informação, sem escolha e sem negociação, não serão validadas. Essas crianças simplesmente não respondem a essas estruturas rígidas, porque para elas é fundamental haver opções/escolhas, relações verdadeiras e muita negociação. Elas não aceitam serem enganadas porque elas intuitivamente conhecem as verdadeiras intenções dos adultos e não revelam medo. Portanto, intimidá-las não é a solução, porque elas sempre encontrarão uma maneira de

obter a verdade. Num nível profundo, elas não reconhecem a autoridade. Sabem que somos todos iguais e por isso ficam irritados, com aqueles que se comportam ditatorialmente, quer sejam pais, professores ou patrões. São muito compassivos, amam os animais e qualquer forma de vida. - Crianças que põem em causa os vários sistemas sociais, começando pelo conjunto das “velhas crenças”. Padrões antigos e obsoletos, que precocemente questionam e não lhes fazem sentido. Desafiam os adultos nessas maneiras velhas e limitadas de pensar e elas


iniciam o processo de renovação e reconstrução duma nova visão. Querem ensinar as várias formas de se viver multidimensional em harmonia, paz e amor; de como viver vidas emancipadas com o reconhecimento do Poder Pessoal de cada um. Algumas pesquisas, indicam que são geralmente bebês grandes, apresentam a cabeça grande proporcionalmente ao restante corpo. Iniciam a fala tardiamente. Manifestam cedo uma boa compreensão, mas “guardam” a sua expressão verbal para mais tarde “se abrirem” e utilizarem essa forma de comunicação. Mantêm

o olhar com o outro por longos períodos. São crianças extremamente amorosas e procuram constantemente ajudar e curar tanto pessoas como os animais em sofrimento. São crianças extremamente sensíveis e poderosas. Capazes de ler o registro emocional do outro, de sentir todas as tensões e raivas não resolvidas que a pessoa carrega em seu subconsciente. Sentem a energia dos outros; muitas vezes manifestam ansiedade e stresse que não são delas. Os assuntos não resolvidos dos pais são sentidos pela criança, que será afetada negativamente por essas emoções. 91


ANDREIA RODRIGUES

A EVOLUÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES DE CRIANÇAS

92

É por isso essencial, que os pais se responsabilizem a cuidarem de si... das suas emoções e também aprenderem a respeitá-las e a negociar com elas, senão essa energia poderosa que possuem será usada em conflitos de poder que os pais ou educadores “nunca irão ganhar”. Cheias de energia, “sábias” que manifestam intenção, desde muito cedo de serem agentes facilitado-

res da mudança, querem ajudar os pais na resolução dos seus problemas e do mundo. Criam situações, como questões alvo ou “atrair” pessoas que possam ser benéficas pro momento presente familiar, de forma a auxiliar o desenvolvimento pessoal dos pais, como que um despertar da sua inteligência emocional e poder acendê-la de forma a equilibrar o sistema. Desafiam ao crescimento espiritual, que irá auxiliar a criação num nível superior de consciência dentro da família


r s m u r e , a r r r r a

e também a criar novas formas de interação familiar e respeito. Revelam uma mensagem clara: a “Igualdade do ser”. Amorosas, Criativas, Crianças parceiras dos Pais. Querem demonstrar como viver de uma maneira completamente nova e diferente. Elas trazem no seu interior grande sabedoria espiritual, sistemas de funcionamento neurológicos diferentes. Elas exigem muito amor e compreensão por parte de suas famílias e da comunidade. A temática deste artigo será di-

vidida em três partes. A partilha desta terá continuação nas duas próximas edições: Julho continuação das Características das Crianças das novas gerações e em Agosto estratégias/orientações facilitadoras para melhor as compreender e Bem Viver em Harmonia...numa nova Integração de todos os seres envolvidos. “O mundo não precisa formar mais gente que pense igual aos outros, precisa de gente que pense diferente.” (Denis Russo). 93


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

YOUN I K – DAR E TO BE YOU

A

marca de joias Younik – Dare to be You, abriu a sua primeira loja ao publico na Rua da Trindade nº18,bem no coração de Lisboa, num horário alargado entre as 10h e as 21h todos os dias. Com um decor totalmente da responsabilidade do Arquiteto Paulo Neto, o espaço man-

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tem-se fiel a estrutura de todo o edifício e prima pela simbiose perfeita entre o rustico e o moderno. Uma loja com um conceito diferente que se destaca pela originalidade das peças, inovação na combinação dos materiais e um extremo bom gosto totalmente direcionado para a mulher atual.


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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

A nte

estr e ia da peça

“AG R EGADO NADA FAM I LIAR”

N

um edifício maioritariamente talhado a mármore, o calor humano da multidão de pessoas que se aproximava da imponente entrada do Auditório Luís Camões, fazia prever que se tratava de mais um sucesso acrescentado a carreira de Filipe Salgueiro. 10 actores em palco deram o seu melhor e com todo o profissionalismo prenderam durante 2h30 os presentes a uma hilariante comédia bem portuguesa.

Pedro Rodrigues, Ana Sofia Bichardo, Filipe Salgueiro, Sandra Silva, Cristina Silva, Tânia Martins, José Fonseca, Teresa Alves, Tiago Dias, Gonçalo Melo, formam um elenco de luxo! O cenário actual, com um toque vintage conferia a peça um ambiente familiar que acolhia um agregado “Nada familiar”!!!! Uma peça HILARIENTE e IMPERDIVEL! Elenco

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Créditos: José António Marques - Visage

Filomena Martins, Filipe Salgueiro, Eduarda Andrino, Ana Isabel Santos e Sada

José e Cristina Marques, Filipe Salgueiro

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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

A n i ve r sรกr i o

R ICAR DO DI N I S

F

oi no dia 28 de Abril que Ricardo Dinis celebrou o seu 37ยบAniversario junto de amigos e familiares num lindo espaรงo cheio de glamour e bom gosto em Mafra. A festa era temรกtica e as cores predominantes era o preto e branco.

Ricardo Dinis e Eduarda Andrino

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Um catering fabuloso e diversificado rececionou os convidados de uma forma muito intimista bem ao jeito de Ricardo Dinis. Foi um final de tarde fabuloso cheio de diversรฃo e muita alegria.


Créditos: José António Marques – Visage, Artur Santos Torres

Ricardo Dinis

Maria Joao Saragga e Ricardo Dinis

Flora,Florbela e Sandra Torralvo

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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

TH E GUEST M o t h e r C o n ce rt

F

oi a 8 de Maio 2017 na Casa do Artista em Lisboa que os The Guest ofereceram durante 1h30 um reportório acústico inteiramente dedicado ao Dia da Mãe. The Mother Concert .Uma viagem musical pelos temas do álbum dos The Guest “Il Mondo” em fusão com os temas imortalizados e dedicados à mulher mais importante das nossas vidas. Foram vários os convidados que

100 The Guest

partilharam o palco com o grupo onde se destaca os nomes de Filipe Delgado, Salomé, Lian, Carina Leitão, Sandra d´Andrade e o Coro da Academia Vozes em Conserto. A direção musical tem a assinatura de José Castanheira. André Ferreira e Paulo Julião mentores da Pomocreat produtora do evento vêm assim mais uma das suas sempre brilhantes apostas subir os degraus rumo ao sucesso.


CrĂŠditos: Pedro Estevens

Nelson Mateus,Carla Matadinho,Andre Ferreira,Eduarda Andrino e Paulo JuliĂŁo

The Guest e a equipa Inurban

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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

V e s t i r A rt e by Inspirafuror de

F

AJDesigner e Lena Gal

oi no lindíssimo Sana Estoril Hotel que o projecto VESTIR ARTE foi apresentado a uma plateia de convidados que se deslocaram de vários pontos do país. O projecto visa promover as criações do designer António Coelho em fusão com o trabalho da artista plástica Lena Gal . Muitos meses de trabalho, levaram a criação de 35 modelos que valorizam todo o tipo de mulheres, não excluin-

do os tamanhos maiores. Saídas de praia, lenços, vestidos, túnicas, calças, tops, macacões e saias totalmente confecionadas no atelier do criador. O cocktail de receção foi acompanhado pelos vinhos da Herdade dos Serominhos numa simbiose perfeita com a música ao vivo de Diogo Marcelino. Carlos Madail diretor da Inspirafuror esta também de parabéns pelo sucesso desta fusão.

102 Paulo Morais


CrĂŠditos: Flash Events , Be Myself

Ana Isabel Santos,Ricardo Dinis e Rejane

Ana Isabel Santos

Lena Gal,Fernanda Guerra e Antonio Coelho

Carlos Madail e Antonio Coelho

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CINEMA POR TIAGO VAZ OSÓRIO

TIAGO VAZ OSÓRIO

O JARDI M DA ESPERANÇA

P

olónia de 1939. Antonia Zabinska (Jessica Chastain) e o seu marido, Dr. Jan Zabinski (Johan Heldenbergh) são os antigos gestores do popular Jardim Zoológico de Varsóvia que se vêem confrontados com uma nova realidade depois da invasão do país pelos alemães. Com o Reich a tomar o comando da Polónia Antonia e Jan são obrigados a submeter-se às ordens de um novo zoologista, Lutz Heck (Daniel Brühl).

do Gueto de Varsóvia, o casal decide então juntar-se à Resistência e a lutar como podem contra o regime de Adolf Hitler. Colocando as suas próprias vidas em risco, bem como tudo que construíram no Jardim Zoológico de Varsóvia, Antonia e Jan começam secretamente a resgatar e a esconder judeus retirados do Gueto enquanto a Resistência tenta arranjar forma de as retirar da cidade e de as ajudar a escapar ao destino cruel que os aguarda nos campos de concentração.

Ao longo do filme assistimos à forma como a vida desta família Vendo ao que os seus compatriotas estão a ser e de Varsóvia muda radicalmente sujeitos com a criação com a invasão nazi. Inicialmente

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com os bombardeamentos que tornam a capital polaca perigosa para o Homem mas também para os animais, mas depois com a criação do Gueto de Varsóvia e das perseguições aos judeus. A trama acompanha toda a ocupação germânica, relembra o envio dos judeus para os campos de extermínio e termina com a retirada das tropas alemãs expulsas pelo exército soviético. Durante este período vemos como a família Zabinski põe em risco a sua própria segurança para salvar a vida dos judeus que conseguem à resgatar do Gueto. a e “O Jardim da Esperança” é mais e um filme que põe a nu os terríveis

a o , m , r e o s

crimes contra a Humanidade que o regime de Hitler cometeu. Mas acima de tudo relembra-nos que da mesma forma como o ser humano é capaz dos actos mais atrozes, também é capaz dos actos de maior coragem pelo bem dos mais necessitados. Retratada num filme com uma carga dramática muito forte esta é uma história verídica baseada na obra homónima da escritora norte-americana Diane Ackerman e nos diários não publicados de Antonia Zabinska que conta a forma como heroicamente este casal conseguiu salvar mais de 300 judeus do Gueto de Varsóvia.

105


NA PRÓXIMA EDIÇÃO....


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