Revista Inurban - Edição de outubro 2017

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Outubro 2017 | Nº 33

10 CRIMES MAIS IMPRESSIONANTES DA HISTÓRIA

TRATAMENTOS INJETÁVEIS ESTE MÊS

A BANALIDADE DO MAL

CHARLES MASON

O ANJO NEGRO 1


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ÍN DICE

FICHA TÉCNICA Coordenação Editorial Manuela Pereira Tiago Barreiro

4 ARMÁRIO SEM CHAVE 8 ARTIGO A banalidade do Mal 16 Crónica Sónia Machado Araújo 21 DIVULGAÇÃO Pinta 22 ARTIGO Radiografia de um Assassino 30 PEQUENOS MARQUESES 38 RUBRICA Dr. Filipe Magalhães Ramos 44 ARTIGO 10 Crimes mais impressionantes da História 56 RUBRICA Conexão Fashion 61 DIVULGAÇÃO Solplay 62 POR DETRÁS DO PANO by Eduarda Andrino 68 ARTIGO Telmo Firmino 74 FITNESS HUT 78 COLUNA SOCIAL by Eduarda Andrino 88 LITERATURA por Leonor Noronha Paginação e Design Mónica Oliveira

Colaboração Editorial

Áurea Venceslau, Eduarda Andrino, Filipe Magalhães Ramos, Fitness Hut, Hugo Osório, Leonor Noronha, Manuela Pereira, Maria Inês Matos, Nadine Santos Mussá, Olga Muro e Silva, Sónia Machado, Telmo Firmino

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VELUDO MOLHADO, 4

S I M!


ARMÁRIO SEM CHAVE

O

veludo está de volta e se o ano passado já tínhamos falado dele, este Outono/ Inverno o veludo chegou com muita mais força.

Grandes marcas e as maiores bloguers internacionais já aderiram e pelo que temos visto é para usar e abusar, seja em roupa ou em complementos. O Veludo é para apostar nesta estação. O veludo molhado usasse e usasse em todas as cores sejam mais tons invernais ou cores mais fortes e quentes. Usado desde a Idade Médica por reis e rainhas e hit nos anos 80, o veludo molhado volta em 2016 ainda mais sofisticado, com uma textura incrível e em tons de cair o queixo. Chic e sempre elegante, o tecido, porém, nem sempre é fácil de ser usado e exige algumas

restrições. Mas quem acha que o veludo aquece, está muito enganado. O veludo não aquece e deve ser usado sempre como um complemento no look. Assim, o veludo foi um dos materiais que mais se destacou nas passareles dos desfiles das grandes marcas internacionais. Protagonista ou não; em looks totais ou apenas em acessorio, promete invadir as ruas nos dias frios em peças como vestidos, calças, saias e blaseres, tal como nas bolsas e principalmente calçados, atribuindo classe, elegância e brilho aos outfits . O bom do veludo é que o tecido 5


permite ser combinado com muitas outras texturas e acessórios. Com couro, por exemplo, conseguimos um look mais moderno, com a renda, um outfit mais clássico e feminina. Quem prefere um look mais casual, pode apostar no veludo molhado em casacos e/ou blazer e combiná-los com calças de ganga ou calção, pode associar os camiseiros casuais. Essa combinação, aliás, é perfeita para quem quer apostar na tendência desta estação. 6

Para os looks de noite, opte por tons mais sóbrios como o preto, azul marinho e bordô. Por ser um tecido sofisticado, ele combina perfeitamente em ocasiões festivas e elegantes. Super tendência são também vestidos em veludo molhado, cor caqui e preto são os tons mais vistos. Acompanhe nos através dos facebook: https://www.facebook.com/armariosemchaveforman/


ARMÁRIO SEM CHAVE

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A BANALIDA


ADE DO MAL

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ARTIGO

S

e há coisa que me fascina desde sempre, perversidade a minha, é o mal. Melhor dizendo, a facilidade com que o ser humano é capaz de atuar com malícia.

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Há quem o disfarce de religião, de ambição ou até de amor, mas a verdade é que há uma linha muito ténue que separa o correto do fácil, ou do aliciante, o que nos pode conduzir facilmente a ter atitudes menos dignas. E é essa facilidade que me desperta constantemente a atenção: se qualquer um de nós já cometeu atos menos corretos, então o que nos leva a pensar que temos superioridade moral perante qualquer outro que cometa um crime? Desde o ínicio da consciência humana que os filósofos se questionam sobre a pureza da alma e, consequentemente, sobre a origem do mal. Platão afirmava

que o mal só surgiria a partir do momento em que houvesse uma lei natural a delimitar o que é o Bem e o que é o Mal, mas até aos dias de hoje não foi ainda impossível chegar a um consenso. Se os filósofos não conseguiram até agora ajudar-nos, talvez tenhamos maior auxílio dos poetas: Maya Angelou dizia que “fomos construíndo torres do mal, muitas vezes em nome do bem” e Joseph Brodsky fez eco desse mesmo sentimento afirmando “o que consideramos como o mal não é mais do que uma presença que tende a surgir sob a aparência do bem “. Mas como sou apologista de que tudo é uma


Hannah Arendt

questão de percepção, o que pode ser visto como bondade a meus olhos, pode ser considerado maldade noutro contexto ou à luz de outras culturas. Sim, estamos perante um tão complexo problema que nem religiões, debates filosóficos ou leis de conduta social nos conseguiram pôr ainda a salvo dos nossos próprios demónios internos. Sim, todos queremos acreditar que dada a oportunidade faríamos o que está certo, mas quando tentamos definir os limites da moral humana é preciso ter uma certa contenção! Há uns anos deparei-me com os trabalhos da filósofa americana Hannah Arendt sobre o que ela apelidou de “banalidade do mal”. Ao ter sido convidada a escrever sobre o julgamento de

Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto, ela deparou-se com o fato de que um ato atroz não surge necessariamente de mentes particularmente odiosas e que os seus perpetradores são muitas vezes caracterizados por uma absurda mundanidade. Uma banalidade que se vê refletida no próprio Eichmann, na sua incapacidade de falar sob um ponto de vista que não o seu, que lhe havia sido profundamente incutido, quase visto por ela como uma incapacidade de pensar subjetivamente. Arendt não pretende com isto desconsiderar o Holocausto mas sim chamar-nos à atenção para o simples facto de qualquer indivíduo ser capaz de incorrer em crimes terríveis em nome de algo maior. Três meses após o início do julga-11


ARTIGO

Julgamento de Eichman

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mento de Eichmann, o psicólogo Stanley Milgram desenvolveu um estudo para responder à questão mais popular à data “Será que Eichmann e os milhões de cúmplices do Holocausto estavam apenas a seguir ordens?”. Numa tentativa de perceber a obediência cega a figuras de autoridade ele mediu ele desenhou uma experiência igualmente histórica e aterradora nas suas conclusões. Os participantes, homens e mulheres normais com ocupações diversas e com diferentes níveis de educação, entravam numa sala onde um ator vestido em trajes de autoridade - uma bata branca de cientista ou médico - dava-lhes a tarefa de lerem um questionário com perguntas cada vez mais difíceis, através de um microfone,

a uma outra pessoa que julgavam encontrar-se do outro lado de um vidro escurecido. Após a primeira resposta errada era-lhes instruído que manipulassem uma máquina para dar um pequeno choque de 15 volts a essa outra pessoa, com incrementos de 15 volts a cada nova resposta errada. Os sujeitos acreditavam que, para cada resposta errada, o aluno recebia efetivamente esses choques, felizmente porém, do outro lado não se encontrava uma pessoa real, apenas uma gravação audio. Após várias respostas erradas e os níveis dos choques aumentarem o falso voluntário simula vários comportamentos de stress, reclamando da sua condição cardíaca e batendo na parede em desespero, até cessar qualquer resposta, como se tivesse desmaiado ou


algo mais grave. Neste ponto, muitas pessoas indicam vontade de parar e alguns questionam a finalidade da experiência. Alguns participantes exibem sinais de stresse extremo, como rir nervosamente, suar, tremer, gaguejar, morder os lábios, gemer, cravar as unhas na pele. Nesses momentos o experimentador/autoridade incita-os verbalmente a continuar, desresponsabilizando-os e dizendo-lhes que é crucial para o sucesso da experiência que eles não parem agora. Os resultados foram chocantes, com 65% dos participantes a serem capazes de continuar a administrar eletrochoques de níveis assustadores (450 volts), embora muitos ficassem seriamente desconfortáveis. A extrema disposição de qualquer adultos para obdecer a um coman-

do foi o principal destaque deste estudo: pessoas comuns, que assumem simplesmente estar a desempenhar o seu trabalho, podem tornar-se agentes ativos de um qualquer processo destrutivo. Ao sermos convidados a realizar ações incompatíveis com os nossos padrões de valores, são relativamente poucas as pessoas que têm os recursos necessários para resistir à autoridade. A quem interesse explorar um pouco mais este assunto, sugiro o documentário “Obedience” (1962) ou a curta de 2000 com o mesmo nome. Também o aclamado psicólogo Philip Zimbardo levantou algumas questões fundamentais sobre a essência da natureza humana. Na sua controversa experiência numa prisão improvisada na cave da sua Universidade de Stanford

Experiência de Milgram

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INÊS MATOS

Philip Zimbardo

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ele investigou os efeitos psicológicos do poder percebido ao usar estudantes universitários e dividindo-os aleatoriamente entre um grupo de prisioneiros e outro de guardas que deveriam recriar a vida numa prisão. Foi com surpresa que ele se apercebeu da facilidade com que os guardas passaram a assumir os seus papéis rigorosamente, chegando a submeter alguns prisioneiros a verdadeira tortura psicológica e até física, ao ponto de ter de interromper a experiência temendo pela sua segurança. Preocupado com os resultados que tinha obtido, Zimbardo dedicou a sua vida a tentar compreender estes comportamento

incomuns ou aberrantes. No seu livro O efeito de Lucifer, ele desafia os seus leitores a refletir sobre o quão bem se conhecem a si mesmos e a confiança que depositam nos seus próprios comportamentos face a situações pouco comuns. Dá que pensar, não dá? Mas se é tão fácil transpor a linha entre o bem e o mal, temos que aceitar que isso faz parte da nossa tão proclamada humanidade e estar conscientes dos nossos limites. E se algum dia nos damos conta de que algo não bate certo, teremos a coragem de mexer nas nossas fundações? Somos rápidos a julgar, mas quem nos dá o direito de assumir essa tão grandiosa superioridade moral se não estivemos


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nunca perante a mesma situação? Achamos que não cometemos o mal, mas quantas vezes não vamos na rua e, reparando numa situação incorrecta que está a acontecer ao nosso lado, não tentamos ignorar e convencer-nos a nós próprios de que nada podemos fazer ou não será assim tão grave para intervirmos? Por outro lado, a nossa tendência a assumir uma posição de julgamento acutilante, sem atendermos ao contexto, não é em si só um ato de maldade? Proponho que estejamos sempre aten-

tos à nossa consciência, aos nossos princípios, que analisemos com autocrítica as nossas motivações e comportamentos. Ninguém é livre de entrar numa vida de risco, de vício, de manipulação, de mau-trato, de violência... É necessário ser consciente e alerta, assumir uma postura de introspeção e pedir ajuda se acharmos que certos impulsos podem estar a sair fora do nosso controlo. www.facebook.com/ines.hipnoterapia

Experiência de Stanford

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“PERDOE-ME, por favor!” 16


CRÓNICA

N

o leque vasto de crimes que enchem o nosso código penal, o homicídio é um dos mais inexplicáveis e dolorosos.

Como é possível matar alguém? O que leva a tal ato? Como pode alguém viver depois desse crime? Será que só uma doença do fórum psiquiátrico o justifica? (...)

São imensas as perguntas. E nas mais diferentes respostas ouso dizer que nenhuma nunca irá responder na totalidade as razões pelas quais alguém se faz autor da morte de outro igual a ele. Muito menos, uma mãe que perde um filho na consequência desse insano ato consumado, consegue as encontrar.

Por longos anos, ouvi o choro da minha avó e por muitos mais sentir a sua dor silenciosa, que lhe roubava o brilho no olhar e que somente num amor maior (outros filhos e netos) é que enfrentava todo esse sofrimento a cada novo dia - um dia a menos contado, meticulosamente. A minha avó sobreviveu à morte de um filho. Um homicídio sem culpado. Uma boa desculpa como álibi. Uma coragem atroz de deixar uma mãe órfão de filho, uma esposa órfã de marido e um filho, ainda no ventre, órfão de pai. 17


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Essa história cresceu comigo. Todos os dias e em especial nos dias das grandes comemorações, em que a ausência se misturava com a alegria daqueles ainda não tinham o entendimento para reconhecer a dimensão dessa perda.

Não sei falar com conhecimento de causa, mas julgo achar que ficaria um bocadinho mais fácil para a minha avó (e demais família) saber que a pessoa, que roubou todos os momentos de vida do meu padrinho, tinha cumprido pena.

E na inconsciência abençoada de ser criança se saboreia a sorte da tamanha Inocência, porém toda a dor, em toda a sua extensão...cresce connosco e fica em nós para sempre.

Todavia, sei que a pena dele foi paga diariamente, pela própria consciência e pela falta de coragem de a pagar na justiça. A própria tortura a que se condenou, levou-o a procurar os meus, anos mais tarde, em busca de perdão. Um pedido de perdão que trazia mais uma vez à tona toda aquela dor, nunca esquecida, mas carre-

Ninguém passa ao lado de uma história assim, por mais que se reúnam esforços para não fazer dela uma tragédia.


CRÓNICA

gada em braços no tempo. Será que somos capazes de perdoar quem roubou a vida a uma das pessoas que mais amamos? Pode uma mãe perdoar um crime destes? Cresci a achar que não! Como pode ela perdoar? Questionei-me eu ao ver o seu olhar triste, o seu silêncio abandonado, a forma vazia de vida, que não encontrava no horizonte esperança daquela porta se voltar abrir para lhe trazer o filho de novo, para que de novo ele me pegasse ao colo e se deixasse aquecer pelo sol do seu último dia. Como podia ela perdoar? É inexplicável este crime. Mas mais inexplicável é o coração

de uma mãe, o amor que nele comporta. Mais inexplicável é essa capacidade de partir leve, perdoando quem um dia deixou o camião descair numa rua sem saída, contra uma parede fria e numa tentativa concretizada de ameaça, sobre a desculpa perfeita de acidente, espetar o fecho da porta diretamente no coração do seu filho! É inexplicável a admiração que tenho pela minha avó e o tanto que ela me ensinou quando antes de partir, no auge de sua vida farta com oitenta e sete anos, foi capaz de perdoar a esse homem o crime que cometeu. Talvez, o perdão esteja associado à partida, à certeza de reencontro. Talvez…

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SÓNIA MACHADO ARAÚJO

CRÓNICA

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Mas para mim, fica a gigante lição: Todo o crime encontra perdão num amor maior! Todo! Porque não há maior condenação do que aquela que cada um imprime à sua própria consciência! Todos carregam os males que escolhem ter como seus, a minha avó escolheu levar com ela o perdão!

E fez dessa sua escolha uma das minhas maiores lições de vida!

Talvez, fique para todos, a partir de agora, mais fácil de perdoar! Que assim seja!


DIVULGAÇÃO

Uma loja com atitude Vestir bem e confortável, hoje em dia, é simples e bastante em conta. Há marcas e lojas cujo principal objetivo passa pela qualidade/preço.

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A Pinta é a sua melhor opção! Morada: Rua de Merouços, 4990-513 Anais, Viana Do Castelo Facebook: https://www.facebook.com/PintaFashion/ 1. Look Imperial 2. Look Guapa 3. Bolsa Minueto

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RADIOGRA 22

AS SA


RAFIA DE UM

S S I NO

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ARTIGO

E

m 1970, Charles Willis Manson apareceu, no início de um julgamento, com um “x” na testa feito à faca por ele mesmo.

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Filho de uma prostituta e um alcoólatra, que o rejeitaram e abandonaram durante toda a infância, foi morar, desde cedo, com uma tia, mas, após algumas confusões com a prima, mudou-se para casa da avó, cujo único objetivo era arrastá-lo para a igreja. A mãe acabaria por ser presa, com um irmão, por roubo armado a um posto de gasolina. Quando a soltaram, continuou com sua vida anterior: casos amorosos fugazes, pulando de casa em casa, de cama em cama – supostamente, envolvia-se também com mulheres. Charles Manson conta que a sua mãe chegou a vendê-lo num bar, em troca de uma caneca de cerveja e teve de ser resgatado por um parente.

Charles foi parar às mãos de tios, também bastante conservadores. O tio reprimia Charles, dizia que era afeminado – e, para “consertar o problema”, enviou-o para a escola vestido de menina no primeiro dia de aulas. Apesar de ser abusado, espancado e abandonado durante toda a juventude, Manson começou também ele a sodomizar jovens e a agredir outros. Foi acusado de uma violação homossexual a um companheiro, dezenas de assaltos e várias fugas, sendo preso e condenado a três anos de prisão por transporte de veículos roubados para o México. Mais tarde, a mais dez anos de prisão por passar cheques falsos. A prisão fez dele um homem ausente de emoções,


Família Manson

com uma figura minúscula, capaz de manipular pessoas. Chegou a passar por avaliações psiquiátricas – numa delas, postulou-se que, por trás de suas mentiras e frieza, estava um miúdo extremamente sensível que não tinha recebido amor suficiente. Avaliou-se o seu QI e era acima da média. Porém, numa de suas muitas entradas e saídas da prisão, aos 19, ainda tentou ser “normal”, casando com Jean Willis, uma enfermeira de dezassete anos, que lhe daria o seu único filho, Charles Manson Jr,, mas em 1958 divorciaram-se e um ano depois voltaria a casar, desta vez com uma prostituta, Candy “Leona” Stevens, para evitar que pudesse declarar contra ele

num julgamento. Desiludido com o mundo cá fora, começou por roubar carros e, mais tarde, a vandalizar e roubar lojas. Chegou ao ponto de cometer crimes, usando drogas para violar mulheres. Não podemos esquecer que, quando Charles Milles Manson nasceu, em 1934, foi quase que diretamente para uma vida em reformatórios juvenis, de onde só realmente saiu com 33 anos. Todo este caminho ditaria o homem monstruoso que foi. Nesta altura, aos 33 anos, formou uma comunidade alternativa - ou o início da sua seita - num rancho perto de Los Angeles, chamado Spahn Ranch. Foi neste rancho que iniciaria um novo método de vida, baseado 25


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ARTIGO

em leituras ocultistas do satanismo e xamanismo, que lhe causavam uma impressão de grandeza e controlo sobre o Universo por se sentir conectado com o cosmos. O uso de LSD e outras drogas passou a ser o seu credo para dominar o grupo, que batizou de “Família Manson”. Esse grupo idolatrava as ideias de Manson, chegando, inclusive, a acreditarem ser a reencarnação de Cristo, algo que ele sempre negou. E cometia crimes à sua imagem. Manson tinha outra visão - menos humilde - de si mesmo e da vida, inclusive compondo canções sob o modelo dos Beatles, banda que adorava, afirmando que poderia chegar a ser maior que eles. Paralelamente, fingia ser guru místico e falava do budismo e espiritualidade numa época em que o tema era incomum, trazendo-lhe a aura de um artista inovador e não um mero lunático. Manson era um excelente compositor musical, e vivia com a viola pelas ruas de São Francisco. No auge da contracultura, Manson tornou-se numa figura conhecida entre os jovens, que o seguiam para conhecer a sua música e seus costumes peculiares.

Aos 32 anos, quando ia ser libertado, preferiu continuar preso. E deveria. Cá fora, conheceu gangues e motoqueiros, drogas, meninas impressionáveis e o seu grupo-família, com o qual se alimentaria de restos de comida pelas ruas e roubaria para manter a vida de hippie distorcida. Nos seus devaneios, Manson acreditava numa guerra entre brancos e negros, sendo que os últimos venceriam, mas não sabia o que fazer após obter o controlo. A guerra, pensava Manson, deveria começar com crimes que deixassem os brancos realmente enfurecidos contra os negros. Charles e a sua Família escapariam, escondendo-se no deserto. Lera um livro religioso, onde explicava que existia no deserto uma entrada para uma cidade de ouro. Após o fim da guerra racial, a Família Manson regressaria e assumiria o comando da situação. Charles era o “quinto anjo”. Os outros quatro seriam John, Paul, George e Ringo: os Beatles… Como os negros não iniciaram a guerra na data que Charles programara, percebeu que teria que lhes ensinar como e o que fazer… 27


ARTIGO

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O pior estaria por vir... A 9 de agosto de 1969, a atriz Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski, foi assassinada pelo grupo de Manson, que invadiu a casa do casal em Bel Air. Tate estava grávida de 8 meses e, mesmo assim, foi esfaqueada, espancada e torturada até à morte. Com o seu sangue, escreveram mensagens pelas paredes que diziam “porcos”, “morte aos porcos”, “eleva-te” e “helter skelter”. Roman Polanki chegou a oferecer 25 mil dólares pela recompensa de informações sobre os assassinos. O pai de Sharon deixou crescer a barba e cabelo para se infiltrar entre hippie’s e drogados para obter informações. Sem resultados efetivos, as ações dos dois. Teoricamente, este e outros crimes teriam a autoria mental de Manson, que nunca estava no local, e teriam sido usados para dar início à tal guerra racial pre-

vista por Manson, que se chamaria justamente “Helter Skelter”, a música dos Beatles - que, por sua vez, estaria repleta de mensagens sobre o tema. Felizmente, Manson foi preso e condenado à morte em 1971, mas a sua sentença de morte, e a dos seus seguidores, foi automaticamente comutada para prisão perpétua quando, em 1972, o Supremo Tribunal da Califórnia eliminou temporariamente a pena de morte no estado. A reintegração da pena de morte na Califórnia não afetou Manson que está preso na prisão do Estado Corcoran, uma prisão de segurança máxima. Então com 37 anos, foi acusado de seis assassinatos, juntamente com Charles ‘Tex’ Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten. Embora acusado de líder da “Família Manson”, como o grupo de amigos se tornou conhecido após o escândalo, alegou não


ter participado pessoalmente em nenhum dos crimes, declarando durante o julgamento o seu ódio profundo pela humanidade. Ele afirma ser um eleito e nunca se arrependeu dos seus crimes ““Eu não sinto culpa. Não fiz nada que me deva envergonhar.” Outros membros não condenados à época também foram parar à cadeia por diversos motivos, incluindo homicídios. Suspeita-se que Manson possa estar envolvido em algumas destas outras mortes, mesmo estando preso, visto que ainda continuou a ter uma boa quantidade de seguidores. O filho de Manson matou-se, em 1993. A 17 de novembro de 2014, foi anunciado que Manson obteve

uma licença de casamento para se casar com Afton Elaine Burton, de 26 anos, que o visitava há nove anos. Hoje, com mais de 70 anos, ainda é o prisioneiro que mais recebe cartas nos EUA. Já recebeu algumas punições dentro da prisão (especialmente a “solitária”), inclusive por planear o assassinato de um presidente dos EUA (Gerald Ford), através de uma das suas meninas - Linette Fromme -. Já foi penalizado também por vender drogas dentro da prisão e já foi, supostamente, envenenado, espancado e até mesmo sofrer tentativas de ser imolado. Também relata ter sofrido abuso sexual. Artigo elaborado com fonte em vários sites

Manuela Pereira

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BULLYING Na Infância

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B

ULLYING, na língua inglesa, é um substantivo do verbo Bully (agressor) que significa “magoar ou ameaçar alguém mais fraco para forçá-lo a fazer algo que não quer”.

É um anglicismo utilizado para descrever todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais ou repetidas, que ocorrem sem motivação evidente. Estas atitudes agressivas são praticadas por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor, angústia e sofrimento, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem que esta tenha a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo praticadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder. O bullying ou violência escolar

é uma ameaça às crianças e que, infelizmente, impera na contemporaneidade devido aos inúmeros casos de perseguição e agressões que vão ocorrendo nas escolas e colégios e que provocam situações verdadeiramente aterradoras nas crianças. É um fenómeno muito antigo e algumas pesquisas apresentam relatos que datam de mais de cem anos. Este representa um problema mundial que pode ocor rer em, praticamente, qualquer contexto no qual as pessoas interajam. A prática de agressão física ou moral repetitiva deixa 31


sequelas psicológicas na pessoa atingida. A sua prática tem um grande poder de destruir a autoestima da vítima uma vez que ela permanece no ambiente escolar e assim tem de enfrentar todos os dias as humilhações diante de todos os colegas. O termo bullying, com esta definição, foi proposto após o Massacre de Columbine, ocorrido nos EUA, no ano de 1999, pelo pesquisador sueco Dan Olweus, a partir do gerúndio do verbo to bully (tiranizar, oprimir, ameaçar ou amedrontar) para definir os agressores que nas escolas procuram intimidar os colegas que tratam como inferiores. O bullying divide-se em duas categorias: 32

• Bullying Direto, que é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos, • Bullying Indireto, que é a forma mais comum entre bullies do sexo feminino e crianças pequenas, tendo como caraterística o condicionamento para o isolamento social. Este é também conhecido como agressão social. Os bullies sempre existiram e, em Portugal, são chamados de rufias ou valentões. Estes são hostis, intolerantes e usam a força para resolver os seus problemas. No entanto, estes, provavelmente, também foram vítimas de violência, maus-tratos ou experiências traumáticas. Quanto mais sofreram com violência e abusos, maior a propensão para que


venham a repetir esses comportamentos no seu dia-a-dia. Os agressores apresentam baixa tolerância à frustração, são impulsivos, inseguros, manipuladores, apresentam problemas de relacionamento interpessoal e poucas competências morais e sociais. Desta forma, praticam violência contra os colegas, vitimizando os mais fracos e usando a agressividade para se impor e liderar algum grupo. Entre os agressores podemos identificar três grupos: • Os intimidadores – são os mais agressivos e revelam um perfil de liderança; • Os intimidados – são os que se calam com medo de se transformarem na próxima vítima, compactuando com situações de violência; • Os espectadores – são os que apenas observam.

As vítimas escolhidas pelos agressores são, normalmente, crianças inseguras, com baixa autoestima, com dificuldade nas interações interpessoais, fisicamente vulneráveis, crianças que, habitualmente, andam sozinhas ou com poucos amigos, e que não conseguem demonstrar resistência. Estas estão expostas de forma repetida, e durante algum tempo, às ações negativas dos agressores. Para caraterizar o bullying é necessário que ocorra entre pares e em contexto escolar. Segundo Freire e Aires (2012), este é um fenómeno difícil de identificar por ocorrer em locais com pouca vigilância por parte dos adultos e por não haver denúncias por parte das vítimas com medo de retaliações ainda mais agressivas. Para Fante (2005), o bullying evidencia-se pela “desigualdade entre

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iguais”, resultando num processo em que os mais fortes projetam a sua agressividade com requintes de malvadez e perversidade, mas sempre de uma forma despercebida e em locais com pouca vigilância dentro da escola. Segundo o cientista Dan Olweus, o assédio define-se, ao nível de comportamento, em três vertentes essenciais: este é agressivo e negativo; é executado repetidamente e ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Qualquer que seja a posição relativamente ao assédio escolar/ bullying, seja espectador, vítima ou agressor, o seu bem-estar estará comprometido, já que as consequências têm efeitos na saúde

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psíquica, tais como transtorno do pânico, fobias, ansiedade generalizada, depressão… As consequências emocionais das agressões podem, a longo prazo, revelar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima, o que leva a tenham sérios problemas de relacionamento e revelem comportamentos muito agressivos o que, em casos extremos, pode conduzir ao suicídio. Para além disto, muitas pesquisas têm revelado que tanto as vítimas como os agressores ficam mais vulneráveis ao desenvolvimento de problemas de saúde quando chegam à fase adulta, como desordens cardiológicas desencadeadas pela dependência do álcool e do cigarro e ainda problemas do sono.


Segundo Fernandes (2005), a Psicologia tentou, desde sempre, perceber porque as pessoas agem de forma tão agressiva. A Psicanálise explica que a agressividade é um componente próprio das pessoas e procura compreender o seu desenvolvimento e o que está por detrás dos comportamentos violentos. Os agressores utilizam uma série de técnicas de intimação e humilhação para humilhar as suas vítimas, tais como ataques físicos repetidos contra uma determinada vítima, insultos e acusações dirigidas sistematicamente à vítima, disseminação de rumores negativos sobre a vítima, depreciação da vítima sem qualquer motivo, chantagem, coação da vítima ameaçando-a para seguir as suas ordens, utilização de expressões ameaçadoras, entre muitas outras. Com estas investidas recorrentes de agressividade as vítimas

começam a revelar alguns sinais e sintomas de que sofrem de bullying, tais como, transtornos de ansiedade, depressão, enurese noturna, distúrbios do sono, problemas de estômago, transtornos alimentares, irritabilidade, dores e marcas de ferimentos, síndrome do intestino irritável, isolamento social, tentativas de suicídio, entre outros. Aos pais cabe a importante tarefa de estar em constante alerta às alterações de comportamento que possam surgir nos filhos, como quando os filhos começam a ter receio de ir à escola, se mostram abatidos, confusos, apáticos, com choro frequente, alterações no aproveitamento escolar, desmotivação e receio em sair sozinho da escola. À escola cabe também uma tarefa, tão importante como a da família. Assim, deve ter pessoas da equipa escolar sempre alerta e vigilantes por todos os espaços 35


OLGA MURO E SILVA

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da escola. Devem estar presentes e atentas, ao longo do dia, a todos os movimentos dos alunos. Devem conhecer bem todos os alunos por forma a detetar alterações de comportamento e hábitos. Sendo que o bullying interfere no processo ensino-aprendizagem e pode ter consequências desastrosas para o meio escolar, quer para as vítimas quer para todos os que convivem nesse meio, a escola

deve proporcionar um ambiente seguro, que permita a todas as crianças socializar livremente, desenvolver as suas competências, defender os seus ideais, desenvolver as suas responsabilidades e assumir a sua autonomia e independência. Desta forma, estará a contribuir para a valorização do respeito, da cidadania, da ética e da solidariedade entre todos os que convivem no mesmo espaço escolar. É necessário que pais e edu-


cadores tenham um olhar atento, sensível, paciente, carinhoso para acolher as angústias e medos de quem sofre de bullying, mas também para ajudar os agressores a lidarem com as suas frustrações e a aprenderem a canalizar as suas emoções de forma positiva. O bullying, fruto dos tempos modernos, é um ato de violência que ultrapassa a comunidade escolar e que deve ser encarado como um fenómeno social, uma vez que

se trata de um problema nascido no seio da sociedade e que é sustentado por uma sociedade cada vez mais intolerante. Desta forma, a sociedade necessita de desenvolver ações que propiciem uma nova formação de valores morais e éticos e assim abolir a agressividade do seio escolar.

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DR. FILIPE MAGALHÃES RAMOS


RUBRICA

BOTOX©, ÁCIDO HIALUÓNICO E SKINBOOSTERS -

T r a t a m e nt o s

A

pele possui grande influência no nosso visual e deve estar bem cuidada e hidratada. Sendo fundamental para a autoestima. As rugas de expressão podem ser, de facto, inestéticas e marcam o rosto profundamente, envelhecendo-o. Os tratamentos injetáveis são uma alternativa simples e rápida para quem desejar atenuar os sinais do tempo no seu rosto. São vários os procedimentos e cada um tem uma área de atuação específica que deve ser adequada a cada caso. O Botox© é um produto injetável utilizado para fazer recuar algumas marcas do tempo na sua face.

in j e t á v e i s

É utilizado nos famosos pés de galinha, rugas de expressão da testa e entre as sobrancelhas. A Toxina Botulínica é uma das substâncias de preenchimento usadas na Estética Facial. A sua injeção permite, em certa medida, minimizar os efeitos do tempo sobre no seu rosto, combatendo o envelhecimento. Funciona através de um mecanismo de ação diferente, atua impedindo a contração muscular, assim permite que a suavização de rugas ou pregas resultantes da expressão muscular, dando um aspeto rejuvenescido a determinadas áreas da face. 39


As injeções de Botox©, através da infiltração de pontos concretos do rosto permitem a suavização de rugas da região glabelar (entre as sobrancelhas), da região frontal (testa) e da região ao redor dos olhos (os denominados “pés de galinha”). Já o Ácido Hialurónico é utilizado em locais do rosto como o bigode chinês, o código de barras e nas olheiras que tão carregadas ficam devido aos anos e ao cansaço. 40

As olheiras contribuem em muito para um aspeto mais envelhecido. Com um simples preenchimento com um tipo de Ácido Hialurónico específico para esta área e uma habilidosa técnica conseguimos trazer resultados excelentes e de uma boa durabilidade. O procedimento é rápido e praticamente não evasivo. Por sua vez, o bigode chinês é um sinal precoce do envelhecimento, podendo deixar a aparência mais


RUBRICA

envelhecida. Um dos primeiros sinais dessa queda, que se inicia por volta dos 30 anos de idade, é a formação de um sulco que se estende entre o nariz e o canto da boca, mais conhecido como bigode chinês. Tem tratamento rápido e eficaz com as técnicas atuais de preenchimento. A aplicação de Ácido Hialurónico atenua assim estes sinais de envelhecimento e torna a pele mais flexível e rejuvenescida, preservando a harmonia facial e a expressão natural. Isto acontece de

forma direta, pelas propriedades intrínsecas desta substância, mas também de forma indireta, através da estimulação da síntese de fibras de colagénio, que também assumem um papel importante na tonicidade cutânea. O facto de o Ácido Hialurónico ser semelhante ao que é produzido pela nossa pele, leva a que o risco de reações adversas seja praticamente inexistente, sendo extremamente seguro. Quanto aos Skinboosters, es-

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tes são vitaminas injetáveis que melhoram o aspeto da sua pele e lhe dão um ar mais saudável. Boosters significa “intensificadores” ou “impulsionadores. A aplicação de Skinboosters é um procedimento médico injetável de hidratação cutânea. É injetado através de agulhas curtas e finas, mas a aplicação é considerada indolor pela maioria das

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pacientes, uma vez que o proce dimento é precedido de anestesia tópica. O objetivo é repor o colágeno e o ácido Hialurónico na pele, além de outras substâncias e fibras responsáveis pela firmeza, tonificação, elasticidade e hidratação da pele que diminuem com a idade. As perdas destas substâncias são responsáveis pelo surgi-


RUBRICA

mento de rugas finas e pela perda da elasticidade da pele. Como todos os tratamentos do mundo estético, um resultado de sucesso necessita sempre do sentido estético do médico e da satisfação do paciente, um consenso entre ambas as partes para alcançar o resultado mais satisfatório possível. Poderá sempre contactar-nos caso tenha alguma dúvida ou deseje

marcar algum destes procedimentos. Esperamos por si na clínica do Porto ou de Lisboa! Contactos: Email – geral@fmrcirurgiaestetica Site – www.fmrcirurgiaestetica. com Telefone - 22 316 8066 Whatsapp – 915 127 622

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10 CRIMES MAIS IMPRESSIONANTES DA HISTÓRIA

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D

iz-se que o crime não compensa e que o crime perfeito não existe, mas ao longo dos anos, muitos criminosos conseguiram feitos impressionantes e conseguiram dificultar ou mesmo impedir a condenação pelos seus actos, enquanto outros transformaram os seus crimes em capacidades úteis para a sociedade. Na maior parte dos casos criminais da envergadura dos que serão aqui discutidos, eventualmente as forças da lei conseguiram apanhar os culpados e puni-los, portanto o primeiro chavão aplica-se, mas tendo em conta que existem crimes até agora sem solução, será correto dizer que o crime perfeito não existe? A frustração policial perante crimes aparentemente impossíveis de resolver, no entanto, não é algo novo, uma vez que estes não surgiram apenas agora, os criminosos

estão – e sempre estiveram – em constante procura do tal “crime perfeito”, esperando sair impunes após cometerem delitos. A admiração e curiosidade da população em geral por criminosos e as suas transgressões são também bastante reais, especialmente quando existe algo de meticulosamente pensado no crime cometido e este se encontra envolto em mistério até aos dias que correm. Falemos então de 10 dos mais impressionantes crimes da história. 45


1.

O inacreditável caso dos ladrões gémeos

A 25 de Fevereiro de 2009, uma das maiores lojas da Europa, Kaufhaus Des Westens foi assaltada por três pessoas mascaradas. Munidos de cordas, escadas e outros materiais, estes três assaltantes conseguiram roubar inúmeros bens do piso principal da loja sem accionar qualquer alarme. Neste grandioso crime, cometeram o que poderia ser um erro determinante na identificação de pelo menos um deles: 46

uma luva foi deixada para trás. Através de testes de ADN seria de esperar que se conseguisse identificar o dono na luva, no entanto, estes testes levaram a polícia a limitar o resultado da sua procura não a uma pessoa, mas a duas. Abbas e Hassan, irmãos gémeos. Tendo em conta que a lei alemã define que os criminosos deverão ser identificados individualmente, a polícia viu-se obrigada a libertar os irmãos.


ARTIGO

2.

Os assassinatos de Whitechappel

Falemos de um dos crimes não resolvidos mais famosos, o caso de Jack o Estripador. Os assassinatos da autoria do famoso porém não-identificado homicida aconteceram no espaço de dois a três meses de 1888 em Inglaterra e puseram termo à vida de onze pessoas, todas prostitutas, no distrito de Whitechappel em Londres. Quando se refere os assassinatos de Whitechappel, no entanto, poderá alargar-se o período dos aconteci-

mentos entre o dito ano de 1888 e 1891 e não estão necessariamente ligados ao misterioso Jack o Estripador. Representam, no entanto, o momento em que a zona Este de Londres começou a ser tida como um lugar onde algo de bizarro e perturbador se passava.

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ARTIGO

3.

O Gangue do Aspirador

Esta história por resolver teve início em 2006 e tem como palco França. Ao descobrirem uma falha no transporte de dinheiro numa uma cadeia de supermercados, o gangue consegue rouba-los com apenas um aspirador modificado e, claro, um modo de perfurar o tubo que leva os envelopes de dinheiro até aos cofres. 48

Conseguiram roubar milhões de euros de quinze sucursais dos supermercados Monoprix até à actualidade. Surpreendentemente, a cadeia de supermercados manifestou-se dizendo não pretender alterar o seu sistema de armazenamento e transferência de valores.


4.

O roubo de diamantes de Antuérpia

Dito como um dos crimes mais sofisticados do século, este roubo de jóias de um valor que ascende a 100 milhões de euros. Aconteceu em Fevereiro de 2003 no Centro de Diamantes de Antuérpia, Bélgica e, devido aos seus detalhes é, sem dúvida um dos crimes mais meticulosos da história. Os assaltantes conseguiram roubar os diamantes e restantes jóias sem

accionar qualquer alarme, sendo que o centro contava com sensores de movimento, sensores infravermelhos de calor, um campo magnético entre outros mecanismos de defesa como um cofre com mais de uma centena de combinações possíveis. Este centro era tido como o mais protegido e, até à data, ninguém conseguiu perceber como foi possível que tenha sido assaltado. 49


ARTIGO

5.

Frank Abagnale, o jovem charlatão que foi transformado em filme Um piloto, um advogado, um médico, todos em um. Não se tratou de alguém que acumulou especialidades mas sim de um verdadeiro impostor. Frank Abagnale Jr., aos 20 anos conseguiu enganar várias empresas, como a extinta Pan Am, e pessoas através de várias identidades fictícias e cheques forjados, na década de 60. Foi em França que

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decidiu parar, porém, acabou por ser apanhado quando a sua então namorada, uma assistente de bordo, o identificou num poster de criminosos procurados e o entregou às autoridades. Devido à sua perícia, as autoridades foram busca-lo para que os ajudasse a apanhar outros criminosos, e continua a trabalhar nessa área hoje em dia.


6.

A fuga de Alcatraz

Diz-se, de Alcatraz, que é a prisão de fuga impossível, devido a ser de alta segurança e, além disto, estar localizada numa ilha. De alguma forma, em 1962, três prisioneiros conseguiram escapar. A forma como o fizeram é um cliché do mundo dos filmes: utilizaram colheres para cavar um túnel. De modo a enganar os guardas, construíram cabeças fal-

sas com cabelo real, sabão e papel higiénico e, para escapar da ilha, usaram um barco insuflável. Isto deu aso a uma grande investigação que durou 17 anos, tendo o FBI chegado à conclusão que os reclusos deverão ter morrido afogados durante a fuga, embora haja quem discorde.

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7.

NORJACK, ou o desaparecimento de D.B. Cooper

Na noite que antecedeu o Dia de Acção de Graças em 1971, um homem identificado como Dan Cooper embarcou num avião com destino a Seattle. Durante o voo, entregou um bilhete a uma assistente de bordo que informava a presença de uma bomba na sua mala de mão, prosseguiu mostrando-lhe o engenho. Pediu 200 mil dólares em dinheiro, quatro pára-quedas e um camião pronto a reabastecer o avião. O homem, vestido de forma profissional, segundo testemunhas, fez com que o avião voltasse a levan52

tar voo depois da recolha do que tinha exigido, desta feita a baixa altitude. Colocou uns óculos escuros e saltou de pára-quedas com o dinheiro algures Seattle e Reno, deixando a sua gravata de gancho para trás. A gravata foi chave para que se conseguisse o seu ADN, mas não conseguiram chegar até ele. Parte do dinheiro marcado foi encontrado por uma criança uns anos mais tarde, o restante não surgiu em circulação. O homem não foi apanhado.


ARTIGO

8.

O Assassino do Zodíaco

Um dos casos criminais mais famosos e misteriosos, a par com o caso de Jack o Estripador, é o caso do Assassino do Zodíaco. À medida que ia fazendo vítimas – foram sete no total – o assassino do zodíaco enviava mensagens crípticas para os meios de comunicação so-

cial locais. Os assassinatos aconteceram entre o final da década de 60 e o início da década de 70 e até hoje, o autor não foi identificado, apesar de milhares de pessoas investigadas por parte das autoridades.

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NADINE SANTOS MUSSÁ

ARTIGO

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9.

Truque de magia em Chicago

Seria de imaginar que o desaparecimento de objectos só aconteceria em palco através de truques de mágicos, mas este caso de 1977 traz a magia para a vida real e para um caso criminal. No que seria uma sexta-feira comum, 4 milhões de dólares foram guardados dois pisos abaixo do solo, num carro

de dinheiro dentro de um cofre. Quando o fim-de-semana prolongado terminou, o dinheiro foi novamente contado e, como que por magia, um milhão de dólares desapareceram. Anos mais tarde, 2300 dólares do dinheiro que tinha desaparecido surgiram numa operação referente a drogas, do restante, nada se sabe.


10.

O roubo da Mona Lisa

Talvez o quadro mais famoso do mundo, com o seu sorriso enigmático, a obra Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci está neste momento em segurança e em exposição no Museu do Louvre em Paris, mas em Agosto de 1911 foi roubado do aclamado museu de uma forma inacreditavelmente simples. A investigação levou o poeta Guillaume Apollinaire a ser detido por ter dito que o museu deveria ser queimado. O poeta incriminou uma outra personalidade a ser interrogada, Pablo Picasso. O verdadeiro autor do crime, no entanto, revelou-se anos mais tarde. Vincenzo Peruggia, um empregado do Louvre roubou o quadro durante o horário de trabalho, guardou-o dentro de um espaço destinado a

arrumos e saiu fora de horas com o quadro debaixo do casaco. Peruggia defendia que o quadro teria que estar no país de origem do artista que o pintou. Após dois anos de impaciência, tentou vende-lo a uma galeria em Itália e foi apanhado, tendo cumprido seis meses de prisão. Foi, no entanto, bastante aclamado pelo seu patriotismo. A fama da obra de arte, desde então, aumentou exponencialmente. Poderá dizer-se que o mais surpreendente nestes crimes é que, na maioria, os criminosos saíram aparentemente impunes perante os seus misteriosos crimes. Será que afinal o chamado crime perfeito existe ou já existiu? É um pensamento um pouco desinquietante. 55


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A

lguma vez se questionou como ganhar dinheiro com a fotografia? Para quem é a primeira vez que lê esta rubrica o meu nome é Hugo Osório fotógrafo profissional na área de moda e deixo então algumas dicas como podem ganhar dinheiro com fotografia... Não desperdiçando dinheiro Parece óbvio mas não é, para ganhar dinheiro é preciso não desperdiçar indevidamente. Muita gente ainda tem o pensamento que o material faz o fotógrafo(a) mas estão completamente equivocados, não interessa comprarem a melhor máquina do mercado ou a melhor objetiva se não existir a técnica, com o tempo o equipamento irá “chamar” por nós, por isso seja qual for a vossa máquina ou objetiva pratiquem e experimentem muito até conseguir re-

sultados aceitáveis, procurem tutoriais online (ex:YouTube) onde tem imensas técnicas que podem experimentar e ter uma grande evolução.

Seja assistente de fotografia Para quem está a começar nada melhor que aprender de perto com os melhores e absorver todo o conhecimento, por isso existem imensos amantes de fotografia que são bons no que fazem, apesar de alguns só

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RUBRICA

Trabalhar como segundo fotógrafo(a) Existem muitos fotógrafos a trabalhar como free-lancer, tendo esporadicamente algum tipo de trabalhos, e não tem a preocupação com o cliente no dia a dia. Existem imensos fotógrafos de casamentos que dá sempre jeito ter um segundo fotógrafo para terem mais opções de escolha nas fotos finais que serão entregues ao cliente, dessa forma podem ganhar algum dinheiro sem ter a pressão toda em cima, por não serem o fotógrafo(a) principal, e podem começar a obter experiência profissional em termos de trabalho para um dia mais tarde poderem assumir o função como fotógrafo(a) principal.

Como definir o público alvo

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É muito importante saberem quais o vossos objetivos e tentarem saber que tipo de fotografia querem fazer, para ai sim fazerem

um estudo de mercado e ver o que se está a fazer a nível da concorrência para apresentar algo diferente aos clientes, o mercado é saturado e vocês só conseguirão entrar nele caso o vosso trabalho seja diferente, existem várias áreas onde podem arranjar trabalho como casamentos, batizados, comunhões, foto jornalismo, eventos, book´s de moda entre outros. Estes são os principais passos para quem está a começar no entanto deixo ainda mais algumas dicas, sempre que fotografarem alguém nunca o façam gratuitamente, levem nem que seja 5€ para não criar habituação, é de extrema importância o uso correto das redes sociais, hoje em dia o Instagram está com imensa projeção a nível mundial, por isso se fizerem alguma foto tentem ir a perfis de pessoas com imensos seguidores e vejam as Hashtags que utilização para terem um alcance maior e existem vários exemplos de pessoas/empresas que podem oferecem dinhei-


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RUBRICA

ro pelas vossas fotos, é também importante a forma como apresentam os trabalhos, deve ser de forma coerente e não tudo misturado (ex: uma de paisagem e outra de retrato e voltam a por paisagem) convém que as fotos que vão postando tenham um seguimento.

Recomendações: Website: O site olhares é um

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excelente sitio para divulgação de trabalhos e um meio excelente para partilhar opiniões e também para receber criticas construtivas

do vosso trabalho.

Modelos: Catarina Jacob e Raquel Jacob duas ex-moranguitas que como modelos fazem um trabalho de excelência, falando por experiência própria as mesmas garantem resultados fabulosos, para além de atrizes como modelos fotograficas já fizeram imensos trabalhos entre eles de destaque capa da Playboy mais vendida em Portugal e diversas campanhas para marcas, podem seguir os trabalhos das mesmas nas redes sociais e contratar para vários trabalhos.


DIVULGAÇÃO

S

inónimo de descanso e tranquilidade, o Solplay não deixa margens para dúvida. Com uma vista sobre o Tejo invejável e a entra-nos pelas janelas logo de manhã, convida-nos a sair, passear e aproveitar o bom tempo. No Hotel Solplay encontra o ponto de partida ideal para um fim-de-semana à beira-mar, seja para assistir a um concerto em Lisboa, para um passeio até Cascais, uma ida à praia ou para matar saudades das queijadas de Sintra!!! Bons programas não faltam numa costa que tem muito para oferecer. Depois, o regresso ao apartamen-

to, longe da confusão mas perto de tudo, com tempo para um mergulho na piscina, um jantar sob as estrelas ou um filme na sala de cinema, antes de uma noite de sono descansado! Este complexo de 4 estrelas, possui apartamentos de qualidade exímia, com tudo para poder passar uns dias de descanso ou férias prolongadas. Contactos: Rua Manuel da Silva Gaio,nº 2 Linda-A-Velha, Lisboa Facebook - https://www.facebook. 61 com/SolplayHotel/


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M A D

Um CapitĂŁo com


D J E R

m sangue de LeĂŁo!

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Por detrás do Pano by Eduarda Andrino

J

oão Victor Tavares Saraiva, nasce a 22 de Janeiro de 1977 em Luanda – Angola.

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MADJER é como habitualmente e conhecido, e foi através da sua forma particular de jogar e de amar o seu Sporting que também e o meu, que nasceu a minha admiração pela sua carreira enquanto jogador e ser humano pela forma tao particular e uma humildade genuína que tanto o caracteriza. Quando decidi escrever sobre Mdjer ,procurei diversas informações mas também falei com varias pessoas (algumas amigas em comum),que partilharam comigo o seu crescimento nas ruas de um bairro de São Joao do Estoril na linha de Cascais onde viveu a maior parte da sua infância. Todos os testemunhos

foram unanimes de que o mesmo sempre foi um miúdo particular e amigo do seu amigo, mas inevitavelmente se destacava pela forma como dava pequenos toques em jogos de futebol entre amigos em jogos de rua e mais tarde no Estoril-Praia. Cresceu e alcançou com mérito próprio um lugar ao sol com o esforço da sua entrega e presentemente é o capitão da Seleção Portuguesa de Futebol de Praia. Com uma disponibilidade incrível e um sorriso particular aceitou este desafio e assim iniciei uma conversa informal e divertida entre dois sportinguistas. Eu e o grande Madjer!


O teu nome e João Victor Tavares Saraiva. Porque o nome Madjer? Quando eu tinha 10 anos diziam que eu era parecido com o jogador do futebol clube do porto “Madjer” e a partir daí todos meus amigos de infância me começaram a chamar assim. Como começa a tua carreira no futebol e qual o motivo da escolha da vertente futebol de praia? Começou como todas as crianças com o sonho de ser jogador profissional de futebol, mas um acidente aos dezassete anos limitou me a hipótese de seguir uma carreira nessa área. Mais tarde recebi o convite para iniciar no futebol praia.

Tens uma forma particular de jogar que te torna um profissional de destaque. Como sentes esse peso de responsabilidade? Quando se treina e se joga com os melhores atletas do mundo a tendência é evoluirmos e acompanharmos o ritmo desses mesmos, o que faz com que a responsabilidade seja partilhada. Conquistaste vários prêmios de melhor jogador e maior marcador em vários torneios. Qual deles das relevante importância? Todos são especiais e marcantes à sua maneira, mas posso dar destaque ao do campeonato do mundo de 2015. 65


Representas o Sporting Clube de Portugal. Qual o motivo da escolha deste clube? Primeiramente por ser o meu clube de coração e segundo porque é um projecto na qual estou envolvido desde o primeiro minuto. A tua vida e passada entre Portugal e estrangeiro como consegues gerir essas ausências da família? São sempre difíceis, mas acho que quando há partilha e compreensão por parte da família pelo esforço feito que leva a essa mesma ausência, existem sempre meios para tentar compensar ao máxi-

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mo essa ausência e fazer gestão da melhor forma. Acaba por ser um trabalho de equipa que leva a harmonia. Sentes que és uma referência para os jovens jogadores desta modalidade? Espero ser e tentar ao máximo que o meu trabalho tenha repercussões nos mais novos. O desporto de competição tem um tempo curto de duração. Como te vês no final da tua carreira? Vejo me ligado á modalidade.


Por detrás do Pano by Eduarda Andrino Qual o conselho que deixarias aos jovens jogadores desta modalidade? Seguirem os seus sonhos e lutarem por eles! Um jogador de referência para ti no futebol e no futebol de praia? Os ídolos são todos aqueles que retiro o máximo de aprendizagem. Uma ambição? Ver o futebol praia nos jogos olímpicos.

No final da conversa senti a saudade no peito de continuar a ouvir mais e mais histórias e momentos incríveis que so e possível serem contado por quem vive a paixão pelo que faz com total entrega e dedicação como Madjer. De Sportinguista para Sportinguista foi uma honra este momento! Bem hajas. Eduarda Andrino Créditos: Federação Portuguesa de Futebol

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6 PONTOS CHAVE NA PREVENÇÃO DE LESÕES NO DESPORTO JUVENIL

O

desporto juvenil oferece às crianças um meio rico para adquirir experiências de vida importantes e potencialmente estruturantes para a sua personalidade, desenvolvendo maiores níveis de autoconfiança através de vários desafios importantes como sejam o desenvolvimento de relações interpessoais, dos conceitos relacionados com o companheirismo, desportivismo, espirito de equipa até aos altos e baixos anímicos decorrentes das

vitórias e derrotas. No entanto à medida que aumenta o numero de crianças que praticam desporto, a prevalência de lesões relacionadas com a atividade desportiva também aumenta. Assim é fundamental que as crianças tenham conhecimento dos conceitos chave na prevenção de lesões relacionadas com o desporto, devendo ser encorajados a desenvolver precocemente bons hábitos de prevenção de lesões.

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Porque nos devemos preocupar com as lesões desportivas?

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Normalmente apenas nos concentramos nas muitas vantagens para as crianças decorrentes da prática desportiva, esquecendo os riscos e perigos inerentes a cada desporto especifico. Estudos realizados no Estados Unidos da América (EUA) mostram que, anualmente, aproximadamente 20% das crianças que participam em atividades desportivas sofrem lesões, sendo que 1 em cada quatro são consideradas sérias. Mais de 2.6 milhões de crianças são tratadas nas urgências anualmente, por lesões que advêm da pratica de atividades desportivas. Do total de lesões é referido que 62%

ocorrem durante os treinos e não nos jogos, embora 33% dos pais não obrigue as crianças a adotar as mesmas medidas protetivas em treino que seriam utilizadas em jogo. Mais de metade de todas as lesões desportivas nos jovens podem ser prevenidas. Embora se trate de uma realidade especifica e de um contexto diferente do nosso, estes números devem fazer os pais refletir sobre as condições e hábitos adotados pelas crianças e agentes desportivos durante a pratica do desporto. Quais os 6 cuidados que podemos/devemos ter para ajudar a prevenir as lesões, nos jovens, dentro e fora dos campos? 1. Perceber a importância de um


ARTIGO

aquecimento adequado. A preparação do corpo para a atividade física é um importante primeiro passo para a prevenção de lesões. Um aquecimento prévio adequado prepara o organismo de forma progressiva para um maior e mais exigente nível de atividade. A realização de um aquecimento progressivo e ajustado aos gestos do desporto que a criança vai realizar é uma das chaves principais para a prevenção. As crianças devem começar por movimentos lentos e gradualmente aumentar a sua intensidade e velocidade até atingir os parâmetros que vão realizar no treino ou jogo. Outro ponto chave é a integração de movimentos específicos do desporto no plano de aquecimento, isto vai preparar o organismo para a performance especifica que lhe vai ser exigida e permite que os mecanismos neuromusculares envolvidos no comportamento motor estejam otimizados para o nível de inten-

sidade e complexidade do desporto em causa. 2. Integrar alongamentos dinâmicos específicos para o desporto em causa. Embora se trate de um tema controverso a realização de alongamentos não deve ser esquecido. Os alongamentos podem ser feitos de duas formas: estáticos ou dinâmicos. Os primeiros (consistem em manter a posição de alongamento durante 20 a 30 segundos) têm sido progressivamente abandonados devido ao facto de interferirem com a normal atividade muscular, diminuindo a performance (nomeadamente diminuindo a produção de força), devendo ser realizados apenas com o objetivo de aumentar a amplitude articular após a at iv id ade ou em contexto clínico. Os alongamentos dinâmicos por outro lado envolvem movimento 71


TELMO FIRMINO

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constante, ajudando a prepara o organismo para a atividade através do aumento do aporte de sangue aos músculos e de aumentarem o efeito lubrificante do liquido intra-articular. Um exemplo é balançar a perna para a frente e para trás de forma confortável, é um exercício que pode ser realizado antes de um desporto que envolva corrida, recrutando os músculos e preparando também as articulações e estruturas moles envolventes para o movimento especifico de corrida. 3. Incluir exercícios preventivos para o Ligamento Cruzado Anterior do Joelho (LCA). Poderá ser surpreendente para si esta constatação, mas as raparigas apresentam uma probabilidade 8 vezes maior de sofrer uma lesão no LCA comparativamente com os seus colegas do sexo masculino. Independentemente de

se dever a questões de força muscular, alinhamento dos segmentos corporais, etc., o facto é que todos os jovens devem integrar exercícios específicos no plano de aquecimento ou nas suas rotinas individuais de treino para prevenir a ocorrência desta lesão. Estes exercícios consistem na realização de treino proprioceptivo ou treino neuromuscular reativo, fortalecimento dos músculos flexores e extensores do joelho e treino/correção do gesto de receção ao solo após o salto. (consultar https://www.safekids. org/acltraining ) 4. Realizar uma adequada recuperação pós atividade. O que se faz após a atividade é quase tão importante como a preparação pré atividade. Após o desporto o jovem deve ser encorajado a realizar um adequado retorno à calma, alongando, realizando gelo se necessário e tratando adequadamente


ARTIGO

qualquer queixa que se tenha instalado por mais pequena que ela pareça (caso seja necessário, dirigir-se ao seu médico ou fisioterapeuta). Isto ajudará os músculos a recuperarem mais rapidamente estando preparados para o treino/ jogo seguinte, sem riscos de sobrecarga que progressivamente possam evoluir para uma lesão séria. 5. Priorizar os exercícios de fortalecimento especifico. Nos dias entre os treinos ou apos o final da época, com a ajuda de profissionais especializados, envolva os seus filhos em atividades de fortalecimento específicos que preparem o organismo para o desporto especifico que praticam. Não me refiro a realização analítica de treino de ginásio convencional tipo “body building”, mas sim em planos de fortalecimento funcional que melhorem a performance e previnam as lesões. Exercícios simples e funcionais

como agachamentos com peso corporal, “lunges” “push-ups”, exercícios de “core” (aumento da estabilidade lombo-pélvica). A escolha dos exercícios deve ser feita por profissionais especializados de forma a corrigir assimetrias existentes que aumentem o risco ou desequilíbrios provocados pela repetição de gestos característicos do próprio desporto. 6. Promova o descanso, divertimento e desportivismo. A realização de deporto é uma excelente ideia para as crianças, mas sobrecarrega-los para além das suas capacidades físicas individuais pode provocar lesões de sobrecarga ou sobreuso. Lembre-se que os jovens devem estar a divertir-se com a realização do desporto, devendo ter tempo suficiente de descanso entre os treinos. Incutir o desportivismo e respeito pelo adversário é também uma forma de prevenir as lesões no seu filho e nos adversários!

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JÁ NÃO HÁ DESCULPA…

J

á não há desculpa para não treinar antes, depois ou até pelo meio de um dia de trabalho! Deixamos, como sugestão, 4 tipos de treino que queimam muitas calorias: TABATA, aula de RPM/Spinning, aula de Zumba e um HIIT (Treino intervalado de alta intensidade).

Fonte: Maria João Liso – Instrutora e Personal Trainer @ Fitness Hut Picoas e Oeiras Fotos de: Liete Couto Quintal LCQ Photography 74


A - TABATA Tabata é um método de treino com um grau de exigência elevado, que aumenta tanto as capacidades aeróbias como anaeróbias. Tem a duração apenas de 4 minutos para cada exercício, 20 seg em execução do exercício + 10 seg de des-canso – 8 séries.

1

Burpees Ótimo exercício com grau de dificuldade alto que trabalha coordena-ção, força, resistência e explosão. O movimento começa com um agachamento seguido de um rápido movimento de colocação das mãos no chão à frente do corpo e um salto que posiciona as pernas para trás, logo vem o movimento de flexão de braços voltando a saltar para frente ficando na posição de agachamento. Eleve o tronco e ao estender as pernas é realizado um salto com os braços para cima.

2

Wall ball Também conhecido como bola à parece, é um exercício muito com-pleto, trabalha pernas e braços em um só movimento e é feito com uma bola medicinal. Coloque os pés afastados à largura dos ombros de frente para uma parede, dobre os joelhos para fazer o agachamento (imagine que se vai sentar numa cadeira) e logo de seguida faça um movimento ex-plosivo esticando as pernas e lançando a bola à parede. Volte a agar-rar a bola, agachar e lançar. 75


3

Kettlebell Swing Enfatiza o trabalho de glúteos e Core. Afaste os pés mais do que a largura das ancas e direcione os dedos dos pés ligeiramente para o lado. Pegue no Kettlebell com as 2 mãos e com uma ligeira flexão nos joe-lhos empurre as ancas para trás (como um agachamento). Mantenhas os braços ligeiramente soltos. Em um único movimento leve o ket-tlebell para trás das pernas e de seguida empurre as ancas para a frente deixando elevar os braços até á altura dos ombros. Permita que o peso balance facilmente de volta para a próxima repetição e mantenha os glúteos e abdominais bem apertados durante todo o movimento.

4

Remadas trx É uma excelente opção de exercício de musculação em que trabalha com o peso corporal focando no trabalho de costas e braços. Segure as pegas e incline o corpo para trás ficando suspenso. Puxe até os cotovelos ficarem ao lado das costelas mantendo sempre o abdominal contraído.

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Flexões de peito Para além do peito a flexão ativa os ombros, dorsais, tríceps e ab-dominais. Em posição de prancha coloque as mãos afastas a largura dos om-bros e alinhadas com os mesmos. Deixe aproximar o corpo do chão de forma uniforme e volte à posição inicial empurrando o chão.

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Mountain Cliembers Este exercício é também conhecido como o escalador tendo como foco o trabalho da parede abdominal. Coloque-se em prancha com as mãos na linha dos ombros apertando o centro e puxe alternadamente o joelho na direção do cotovelo, repita o movimento. Quanto mais rápido o executar, mais intenso se torna o exercício.

B- AULA DE RPM (45min) C- AULA ZUMBA (45MIN) D- TREINO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE (HIIT) HIIT envolve exercícios aeróbicos realizados em máxima intensidade por um curto período de tempo, intercalados com momentos de descanso. 1 - 10 min Corrida 2 - 10min Remo 3 - 10min Elíptica

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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

QUINTA EDIÇÃO TALENTOS DA LINHA

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ia 9 de Setembro pelas 21h30 o palácio do Egipto em Oeiras, acolheu a grande final da 5ª Edição do concurso talentos da Linha. Um projecto da mentora Sandra Silva apresentador e actriz, que tem como principal objectivo ser uma plataforma de aprendizagem e investimento na formação de futuros talentos que desejam progredir na área da Moda, Canto ou Dança.

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A plateia estava cheia de convidados que esperavam ansioso este grande momento de arte e espetáculo. Um painel de jurados avaliou e elegeram os melhores nas diversas categorias. Foi sem dúvida uma noite de muitas emoções e glamour, acolhida pela linda vila de Oeiras . PARABÉNS a Sandra Silva e a toda a sua equipa de produção.


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Créditos José António Marques - MISTO


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

CONCERTO LILIANA MARTINS

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produtora UP Music Talents apresentou no passado dia 9 de Setembro mais um grande espetáculo no Centro Cultural Olga Cadaval. “Meu Tempo” de Liliana Martins foi apresentado ao público de Sintra numa sala praticamente lotada que vibrou fortemente com a actuação da artista. Em palco esteve também

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Madalena Gil, a pequena Amália do musical “Amália” de Filipe la Féria, de quem Liliana Martins é Madrinha de Fado. “Meu Tempo” é também o título do mais recente álbum da artista natural de Sintra, no qual nos leva numa viagem no tempo, fundindo o fado com a música tradicional popular e contemporânea.


Créditos Mário Carvalho e Luís Miranda

Patricia Cruz,Joao Serra Fernandes,Liliana Martins,Ana Feranndes e Luis Taborda

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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

ESTREIA “PORTUGAL EM REVISTA” Parque Mayer

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de Setembro foi a data escolhida para a estreia da nova Revista do Parque Mayer “Portugal em Revista”. A casa estava cheia e uma imponente passadeira vermelha rececionava uma multidão de convidados que ansiavam por assistir ao mais recente sucesso do empresário Hélder Freire Costa. Como já vem sendo habito

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um elenco de luxo dava vida e cor ao cartaz que anunciava esta grande revista com nomes tao sonantes como Paulo Vasco, Flávio Gil, Miguel Dias, Susana Cacela, Rosa Villa, Patrícia Teixeira, Pedro Silva e Salomé Moedas. Uma noite única cheia de magia e cor com um guarda-roupa fabuloso e cenários dignos de um autêntico conto de fadas. PARABÉNS a todo o staff.


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COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

Exposição de pintura

“ESTRANHO PODER DE SONHAR” DE SICHO ART

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MAC acolhe entre 8 e 29 de Setembro a exposição e pintura sobre tela de Sicho Art. Um trabalho feito com mestria que não deixou ninguém indiferente. A explosão cromática em algumas das telas, ou a utilização do acrílico, o aquoso, faz do trabalho do pintor uma forma de arte particular e inimitável.

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Telas com rostos de olhares penetrantes que são autênticas torrentes de emoções, que saltam e nos invadem. O espaço onde se encontravam as obras encheu-se de um conjunto antagónico de emoções, entre a tristeza e a alegria, a apatia, o receio, o sonho, esse sempre presente, pelo menos por parte do Artista.


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Créditos - MAC


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

GALA MISS CABO VERDIANA 2017

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oi a 16 de Setembro no Hotel Real em Oeiras que se realizou mais um concurso Miss Cabo-verdiana Portugal 2017 . 12 Candidatas desfilaram diversos looks da autoria de vários parceiros onde destaco a estilista Ana de Sá Fashion Designer com uma coleção arrojada e cheia de glamour.

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A Designer Cátia Ruela criou mais uma vez a coroa que foi entregue a vencedora. Claudina Correia mentora deste projecto vê assim mais uma edição deste concurso concretizado com sucesso. Paulo Mascarenhas foi fotógrafo oficial do evento,embora também tenha estado presente o fotografo Mário Rui Santos.


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Créditos Paulo Mascarenhas Mário Rui Santos


LITERATURA POR LEONOR NORONHA

Descomplicar a adolescência Cristina Valente é psicóloga e coach parental. E é também a autora de O Que Se Passa na Cabeça do Meu Adolescente?; todos sabemos que a adolescência é uma das fases mais complicadas do crescimento e, por vezes, os pais desesperam para conseguir compreender os comportamentos dos seus filhos. Neste livro a psicóloga explica e dá algumas dicas importantes no sentido de ajudar os pais a atravessarem esta fase de uma forma mais tranquila e pacífica. Seja um pai/mãe proactivo e não reativo, isto é, antecipe-se, planeie e prepare, meticulosamente, como reagir, o que dizer, sentir decidir e não faça tudo “em cima do joelho”. Um pai/mãe preparado dá mais confiança aos seus filhos que, nesta fase, encaram tudo como o maior drama das suas vidas. Nesta altura, os adolescentes encaram os seus maiores problemas em áreas tão distintas como a escola, os amigos, o gosto pelas motas, a ameaça das drogas, o namoro e a sexualidade, a relação com os telemóveis e Internet e o sono, a psicóloga Cristina Valente recomenda que estes dilemas devem ser enfrentados encontrando o equilíbrio entre a obediência e a liberdade. O lançamento deste livro está marcado para dia 4 de outubro, pelas 18h30, na fnac do Oeiras Parque e a apresentação estará a cargo de Carla Rocha, locutora da rfm.

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Alimentação equilibrada Atualmente, há uma grande preocupação com aquilo que se come em prol de uma vida mais saudável e, por isso mesmo, mais feliz. A pensar nesses aspetos e noutros que contribuem para uma vida melhor, a nutricionista Rita Boavida selecionou 150 receitas rápidas e fáceis de preparar de acordo com os princípios da dieta alcalina. Assim, surge no mercado As Receitas do Fator ph; aqui o sabor encontra a saúde numa seleção de refeições práticas de preparar que lhe vão oferecer mais saúde e bem estar. Este livro destina-se a “todos aqueles que querem seguir os princípios da dieta alcalina nas refeições do seu dia a dia”. Com estas dicas e este tipo de alimentação aprenderá a “substituir o consumo de alimentos acidificantes pelo consumo de alimentos alcalinos, com receitas deliciosas, nutricionalmente”. Nada ficou esquecido: panquecas, pudins doces e salgados, canelones e até um delicioso cheesecake para adocicar o seu paladar. Como não podia deixar de ser, a nutricionista criou refeições equilibradas que são adaptáveis a toda a gente: vegetarianos, ou intolerantes à lactose ou ao glúten. Através desta alimentação o organismo eliminará toxinas mais facilmente, o sistema imunitário será reforçado e a digestão ficará melhorada. A sua saúde e o seu copro vão agradecer-lhe no final.

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NA PRÓXIMA EDIÇÃO... A ERA

DO FINGIMENTO


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