Revista Inurba, edição de julho2018

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Julho 2018 / nº42

DO RAMO IMOBILIÁRIO EM PORTUGAL

/Consultório da Mente /pág. 4/

/De Dentro para fora/pág. 28/

•ARRENDAMOS

•APOIO AOS

A CASA OU O CÉREBRO?•

Valores de renda assim tão altos para uma população que já por si vive com alguns problemas económicos é um fator de risco para a saúde mental de todos. (Maria Inês Matos)

INQUILINOS ALFACINHAS•

(Nadine Mussá)


ÍNDICE

F ICHA TÉCNICA Direcão: TIAGO BARREIRO Coordenação Editorial: MANUELA PEREIRA Design/Paginação: SILVANA RIBEIRO Artigos e Rúbricas / Fotos: MARIA INÊS MATOS ADRIANO MAIA ANDREIA RODRIGUES SÓNIA MACHADO ARAÚJO AMÂNCIO MARIANA COSTA TIAGO VAZ OSÓRIO NADINE MUSSÁ DR. FILIPE MAGALHÃES RAMOS LEONOR NORONHA SANDRA CUNHA DANIELA MURO CLÁUDIA MANERO EDUARDA ANDRINO DIOGO PINTO NEUSA AYRES SARAH RACHEL ALEXANDRA DE MENDONÇA BRETES AUREA VENCESLAU

Nota: A responsabilidade dos conteúdos e revisão textual é do autor de cada rubrica! A Inurban não se responsabiliza pela informação escrita e organização linguística.


/Consultório da Mente/

•ARRENDAMOS A CASA OU O CÉREBRO?•-------- Pág. 4 /Cantinho do Maia/

•ARRENDAMENTO URBANO•-------- Pág. 8 /Team 4 Health/

•O SEGREDO DOS 8SSSSSSSS•-------- Pág. 12 /As Minhas Crónicas/

•DO LITORAL AO INTERIOR -

A CONQUISTA DE UM TETO •--------

Pág. 14

/Publicidade/

•USHINDI SHOES•-------- Pág. 17 /Fitness Hut/

•VERÃO À VISTA•-------- Pág. 18 /Comer Bem/

•OS 4 PILARES DA SAÚDE•-------- Pág. 24 /Cinema/

•LOVE SIMON•-------- Pág. 26 /De Dentro para Fora/

•APOIO AOS INQUILINOS ALFACINHAS•-------- Pág. 28 /Entrevista/

•UM PERCURSO DE UM GÉNIO AGORA EM LIVRO•-------- Pág. 38 /Filipe Magalhães Ramos/

•O VERÃO E OS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS•-------- Pág. 42 /Folhas Soltas/

•AS ESCOLHAS DO MÊS•-------- Pág. 43 /Psicologia/

•MUDAR DE CASA /Os Pequenos Marqueses/

UM RECOMEÇO INCERTO E ANGUSTIANTE •--------

•BIRRAS E MAIS BIRRAS -

COMO PREVENIR E COMO INTERVIR •--------

Pág. 45 Pág. 48

/Entrevista/

•UMA MARCA COM UMA HISTÓRIA PARA CONTAR•-------- Pág. 52 /Coluna Social/

•MUSICAL “CONQUISTA O SONHO”•-------- Pág. 54 •GASTRONOMIA DA MODA 2018•-------- Pág. 55 •CASAMENTOS KELLY MEDEIROS•-------- Pág. 56 •FATAL 2018 - ENCERRAMENTO E ENTREGA DE PRÉMIOS •-------- Pág. 57 /My Pitbull/

•MY PITBULL FASHION STORE•-------- Pág. 58 /Artigo de Opinião/

•VICISSITUDES DO CONTRATO DE ARRENDAMENTO NO MERCADO ATUAL •-------- Pág. 60 /Armário Sem Chave/

•LOOK PIJAMA•-------- Pág. 62


CO N S U LTÓRIO DA M ENTE

• ARRENDAMOS

A CASA OU O CÉREBRO? • É estranho para todos, a roçar o ilegal, a forma como de repente passámos a ter rendas equivalentes ao salário mínimo. Mas o que é isto?! Somos uma cidade turística, e isso é ótimo, mas com isso vem também um sem fim de implicações práticas na vida do comum dos portugueses. Não temos arcaboiço para receber tanta gente estrangeira sem comprometer as vivências dos locais, ou pelo menos, não nos preparámos para tal. E isso tem resultado em problemas bem complicados. Vivo em Lisboa, e aqui o ataque às rendas é bem declarado. Não podemos ter o T1 médio a 650€ a renda. Quartos sem despesas incluídas a 400€. Casas familiares a 1000€. E sei lá mais o quê. quando a maioria de nós ganha não mais que 700€ mensais. É insustentável! Valores de renda assim tão altos para uma população que já por si vive com alguns problemas económicos é um fator de risco para a saúde mental de todos. E quem sofre as consequências? A sua família, os seus vizinhos, as pessoas com quem trabalha... Conclusão, este problema vai muito além da questão financeira, compromentendo seriamente outras áreas da nossa vida.

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Há cerca de um ano atrás passei por uma experiência de arrendamento que tem tudo de traumático, mesmo que pensem que estou a dramatizar. A casa tinha uma renda média para o que era exigido na altura: central, bom aspeto, servido por

bons transportes... Remodelada ao jeito tuga”, com pinturas luminosas que disfarçavam defeitos graves. Equipamento novo mas de fraca qualidade.

A QUESTÃO É QUE VIVI 3 ANOS DA MINHA VIDA EM QUE CADA DIA ERA UMA AVENTURA. DAQUELAS DESAGRADÁVEIS. Entre chover épicamente dentro de casa, até andar à caça de 3 a 4 gordas e reluzentes baratas, tendo ainda de suportar o cheiro tóxico que ficava depois. Teto da casa de banho a cair. Humidade e bolor por todo o lado. Moveis e roupas a apodrecer. Problemas respiratórios, stress, tampas de esgoto a saltar e a inundar frequentemente tudo à sua volta, e eu sei lá que mais problemas terei eu já recalcado. A verdade é que foram 3 anos de angústia e ansiedade de cada vez que se punha a chave à porta. “O que será hoje?”, perguntava-me sempre, triste por estar a chegar a casa. Triste por estar a chegar a casa? O lar é o nosso porto seguro, o sítio onde nos devíamos sentir bem, tranquilos e capazes de recuperar para o dia seguinte. Já eu sentia-me ameaçada, às vezes mesmo atacada por essa indesejável bicharada, na minha própria casa. Não há nada de material nisto, a perda que senti era no meu bemestar psicológico. E essa não pode nunca estar em causa!


Pensei, como tantos de vós, ir para os subúrbios lisboetas. Teria a calma que procuro a um preço acessível, mas iria perder qualidade de vida, além de que o tempo dispendido em transportes não era compatível com a minha atividade profissional, uma vez que trabalho em vários sítios. Ganhava um lar, perdia 3 horas de vida diária. E voltava ao ritmo de antes: trabalhar-dormir, dormirtrabalhar. Não me pareceu uma aposta realmente eficaz.

Felizmente, o passa palavra de amigos remeteu-me para a minha atual e maravilhosa casa, ainda que com um custo acrescido acima dos 20%. Vale. Cada Cêntimo. Chegar a casa e poder cozinhar tranquilamente sem que algo me caia em cima? Poder estar a descansar no sofá sem ter por companhia uma família de baratas? Hoje aprecio cada momento vivido neste lar, no meu conforto, na minha paz...

CO N S U LTÓRIO DA M ENTE

Agora perguntam-se, e bem, porque raio haveria de ter permanecido tanto tempo? Três anos de mau-estar é masoquismo, certo? Pois bem, aqui voltamos à questão do início: dinheiro. Sempre que me sentava, no meu desespero, em busca de mundos melhores, o meu coração apertava-se perante a realidade dos preços de arrendamento da capital.

Mas será que enquanto procurei estava a ser totalmente honesta? Será que todas as casas que vi e recusei eram realmente inacessíveis, ou seriam apenas desculpas ou laivos de diva? Hoje trago-vos algo sobre a forma como o nosso cérebro processa informação, nomeadamente na procura de casa. A mente fica tão comprometida, tão arrendada, que dá lugar a distorções cognitivas, a erros de raciocínio lógico:

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CO N S U LTÓRIO DA M ENTE 6

1. O efeito do enquadramento: Este efeito diz respeito às estratégias de marketing, e à forma como processamos a beleza duma casa baseada na forma como esta nos é apresentada. Por vezes lemos anúncios que nos descrevem um paraíso tal que, quando de facto visitamos a casa, estamos tão completamente iludidos que não somos capazes de perceber os detalhes menos bons. O truque? Levar uma lista com os pontos essenciais que não podem estar em falta. O resto é acessório. 2. Aversão à perda: Diz respeito à forma como por vezes preferimos evitar perdas a curto prazo do que adquirir ganhos a longo prazo. Por vezes sentimonos ligados psicologicamente ao lugar que habitamos, ao café da esquina, aos vizinhos, à localização, “aquele” supermercado. O truque? concentrar-se nos ganhos reais do novo apartamento, não nos deixando guiar por estas estratégias protetoras do cérebro. 3. Enviesamento da ancoragem: acontece quando confiamos demais na primeira informação que vemos. Por vezes, quando procuramos um apartamento, temos algo tão idealizado na nossa cabeça que tudo o que vemos é regulado por essa informação. O que fazer? Flexibilizar os pormenores que procuramos, através de uma análise de cada detalhe. Se vejo um anúncio dentro do meu orçamento, reparo que se tiver uma localização apropriada, talvez deva abdicar do facto de não ter uma cozinha nova e resplandecente. Cuidado ainda com as agências imobiliárias. Elas muitas vezes usam este efeito a seu favor, mostrando um apartamento que mencionam ter todas as características que procuramos por um preço bastante acessível.

O apartamento é muitas vezes terrível, mas aquela noção de preço ficará para sempre connosco. É importante sermos objetivos no que procuramos, mas mantendo abertura a novas ideias. 4. O efeito de foco: é a tendência de pesar atributos e fatores de forma desigual, atribuindo maior importância a alguns aspetos e menos a outros. Visitou alguns apartamentos, mas acontece que um deles tem uma banheira fabulosa. Agora dá consigo a pender para esse apartamento, embora a banheira não esteja na sua lista de prioridades. Como contornar o efeito? Ao tomar uma decisão, faça uma pausa para identificar primeiro todos os atributos e dar-lhes ponderação racional (até pode dar pontos do que significam para si). Embora raramente façamos uma decisão com base apenas nas necessidades, não deixe que um “objeto brilhante” supere a sua racionalidade.


5. O Efeito de Von Restorff: os pormenores negativos têm mais probabilidade de ser lembrados. Quando vamos visitar um apartamento com uns mosaicos que consideramos horripilantes, é esse o detalhe que ficará sempre na nossa mente, mesmo que na verdade não tenha relevância alguma a nível prático. Não deixe que isso mude o foco dos aspetos realmente importantes. Concentre-se na imagem global e não deixe um só elemento estragar todo o potencial do espaço. 6. Estereótipos: como bem sabemos, os estereótipos são erros generalizados de julgamento. Neste caso particular, é estabelecer expectativas ou tirar conclusões sobre um dado aspeto com base numa situação à qual esse aspeto costuma estar associado. Por exemplo, vamos imaginar que já viveu ao lado de um grupo de brasileiros particularmente barulhentos. Ao procurar um novo apartamento, se uma

7. Correlação ilusória: acontece quando associamos duas variáveis, por exemplo dois comportamentos ou acontecimentos, e as julgamos interligadas, mesmo que não haja qualquer relação entre ambas. Se você costumava ouvir falar ou passar por certo bairro com má fama, essa zona será automaticamente desconsiderada, mesmo que não tenha real noção da veracidade desses argumentos. Lembrese, como ficou dito atrás, que o nosso cérebro tem tendência a prestar menos atenção a informações relevantes e atribuir um peso excessivo a aspetos menos importantes, que nos podem afastar completamente de uma casa com imenso potencial. A procura de uma nova morada é sem dúvida difícil e stressante, mas não convém tornar o processo ainda mais complexo, dando importância a critérios irrelevantes.

CO N S U LTÓRIO DA M ENTE

das hipóteses for viver ao lado de um vizinho brasileiro, é possível que você desconsidere essa opção. Calma, os estereótipos não acontecem por causa de pensamentos agressivos ou indelicados, mas para simplificarmos o pensamento, poupando-nos energia mental preciosa. E por isso fazemos um atalho. Mas cuidado, raramente esses atalhos são sinónimo de uma boa tomada de decisão. Tenha atenção aos processos mentais que estão na raiz dos impedimentos que coloca ao procurar casa. Ouça os seus pensamentos.

O essencial é descomplicar!

Texto: Maria Inês Matos - Psicoterapeuta www.facebook.com/ines.hipnoterapia

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CA NTINHO DO MA IA

• ARRENDAMENTO

URBANO•

Cumprimentos para este mês de Julho, caros leitores. O Verão avizinha-se, mas antes de nos debruçarmos sobre temas mais estivais, ficou o convite este mês aos colaboradores da Inurban para falar sobre o boom do mercado imobiliário. Acedi ao convite pela minha experiência nesta área, experiência essa que não obstante ser ainda curta já me permite ter uma visão panorâmica sobre o mercado, ainda que limitada à região da Grande Lisboa, e em particular à zona de Almada, onde atualmente resido.

O MEU INVESTIMENTO NO RAMO IMOBILIÁRIO COMEÇOU APENAS ANO PASSADO. Conjugação da necessidade que sentia (e sinto) de complementar o rendimento familiar, atentos os elevados custos associados a viver na região de Lisboa, e da disponibilidade de algum dinheiro vindo de retorno de investimentos que fizera anos antes e da herança que recebi após o falecimento da minha mãe, achei que seria a melhor opção para ter algum retorno minimamente significativo (porque, como se sabe, ter o dinheiro no banco é hoje em dia basicamente o mesmo que tê-lo debaixo do colchão).

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A primeira coisa que me apercebi, e continuo a aperceber, é que o mercado imobiliário estava e está em franco reboliço.

A renovação da oferta é constante, e por várias vezes solicitei informações sobre um imóvel que me interessava apenas para receber a resposta que o mesmo já estaria reservado, ou que já tinha mesmo sido vendido. Em jeito de anedota, contaram-me ainda há pouco tempo que existem já casos de tanto interesse em imóveis que vendedores há que optam por agendar uma única visita, com todos os interessados simultaneamente, e com apresentação de propostas em carta fechada, como se de um leilão ou de uma venda judicial se tratasse. Por um lado, este reboliço no mercado significa que com relativa facilidade será possível encontrar exatamente o que se quer. Ou, mesmo que não se encontre de imediato, que a relativo curto prazo tal sucederá. Por outro lado, o reboliço também significa que a casa perfeita pode desaparecer tão depressa como apareceu, e às vezes só conhecendo um vendedor que nos alerte para um bom negócio antes de o mesmo ser publicado faz com que seja possível ter sequer uma hipótese de o chegar a ver. E, por outro lado ainda, este imenso reboliço tem outra consequência, que se vem sentindo cada vez mais, potenciada ainda, creio, pela crescente gentrificação do país em geral, e de Lisboa em especial, cada vez mais apetecível como “paraíso perdido” pelas elites de todo o mundo, de


Com efeito, foi com espanto que li um artigo do Dinheiro Vivo do final do mês de Abril, titulado “Famílias que ganham 4 mil euros já não conseguem comprar casa em Lisboa”. Em 10 das 24 freguesias de Lisboa, um casal com €4000,00 mensais de rendimento (quase 50% a mais da média do rendimento mensal de um casal que trabalhe por conta de outrem nesta cidade) um pedido de empréstimo para aquisição de uma habitação com 120m2 seria liminarmente rejeitada tendo em conta os preços bem superiores a €4000/ m2 praticados nestas zonas, e em mais duas freguesias não haveria garantia de aprovação do crédito. Mais, de todas as freguesias da capital, a mais barata fica ainda por um estonteante valor por metro quadrado superior a 2000. O Porto ainda sofre menos com estes preços, mas os próprios analistas consideram que o aumento de preço no mercado imobiliário, ainda que possa abrandar, não irá parar tão cedo, o que significa que comprar casa, em especial nas grandes cidades e em particular em Lisboa e zonas limítrofes, ficará cada vez mais longe de uma cada vez maior fatia da população. Este cavalgar de preços tem duas consequências principais: uma no mercado de compra e venda, e outra no mercado de arrendamento. No mercado de compra e venda assistese já a um movimento que faz lembrar os movimentos peristálticos de vários órgãos do corpo humano, ou talvez, tendo em conta as consequências, a onda de choque de um terremoto ou da detonação de um engenho explosivo (e daí o tema da revista deste mês): a valorização periférica e em dominó de todas as áreas

circundantes às zonas de preços mais elevados. Por exemplo, em Almada tenho assistido também a um claro aumento do valor médio por metro quadrado do valor dos imóveis, e em especial dos valores das vivendas. Por outro lado, vê-se também a valorização em termos de preço de zonas que historicamente até têm uma fama menos boa, nomeadamente o Miratejo. É claro, então, que com o aumento de preço das habitações em Lisboa, quem deixou de ter capacidade económica para aí adquirir casa se viu e vê agora obrigado a procurar nas zonas circundantes, “empurrando” os preços para cima também nessas zonas graças à lei da oferta e da procura, e por sua vez deslocando também os potenciais compradores dessas zonas para ainda mais longe.

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fazer aumentar os preços das habitações de uma forma impressionante.

Ora, do que referi acima depressa se pode concluir qual a consequência para o mercado de arrendamento: os valores das rendas têm subido em flecha, e da mesma forma peristáltica. Rendas mensais superiores a 1500€ são comuns em Lisboa, e por 1000€/mês já é difícil arrendar um T2 em Oeiras. Aqui chegados, convém que se diga que, pelo menos em Almada (mas imagino que seja assim em muitas outras zonas), o mercado imobiliário está francamente virado para a aquisição para habitação própria, o que também não ajuda ao valor das rendas. Neste momento, e posso dizêlo por experiência própria, virtualmente qualquer imóvel colocado no mercado de arrendamento em Almada tem de imediato garantido inquilino. Quando coloquei o apartamento que adquiri ano passado no mercado, um T2 no Laranjeiro, indicavam-me da imobiliária

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que na zona 400€ a 450€ por mês seria facilmente atingível. Como ofereci o apartamento mobilado, pedi um valor ligeiramente superior. Atenta a reação que tive ao anúncio, que fiz não através de imobiliária mas através de uma aplicação para o efeito, algo me diz que podia ter pedido pelo menos 100€ /mês a mais do que o valor que pedi, e que ainda assim teria garantido inquilinos. Literalmente menos de 5 minutos depois de clicar no botão “publicar” no anúncio de arrendamento do apartamento já tinha recebido pelo menos 3 SMS a demonstrar interesse. Nos 28 dias que o anúncio esteve publicado, foi visto centenas de vezes, e recebi mais de 40 contactos a demonstrar interesse no apartamento. Obviamente que tive algumas propostas pouco sérias, e outras que pura e simplesmente não me interessaram, mas a curto prazo (no final da segunda semana já tinha o contrato assinado) consegui bons inquilinos para o imóvel. E este facto leva-me a uma grande reflexão sobre o estado do mercado imobiliário. Considerarão alguns que não terei qualquer autoridade moral em fazer estas observações, já que na prática estou do lado do “problema” enquanto senhorio, mas não deixa de me espantar o enorme aumento de problemas sociais, económicos e ecológicos que este aumento desmesurado de preços das habitações traz consigo.

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É que não nos podemos esquecer que o número de trabalhadores de rendimentos na média ou abaixo dela que trabalham

nas grandes cidades é muitas vezes superior ao número de trabalhadores de rendimentos mais elevados. E estes trabalhadores de rendimentos mais elevados são os que mais facilmente têm horários mais flexíveis. O que significa que, na prática, o galopar de preços no mercado imobiliário, ao arrastar os trabalhadores de baixos e médios rendimentos para fora das cidades, e em especial Lisboa, está por um lado a obrigar milhares de pessoas a deslocarem-se cada vez para mais longe dos seus locais de trabalho, comprimindo ainda mais o seu tempo disponível em casa (porque têm de se levantar mais cedo para chegar a horas ao trabalho, e acabam sempre por demorar mais tempo nos transportes também no regresso a casa), sobrelotando ainda mais os transportes públicos existentes, já em número insuficiente para fazer face à quantidade de utilizadores atuais, e colocando ainda mais pressão nas vias de acesso às grandes cidades, também elas completamente desadequadas ao volume de tráfego que já se faz sentir, tudo com um efeito nefasto sobre o meio ambiente, e em especial a qualidade do ar que se respira nas cidades e nas zonas circundantes às suas vias de acesso. Já os efeitos económicos são óbvios: desde o aumento do custo de vida para os trabalhadores (pelos gastos adicionais com transportes, já não falando no aumento de preços de produtos e serviços nos locais onde trabalham) até à pressão adicional sobre o sistema de saúde (pelo aumento dos níveis de stress e da deterioração da qualidade do ar), passando pela aceleração do desgaste das vias de comunicação e dos sistemas de transportes públicos, tudo aponta para um efeito negativo na economia de quem já mais dificuldades passa.


CA NTINHO DO MA IA

Historicamente, o movimento entre o centro das cidades e a periferia era cíclico: dependendo da preferência maioritária da elite social, e das condições de vida nas cidades, os preços das habitações flutuavam ao longo do tempo. Hoje em dia não sei se esse ciclo ainda existe, e por isso estamos apenas a sentir os efeitos de uma migração da elite para os centros urbanos, que eventualmente regressará às periferias, ou se tal ciclo desapareceu para não mais voltar. Em qualquer dos casos, interrogome sobre se será sustentável esta progressão a médio e longo prazo, sobretudo considerando que os salários não estão a subir a um ritmo sequer comparável ao do aumento dos preços da habitação.

11 Texto: Adriano Maia


TE A M 4 HEA LTH

•O SEGREDO

DOS 8SSSSSSSS •

A grande impulsionadora, Noemmi Paymal da Pedagogia(P) 3000, fomenta o desenvolvimento integral do ser humano reinventando a educação em seus diferentes níveis através dos novos paradigmas do terceiro milénio; uma educação holística desenhada em função das necessidades e características das crianças da nova era. Assim, a P3000, integra os pressupostos dos 8SSSSSSSS, transversal a qualquer faixa etária, definindo-se com objetivos e respetivas ferramentas a serem utilizadas para os concretizar: 1. SER ANCORADO “Sinto-me conectado com a Terra, equilibrado, enraizado, calmo. Faço crescer minhas raízes antes do tronco, ramos, folhas, flores e frutos”

2. SER FELIZ “Fortaleço a minha inteligência emocional; desenvolvo minha auto-estima; realizo atividades em grupo” Ferramentas de desenvolvimento da inteligência emocional: Muito Amor e Afeto, Paz e Segurança Emocional / Nível Emocional / 3. SER INTEGRAL “Estou consciente e procuro desenvolver todos os níveis do ser humano: físico, emocional, mental, espiritual, social, intercultural, ético, estético e ecológico” Ferramentas bio-inteligentes integrando com todas as inteligências múltiplas / Nível Integral /

Ferramentas bio-inteligentes de enraizamento: Danças, Percussão, Trabalho na terra/ hortas, Massagens pés, Cerâmica, Desporto, Yoga, Artes marciais, Capoeira / Nível Físico /

4. SER SUTIL “Desenvolvo a inteligência intuitiva ou energética” Ferramentas Bio-Mórficas / Nível Intuitivo/Espiritual /

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Ferramentas: Projetos escolares, Trabalhos de investigação...Atividades com resultados a curto prazo, concretos e úteis

Concebendo a educação como um processo de reconexão integral que eleva o nível de consciência, é objetivo da P3000 melhorar o sistema educacional, promovendo o desenvolvimento pessoal e grupal, assim como o bem-estar do Ser Humano e de uma nova sociedade que emerge.

/ Nível Físico e Integral /

NOTA:

6. SER LÚDICO

• Ferramentas Bio-Inteligentes: são práticas pedagógico-terapêuticas de desenvolvimento integral, complementares, naturais, flexíveis e inclusivas.

“Desenvolvo a minha inteligência prática”

“Associo o Brincar ao prazer de aprender; incluo tudo o que é lúdico, o riso, o humor e a alegria” Ferramentas: Integração de jogos nas atividades de sala, as próprias crianças recriam a sua aula com os elementos que o educador lhe dá

TE A M 4 HEA LTH

5. SER PRÁTICO

• Ferramentas Bio-Mórficas: são técnicas que se baseiam na ativação do hemisfério cerebral direito, glândulas pineal e pituitária e campo psíquico/intuitivo e espiritual.

/ Nível Integral / 7. SER CO-CRIADOR “Utilizo a inteligência Co-criadora, a que Co-constrói uma nova humanidade”

• Ferramentas Bio-Reconectoras: reconectam o ser humano à sua essência e à sua natural conexão com outras dimensões.

Todas as ferramentas são válidas para este objetivo / Nível Integral / 8. SER “É a educação que reconecta à essência do Ser, trazendo visão clarividência e Amor” Ferramentas Bio-reconetoras / Nível Espiritual / Texto: Andreia Rodrigues

- Licenciada em Terapia da Fala - Pós graduada em Ciências da Fala (Universidade Católica Portuguesa) - Terapeuta da Fala na Clínica Joaquim Chaves Saúde

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A S MIN HA S CRÓNICA S

•DO LITORAL AO INTERIOR• A CONQUISTA DE UM TETO

As grandes cidades, Lisboa e Porto, atingem níveis históricos nos valores das rendas. Chegamos ao cúmulo de ver um T0 com sessenta metros quadrados em Lisboa por mil euros por mês e já achar normal, ou um T1 no centro do Porto, com poucas condições de conforto e habitualidade, acima dos oitocentos euros. Lisboa caminha a passos largos para valores do metro quadrado próximo dos valores praticados das grandes cidades da Europa.

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O Porto enfrenta um crescente número de pessoas desalojadas, principalmente na zona histórica, que findo o contrato são convidados a sair. A cidade teve um crescimento significativo de turistas e a cada canto temos um hostel, temos

proprietários a alegar necessidade da habitação para si ou familiares de forma a conseguir o imóvel e consequentemente se livrarem da renda baixa e o fazer rentável perante o presente mercado. A alteração das leis de arrendamento reduziu a oferta, os destinos turísticos destacados na Europa como recomendáveis, enchem as ruas de gente de outras nacionalidades e fazem disparar os preços das grandes cidades do país. Atingindo tal procura, que inflaciona também as rendas das cidades vizinhas. Deparamo-nos com uma liberdade abusiva e não só na pártica dos valores exorbitantes, como também nos critérios contratuais surreais, como o número de


Os casos de pouca habitabilidade começam a ser até caricatos e numa era de conforto e evolução deparamo-nos com situações limite, onde um utensílio higiénico inventado há pelo menos três milénios é um luxo só acessível aos mais privilegiados, aos bafejados pela sorte de poder pagar rendas milionárias. Grande número de pessoas, de todos os cantos do mundo, estão com intenções de vir morar em Portugal, elegendo Lisboa e Porto como destinos de eleição, esquecendo-se do interior do país, que pode ser uma excelente alternativa e oferece uma magnífica qualidade de vida.

Comparativamente à qualidade de vida, o interior é uma maravilhosa oferta, valores baixos de arrendamento, custo de vida menor, maioritariamente com maior qualidade alimentar, na oferta de produtos da terra, sem falar na tranquilidade e os impactos que tal serenidade tem na qualidade de vida. São cada vez mais, as cidades do interior que oferecem incentivos, denotando-se uma cresceste preocupação dos nossos governantes para a diminuição da desertificação do nosso país. Consciente de que nem todas as pessoas podem fazer essa escolha, sendo difícil contornar a expansão das grandes cidades, a concentração de oportunidades laborais e de projeção de vida profissional com mais sucesso, será sempre importante incentivar o crescimento das cidades do interior, mostrando que é possível fazer reviver a vida das nossas aldeias.

A S MIN HA S CRÓNICA S

rendas de caução pedidas, ou o cúmulo de muitos proprietários apresentam apartamentos/casas em péssimo estado com a cláusula obrigatória por parte do inquilino de arranjo ou até mesmo instalação de saneamento. Condições aceites, muitas vezes, na gritante necessidade diante da pouca oferta de mercado.

Portugal é um país pequeno, especialmente quando comparado ao Brasil, por exemplo. De Norte a Sul em linha reta, Portugal tem apenas quinhentos e sessenta e um quilômetros de comprimento e duzentos e dezoito quilômetros de largura máxima, ou seja, tudo é relativamente perto. Somos uma população com pouco mais de dez milhões de habitantes e com estradas e transportes integrados, o que ainda torna mais fácil e aliciante a aventura pelo país.

SE AS GRANDES CIDADES ESTÃO LOTADAS, SEM OFERTAS DE HABITAÇÃO, O INTERIOR DE PORTUGAL TEM MUITO A OFERECER.

Exemplo disso temos o crescimento do turismo rural, da produção em grande escala dos produtos biológicos. Portugal é um país rico nas suas paisagens, com recantos históricos e naturais soberbos e perante o nível exagerado de vida atingido nas grandes cidades, as cidades do interior

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A S MIN HA S CRÓNICA S 16

representam uma opção cada vez mais viável. As grandes cidades estão a um passo a bolha imobiliária e situações anteriores na área revelam-nos que será sempre uma situação transitória. Não podemos negar a importância desse crescimento e o impacto positivo no desenvolvimento económico do país, mas é importante equilibrar e estabilizar. Entretanto, paralelamente, que sirva este período de exagero no mercado imobiliário das grandes cidades para encher as nossas cidades do interior, desbravando-se caminhos para a beleza do nosso país de norte a sul, do litoral ao interior.

Texto: Sónia Machado Araújo


Criada em 2015, a Ushindi Shoes quer inovar pelo design, sem descurar a qualidade e conforto a que á habituamos os nossos clientes. USHINDI SHOES - Made in Portugal e o link do site

P UB LICIDA DE

•USHINDI SHOES•

https://ushindishoes.facestore.pt

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F ITNES S HU T 18

•VERÃO À VISTA• AMÂNCIO


REMO COM DIFERENTES INTENSIDADES DE TRABALHO

6 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / M: NÍVEL 5 / H: NÍVEL 8

2

F ITNES S HU T

1

AGACHAMENTO COMPLETO COM BARRA

6 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / M: 10KG / H: 20KG

3

CRUCIFIXO COM HALTERES NUMA FITBALL

19

6 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / M: 4KG / H: 7,5KG


F ITNES S HU T

4

AGACHAMENTOS

UNILATERAIS COM DESLOCAÇÃO FRONTAL

6 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / M: 5KG / H: 7,5KG

5

ATÓMIC PUSH UPS NO TRX

6 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / PESO CORPORAL

6

FUNDOS DE TRICEPS NO BANCO

20

6 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / PESO CORPORAL


BURPEES

6 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / PESO CORPORAL

8

F ITNES S HU T

7

BICICLETA DE SPINNING

5 MIN. / 30 SEG. MODERADO + 30 SEG. RÁPIDO

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AGACHAMENTOS

FRONTAIS COM PRESS DE OMBROS COM BARRA

21

6 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / M: 10KG / H: 20KG


F ITNES S HU T

10

REMADAS NO TRX

5 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / PESO CORPORAL

11

SALTOS PARA BANCOS E TRABALHO DE PLIOMETRIA

5 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / PESO CORPORAL

12

CRUCIFIXO INVERSO COM HALTERES

22

5 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / M: 2,5KG / H: 5KG


PUSH UPS

5 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / PESO CORPORAL

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F ITNES S HU T

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PRANCHA NORMAL E LATERAL NO TRX

5 MIN. / 2 SÉRIES x 12 REP. / PESO CORPORAL

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PASSADEIRA

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6 MIN. / 30 SEG. MODERADO + 30 SEG. RÁPIDO


COM ER BEM

Por Mariana Costa e a Dieta do Tipo de Corpo

•OS 4 PILARES

DA SAÚDE•

Os quatro Pilares da saúde são práticas que nos levam ao nosso máximo potencial. Grande parte de nós anda por aqui á deriva sem saber como atingir os seus objetivos. E de facto é intencional essa sensação, há na sociedade entidades cujo objetivo é baralhar e esconder da população a melhor forma de ser-se saudável e feliz. Existe um grande negócio com lucros na doença e infelicidade. O segredo para uma saúde de ferro e felicidade sem fim não é complicado... são 4 segredos aliás.

ALIMENTAÇÃO / EXERCÍCIO FÍSICO / MEDITAÇÃO / MODULAÇÃO HORMONAL São 4 passos que não têm, nem devem ser implementados de uma só vez. Eles trazem consigo uma aprendizagem única e conhecimento pessoal, no fundo trazem aquilo de que estamos todos á procura... nós próprios, “Quem sou eu?” O PRIMEIRO, e por isso o mais difícil de implementar, é uma Dieta adaptada ao seu estilo de vida.

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Este passo acarreta um esforço de libertação de hábitos ás vezes tão enraizados que teimosamente não se deixam apagar. Mas com força de vontade e apoio profissional é possível corrigir maus hábitos e implementar um estilo de vida saudável e equilibrado.

Procure um nutricionista e comece hoje mesmo um plano! A compreensão do porquê certos alimentos são tão prejudiciais como o açúcar, os refrigerantes, os alimentos processados, as gorduras hidrogenadas como as margarinas, é essencial para a sua desabituarão de os consumir... é quase como uma desintoxicação alimentar. Os benefícios são logo sentidos e recupera a sua energia, o seu sono e o seu corpo de volta!


O QUARTO passo é a modulação hormonal. Esta prática é recente e tem por base a ideia de prolongar a linha da juventude.

Ganhamos força mental ao mesmo tempo que os nossos músculos se tornam também mais fortes e flexíveis. Vai sentir muitas vezes que não consegue mas não deve desistir os resultados são fruto do trabalho... não desista! O TERCEIRO passo é a meditação ou outra prática de mindfulness como passeios na natureza ou o ioga. Nós somos seres espirituais além de físicos... esta visão completa-nos e ajuda-nos a entender o que está por detrás das nossas emoções e a controlar a forma como reagimos. A formula secreta está na pró-acção e não na reacção e lamento dizer mas este trabalho nunca tem fim... trabalhar a compaixão e o amor por nós próprios e pelos outros é algo que nunca está terminado e desta forma estamos também a trabalhar para a comunidade em que vivemos pois as nossas acções e pensamentos têm repercussões a toda a nossa volta.

COM ER BEM

O SEGUNDO passo, o exercício físico, é também muito importante. Devemos adaptar o exercício ao nosso corpo e á medida que ganhamos forma vamos aumentando a carga e intensidade de forma gradual para evitar lesões que podem atrasar todo o processo.

Uma modulação bem executada é absolutamente pessoal e adaptada a cada indivíduo e utiliza hormonas bio-idênticas nas proporçôes perfeitas. Esta prática utiliza cremes de testosterona, estrogêneos, progesterona, DHEA, hormona de crescimento em doses mínimas que repõem a falta de produção que se dá com a idade ou problemas metabólicos. Sem interferir com a produção natural das suas hormonas... desta forma a linha da juventude prolonga-se até ao dia em morremos. Como uma lâmpada que brilha até ao ultimo segundo... sem doença! Sem doença e no nosso maior potencial podemos fazer todos um trabalho espantoso neste planeta lindo... cuide de si, ame-se para quebrar as correntes que o/a puxam para baixo e o/a adoecem... Acredite em si... eu acredito! Se tratar bem do seu espirito não precisa preocupar-se com o seu corpo!

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CINEMA

• LOVE

SIMON•

OS DRAMAS DE SAIR DO ARMÁRIO NO LICEU

O liceu pode ser um verdadeiro drama para um adolescente na flor da idade. Esta é a altura da vida onde os segredos fazem parte do dia-a-dia e no caso do Simon, o seu segredo acarreta um grande receio de aceitação. Este jovem é gay mas ainda está no armário e não tem coragem de se assumir perante a família e a escola. Esconde o segredo, mente e oculta de todos com receio de a notícia não ser bem recebida pelos seus. As dúvidas angustiam este jovem que vai ter agora uma das maiores provas da sua vida. Apesar de já conhecer a sua orientação sexual há vários anos, Simon mantém-se afastado de tudo o que possa indiciar que é gay e ainda anda há procura do seu primeiro amor. Tudo muda quando a amiga Leah o chama a atenção para um jovem incógnito que se assume gay, com o pseudónimo Blue, num portal online de “mexericos” do liceu. Simon ganha coragem e começa a trocar mensagens via email com Blue e começam a perceber que partilham muitos dos mesmos receios, os mesmos problemas, as mesmas dúvidas. Começa aqui um amor que pode mudar a vida de ambos no que diz respeito à sua sexualidade.

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Mas um liceu sem uma boa dose de bullying não é um liceu. Depois de descobrir a troca de emails entre Simon e Blue, Martin começa a chantagear o jovem, apenas em troca de uma ajuda para seduzir a amiga Abby. O receio de uma saída do armário forçada leva Simon

ao desespero e a fazer coisas que podem mesmo afetar as suas amizades e até mesmo a sua crescente ligação a Blue. Tudo pelo medo de se saber que é gay. Ao mesmo tempo que vai cedendo aos pedidos de Martin, Simon está cada vez mais apaixonado por Blue e começa uma incessante procura de quem é a pessoa por detrás daqueles emails. Uma história simples sobre uma realidade que afeta muitos jovens como Simon. Este filme é uma forma de desdramatizar algo que nos dia de hoje já não deveria fazer sentido. As opções são de cada um e nada muda pelo simples facto de se gostar de alguém do mesmo sexo. Uma comovente história de descoberta e de amor que conta com um elenco muito jovem e alguns rostos conhecidos da famosa série do Netflix 13 Reasons Why.


TOP E FLOP

KINGS

DEADPOOL 2

(5 DE JULHO) Com Halle Berry e Daniel Craig nos principais, Kings conta a história de um dos raros habitantes brancos na zona de South Central, em Los Angeles que auxilia uma mãe solteira que tenta proteger um grupo de crianças dos violentos motins que tiveram lugar durante o julgamento de Rodney King.

LEVIANO

O anti-herói da Marvel com o seu humor corrosivo voltou a fazer das suas e a mostrar que não é preciso um grande orçamento para fazer um filme de sucesso. Com um quarto do budget de Vingadores: Guerra Infinita ($400 milhões), Deadpool 2 conseguiu a terceira maior estreia do ano atrás de Vingadores e Black Panther, com $134 milhões e já ultrapassou a marca dos 500 milhões em todo o mundo. Pode não ser um príncipe encantado e requintado, mas conquistou definitivamente os corações dos espectadores.

CINEMA

ESTREIAS JULHO

(5 DE JULHO) Na entrevista mais esperada do ano, as irmãs Adelaide, Carolina e Julia Paixão unem-se com a sua mãe Anita para recontar passo-a-passo, os acontecimentos que deram origem a um dos casos mais polémicos de sempre em Portugal. A longa-metragem do lusocanadiano Justin Amorim chega aos cinemas em Julho.

MAMMA MIA 2 (19 DE JULHO) O musical baseado nas músicas dos Abba está de volta para uma sequela, que promete voltar a pôr toda a gente a cantar os grandes sucessos da banda sueca. Meryl Streep, Amanda Seyfried, Colin Firth e Pierce Brosnan estão de volta para dar seguimento ao grande sucesso de 2008.

STAR WARS, HAN SOLO: UMA HISTÓRIA DE STAR WARS A mina de ouro do mundo Star Wars pode estar a esgotar-se. O último filme do universo criado por George Lucas revelou-se um flop, um termo que não lhe costuma estar associado. O filme que retrata as origens de uma das personagens mais populares de Star Wars, Han Solo (interpretada originalmente por Harrison Ford) ficou muito aquém das expectativas. Apesar de um bom fim-de-semana de estreia, as receitas de bilheteira caíram abruptamente na segunda semana, uma queda de cerca de 65%, sem conseguir sequer atingir o valor do orçamento total do filme. Terá a Disney tirado o encanto de Star Wars?

Texto: Tiago Vaz Osório

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D E D ENTRO PA RA FORA

•APOIO AOS

INQUILINOS ALFACINHAS • Conheça o movimento “Morar Em Lisboa” e a “Habita”, da qual faz parte, instrumentos humanos valiosos para que não esteja sozinho na luta para ficar na casa que sempre conheceu. A situação do arrendamento a longo prazo nas grandes cidades já é amplamente conhecida. Com a gentrificação, fomento ao Turismo, arrendamento a curto prazo e alojamentos locais, os habitantes naturais das cidades vêem-se obrigados a abdicar da zona da cidade onde por vezes viveram a maior parte das suas vidas e optar por zonas periféricas. Lisboa está a fugir das mãos dos alfacinhas e a cair nas mãos de empresas de alojamento e investidores estrangeiros, mas mesmo quando parece que há pouco a fazer, existem métodos de obter informações e apoio para que os locais consigam defender o seu direito a permanecer numa cidade que é sua. A Inurban entrou em contacto com uma associação e um movimento que apoiam os habitantes, para que estes não sejam induzidos em erro por falta de informação, para que estes conheçam e exerçam os seus direitos e procedam a todos os passos possíveis para assegurar que não os obrigam a sair de sua casa.

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Falamos na “Habita” e no movimento “Morar em Lisboa”, que tiveram a gentileza de responder a algumas

perguntas sobre o seu trabalho na área do apoio ao inquilino. HABITA Simone Tulumello e Rita Silva falaram em nome da “Habita”, fique a conhecer esta associação e no que pode contar com ela. “Habita” é uma organização ativista que tem como objetivo a defesa e promoção do direito à habitação e à cidade. “Habita” pertence a várias redes internacionais e congrega ativistas com experiência de trabalho em diferentes áreas ligadas ao direito à habitação. Ao longo do tempo, “Habita” tem desenvolvido um diálogo com diferentes organizações, assim como com entidades governamentais em várias instâncias, batendo-se pela dignidade humana e pelos direitos fundamentais. Surgiu em 2005, como coletivo dentro da Solidariedade Imigrante; e se constituiu em associação em 2012. Está baseada em Lisboa e têm trabalhado principalmente na Área Metropolitana de Lisboa, mas tem também um grupo ativo no Porto. Mais recentemente, “Habita” tem criado pontes com lutas em outros contextos nacionais, por exemplo em Beja. “Habita” adota um vário leque de estratégias para perseguir os seus fins: desde ações diretas de protesto e resistência a despejos sem solução, até o suporte à organização em bairros


QUAL É A VOSSA POSIÇÃO PERANTE O ALOJAMENTO TEMPORÁRIO?

autoconstruídos; desde participação em redes de vária natureza, até a proposta política e o dialogo com os atores institucionais; desde a organização de debates académicos e políticos, até o aconselhamento a pessoas e famílias em situação de precariedade habitacional. “Habita” tem colaborado com pessoas que têm trazido um vasto leque de experiências e competências, e principalmente advogados e investigadores universitários. Ao mesmo tempo, “Habita” privilegia uma perspetiva política à uma tecnocrática, e, no seu seio, todas as competências, sejam elas reconhecidas formalmente ou menos, são respeitadas em nível paritário. QUAL É A VOSSA PERSPECTIVA DA SITUAÇÃO IMOBILIÁRIA EM TERMOS DE COMPRA E ALUGUER DE IMÓVEIS FACE AO BOOM TURÍSTICO?

O alojamento temporário não é habitação. Por esta razão, deve ser avaliado e licenciado tendo sempre em consideração prioritária a perseguição do direito à habitação. Isso significa que, em contextos de grande pressão imobiliária e turística, o alojamento temporário deve ser fortemente limitado e, em certas circunstâncias, proibido em contextos residenciais.

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Muitas cidades portuguesas atravessam uma profunda crise habitacional, causada pela interseção de antigas precariedades habitacionais (por sua vez produzidas por décadas de política de habitação ausente ou direcionada a suportar as classes médias e a financeirização da habitação) com as pressões recentes da especulação imobiliária. Neste sentido, assistimos a uma aceleração da transformação da habitação de direito em mercadoria, processo que tem uma longa história no país e fora dele.

3. DE QUE MODO A LEI PROTEGE O LADO DO INQUILINO? A legislação portuguesa está historicamente enviesada em favor da proteção da propriedade em detrimento do direito à habitação. Legislação e políticas ativas têm fomentado a corrida à habitação de propriedade – considerada a única forma estável de habitação. O aluguer, assim, tem-se historicamente mantido como solução de segunda, por grupos que não conseguiam aceder à propriedade ou ao crédito. Estes últimos, num contexto de falta de investimento público, foram “protegidos” só pelos congelamentos das rendas, permitindo-lhe acesso a um património residencial sempre mais

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degradado. Processos complexos de financeirização da habitação e suburbanização (que fomentaram a utilização de edifícios nos centros como ativos financeiros e a especulação nos subúrbios) criaram um mercado fortemente polarizado entre quem tinha acesso às rendas congeladas e quem não. As recentes reformas, em vez de atacar as problemáticas estruturais no acesso á habitação, têm retirado qualquer poder aos inquilinos, e transformado definitivamente a habitação em mercadoria. QUAIS OS DIREITOS DOS ARRENDATÁRIOS QUE PRETENDEM DESTACAR? O direito à habitação deveria ser garantido da mesma forma para proprietários e arrendatários – o que, hoje em dia, não se verifica. Em particular, a legislação e as políticas públicas deveriam garantir aos arrendatários: i) estabilidade nos contratos (estimulando contratos de longo prazo e proibindo despejos a quem não tem alternativa no mesmo contexto urbano) e ii) qualidade da habitação (obrigando os senhorios a manter as habitações a arrendar em condições de salubridade e bom estado). O QUE PODERIA SER FEITO PARA PROTEGER OS INQUILINOS PERMANENTES DOS EFEITOS DO ARRENDAMENTO A CURTO PRAZO?

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Por um lado, a regulamentação e forte redução do mercado do arrendamento a curto prazo pode contribuir para arrefecer o mercado da habitação. Pelo outro, é necessário reformar a legislação existente para proteger o “direito a ficar” (right to stay put) de quem não tenha acesso a outra habitação no mesmo contexto urbano. Em geral, é através

de regulamentação e intervenção pública que será possível criar um mercado da habitação realmente acessível para todas as classes. QUE SITUAÇÕES IRREGULARES VERIFICAM NO ARRENDAMENTO NA CIDADE ONDE ACTUAM? Arrendamento sem contrato. Péssima manutenção dos apartamentos – em muitas situações causando situações prejudiciais á saúde dos inquilinos. Desrespeito dos termos legais de comunicação e alteração dos contratos. Pressões para terminar contratos que podem chegar a ser bullying. Os contratos de arrendamento para habitação estão a ser feitos com duração de um mês até um ano, o que é muito pouco, provocando grande instabilidade nas famílias e a previsão constante de aumentos abusivos de renda. QUE TIPO DE QUEIXAS RECEBEM E COMO AS PROCESSAM?


DE QUE MODO LIDAM COM SENHORIOS E INQUILINOS? FAZEM MEDIAÇÃO DA COMUNICAÇÃO? Trabalhamos sobretudo na organização dos inquilinos. No mercado privado, Habita tem suportado os inquilinos na defesa dos seus direitos face aos senhorios. No setor público, temos suportado a comunicação entre inquilinos e autoridades de gestão. Recebemos uma grande variedade de queixas ligada com diferentes precariedades no arrendamento. A Habita, por um lado, (in)forma os inquilinos a fazer respeitar os seus direitos legais e, pelo outro, fomenta a criação de redes de suporte mútuo entre pessoas afetadas, na convicção que a luta pela habitação deve ser coletiva. QUAL FOI A SITUAÇÃO MAIS DRAMÁTICA QUE ACOMPANHARAM A NÍVEL HUMANO? Despejos de pessoas doentes e idosas sem que houvesse qualquer alternativa, sem que o Estado também desse resposta. É um mito, esse que as pessoas com mais de 65 anos estão protegidas. Não estão! Apenas uma pequena minoria dessas é que está (mesmo com as novas leis que estão agora a discutir). QUAL FOI A SITUAÇÃO MAIS ABSURDA DE ARRENDAMENTO QUE OBSERVARAM?

TÊM LIGAÇÃO A OUTRAS ASSOCIAÇÕES DO GÉNERO DENTRO OU FORA DO PAÍS? SE SIM, QUAIS?

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Muitas! Casas muito degradadas, onde as rendas são elevadas e mesmo assim não há obras, nem há intervenção fiscalizadora do município. Agora com a euforia especulativa, quartos ou casas para arrendar a preços absurdos que são do tamanho de uma casa de banho ou às vezes pequeníssimas lojas adaptadas.

Em Portugal, Habita participa na Assembleia dos Bairros e na rede Stop Despejos, faz parte da Morar em Lisboa alem de colaborar com entidades de vária natureza (ativista, académica, política). Habita é membro fundador da rede internacional European Action Coalition for the Right to Housing and to the City. COMO PODEM SER CONTACTADOS PARA PEDIDOS DE AJUDA E INTERVENÇÃO? No atendimento presencial (terças feiras a partir das às 15h30 até às 20h, no MOB, Ruas dos Anjos 12 F, Lisboa), pelo Facebook e por email (habita.colectivo@ gmail.com). A “Habita” deixou ainda uma nota final: A crise habitacional que temos hoje é muito grave e vemos que as políticas

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que estão a ser propostas continuam muito aquém do que é necessário fazer para chegarmos a ver respeitado o direito à habitação. O viés continua a ser sobretudo neoliberal e sabemos que o problema da habitação não se vai resolver pelo mercado, se este continua desregulado e num contexto onde permanecem fortes apoios (de políticas) à especulação. MORAR EM LISBOA O movimento “Morar Em Lisboa” (MEL) é uma plataforma/colectivo onde convergem ideias, vontades e dinâmicas de mais de 30 associações e 40 especialistas na questão urbana, visando a discussão e elaboração de propostas para uma política pública de Habitação transparente e colaborativa, acompanhada e participada pelos cidadãos. Tem-se destacado no panorama português pela pressão que tem exercido junto do poder político (local e central), mas também pela sensibilização da sociedade civil. Considera urgente e imprescindível colocar e manter na primeira linha da agenda política nacional o tema da Habitação e do Direito à Cidade. O movimento formou-se nos últimos meses de 2016 e apresentou-se à sociedade portuguesa em Janeiro de 2017 com o lançamento de uma Carta Aberta pelo Direito à Habitação que conta já com mais de 4700 assinaturas, número significativo para o contexto português.

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“Tínhamos como objectivo aproveitar a janela de oportunidade estratégica até Outubro de 2017, em virtude da aproximação das eleições autárquicas, pois percebíamos que era um momento relevante para pressionar o poder político central e local para a temática do direito à habitação.

O “MEL” formou-se em Outubro do ano de 2016 mas só ficou público em Janeiro de 2017, com a publicação da Carta Aberta, tendo, desde logo, uma expressão importante nos media portugueses e na sociedade civil, sobretudo em Lisboa.

O “MEL” actua pelo direito à habitação em Lisboa, embora esteja aberto a trabalho em rede, com outras cidades e territórios nacionais e internacionais. Temo-nos destacado no panorama português pela pressão que tem exercido junto do poder político (local e central), mas também pela sensibilização da sociedade civil. Participamos em audições parlamentares, reunimos com os políticos de todos os partidos, e


de especialistas em estudos urbanos (Arquitectura, sociologia, geografia, economia, urbanismo,…), mas o núcleo da coordenação do “MEL” é composto sobretudo por associações de bairro e 3 especialistas/académicos. QUAL É A VOSSA PERSPECTIVA DA SITUAÇÃO IMOBILIÁRIA EM TERMOS DE COMPRA E ALUGUER DE IMÓVEIS FACE AO BOOM TURÍSTICO? Lisboa está a viver um pico de projeção internacional enquanto destino turístico, ao mesmo tempo que o seu mercado de habitação adquire formatos de ativo financeiro e atrai dinâmicas globais de procura e de investimento estrangeiro.

com os candidatos às eleições para a Câmara Municipal de Lisboa, reunimos e apoiamos estudantes e investigadores, falamos frequentemente com vários órgãos de comunicação social, nacionais e internacionais, participamos em festivais, desfiles, exposições. O grande objectivo é alertar a consciência cidadã e a opinião pública para a crise da habitação em Lisboa. Entre os nossos subscritores públicos contamos com mais de 4 dezenas

Este processo foi alavancado por programas governamentais do anterior governo durante o período da austeridade e pela viragem neoliberal na política urbana, esta última desde já o início do século XXI. Estes fatores fomentaram a atração de uma procura global e transnacional, colocaram o mercado de habitação lisboeta no mapa-mundo e favoreceram a financeirização do imobiliário e a reestruturação urbana na capital portuguesa. A habitação não é hoje vista como um direito do Estado Social mas como mero ativo financeiro que serve a reprodução de capital através da especulação imobiliária e produção de mais-valias. Assiste-se também a uma gentrificação turística, mediante a transformação dos bairros populares e históricos da cidade centro em locais de consumo e turismo, pela expansão da função de recreação, lazer ou alojamento turístico/arrendamento de curta duração que começa a substituir gradualmente as funções tradicionais da habitação para uso permanente, arrendamento a longo prazo e o comércio local tradicional de proximidade, agravando tendências de

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representantes em vários órgãos (Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Assembleia da República) e organizações, informamos os media, elaboramos pareceres relativamente a políticas, organizamos debates, por exemplo, o que fizemos

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desalojamento e segregação residencial. Os bairros são esvaziados da sua população original ou impede-se a população de baixo estatuto socioeconómico de aceder à habitação nessas áreas, colocando em risco a resiliência do centro histórico. Contudo, o turismo e a expansão do alojamento local parecem-nos agora fatores secundários e conjunturais face a fatores mais estruturais como as forças globais das geografias do investimento de capital. QUAL É A VOSSA POSIÇÃO PERANTE O ALOJAMENTO TEMPORÁRIO? Reconhecemos e não questionamos a importância e o interesse estratégico da Indústria do Turismo para a economia do país e da cidade. Sublinhamos que a atividade turística não pode decorrer de uma situação meramente conjuntural, devendo ser planeada sob uma visão sustentável e integrada. Entendemos que o risco de uma carga turística desregrada, intensa e tendencialmente excessiva, e a exploração intensiva e não planeada de um território, são geradores de insustentabilidade e, a curto prazo, podem mesmo revelar-se destruidores. Consideramos inadiável que se regre, se controle e se equilibre o uso temporário e de curto prazo da habitação para efeitos turísticos (alojamento de curta duração) e se apoie e se dinamize o alojamento permanente. Sabe-se que a expansão do alojamento local tem distorcido o mercado de habitação da cidade, pois desvia propriedades do uso residencial permanente para o uso turístico, por questões de rentabilidade. Fazemos notar que noutras cidades, na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, se vivem situações idênticas mas

onde os respectivos governantes tomaram já medidas diversas em defesa da vida das cidades e dos cidadãos. Entendemos que é necessária uma nova política de habitação e de ordenamento do território, uma Lei de Bases da Habitação, uma política fiscal diferenciadora dos vários usos da habitação. DE QUE MODO A LEI PROTEGE O LADO DO INQUILINO? O Novo Regime de Arrendamento, promulgado em 2012, imposto pela Troika e subordinado aos interesses da propriedade, veio liberalizar ainda mais o arrendamento, aumentar o poder dos senhorios, atualizar excessivamente as rendas e facilitar os despejos, levando à expulsão de muitos habitantes e ao encerramento de atividades económicas, sociais e culturais. Desde a criação da lei, foram accionados 7000 despejos, um aumento de 45% relativamente ao período prélei. Alegando realização de obras estruturais, transmissão de património para descendentes, ou simplesmente aumentando a prestação da renda para valores incomportáveis para o inquilino, o senhorio pode expulsar com facilidade, ainda que nos casos de pessoas com mais de 65 anos ou com mais de 60% de incapacidade isso seja mais complicado de fazer. Por outro lado, o processo de despejo torna-se sumário e não requer disputa judicial se, pura e simplesmente, o inquilino não responder em 20 dias ao senhorio. O proprietário escreve uma carta ao inquilino e se o inquilino, por qualquer motivo, ou não souber ou não responder, essa carta passa a valer como lei, mesmo que seja ilegal, mesmo que seja contra a


QUAIS OS DIREITOS DOS ARRENDATÁRIOS QUE PRETENDEM DESTACAR? O “MEL” considera indispensável a adoção urgente de uma política nacional e municipal de habitação que favoreça e dinamize o arrendamento, público e privado, com direitos e deveres, com segurança e estabilidade, incentive a colocação no mercado de propriedades devolutas (incluindo o património do Estado e dos Municípios), estabeleça parcerias diversas com os setores privado e social, crie mecanismos de controlo das rendas através de uma política fiscal adequada tendo em conta a função social do arrendamento e dificulte e impeça os despejos sem assegurar o realojamento dos residentes. O QUE PODERIA SER FEITO PARA PROTEGER OS INQUILINOS PERMANENTES DOS EFEITOS DO ARRENDAMENTO A CURTO PRAZO? (ver resposta à questão 2) O “MEL” defende e reivindica que todos os contratos celebrados antes de 1990 devem manter-se em vigor independentemente da idade ou do grau de deficiência dos inquilinos, uma vez que foram livremente celebrados mediante o quadro legal existente ao tempo da sua celebração. Reivindica também e como regra a renovação dos contratos celebrados, independentemente dos prazos, para dar estabilidade e credibilidade ao arrendamento e

responsabilidade social à propriedade. QUE SITUAÇÕES IRREGULARES VERIFICAM NO ARRENDAMENTO NA CIDADE ONDE ACTUAM? Degradar intencionalmente o prédio, submeter os moradores a obras constantes, retirar as escalas de acesso ao átrio de entrada do edifício, violentar caixas de correio, amedrontar, cortar eletricidade e água, ainda com os inquilinos a residir na propriedade arrendada. São algumas das técnicas usadas por proprietários no centro de Lisboa para forçar os inquilinos a sair de casa - e, dessa forma, aplicar uma renda mais alta ao imóvel. Chama-se “bullying imobiliário” e há ativistas que defendem que deve ser crime. QUE TIPO DE QUEIXAS RECEBEM E COMO AS PROCESSAM? O “MEL” não processa queixas individuais, contudo, recebe semanalmente, dezenas de denúncias e testemunhos de inquilinos e outros cidadãos que se encontram em situação de despejo ou prestes a serem despejados. Informamos as pessoas a não saírem das suas casas, a resistirem, a nunca assinarem documentação que não percebam, sem aconselhamento jurídico, a dirigirem-se à Associação de inquilinos de Lisboa, Junta de Freguesia ou outros colectivos que os possam informar e auxiliar convenientemente. Quando nos autorizam, divulgamos os testemunhos em campanhas, o que é raro pois o despejo envolve muita vergonha social, daí a sua invisibilidade.

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lei ela passa a ser lei, o que é uma coisa completamente incompreensível. Pode até dizer-se que a Lei das Rendas de 2012 é inconstitucional, porque vem alterar um acordo que tinha sido feito entre as partes, permitindo que uma das partes seja beneficiada.

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QUAL FOI A SITUAÇÃO MAIS DRAMÁTICA QUE ACOMPANHARAM A NÍVEL HUMANO? Temos de conhecimentos de vários casos (tal como relatado na resposta à questão 6), mas talvez o mais complicado que tenhamos conhecimento é o de uma senhora que vive e dorme no seu carro há mais de um ano. QUAL FOI A SITUAÇÃO MAIS ABSURDA DE ARRENDAMENTO QUE OBSERVARAM? As situações mais absurdas que encontrámos para arrendamento em Lisboa: um quarto com 16 metros quadrados, com uma cama de solteiro, em que a wc era uma sanita e um bidé enfiados num antigo armário, a 1.300 euros; muitos beliches enfiados num só quarto, em que podiam ficar até 12 pessoas, pagando cada uma 350 euros. TÊM LIGAÇÃO A OUTRAS ASSOCIAÇÕES DO GÉNERO DENTRO OU FORA DO PAÍS? SE SIM, QUAIS?

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O “MEL” iniciou desde o verão passado um trabalho em rede com outros movimentos e associações de outras cidades afectadas pela turistificação (Barcelona, Veneza, Palma de Maiorca, entre outras) através da assinatura de um manifesto. Este manifesto sobretudo de cidades do sul da Europa acusa que há uma enorme redução na oferta de moradias, ou um aumento exponencial no êxodo de moradores com menor renda e recursos, principalmente em nossos centros históricos. Tal situação resulta em uma grande especulação imobiliária no decorrer da recente crise de 2008/2012, a partir da qual a panaceia do crescimento da indústria do turismo começa a desviar milhares de habitações de uso

permanente para a função de alojamento turístico e hoteleiro. Por isso, em muitas cidades estamos vendo e vivendo diversos movimentos de denúncia, de mobilização e de resistência dos cidadãos aos processos de turistificação que neles estão ocorrendo. Entidades e grupos de activistas e moradores destas cidades vêm se reunindo em diferentes eventos há pelo menos um ano para compartilhar e trocar experiências e conhecimentos, mas para se unirem nas lutas e ganharem escala e massa crítica junto dos poderes políticos locais e nacionais. Diante dos conflitos que surgem com a gentrificação pelo turismo e com a especulação imobiliária, a população local tende a se organizar para defender seus direitos sociais, especialmente o direito à moradia digna e acessível e o direito à cidade. O trabalho coletivo que estamos realizando em nossas cidades geralmente começa com a visibilidade desses conflitos e a consciência deles, a crítica do modelo e a denúncia de suas consequências, e continua com a proposta de alternativas a ele. Exemplos destes últimos são ideias como o estabelecimento de limites à turistificação, adoção de políticas de preços diferenciados para uma habitação acessível, a desturistificação da economia da cidade, acompanhado por políticas de promoção de outras economias justas social e ambientalmente. COMO PODEM SER CONTACTADOS PARA PEDIDOS DE AJUDA E INTERVENÇÃO? info@moraremlisboa.org O “MEL” deixou como nota final: Sentimos que as autoridades apesar de reagirem, estão a fazê-lo tarde, pois ocorreram já muitas centenas de desalojamentos de moradores, sobretudo


O Novo Regime de Arrendamento, promulgado em 2012, imposto pela Troika e subordinado aos interesses da propriedade, veio liberalizar ainda mais o arrendamento, aumentar o poder dos senhorios, atualizar excessivamente as rendas e facilitar os despejos, levando à expulsão de muitos habitantes e ao encerramento de atividades económicas, sociais e culturais.

O “Regime Fiscal para Residentes Não Habituais” e os “Vistos Gold” (Visto de Residência para os chamados Investidores) por sua vez, contribuíram significativamente para a intensificação da especulação imobiliária. O primeiro é destinado a cidadãos europeus comunitários com capacidade económica elevada. O segundo é destinado a cidadãos de outros países e autoriza-lhes residência para exercerem atividades de investimento, nomeadamente a transferência de capitais, criação de emprego e compra de imóveis. Em ambos os casos beneficia os cidadãos estrangeiros com grandes reduções e mesmo isenções de impostos, introduzindo desigualdade entre estes beneficiados pelas promoções e saldos fiscais e os residentes permanentes, portugueses ou estrangeiros, que não têm quaisquer benefícios fiscais. Poderá obter mais informações sobre o trabalho e área de actuação da “Habita” no site http://www.habita.info/ e na sua página de Facebook https:// www.facebook.com/habita.colectivo/

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das áreas históricas do centro da cidade mas com uma tendência crescente para o fenómeno se alastrar. A cidade está a descaracterizar-se de dia para dia. Há já quem fale de disneificação dos espaços da cidade. Na verdade as medidas que estão a ser tomadas são satisfatórias, mas insuficientes para dar conta do problema da gentrificação e da especulação imobiliária. A turistificação parece ser um factor secundário quando comparado com a crescente financeirização da habitação, incentivada pelo governo anterior de direita, em particular a “Lei do Arrendamento de 2012”, a “Lei dos Residentes Não Habituais” e dos “Vistos Gold”. Estas são as causas profundas do problema. Só pela revogação destas leis se conseguirá alcançar algo alternativo à atual situação.

Quanto ao movimento “Morar Em Lisboa”, poderá encontrar mais informações em http://moraremlisboa.org/

Texto: Nadine Mussá

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ENTREV ISTA

• O PERCURSO DE UM GÉNIO, AGORA EM LIVRO (RUI CRUZ)• Ricardinho é um ícone, é a imagem da melhor liga do mundo, um ídolo para muitas das crianças que praticam o Futsal, um atleta de alta competição, um desportista de eleição e onde muitos o olham como um exemplo. Acabou de sair a sua biografia, um livro que será uma referência no mundo do futsal QUANDO SURGIU A IDEIA DESTE PROJETO BIOGRÁFICO, RUI? A ideia, na verdade, já existia há algum tempo, foi como que o amadurecer da ideia e ter um intérprete (não eram muitos), esta paixão acompanha-me há algum tempo, tenho me relacionado, cruzado, com muitas pessoas numa modalidade que eu acompanho, que tem crescido e conquistado o seu espaço. Após lançar (2014) o repto ao melhor jogador do mundo e saber da sua opinião, vendi a ideia a uma editora do grupo Leya, ao qual tive uma resposta positiva, ou seja, era viável. Muita coisa se fez nestes quatro anos, mas com uma maior incidência e intensidade nos último ano, daí até ao produto final a magia aconteceu onde além de muitos outros atributos houve muita dedicação. COMO FOI ESTE PERCURSO?

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Numa primeira fase colaborei apenas como elo de ligação entre o Ricardo e a editora responsável da Leya, nos dois primeiros anos sem grandes avanços,

entre algumas mudanças de várias ordens e aos quais todos eramos alheios, mas mantinha-se a vontade de todos os principais envolvidos. Até que surgem novidades (2017) e o projeto ganha nova vida, era viável e acreditava-se muito neste livro (aqui tenho que destacar duas pessoas, o Ricardo e Maria Patrício), entre reuniões, novas ideias, tínhamos que atacar e por mãos à obra. Foi quando recebi o convite para colaborar para tratar da coordenação de forma mais direta com o autor e editora. Não me via neste papel, mas de imediato aceitei, uma enorme responsabilidade, mas consciente. Foi uma brutal experiência, de aprendizagem também, a qual se tornou muito gratificante e interessante em todos os aspetos, foi como de um sonho à realidade. DURANTE UM ANO E MEIO DEDICASTE-TE A UM TRABALHO DE GRANDE RESPONSABILIDADE. CORRESPONDEU ÀS EXPECTATIVAS? Completamente e em todos os aspetos, desde acompanhar e viver “in loco” todos os passos da sua vida social, privada e desportiva (e que ser ele é, o respeito que ele tem conquistado fora e dentro do retângulo 40x20, impressionante), reunir documentos, gravar áudios, transcrever para word, organizar, tudo claro para depois poder ser editado consoante aquilo que tinha sido pedido e delineado.


Não, de todo, é muito mais que isso. Senão vejamos, no espaço temporal o livro acaba por sair e coincidir, para mim, no melhor momento. Já sobre o conteúdo são 160 páginas, divididas em 3 partes: a minha vida, o meu jogo, e o meu percurso em 10 capítulos, com o testemunho de várias pessoas pelo meio e ainda conta com 5 histórias ilustradas. Sou suspeito, mas este livro é mais rico do que se possa à partida pensar ou imaginar, estamos perante um ser humano com qualidades muito acima da média que assume a sua paixão pela modalidade. QUEM É O RICARDINHO ENQUANTO HOMEM E ATLETA?

QUAIS AS MAIORES DIFICULDADES QUE SENTISTE NA RECOLHA DA HISTÓRIA? Privar com ele é de extrema simplicidade, mas nem sempre disponível, tem sempre compromissos muito importantes e ás vezes o ritmo a que queríamos as coisas não correspondiam, daí o pouco tempo que tínhamos (mas ele mostrou sempre uma total abertura e disponibilidade para

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tudo, impressionante), mas, como se costuma dizer, no fim tudo acaba em bem, mesmo... ESTE LIVRO É UM OLHAR SOBRE A VIDA DE RICARDINHO. POR QUE NESTE MOMENTO DA SUA CARREIRA?

O “MAGO”, como tantas vezes o apelido, demonstra capacidades invulgares, distintas, sempre disposto a evoluir, a inovar, revelando uma criatividade algo fora do comum, pois a superação diária está nos seus genes. Como pessoa é humilde, trabalhador, com um coração gigante, com uma dimensão humana enorme. Para isso é preciso conhecêlo, conhecer a sua história de vida e as privações por que passou! É um exemplo. Nasceu com um dom extraordinário. Cresceu querendo ser sempre melhor a cada dia que passa! Admiro-o, não só pelo extraordinário jogador que é, mas, especialmente, pelo grande homem que tem sido ao longo de uma vida que já lhe foi madrasta!

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ENTREV ISTA O QUE TE LEVOU A ENVOLVERES-TE NA CONSTRUÇÃO DE UMA HISTÓRIA DE VIDA?

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O facto de eu estar ligado à modalidade e de ser um fiel e atento seguidor do “mago”, sou também seu admirador, fã e amigo. Orgulhoso pelas conquistas e percurso que tem feito além-fronteiras, um autêntico porta estandarte do Futsal Português, cada vez mais um embaixador do futsal mundial, é já uma distinta referência do desporto português. Este Livro é uma das formas de ele partilhar ideias, pensamentos, daí o de ter desafiado a contar a sua experiência, vivência, quais os seus valores como atleta e ser humano, sob a forma de conselhos práticos, dicas e testemunhos.

PARA QUEM É ESTE LIVRO? Este Livro é para todos, mas absolutamente imperdível para os fãs do futsal e do seu maior protagonista. pois é como que uma mensagem de amizade, dedicação, persistência, sacrifícios, amor, paixão que ele (Ricardinho) tem demonstrado por esta modalidade, e assim poder ser partilhada com todos, não somente com os que sonham ser como ele. É um testemunho inspirador para quem pretende seguir os passos e os passes de Ricardinho. Mas é também uma lição de força e coragem para todos aqueles que, nesta ou noutra modalidade, querem chegar mais longe.


QUAL A MENSAGEM QUE A HISTÓRIA DO RICARDINHO PASSA?

Eu diria que o livro vale por um todo, num conjunto de 3 partes e não consigo dar destaque ou relevo a uma só parte. Resumindo aqui em poucas linhas, Ricardinho conta-nos como acabou por descobrir o futsal após várias tentativas falhadas no futebol, mas com a determinação que lhe é conhecida, trabalhou e brilha ao mais alto nível. O «Mágico» fala-nos também dos seus métodos enquanto profissional de alta competição e destaca a importância que a alimentação tem, do seu plano de treinos rigoroso ou dos exercícios de recuperação depois dos jogos. Explica-nos ainda o jogo com o seu olhar experiente e astuto, e desvenda-nos aqueles segredos que só um talento tão invulgar como ele conhece.

O livro não só passa o percurso de um génio, como também tem uma parte didática. Podes chegar ao sucesso, venhas de onde vieres. Com trabalho, dedicação, saber ouvir, sorte e talento, é possível. Foi assim que Ricardinho apareceu para revolucionar tudo, pelos campeonatos que passa, pelos clubes e até a forma de entender o futsal. Agora, todas as crianças querem imitar as suas acrobacias impossíveis, com que nos surpreende constantemente.

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A PARTE MAIS INTERESSANTE DO LIVRO É QUAL, NA TUA OPINIÃO?

ONDE O PODEMOS ENCONTRAR (LIVRO)? Numa qualquer livraria. Tem a edição em papel e ebook, tanto se pode adquirir nos locais normais e frequentes de venda, como nas várias plataformas de vendas online. Título: A magia acontece onde há dedicação © 2018, Ricardinho e Oficina do Livro Sociedade Editorial, Lda. Capa: Rui Rosa Fotografia: © Diogo Pinto / FPF Coordenação: Rui da Cruz Edição: Luís Francisco Revisão: Eurico Monchique Ilustrações: Célia Fernandes Design: Fátima Buco / LeYa 1ª EDIÇÃO: JUNHO DE 2018 UMA EDITORA DO GRUPO LEYA O FUTSAL FICOU MAIS RICO? O Futsal é riquíssimo, o Futsal é imparável, e o Ricardo fica na história desta modalidade e no desporto em geral por tudo que fez, faz e ainda vai fazer.

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•O VERÃO•

E OS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS

Com o Verão e as férias surge a oportunidade de se submeter a uma intervenção estética. Mas, muitas vezes, o medo do pós-procedimento faz com que a decisão seja adiada para o final do ano, para o conforto da estação mais fria e pelo fato de querer gozar as suas férias e o sol desinibido dos cuidados de pósintervenção que deve seguir. Mas nem sempre submeter-se a uma cirurgia ou procedimento estético requer ficar em casa durante bastante tempo. Normalmente, a recuperação, quando seguidos todos os cuidados indicados pelos profissionais médicos, é bastante rápida e indolor. Falemos então de alguns procedimentos que poderá fazer nesta época sem perder o sol. O Botox será sempre uma boa opção pois com o sol os músculos da nossa face tendem a contrair e a toxina botulínica pode ajudar a que as rugas de expressão não se intensifiquem. Fazer um tratamento de Botox® antes das suas tão merecidas férias poderá ser um bom método de prevenção. ®

Já os Skinboosters, à base de ácido hialurónico, serão sempre um procedimento a ponderar visto que conferem à derme uma hidratação mais profunda e aconselhada no verão devido ao ressecamento da pele perante o calor. A sua aplicação no rosto ajudará a mantêla jovem e brilhante, mesmo depois de longas horas ao sol.

Falando agora de tratamentos a nível corporal, a Criolipólise torna-se um aliado contra aquelas pequenas gorduras que teimam a notar-se mesmo depois de uma dieta e exercício aconselhado. Devido à sua técnica não invasiva e sem recursos a cirurgia, o congelamento das células de gordura somente nas áreas escolhidas para o tratamento ajuda a reduzir os depósitos indesejados. O Cellutrix® torna-se um aliado contra a celulite, este injetável ajuda no combate da pele casca de laranja que também persiste mesmo após todos os cuidados a nível de alimentação e atividade física regular. Este produto veio tornar-se num aliado contra a celulite.

O VERÃO NÃO É INIMIGO DA SUA VONTADE DE CUIDAR DE SI! EXISTEM SEMPRE PROCEDIMENTOS QUE PODEM SER REALIZADOS PARA PREVENIR E PREPARAR-SE PARA O SOL. CONTACTOS: Porto: /Avenida da Boavista 3523, 3º andar, sala 301, 4100-139/ Lisboa: /Avenida Casal Ribeiro 61, 2º andar, 1000-091/ /22 316 8066/ • /915 127 622/ geral@fmrcirurgiaestética.com Texto: Dr. Filipe Magalhães Ramos


•AS ESCOLHAS DO MÊS • O PODER DA MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL de Rob Roth Oprah Winfrey e Jerry Seinfeld. Ray Dalio e Ellen DeGeneres. Gwyneth Paltrow e Howard Stern. Tom Hanks e Gisele Bündchen O que têm em comum? A resposta é um professor de Meditação Transcendental: Bob Roth Sobre o livro: Em O Poder da Meditação Transcendental, Bob Roth dá-nos a conhecer a forma mais eficaz para reduzir o stress, aceder ao nosso poder interior e construir a resiliência. Livre de truques, linguagem mística e pesquisas demasiado técnicas, este livro é um guia simples e directo para acalmar mente, corpo e espírito. Todos os dias enfrentamos uma crescente epidemia de stress que prejudica fortemente a nossa saúde física e emocional, em idades cada vez mais jovens. É um problema grave que atinge as pessoas em geral, dos CEO às mães que gerem famílias, passando por estudantes universitários, pessoas de todas as raças e idades e de qualquer estatuto económico. É deveras preocupante. Embora não haja uma única cura, há uma prática simples que muda de forma drástica a maneira como respondemos ao stress e aos desafios da vida: a técnica da Meditação Transcendental. Com benefícios cientificamente comprovados - foco melhorado, sono, resiliência, criatividade

e memória, entre outros, - esta técnica com cinco mil anos de idade tem um impacto claro e directo sobre este problema moderno. Sobre a autora: Bob Roth é o mais conceituado professor de Meditação do mundo. Ao longo dos últimos quarenta e cinco anos, ensinou esta prática a milhares de pessoas, incluindo CEO milionários, estrelas de Hollywood, veteranos de guerra e jovens. Actualmente, é CEO da Fundação David Lynch e dirige também o Center for Leadership Performance. Tem um programa de rádio e participa em eventos como Google Zeitgeist, Aspen Ideas Festival, Wisdom2.0 e Summit, onde fala sobre a ciência da Meditação.

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por Leonor Noronha

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por Leonor Noronha

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•AS ESCOLHAS DO MÊS • Quando o copywriter é a vítima do crime, Será também o herói? Em O CRIME EXIGE PROPAGANDA, o mundo da publicidade é o palco de toda a ação. Sinopse: Quando o copywriter Victor Dean morre ao cair por uma escada de ferro em caracol na Pym´s Publicity, uma refinada agência de publicidade de Londres, Lord Peter Wimsey embarca numa investigação secreta para tirar tudo a limpo. Antes do seu final trágico, a vítima tentara alertar Mr. Pym, o dono da firma, para um qualquer comportamento escandaloso que poderia levar a sérias consequências. Fazendo-se passar por um novo redator publicitário, Wimsey descobre que Dean fazia parte de um pequeno e suspeito grupo dentro da Pym´s, cujos hábitos recreativos o ligavam ao submundo do crime. Com o tempo a esgotar-se e o número de corpos a aumentar, Wimsey terá de encontrar a verdade de uma vez por todas, antes que a sua identidade seja descoberta e o assassino volte a atacar... Cocaína, chantagem e luxúria são algumas das palavras que podem ser lidas nas entrelinhas deste clássico policial onde voltamos a encontrar o arrojado e brilhante Lord Peter Wimsey, o intemporal detetive amador criado pela mestre do policial brit‚nico Dorothy L. Sayers.

A Autora: Dorothy L. Sayers nasceu em Oxford, no Reino Unido, a 13 de julho de 1893. Foi uma das primeiras mulheres a licenciar-se pela Universidade de Oxford, em 1915, e em 1921 ingressou numa agência de publicidade, onde foi copywriter durante quase uma década. O seu interesse pela literatura de mistério iniciou-se por esta altura, tendo publicado “Whose Body?”, o seu primeiro romance policial, em 1923, desde logo protagonizado por Lord Peter Wimsey, detetive amador aristocrata que se tornou um dos mais famosos heróis do policial em todo o mundo. A aclamação, quer pela crítica quer pelos leitores, foi imediata, e ao longo de quase vinte anos Sayers publicou onze romances e cinco coletâneas de contos centrados nesta personagem. Em 1930, juntamente com autores como Agatha Christie, Anthony Berkeley ou G. K. Chesterton, fundou o Detection Club, clube de escritores de histórias policiais que ainda hoje se mantém. Considerada uma das maiores autoras da literatura policial do século XX, Sayers foi também professora, poeta, ensaísta, dramaturga e tradutora. Faleceu a 17 de dezembro de 1957.

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UM RECOMEÇO INCERTO E ANGUSTIANTE

Quantas vezes temos que recomeçar do zero? Quantas vezes a vida nos prega partidas e lá vamos nós, iniciar tudo de novo, partindo de um início que afinal deveria ser uma continuação? Quantas situações na nossa vida nos levam a um turbilhão de emoções, que devemos de ter a capacidade de as reorganizar? E essa reorganização não passa simplesmente de um recomeço. Não somos estanques, não vivemos em linha reta e isso faz de nós aquilo que somos. As nossas escolhas têm sempre um objectivo, sejam elas quais forem, é atingir a plenitude de paz e felicidade.

E SE NÃO CONSEGUIMOS QUAL É A NOSSA OPÇÃO? RECOMEÇAR. A mudança de casa é cada vez mais uma constante no dia-a-dia das pessoas. Cada um por motivos diferentes. Mas em todos, ou pelo menos numa maioria provoca uma instabilidade emocional gigante. Melhor do que escrever das teorias que possam existir sobre o que provoca em nós a mudança de casa, é ter o testemunho na primeira pessoa, é ler o que cada um sente. Ficam aqui três exemplos concretos, de como três pessoas diferentes, por motivos diferentes tiveram que mudar de casa e o que provocou nelas.

“E num fechar de olhos tudo muda. Caiu como um peso morto a notícia: - não vamos renovar o seu contrato de arrendamento. Inicialmente fico sem reação mas logo de seguida 1001 questões se colocam: E agora? Para onde vou? Como vou arranjar casa? Se não há casas para arrendar e as que existem estão exageradamente caras, vou ter que comprar? Terá o meu filho que mudar também de escola, de ATL porque mudamos de área de residência? Irei conseguir empréstimo habitação? Sinto-me confusa no meio de tantas incertezas, com medo de tanta insegurança.

P S ICOLOGIA

•MUDAR DE CASA•

Inicío a procura, com uma rotina profissional que não me permite ser “bombardeada” pelos contactos de agentes imobiliários, tento por minha conta e risco, sites e mais sites de imobiliárias entre outros, o receio aumenta, deparo-me com casas inflacionadas, anúncios com informação que mais te faz lembrar a publicidade enganosa dos brinquedos para crianças. Se até hoje não tinha empréstimos bancários, agora, estou á mercê de um banco que me venha a conceder um crédito habitação, e fico aterrorizada pois por motivos profissionais conheço muitas das “burocracias bancárias”. E assim se passa 1 mês (parece que o tempo voou), continuo perdida,

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a estabilidade do passado e inseguranças no futuro não me faz ainda dar o passo de agendar visitas, sei que tenho decisões a tomar, estava eu muito a leste desta realidade”. Susana Ferreira

“O meu nome é Salete e sou alguém que se dá muito mal com mudanças... Todo e qualquer tipo de mudanças... Uma das mudanças que mexe comigo, é a mudança do espaço físico, mais propriamente, mudança de casa. Há dois anos tive que mudar por motivos logísticos, ou seja, onde eu resido, obrigatoriamente as crianças têm que frequentar a escola daquela comuna ou freguesia. Ou seja, não pode viver num sítio e frequentar a escola onde os pais trabalham ou a escola que melhor lhes convém... Por outro lado, havia também a questão da Ama do meu filho que residia na freguesia ao lado... Ou seja, de uma forma sucinta, teria por força, que centralizar tudo, escola, Ama e residência... E nessa perspectiva, optamos por uma solução que também nos aproximou do local de trabalho de um dos cônjuges.

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Ora, como eu me dou muito mal com mudanças, isso veio alterar tudo em mim... todo o meu sistema nervoso sofreu uma feroz alteração, ao ponto de me rebentar a cara toda... provocou-me ansiedade... despertou uma depressão que de certa forma estava adormecida... enfim... um sem número de consequências. Porque mudanças, para mim, significa

abandono do meu espaço de conforto, do meu canto... significa empacotar... tirar do sítio....do espaço que já lhe estava destinado por um motivo especial.... Depois, consequentemente, significa transportar, desempacotar, voltar a colocar... enfim... Significa, por acréscimo, conhecer novas pessoas, novos ambientes, novas caras, novos vizinhos... Foi fácil encontrar casa? Não, de todo... acima de tudo porque, as casas hoje em dia, estão a preços exorbitantes... E também porque a minha primeira reação, foi uma reação de negação... Eu recusava-me a aceitar o que era evidente e teria mesmo que ser assim... Depois, juntam-se as condições daquilo que procuras... Preço/edifício/espaço. Tem que se analisar tudo e tomar uma decisão. Como fiz para dar a volta à situação? Tentei mentalizar-me que teria mesmo que ser assim e coloquei as necessidades e os “outros” em primeiro lugar. Para finalizar, devo dizer que tudo isto está prestes a repetir-se de novo, mais uma vez por força das circunstâncias... Salete


Além disso, o anexo era alugado sem recibo e sem contrato, logo não dava para colocar nas despesas, e porque o meu marido tem um filho, que eu também considero como meu, e já está em luta pela sua guarda há algum tempo, e como sabíamos que não havia condições para ele, começar a vir a passar finsde-semana e férias a nossa casa, nesse espaço, visto que ele, primeiramente estava institucionalizado numa Instituição na Covilhã, e devido a estas condições, éramos sempre nós que nos deslocávamos lá, uma vez por mês para o visitar, e aproveitamos fins de semana mais longos e férias, para alugar um quarto lá, para estarmos mais tempo com ele.

mais concretamente Sintra, Amadora, Queluz, tendo sempre em conta, o factor Transportes Públicos e o que gastaríamos em passes e se teríamos posteriormente transportes públicos a qualquer hora. Entretanto, vimos uma casa para arrendar. Como já tínhamos experiencia de uma outra mudança, já sabíamos o que esperar de algumas pessoas amigas, familiares etc, e esta foi menos traumática, mais calculada e preparada, apesar de termos feito quase tudo sozinhos, e o marido enquanto eu trabalhava durante a semana, e como já estava desempregado, ia dando um jeito na casa nova, com as roupas, enquanto não nos estabilizávamos definitivamente, pois tivemos ainda que esperar pela colocação de água e luz, e enquanto isso, íamos limpando a nova casa, trazendo a roupa da roupa, como o dinheiro não dava para tudo, houve vezes que dormíamos na nova casa ou na velha, enquanto estávamos em transição.”

P S ICOLOGIA

“A nossa mudança de casa, minha e do meu marido, prendeu-se com o facto de morarmos num anexo em Lisboa, sem condições para viver, em que só havia um quarto, a casa de banho, não tinha condições e a cozinha e sala eram juntas, sem haver um espaço fechado entre ambas, e havia presença de baratas, etc, que não nos agradava muito.

Ana Dias

Assim, as maiores dificuldades foram encontrar casa em Lisboa, para o nosso orçamento, sabendo de antemão que o meu marido iria ficar desempregado, com acesso a Fundo de Desemprego, mas sem saber a quantia, mas com uma pequena indemnização, que aproveitamos para dar de caução para a casa nova, e para comprar a mobília do nosso filho. Portanto, começamos a investigar na Internet, vimos vários anúncios, inscrevemo-nos numa agência imobiliária, e fomos vendo alguns imóveis, porém viver em Lisboa estava colocada de parte, visto que os valores pedidos eram impossíveis para nós, eram incomportáveis, assim alargamos as buscas para a Margem Sul e arredores de Lisboa,

Texto: Sandra Cunha

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O S PEQU E N O S MA R QUES E S

•BIRRAS E MAIS BIRRAS• COMO PREVENIR E COMO INTERVIR

Birras! Haverá por esse mundo algum pai/mãe que nunca tenha tido o deleite de assistir a uma birra - também conhecida como “check-up-relâmpago-aos-pulmões” - proporcionada pelo seu filho/a? Certamente que não é precisa perícia ou olho clínico para identificar uma birra. Choro, gritos, pontapés, mordidas e rigidez corporal são algumas das manifestações comportamentais de uma birra, que não é mais do que um episódio descontrolado e extremado de frustração, de intensidade, duração e frequência variáveis. Seja porque o António queria muito o peluche da Patrulha Pata e o pai recusou, seja porque a Maria rejeitou as cenouras e a mãe insistiu para que as comesse, a resposta à frustração em forma de birra é uma reação comum e normal nas crianças pequenas, irrompendo, por norma, entre os 12 e os 15 meses de idade. As birras surgem nesta idade porque a criança de 12/15 meses já i) adquiriu a noção de permanência do objeto, ii) tem maior mobilidade e iii) tem maior consciência dos seus gostos - conquistas favoráveis ao aumento e à diversificação de experiências de interação com o mundo, mas também favoráveis à proliferação de possíveis focos de frustração.

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Afinal, a criança pequena tem ainda por lograr muitas outras conquistas no seu

desenvolvimento, havendo um longo caminho a percorrer até que seja capaz de gerir as suas próprias emoções. Após um pico na frequência, intensidade e/ou duração das birras aos 18-36 meses de idade, por norma, assiste-se a um declínio nestes parâmetros por volta dos 3 anos, associado ao desenvolvimento da linguagem. Sem prejuízo de questões relacionadas com maturação biológica, saber lidar com emoções e sentimentos é também uma aprendizagem e há que ter paciência e tolerância enquanto se estimula e estruturam as bases para essa aprendizagem. Há que ter paciência e empatia enquanto se revestem e cimentam essas estruturas e há, acima de tudo, que ter muito amor.

E SIM, HÁ TAMBÉM ALGUMAS ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E DE INTERVENÇÃO EM SITUAÇÕES DE BIRRA!


PREVENIR A BIRRA A velha máxima “mais vale prevenir do que remediar” tem muita aplicabilidade no que às birras diz respeito - é mais fácil prevenir uma birra do que intervir depois de esta já ter eclodido, havendo algumas medidas preventivas passíveis de serem adotadas pelos pais, tais como: • Identifique triggers - procure perceber que tipo de estímulos e/ou situações despoletam birras. • Crie e mantenha rotinas diárias estruturadas, com horas definidas para as refeições e para os períodos de sesta uma criança com fome ou cansada é uma criança predisposta a birras. • Defina e comunique claramente quais as suas expectativas quanto ao comportamento do seu filho, de forma apropriada à faixa etária. • Prepare o seu filho para as transições entre atividades com relativa antecedência (“daqui a 10 minutos é hora de ir dormir!”). • Envolva o seu filho em tomadas de decisão providenciando-lhe possibilidade de escolha entre alternativas razoáveis - “queres uma maçã ou uma banana de sobremesa?”. • Dê bons exemplos no modo como lida com situações que lhe evoquem

• Seja fonte de atenção positiva. As crianças precisam de atenção e se não a obtiverem de uma forma, tentarão obtêla de outro modo, mesmo que a atenção granjeada seja uma atenção negativa. INTERVIR NA BIRRA Por mais precavido que seja, por vezes as birras são mesmo inevitáveis. Nessa eventualidade: • Antes de mais, pondere a idade e nível de desenvolvimento do seu filho, assim como o local em que se encontram no momento da birra na seleção do método preferível na gestão da crise. • Mantenha a calma - não é fácil manter a calma perante uma criança que testa fervorosamente a integridade dos nossos tímpanos, mas é crítico que atue como um modelo de comportamento na gestão da frustração e da zanga e como figura contentora do descontrolo do seu filho. • Há autores que defendem o recurso a uma técnica designada de “distração”, que implica o redireccionamento da atenção do seu filho para alguma atividade que desloque o foco da situação de crise para outro foco, sendo esta uma estratégia especialmente eficaz em crianças mais pequenas. Outros autores consideram que é importante que se permita que a criança chore e assim exteriorize as suas emoções num espaço seguro, com um adulto que demonstre empatia e que dê um nome às emoções que experiencia. Solter (2000) considera que “Crying is not the hurt, but the process of becoming unhurt. A child’s

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frustração. Preserve a noção de que as crianças aprendem por imitação, a partir dos exemplos a que assistem, sobretudo os que provêm de figuras que lhes são significativas.

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tears or tantrums are not an indication of an incompetent parent. On the contrary, crying indicates that the child feels safe enough to bring up painful feelings, and is not afraid of being rejected.” Decididamente que é importante que a criança encontre no adulto uma base segura que lhe permita a expressão das suas emoções, mas tudo depende do contexto, pelo que a melhor estratégia para lidar com a birra deverá ser escolhida em função disso. Naturalmente que se estiver num supermercado, esse não será o local ideal para que o seu filho faça uma birra; nesse caso, será preferível atuar de modo a evitar que a birra se torne cada vez mais disruptiva. • Reforce positivamente o bom comportamento e não dê atenção ao comportamento de birra - proporcione atenção ao seu filho mediante bons comportamentos e minimize os níveis de atenção mediante birras. Alguns autores consideram que, desde que a segurança da própria criança e de terceiros esteja salvaguardada, é preferível que os pais ignorem as birras e apenas reponham a atenção quando a criança se acalme. Será particularmente pertinente fazê-lo quando a birra tenha subjacente uma chamada de atenção. • Em momentos de descontrolo que coloquem em causa a integridade física da própria criança ou de terceiros (por exemplo, quando numa birra a criança bata com a cabeça contra a parede ou quando atire objetos contra alguém), contenha a criança fisicamente.

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Sejam quais forem as medidas que decida pôr em prática, nunca ceda à birra, pois ainda que ceder possa pôr termo ao comportamento no imediato, estará a reforçá-lo negativamente a médio e longo prazo. Note que apesar de as primeiras

birras resultarem de dificuldades de regulação emocional características da criança desta idade - e não de um esforço deliberado de induzir ganhos próprios, uma criança que se aperceba de que, ao fazer uma birra concretiza o que quer ou evita algo indesejado, estabelece uma associação entre o comportamento de birra e consequências favoráveis. Em suma, por mais incómodas que possam ser, as birras são normais nestas idades, um reflexo de uma capacidade de autorregulação emocional ainda por desenvolver. Compete aos pais e às instituições educativas estimular e auxiliar na aquisição desta competência e ir gerindo as birras até que a criança seja capaz de fazer essa gestão.


O S PEQU E N O S MA R QUES E S

LEITURA RÁPIDA! PONTOS-CHAVE • Designam-se por “birras” episódios extremados de frustração, sendo estes comuns a partir dos 12/15 meses e mais intensos, frequentes e duradouros aos 18-36 meses. • Por norma, as birras tendem a decair sensivelmente aos 3 anos. Este declínio está associado ao desenvolvimento da linguagem. • Existem diversas estratégias de prevenção e de gestão de birras que os pais podem pôr em prática. • A título preventivo, os pais podem, por exemplo: - Procurar identificar estímulos que despoletem birras e evitá-los quando possível; - Criar rotinas consistentes; - Comunicar de forma clara que expectativas têm quanto ao comportamento dos seus filhos; - Mobilizar a criança em pequenas tomadas de decisão, oferecendo escolhas viáveis. • Quando a prevenção for gorada, há que “remediar”. Possíveis estratégias de intervenção incluem, por exemplo: - Ter uma postura firme e calma perante a birra; - Aceitar a expressão emocional em contextos que assim o permitam; - Redirecionar a atenção do foco de frustração para outras situações ou atividades quando a birra for demasiado disruptiva; - Reforçar positivamente o bom comportamento; - Evitar dar atenção ao comportamento de birra.

Texto: Daniela Muro (Psicóloga)

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ENTREV ISTA

•UMA MARCA• COM UMA HISTÓRIA PARA CONTAR

CLAUDIA MANERO é designer de moda de formação e todo o seu percurso profissional foi desenvolvido no sentido de se especializar na área da moda infantil. Trabalhou, durante vários anos, como designer de moda, responsável pela criação de coleções e gestão de produções tanto em contexto de atelier, como em fábricas. O mercado de eleição para as suas produções sempre foi o Nacional, pelo facto de poder acompanhar o processo e tomar conhecimento de que as suas peças resultam de uma cadeia com bases assentes no comércio justo. Valores que privilegia e faz questão de seguir. CLAÚDIA, COMO COMEÇOU TODO O PERCURSO QUE DEU ORIGEM À MARCA MARY TALE? O percurso que deu origiem à Mary Tale foi sem dúvida a maternidade, aliada à profissão que já exercia. A marca vem dar resposta material à ligação emocional mais forte e verdadeira que existe no nosso planeta, a da mãe e de um filho. Foi ao nascer como mãe que senti que a minha profissão faria mais sentido se desse resposta criativa algo que passára a dar ainda mais sentido à minha vida: Ser mãe.

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COMO DEFINIMOS, ENTÃO, A MARCA? Mary Tale é assim, uma marca de moda e decoração onde todas as peças estão disponíveis para as mães e filhos. Cada coleção transporta consigo uma nova história e personagens mágicas, conectadas com o imaginário infantil. A magia e cor fazem parte do universo Mary Tale e todas as peças são produzidas de forma a que mãe e filhos possam combinar peças e acessórios nas duas áreas da marca. A MARY TALE TRABALHA DIRETAMENTE COM ARTISTA ISABEL LUZ, COM QUE OBJETIVO? A marca pretende ser muito genuína, e por isso todos os estampados resultam de ilustrações em aguarela pintadas manualmente pela artista Isabel Luz. Assim, as cores e imagens de cada coleção são carinhosamente elaboradas e ilustradas antes de chegarem às peças.


MAS A MARY TALE TAMBÉM POSSUI UM SEGMENTO NA DECORAÇÃO. Sim, no ramo da decoração a Mary Tale disponibiliza também o serviço de decoração de quartos. Aqui a marca trabalha com peças da sua própria autoria coordenadas com mobiliário e ornamentos que se enquadram nas aspirações dos nossos clientes. O QUE DISTINGUE ESTA MARCA NO MERCADO? A nossa visão foca-se mesmo em criar peças com um design diferenciador, conferido pela ligação da arte e moda. Pela exclusidade presente nas edições limitadas, e acima de tudo pelo facto de a marca respirar amor em todo o seu processo de criação e produção.

ENTREV ISTA

ESTE PROJETO SEMPRE FOI UM SONHO? Sempre soube que queria ter uma marca minha, mas ainda não identificava bem em que segmento na área da moda essa marca assentaria. MaryTale é O conto da Maria, a minha filha, que claro adora vestir-se e ter tudo igual a mim! O QUE PODEMOS ENCONTRAR NA ÁREA DA MODA NA MARY TALE? Na área da moda as categorias que fazem parte da coleção estendem-se desde o vestuário aos acessórios.Temos peças para bebé dos 0 - 24 meses e para criança dos 2 -12 anos. Para as mães a escala atual vai do S ao XL. As imagens e padrões são todos exclusivos da marca e pensados ao pormenor.

Contactos: +351 91 913 70 72 sales@thisismarytale.com

Atenciosamente, Cláudia Manero CEO Head Designer

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COLUNA S OCIA L

por Eduarda Andrino

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•MUSICAL• “CONQUISTA O SONHO“ FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL

O Musical “Conquista o Sonho” composto de músicas divertidas e originais, trouxe o reviver no palco da caminhada de Portugal no Europeu de 2016, que terminou com o mágico golo de Éder que trouxe o título para o nosso país!

A inclusão, companheirismo, espírito de equipa, dedicação, empenho, e a capacidade de superação servem de referencia a um espetáculo que pretende sublinhar que a distância entre a realidade e os sonhos esta ao alcance de qualquer um.

O musical assume assim um movimento global lançado pela FPF no início deste ano com o espetáculo “Conquista o Sonho” que tem como objetivo aproximar as Seleções Nacionais das crianças, jovens e famílias, bem como promover aqueles que são os pilares da equipa das quinas.

O musical itinerante está em cena a partir de 21 de Maio em várias salas de espetáculo do país, com encenação de David Mesquita e coreografia de Lynn Saraiva. Créditos FPF - Diogo Pinto


•GASTRONOMIA DA MODA 2018• 2ª EDIÇÃO 20 ANOS DEPOIS HOTEL TRYP LISBOA AEROPORTO

Paulo Sasseti repetiu a história 20 anos depois no Hotel Tryp Lisboa Aeroporto, reunindo criadores de Moda a volta das panelas. Mais uma vez os participantes partilhavam os seus dotes culinários com os restantes convidados, uma iniciativa que foi criada em 1998 por Paulo Sasseti.

COLUNA S OCIA L

por Eduarda Andrino

A cozinha foi dirigida por outros chefes e outras mãos que estão habituadas a criar Moda, como Fátima Lopes, José A. Tenente, Anabela Baldaque, Afonso Vilela, Ana Salazar e Storytailores, entre outros, e mais uma vez o evento foi um sucesso. 20 Anos depois renova-se assim o encontro entre o seu mentor e estes criadores que acompanharam o seu percurso profissional desde sempre. A ação culminou num Sunset Dinner Party com a presença de Lili Caneças, Alberta Marques Fernandes, Cristina Caras Lindas, Cláudia Jacques, Isaac Alfaiate, José Carlos Pereira, Rita Mendes, Alexandra Fernandes, entre outros.

Créditos Neusa Ayres

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COLUNA S OCIA L

por Eduarda Andrino

•CASAMENTOS

KELLY MEDEIROS•

A cantora e empresária brasileira Kelly Medeiros disse o “Sim” a Marco Oliveira no dia 27/05/2018 pelas 17h00 na Quinta do Casal Novo (em Vila Franca do Rosário). A noiva grávida em fim de tempo, chegou atrasada como manda a tradição, mas também devido ao muito nervosismo e emoção do momento que ia viver. Kelly Medeiros chegou glamorosa de cabelos ao vento, conduzindo o seu próprio carro (buzinando e alegrando os convidados),bem próprio da sua maneira de ser. Entre os convidados destacava-se Susana Werner e o antigo guarda-redes do Benfica Júlio César, Angélica Jordão e Carlos Costa. Os convidados aproveitaram a festa ao máximo mostrando um ar feliz e alegre. Um dia inesquecível para os noivos e para os convidados. Créditos Sarah Rachel

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• FATAL

2018 •

ENCERRAMENTO E ENTREGA DE PRÉMIOS

A Sessão de entrega de prémios FATAL 2018 (19.º Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa) teve lugar dia 26 de maio, pelas 18h30, na Reitoria da Universidade de Lisboa. Após duas semanas com muitos espetáculos, workshops e outros eventos paralelos, a 19.ª edição do FATAL prosseguiu com a sessão de entrega de prémios, onde foram revelados o Prémio FATAL (destinado a consagrar o melhor espetáculo apresentado no âmbito do Festival), o Prémio FATAL Cidade de Lisboa (distingue o espetáculo mais inovador) e o Prémio FATAL do Público (reconhece a peça mais pontuada pelos espetadores).

COLUNA S OCIA L

por Eduarda Andrino

O júri esteve presente para a cerimonia, para a entrega dos prémios, (Prof. Dr. Paulo Morais (ESTC),Márcia Breia (actriz), Dr. Jorge Lucas (Gulbenkian), Prof. Dra. Teresa Faria (C.E.T.F.L), e Dra. Anick Dilreiro (CML),assim como Reitor da UL. Créditos: Eduarda Andrino - Revista Inurban

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MY PITB ULL

•MY PITBULL FASHION STORE• O Verão está a porta, mas o mau tempo não dá tréguas, sendo que nesta edição escolhemos outfits para usares em temperaturas amenas. Optamos pelo macacão para as senhoras, pois esta peça de uma versatilidade infinita deixa-te quase pronta para saíres com pouco esforço, E para os homens uma T-shirt baseada numa das melhores obras de arte pintadas por Michelangelo no teto da capela Sistina. A maioria dos macacões assenta bem em qualquer tipo de corpo, por isso tornase uma das melhores alternativas para qualquer evento. O primeiro outfit é um macacão de alças listado de vermelho e branco, esta linda peça pode ser usada em diversas ocasiões, com ténis ou com saltos, com ou sem casaco ou até mesmo com kimono as suas cores e modelo tornam-no numa peça chave e indispensável para o teu vestuário. A calça de modelo largo é ótima para ancas proeminente pois ajuda a suavizar, dando a sua silhueta mais requinte. É aconselhado a peito medio/pequeno, as suas riscas na vertical são excelentes para senhoras de baixa estatura pois aparentam mais altas.

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O seguinte modelo é mais discreto, preto de manga, perfeito para quem quer um ar sério e estar na moda ao mesmo tempo. Pode ser usado por todo o tipo de corpo, afinando a silhueta das senhoras concedendo-lhes assim muita elegância. O facto de ser preto dá alguma liberdade para adicionar por exemplo um kimono com estampado. A sua calça fica acima do tornozelo aconselhando-se assim a senhoras de estatura média/baixa, o peito não é problema pois a sua parte de cima é folgada e fechada com um pequeno botão.


MY PITB ULL A peça de homem escolhida para este mês é baseada na Capela Sistina, uma T-Shirt preta só para quem gosta de peças arrojadas pois as suas costas contém um pequeno texto. O seu estilo urbano é perfeito para combinar com umas skinny jeans, assentando bem a qualquer tipo de corpo.

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A RT IGO DE OPINIAO

por Alexandra de Mendonça Bretes (Advogada)

•VICISSITUDES

DO CONTRATO DE ARRENDAMENTO NO MERCADO ATUAL •

Com o crescimento do mercado Imobiliário nos últimos dois anos, o arrendamento está mais caro, é um fato. Depois de um longo período de congelamento de rendas e legislação que vinculava os proprietários a longos contratos, em 2012 dá-se a alteração da lei das rendas, que veio flexibilizar o mercado do arrendamento, admitindo aumentos de renda, ponderados e graduais, como também sujeitar os contratos antigos ao Novo Regime do Arrendamento Urbano. Tal alteração legal prevê que o período de transição para o regime mais flexível do NRAU termine em 2020. Hoje, nas grandes cidades, as rendas estão mais caras, mas prevê-se que o fenómeno se estenda a áreas limítrofes e ao interior do país, à medida que os mercados forem ficando saturados e, consequentemente, sem capacidade de resposta. Atualmente, arrendar uma casa significa ficar com uma taxa de esforço que ultrapassa os 50% do rendimento mensal de um agregado familiar. Quanto aos contratos, hoje podemos encontrar de tudo num contrato de arrendamento. Não basta encontrar a casa ideal com uma renda “aceitável”, necessário se torna olhar para o imóvel e para o contrato para se saber se essa renda não sairá mais cara. PRÁTICAS A OBSERVAR

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Para começar, peça a minuta do contrato, a Caderneta Predial, a Certidão de

Registo, a Licença de Utilização e o Certificado Energético. Confira todos os dados antes de assinar o contrato, previna qualquer situação que possa obrigá-lo a abandonar o imóvel arrendado. Exemplo: se tiver uma penhora registada no âmbito de um processo de execução, saiba que se o imóvel for vendido no processo judicial terá de o abandonar porque o contrato de arrendamento celebrado depois deste registo não tem eficácia contra terceiros. Certifique-se que a licença de utilização foi dada para habitação. Isto porque há proprietários de lojas e armazéns que, dada a procura, os transformam em casas de habitação, mas que não têm licença para o efeito.


O Contrato poderá ser um contrato a termo certo ou indeterminado, mas sempre destinado à habitação. Deve identificar as partes e, se alguém estiver no exercício de mandato, a sua identificação, e mencionar que intervém nessa qualidade. Deverá identificar o Imóvel de acordo com a descrição no Registo Predial e na Caderneta Predial. A propriedade de um imóvel afere-se na Certidão do Registo Predial e não na Caderneta Predial. Verifique o prazo, se for estabelecido, de duração do contrato. Veja se é ou não convencionada a renovação, e se sim, se é pelo mesmo prazo ou inferior. Se nada se disser quanto ao período de renovação, a lei determina que se renova por iguais períodos. Se o contrato for omisso quanto à renovação, saiba que no fim do prazo o contrato caducará. Confira os prazos de oposição à renovação, quer pelo senhorio quer pelo inquilino e o prazo de denuncia pelo inquilino. Se houver Regulamento do Condomínio este tem de ser anexo ao contrato, bem como fotos do estado do imóvel, para que um dia quando sair não lhe sejam exigidas reparações que não são da sua responsabilidade.

APOIOS AO ARRENDAMENTO Dia 05 de Junho de 2018 entrou em vigor o Decreto-Lei 37/2018 que estabelece o programa “1º Direito - Programa de Apoio ao Acesso à Habitação”, de acordo com o qual o Estado apoia, a pessoa ou o agregado, que esteja em condições indignas e em situação de carência financeira, quer na compra quer no arrendamento. Para usufruir deste apoio terá de se dirigir ao Município da residência atual ou do local do imóvel, a comprar ou a arrendar, e apresentar a sua candidatura. Existe ainda o Subsídio de Renda que pode pedir, caso o seu contrato esteja sujeito ao regime transitório para o NRAU. De igual forma pode pedir se a família aumentar e tiver de mudar para uma casa maior com arrendamento mais caro. Este pedido é efetuado nos balcões da Segurança Social. Há ainda outras opções, Mercado Social de Arrendamento - programa do Estado desenvolvido em parceria com autarquias e a banca, que pode consultar no site www.mercadosocialdearrendamento. msss.pt -, Porta 65 Jovem - para jovens até aos 30 anos, sendo que um dos elementos do casal poderá ter até 32 anos, cujo programa pode consultar em www.portaldahabitacao.pt -, Arrendamento Apoiado - conhecido como “Habitação Social” que pode pedir na Câmara Municipal - e vários outros apoios que variam de autarquia para autarquia, pelo que terá sempre de consultar a Câmara Municipal do Município onde se localiza o imóvel. Em caso de dúvida, consulte um(a) Advogado(a) e peça para analisar o contrato, condições do arrendamento e qual a melhor opção de apoio ao arrendamento.

A RT IGO DE OPINIAO

Quanto à caução, a lei prevê que o Senhorio possa pedir caução para garantir o bom cumprimento do contrato. Em regra, corresponde ao valor de uma renda, mas pode ser outro acordado entre as partes. Acresce que pode ainda pedir-se fiador, podendo este responder perante o Senhorio, como se do inquilino se tratasse, em caso de incumprimento do contrato de arrendamento. Hoje, é usual pedirem-se rendas adiantadas. O Senhorio não pode pedir mais de três rendas adiantadas, ou seja, pode ter de pagar quatro rendas logo de inicio, para além da caução.

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A R MÁ RIO S EM CHAVE

•LOOK PIJAMA• Quando ouvimos a palavra pijama vem a cabeça padrões de bonecos bem coloridos, com tecidos de flanela ou algodão; mas não é assim que a tendência look do pijama veio para ficar. É um look ideal para quem preza por conforto a qualquer hora do dia, mas com um toque de elegância. Apesar de a tendência ser inspirada nos pijamas que estão no nosso roupeiro, o “pijama de rua” é bem diferente. Nas passarelas podemos ver conjuntos que lembram pijamas exactamente pela sua estrutura mais larga e confortável, sem marcar o corpo e também pelos tecidos bem finos para suavizar e amenizar o calor da estação mais quente do ano. No street style esta tendência ganhou varias adaptas, inclusive homens. Looks esvoaçantes e tecidos com estampas inusitadas serão vistos em modelos tipo slip dress deste verão. Esta tendência faz as delícias das fashionistas, blogguers e famosas nas estações mais quentes, o look pijama faz todo o sentido.

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Pode usar apenas a parte de cima, como um casaco que molda a sua silhueta, ou conjugar com as calças, conseguindo um look perfeito.

Lisos ou estampados você decide, ambos podem ser usados. Até mesmo mistura de estampados podem ser usados de forma casual. Devemos escolher peças que tenham bom corte, pode ousar nos padrões bem fortes e trabalhados. Opte sempre, em caso de duvidas por tecidos finos, o ideal é sempre seda. Se não gosta de arriscar, use apenas uma peça, pode optar por uma parte de cima ou por uma calça ou calção. Pode usar essa peça num só tom e liso. Se gostar de cores fortes e padrões pode usar ou só uma peça ou também como conjunto. Pode conjugar com salto alto ou ténis. Não tenha medo de ousar neste verão.


A R MÁ RIO S EM CHAVE Visite nos e veja as nossas opções: Pode nos encontrar na loja online através do facebook e Instagram ou loja física situada em Chaves. https://www.facebook.com/ armariosemchaveforman/?fref=ts

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Te m a d a PRÓXIMA EDIÇÃO! N ão perca!

•A NOSSA PELE•

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