Inurban nº.20 - Edição de Outubro 2016

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CONTEÚDO

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12 LEIS DO KARMA

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CRÓNICA: Sónia Machado

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REPORTAGEM: Eva Xavier

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KARMA IS A BITCH

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CRÓNICA: Nuno Campilho

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O MUNDO DE SOFIA

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ENTREVISTA: Maína Mello

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CINEMA: “Cartas de Guerra”

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POR DETRÁS DO PANO_By Eduarda Andrino

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CRÓNICA: Lídia Santos

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FOTOGRAFIA: Liliana Ferreira/ Manuela Pereira

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Colégio: “Os Pequenos Marqueses”

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ARMÁRIO SEM CHAVE

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ARTIGO DE OPINIÃO: Futebol a minha visão

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SPAZZIO VITA

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SPAZ D´ALMA

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4HEALYHY: Saúde e Bem-estar

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FITNESS: Você mais Fitness

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FITNESS: Fitnesshut

KARMA

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EDITORIAL

Manuela Pereira

Quem somos, para onde vamos e que tipo de missões são nossas? Nascer é um verdadeiro milagre. Todo o processo embrionário, fetal e de nascimento é algo que nos transcende. Que trespassa a vã consciência de quem somos realmente. A conta matemática certeira, e sem margem de erro, que cria e recria o corpo humano nos seus mais ínfimos átomos, moléculas e células é das equações mais deslumbrantes de todo o universo. Mas será que isto nos basta para percebermos o que andamos aqui a fazer? Tudo se resume ao corpo e à ciência que tudo explica sobre a sua génese? O Ser Humano, cada vez mais, busca respostas profundas sobre o espírito, a alma e a essência que o anima. Já não é suficiente compreender os mecanismos do corpo humano, a máquina que nos transporta. É preciso escavar essa massa e encontrar no fundo do poço o Santo Graal da nossa vida. Acreditar que existe um objetivo com o nosso nascimento, uma conduta a cumprir, o tornarmo-nos bons, o cuidar dos outros, o sermos justos, já é uma doutrina na maior parte da população. Há novas formas de ser e agir que visam a vida para lá da terra. Nesta edição, não pretendemos vender-lhe uma ideia formatada, nem tão pouco aliciá-lo para uma nova forma de ver o mundo, ou mesmo que depois da morte há um novo céu. Apenas levantamos o véu a novas teorias, algumas realidades, que, sendo plausíveis para si, podem ser usadas como ferramentas de evolução espiritual. Boas leituras

EQUIPA Manuela Pereira, Tiago Barreiro Luís da Costa Pedro Ana Sofia Bexiga, Áurea Venceslau, Beatriz Dâmaso, Denise Machado, Diana Oliveira, Dinora Bastos, Fitness Hut, Eva Xavier, Eduarda Andrino, Manuela Pereira, Marisa Melo, Miguel Ferri, Porto Editora, Sandra Cunha, Spaz D´Alma, Spazzio Vita - Maria Leitão, Sonia Machado, Tiago Vaz Osório, Vera Soares. ISNN - 2183-704X

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ARTIGO Tiago Vaz Osรณrio

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Se pudessemos comparar o Karma a uma lei da física então certamente encontraríamos na Terceira Lei do Movimento de Newton o seu equivalente perfeito. Tal como Newton justificou que para cada acção existe uma reacção igual e oposta, o Karma é o seu correspondente mais espiritual que vê reciprocidade nas acções e opções que tomamos no dia-a-dia. Este princípio de causa-efeito dos nossos actos em que de grosso modo recebemos em troca aquilo que damos tem na sua base uma série de doze leis pela qual se rege e se alimenta.

1ª A GRANDE LEI Colhemos o que plantamos. Esta é claramente a base do Karma, uma lei da causa e do efeito em que se acredita que tudo o que fazemos ao mundo que nos rodeia, aos outros, o universo trata de nos retribuir de volta na mesma moeda.

2ª LEI DA CRIAÇÃO

ao criar estamos a delinear e a decidir que rumo tomar com a nossa Vida.

3ª LEI DA HUMILDADE O que nos recusamos a aceitar, continua a existir em nós. Esta é uma lei que nos faz encarar os nossos defeitos e vê-los espelhados no mundo que nos rodeia mesmo que queiramos negar a sua existência. Eles estão lá e a menos que os aprendamos a aceitar continuarão lá.

4ª LEI DO CRESCIMENTO Onde formos, lá estaremos. Com base no aprendizado anterior chega a 4ª lei, a do crescimento que nos ensina que para que algo mude somos nós que devemos agir e não esperar que alguém, os lugares ou as coisas à nossa volta mudem.

5ª LEI DA RESPONSABILIDADE

A vida não acontece apenas, ela requer a nossa participação. Sempre que algo está errado, existe algo errado em nós. Se acreditamos que estamos isolados de tudo o resto que nos rodeia, então a segunda lei do Kar- Tal como nós espelhamos da realidade que nos ma vem contradizê-lo totalmente. Estamos em rodeia, também a realidade nos espelha a nós. constante ligação com o Universo externa e in- Daí que esta lei do Kharma acredite que existe teriormente. O que nos rodeia é também um in- sempre uma responsabilidade nossa em tudo aqdício do nosso estado interior, demonstrado que uilo que acontece nas nossas vidas. 5


ARTIGO Tiago Vaz Osório

6ª A LEI DA CONEXÃO Tudo está conectado

relacionadas a essa atitude. Abrindo os braços ao mundo esta lei do Karma acredita que também o mundo nos abre os braços. Desta forma somos nós próprios que criamos as coisas boas do mundo.

A sexta lei estabelece a interconectividade de todo o Universo, de forma que as acções do passado, as do presente e A LEI DO AQUI E AGORA as do futuro estão ligadas e interligadas, não sendo possível separá-las umas das Não devemos ficar presos ao passado. outras. Sempre que o nosso pensamento se concentra em situações do passado será mais difícil viver o presente. Este pressuposto explica que agarLEI DO FOCO rar-se a pensamentos velhos, padrões antigos, Não podemos pensar duas coisas ao mes- sonhos velhos nos vão impedir de viver o presente e pensar no futuro, de evoluir. mo tempo.

10ª

Focar a nossa mente em valores espirituais, de acordo com a sétima lei do Karma A LEI DA MUDANÇA vai permitir que se afastem os pensamentos negativos como a mágoa ou a raiva. A história repete-se até aprendermos Ou seja, aquilo que muitas vezes dizemos que coisas boas atraem coisas boas. Para que na nossa vida se possam dar mudanças, o Karma encarrega-se de fazer com que a história se repita até que finalmente aprendamos a lição e possamos tomar as rédeas das LEI DA DOAÇÃO nossas vida e mudar o nosso percurso.

Para receber, é preciso dar

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O simples acto de dar algo de forma positiva, cheia de bondade e que compaixão vai trazer de volta todas as coisas boas

11ª LEIRECOMPENSA DA PACIÊNCIA E DA


Todas as recompensas requerem trabalho inicial. Para que se possa em fim recolher os resultados do empenho e trabalho a 11ª lei do Karma prevê que seja necessária muita paciência e muita persistência.

12ª LEIE DADOINSPIRAÇÃO SIGNIFICADO O valor de algo é o resultado direto da energia e intenção colocada nela. Quanta maior for a energia despendida numa qualquer acção por nós tomada, maior será a nossa contribuição para o mundo no seu todo. Essa acção servirá no mundo como inspiração para outras acções feitas por outras pessoas.

Tiago Vaz Osório 7


CRÓNICA SÓNIA MACHADO Responsabilidade, culpa ou karma

A culpa é pesada, parece um fardo demasiadamente duro de se carregar, difícil de aceitar e teimamos em não a assumir. Aqui e ali, vamos escondendo-a como lixo debaixo do tapete. Um dia ou outro vamos empurrando-a para os que nos cercam. E vezes demais a deixamos suspensa no ar, torcendo para que não nos caia em cima.

chegar ao ponto de caramelo, em que nos gruda forte e sem alternativa a responsabilidade de assumir a nossa vida, com uma coragem e estrutura emocional que nos mantenha de pé perante tamanho desafio. Porque o karma é realmente tramado.

E inocentes, ingénuos ou burros vamos prolongando o estado de: a culpa não é nossa, somos tão bonzinhos, como pode isto nos acontecer?! Pois é, a culpa é tramada. Por mais que brinquemos de esconde- Pura ilusão! esconde, de salta-pocinhas, de quarto escuro, a verdade é que nós sabemos que Temos muito a aprender aqui, temos muito a vivemos com uma responsabilidade im- assumir. A vida é um palco emprestado, viemos aqui para ensa nos ombros. Não estamos aqui por acaso, não agimos evoluir, para ser mais e melhores e os recreios em vão e no fundo sabemos que as nos- só nos são permitidos quando a campainha soa sas ações condicionam o nosso caminho, na consequência de um feito alcançado em nome próprio e assumido na primeira pessoa. as nossas relações, a nossa vida. Não, não é fácil. E é realmente muito mais trabalhoso, suado e desgastante. Viver assumindo a responsabilidade de tudo que chega até nós chega com a missão de entender a mensagem do Universo com o intuito maior de a transforE por mais anos que passem, não é fácil mar em mudança positiva, ousaria até dizer que Teimamos, por ingenuidade, síndrome de Peter Pan, ou pura defesa em alimentar a ideia de que não há culpas ou castigo, ou retorno ou seja lá o que queiramos chamar.

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CRÓNICA SÓNIA MACHADO Responsabilidade, culpa ou karma

Admito, que no cansaço que me toma o corpo e é desumano. Mas não há alternativa! Ou há… mas tem as suas consequên- alma, às vezes queria simplesmente não me importar… talvez, parecesse eu ser mais nova, teria cias! eu menos rugas e acumularia mais noites bem Assumir a própria vida e reconhecer os dormidas, mas onde ficaria a minha consciência? próprios erros, é para os fortes, deleites prolongados em cuidados alheios é priv- E aí está o segredo. Viver com consciência! ilégio das crianças! E na vida é imperaE se a física tão bem explica, que toda a ação tivo… crescer! Evoluir. Ser mais e melhor! A cada a dia, todos pressupõe uma consequência, vamos lá pôr o karma como nosso aliado. os dias e até ao final! Fechar os olhos, escolher caminhos alternativos é só um adiar de responsabilidades, que mais tarde ou mais cedo, nos apanham e nos pedem contas.

Vamos nos apetrechar com melhor que possuímos – encher o peito de amor-próprio que transborda em amor ao outro – e adubemos o nosso jardim com bondade, respeito e compaixão.

Preparemos a próxima colheita e a outra e a que se seguirá. Seria uma utopia julgar que todos são Quem sabe, preparando assim uma outra vida, capazes de atingir esse estado máximo um outro estado ou uma eternidade. de consciência de vida, nem todos poderão ser leves, nem todos conseguirão Preparemos… porque na verdade, ninguém sabe ser luz, mas caramba também não é o que se segue, e o caminho feito de flores será sempre a melhor escolha. preciso haver tanta cegueira! Porque realmente o Karma é tramado!

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Porque o maior erro do ser humano é ficar à espera do que não semeia!

Sónia Machado 11


GRANDE REPORTAGEM

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A palavra karma ou Carma, segundo as suas ori- em, das quais os humanos são parte integrante”, enfatiza. gens, significava “força” ou “movimento”. Em sânscrito, karma significa “ato deliberado” e é um termo com origens, essencialmente, na religião budista, hinduísta e jainista, adotado posteriormente também pelo espiritismo. No prisma da física, essa palavra é equivalente a lei: para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário, ou seja, para cada ação que um indivíduo pratica vai haver uma reação. Assim sendo, dependendo da religião o sentido da palavra pode ser diferente, mas usualmente é relacionada a ação e suas consequências. Esta temática levanta muitas questões e gera diversas opiniões e dissertações sobre ela. A fé é, essencialmente, o ponto divergente e fulcral onde surgem dois paradigmas diferentes: os crentes e descrentes. Mediante estes dois mundos vamos tentar apreender as perspetivas, sentimentos, valores e motivos das distintas ideologias.

Com uma perceção totalmente contrária temos António Machado Medeiros Pinto, 26 anos, a terminar o mestrado em gestão do património. Considera-se uma pessoa prática e como tal consigna: “sou uma pessoa muito empírica, apoiome somente nas experiências vividas”. Desta forma, quase que unívoca do ser, apresento-vos as maravilhosas conversas que tive com estes dois seres humano e suas opiniões.

Descreve quem é a Marta Cóias e a sua história de vida?

Marta de Jesus Cóias, 33 anos, é professora de Yoga, licenciada em comunicação social e mestre em cinema e publicidade, acredita em Karma. “Existe um único organismo, o Universo total, que busca expansão, conhecimento de si próprio e equilíbrio através das várias partes que o constitu-

Acho sempre suspeito ser eu própria a responder a este tipo de questões. Mas vamos lá. A Marta sempre se interessou por aquilo que existe, mas que os olhos não vêm, tudo o que era assunto metafísico a Marta tinha interesse desde muito nova. A par disto seguiu uma vida “normal”: de escola, universidade, trabalho na área “certa”, muitas viagens, muitos amigos e passado uns anos, total desmotivada para o que estava a acontecer. Esse momento foi há 6 anos atrás, quando decidi parar literalmente com tudo o que estava a fazer e recomeçar do zero. Tirei um curso 13


GRANDE REPORTAGEM EVA XAVIER

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de professora de Yoga e comecei simulta- crituras sagradas há um exemplo de Karma que neamente a dar aulas, desde aí não tenho gosto: “é como se nascêssemos com uma bolsa parado de ensinar e aprender. de flechas às costas e com um arco na mão. A vida que temos agora é uma consequência de O carma ou Karma é um tema debatido flechas que já foram lançadas antes e que esatualmente e que provoca opiniões di- tão a seguir uma determinada trajetória agora, vergentes nas pessoas. Assim sendo, dando-nos determinadas condições de vida, a acreditas nele? cada instante da vida presente tiramos flechas da bolsa e lançamos as flechas em novas diSim. É um conceito básico e até científico. reções, que podem ter mais ou menos interferToda a ação tem uma reação, Karma não é ência com as anteriores, limpando karma antimais que isso. go ou gerando novo karma, e temos finalmente todas as flechas que ainda estão na bolsa por Segundo a tua experiência e opinião, o ser lançadas e essas são o potencial do nosso que é o karma? futuro.” A ideia de que karma é uma espécie de castigo Sempre que fazemos alguma coisa, essa está ultrapassada, tendo em conta que vem da mesma ação trará consigo uma consequên- noção de um Deus castigador que nos faz pagar cia. Se comer doces a vida toda, vou ficar pelos nossos pecados, e que obviamente não gordinha, dentes estragados, problemas existe. Existe sim um único organismo, o Unide saúde. Por sua vez a ação de comer verso total, que busca expansão, conhecimento doces já será consequência de uma ação de si próprio e equilíbrio através das várias anterior (talvez uma carência sentida num partes que o constituem, das quais os humanos relacionamento). Toda a ação em si já car- são parte integrante. rega no seu núcleo o potencial da conse- Há uma explicação que eu gosto bastante que quência e a origem (que teve como con- vem de uma mulher chamada Teal Swan: “se sequência a ação presente). Há, portanto, numa vida fomos uma pessoa que trabalhauma interligação constante entre o que já mos num talho a retalhar animais diariamente, foi, o que é e o que está para vir. Uma numa vida seguinte podemos vir como um dos espécie de “jogo” probabilístico que não animais que serão mortos e cortados por um está totalmente fechado, porque a cada outro alguém”, isto porque do ponto de vista momento no presente se pode gerar novo do universo o que se pretende é experimentar karma e mudar a direção do que parecia os opostos, a dualidade, ter noção dos 2 lados, estipulado pelas ações passadas. Em es- pois só assim se tem uma experiência clara do


todo que existe e se podem integrar os extremos num equilíbrio real e experiencial. O que te faz ter essa crença? O facto de ter nascido interessada em assuntos que não interessavam a ninguém à minha volta, de ter nascido com características um pouco atípicas é o primeiro sinal de que havia uma vida para trás que me fez chegar a esta com estes “filtros”. Tenho aprendido a reconhecer energeticamente quando estou a fazer algo que tem a ver com Karma passado, há algo de familiar, de continuidade na expressão atual do meu ser que não tem a ver diretamente com coisas desta vida (haverá momentos também em que não consigo reconhecer o “karma”). Sinto também, diariamente, os efeitos das ações que tive no passado desta vida, no meu corpo físico, mental e espiritual, e sei no meu coração que as flechas que ainda estão por lançar também podem mudar tudo. Qual tua perceção relativamente à influência do karma na vida do Homem e, também, na tua? É apenas uma reação a uma ação. Todos sentimos isto constantemente, podemos é estar mais ou menos atentos. Quando e como despertaste essa crença? Não sei explicar…sinto que sempre esteve presente, embora hoje em dia consiga explicar de uma forma que há uns anos não me era possível.

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GRANDE REPORTAGEM EVA XAVIER Mediante a tua fé, qual o significado e o que parece bem real, daí a dificuldade de tranmotivo dele existir? scender estes ciclos.

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Expansão, autoconhecimento, resolução, Como podemos identificar os momentos kárexperimentação, busca de equilíbrio, inte- micos na vida e superá-los? gração de aparentes opostos. Para cada ser será diferente. Cada um tem que Há formas ou terapias que ajudem a aprender a reconhecer ciclos, padrões, senminimizar, transmutar ou mesmo encer- sações, deja vus. No fundo é estar atento ao rar karmas? que plantámos, plantamos e colhemos. Conheço várias técnicas que visam esses objetivos, se funcionam mesmo ou não, Existem aspetos positivos e negativos no não sei. Mas acredito com todo o meu karma? coração que o caminho da iluminação (moksha) é único que pode fazer real- De forma superficial podemos dizer que sim. mente a diferença. Que há ações que geram karma positivo (que É dito que todos os seres neste planeta te aproximam de Deus, do todo) e ações que têm (entre outras missões) a missão de geram karma negativo (que te afastam de Deus acordar para a sua essência, de reconhecer e dos seus/teus propósitos). Mas esta forma a sua natureza não material, de se sab- de ver é superficial, no fundo não há mau nem erem UM com o Universo. Para aquele que bem, esses conceitos são criados pelo homem em vida atinge a libertação do ciclo do à luz dos seus valores, do ponto de vista uniKarma, reencarnação, sofrimento gerado versal eles são só diferentes expressões do pelo apego à matéria, o ciclo kármico ex- mesmo, que em si é perfeito, logo não cartingue-se, porque na unidade não há mais rega em si nada negativo, pelo menos não da opostos a serem integrados, tudo já é. forma que nós conceptualizamos a noção de Então para encerrar o ciclo de karma há que “negativo”. transcender toda a ilusão que o criou em primeira instância, a ilusão de que somos Qual o teu propósito de vida? seres separados uns dos outros, da Terra, do Sol, das outras galáxias, descobrindo Prefiro não me limitar por propósitos. Posso por nós próprios que a ideia de separação achar que sei o propósito desta vida, mas será é apenas isso: uma ideia, mas uma ideia que sei mesmo? Como sinto que não é pos-


sível responder a esta pergunta com um sim totalmente honesto, rendo-me ao que cada momento, dia, ano me vai trazendo. Deixo que o propósito vá surgindo sem que seja eu a direcioná-lo, abstenho-me de tomar decisões com vista a um objetivo e a um futuro, e permitome a, a cada instante, fazer o que sinto ser o mais adequado, sabendo que esta expressão de “adequado” assume várias formas e muda constantemente. Pelo que a vida tem oferecido é-me possível observar que o que faço tem a ver com o passar desta mensagem de despertar aos seres que se cruzam comigo. Hoje parece que é assim, amanhã só Deus sabe. Gostarias de deixar alguma mensagem sobre esta temática ou frisar algo que seja relevante aos leitores? Sim. Sejam felizes. Abram as vossas mentes e corações a uma realidade maior, aprendam a escutar o vosso ser, a estar com vocês, a conhecerem-se mais, a permitirem-se a viver fora do condicionamento que vos foi passado, descubram os vossos certos e errados sem que estes venham de outra fonte que não a vossa própria experiência, já que essa é a única que será uma realidade para vocês. Muito amor daqui para aí. Descreve quem é o António Pinto e a sua história de vida?

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GRANDE REPORTAGEM EVA XAVIER Rapaz de 26 anos de idade, natural de mente nunca procurei pois não acredito. Amarante residente no Porto, a acabar o mestrado em gestão do património. O que te faz ter essa descrença? Tens alguma justificação ou segmento lógico para a inexO carma ou Karma, termo de origem ori- istência do karma? ental, é um tema debatido atualmente e que provoca opiniões divergentes nas Tal como já referi, sou uma pessoa muito empessoas. Assim sendo, acreditas nele? pírica, apoio-me somente nas experiências vividas. O empirismo é uma teoria do conheciNão. Acreditar nesse conceito implicaria mento que afirma que o conhecimento vem que acreditasse em lei do retorno ou no apenas, ou principalmente, a partir da experfato de que uma ação tem implícita uma iência sensorial e nessa verdade que me bareação. Como ser humano que se baseia seio. nas minhas experiências de vida e, até me Assim sendo, nunca me deparei com uma exprovarem o contrário, não acredito. periência dessas e nem encontro prova cientificas que comprovem a existência de Karma. É Segundo o teu conhecimento, opinião e uma ideologia de vida não se identifica com o experiência, o que é o Karma? meu ser. É um termo de uso religioso dentro da doutrina budista, hinduísta, jainista, sique e teosófica. Em cada um deles tem implícito um significado pelo que depreendi do meu conhecimento geral.

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Qual a tua visão e opinião sobre a vida e a morte?

Sou prático e na minha opinião apenas, nascemos, vivemos e morremos, com a morte acaba-se tudo. Já tiveste curiosidade em saber mais Vivemos no planeta Terra e tudo tem um prinsobre esta temática? Onde e como cipio e fim, mas só e apenas isso. procuraste essa informação? Qual o teu propósito de vida? O interesse desperta a curiosidade. Contudo, não tenho qualquer crença ou Lutar por uma sociedade mais justa. estimulo para procurar informação mais Todos temos a nossa cota parte de responsadetalhada sobre essa temática. Simples- bilidade.


Gostarias de deixar alguma mensagem sobre esta temática ou frisar algo que seja relevante aos leitores? Não. A minha descrença leva-me a preferir não referir mais opiniões ou dissertações sobre o tema. Como eu, provavelmente, outras pessoas. Tal como respeito quem acredita, apenas espero receber o mesmo.

Eva Xavier 19


ARTIGO_Tiago Vaz Osório

A História confirma: Karma is a bitch

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Principalmente pelo facto do casco deste navio de 269 metros de comprimento e 28 metros de largura e 53 metros de altura estar dividido em dezesseis compartimentos estanques que eram atravessados por comportas estanques. Todas elas podiam ser fechadas remotamente a partir de um interruptor na ponte de comando ou mesmo automaticamente em caso de acidente. Os engenheiros que conceberam o Titanic acreditavam que mesmo que dois compartimentos estanques da proa, adjacentes aos centrais, fossem inundados o navio poderia continuar a flutuar. No caso da proa o limite era de quatro. A acrescer a isso o Titanic tinha ainda um fundo duplo e oito bombas de água capazes de extrair quatrocentas toneladas de água por hora.

Quem nunca ouviu a expressão “karma is a bitch”? Certamente já por várias vezes e até quem sabe já a tenha dito a alguém ou até mesmo sentido na pele. Costuma-se dizer que somos o resultado dos nossos próprios actos e a isso podese também chamar de Karma. Fomos abrir os livros de História e procurar momentos Desta forma as medidas de segurança pensadas pelos engenheiros do Titanic acabaram por onde o Karma também foi tramado. gerar o mito de que o navio era “inafundável” junto da imprensa. De referir apenas que nove “Inafundável”, ou talvez não anos antes do Titanic a White Star Line tinha Para quem não diz que acredita nestas coi- descrito o RMS Cedric como “praticamente insas do karma, certamente o Titanic pode afundável”. ser bem um dos reflexos da expressão “karma is a bitch”. Em 1909 o navio de Certo é que na noite de 14 de Abril o Titanic passageiros britânico RMS Titanic começa- embateu contra um iceberg no Atlântico Norte va a ser construído nos estaleiros de Bel- e durante a madrugada de 15 de Abril acabou fast pela White Star Line, mas uma lenda mesmo por afundar. da engenharia já se começava a gerar à sua volta. Tendo sido pensado para ser o “Karma is a bitch”. navio mais luxuoso e mais seguro até à data, rapidamente se começou a dizer que Raça ariana batida por Owens era um navio “inafundável” Em 1936 o regime nazista que Hitler havia imMas afinal a que se ficou a dever tamanha posto na Alemanha estava bem oleado e em forte crescimento. reputação?


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ARTIGO_Tiago Vaz Osório

O evento tinha como principal motivação ideológica mostrar o poderio alemão, mas acima de tudo a superioridade da raça ariana. Depois de uma abertura apoteótica no moderno Estádio Olímpico de Berlim Adolph Hitler apenas esperava que os atletas arianos dominassem as provas.

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barcado num período de expansão económica, política e militar num esforço em alcançar as potências europeias e norte-americanas. A extensão territorial e o controlo económico para aumentar o acesso a recursos naturais fazia parte da sua estratégia o que acabou por gerar conflitos de natureza política com os Estados Unidos que durante muito tempo foi um dos O Führer só não conseguiu prever a par- seus principais parceiros comerciais no Pacífico. ticipação do grupo de atletas negros norteamericanos liderados por Jesse Owens. A tensão gerada entre os países levou o Japão Estes atletas conseguiram conquistar a a abandonar a Liga das Nações e consequentemaioria das medalhas do atletismo, a mo- mente à assinatura do tratado Anti-Comintern dalidade que ainda hoje é considerada a com a Alemanha Nazi e em 1940 o Pacto Trimais importante das Olimpíadas. Só Owens partite com a Alemanha Nazi e a Itália fascisvenceu quatro medalhas de ouro nas pro- ta para formar os poderes do Eixo. O embargo à vas de 100m, 200m, estafeta de 4x100m importação de petróleo e o ultimato ao regime e salto em comprimento. Este acabaria por japonês para travar a sua actividade expanse tornar no momento mais emblemático sionista acabaria por desencadear o início do dos Jogos Olímpicos de Berlim, mesmo confronto armado entre os dois países. com a Alemanha a liderar o medalheiro daquela edição com 33 medalhas de ouro. A acção bélica já estava preparada e pensada há muito tempo, mas só naquele momento foi “Karma is a bitch”. colocado em prática. O objectivo principal era destruição dos porta-aviões americanos que Quem semeia ventos colhe tempestades estacionavam habitualmente na base de Pearl Harbour na ilha de Oahu, no Havai. O ataque A 7 de Dezembro de 1941 o Japão marcou danificou ou destruiu 21 navios e 347 aviões, um ponto de viragem muito importante na matou cerca de 2403 pessoas e feriu outras história da Segunda Guerra Mundial com o 1178. No entanto o objectivo inicial foi um fraataque surpresa a Pearl Harbour. casso já que os três porta-aviões da frota do Pacífico não se encontravam no porto. Naquela altura o regime imperial tinha em-


Ainda assim este ataque acabou por ter consequências bastante nefastas para o Japão bem como para as forças do Eixo. Além de ter levado os Estados Unidos a transformarem todo o país numa economia de guerra e assim entrarem na Segunda Guerra Mundial. Iniciou-se também naquele momento a Guerra do Pacífico que esse sim teria um fim bastante trágico com o lançamento das duas bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki. “Karma is a bitch”. Podemos nem querer acreditar mas a verdade é que parece existir no mundo uma entidade, uma justiça “divina”, chamemos-lhe assim, que parece devolver-nos as nossas próprias acções num regime de causa e efeito, sobre a ideia de que colhemos aquilo que plantamos. Há quem lhe chame karma...e o “karma is a bitch”.

Tiago Vaz Osório 23


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CRÓNICA Nuno Campilho

Nesta minha primeira colaboração com a revista Inurban, não podia deixar de manter o meu registo habitual das analogias, ainda que, quem me vá ler pela primeira vez, possa não perceber nada do que se passa. Mas, com o tempo (e alguma paciência)... Karma Chamaleon, ou o Camaleão do Carma, é uma canção do grupo britânico Culture Club, de 1983 e, de acordo com o seu icónico líder, Boy George, é uma canção sobre o medo da alienação que as pessoas têm, por defenderem algo que possa ser considerado “politicamente incorreto” e passarem o tempo a quererem agradar a toda a gente. Ora, se não agirmos de acordo com aquilo que somos e com a nossa consciência – ainda de acordo com a explicação concetual da música – acabamos por ter de enfrentar a justiça do carma.

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Mas a que propósito é que me ponho para aqui a dissertar sobre o carma? É simples, porque é o tema de destaque deste número da revista e eu sou um rapaz muito bem-ensinado. Ok... então, o que é que é isso do carma? Sem prejuízo do conteúdo e das definições que, certamente, serão vastas e devidamente fundamentadas, e virão referenciadas em outros setores desta publicação, o carma tem a sua origem em doutrinas bramânicas, com o qual se procura interpretar a lei da ação e reação, no domínio bioquímico (cf. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa). Ora, como nada vem ao acaso, é carma (ação x reação), ainda por cima num setor “sociedade”, eu falar sobre política. Logo, também se justifica a alusão à canção dos Culture Club, e não é só porque se chama Karma... é, mesmo, por causa do “politicamente correto”, o que é algo que não me assiste. Vamos ao que interessa. A política/sociedade nacional está ao rubro. E, não, não é por causa das selfies do Presidente da República (ou das suas relações afetivas), das viagens pagas pela Galp, das obras da 2ª circular, da candidatura de Assunção Cristas à Câmara de Lisboa, da menorização da oposição ao governo, ou da entrevista do juiz Carlos Alexandre. O que mais mexe comigo, é mesmo a postura do PCP e do BE perante a governação socialista. Ora, se entendermos o carma como ação x reação, verificamos que há, neste caso, um agnosticismo a roçar o abstémio (a roçar, dado que a Festa do Avante não acabou há muito tempo...). Também podemos aplicar a definição de sóbrio moderado, até porque, alguma sobriedade, chazinho e caldos de galinha, para além de não fazerem mal a ninguém, ficavam bem a alguém... Então não é que um crescimento económico nulo não suscita comentários, hoje, e há muito pouco tempo atrás era sinónimo de uma brutal irresponsabilidade e fruto de uma política castradora de

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CRÓNICA Nuno Campilho austeridade? E a existência de uma lista VIP de contribuintes, no tempo do anterior governo, deu direito ao pedido de demissão de um secretário de estado, que era acusado de estar agarrado ao poder e, agora (se, não estou em erro, até é o mesmo político comunista a dizê-lo), o PCP diz que não está na sua génese exigir a demissão de membros do governo? Estes, e os outros “parafusos” da geringonça disseram, aquando da demissão do ministro Miguel Relvas que, sequencialmente, devia cair o governo todo e, agora, têm o desplante de dizer que isso é matéria da competência do Primeiro Ministro? Para os mais incautos, deixem-me dizer-vos que, competência do Primeiro Ministro, sempre foi, como, também, sempre foi completamente irrelevante para este setor mais radical da nossa sociedade, de quem são as competências, ou deixam de ser. Eles diziam, repito, diziam o que pensavam. Das duas, uma, ou deixaram de dizer, ou deixaram de pensar. Para bem da sua própria sanidade, ainda tenho a esperança que seja a primeira...

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Por falar em dizer, quando o já referido ministro Miguel Relvas prometeu uns estalos a uma jornalista, a atual líder do BE – que, na altura, partilhava uma liderança bi, ou tricéfala (o Francisco Louçã não é uma sombra, nem um fantasma, mas sempre tinha mais piada... perdemos umas belas tiradas à “manso” e afins, para além

de que, este, pelo menos, sempre interpretava como deve ser a “lei do carma”, afirmando-se do contra, ou seja, ação da Direita, reação da Esquerda, sempre ao contrário) – veio falar num brutal atentado contra a liberdade de expressão e, quando o fugaz ministro João Soares fez algo muito parecido, ficámo-nos por uma reprimenda à atitude, com uma leve referência que era algo que não devia ser dito. Anda o ministro das Finanças a mentir com todos os dentes que tem, a dizer que não vai haver aumento de impostos (ai vai, vai), ao ponto de até a flashstar Mortágua parecer o Vítor Gaspar, em auto-reverse, ao dizer, na TV, que não vai haver aumento de impostos; e a anterior ministra da mesma pasta, devia ter ido para a rua, ao fim de uma semana de mandato, porque não disse toda a verdade sobre o processo das swaps. Confesso que, de entre não perceber nada do que se passa e perceber tudo, não sei o que é que é mais “politicamente correto” assumir. Se admito que está tudo doido, ainda sou processado; se assumo que os políticos, em Portugal, se vendem por um “prato de lentilhas”, ainda sou processado; se concluo que, afinal, a melhor forma de conhecer o caráter das pessoas é, mesmo, dar-lhes poder, ainda sou processado. Portanto, já que vou ser processado por me mexer, ou por estar quieto, deixem-me finalizar dizendo que é preciso ter lata, para não dizer que há pessoas que não têm um pingo de vergonha na cara.


Só não percebe quem não quer. Fosse o António Costa, ou o António Variações (este, pelo menos, já não me processa), o que a Esquerda queria (e conseguiu) era correr com o governo PSD-CDS! Custasse o que custasse, e custe o que custar. No meio disto tudo, valha-nos o Jerónimo de Sousa que esse, pelo menos, não engana ninguém. Karma is a bitch? Não sei... eu sou responsável pelas minhas próprias ações, logo, pelas respetivas reações, mas podem sempre perguntar isso ao Donald Trump, no dia 8 de novembro deste ano.

Nuno Campilho 29


O MUNDO DE SOFIA «Conduzis, portanto, a vida de muitos para uma direcção errada! E uma vez que estais no meio disso, tal equivale a uma autodestruição… Aparentemente, vós, duvidas, esquecestes também que o nosso comportamento actual é determinante para todas as vidas terrenas posteriores!» (Roselis Van Sass, 1997)

ou do nosso poder em termos monetários, é normal que possamos ter nesta vida alguma lição ligada à falta de posses ou rejeição. Não é um castigo é viver a experiência que outrora foi abusada lá atrás.

O nome karma está ligado ao presente, ou seja, tudo aquilo que o indivíduo deve tentar realizar nesta encarnação corresponde ao que o nativo deve ser e fazer nesta vida.

Ao longo do caminho há que tentar sentir o que possa ser karma de outras vidas ou o que andamos a semear la atrás e que apenas estamos a colher desta vida presente!

Nascemos sob influencia dos astros, nascemos num certo dia, a uma certa hora, num certo lugar e no ceio de uma certa família, nada é ao acaso para o trabalho que viemos fazer.

Não temos só karmas, existe o darma, e o darma não é nada mais nada menos que as características potenciadoras suficientes para ires ultrapassando o teu karma.

Lidar com sabedoria faz ultrapassar o karma e harmoniza a situação.

A vida é um ciclo e se pararmos para nos conecAcredito que não estamos cá de agora! tarmos com o nosso ser, se ouvirmos o nosso Acredito que há reencarnações e em cada interior, conseguimos na perfeição ultrapassar uma delas há um “contrato” em que nos os nossos karmas com harmonia e serenidade. dispomos a realizar certo trabalho. Aconselho a leitura de Astrologia Kármica de Na morte o corpo deteriora-se mas a alma Sussuca Ferreira. não, pelo contrário ela evolui a cada reencarnação, se o trabalho proposto for con- Boas leituras cretizado com sucesso. Nascemos com qualidades específicas para fazer o nosso caminho e para mim o karma não é mais do que isso, fazer o nosso caminho, realizar o nosso propósito, que de antemão nos propusemos. 30

Se numa vida anterior abusamos das pessoas

Ana Sofia Bexiga


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ENTREVISTA a: Maína Mello mada Karma e vejam só o que descobrimos. Karma, teoria ou realidade? O Karma é uma realidade, mesmo para quem não acredita na reencarnação, estamos sob a lei de causa e efeito, que é uma dinâmica energética: tudo tem consequências. Que conceito o karma defende? O mundo resiste ao karma e, por isso, estamos, desde sempre, presos a essa roda de repetições. Não nos libertamos porque não compreendemos que as nossas ações se repercutem e que os nossos pensamentos têm poder. Lembramos e alimentamos padrões. O karma memoriza-os na nossa psique, mesmo que inconscientemente. Isto é Karma. É algo que já passou e, no entanto, insiste e acaba por ser uma condicionante, porque tendemos a interpretar qualquer experiência a partir dassa referência, seja traumática, ou mesmo de apego a um prazer.

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Com 32 anos, e mais de 100 mil visitas por mês no seu site, Maína Mello é brasileira e, quando o assunto são os astros, nada lhe foge. Aos 7 anos descobriu a sua paixão pela astrologia através da madrinha, a astróloga Débora Maína, e, após várias formações, dedica, hoje, a sua vida a esta Podemos distinguir vários tipos de Kartemática. ma? Se sim, quais Karmas existem? Autora do livro ‘Encontros astrais — Os signos no amor e como eles interagem’, Maína Mello tem Todos temos muitos níveis de karma: o vindo a despertar a curiosidade de muitos lei- individual, o familiar e o coletivo. Temos questões que não são só nossas, sobre tores brasileiros, mas também além-mar. Fomos conversar com ela sobre esta coisa cha- o que fizemos nas outras vidas e o que


estamos a fazer aqui, mas compartilhadas e, por isso, às vezes, não temos escolha a não ser passar por algo junto com os outros. No karma familiar, quantas gerações passam pelos mesmos complexos até que alguém rompe o padrão e cria um novo destino para aquele grupo? No coletivo, por exemplo, trata-se do momento histórico-cultural, mas também daquelas situações em massa. É possível identificar que tipo de karma é o nosso? É possível identificar o nosso karma em todos os níveis, e é possível libertar-se dele. A libertação começa com essa consciência - do que se trata - e se conclui com o ato que rompe com o padrão. É ao agir diferente que saímos da roda. É um salto quântico. Claro que isso aplica-se mais diretamente no karma individual, porque no familiar dependemos da relação com os outros envolvidos. No coletivo, somos tomados por forças maiores que nós. O mapa astral é o instrumento que descreve o karma, é só saber ler. É preciso acreditar em reencarnação para percebermos o Karma? Não é preciso acreditar na reencarnação para se compreender o padrão que se repete na nossa vida, pois aqui e agora vivemos sempre a mesma experiência, mesmo que mudem os cenários e as personagens. Parece que enquanto a pessoa não identifica uma questão espiritual na sua vida, a sua evolução fica limitada pela inconsciência. A evolução depende de uma conexão transcendente.

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ENTREVISTA a: Maína Mello

O Karma é uma espécie de castigo? O Karma não é castigo, é simplesmente uma causa-efeito. Se alguns o experimentam como “olho por olho, dente por dente”, é porque em algum nível compreendem as coisas dessa maneira, têm alguma conexão com a vingança, com a justiça punitiva, mas acabam por receber o mesmo de volta. No universo, não há o bem e o mal como o compreendemos na nossa perspetiva dualista, tudo é uma coisa só.

A alma é espírito e o Karma é um nó espiritual. É uma energia presa à alma. O Karma dita um destino?

Há Karmas bons, pois entre as experiências que trazemos, também há o conhecimento. Há muitos médicos, professores, cientistas, artistas e conhecedores de muitas áreas que estão aqui para desenvolver ainda mais o seu saber, finalizar algo que deixaram incompleto. Ainda que, para o indivíduo, por ser um compromisso, possa parecer opressivo. A espiritualidade parece aproveitar a experiência prévia de uma alma se Como a comunidade científica justifica o aquilo for um benefício para todos. Há poucas Karma? pessoas a fazer este tipo de serviço na Terra. A comunidade científica não considera a existência do Karma, pois não entende a sincronicidade que liga os eventos entre si. Há uma ciência materialista, baseada no método científico, que se distingue da ciência espiritualista porque ainda não tem olhos para ver, ou seja, instrumentos para medir e equações para calcular. Mas estamos a chegar lá, a física quântica já fala que os pensamentos não são locais, isto é, que não estão presos ao corpo (cérebro). Temos a teoria das ondas gravitacionais do Einstein que explicam como o movimento dos astros repercutem, por exemplo. 36

O que alma e Karma possuem em comum?

Há quem não acredite no Karma, estas pessoas demoram mais a atingir a sua plenitude? Porquê? Se o karma é a energia presa, em oposição a esta há uma lição que é um caminho evolutivo, que é uma missão, sim. Cada um tem a sua missão. Para uns, ela pode ser de ordem afetiva, para outros, o exercício de um talento, uma projeção social e profissional, ou aprender a lidar com dinheiro, há ainda quem tenha vindo para fazer trabalho humanitário. Podemos entender a missão como algo alinhado ao conceito budista de dharma: o caminho para a verdade é o seu meio para chegar lá.


A morte é sinal de que resolvemos o nosso Karma e estamos prontos para regressar a casa? A morte é apenas o fim de um ciclo. Quantas vezes teremos que voltar para continuar a trabalhar sobre os nossos karmas? A morte é a possibilidade de recomeçarmos de outra maneira. Imaginem como seria se não tivéssemos essa oportunidade, se estivéssemos para sempre presos numa condição de dor. Existem coincidências ou tudo no universo está perfeitamente planeado? Tudo é sincrónico e, ainda assim, o acaso acontece - é a vida a ser criativa e a reinventar-se a si mesma. É assim que nascem as mutações e a espécie evolui, com cada vez mais recursos para que a alma também evolua no seu destino de se tornar criadora. Nascemos para ser luz.

Manuela Pereira 37


CINEMA CARTAS de GUERRA Corria o ano de 1971 quando António se vê obrigado a servir o país naquele que ainda hoje considerado um dos maiores erros da História de Portugal, a Guerra Colonial. Médico de 28 anos vê-se colocado no Leste Angola, uma das piores áreas da guerra e deixando para trás a sua mulher grávida da sua primeira filha. Com realização e argumento de Ivo Ferreira e Edgar Medina, Cartas de Guerra é um filme baseado na obra de António Lobo Antunes, “D’este viver aqui neste papel descripto”: Cartas da guerra, que conta a passagem do escritor português pela Guerra Colonial. Ao longo de dois anos acompanhamos através das cartas de António toda a sua experiência na guerra, todas as suas incertezas, e inseguranças mas também as suas esperanças e saudades. É na escrita que este médico solitário encontra o seu abrigo a sua ligação com o país e a família que deixou para trás.

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CINEMA CARTAS de GUERRA

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A cada carta apercebemo-nos do amadurecimento do escritor, do seu pensamento cada vez mais elaborado, mas também a forma como se vai aos poucos apaixonando por Angola e como o seu pensamento político se vai moldando e ganhando mais força e carácter.

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CINEMA CARTAS de GUERRA

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Recorrendo maioritariamente à voz-off quer de Miguel Nunes (no papel de António Lobo Antunes) e de Margarida Vila-Nova (como Maria José, esposa de António), Cartas da Guerra é uma forma muito intimista, muito pausada e muito pessoal de retratar o negro período da Guerra Colonial. Com uma excelente fotografia, com as gravações a terem lugar em Portugal mas também na na província de Cuando Cubando, nas Terras do Fim do Mundo, em Angola, Ivo Ferreira encontrou também na imagem a preto-e-branco uma forma de não só dar ao fim uma característica histórica mas também conseguir que o espectador se foque mais nas palavras das cartas, não se perdendo na parte mais visual da película. Sem dúvida que Cartas da Guerra é um duro retrato da Guerra Colonial, mas também um forte elo de ligação com o que sentiram os milhares de soldados portugueses que tal como António Lobo Antunes ficaram marcados pelo conflito que colocou um ponto final ao colonialismo português.

Tiago Vaz Osório 43


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Eduarda Andrino


Tenho sempre muita dificuldade em falar de Filipe La Feria, principalmente quando acabo de sair de um espetáculo seu. Acompanho o seu percurso há muito tempo mesmo. Falhei poucos! Já vi muitos....ja chorei e ri, mas também já levei muitas lições de vida para casa e partilhei-as com os meus filhos e marido que muitas vezes são os meus companheiros de plateia. Emocionante, assertivo, e muito forte, talvez sejam as três melhores palavras para abrir as portas a uma versão de As arvores morrem de pé, encenada por Filipe La Feria. Com um elenco de luxo composto por artistas de excelência, a peça ganha vida com as atuações dos atores Manuela Maria (Avó Eugenia), Ruy de Carvalho (Avô Fernando),um casal de idosos cúmplices e muito carinhosos entre si. Por sua vez Maria João Abreu (Teresa/Isabel), Carlos Paulo (Sr. Diretor), um quarteto de peso que em 2h de espetáculo nos fazem rir, sorrir, pensar e até chorar. Verdadeiramente único. 45


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Eduarda Andrino

Rosa Areia, Hugo Rendas, Paula Fonseca, Ricardo Castro, João Duarte Costa, Patrícia Resende, João Sá, Pedro Goulão e Francisco Magalhães, contracenam com os primeiros num guião divertido, cúmplice, emocionante e muito explícito. São várias gerações em palco que se complementam entre si e dão vida a um romance de Alejandro Casona com a fabulosa encenação do mestre Filipe La Feria. A cortina sobe e a peça começa com uma luz azul numa noite fria e gelada incidente numa ponte. 1946, Buenos Aires.

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Sobre a mesma, o ator Carlos Paulo, diretor de uma organização que pretende tornar as pessoas


mais felizes com poesia e criatividade. Outras personagens entram em cena e trocam discursos breves com o actor sobre uma mulher de olhos tristes (Maria João Abreu), e na sua intenção de suicídio. Um menino de ar simples passa de bicicleta (João Sá Coelho),e oferece um ramo de flores que muda toda a historia a partir daí.

fazer para a animar e dar a volta à sua vida… Um velho senhor chega ao escritório dessa estranha organização com um pedido surpreendente: o seu neto tornou-se um perigoso delinquente, mas ele quer esconder a verdade à sua mulher que vive a agonia de não saber a verdadeira vida do seu neto.

A peça segue e outro cenário e apresentado, riquíssimo no seu todo. Um aparente escritório, repleto de estantes com livros que na verdade ocultam uma outras histórias.

Na mesma altura Teresa (Maria João Abreu),a menina da ponte dos olhos tristes encontra-se com o velho senhor e ambos percebem que estão num local onde não conseguem sair, por motivos que desconhecem. Ao longo de vários anos Fernando (Ruy de Carvalho), enganou a mulher, escrevendo-lhe cartas fictícias, supostamente do neto (Hugo Rendas), dando conta dos seus sucessos como famoso arquiteto que vivia no estrangeiro.

Durante a peça vão passando personagens misteriosas, são atores, membros de um grupo, que acredita na ilusão e em mudar a vida das pessoas, estão preocupados com Teresa, uma rapariga de olhos tristes, sozinha e desiludida… e tudo vão

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Um dia, o verdadeiro neto envia um telegrama anunciando a sua chegada. Porém, o navio em que viajava sofre um naufrágio e todos os passageiros morrem. O velho senhor propõe então à organização que coloque em sua casa um casal fingindo ser o neto (Carlos Paulo) e a sua mulher (Maria João Abreu),para tornar real a ilusão da avó.

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Eduarda Andrino

gosto incrível e único, bem ao jeito de Filipe La Feria. As árvores que se situam ao fundo do cenário para la das portadas das janelas da sala vivem e falam com o fabuloso jogo de luz que as veste durante todo o tempo. O ambiente torna-se assim intimista e familiar, envolvendo plateia e atores num jogo perfeito e acolhedor.

Filipe La Féria apresenta uma nova versão da popular peça do comediógrafo espanhol Alejandro Casona que, na sua apresentação original baseada na literatura espanhola contemporânea do século XX, fez história com Palmira Bastos a protagonizar.

Alejandro Casona induz durante toda a peça o espectador à ilusão, do poder da verdade e da mentira, dos seus efeitos, da felicidade, do Amor, da Amizade e do que fazemos para fazer felizes aqueles que amamos.

Nesta nova produção, Filipe La Feria atribuiu papeis certeiros a Eunice Muñoz e Manuela Maria revezam-se no papel principal, assim como Ruy de Carvalho e João D´Ávila respectivamente. Escolhas de excelência.

A peça desenrola-se cheia de ironias, entrelinhas, humor refinado e muito boa disposição, levando assim os atores escolhidos para os respectivos papéis a enriquecerem de uma forma muito particular e sua a peça, dando-lhe uma interpretação muito própria.

Novo cenário e apresentado no palco e desta vez uma charmosa sala que pertence a casa dos avós Eugénia e Fernando e é ai mesmo que toda a peça continua e termina. Os adereços que compõem o decor da sala são autênticas obras de arte, de um

O grande momento da peça dá-se no segundo acto quando a avó descobre a verdade sobre toda a situação e frente a frente com o verdadeiro neto lhe chama de canalha e o expulsa da sua casa e da sua vida. “Vieste com as tuas mãos sujas....sai daqui! “


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Manuela Maria tem um discurso arrepiante com o neto (Hugo Rendas),e profere a frase que toca profundamente no peito de todos os espectadores. “Morta por dentro, mas de pé como as arvores”, e é com esta frase que a peça caminha para o GRAND FINAL carregada de emoção. Ruy de Carvalho Grande e igual a si mesmo. Uma interpretação tao tranquila, que fazem o espectador transportar-se para outra dimensão, com direito a pensar em todo o texto e sua mensagem. Verdadeiramente um senhor na arte da representação! Manuela Maria Uma actriz fantástica! Talvez mesmo a personagem principal. O texto roda todo a sua volta e as diversas intervenções que faz são quase sempre com grande humor. O seu papel esta ligado a todos os outros , e a emoção vive em si. Discurso assertivo e direto.

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Eduarda Andrino

Discurso com excelente dicção e uma prestação única. Maria João Abreu Uma atriz igual a si mesma, sem colar a sua imagem a nada nem a ninguém. Com um ar sempre doce, profere o texto de uma forma envolvente com todas as restantes personagens. Grande sentido emotivo, chega mesmo a chorar em palco de uma forma arrepiante. Ricardo Castro Um ator incrível, versátil e sempre pronto a abraçar não diversos papéis, mas diferentes formas de representação. Grande poder de mutação! Multifacetado e com um curriculum já invejável, abraça vários papéis na peça de forma particular. Hugo Rendas Um ator muito expressivo, com uma dicção fantástica e uma forte intervenção. Transpira toda a agressividade e frontalidade para a peça propria da sua personagem.

João Sá Coelho Das diversas intervenções que faz na peça em Carlos Paulo todas revela uma excelente prestação. Um actor particular, multifacetado que Uma autêntica revelação e uma das mais reconduz todo o guião sempre com uma centes apostas de Felipe La Feria anteriormente grande cumplicidade com os restantes TARZAN. atores. Um jovem ator promissor.


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Rosa Areia Actriz com um percurso fantástico entre o teatro e a tv , agarra o papel de governanta na peça, e é uma das personagens que tem grande ligação com Manuela Maria (Avó). Sempre atenta a família, e o elo de ligação de todo o ambiente na peça, transmitindo sempre carinho e muita atenção com os patrões. Uma actriz versátil!

Eduarda Andrino

desta vez com Rosa Areia. Com um ar doce mas muito interveniente, a atriz faz a ligação entre os personagens principais sempre com muita tranquilidade,acartando as ordens da governanta (Rosa Areia).

A peça termina carregada de emoções, cheiros, e mensagens que poem ser absorvidas e interpretadas pelo espectador de várias formas. Uma peça imperdível e arrepiante pela forma também como os actores atribuíram alma aos seus papéis. Filipe La Feria coloca assim mais uma medalha Patrícia Resende Excelente interpretação em harmonia dourada no seu curriculum como encenador,

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escolhendo uma peça tao nobre como As arvores morrem de Pe. Os olhos engrandecem-se não só pelo fantástico texto, atores e suas interpretações, como pelo cenário, guarda-roupa, desenho de luzes e musica, que num todos fazem a união perfeita para não se perder este grande momento de teatro. Resta deixar um profundo agradecimento a Flipe La Feria e um

VIVA AO TEATRO!

AGRADECIMENTOS Filipe La Feria, Maria Ruivo, João Duarte, Fernando pela incrível disponibilidade e amizade de sempre. A todo o elenco (Ruy de Carvalho, Manuela Maria, Carlos Paulo, Ricardo Castro, Rosa Areia, Patrícia Resende, João Goulão, Hugo Rendas), pelo carinho e disponibilidade como me receberam nos seus camarins Ricardo Rodrigues (Fotografo oficial do Politeama), pelas fotos de cena que gentilmente cedeu para ilustrar este artigo Créditos Fotos de cena – Ricardo Rodrigues Fotos de Bastidores – Eduarda Andrino

As Árvores Morrem de Pé Teatro Politeama, de quinta a sábado, às 21h30 e ainda ao sábado e domingo as 17h00.

Eduarda Andrino 53


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CRÓNICA : Lídia Santos

Não quero! “Um mundo! Um nunca acabar de terra grossa, fragosa, bravia que tanto se levanta a pino num ímpeto de subir ao céu, como se afunda nuns abismos de angústia, não se sabe por que telúrica contrição.” Assim escrevia Miguel Torga no tempo em que as serras e os montes de Trás-osMontes eram, efetivamente, bravios, imensamente densos, de um verde quase impenetrável, de uma quase escuridão tenebrosa tal era a vegetação. A floresta era a fonte da qual brotava a solução para quase todos os problemas das gentes das aldeias. Aliás, todos os dias da sua sobrevivência giravam em torno da imensa floresta que estabelecia com elas uma vizinhança aprazível, sedutora e exuberante. A floresta era, só por si, um ser supremo, respeitado e venerado por todos. Ninguém ousava tocar-lhe, nem aos seres que aí moravam, de outra maneira que não fosse com extrema delicadeza. Proporcionava a lenha para o frio doloroso do inverno, a carqueja para a loja dos animais e o seu alimento e, para os habitantes das serras, era a certeza de uma segurança e de uma riqueza inesgotáveis.

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que Torga tão bem descreveu, agora enegrecidos, de um negro maldito que se agarrou à terra e que só deixou as fragas visíveis, nuas, desprotegidas e ainda mais pedregosas. Não quero! Não quero, portanto, os montes da minha aldeia, do meu Trás-os-Montes, do meu país, apenas revestidos por fragas cinzentas, sem musgo, sem vida, a exalar o calor do fogo que as envolveu durante dias a fio. Não quero as florestas da minha aldeia, do meu Trás-osMontes, do meu país, a exibir troncos gigantes quais espectros perdidos num filme de terror de qualidade terciária. Não quero os cheiros que o fogo cimentou nas serras da minha aldeia, do meu Trás-os-Montes, do meu país porque me revolvem as entranhas, porque me obrigam a desligar os sentidos. Não quero, definitivamente, não quero esta displicência para com a floresta portuguesa, este esperemosque-para-o-ano-seja-melhor ou esperemosque-para-o-ano-não-ardam-tantos-hectaresdo-que-temos-de-mais-puro! Não quero! Mas quero, outra vez, a floresta da bisavó Inocência, da sua filha e da filha desta…

Se a bisavó Inocência ainda pudesse ser ouvida assim diria, tal como a sua filha mais velha e ainda a filha desta. Infeliz- Lídia Machado dos Santos mente, eu, para onde quer que direcione o meu olhar, alcanço os mesmos montes,


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FOTOGRAFIA Liliana Ferreira Natural de Albergaria a Velha. Esta paixão pela fotografia nasceu em 2012, mas por hobby. Só em 2013 viria a especializar-se com uma formação em fotografia e Photoshop. Em 2016 dá o salto e é convidada pela RecARTE, para iniciar a sua aventura pelo mundo da fotografa. Desde aí, tem arrecadado trabalhos de referência, é fotografa oficial da Miss baixo –Vouga 2016 e já teve o prazer de fotografar três adolescentes que lutam contra o cancro. Gosta, sobretudo, de registar imagens de idosos, crianças, grávidas, sessões pós casamento e fazer books de jovens. Caracteriza estes 4 anos como muito enriquecedores, poder congelar momentos, lembranças que ficam para toda a vida, são momentos únicos que lhe dão extremo prazer. Ama o que faz, porque o faz de coração. Créditos: Fotografia: Liliana Ferreira Modelo: Manuela Pereira

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“Nós sonhámos, a obra nasceu” Um dia, nós, Antónia Martins e Olga Muro, sonhámos que iríamos conseguir algo, um Colégio, onde se pudesse sentir, diariamente, um ambiente familiar, acolhedor e significativo para todas as crianças, famílias e equipa, que juntos vivenciam o dia a dia. 60


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O Colégio “Os Pequenos Marqueses” nasceu a 10 de Setembro de 2010 com capacidade para 95 crianças dos 4 meses aos 6 anos.

Acreditamos que ao desenvolver este ambiente próximo e familiar estamos a contribuir para a formação de futuros cidadãos justos e respeitadores.

Neste dia iniciámos a 1ª fase do nosso projeto, que em Setembro de 2015 passou a uma 2ª fase, alargando as instalações com mais 3 salas, tendo assim, neste momento, capacidade para 130 crianças.

O nosso foco para além da criança é a sua família. Por isso, criámos várias iniciativas informais e formais de partilha entre a equipa e as famílias.

O caminho foi longo, mas extremamente gratificante, porque fomos crescendo ao longo do tempo, com cada vez mais famílias a acreditarem no nosso projeto. Este projeto defende princípios e valores que são praticados todos os dias pela equipa educativa que acredita na criança como ser ativo na aprendizagem, na criança autónoma, responsável, decidida, atenta e preocupada com o mundo que a rodeia e com o próximo. 62

Como exemplo de iniciativas informais, promovemos os dias festivos, tais como o Dia da Mãe, o Dia do Pai, o Dia da Família, entre muitos outros momentos de partilha. Como exemplo de iniciativas formais, realizamos as Reuniões de Pais e Ações de (In)Formação com diversas temáticas significativas na infância e que são, atualmente, uma “preocupação” para os pais. Assim, neste âmbito, é com orgulho que a equipa do Colégio “Os Pequenos Marqueses” irá participar na Revista INURBAN partilhando com todos, alguns artigos relacionados com o desenvolvimento da infância.


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ARMÁRIO SEM CHAVE

Fique dentro das tendências para o Outono Inverno 16/17 Com o verão terminado e o Outono á porta, as tendências de outono inverno 2016-2017, estão a dar que falar, não só pelo que se vai usar mas por ser uma estação que no geral tudo se vai usar, sem excepção. Será uma estação cheia de peças icónicas e intemporais. Fique dentro de todas as peças Chave que deve ter no seu Armário. Nesta colecção o Armário sem Chave atreveu se como marca e criou uma linha de Inverno com peças exclusivas, únicas, arrojadas e femininas, bem ao gosto de todas as nossas clientes.

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• Mangas extra longas O efeito Vetements chegou; marcas, como Commes des Garçon e Hood by Air já brincaram com o comprimento das mangas. Desde a Michael Kors a Proenza Schouler, mostraram varias maneiras de trabalhar as mangas compridas até passarem

mesmo o comprimento das mãos, num momento em que o oversized nunca foi tão visto na passarela.

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ARMÁRIO SEM CHAVE • Streetwear de luxo O decorativismo que tem pautado a moda das últimas temporadas, entra o streetwear oversized que ganham peças

luxuosa graças aos materiais, acabamentos e interpretações que têm como principal porta-voz o russo Demna Gvasalia, bem como, a Prada, Fendi e Giorgio Armani. Ainda há espaço e holofotes para os bordados e trabalhos artesanais rebuscados que fizeram a fama da nova fase da Valentino, a mais recente ainda da Gucci e o rebuscado tradicional da Dolce&Gabbana, claro. Mas o que há de mais novo em termos de desejo de moda são os hoodies e calças oversized, camisetas cropped ou não com frases de efeito numa versão inteligente e sofisticada. 66


• Sweet Grunge Também vem das ruas a outra importante tendência da temporada internacional, numa continuação do que foi visto na estação passada, agora menos próxima do grunge Nirvana e mais perto do high fashion, bem composto, feminino e até romântico. O xadrez, as sobreposições com vestidos soltos e saias longas sem acabamento ou com barras assimétricas apareceram em grifes variadas, de Rochas a Balenciaga, Vetements a Loewe.

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ARMÁRIO SEM CHAVE • Puff Daddy Mais um inverno forte para as puff jackets, as tradicionais jaquetas muito vista nos desportos de neve, agora tb nas

passarelas, ganham versões com toques mais urbanos para as ruas. As novas versões trazem cortes, acabamentos e materiais muito além do nylon, além de manter a utilidade de nos proteger do frio, super praticas e confortaveis.

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• Graphic design Estampados e desenhos com efeito gráfico apareceram em muitas passarelas e de maneiras distintas. Ao seu modo, as marcas usaram efeitos ópticos, cores e combinações de peças.

• Pescoço em alta Temporada forte para o pescoço, que ora aparece super coberto e embrulhado por cachecóis ou maxi golas, ora à mostra, decorado por acessórios que vão desde gargantilhas minimalistas a lenços delicados, a maxicolares, golas, maxichockers. A Prada foi mais longe e usou a área para pendurar objectos utilitários, como mini carteiras e chaves.

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ARMÁRIO SEM CHAVE

• Lamê O prata (principalmente) e o dourado, junto com outros tons metalizados (azul, rosa, verde) ganharam ainda mais glamour com

o lamê neste inverno, que aparece tanto na versão couture anos 80 nos tubinhos da Saint Laurent, elegantes, caso da Chanel, sexy, como na Paco Rabbane ou mesmo da Margiela, ou cool, casos de Veronique Branquinho e Rochas, em variações que podem ser usadas à noite ou de dia, com jeans e outros complementos casuais.

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โ ข Veludo molhado O brilho e a textura do veludo molhado deixam tudo mais luxuoso e com movimento molenga charmoso em tons dramรกticos como os

muitos azuis marinhos vistos em marcas como Prada, Fendi e Phillip Lim e cores vivas, caso do mostarda da Vetements, o vermelho da Opening Ceremony ou o verde da Gucci.

Agradecimentos: Armรกrio sem Chave

https://www.facebook.com/aurea.venceslau 71


ARTIGO DE OPINIÃO FUTEBOL - A MINHA VISÃO DE ANTÓNIO OLIVEIRA

A liga regressou e o mercado fechou... A ansiedade por termos de regresso a Liga Portuguesa terminou e chegou novamente o espetáculo do futebol. O entusiasmo voltará aos estádios, a emoção aos ecrãs dos telespectadores e a vibração a todas as rádios. Um conjunto de 18 equipas disputam mais uma edição da principal competição portuguesa de futebol, todas elas com objetivos diferentes mas cada uma com grande ambição naquilo que concerne ao trajeto traçado para a temporada pelos seus responsáveis e que esperemos que dignifiquem aquela que á a liga do país atual campeão europeu de futebol, o que logo aí, acresce a responsabilidade de todos os agentes desportivos intervenientes na mesma . Perspetivam-se os eternos candidatos ao título, uma luta acérrima pela Europa e o desespero até ao último fôlego pela não despromoção. Deverão para pena minha regressar as contínuas guerras de palavras entre clubes e seus responsáveis, os famosos casos de arbitragem que tão bem alimentam a opinião pública e que preenchem e invadem por muitas ho72

ras os espaços televisivos, pois a vontade de vencer a todo o custo infelizmente imperará novamente. Desejo por outro lado, e apesar de ser impossível abolir por completo as situações anteriormente descritas, que se aborde muito mais o jogo propriamente dito, pois a qualidade dos treinadores e jogadores e o tempo que estes despendem na construção do seu processo merece um maior respeito e uma abordagem mais competente e duradoura em detrimento de situações que nada abonam ao desenvolvimento, crescimento e saúde do futebol português. Por outro lado, o mercado finalmente fechou o que é desde já um grande descanso para quem lidera, pois vê desta forma definido todo o seu plantel. Antevê-se um campeonato ainda mais competitivo do que o anterior, visto aos avultados investimentos feitos nomeadamente por Benfica e Sporting o que é um indício e um sinónimo claro da aposta que é feita por estes e outros no ataque a todas as competições em que estarão envolvidos principalmente nas que concernem ao contexto nacional. Um Benfica em busca de um tetra inédito, um Sporting à procura de um título que lhe foge desde 2001 e um Porto a tentar ressuscitar e recuperar uma hegemonia que a deteve durante cerca de 20 anos. Por isso mesmo estão reunidos todos os ingre-


dientes para termos uma liga muito competitiva e de qualidade apenas e só nos resta esperar, que todos os intervenientes envolvidos correspondam às enormes expectativas criadas deixando que os jogadores sejam os principais protagonistas deste desporto entusiasmante e apaixonante. Mais duas notas importantes que gostaria de comentar e de registar antes de finalizar, sendo elas a participação das equipas portuguesas nas provas europeias que serão sempre de grande importância, devido não só, à colocação de Portugal no ranking, mas também ao prestígio na representação do nosso país. Por fim, desejar a maior sorte aos novos campeões europeus na qualificação para o Mundial de 2018 que se realizará na Rússia e que com menor ou maior dificuldade façam-me o favor de colocar mais uma vez o nosso país numa fase final de um grande evento desportivo.

António Oliveira

Treinador de Futebol Licenciado em Educação Física e Desporto no Ramo de Treino Desportivo na especialidade de Futebol

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SPAZZIO VITA

Este artigo aborda as tendências de cortes para a próxima estação. Porque não tomar coragem para fazer aquele corte há tanto tempo desejado, mas falta coragem... Inspire-se e surpreenda! As opções são irreverentes, inovadoras e sensuais, sejam eles lisos, ondulados, curtos ou longos.

Uma das grandes tendências será a leveza e a modernidade. Os cortes de cabelo de comprimento médio e curto tem estado sob os holofotes, e isso irá continuarna próxima estação.

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No entanto, há quem não viva sem os seus longos cabelos, mas isto não quer dizer que tenha de cortar o seu cabelo. O que você pode fazer é adaptar o seu corte e escolher algo mais moderno. 

Cabelos Médios estão super na moda!, pois são muito versáteis.  Cabelos ondulados são outra grande tendência. Os ondulados são muito charmosos e românticos. São várias as celebridades que aderiram a este tipo de corte.  As franjas também irão estar muito em voga, querem se curtas ou longas, e podem ser usadas mesmo com os cabelos ondulados.

Maria Leitão/ SPAZZIO VITA 75


SPA_SPAZ D´ALMA Porque o nosso rosto diz muita coisa!

A nossa pele bronzeada pelo sol, contamos das festas e dos jantares e do divertimento, e estamos prontos para voltar a mais uma jornada em cheio! Porém, está também na altura de cuidar do nosso rosto, tonificando a pele após um verão cheio de sol e calor.

Estas são apenas algumas das razões: • tonifica e dá mais firmeza à pele • Limpeza e desintoxicação das camadas mais profundas da pele • Permite mais e melhores resultados com a cosmética aplicada em casa • iluminação imediata da pele • melhoria da textura e do toque da pele • pele mais fina e com menos imperfeições • pele mais hidratada e regenerada logo após o tratamento • elimina pontos negros

Pois é – Sabia que deve fazer uma limpeza profunda de pele pelo menos duas vezes por ano? A primeira antes do verão, e a outra antes da chegada do frio. São estes pequenos cuidados que ajudam o seu rosto a sentir-se jovem durante mais tempo, e a fazem ficar radiante ao primei- Não percam… vão adorar como nós! Limpeza profunda de Rosto Spaz D’Alma? ro olhar! Antes de começarmos o tratamento, Assim que entrámos no Spaz D’Alma este explicaram-nos: mês, perguntámos logo qual seria a promoção em vigor no mês de Outubro. E ficá- “Com a nossa limpeza profunda de rosto mos maravilhadas por saber que iriamos adaptada ao seu tipo de pele, vai sentir o seu ter direito a uma limpeza de rosto 100% rosto leve e rejuvenescido. natural, a um preço imbativel: 56€ por um Aliámos o melhor da Aromaterapia, os melhores tratamento de uma hora e meia, no nosso esfoliantes, óleos e máscaras para devolver à sua pele o brilho perdido, Realizado num moespaço do coração! mento altamente relaxante e sensorial. Para quê e para quem? Porque sim, e para nós – porque nós É um momento de paz interior e revitalização, merecemos! Isto foi o que pensámos ao em que vamos exfoliar, hidratar e regenerar o fazer a pergunta a uma das profissionais seu rosto, devolvendo o brilho, e hidratação do Spaz D’Alma, mas afinal (apesar de perdida com a azáfama do dia-a-dia. também termos um bocadinho de razão) Contando com ingredientes de topo como a os benefícios são muito mais do que estes! rosa da Bulgária, a grainha de framboesa, o 76


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SPA_SPAZ D´ALMA Porque o nosso rosto diz muita coisa!

Ylang Ylang ou o lodo marinho, em conjunto com um peeling enzimático de papaia e ananás e uma máscara de alginatos remineralizante, é um tratamento 100% Natural que providencia a limpeza e desintoxicação das camadas mais profundas da pele, esfoliação intensiva e a preparação da pele antes de iniciar qualquer tipo de tratamento de rosto especifico. Este é um tratamento imprescindível em peles opacas, muito queratinizadas. E temos muitas grávidas a procurar este tratamento, pois durante a Gravidez a pele está mais sensível, torna-se mais reactiva e fotosensível e exige cuidados especificos - e para tal, nada melhor que uma completa limpeza de pele.”

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Entrámos maravilhadas com a explicação detalhada e profissional, e saimos a sentir-nos mais jovens, mais radiantes e prontas para agarrar o mundo! Por isso o nosso veredicto é… agarrem esta promoção antes que o mês acabe!


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4HEALTHY_Saúde e Bem-estar

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Importância do Rastreio das Perturbações de Comunicação na Criança Versus Sucesso Escolar Com o regresso às aulas, uma das principais preocupações dos pais é os seus filhos obterem sucesso escolar, em particular ansiedade sentida com o início da aprendizagem da leitura e escrita no primeiro ano de escolaridade. A leitura é um processo complexo, influenciado por vários fatores linguísticos, cognitivos e sociais; sendo o nível de linguagem oral determinante no emergir da mesma. Investigações recentes (em processos de leitura), têm revelado que a sua aquisição, desenvolvimento e performance, está relacionada com a chamada Consciência Fonológica (uma das áreas “nobres” da linguagem), também com problemas de fala e competências metalinguísticas. A Consciência Fonológica, refere-se à capacidade, consciente, para manipular(mover, combinar ou suprimir) elementos sonoros (fonemas) das palavras orais. Esta capacidade, desenvolve-se ao longo do pré-escolar, nas atividades de rimas, sílabas e na segmentação das palavras “faladas”. Uma boa performance nestas tarefas, prevê um bom desempenho na leitura(indicadores importantes, são conhecimento dos nomes e sons das letras) e escrita no primeiro ano. A Linguagem é considerada a competência, por excelência para o sucesso da Leitura e Escrita. É importante ajudar as crianças (em idade préescolar) analisarem a linguagem, para que compreendam as várias relações linguísticas, como as que existem entre as letras(consciência da estrutura dos sons que compõem as palavras), o que elas significam e como se podem representar nos níveis oral e escrito.

Por outro lado, torna-se pertinente que os adultos que as acompanham, estejam atentos(pais, educadores e professores) aos sinais de alerta que as crianças podem revelar na sua comunicação e que em conjunto com outros indícios manifestados(por exemplo: imaturidade nas relações sociais com os seus pares e outros adultos, dificuldade no controlo da atenção, dificuldades na motricidade fina e coordenação motora, baixo nível na memória a curto prazo, problemas emocionais, entre outros) são indicativos que o desenvolvimento da linguagem não está a decorrer como o previsto.

SINAIS ALERTA: Na primeira Infância (até aos 3 anos) *Sinais iniciais de possíveis dificuldades na linguagem escrita surgem ao nível da linguagem oral. Aquisição tardia da linguagem pode, nalguns casos, justificar as mesmas: É previsto que as primeiras palavras, surjam ao um ano de idade e sejam capazes de falar frases entre os 18 meses e os dois anos. Alerta, aquando as primeiras palavras surgem depois dos 15 meses e as frases só depois dos dois anos. Com o início da Oralidade, poderão surgir dificuldades na fala, ao nível da articulação verbal, que permanecem num tempo além do esperado. Entre os 5 anos/5 anos e meio de idade as crianças deverão articular corretamente a maioria das palavras ...etc.

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4HEALTHY_Saúde e Bem-estar Pré-Escolar Discurso infantilizado: Linguagem “bebé” frequente, Frases curtas, Palavras “mal faladas”, como omissões, substituições e/ou distorção de sílabas e/ou fonemas(sons das letras); Dificuldades na Compreensão da linguagem falada; Dificuldades na memorização de canções e lengalengas; Dificuldade na aquisição dos conceitos temporais e espaciais básicos: ontem/ amanhã; direita/esquerda; depois / antes…; Dificuldades na Compreensão da língua - Consciência Fonológica: que as frases são formadas por palavras, que as palavras se podem segmentar em sílabas e estas em letras que por sua vez correspondem aos fonemas; Não nomear as letras do seu nome próprio; ...etc.

Primeiro Ano de escolaridade

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Dificuldade na compreensão da estrutura da Língua. Por exemplo que as palavras faladas, se podem segmentar em sílabas e fonemas; Dificuldade na correspondência das letras aos seus respetivos sons; Erros de leitura/escrita pela não aquisição das regras gramaticais e fonológicas de correspondência grafo-fonémica: vaca/ faca; janela/chanela; calo/galo…; Dificuldade em ler palavras monossilábicas e dissilábicas e em nomear as letras das respetivas palavras: ao, os, pai, bola,

rato…; Dificuldade na leitura de palavras isoladas e de pseudopalavras; Comportamentos de recusa ou em adiar as tarefas de leitura e escrita; Após sinalização do professor, o aluno necessitar de acompanhamento individual (apoio ao estudo) do mesmo, para melhorar as suas aprendizagens e concluir os trabalhos; Comportamentos de resistência e/ou lentidão na realização dos trabalhos de casa, necessitando com frequência do apoio dos pais; “Queixas” dos pais e dos professores em relação às dificuldades de leitura e escrita. História familiar de dificuldades de leitura e ortografia noutros membros da família. ...etc. É de salvaguardar, que cada caso é um caso, e que alguns dos sinais de alerta acima descritos, deverão ser contextualizados na história clínica da criança. A identificação precoce, de dificuldades ao nível da linguagem oral poderá, mediante uma intervenção específica, otimizar aquisição da literacia. Da mesma forma, que nesta altura do ano com o início da escola, os pais se mobilizam para os chek-ups habituais aos seus filhos, para atestar a acuidade visual, auditiva e saúde oral nas várias consultas de especialidade, é também de incluir/valorizar o despiste precoce numa outra área “menos visível” do desenvolvimento infantil: A Comunicação (Linguagem e Fala) na consulta de Terapia da Fala. Em que consiste o Rastreio de Perturbações da Comunicação na criança?


É um momento de avaliação clínica, que tem como objetivo, despistar alterações na comunicação, que englobem todos os processos associados à compreensão e produção da linguagem oral e escrita (dependendo da sua idade), assim como todas as formas apropriadas de comunicação não verbal. Mediante aplicação de testes formais adequados à faixa etária da criança, é possível identificar as perturbações de Linguagem, Fala e de Leitura/ Escrita (em idade escolar), destacando processos de Consciência Fonológica, que possam influenciar negativamente o seu percurso escolar. Assim, face aos resultados da avaliação, é possível não só proceder a uma intervenção direta e precoce (período pré-escolar, por excelência ou no início do primeiro ano) tanto para tratar as perturbações da linguagem e/ou fala como prevenir futuras dificuldades de aprendizagem de Leitura e Escrita.

Andreia rodrigues

Licenciada em Terapia da Fala Pós graduada em Ciências da Fala (Universidade Católica Portuguesa) Terapeuta da Fala na Clínica Joaquim Chaves Saúde

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Com a crescente busca pela saúde e beleza, para o mercado da moda fitness que aumentou em Portugal o número de ginásios valorizam a silhueta da mulher mode adeptos a esse estilo de vida. erna. Peças como leggings, vestidos com short e macacões estão a ser os Muito mais que uma simples utilização para queridinhos das portuguesas. as atividades físicas, as roupas fitness são um novo conceito de estilo paras as pessoas que A moda fitness traz estilo e confiança têm um lifestyle fitness, utilizando roupas nos exercícios do dia-a-dia, junto com que eram usadas apenas para treinos diários. o conforto em cada movimento. Treinar com mais cor, conforto e qualiCores vibrantes, estampas e modelos amplos dade está a ganhar força em Portugal. estão entre as tendências de Outono/Inverno

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Foi-se o tempo em que para ir ao ginásio se vestia uma simples t-shirt e umas calças de algodão. Pessoas de todas as idades estão a aderir, cada vez mais, a esta moda e parece que veio para ficar. Não é mais uma simples roupa para treinar e, sim, uma mova opção de look casual. Sugerimos o upFit, localizado na Amora, Seixal, como uma das lojas onde pode encontrar esses modelos. Que irãi fazê-la sentir-se mais confiante a cada peça que vestir, para além do conforto que o material proporciona. Resta-nos aproveitar este novo lifestyle, aproveitar o que a moda fitness tem a oferecer e fazer com que o seu dia fique mais colorido, prazeroso e confortável. Vejam as sugestões. Carla Ferreira

Contactos:

Facebook: /upfitmodafit Email: upfit.vendas@gmail.com

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FITNESS_FITNESSHUT

Lisboa, 12 Abril 2016 – As mulheres andam sempre juntas para todo o lado, porque não treinarem juntas? Enquanto uma faz o treino com resistência, outra faz o treino de pliometria/cardio/abdominal. Uma motiva a outra, enquanto uma faz 12 repetições a outra faz o maior número de repetições que conseguir nesse espaço de tempo.

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Plano de treino: 1. A. Agachamento com carga

1. B. Agachamento com carga

(com os pés à largura dos ombros e o peso nas Agachamento com salto (realizar o mesmo agamãos, sentar a bacia para trás e para baixo le- chamento com impulsão para sair do chão) vando o peso para o chão e subir para voltar à posição inicial)

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FITNESS_FITNESSHUT

2. A. Step boxe (subir para a caixa com uma perna de cada vez)

2. B. Tricept fundos (realizar a flexão do cotovelo com as mãos apoiadas na caixa)

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3. A. Push Up (na posição de prancha, mãos mais afastadas que os ombros, dobrar os cotovelos para levar o corpo todo para baixo e para cima)

3. B. Burpees (realizar um agachamento, saltar para a posição de prancha, voltar ao agachamento e subir até ficar na posição inicial)

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FITNESS_FITNESSHUT

4. A. Lunge alternado à frente (realizar um passo lunge à frente afundado o joelho de trás em direcção ao chão) e empurrar o corpo de volta para trás. Alterne a perna que avança)

4. A. Power Lunge (iniciar na posição de lunge, saltar para trocar os pés)

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5. A. Extensões de tricept com ketlebell (de joelhos no colchão e braços estendidos com o peso na mão, realizar a flexão e extensão do cotovelo)

5. A. Mountain climber (Em posição de prancha, mãos por baixo dos ombros e corpo recto, puxar alternadamente o joelho em direcção ao cotovelo)

6. A e B. Prancha frente a frente e tocam com as mãos alternadas (em posição de prancha frente a frente, tocam com as mãos uma na outra e alternar)

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FITNESS_FITNESSHUT 7. A Abs com bola suíça em dupla (deitadas de barriga para cima e pernas entrelaçadas realizar uma flexão/ extensão do troco enquanto alternam a bola de uma para a outra)

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Fonte: Nádia Antunes – Club Manager @ Fitness Hut Elias Garcia Cláudia Estrela – Instrutora e Personal Trainer @ Fitness Hut Fotos: Liete Couto Quintal - LCQ Photography - https://www.facebook.com/lietecoutoquintal


Mais informações em: http://www.fitnesshut.pt SOBRE O FITNESS HUT: A cadeia de fitness clubs “premium low-cost” Fitness Hut nasce em Portugal em 2011, do know how de três fundadores: Nick Coutts, André Groen e Júlio Pedro Carvalho; com o intuito de oferecer aos seus sócios o primeiro ginásio que aposta no que verdadeiramente utilizam, ao preço justo. Atualmente, a rede tem 13 clubes, localizados entre Lisboa – Amoreiras, Arco do Cego, Picoas, Olivais, Odivelas, Loures, Cascais, Oeiras, Sintra e Linda-a-Velha, a Norte em Braga, no Porto na Trindade e Setúbal. Os clubes Fitness Hut têm um espaço compreendido entre os 1.500 e 2.000 m2 e são dotados de um design vanguardista; desenhado e desenvolvido para estar em perfeita harmonia com as atividades físicas disponíveis. Entre os serviços disponíveis o Fitness Hut oferece: 7 zonas diferentes de ginásio (Cardio Fitness; Resistência; Musculação; Combate; Treino Funcional; Sprint e Relax); Serviço de Personal Training Premium; Aulas de Grupo Les Mills (Body Combat; Body Balance; Body Step; Body Pump; Body Attack; CX Work; Sh’ Bam e RPM) e Aulas de Grupo Fitness Hut (Yoga Moves; ABS Moves; Dance Moves; Fit Moves e Outras (Bum Bum Brasil e Spinning); Balneários Premium; Snack-bar & Máquinas Vending; Estacionamento; e ainda outras atividades lúdicas como as Night Gym - noites únicas ao som de convidados muito especiais a atuar nos DJ POD’s dos ginásios Fitness Hut. 95


Gostaria... de ver a sua histรณria publicada? de colaborar connosco, ou ser nosso correspondente? ENTRE EM CONTACTO CONNOSCO!

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