Segurito 57

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Manaus, Junho 2011 – Edição 57 – Ano 6

A FORÇA DO DISCO

Estamos

cansados de ouvir que posturas inadequadas são prejudiciais à coluna, mas você sabe como isto ocorre? Para entendermos como a coluna “sofre” em uma postura que o tronco esteja em flexão (tronco com inclinação para frente), dê uma olhada na figura abaixo e nos cálculos a seguir:

Se tentarmos visualizar a figura acima de forma simplificada, apenas com a representação das principais forças, tendo por ponto de apoio um disco intervertebral - L5 teríamos a representação abaixo:

Utilizando os seguintes dados: - Peso corporal acima de L5 (PC) = 520N - Peso da caixa (PCX) = 200 N - D1 = 6 cm - D2 = 20 cm - D3 = 50 cm Considerando situação de equilíbrio entre as forças, podemos afirmar o seguinte:

ESFORÇO MUSCULAR

O

estado de contração estrangula as paredes dos capilares sanguíneos e impede a circulação do sangue através do músculo. Sem irrigação e conseqüente oxigenação, um músculo contraído atinge rapidamente o estado de fadiga. É necessário que o músculo se relaxe com alguma freqüência para permitir a circulação sanguínea e conseqüente oxigenação. Quanto maior for o esforço, menor será o tempo suportável. A figura abaixo apresenta um gráfico que relaciona o tempo de duração do esforço físico e grau deste esforço.

Como se pode observar, quando um músculo realiza um grau de esforço superior a 50% da sua capacidade, o tempo máximo de duração deste esforço é inferior a um minuto e chega a alguns segundos quando se trata do esforço máximo. Por outro lado, quando o esforço é inferior a 20% do máximo, será possível mantêlo por um período de tempo mais longo. Outro fator a ser levado em conta é que existem muitas diferenças individuais que influem no tempo de aparecimento de fadiga, que vão desde a constituição e preparo físico até características mais sutis, como personalidade e força de vontade. Quando ocorre a exaustão muscular, é necessário que o músculo descanse permanecendo relaxado para sua recuperação. A figura abaixo apresenta outro gráfico interessante, que relaciona o tempo de descanso à porcentagem de recuperação muscular obtida para diversos graus de exaustão do músculo.

FM x D1= PC x D2 + PCX x D3 FM x 6 = 520 x 20 + 200 x 50 FM = 3400 N (346 kg)

Ou seja, nesta situação, a compressão sobre o disco intervertebral é um pouco menor que o peso direto de dez sacos de cimento.

Escrito em linguagem de fácil compreensão, um convite para a discussão de vários conceitos, como Doença Ocupacional, Doença relacionada ao Trabalho, Nexo Causal e as implicações de suas diferenças, assim como dos estragos que podem ser causados quando não são bem compreendidos.

As Doenças Ocupacionais e as Doenças Relacionadas ao Trabalho Ed. LTr Marco Antonio Borges das Neves

PIOR EMPREGO

piadinhas A mãe, tenta defender-se: - Vossa Excelência... Esta criança foi gerada dentro de mim... Ela saiu do meu ventre, portanto eu mereço ficar com ela! O juiz passa a palavra para o marido, que resolve usar o seu lado lógico: - Senhor Dr. Juiz, responda-me a uma e única pergunta: quando eu coloco uma moeda numa máquina de refrigerantes, a latinha que sai ... é minha ou da máquina?

Como a distância dos músculos extensores que “seguram” o tronco até o disco intervertebral é pequena, a força muscular necessária para manter o equilíbrio é imensa. Porém, ainda há um detalhe a ser considerado. Você percebeu que todas as forças estão atuando para baixo (força muscular, peso do corpo e peso da caixa) e quem está suportando todas essas forças é o disco intervertebral. Considerando que esta força de reação (FR) é a somatória das demais em sentido contrário: FR = FM + PC + PCX FR = 3400 + 520 + 200 FR = 4120 N (420 kg)

BOA LEITURA

Como se pode observar, o tempo de recuperação parcial de um músculo varia entre 15 e 30 minutos. O processo de descanso completo atinge várias horas. Fonte: Administração da Produção - Operações Industriais e de Serviços - Jurandir Peinado e Alexandre Reis Graeml – Unicenp

Descobri porque estou engordando, é o shampoo!! Na embalagem está escrito: "para dar corpo e volume". Agora vou só usar detergente de louça - diz assim no rótulo: "Elimina até as gorduras mais difíceis que você julgava impossível de remover".

Para sugestões ou críticas : Prof. Mário Sobral Jr. sobraljr27@ibest.com.br


JORNAL SEGURITO

INFORME SEU CLIENTE

REVISÃO DO TST

O

Tribunal Superior do Trabalho aprovou no mês de maio mais de 20 entendimentos ligados às relações de trabalho. Os tribunais e juízes do Trabalho não são obrigados a seguir automaticamente os novos posicionamentos, mas se fizerem isso, evitarão que as decisões sejam reformadas em última instância e darão agilidade ao julgamento dos casos.

Abaixo algumas das questões consolidadas pelo TST: Trabalho insalubre: Alteração de jornada de trabalho insalubre podia ser acordada entre empregador e trabalhador Como ficou: Alteração de jornada de trabalho insalubre precisa passar por perícia do Ministério do Trabalho Terceirização de serviço: Ente público era obrigado a arcar com débitos de empresa de terceirização de serviço que deixasse de cumprir compromissos trabalhistas Como ficou: Ente público só é responsabilizado por falhas trabalhistas cometidas por empresa contratada para terceirização de serviço se ficar comprovado que houve negligência culposa do contratante Conflito: O dissídio coletivo (decisão judicial para pacificar conflito entre empregador e trabalhador) durava um ano Como ficou: O dissídio coletivo pode durar até quatro anos se não houver lei ou outro acordo que altere as bases da decisão judicial Telemarketing: Operadores de telemarketing tinham jornada de oito horas diárias Como ficou:Operadores de telemarketing têm jornada de seis horas diárias Sindicato: Cada sindicato pode ter sete dirigentes que não podem ser demitidos enquanto durar o mandato Como ficou: Número de dirigentes de sindicato com direito a estabilidade passa para 14 com o acréscimo de sete suplentes Fonte:http://www.economiasc.com.br/index.php ?cmd=consumidor&id=6268

SITES SEGUROS www.isegnet.com.br http://tstparana.ning.com/ www.tvseg.com.br www.areaseg.com www.segurancanotrabalho.eng.br

A

lguma vez você pensou sobre quem são os seus clients? Não há uma resposta certa, nem uma única resposta, mas é essencial pensar sobre o assunto para estabelecermos a nossa estratégia. Qualquer cliente quer saber sobre a qualidade do produto ou do serviço que está recebendo, então se agirmos com inteligência vamos nos antecipar divulgando estas informações. Veja a seguir alguns itens: - Resumo das atividades mensais (passe a divulgar para todos os clientes o que foi realizado no mês). O que pode constar neste resumo: acidentes e incidentes ocorridos, inspeções realizadas, treinamentos realizados, documentos elaborados, etc. - Planejamento das atividades do setor: seu cliente precisa saber sua programação de trabalho, para isso elabore um cronograma anual com definição de prazos de todas as atividades obrigatórias, como SIPAT, AVCB, Inspeção de Empilhadeiras, Treinamento de Brigada, etc - Desempenho do setor: nosso cliente e o próprio SESMT precisam saber como anda seu desempenho, para isso é necessário criarmos alguns indicadores. Como fazer? Elabore gráfico apresentado o desenvolvimento mensal da taxa de frequência, taxa de gravidade, número de

inspeções mensais, número de treinamentos realizados, percentual do número de ações realizadas dos nossos planos de ação.

- Planejamento financeiro: talvez seja o item em que teremos maior dificuldade, mas é importante elaborarmos um orçamento annual. Veja alguns itens que podem fazer parte deste orçamento: inspeção dos vasos de pressão, aquisição de equipamentos, recarga de extintores, teste de mangueiras, calibração de equipamentos, verba para pequenas melhorias, etc. Lembre-se da seguinte frase: Se não tomares conta do teu cliente, alguém tomará. Porém, neste caso, junto com o cliente você pode perder o emprego.

NA PONTA DOS DEDOS

NEXO CAUSAL

E

m se tratando de “Doenças Relacionadas ao Trabalho”, o estabelecimento do “Nexo Técnico” foi parâmetro estabelecido pelo INSS, arbitrariamente para a concessão de benefício previdenciário associado à Doença Ocupacional. Isso pressupõe que a doença é ocupacional e concede o benefício atinente a esse tipo de doença, que é equiparada ao acidente do trabalho. Tal concessão é um parâmetro securitário arbitrado pelo próprio INSS e que independe da comprovação da existência de Nexo Causal, que é um procedimento extremamente mais complexo, demorado e custoso. Trata-se, portanto, de um parâmetro securitário para concessão de um benefício, e não do reconhecimento técnico da existência de Nexo Causal. Por que a identificação de risco não deve ser considerada fator suficiente para o estabelecimento de Nexo Causal? Se o telhado de uma edificação desmoronou sobre um operário que trabalhava em sua construção e a necropsia concluir que a causa morte foi esmagamento, não sera difícil estabelecer o Nexo Causal entre a queda do telhado e a morte do trabalhador. Diferentemente, se um trabalhador executa suas tarefas em situação de baixo ou moderado risco ergonômico para o desenvolvimento de lesões tendíneas, e vem apresentar uma tendinopatia, sendo que existem diferentes possíveis causas conhecidas (na maioria, não ocupacionais) que possam explicar sua ocorrência, o estabelecimento de nexo causal entre trabalho e doença passa a ser uma tarefa complexa, sendo necessário estudar e descartar todas as possíveis causas conhecidas antes que se possa afirmar que se trate de doença ocupacional ou que o trabalho seja uma concausa relevante desta doença. Fonte: As Doenças Ocupacionais e as Doenças Relacionadas ao Trabalho - Ed. LTr Marco Antonio Borges das Neves

E

m uma análise ergonômica, mais importante que as ferramentas são as evidências científicas que servem de suporte para você afirmar que determinada situação é um fator de risco. A seguir algumas referências relacionadas ao risco do agarre em pinça. O agarre de um objeto aplicando força com a ponta dos dedos é citado como uma postura que pode desenvolver distúrbios osteomusculares (Putz-Anderson, 1988). Um estudo de operadores de máquina de costura realizado por Armstrong e Chaffin (1979) detectou uma relação significante entre sídrome do túnel do carpo e o uso de pinça no trabalho. A postura em pinça é considerada um fator de risco, principalmente pelo alto esforço do tendão superior quando comparado com outros tipos de agarres.

Armstrong e Chaffin (1979) citam um estudo de Chao, Opgrande e Axmear (1976) indicando que para uma dada força da mão o uso de pinça pode resultar de 20 a 50% maior tensão dos nervos adjacentes ao nervo médio do que usar um agarre com a mão fechada (preensão). Devido os sintomas de sindrome do túnel do carpo serem causado pela compressão do nervo médio à medida que passa pelo túnel do carpo ao lado dos tendões de flexão do dedo (Feldman, [et al]., 1983), qualquer fator ocupacional que aumente as forças do tendão na mão deve ser considerado um fator de risco da sindrome do túnel do carpo. Fonte: Introdução ao Processo da Ergonomia – Apostila Humantech


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