Periódico Para Rir e Aprender
Na Caça de Boas Práticas
Mensagem ao Leitor
S
Prezados Prevencionistas, Neste mês usei o liquidificador e fiz mais uma mistureba de assuntos sobre Saúde e Segurança do Trabalho. Aproveito para pedir sua ajuda com sugestões de pautas para as próximas edições. Um grande abraço! Prof. Mário Sobral Jr.
Inspeções Quentes
I
magine que ocorreu um princípio de incêndio na sua empresa, você corre para o hidrante e o registro não abre.
Que é isso, professor, bate na madeira: toc, toc, toc!!! Ok meu filho, vamos bater na madeira, mas, além disso, é bom tomarmos cuidado com os registros dos hidrantes. Durante a inspeção é importante verificar se ele não enferrujou, pois como fica muito tempo sem ser usado, o registro pode oxidar e quando você precisar ele pode não abrir ou até mesmo quebrar. Para evitar esta situação é preciso estabelecer um sistema de lubrificação dos registros o que deverá ser verificado por inspeções periódicas. Outro problema que pode acontecer é você abrir o registro e a água sair bem fraquinha porque a bomba para dar pressão está queimada.
É necessário testar periodicamente estas bombas.
Professor, mas eu não inspecionar estas bombas!
sei
como
Na verdade, você não precisa ser um expert, porém precisa fazer a solicitação da manutenção para que mantenha a bomba funcionando e, para aprender um pouco, quando eles forem fazer o serviço você irá ficar ao lado para entender. Depois de um tempo você já saberá o que está errado.
Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho. Contatos:
Manaus, Julho 2014 – Edição 94 – Ano 8
abe aquela ideia que você está procurando desenvolver na sua empresa faz algum tempo? Pois bem, é bem fácil que ela já exista em algum lugar. Pensando nisso liguei para alguns amigos da Segurança do Trabalho e vou passar a divulgar boas práticas que você poderá aproveitar na sua empresa. Neste exemplo, veremos como uma empresa pode obter ajuda dos trabalhadores para registrar condições inseguras pela empresa. O objetivo desta boa prática é definir uma sistemática para registrar e analisar as condições inseguras. Para isto todos os trabalhadores da empresa têm acesso a um formulário para registrarem as condições inseguras e enviarem para o gestor. O gestor faz uma primeira análise e repassa para o SESMT que realiza o registro do documento e tem um prazo de 5 dias úteis para avaliar e dar uma resposta para o emitente. O retorno será realizado via e-mail, D.D.S. ou verbalmente para o emitente. Caso verifique que há realmente uma condição insegura, a empresa precisa apresentar em no máximo 20 dias um plano de ação com a solução para o problema detectado. Mensalmente é feita uma avaliação de todos os registros e para fechar o documento é necessário que ao final do processo o emitente assine validando a correção. O formulário é bem direto, nele consta o campo para indicar o local, data e descrição da condição insegura e qual foi a ação imediata para eliminar ou minimizar o risco. Além disso, o emitente deverá dar a sua sugestão para resolver a situação. No mesmo documento há o espaço para o gestor dar as informações sobre o registro, informar se o problema é procedente ou não e caso seja, quais são as ações para resolver. Logo em seguida há mais um campo para que o SESMT faça a sua análise e complemente as ações, caso necessário. Por fim, para fechamento do documento o espaço para assinaturas do SESMT e do emitente. Anexos ao procedimento encontraremos exemplos de condições inseguras para facilitar a avaliação do emitente. Uma dificuldade na implantação é conseguir que os trabalhadores passem a fazer os registros. Para motivar o envolvimento deles com a segurança do trabalho, esta mesma empresa possui um programa que premia os mais envolvidos e um dos critérios de pontuação é relacionado ao registro de condições inseguras.
Boa Leitura! A cada dia que passa vejo o quanto é necessário mais profissionais envolvidos na avaliação da Saúde e Segurança do Trabalho. Neste livro a psicóloga Juliana Bley mostra sua visão sobre problemas correntes em todas as empresas, mas com foco no comportamento. Excelente leitura!
Comportamento Seguro – Ed. Artesã a 2 Edição Ampliada – Juliana Bley
PIADINHA O caipira ganhou um smartfone no sorteio. Perguntado sobre o que ia fazer com o prêmio respondeu: O fone vou dar para minha mulher e o smart vou dar para minha filha. - Filho um passarinho me falou que você tá fumando maconha. É verdade? - Eu não pai, mas o senhor deve tá fumando uns bagulhos fortes para tá falando com passarinho.
VOCÊ CONTROLA O SEU PÉ? Sentado faça círculos com o seu pé direito no sentido dos ponteiros de um relógio. Enquanto estiver fazendo isso, desenhe na mesa o número 6 com a sua mão direita (não vale fazer o 6 de baixo para cima). O movimento do seu pé vai mudar de direção... Vai circular contrário aos ponteiros de um relógio.
Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho.
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Jornal Segurito
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JORNAL SEGURITO
NÃO DIGA SÓ QUAL É A PROIBIÇÃO
M
uitas das instruções de segurança do trabalho contém apenas proibições. Limitam-se a expressar o que não deve ser feito, tendo como certeza que caso as proibições sejam cumpridas a segurança estará garantida. A experiência sobre acidentes vem produzindo normas que resultam, às vezes, em uma mera acumulação de proibições expressando claramente o que não deve ser feito, porém orientando escassamente sobre o que deve ser feito para que a operação seja segura no caso de algum incidente.
MEDO DE ERRAR
Q
uem não lembra de uma cena de sua infância na qual a sua professora o chamou para levantar e responder a uma pergunta diante da classe? O frio na barriga, medo de responder errado e ser alvo de gozações por parte dos colegas e de cara feia por parte da professora. Fomos treinados socialmente, que devemos acertar sempre. Só é bom quem acerta. Se for de primeira então, esse é o “cara”. Trata-se de um dos maiores equívocos da educação convencional, pois ninguém consegue ser excelente se não errar, e muito! A criatividade, a inovação e a confiabilidade dependem essencialmente do erro. Erro controlado é claro, erro no sentido de ensaio, de tentativas, muitas experimentações. É experimentando o erro que uma pessoa desenvolve aprendizagem altamente consistente, para depois poder ir para a cena real e desempenhar seu papel de
forma excelente. A vergonha que associou-se ao erro faz com que muitos profissionais escondam erros pequenos, falhas menores, escamoteiem desvios em suas rotinas, por acharem que é pior ser “chamado a atenção” do que mostrar algo que mais tarde pode se tornar um grave problema, se não tratado. Quem já investigou acidentes com trabalhadores sabe que muitos deles poderiam ser evitados se as pequenas falhas que haviam ocorrido anteriormente no mesmo processo de trabalho, tivessem sido reportadas. (...) É muito mais vantajoso e saudável para todos, que possamos aprender com os pequenos erros cotidianos do que a triste rotina de viver o “aprendizado com o acidente”.
Fonte: Comportamento Seguro – Juliana Bley – 2ed. Ampliada - Ed. Artesã
SABEMOS REALMENTE ENSINAR?
A
Do mesmo modo, a avaliação da eficácia do setor de segurança do trabalho, as vezes, insiste excessivamente em indicadores que, precisamente, avaliam a falta de segurança (acidentes, incidentes graves, etc) e pouco sobre as atuações ativamente preventivas: melhorias técnicas, formação, organização, etc. É necessário algo como o controle de qualidade do produto – e a segurança do trabalho é um claro indicador da qualidade do sistema de trabalho – como, por exemplo, o fabricante de um carro, que se orienta pelo número de desistências, devoluções ou queixas de clientes. É claro que estes indicadores passivos ou indiretos servem quando as coisas estão regulares ou mal mesmo, porém são de pouca ajuda quando se alcança certo grau de eficácia.
cada dia que passa, confirmo o óbvio, que a solução da Segurança do Trabalho depende diretamente de educação. Mas quando se fala em educação, vem logo à mente encher o trabalhador de treinamentos, mas não é bem esse tipo de educação que tenho em mente (não que essa não seja importante), mas o que na verdade sinto falta é referente ao conhecimento necessário para os instrutores.
Como assim, professor, o senhor está dizendo que nós estamos ensinando errado?
É triste aceitar, mas é por aí. Deixa eu explicar melhor. Pense bem, uma coisa é saber um determinado assunto e outra bem diferente é saber transmitir este assunto. A maioria dos profissionais de segurança do trabalho não tem uma formação adequada sobre como deve ensinar, Fonte: Tradução livre de trecho do livro “aprende” a ensinar ensinando. Manual de Seguridad em el Trabajo – Mas como em toda área, é necessário saber utilizar a metodologia correta, e Fundación Mapfre – 1984. para ensinar não é diferente.
O Eng. de Seg. do Trabalho Deogledes Monticuco disponibilizou no site www.hmseg.com.br/noticia13.html uma coleção com cem materiais sobre assuntos diversos sobre SST. Baixe agora!
PIADINHA A mãe do Joãozinho estava grávida, e perguntou a ele o que preferia ganhar: um irmãozinho ou uma irmãzinha. - Mamãe, se eu puder escolher um presente então eu prefiro uma bicicleta.
ergonomia, higiene ocupacional e tudo mais é necessário, mas o profissional de segurança tem como um item essencial de sua formação ser um orientador, um formador de opinião.
Professor, mas já tenho que aprender um monte de norma e agora o senhor quer que eu passe a estudar educação? Correto, meu filho, saber todas as NRs,
Para isto não basta colocar os trabalhadores na sala e esperar que entre bocejos, cochilos e sangue jorrando na tela eles aprendam tudo sobre SST. E tenha cuidado, saber manter a atenção do público e até conseguir interagir por meio de dinâmicas ou arrancar risos da plateia não significa que estamos ensinando. Precisamos estabelecer formas de avaliar se o ouvinte realmente assimilou a mensagem e também se realmente estamos passando a mensagem correta.
Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho.
PERICULOSIDADE SOBRE DUAS RODAS
N
o mês de junho foi alterado o artigo 193 da CLT, aquele que trata de periculosidade. A alteração foi para acrescentar as atividades dos trabalhadores de motocicleta no rol das atividades perigosas. E como consequência vai começar a confusão, pois ainda não saíram os critérios que devem fazer parte de um anexo da NR 16.
O principal problema é definir se basta trabalhar com moto ou se haverá critérios específicos para diferenciar, por exemplo, o motoboy de uma capital como São Paulo de um motoboy que faz este tipo de serviço em uma cidade com poucos habitantes e consequentemente com menor probabilidade de acidentes. Vamos aguardar os próximos capítulos.
Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho.
JORNAL SEGURITO
BASTA A LEI? L
embro que quando comecei a estudar a segurança do Trabalho os meus professores diziam que a função deste profissional era a proteção do trabalhador, passaram-se alguns anos e passei a acreditar que na verdade estaria fazendo isso se seguisse a legislação e de quebra ainda protegeria a empresa, pois esta é que me pagava o salário. Hoje percebo o quanto estava enganado, pois mesmo seguindo toda a legislação ainda assim o trabalhador não terá garantia de segurança e saúde.
CHUVEIRO E LAVA-OLHOS DE EMERGÊNCIA É
importante você avaliar se na sua empresa há a necessidade da instalação de Chuveiros e Lava-Olhos de Emergência.
E
caso
veja
que
há
necessidade
de
Como assim, professor, a legislação é tão instalar ou já tenha instalado é importante rígida que basta segui-la. Gostaria muito que isto fosse verdade, mas vejamos o exemplo da ergonomia, apenas seguir a legislação não resolve o problema do trabalhador e o caso da insalubridade, verdadeiro absurdo, no qual a empresa todo mês “compra” um pouco da saúde do trabalhador. Lembrei até de uma frase do Dr. James P. Keogh que dizia algo assim:
“Se você envenena seu patrão um pouco a cada dia, isto é chamado de crime; se seu patrão envenena você um pouco a cada dia, isto é chamado de limite de tolerância.“ Ou seja, a legislação é apenas uma parcela do conhecimento necessário, apenas a pista asfaltada de um caminho que tem muito trecho de barro e brita.
Mas, professor, é muita informação, é Ergonomia, Higiene Ocupacional, Análise de Riscos, Combate a Incêndio, não tenho como saber de tudo. Não precisa chorar, mas vou ter de concordar com você. Realmente, mesmo estudando muito (o que é necessário), nunca teremos como dominar todas as áreas.
Então agora ferrou, professor!!! Não, meu filho, não ferrou. Já escrevi isto outras vezes, mas sempre é bom lembrar que o bom profissional de Segurança do Trabalho na verdade é um gestor, ou seja, como todo gestor ele terá um conhecimento geral da área e em alguns temas maior aprofundamento, mas é óbvio que não precisa saber de tudo, precisa saber fazer as perguntas certas e principalmente para as pessoas certas, enquanto não tivermos bem claro isto na mente, continuaremos sendo os eternos apagadores de incêndio.
Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho.
PIADINHA Mais de meio século de harmonia total. Daí, morre ele e, não demora muito, ela. Chegando no céu, ela lá, encontra o amor da vida inteira. Corre até ele e: - Querido!!! E ele: - Peraí, não vem, não. Nosso trato foi: Até que a morte nos separe!!
partir do risco, no mesmo piso/nível e livre de obstruções; - Deve haver placa de sinalização visível; - A válvula de acionamento do chuveiro e do lava-olhos deve abrir em menos de 1 segundo e permanecer aberta sem o uso das mãos até que intencionalmente seja fechada. - Deve ter um fluxo controlado de água simultaneamente para ambos os olhos, nem muito forte nem muito fraco. - Os lava-olhos devem fornecer uma vazão mínima de água de 1.5 L/min por 15 minutos ou mais. - O chuveiro deve fornecer uma vazão mínima de água de 75 L/min por 15 minutos ou mais. - A temperatura da água deve estar entre 16 e 38oC por um período de lavagem não inferior a 15 min.
verificar se está seguindo os critérios da novíssima NBR 16291:2014 para Chuveiros e Lava-Olhos de Emergência. Veja alguns tópicos importantes: - Estes equipamentos devem estar Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de acessíveis a 10 segundos contados a Segurança do Trabalho.
COMO FAZER A CIPA TRABALHAR? A
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é normatizada pela NR 5 e é uma comissão formada por trabalhadores voluntários indicados pelo empregador e eleitos pelos empregados, cuja missão é trabalhar na causa de prevenção de acidentes e doenças do trabalho. É fato que a maioria das CIPAs não funcionam como deveriam e como poderiam se não foram formadas e não estão sendo cuidadas para tal? Ter uma CIPA de sucesso é uma conquista, é fruto de um trabalho que deve ser desenvolvido todo dia. Estarei apresentando alguns dos requisitos importantes para fazermos uma CIPA que funcione realmente. - Supervisão: Sem alguém para andar junto, cobrar pressionar e mostrar o caminho nenhum projeto prospera... Com a CIPA é da mesma forma! É preciso que ela seja observada e supervisionada para que os resultados apareçam. A supervisão
pode tanto ser do SESMT ou mesmo do presidente! É importante que sempre tenha alguém de fora da CIPA para acompanhar no sentido de buscar alinhar o caminho. - Metas: Sem metas nossa vida se torna vazia e com a CIPA é da mesma forma! Se não existir um local, uma meta onde miramos acertar, onde desejamos chegar, não existirá sentido para a existência da comissão. A meta, a própria NR 5 determina e já citei logo no primeiro parágrafo. E como chegar a ela? Definindo algo muito importante “o planejamento”! O planejamento visa detalhar as etapas, bem como o caminho a percorrer para que possamos chegar ao lugar desejado. A meta é o objetivo, e o planejamento é de quantos passos precisarei para chegar ao objetivo.
Autor: Nestor Waldhem Neto – Téc. de Seg. do Trabalho – Autor do Livro CIPA – Implementando e Mantendo e Criador do blog www.segurancadotrabalhonwn.com
ESOCIAL N
a edição passada escrevi um texto sobre o ainda não tão bem conhecido Esocial e para ampliar os meus conhecimentos participei de um treinamento do grande professor Fernando Duque. O que ficou claro no treinamento é que o setor se segurança do trabalho para sobreviver ileso a este aspirador de informações, que será o esocial, precisará ser extremamente competente, pois os documentos que hoje ficam na gaveta com diversas informações equivocadas e esporadicamente avaliadas por um fiscal do trabalho serão enviados para o governo e por meio de cruzamentos feitos por “programas detetives” irão deixar explícitos todos os equívocos que antes não eram vistos.
E para quem não acredita que o sistema será implantado, só repasso uma observação realizada pelo professor Duque, o órgão que ficou responsável por implantar o esocial foi a Receita Federal que é um dos poucos órgãos com uma imagem de bom funcionamento e, além disso, será uma forma do governo identificar falhas e “arrecadar” dinheiro, ou seja, você acha que a Governo vai deixar de implantar algo que além de organizar a bagunça de documentos que temos hoje irá aumentar o volume dos cofres governamentais? Comece logo a estudar o assunto e a organizar a casa, pois quando ele chegar vai ser um verdadeiro arrastão.
Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho.
JORNAL SEGURITO
ATENÇÃO NAS AVALIAÇÕES QUÍMICAS
Em
geral as avaliações químicas são realizadas por empresas terceirizadas e alguns profissionais acabam lavando as mãos sobre como todo o processo é feito.
Professor, aqui na empresa a análise é realizada por um dos melhores laboratórios do Brasil! Excelente, mas o laboratório é o que menos influencia no resultado obtido.
Como assim, professor, eles que mandam a concentração do produto químico. Corretíssimo, mas a qualidade deste resultado depende 100% da coleta, pois o laboratório toma como verdade todos os dados levantados em campo. Para minimizar possíveis erros precisamos ter atenção em alguns pontos para que o melhor laboratório não lhe dê resultados totalmente equivocados.
Você precisa verificar junto ao terceirizado que irá fazer a coleta se: - As amostras foram enviadas ao laboratório nas condições estabelecidas pelo método. - A bomba foi calibrada antes e depois da coleta e o calibrador está aferido. - O volume de ar necessário seguiu os valores procedimentados para o agente em análise. - Realizado o registro da umidade, da temperatura ambiente e da pressão atmosférica do local da amostragem, parâmetros que podem interferir na coleta. - Enviado ao laboratório, junto com as amostras, os brancos de campo (caso não saiba o que significa, leia o texto ao lado para entender o que é o branco de campo). Lembrando que estes são apenas alguns dos itens que a empresa que realiza a coleta deve seguir para que o laboratório receba uma amostra válida.
BRANCO DE CAMPO
D
urante as etapas de acondicionamento, transporte, estocagem no laboratório e análise das amostras ambientais de agentes químicos pode ocorrer a sua contaminação. Para ter uma forma de avaliar esta condição são utilizados os brancos de campo que são idênticos às demais amostras, mas não ficam diretamente expostos ao agente analisado.
Muitos preferem não utilizar, pois em geral terão resultado igual a zero e ainda tem o custo da análise similar as demais amostras. No entanto, caso tenha havido alguma contaminação das amostras, em alguma etapa do processo, será uma forma da empresa identificar e se necessário invalidar os resultados obtidos.
COMPLEMENTO DAS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS
N
em sempre a avaliação ambiental é suficiente para avaliar a exposição dos trabalhadores e garantir sua saúde. Seja em função, em geral, do pequeno número de amostras ou pela natural flutuação da concentração do agente analisado no ambiente de trabalho, o que faz com que a avaliação obtida, muito raramente seja a concentração real de exposição. Lógico que é um parâmetro importante e servirá de referência para estabelecer os devidos controles, mas e se algo der errado, como vamos saber se o trabalhador não ficou exposto?
Uma forma de complementar esta informação é utilizar o controle biológico.
Professor, não estou entendendo nada, o que é o controle biológico?
(como o BEI da ACGIH) e verificar ao final da jornada se há na urina do trabalhador exposto ao agente químico valor superior a 50 mg/L do agente. Caso esteja, isto pode indicar que o trabalhador está em condição de risco à sua saúde. Algumas das vantagens do uso dos critérios biológicos em complemento das avaliações ambientais são as seguintes: - Identifica pessoas mais sensíveis ao agente analisado ou com problemas metabólicos que dificultem a excreção do produto; - Valida ou não as avaliações ambientais; - Ajuda a avaliar situações de difícil análise com a presença de diversos agentes; - Alerta para exposições que a princípio não seriam esperadas. Porém, como principais desvantagens podemos citar: - O reduzido número de substâncias com estudos confiáveis sobre o índice biológico; - Utilizar o ser humano como critério de análise, o que pode gerar diversas inconsistências devido a diversas razões como idade, constituição fisiológica, gênero, medicação, gravidez, etc; - Dificuldade da coleta da amostra, pois depende do agente tóxico possuir uma média biológica relativamente prolongada para permitir a realização das avaliações.
Acho que fica mais fácil de entender com um exemplo. Imagine que determinado trabalhador executa sua atividade utilizando a acetona. O setor médico pode Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de utilizar um índice biológico de exposição Segurança do Trabalho.
#PREOCUPADO
E ste
mês ouvi uma afirmação de um aluno que me deixou preocupado, ele disse o seguinte: “Não estou preocupado com o curso de segurança do trabalho, o Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de que quero mesmo é passar, pois sei que só vou aprender é na prática, quando Segurança do Trabalho. começar a trabalhar”. Concordo que independente da instituição de ensino o ex-aluno precisará de um período de real trabalho para que possa ser um profissional completo e que - Oi, meu filho. Como foi a escola consiga obter a confiança necessária para hoje? realizar suas atividades. - Foi bem mamãe! Mas a minha preocupação foi em virtude - Que bom! Aprendeu tudo? de perceber que este modo de pensar - Acho que não mamãe, porque deixa o estudo em segundo plano, amanhã vou ter de ir para a escola de acreditando que a prática irá suprir suas novo. carências acadêmicas.
PIADINHA
E não vai não, professor?
Não, meu filho, não vai. O desenvolvimento profissional depende de uma base acadêmica e de continuar estudando após iniciar o trabalho. Isto é pré-requisito para todas as profissões, mas na área de Segurança do Trabalho é uma necessidade gritante, em função da sua abrangência.
Professor, que dizer que vou precisar ser um CDF para conseguir ser um bom profissional? Na verdade não, atualmente (infelizmente) se você estudar apenas um pouco já será um profissional diferenciado, mas se está pensando que vai se formar e nunca mais vai pegar em um livro, está totalmente enganado.
Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho.