Segurito 89

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Periódico Para Rir e Aprender

Mensagem ao Leitor

REVEJA SEU PROCEDIMENTO

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Prezados “Manos” Prevencionistas, Esta edição está um verdadeiro rolezinho de SST no Segurito, com um monte de “parça prevencionista” (só os cabeçudos) comemorando os 08 anos de “muita troca de ideia” e bom humor. Então corre que a festa já está rolando, todo mundo de boa e tem até funk ostentação bombando. #partiuniver Prof. Mário Sobral Jr.

8 ANOS DO SEGURITO...

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ssim como eu que edito O Prevencionista, outros profissionais são suspeitos para tecer qualquer comentário acerca dos meios de comunicação existentes para divulgar a prevenção. Com a graça do bom Deus, O Segurito chega neste ano de 2014 ao seu 8º ano de atividade, com a responsabilidade de divulgar as questões de Prevenção. Parabenizo sim, pois O Segurito tem um diferencial, o Mário Sobral mensalmente aborda questões de cunho técnico, fato que ainda é novidade para nossa sociedade que permanece desconhecendo as nossas ações profissionais. Cada um de nós tem seu perfil editorial, o que é salutar e, se falar de Segurança permanece como tabu, imaginemos praticar a prevenção... A mídia não aborda prevenção e não há um canal de televisão que se dedique a divulgar, os meios de comunicação enfatizam a notícia quando ela trás aspectos negativos como morte, seqüelas..., precisamos de um maior espaço como forma de educar nossa gente e essa educação deve começar nos bancos escolares, uma vez que não temos uma cultura prevencionista. Melhoramos nas últimas décadas, mas falta-nos muito, falta boa vontade por parte do governo, falta seriedade por parte dos políticos. Infelizmente o que falta é vergonha na cara. Precisamos coibir os erros, evitando a negatividade e de forma simples, objetiva, temos como meio de comunicação o Segurito como outros informativos que se dedicam a abordar a prevenção. É nosso desejo que a força, garra e coragem para que permaneçam na manutenção da comunicação. Parabéns ao Segurito e sigamos em frente com o papel preponderante de servir e respeitar.

Autor: Cláudio Antonio Dias de Oliveira/Coordenador Geral GRESETIVAP Editor de O Prevencionista. Contatos:

Manaus, Fevereiro 2014 – Edição 89 – Ano 8

inha dica este ano é para os profissionais do SESMT, para que quando eles estiverem fazendo revisão no seu Procedimento de Investigação e Análise de Incidentes/Acidentes, que incorporem o vocabulário, os conceitos e a metodologia do “Guia de Acidentes do Trabalho”, bem como que façam uma adaptação no seu Relatório, com base no modelo de “Relatório de Análise de Acidente”, constante da Instrução Normativa n.º 88, de 30 de novembro de 2010, as duas referencias são do Ministério do Trabalho e Emprego. A IN 88 pode ser obtida em: http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C8 12D3066DDD701306BF8FFA527A7/in_201 01130_88.pdf

Boa Leitura! Excelente livro sobre Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, texto de fácil entendimento e recheado de exemplos e dicas que a prática ensinou. Recomendo muito para quem trabalha com este sistema de gestão ou pretende implantá-lo.

Autor: Armando Campos – Engenheiro de Segurança do Trabalho e Diretor da ADMC Consultoria.

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SISTEMA DE GESTÃO DE SST A Teoria que a Prática Ensinou Celso Luis de Oliveira e Fábio de Toledo Piza AES Brasil

PIADINHA - Filho, põe a cela no cavalo velho. - Mas pai você vai no velho? - A gente precisa usar as coisas velhas primeiro. - Ora pai, então porque o senhor não vai a pé? O livro é fruto do trabalho dos pesquisadores do Laboratório de Investigação de Acidentes com Máquinas Agrícolas - LIMA. os interessados deverão arcar apenas com as despesas de postagem. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail: aiveca@ufc.br

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CONTINUE A CAMINHADA!

entender

que as normas regulamentadoras são a segurança e saúde no trabalho é a mesma coisa que pensar que os alicerces são uma casa. É importante irmos à direção da técnica que ao mesmo tempo em que nos faz cumprir a legislação permite que preservemos a saúde e a vida das pessoas. É preciso dar um ou mais passos a frente para chegarmos a uma prevenção mais verdadeira e por consequência também mais eficaz.

Autor: Cosmo Palásio de Moraes Jr – Técnico de Segurança do Trabalho - Coordenador do egroup SESMT.

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JORNAL SEGURITO A SEGURANÇA COMPORTAMENTAL NA REDUÇÃO DOS ACIDENTES

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egurança para você é prioridade ou valor? As prioridades mudam, o que é prioridade hoje, não o será amanhã... Valores não mudam! Então segurança tem de ser valor e não prioridade. Muito tem se falado a respeito dos programas comportamentais na redução de acidentes. No entanto, os programas comportamentais não podem ser apenas de “fachada” como foram e são os programas de gestão, sob pena de não surtirem o resultado esperado. Muitas empresas implantam seus programas comportamentais e, ainda assim, os acidentes continuam acontecendo... A mudança de cultura não é algo mágico que ocorre do dia para a noite, mas é uma mudança de atitude, com aceitação verdadeira e implementação de tudo o que foi visto nos treinamentos e sensibilizações. Implantado o programa, uma regra de ouro deve ser observada: todos os eventos devem ser comunicados e investigados. O ato da investigação deve independer da gravidade do evento, pois o escorregão hoje, poderá ser o óbito de amanhã. As causas de um evento de queda na escada com quebra do pescoço é o mesmo daquele que desce uma escada sem pegar no corrimão. A diferença é a lesão. É muito fácil reconhecer se o programa comportamental implantado na empresa funcionará... Basta verificar o comportamento dos trabalhadores ao sair dos portões da empresa. Trabalhadores circulando fora das faixas de segurança, correndo e se arriscando no meio da rua, saindo com o veículo ou motocicleta em alta velocidade denotam que a segurança ainda não foi incorporada pelos trabalhadores. Segurança não só se exercita dentro da empresa, mas fundamentalmente na vida privada. Atitudes simples como segurar o corrimão ao descer uma escada, isolar uma área molhada, utilizar ferramentas corretas para um trabalho indicam se o trabalhador incorporou a segurança realmente, ou somente é um ator durante seu dia de trabalho.

Autor: Antonio Carlos Vendrame – Engenheiro de Segurança do Trabalho e Perito Judicial.

PIADINHAS Conversa da mulher com o marido: - Você já percebeu que o casal da casa da frente parecem dois namorados? Todo dia ele traz flores para ela e a beija apaixonadamente. Por que você não faz o mesmo? - Mas querida... eu mal conheço essa mulher!

A ERGONOMIA E AS LESÕES DO OMBRO

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s ações judiciais trabalhistas mostram um aumento significativo das queixas dos ombros, muitas vezes apenas baseadas em resultados de exames, sem verdadeira sintomatologia, sem incapacidade objetiva e com nexo causal ocupacional questionável. Assim, aquela premissa de “movimentos repetitivos com os braços acima do nível dos ombros”, deve ser repensada, seja pelo setor de engenharia, seja pelo setor médico, pois está se esclarecendo que outras posturas, ocupacionais ou não, são também prejudiciais ao chamado manguito rotador e devem ser pesquisadas, prevenidas, evitadas e documentadas. A simples postura de se dormir sobre o ombro, com travesseiro baixo e consequentemente com o braço atravessado sobre o tórax, causa situação de estresse mecânico e pouca circulação sanguínea nos músculos, tendões e bolsas (“bursas”) do ombro, podendo ocasionar alterações progressivas, degenerativas e muitas vezes sintomáticas. Também o chamado “intacto interno” ocorre quando se apoia de forma intensa ou contínua o cotovelo sobre a mesa ou bancada (“posição da moça na janela” ou

A TAL DA PROFICIÊNCIA

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lguns alunos me ligam perguntando: Professor, eu posso ministrar tal treinamento? E eu poderia responder assim: teoricamente sim, mas você tem proficiência? Em várias normas regulamentadoras encontramos que para o profissional ministrar determinado treinamento precisa comprovar a tal da proficiência no assunto.

Mas o que é e como comprovar? Um profissional proficiente é aquele hábil e capaz de demonstrar conhecimento em determinado assunto, ou seja, sabe sobre o que vai falar em um treinamento. - Mas professor, como se prova que se tem a tal da proficiência? Bem, o mais comum é ter passado por uma prova, como as que são realizadas para comprovar o conhecimento em determinado idioma. Porém, podemos comprovar demonstrando a participação em treinamentos sobre o assunto (e não me venha com treinamento de 4 horas) ou provar por meio de documentos a sua experiência atuando nesta área.

Autor: Mário Sobral Jr – Eng de Seg. do Trab.

do “braço que não usa o mouse”), “empurrando” o braço em direção superior ao ombro e causando também compressão, baixa circulação e fadiga das estruturas anatômicas.

Ainda a causa mais frequente de queixas dos ombros é a fadiga muscular da região das escápulas por má postura que poderá e deverá ser corrigida com medidas simples de orientações pessoais de trabalho e pequenas correções nos equipamentos. Portanto, os resultados dos exames de imagem, apesar de importantes, não deixam de ser apenas informações complementares, e às vezes fortuitas e ocasionais, não expressando nexo causal inexorável, permanente e incapacitante.

Autor: Luiz Philippe Westin Cabral de Vasconcellos, médico ortopedista, fisiatra e perito.

SESMT NÃO É ONISCIENTE OU ONIPRESENTE

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á vários equívocos difundidos em relação à atuação do profissional prevencionista, porém um dos mais graves é o relacionado a ideia de que a responsabilidade da saúde e segurança do trabalhador é exclusiva do SESMT. Uma situação que presenciei em mais de uma empresa é de gestores acionarem o SESMT, questionando se não vão fazer nada sobre o fato de que determinado trabalhador está sem EPI. Os gestores, na verdade, todos os trabalhadores, precisam entender que o SESMT nunca conseguirá estar presente em todas as áreas para identificar falta de EPIs, desvio de procedimentos ou outras condições inseguras. No exemplo citado, era obrigação do gestor encaminhar o trabalhador ao SESMT e caso fosse uma situação recorrente ele mesmo advertir o trabalhador. No entanto, em geral acabam passando esta responsabilidade ao SESMT ou até mesmo solicitando que não apliquem as advertências ou treinamentos de conscientização, pois irão precisar daquele trabalhador. E acabam dizendo: Deixa pra lá, não aconteceu nada mesmo! Porém, podem ficar certos de que quando algo acontecer serão os primeiros a perguntar porque o SESMT não fez nada.

Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho e Editor do Jornal Segurito.


JORNAL SEGURITO O SESMT MODERNO

A IMPORTÂNCIA DO LEVANTAMENTO DA DOSE DE EXPOSIÇÃO

VAI ALÉM DA NR 4

AO RUÍDO POR BANDAS DE FREQUÊNCIA

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A

á é fato que as principais empresas atuantes no Brasil, seja qual for sua área de atuação, não se limitam mais em contratar apenas os profissionais descritos na NR-4, ou no caso das empresas um pouco menores, não esperam atingir o número mínimo de funcionários necessários para a concepção de um SESMT, elas acabam contratando pelo menos um Técnico em Segurança do Trabalho para dar suporte nesse aspecto, antes mesmo que a lei exija. Isso é uma tendência natural de um país em desenvolvimento como o Brasil, setores que antes, para muitos parecia desnecessário, hoje ganham destaque nas principais empresas. Acredito que o principal fator que tem contribuído para essa tendência de valorização da saúde é o visível aumento do rigor das fiscalizações, principalmente pelo Ministério do Trabalho, impulsionadas pelas publicações de novas normas, como a NR-35, que trata de trabalho em altura, ou a atualização da NR-12, máquinas e equipamentos. Normas essas que estão sendo muito cobradas nos mais variados ramos de atividade e que como consequência, acabam incentivando a cobrança das outras normas, por exemplo, a NR 17 que trata de ergonomia. Um fato que representa muito bem esse aumento na preocupação com saúde e segurança do trabalho é que empresas como Honda, Samsung, LG, Nokia, entre outras, não abrem mão, por exemplo, de um Fisioterapeuta do Trabalho, que atuando sempre em parceria com o SESMT se tornou um profissional essencial e muito bem aceito pelas empresas, o mesmo tem acontecido, só que uma proporção menor, com psicólogos e dentistas. Isso tudo é prova de que estamos cada vez mais próximos do SESMT perfeito, mas nossa luta prevencionista continua e não desistiremos fácil.

grande maioria das medições da dose de ruído são realizadas em nível global (ou total) através do parâmetro de nível equivalente (Leq) em dB(A) e/ou dose de ruído em %. Esta dose de exposição ao ruído medida não mostra a distribuição deste ruído nas bandas de frequência e assim, não ajuda na escolha ou verificação adequada do protetor auditivo a ser utilizado e também nas ações de controle de ruído a serem tomadas. Hoje, pelo avanço da tecnologia dos equipamentos de medição, existem no mercado nacional e internacional dosímetros que são capazes de realizar as medições da dose de ruído em bandas de frequência, especialmente em bandas de 1/1 oitava ou 1/3 de oitava.

Autor: Diego Pontes Nascimento Fisioterapeuta, Técnico de Segurança do Trabalho e Especialista em Ergonomia.

m algumas empresas, mesmo com a estabilidade, ocorre certa dificuldade de conseguir candidatos para a CIPA, agora imagine em relação aos brigadistas que não têm esta estabilidade. Para conseguir convencer os trabalhadores a participar utilizo dois argumentos: Primeiro lembro que o brigadista irá receber um treinamento, o que não deixa de ser um diferencial na sua contratação, em uma nova empresa. Além de ser um critério para que sua demissão não seja prioritária, em função da necessidade de reposição do brigadista. O segundo argumento é em função das brigadas não terem atividades tão intensas, basicamente inspeções e simulados. Mas este trabalhadores irão ajudar a manter a segurança da empresa em caso de sinistros, pois caso não se tenha as referidas inspeções e pessoas aptas a agir no caso de um princípio de incêndio por exemplo, a empresa ficará

PIADINHAS - Desculpe minha senhora. Consulta agora só no mês que vem. - A essa altura eu até já morri... - Nesse caso, peça para o seu marido ligar desmarcando. - A senhora está se sentindo melhor? pergunta o médico. - Não senhor! A senhora seguiu minha recomendação de dormir com a janela aberta? - Sim senhor! - E a dor no peito não sumiu? - Não senhor! Só sumiu a TV e o DVD.

Para escolher o protetor auditivo ou verificar que um protetor está adequado para certo ambiente ruidoso deve-se realizar cálculos de verificação da proteção fornecida por este EPI. Existem

dois métodos de cálculo: 1) Cálculo simples usando apenas o número único de atenuação de protetor auditivo (NRRsf) que é considerado um cálculo aproximado com baixa precisão; o nível de exposição ao ruído do trabalhador com a utilização do protetor auditivo nada mais é do que o nível de ruído do ambiente em que ele se encontra (Leq) subtraindo o NRRsf do protetor auditivo. 2) Cálculo longo por bandas de frequência de 1/1 oitava, sendo que este método possui maior precisão que o cálculo simples. É utilizada a atenuação média e desvio padrão por banda de frequência (sem utilizar o numero único aproximado NRRsf). Nesse caso é levada em consideração a distribuição de pressão sonora em função das bandas de frequência dos ruídos encontrados na fábrica ou ambiente em que este trabalhador se encontra. Por esse método é possível verificar adequadamente se o protetor auditivo fornece a atenuação de ruído suficiente para que o nível de exposição ao ruído seja abaixo do permitido pela Portaria MTE 3127/1978.

Autor: Prof. Samir N. Y. Gerges, Ph.D. - Livro Ruído Fundamentos e Controle , 2ªed. Florianópolis: NR Editora, 2000.

NUNCA ESTÃO SATISFEITAS

PROCURANDO BRIGADISTAS

E

mais vulnerável e no caso de um acidente de grande proporção todos podem vir a perder o emprego.

Além disso, uso outra estratégia, quando a empresa fornece cesta básica é frequente sobrarem algumas (devidos a funcionários faltosos, afastados, demitidos, etc) e algumas empresas fazem a doação desta “sobra”. Aproveito para solicitar ao RH que estas cestas sejam utilizadas para premiar os brigadistas mais participativos.

Autor: Mário Sobral Jr – Engenheiro de Segurança do Trabalho e Editor do Jornal Segurito.


JORNAL SEGURITO

BIOPERSISTÊNCIA

B iopersistência

é o tempo estimado que uma partícula permanece no pulmão, desde a inalação até a eliminação, pelos mecanismos de defesa do organismo, quando possível. Para que isso ocorra, a partícula terá, obrigatoriamente, duas características principais: 1. Capacidade de penetração no pulmão: Inúmeras pesquisas comprovam que os particulados com tamanho menor do que 10µ (dez micras) penetram nos pulmões depositando-se na região alveolar, onde ocorre a troca gasosa - imagem abaixo.

2. Durabilidade da partícula: Diz respeito a uma combinação de fatores, ou seja, é um processo que varia em função do tempo e da dificuldade que o organismo encontra para dissolver e eliminar as partículas e, quando isto não for possível, neutralizá-las. Em ambos os casos os danos são progressivos e permanentes, uma vez que, o organismo não consegue processar com a mesma velocidade com que as partículas são inaladas – diariamente. Partículas como a da Sílica, do Amianto, bem como de alguns metais, possuem estas duas características e, quando inaladas com frequência diária, provocam danos graves e permanentes nos pulmões. A Biopersistência pode variar de dois dias a mais de um ano. Proteção: Usar o EPI adequado para particulados respiráveis e sempre em jornada integral.

Autor: Geraldo Collaziol - Especialista em Higiene Ocupacional e Diretor da NR's Gestão.

PIADINHAS O juiz pergunta para o réu: - Do que você está sendo acusado? - De fazer as compras antes do tempo. - Mas isto não é crime!!! Com que antecedência você fez as compras? - Apenas duas horas antes da loja abrir. - Você sabia que o José está hospitalizado. - Não pode ser! Ontem mesmo vi ele numa festa com uma morenaça. - Pois é, a mulher dele também viu!

PROTEÇÕES FIXAS

O ano está começando e nada melhor do

que começar bem o ano sem acidentes. Conforme informações do Anuário Estatístico da Previdência Social 2010, no Brasil ocorreram 701.496 acidentes de trabalho, e mais de 14 mil geraram incapacidade permanente. Desses, 12% foram causados por máquinas obsoletas ou não-adequadas à NR-12. Apesar de ser um fato deprimente cabe ao profissional de SSO lidar com as dificuldades econômicas e culturais das empresas e “apagar os incêndios” existentes. Uma forma bem simples que já citei em artigos anteriores é detectar quais máquinas se encontram em situação de RISCO GRAVE E IMINENTE e instalar proteções fixas (grades, chapas de aço ou policarbonato, etc.) para neutralizar a probabilidade de acesso de partes do corpo. É a forma mais simples e até barata, pois dependendo do ramo da empresa essas proteções podem ser instaladas pelo próprio departamento de manutenção.

Apesar de sabermos que o objetivo principal das proteções é distanciar o indivíduo do perigo, é importante estar atento às regras para confecção dessas proteções, pois a NR-12 já possui requisitos para a construção dessas proteções (ver anexo I da NR-12).

O conceito básico é: quanto mais próximo a proteção for posicionada do perigo menor serão suas folgas (fenda, quadrado ou círculo) ou, quanto mais próxima a grade estiver do risco maior será a altura dela. Se o perigo da máquina estiver a certa altura do piso de trabalho uma forma mais barata de minimizar o risco é distanciá-lo em altura acima de 2,70 m, em relação ao piso. Agora que você já sabe dessas dicas é hora de pôr a mão na massa e colocar a Manutenção para trabalhar (risos). Abraços e um ótimo início de ano e sem acidentes.

Autor: Dayglis Silva – Téc. de Seg. do Trabalho e Consultor em Proteção de Máquinas.

RISCOS AMBIENTAIS NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

Para servidores federais terem direito a adicionais, sejam os citados na CLT, ou a Gratificação por trabalhos com Raios - X ou Substâncias Radiativas, faz–se necessário avaliação dos riscos em suas atividades. Até aí nada de novo àqueles da CLT. A questão é se os procedimentos sobre laudos são os mesmos. Há diferenças? Sim. Para todos os adicionais, exceto radiação ionizante, como na CLT, exige-se laudos elaborados com base nos limites de tolerância mensurados segundo as NRs 15 e 16 apenas. O que muda é a escolha do profissional e as instruções adicionais contidas em normativo específico do Ministério do Planejamento.

Na CLT deve ser Engenheiro de Segurança do Trabalho, ou Médico do Trabalho. Nos órgãos federais citados anteriormente, deve ser servidor federal, estadual, distrital ou municipal ocupante de cargo

público de engenheiro, ou de arquiteto, com especialização em segurança do trabalho ou de médico com especialização em medicina do trabalho, exceto se radiação ionizante. Na dosagem e medição de agentes físicos e químicos ou para a identificação de agentes biológicos, o órgão poderá contratar serviços de terceiros para auxiliar o elaborador do laudo, desde que o levantamento dos dados seja supervisionado por servidor da área de segurança e saúde do trabalho. Finalmente, o pagamento dos adicionais de periculosidade e de insalubridade somente será processado à vista de portarias de localização ou de exercício do servidor e de concessão do adicional, além do laudo, cabendo à autoridade pagadora conferir a exatidão dos documentos antes de autorizá-lo, assim como a data da portaria de localização, concessão, redução ou cancelamento dos adicionais para ambientes já periciados e declarados insalubres ou perigosos, que deverão ser publicadas em Boletim de Pessoal ou de Serviço do órgão. Sobre instruções adicionais e servidores que atendam aos itens mencionados, trataremos em edições futuras.

Autor: José Delfino da Silva Lima – Engenheiro de Segurança do Trabalho


JORNAL SEGURITO

E PARA A BRIGADA, NBR OU IT?

Quando o assunto é Brigada de Incêndio sempre bate aquela dúvida, devemos seguir NBR ou Instrução Normativa do Corpo de Bombeiros estadual? Bom, antes de começar, nos cabe aqui ressaltar a diferença entre elas: - As conhecidas NBRs (Normas Brasileiras) são documentos estabelecidos por consenso e aprovados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que fornece, para um uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para os produtos ou processos, e cuja observância não é obrigatória. É importante destacar que quando alguma norma ou lei assim determina, as NBR passam a ser obrigatórias. - As Instruções Técnicas (ITs) ou Normas Técnicas (NTs) do Corpo de Bombeiro são normas que vigoram a nível estadual. Têm grande importância, pois através delas os Bombeiros fiscalizam as empresas para retirada do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e outros. Se a empresa não cumprir os dispostos nas ITs do Corpo de Bombeiros ficará sem a licença do órgão (Bombeiros). PARA FECHAR A própria NR 23 (o que restou dela) coloca as Normas do Corpo de Bombeiros como prioritárias para as questões que envolvem medidas de proteção contra incêndio:

NR 23.1 Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis.

Nestor W. Neto – Técnico de Segurança do Trabalho – Criador e editor do blog: http://segurancadotrabalhonwn.com

PARA ATUAR COMO UM VERDADEIRO PERITO

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cada dia que passa aumenta o número de ações judiciais trabalhistas. Os profissionais da área do Direito comumente pleiteiam na petição inicial o direito ao recebimento dos adicionais de insalubridade e/ou periculosidade. Parte destes profissionais não são conhecedores técnicos da área de SST, e baseiam suas petições iniciais nas informações dadas pelos seus clientes. Muitas vezes, ao se realizar a perícia, não há relação entre o que está na petição inicial e o que realmente ocorre no ambiente de trabalho. Cabe ao perito judicial não se prender aos argumentos da petição inicial e sim avaliar a exposição do Reclamante a todos os agentes dispostos na NR-15 da Portaria 3.214/78. Lembrando que somente os agentes dispostos na NR-15 ensejam o direito ao recebimento do adicional de insalubridade, não podendo o perito judicial “inventar” agentes, ou por “achismo”, caracterizar a atividade como insalubre; muito menos utilizar os limites de tolerância da ACGIH. Os limites da ACGIH são válidos para fins de elaboração do PPRA, conforme disposto no item 9.3.5.1, alínea “c”, da NR-09, e usados somente na ausência de limites de exposição previstos na NR-15. Claro que um bom conhecedor da área de higiene ocupacional é consciente de que os limites da NR-15 estão totalmente defasados e não protegem o trabalhador, e de forma preventiva, as decisões de avaliação e controle para fins de PPRA devem ser baseadas nos limites da ACGIH, que anualmente são atualizados. Para se elaborar um bom laudo pericial de insalubridade, no ponto de vista do autor deste artigo, não basta participar de cursos ou pós-graduações em perícia

judicial, que muitas vezes focam a teoria do Direito e da legislação de SST. Laudo pericial de insalubridade é conhecimento teórico e prático de Higiene Ocupacional (HO). A base da HO é a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle. Como um profissional de SST vai reconhecer o risco “in loco” se não o conhece. Difícil não é?

Pois esta é a realidade em muitos casos. Laudos com erros grotescos de reconhecimento e avaliação dos agentes, que irão prejudicar um Reclamante ou Reclamada, por falta de preparação do profissional designado para atuar como perito judicial. Outra recomendação é que o profissional que realiza perícia possua os equipamentos básicos para avaliação dos agentes, para evitar ao máximo depender da “prova emprestada” fornecida pela empresa. O que deveria ser exceção acaba virando regra, havendo peritos que não realizam mensurações “in loco” e baseiam suas perícias exclusivamente na prova emprestada. Como conclusão fica a dica: quer entrar para a área de perícia judicial e elaborar bons laudos com responsabilidade técnica? Estude profundamente HO.

Autor: Guilherme José Abtibol Caliri Engenheiro de Segurança do Trabalho.

IMPACTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA SAÚDE DO TRABALHADOR

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os tempos atuais os fatores organizacionais ocupam um espaço de destaque quando se fala de saúde do trabalhador. O sistema de gerenciamento agressivo adotado pela maioria das empresas tem refletido em um aumento do absenteísmo na empresa devido ao adoecimento.

Em estudo realizado no ano passado pude identificar alguns fatores organizacionais e psicossociais relatados pelos trabalhadores como fonte de

adoecimento. Aproveito este espaço para compartilhar com vocês estes achados. Um total de 380 trabalhadores da área administrativa participaram do estudo. As principais queixas dos funcionários foram: ser exigido rapidez para completar suas tarefas mesmo que estejam cumprindo o seu cronograma (73%); ter que fazer com frequência trabalhos que não são da sua função (64%); não utilizar ao máximo suas capacidades no ambiente de trabalho (63%); ter poucas possibilidades de progredir no trabalho (56%); sonhar que estão trabalhando (55%); sentir que exigem demais deles (53%); haver divergência de opiniões com as pessoas com as quais trabalham (50%); ter que depender de outros setores para que o trabalho seja executado (50%); não ser motivados a utilizar seus conhecimentos em relação ao trabalho (50%); ter que realizar tarefas para as quais nunca foram preparados (47%); não ter participação na tomada de decisões (44%); falta de reconhecimento da sua dedicação à empresa (44%); não conhecerem os

critérios pelos quais são avaliados (44%); não poder aplicar todos os seus conhecimentos (44%); e existir um conflito entre o que acham que é correto e o que é exigido deles (40%). Dentre os entrevistados 84% apresentou queixa de estresse, sendo 57% nível de estresse moderado e 27% nível de estresse baixo. Dentre as queixas somáticas, as principais foram: problemas com memória, esquecimentos (78,2%), aperto na mandíbula/ranger dos dentes, ou roer unhas ou ponta de caneta (73,6%), sensação de desgaste físico constante (73,6%), irritabilidade excessiva (73,6%), cansaço excessivo (73,6%) e tensão muscular nas costas, pescoço e ombros (60,0%). Estes fatores servem como indicadores para que as gerências de Recursos Humanos e do SESMET implementem programas de intervenção e prevenção do adoecimento do trabalhador.

Autor: Prof. Márcio Alves Marçal - Doutor em Biomêcanica Ocupacional


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