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FOTOS MELITO CEREZO

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Royal Salute é a mais perfeita união dos melhores whiskies escoceses, de malte e grão, envelhecidos individualmente em barris de carvalho selecionados no mínimo, por 21 anos. Símbolo de poder e prestígio, Royal Salute foi criado em 1953, em homenagem à coroação da Rainha Elizabeth II, da Grã-Bretanha. O nome de Royal Salute, a saudação real, foi inspirado na salva de 21 tiros dados pela Marinha no dia da coroação de Elizabeth II. As embalagens de Royal Salute são como as jóias da coroa: safira, esmeralda e rubi, feitas em porcelana inglesa. Patrocinador de grandiosos torneios de polo no mundo, incluindo a Royal Salute Gold Polo Tournament na China, Royal Salute faz tributo e continua com a tradição do polo, o rei dos esportes e o esporte dos reis. Outros locais em que a marca Royal Salute realiza ações em eventos de polo são Reino Unido, India, Dubai e Brasil.

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Diretores Claudio Schleder Claudio Schleder Filho

Editor e diretor Claudio Schleder Diretor Comercial Claudio Schleder Filho Fotos Melito Cerezo Redação Tatiana Sasaki Direção de arte RL Markossa Revisão e colaboração Maria Dolfina Diretora administrativa e financeira Tábata Schleder Impressão e acabamento Ibep Gráfica POLO YEARBOOK é uma publicação de INBOOK EDITORA Rua Jerônimo da Veiga, 428 cj. 82 CEP 04536-001 Tel. (11)3078-7716 São Paulo Brasil

POLO YEARBOOK não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e anúncios ou mensagens publicitárias desta edição. As pessoas que não constam do expediente não têm autorização para falar em nome de POLO YEARBOOK. É proibida a reprodução parcial ou total desta publicação sem autorização. Todos os direitos reservados. Capa João Paulo Ganon do Villa Real na Copa Moroni 2010 14


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A essência do Polo O polo no Helvetia começa em abril. A estação das chuvas já foi

embora, as tardes são quentes e as noites, frescas. A temporada está só no início. Ao cruzar a Avenida Windsor Park, você se depara todo tempo com tropas de até uma dúzia de cavalos no meio do tráfego se dirigindo aos campos para treinos ou jogos dos torneios. Os campos estão verdes, imaculados, já que desde outubro não foram pisoteados. Todo mundo está ‘fominha’, para jogar com os novos cavalos, testar uma configuração diferente da equipe ou até para estrear aquele modelito Armani num jantar na casa dos amigos no sábado à noite, quando o assunto inevitavelmente vai ser cavalo. O mundo do polo é obcecado por cavalos. Uma devoção, adoração até. Eles só falam de cavalos, vivem cercados por cavalos e sonham com cavalos. A maioria dos polistas começou a praticar polo na infância, batendo bola com irmãos, primos e amigos nas férias em fazendas, de Indaiatuba até Orlândia, jogando partidas improvisadas com os pais, peticeiros e vizinhos. O polo é um esporte que nasce no núcleo da família e passa de geração em geração. Com frequência, encontramos equipes formadas por irmãos ou por pais e filhos. Como na historia da vida do polista gaúcho Cabeto Bastos que contamos nesta edição. Cabeto se considera um felizardo: teve não só um, mas quatro filhos jogadores e a possibilidade de formar um time completo de polo. A realização de um sonho para qualquer pai polista. Responsável por ensinar os guris a taquear e orientá-los nos treinos e na escolha dos cavalos, ele há alguns anos os assiste disputarem, com competitividade, os mais importantes torneios do país. E o que é melhor, juntos, na medida em que o handicap crescente permite. A exemplo da Argentina, que anualmente faz sua Tríplice Coroa, o Helvetia Polo Country Club realizou a primeira edição da competição no Brasil. Se no país vizinho o circuito é formado pelos Abertos de Tortugas, Hurlingham e Palermo, em nossas canchas foram o Aberto do Estado de São Paulo, a Copa Giorgio Moroni e o Aberto do Helvetia os torneios eleitos para integrar a disputa. No jantar promovido para celebrar os 35 anos do clube, os homens do São José Polo festejaram o título histórico e foram agraciados com o troféu, uma bandeja de prata que tem gravado o nome dos campeões. No livro Paixão e Gloria, um Século de Polo Argentino, sua autora Luisa Miguens, esposa do falecido polista Gonzalo Tanoira, conta a historia de como aconteceu o polo em seu país, onde tornou-se um esporte popular a partir dos anos 50. O POLO YEARBOOK compilou um resumo desta saga de 130 anos, concluindo que o ‘it’ deste esporte é uma alta dose de adrenalina, combinada com uma sensação de total liberdade, pressão intensa, elegância e um je ne sais quoi que reflete um sofisticado e cosmopolita estilo de vida.

Claudio Schleder Editor



Torneios Abertos e de Alto Handicap 26, 22 e 18 gols Copa Vogue 80º Aberto do Estado de São Paulo Copa Giorgio Moroni 54º Campeonato Brasileiro Aberto do Helvetia

O confronto entre jogadores de elevado nível técnico marcou a temporada de alto handicap do Helvetia. O resultado foi uma sequência de torneios para lá de quentes, nos quais a competitividade à flor da pele determinou que o pódio deixasse de ser privilégio de um único time

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Fabio Diniz Junqueira e Willian Rodrigues disputam a bola na final do Aberto do Helvetia

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Rodrigo Andrade e Leandro Santos duelam no 80째 Aberto do Estado de S.P.

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As equipes Sollys-Itanhangรก e Tigres-Azul querem a posse da bola no Campeonato Brasileiro

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Rico Mansur Ă toda velocidade

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Cachico Bastos na defesa do Maragata seguido por JosĂŠ Eduardo Kalil

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Luta de espadas entre as equipes Vila Fal-Itaipava e Abacateiro

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Ubajara Andrade Jr tenta travar Rodrigo Andrade

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Todos atrás da bola em Maragata x São José no Aberto do Estado

A sequência completa da tacada de João Gaspar Martins Bastos da equipe Maragata 32


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A queda de Willian Rodrigues no Aberto do Estado de S達o Paulo

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Luiz Paulo Martins Bastos do Maragata enfrenta a marcação de Renato Diniz Junqueira da equipe Invernada na final do Campeonato Brasileiro

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Rodrigo Pinheiro do Sollys-Itanhangรก prepara o tiro 38


Jo達o Paulo Ganon da equipe Villa Real a mil na Copa Giorgio Moroni

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Torneios Abertos e de Alto Handicap

TEMPO DE COMPETIR Há muito não se via nos campos do Helvetia uma temporada tão competitiva quanto esta. Logo na Copa Vogue, as maiores potências do polo nacional deram provas de que, diferente de anos anteriores, a disputa seria sim mais equilibrada. Em função do alto desempenho dos atletas e do investimento cada vez maior em cavalos e veterinários, os times elevaram o nível de suas organizações tornando-se cada vez mais competitivos. Tanto é que raros foram os placares com grande diferença de gols. Além disso, se antes o São José saia na frente e, sempre favorito, era o principal time a ser batido, neste ano outras equipes do pelotão de elite se revezaram no pódio, tratando de bagunçar o tabuleiro do polo e de colocar em evidência revelações. Com nove equipes de 16 a 18 gols, o torneio abriu o alto handicap no Brasil apresentando surpresas. A primeira foi Villa Real, que entrou com o pé-direito: não só venceu Invernada e Sharks-Ski Brasil na chave B, como derrotou o forte São José em duríssima semifinal. “Nós sabíamos que ia ser difícil, pois o São José havia ganho seus jogos muito bem e estava com muitos cavalos. Mas sempre acreditamos na vitória e corremos atrás”, comenta João Paulo Ganon, craque do Villa Real. A partida foi parelha, e a decisão só aconteceu no tempo suplementar, quando João Paulo acertou a bola passada pelo back Leandro Santos, anotando o gol de ouro que garantiu o passe para a final. O outro finalista foi Tigres-Azul Linhas Aéreas, de Wolff Klabin. Composto por Jorge Diniz Junqueira, Luis Carlos Figueira de Mello e Humberto Costa Pinto Neto, o time do polista carioca derrotara na semifinal, de virada, o Agudo de Francisco M. Junqueira Neto, Aluisio Villela Rosa, Ubajara Andrade e David Klabin. E no confronto valendo o título, Tigres outra vez mostrou suas garras: marcou os adversários de perto, como estratégia para não deixá-los jogar. A tática funcionou bem e a partida manteve-se parelha, com um festival de gols saindo para ambos os times. Se de um lado havia polistas experientes como Calão Mello e Jorge Junqueira, de outro estava Robertinho Villa Real, de apenas 15 anos, que em sua primeira temporada de alto handicap estreou com tranquilidade. Soube se posicionar e, bem entrosado com todo o resto da equipe, contribuiu na marcação. “Seus gols foram muito importantes na nossa campanha”, elogia João Paulo, que com seus 8 gols de handicap atuou como um verdadeiro maestro, armando jogadas e colocando o Villa Real para andar. 40

Foi no sexto tempo, e graças ao belo trabalho em equipe proposto pelo Villa Real, que o panorama super equilibrado começou a mudar. Com Gustavo Toledo sempre bem montado e Leandro Santos freando os ataques adversários, o Villa Real exibiu o entrosamento necessário para abrir dois gols de vantagem. Mas como é do caráter de Tigres não se entregar, os homens de amarelo anotaram um gol – o qual, no entanto, não foi suficiente para levar a decisão para o tempo adicional. Por 10 a 9, Villa Real abocanhou a competitiva Copa Vogue. “Foi um bom começo para o Tigres”, afirma o vice Wolff Klabin. “Mas seria melhor se tivéssemos sido campeões”. Um começo de temporada e tanto, diga-se. Afinal, para um primeiro torneio, os times e seus potentes cavalos estavam só esquentando os motores.

Campo minado no Aberto do Estado

Primeiro torneio da Tríplice Coroa brasileira, o Aberto do Estado de São Paulo teve seu nível elevado de 25 para 26 gols nesta sua 80ª edição. Competição de mais alto handicap do polo nacional, exige não só jogadores de desempenho superior, mas também tropa e estrutura à altura. Por esse motivo, apenas as seis maiores potências da atualidade – São José, Villa Real, Itanhangá Sollys, Invernada, Maragata e Itaipava – apresentaram organização suficiente para se atrever a participar. Aqui, cada partida é um novo desafio, uma prova de fogo a ser superada. Como um erro qualquer pode ser fatal, as esquadras se esmeram em apresentar técnica, concentração e eficácia, fazendo de um simples jogo classificatório um verdadeiro confronto de gigantes. Da semifinal entre Itanhangá Sollys e Maragata, portanto, não era possível esperar nada menos que um grande espetáculo. Com os argentinos Pite Merlos, de 9 gols, e Christian Laprida, de 8, o Itanhangá de Noberto Pinheiro iniciou a partida imprimindo pressão. Na companhia de Fernando Pelosini, os craques do país vizinho ajudaram a abrir uma vantagem de 4 a 1 já no segundo tempo. Lutando pelo bicampeonato, o Maragata dos irmãos Bastos teve de se reordenar rapidamente. Com o apoio do técnico Ubajara Andrade, o argentino Juan Martin Echeverez, que substituiu Juan José Brané, encontrou seu lugar entre João Gaspar de 1, Luiz Paulo de 2 e Cachico de back. Assim, forçando o entrosamento, o time deu início à recuperação: entrou com vontade e, no sexto tempo, virou o jogo.


José Eduardo Matarazzo Kalil, capitão do São José-Audi parte rumo ao gol

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Torneios Abertos e de Alto Handicap Noberto Pinheiro do Sollys-Itanhangá toca a bola seguido por Chico Junqueira do Tigres-Azul

A menos de um minuto do fim, Itanhangá anotou um gol e deixou o placar igualado, levando a decisão para o tempo adicional. Foi então que Luiz Paulo, depois de uma disputa dura nas 10 jardas, estrategicamente entra em posição de ataque. A bola sobra e sua égua Intrusa a coloca para dentro do gol, garantindo ao Maragata a vaga na final. “Foi uma das partidas mais duras e emocionantes. É sempre um prazer jogar contra craques do nível do Pite e do Magoo”, diz Luiz Paulo Bastos. “Eles trazem um estilo diferente de jogar, um estilo argentino, muito mais rápido e objetivo, o que só tende a melhorar o nível do nosso polo”, completa. Mas para levar o bicampeonato, Maragata tinha ainda que passar pelo forte São José-Audi. Com a invencibilidade posta em cheque no torneio anterior, o time de José Eduardo Matarazzo Kalil não deixou barato: atropelou todos que ousaram passar por seu caminho rumo à final. Contra o Villa Real, a essa altura com status de principal rival, protagonizou uma semifinal com cara de revanche. Esbanjando motivação, São José contou com Gustavo Toledo de 1, Willian Rodrigues de 2, Rodrigo Andrade de 3 e José Eduardo Matarazzo Kalil de back. Com essa formação que tem se mostrado um sucesso, impôs seu jogo e, aproveitando a desatenção do adversário, levou o placar a 7 a 2 no terceiro tempo. Mas o Villa Real não se entrega, e sob o comando de João Paulo Ganon realizou uma arrancada espetacular na segunda metade da partida. A presença do irmão Paique Ganon, com quem tem um entrosamento desde a infância, e de Pedrinho Zacharias e Leandro Rodrigues, dois dos destaques da temporada, permitiu à equipe levar o placar a 8 a 8 no fim do sexto tempo. “Nosso time estava bem posicionado, mesmo com 24 gols de handicap estávamos jogando no mesmo nível das equipes de 26”, considera Paique. A decisão foi para o sétimo tempo, quando depois de um throw-in de 60 jardas Rodrigo Andrade anotou o gol de ouro e classificou o São José para a final. E no grande confronto final, o desafio estava lançado. No campo minado do São José, o Maragata, que tinha 24 de handicap, manteve a calma e a partida parelha até o terceiro tempo. Com muita marcação em ambos os lados, o jogo foi um pouco truncado, sem muitos gols. A partir do quarto tempo, São José ampliou o marcador e administrou a vantagem que chegou a 3 gols. “Mas nesse nível de polo uma diferença dessas é tirada em meio tempo, não se pode descuidar um minuto”, comenta Rodrigo Andrade, único 10 de handicap do Brasil. O Maragata, por sua vez, cometeu alguns erros de finalização que acabaram se revertendo em contra-ataques. “No quarto tempo, desperdiçamos uma falta de 30 jardas que resultou em um gol do adversário”, diz Luiz Paulo. Sem conseguir anotar, o time dos irmãos Bastos perdeu a chance de diminuir a diferença e, sujeito ao jogo sem deslizes do forte rival, foi derrotado por 9 a 6. Ponto para o São José, que ao vencer o torneio de mais alto handicap do Brasil se fez o melhor entre os melhores.

Ao mestre com carinho

Levando o nome do fundador do Helvetia Polo Country Club, a Copa Giorgio Moroni é uma das mais tradicionais competições do calendário brasileiro. Realizada em junho, foi a segunda etapa da 42


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Torneios Abertos e de Alto Handicap

Tríplice Coroa e contou com a participação de oito equipes de 19 a 22 gols de handicap divididas em duas chaves. Embalado pela vitória no Aberto do Estado, o São José seguiu em frente com seu plano de conquistas e outra vez foi finalista. E, na semifinal, outra vez encontrou Villa Real, pedra em seu caminho. Dessa vez, no entanto, em função do handicap inferior, o Villa Real iniciou o jogo com três gols de vantagem sobre o adversário. E logo no primeiro tempo, anotou outros três belos gols, privilegiando o jogo ofensivo e em conjunto praticado por Robertinho Villa Real jogando de 1, Pedrinho Zacharias de 2, João Paulo Ganon de 3 e Leandro Santos de back. Ao São José, que incluiu o argentino Santos Ulloa à base formada por Rodrigo Andrade, José Eduardo Matarazzo Kalil e Willian Rodrigues, coube manter a calma. Jogando muita bola, pouco a pouco os homens de preto conseguiram não só diminuir a enorme diferença de 6 gols do início, mas reverter o placar a seu favor. “Entramos decididos e com força total”, revela o 10 de handicap que, ao fechar o marcador em 14 a 11, foi decisivo para a classificação do São José. Seu adversário na fase seguinte era o invicto Itaipava, de Rico Mansur. Com uma campanha impecável na competição, o time se classificara após gol de ouro anotado por André Diniz na duríssima semifinal contra o Itanhangá de Noberto Pinheiro com o argentino Pite Merlos. E na grande decisão contra o São José, o Itaipava saiu na frente. Contando com a experiência do bicampeão mundial Calão Figueira de Mello, mestre em se posicionar em campo e distribuir com inteligência a bola, a esquadra liderou o marcador durante toda a partida. Isso porque soube desenvolver um jogo em equipe aproveitando, claro, o talento individual de André e de Rico, jogadores que se diferenciam pela técnica e pela capacidade de conduzir a bola com pleno domínio. Em sua estreia em torneios de 22 gols, o carioca Humbertinho Costa Pinto trouxe sorte ao Itaipava. Mas o destaque da esquadra foi mesmo Rico Mansur. Exibindo precisão e alto desempenho, foi eleito o melhor da partida. Apesar do festival de belas tacadas, o São José não estava jogando seu melhor polo. Embora extremamente competitivo, parecia não se encontrar em campo. O resultado foi a vitória do Itaipava por 12 a 10, em partida que, disputada até o último minuto, encheria de orgulho o saudoso fundador Giorgio Moroni.

O Brasileiro é do interior

Em sua 54ª edição, o Campeonato Brasileiro de Polo, com patrocínio da Mitsubishi, reuniu nos campos do Helvetia nada menos que 36 equipes para os torneios de baixo, médio e alto handicap durante o mês de agosto. Um número para lá de expressivo, que só demonstra que este tradicional torneio é ainda capaz de atrair jogadores de diversos centros de polo do país, como Rio de Janeiro, Brasília e Rio Grande do Sul. Isso sem falar das cidades onde o polo tem grande presença no interior de São Paulo, como Franca, Ribeirão Preto e Orlândia. Foi de Orlândia, aliás, que vieram os jogadores do Invernada. Conhecido pelo jogo ofensivo e extremamente marcador, o time liderado por José Eduardo Diniz Junqueira não havia, até o momento 44

do Brasileiro, alcançado nenhuma final de alto handicap. Apesar da presença algo apagada na temporada, retomou o fôlego neste torneio de 18 gols do qual participaram 11 equipes. Primeiro, bateu Abacateiro, BTG Pactual e São José nas classificatórias, e derrotou por um único gol o forte Villa Real na semifinal. O outro finalista foi Maragata. Depois de conquistar o vicecampeonato no Aberto do Estado de São Paulo (26 gols), a equipe dos irmãos Bastos queria mais. Nas classificatórias do Brasileiro, lutou com todas as forças para conseguir um bom saldo de gols e entrar nas semifinais como segundo melhor colocado de todas as três chaves. Assim, encontrou a equipe Carapuça-Itaipava, de Rubens Zogbi Filho, Rico Mansur, João Novaes e Pedrinho Zacharias, a qual venceu no sétimo tempo, com gol de ouro de Cachico Bastos. E na grande final, o coquetel armado pela Mitsubishi deu cara de festa à decisão entre Maragata e Invernada. Além de lounges com os lançamentos da fabricante 4x4, houve drinques à beira do campo e deliciosas comidinhas. Tudo perfeito para assistir de camarote ao confronto que prometia ser quente. Com tropas de primeira linha, ambas as equipes esbanjavam categoria. Até o terceiro chukker o jogo foi parelho, com Maragata sempre muito perto do forte Invernada. “Optamos por mudar um pouco a posição, fazendo uma marcação homem a homem”, explica João Gaspar Bastos, que teve como companheiros seus irmãos Luiz Paulo e Cachico, além de David Klabin. “Até o terceiro tempo nosso time andou bem. Depois erramos em não voltar ao posicionamento original”, completa. Isso porque a partir do quarto tempo as coisas deixaram de funcionar para o Maragata. Pareciam lentos e erraram finalizações decisivas. Por outro lado, o adversário transformava as oportunidades em gols. Fabinho Junqueira foi impecável e efetivo. Estava muito bem montado e foi protagonista de jogadas rápidas e decisivas enquanto seu tio, Dudu Junqueira, ficou responsável pelas cobranças de falta. Completando o Invernada estavam Fábio Estrela, jogador de Brasília, e Renato Diniz Junqueira, sempre bem posicionado em campo. Conduzindo a bola com certo conforto, a turma do interior ampliava o marcador. E, claro, dificultava a vida dos irmãos Bastos, que definitivamente não estavam no melhor dia. Anotando gols e mais gols, Invernada fechou o marcador em 13 a 5. Mostrou, com a conquista do Brasileiro, que está vivo e operante na temporada.

Mantendo a reputação

Último torneio de alto handicap da temporada e etapa final da Tríplice Coroa, o Aberto do Helvetia foi realizado num final de semana repleto de celebrações em homenagem aos 35 anos do Helvetia e aos 90 anos de polo no Brasil. Entre as sete equipes de 19 a 22 gols inscritas, não faltaram destaques. O Vila Fal de André Diniz, por exemplo, montou um timaço com Rico Mansur, Calão Figueira de Mello e Humberto Costa Pinto Neto. Com esse elenco, o mesmo que vencera a Copa Giorgio Moroni, passou por cima de Abacateiro, Maragata e Agudo, até chegar à semifinal contra Invernada. “Uma pena perdermos por um gol no último tempo”, lamenta André Diniz. Classificado para a grande final, Invernada levou ao campo 1 do Helvetia sua famosa tropa. Seu objetivo, claro, era fazer frente ao São José e provar que continua sim entre as grandes esquadras


O argentino Pite Merlos e a exuber창ncia de seus 9 gols de handicap

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Torneios Abertos e de Alto Handicap Luiz Carlos F. de Mello do Itaipava pronto para o ataque

brasileiras da atualidade. Com o jovem e bem montado Gustavo Toledo, a entrosada equipe de José Eduardo Diniz Junqueira e seus sobrinho Fabinho Diniz Junqueira e Renato Diniz Junqueira entrou com força, tentando neutralizar o forte adversário que havia vencido de lavada Agudo-Tigres na semifinal. Frente aos espectadores e às câmeras do Canal Rural, que transmitia a partida, os rivais travaram um duelo de titãs, cheio de adrenalina e emoção. Foi um jogo bonito de ver, que começou com gol de Rodrigo Andrade. Montando cavalos potentes, ele disparava e ocupava todos os cantos do campo. Ditando o ritmo do jogo, o São José estava num dia inspirado. Caio Lellis Vieira somou-se à formação base que, nesta partida, teve José Eduardo Matarazzo Kalil anotando gols importantes e Willian Rodrigues promovendo passes precisos. Assim, com uma formação efetiva, o São José comandou os ataques e, driblando a forte marcação adversária, levou o marcador a 5 a 3 ao fim do segundo tempo. O Invernada, por sua vez, impôs respeito e chegou a diminuir a diferença para um gol no fim do quarto chukker, quando Fabinho anotou um golaço logo depois de livrar-se da marcação adversária. O jogador, outra vez, teve desempenho impecável, sendo responsável por alguns dos lances mais decisivos de sua equipe. Mesmo jogando com raça, o Invernada não chegou a ameaçar o São José, que ao longo de toda a disputa manteve o domínio e a liderança no marcador. Jogou melhor e, ao fim, fechou o placar em 12 a 10. Com a vitória no Aberto do Helvetia, a equipe São José, que vencera o Aberto do Estado e fora vice da Copa Giorgio Moroni, conquistou os pontos necessários para se tornar o campeão da primeira edição da Tríplice Coroa brasileira. Um título e tanto, que se soma à coleção de conquistas e mantém intacta sua reputação de grande potência do polo brasileiro, em temporada marcada pelo alto nível de competitividade. À noite, entre familiares e muitos amigos, os campeões subiram ao pódio e foram coroados durante o jantar armado para festejar a Tríplice Coroa e os 35 anos do Helvetia. Realização do Helvetia Polo Country Clube e do Canal Rural, o evento teve patrocínio de Swift, Banco Pine e MorumbiShopping, além de apoio de Chandon, Dois Santos, Royal Salute e La Martina.

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A eficiĂŞncia do golpe de Ubajara Andrade Jr.

CalĂŁo de Mello do Itaipava na corrida com Sylvio Andrade Coutinho do Abacateiro 47




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Torneios de Médio Handicap 14 e 8 gols VI Copa Cidade de Indaiatuba Copa de Prata Copa Estado de São Paulo Copa Andrea Moroni Copa Christofle Copa HPCC Copa Helvetia Polo

A competitividade foi a marca do médio handicap, modalidade cujos torneios costumam reunir o maior número de times. Se é difícil falar em favoritismo, sem dúvida algumas equipes se destacaram

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Flamboyant e Guabi Polo na Copa Estado de S達o Paulo

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Carlos Alberto Mansur Filho do Flamboyant se destaca na Copa Estado de S達o Paulo

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Carlos Mansur do Flamboyant em velocidade rumo ao gol

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Felipe Prata da equipe Prata Polo na final da Copa Christofle

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Rubens Zogbi Filho e Joรฃo Junqueira Novaes do Santa Marcia-Carapuรงa disputam com Alexandre Junqueira do Guabi Polo na Copa Estado

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Gustavo Ribeiro Garcia do Flamboyant enfrenta Guilherme Ribeiro do Bela Vista

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GG na corrida contra AndrĂŠ Luiz Junqueira Franco e Flavio Fioravante Neto do Colina-Sharks

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Torneios de Médio Handicap

HORA DO SHOW Não faltou fôlego para a turma que disputa o médio handicap no Helvetia. Ao longo de toda a temporada, o calendário de torneios de 8 e de 14 gols colocou polistas e suas equipes para suar a camisa em campo. Este nível, afinal, é o que costuma reunir o maior número de times por torneio. E para encarar tamanha competição, o que se viu foram esquadras cada vez mais preparadas, que investem em tropa e organização, diminuindo a cada dia o espaço para improvisos. A largada foi dada com a VI Copa Cidade de Indaiatuba (14 gols), que contou com a participação de 9 equipes cheias de disposição que, em alguns casos, tinham em suas formações jogadores de handicap elevado, isto é, de 6, 7 e até 8 gols. E a briga, no bom sentido da palavra, foi das boas, especialmente nas semifinais. A equipe Tigres-Azul Linhas Áereas, de Wolff Klabin, entrou mostrando competência para lutar pelo pódio: foi o melhor colocado da chave A e classificou-se para a final após vencer por um gol Villa D, de Luiz Felipe D’Ávila com Marcos Tellechea, José Klabin e Ubajara Andrade. “Sempre é muito bom superar outras equipes fortes como as que estavam nesse torneio”, diz Wolff Klabin. Se há alguma estratégia para se sair melhor? “Não existe nenhuma estratégia específica, tudo depende muito do andamento da partida”, completa o comandante do Tigres. Do outro lado, foram Santa Paula e Flamboyant que duelaram por uma vaga na final. Formado por Carlos Alberto Mansur, Gustavo Ribeiro Garcia, André Ribeiro Andrade e Flávio Castilho, o Flamboyant entrou com força e saiu na frente, abrindo uma boa diferença no placar. E, exibindo bastante entrosamento, manteve o domínio da partida para vencer por 13 a 9 o Santa Paula de Calão Figueira de Mello, Pedro Dantas, Thomas Helou e Fernando Pelosini substituindo Alexandre Ribeiro. Na final, buscando repetir o bom desempenho do jogo anterior, o Flamboyant saiu na frente e, de novo, abriu certa vantagem. Mas o Tigres, com Wolff Klabin, Humberto Costa Pinto Neto, Jefferson Junqueira e Jorge Diniz Junqueira, estava vivo como sempre: correu atrás do resultado e se aproximou no placar. No quarto tempo, após uma paralisação motivada por uma bolada em Jorge, o jogo volta a correr. Flamboyant parece ter esfriado, e Tigres aproveita para empatar a 1 minuto e meio do fim. A 20 segundos do apito final, quando o tudo levava a crer que o jogo seria decidido no tempo suplementar, Gustavo Ribeiro Garcia acerta a bola com firmeza e anota o gol da vitória do Flamboyant. “Foi um torneio bastante 64

difícil. Mas nosso time estava bem montado e entrosado, isso fez a diferença”, considera o campeão Gegê.

Prata da casa

A disputa seguiu quente na Copa de Prata (8 gols), que contou com nada menos que 15 times inscritos. Ao longo da etapa classificatória, os times enfrentaram os adversários de suas chaves e, nessa verdadeira maratona de alto nível, qualquer derrota, dependendo do resultado dos oponentes, poderia significar o fim da linha. Melhor colocado da chave A, La Luna-Museum encontrou na semifinal São Jorge-JRS, melhor da B. Sem nenhum profissional e com uma formação de 6 gols de handicap, a menor do torneio, o São Jorge era considerado por muitos o azarão. “Nós nos inscrevemos com a esperança de fazer jogos equilibrados, o título era um sonho distante”, confessa Antônio Moroni, comandante do São Jorge. E jogando por prazer, sem sentir nenhum tipo de pressão, Antônio e seus companheiros dispararam na semifinal contra La Luna, estabelecendo uma diferença considerável. No sexto tempo, chegou a ficar 6 gols à frente, até que Bruno Pelosini e companhia souberam, com inteligência, aproveitar o momento de distração do adversário para diminuir a diferença. Mas havia gols demais para tirar, e o placar em 13 a 11 deu a vitória a São Jorge. “O dia não era da nossa equipe. Nada dava certo, as jogadas não aconteciam”, lamenta Bruno Pelosini, que jogou com Luigi Cosenza, Delpho Pelosini e Gustavo Ribeiro Garcia. “Acho que faltou um pouco de calma e tranquilidade. Além disso, o Antônio Moroni teve uma atuação impressionante”, elogia Bruno, back do La Luna. Melhores das chaves C e D, respectivamente, Casa Verde e Bela Vista foram os protagonistas da outra emocionante semifinal. Composto pelos cariocas Humberto, Rodrigo e Humbertinho Costa Pinto, o Bela Vista entrou com força, mostrando querer garantir cada vez mais seu espaço nas canchas do Helvetia. O craque do time, Jorge Junqueira, não pode jogar por contusão e foi substituído pelos também craques José Eduardo Diniz Junqueira nos três primeiros tempos e Renato Diniz Junqueira, nos três últimos. No começo do jogo, o Casa Verde não se encontrava em campo e, como consequência, saiu perdendo de larga diferença. Além de pouco entrosado, parecia desestabilizado frente à pressão imposta por Dudu Junqueira. No meio da partida, no entanto, o time de Roberto e José Eduardo Souza Aranha com Paulinho Bardella e Thomas Helou


Paulo Toledo leva o Guabi Polo à vitória do torneio Copa Estado de São Paulo

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Torneios de Médio Handicap

diminuiu a vantagem, chegando a ficar a apenas 1 gol do empate. O que, no entanto, não assustou o time dos cariocas, que cravou o marcador em 9 a 7. “Poderíamos ter jogado melhor no começo para não tê-los deixado abrir vantagem. Também erramos duas faltas de 40 jardas no meio do jogo, o que nos fez muita falta no fim”, comenta José Eduardo Souza Aranha, do Casa Verde. “Não conquistamos o título, mas ficamos entre os quatro melhores. Acho que fomos bem, pois esse torneio teve a participação de muitos times, e times fortes!”. Com essa vitória, Bela Vista conquistou o direito de duelar com São Jorge-JRS na final. E no confronto valendo o título, só deu o “azarão” São Jorge. Com André Coutinho de back, Flávio Fioravanti Neto de 3, Antônio Moroni de 2 e Pedro Dantas de 1, a equipe fez sua melhor partida da campanha, marcando muito bem e aproveitando as chances de gol. Não por acaso saiu na frente, abriu o marcador e manteve a vantagem até o fim, quando saiu coroado por um contundente 14 a 5. O segredo para esse ótimo desempenho? “Acho que marcamos bem, levando sempre em consideração nossa tropa, a do adversário e o nível dos jogadores”, explica Antônio Moroni.

O bi do Guabi

A Copa Estado de São Paulo (14 gols) viu Guabi Polo festejar o bicampeonato. Vencedor no ano passado, o time de Orlândia repetiu a dose em meados de junho, focando esse torneio com a determinação típica dos polistas do interior. “A nossa tropa estava muito bem preparada, pois estávamos visando esse torneio desde o começo do ano”, revela Paulo Toledo. “Com certeza a tropa fez muita diferença juntamente com o entrosamento da equipe”, afirma ele, que na conquista do título contou com a companhia dos irmãos Alexandre e Henrique Junqueira, além de Francisco “Chicão” Junqueira Neto. A campanha do Guabi Polo rumo à final foi exemplar, com direito a uma vitória para lá de disputada, por apenas um gol, na semi contra a forte equipe Santa Márcia-Carapuça, que tinha os irmãos Olavo e João Junqueira Novaes engrossando a esquadra com Rubens Zogbi Filho e Alfredo Khouri Jr. “Esse foi nosso jogo mais difícil, amarrado, com os nervos à flor da pele. Nossa missão era parar de qualquer forma o Olavo, um dos melhores do Brasil”, diz Paulo Toledo. Passada mais essa etapa, o time a ser batido na grande decisão seria então o Flamboyant, de Carlos Alberto Mansur Filho. O desafio era dos grandes, pois Flamboyant também vinha cheio de moral por haver vencido, de virada, a equipe Colina-Sharks II. Essa semifinal, aliás, foi daquelas cheias de adrenalina: começou com o Colina dominando o marcador até que, nos dois últimos chukkers, o Flamboyant conseguiu inverter o jogo. “Entramos no quinto tempo ganhando de 3 gols, mas tomamos 4 em dois tempos”, afirma Gonçalo Matarazzo, que defendeu o Colina-Sharks II ao lado de Flávio Fioravante Neto e dos irmãos Luiz Candido e André Junqueira Franco. “Mas nosso time andou bem, e jogando entre amigos. Chegamos longe para uma equipe de 11 gols encarando um torneio de 14”. E na hora do vamos ver entre Flamboyant e Guabi Polo, a disputa foi acirrada. Ao longo de toda a partida, o placar ora marcava um ou dois gols de vantagem para um time, ora para outro. “Foi bem igual, nossas equipes se parecem muito até mesmo no handicap dos jogadores”, considera André Ribeiro Andrade, que vestiu a camisa do Flamboyant ao lado de Carlos Mansur Filho, Gustavo Ribeiro 66


Alfredo Khouri Jr e Joรฃo Junqueira Novaes levam o Santa Mรกrcia-Carapuรงa ao ataque

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Torneios de Médio Handicap

José Luiz Toledo e Pedrinho Zacharias dominam a situação para o Prata Polo na final da Copa Christofle

Garcia e Juan Carlos Otamendi. Mas o Guabi soube se impor ao administrar uma certa liderança conquistada mais ao fim da partida. E por 11 a 10, a vitória ficou nas mãos de Paulo Toledo e companhia, que levaram para Orlândia a taça de bicampeões.

Tempo de superação

Durante o mês de junho, foi a Copa Andrea Moroni que levou 12 equipes de 8 gols para as canchas do Helvetia. Outra vez, os times tinham de se superar na etapa classificatória para seguir adiante. “Eram 4 chaves na classificação, onde apenas uma equipe se classifica por chave. Nessas situações, o torneio quase não te permite errar, pois uma derrota na fase classificatória significa que você está praticamente fora”, explica Roberto Egydio Souza Aranha Filho, do Toca do Gato. O time de Roberto foi um dos que mostrou qualidade para seguir em frente: venceu Urso Americana e 3 Colinas, e bateu a forte equipe Flamboyant na semifinal. “Nesse jogo não havia favorito. Nós conseguimos impor nosso ritmo, e pouco a pouco fomos dominando o meio de campo e jogando de forma mais rápida e objetiva. Isso acabou refletindo no placar”, diz Roberto, que jogou revezando-se com Vandré Luiz Vijal nas posições de defesa e armação na vitória por 9 a 5. O Toca do Gato contou ainda com Paulo Bardella Caparelli e Afranio Affonso Ferreira Neto atuando mais no ataque. Contando com esse elenco super entrosado, Toca do Gato encontraria na final a equipe Prata, que na semi contra Colina demonstrara o verdadeiro significado da palavra superação. Nessa partida de ânimos elevados, o time de Luiz Candido Junqueira Franco e seus filhos Luiz e André sofreu um revés impensável: perdeu de 10 a 9 para Prata depois de chegar a abrir 8 a 0. “Foi um jogo de cabeça no qual soubemos ter paciência para virar e no qual a marcação sobressaiu”, comenta Felipe Prata. E foi com a confiança nas alturas que os homens do Prata encararam a disputadíssima final contra Toca do Gato. Mesmo quando ao fim do quarto tempo o forte oponente abriu três gols de vantagem, a esquadra de Felipe com Guilherme Ribeiro, José Luiz Toledo e Felipe Garcia manteve o sangue frio para outra vez tirar a diferença e levar o jogo para o sétimo tempo. Com um elenco habilidoso e super concentrado, fechou o placar em 10 a 9 ao anotar o gol de ouro no chukker suplementar. “Na verdade faltaram detalhes na marcação no quinto e sexto tempos. Perdemos no sétimo tempo para um grande time, em um jogo que estava em nossas mãos”, elogia o vice-campeão Roberto Egydio Souza Aranha. Ao campeão Prata restou subir no lugar mais alto do pódio e celebrar essa era de superação.

Poder de fogo

Dando sequência à sua boa fase na temporada, a equipe Prata Polo foi protagonista de outra final: a da Copa Christofle (14 gols). Com um elenco competitivo e muito centrado, o time de Felipe Prata chegou invicto à decisão desse torneio que, embora contasse com apenas cinco equipes inscritas, foi dos mais disputados em função da altíssima qualidade dos participantes. Além de Prata, as esquadras de peso que se enfrentaram pela classificação foram: Sharks-Ashby, o famoso time dos “meninos”; Villa D, sempre 68


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Torneios de Médio Handicap

competitiva equipe de Luiz Felipe D’Ávila; Tigres-Azul Linhas Aéreas, dos irmãos Wolff e Bernardo Klabin; e Flamboyant, campeã da Copa Cidade de Indaiatuba. Mas como o direito de estar no campo 1 do Helvetia é reservado apenas aos melhores, foram Prata Polo e Flamboyant, times que desenvolveram as melhores campanhas na competição, que se encontraram no palco das grandes finais. No encontro valendo o título, Prata entrou em campo com Felipe Prata, Guilherme Ribeiro, José Luiz Toledo e Pedrinho Zacharias (substituindo José Carlos Matarazzo Kalil). Apresentando o sangue frio e o estilo racional que lhe são característicos, saiu na frente e exibiu seu poder de fogo. Flamboyant, que tem taqueio e força de vontade de sobra para encarar a briga, encostou no marcador no meio da partida. Com entrosamento de quem vinha jogando junto ao longo do ano todo, o time de Carlinhos Mansur conseguiu se colocar a apenas um gol atrás do oponente praticando um esquema que tinha Flávio Castilho de back e André Ribeiro e Gustavo Ribeiro Garcia armando as jogadas no meio do campo. Mas o Prata é do tipo que sabe reagir, mesmo em condições adversas. Combinando o bom domínio da bola de Guilherme Ribeiro com o jogo ofensivo de Pedrinho Zacharias, que também no alto handicap teve uma performance ascendente, o time partiu para o ataque e disparou. Anotou um, dois e outros tantos, fechando o placar em 11 a 7. “Cometemos alguns erros, perdemos algumas faltas. Com certeza isso atrapalhou”, diz o vice-campeão André Ribeiro. Com a conquista, Prata coroou a boa fase que não é apenas de superação, mas de vitórias. “Apesar de um pouco irregular por contusões de atletas, o potencial de nossa equipe era alto. E pudemos mostrar isso não perdendo sequer uma partida”, festeja Felipe Prata.

A toda prova

No mês de setembro, foi a Copa HPCC que chacoalhou as equipes de médio handicap com disputas de 14 e de 8 gols. No torneio de 14, a equipe Villa Real inscreveu-se com um time de handicap inferior, de apenas 12 gols, mas cujo elenco esbanja entrosamento. Robertinho Villa Real, Pedro Henrique Zacharias e Leandro Santos não apenas jogam juntos há algum tempo, como têm um belo histórico de vitórias inclusive nos torneios de alto handicap. A essa base se juntou Julio Cesar Rodrigues, e não por acaso o time era visto como favorito ao título. Seu adversário seria o Abacateiro, que melhorou seu desempenho ao longo da competição e se classificou graças ao bom saldo de gols conquistado na vitória por 10 a 7 sobre o Prata. Nesse jogo que garantiu ao Abacateiro a vaga na final, Dudu Linhares cuidava da defesa enquanto Sylvio Andrade Coutinho e Deuler Junqueira Franco Neto armavam o meio de campo para que André Coutinho partisse em direção ao gol a cada oportunidade. “O Deuler e o André são rápidos e com bom taqueio, o que nos ajudou muito

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a armar os contra-ataques”, considera Sylvinho. “Foi um prazer poder formar esta equipe com meu primo André e meus grandes amigos Deuler e Dudu. Ao mesmo tempo em que montamos um time competitivo, nos divertimos muito”. Apesar de se tratar de um time sem furo, no qual todos cumprem o seu papel de maneira sólida e eficaz, o Abacateiro não resistiu às investidas de Villa Real na final. Com Sylvinho sendo substituído pelo também eficiente André Junqueira Franco, o time perdeu um pouco o entrosamento, o que acabou dificultando o andamento. O Villa Real, por sua vez, aproveitou para dar show e dominar a partida. Jogou bem, impôs seu ritmo, usou o talento individual de seus integrantes. Ao fim, venceu de goleada, por 7 a 2, provando por a mais b que é um dos grandes da temporada. No torneio de 8 gols da Copa HPCC, a disputa também foi das boas. Todos, claro, queriam ganhar, mas foi o Toca do GatoTaquaral, de Afranio Affonso Ferreira Neto, Sérgio Dhelomme, Vandré Luiz Vijal e Pedro Zacharias que obteve classificação ao vencer por 10 a 6 o Sharks-Ashby/Platanos, de Cadu Camargo, Gilberto Sabie, Adolpho Souza Naves e Antônio Moroni. Na decisão pelo título, o time de Afranio bem que tentou, mas não foi páreo para o forte Ponte Preta Polo, de Luigi Cosenza, Marcus Shalldach, Gustavo Ribeiro e Guilherme Lins. Em partida para lá de disputada, o Ponte Preta driblou, marcou, taqueou e não sossegou enquanto não levou a melhor por 11 a 9. Um jogo cheio de competitividade, do jeito que os polistas gostam.

Por apenas um gol

Último torneio da temporada, a Copa Helvetia Polo (8 gols) chegou ao fim deixando um gosto de quero mais. Apesar de muita gente já ter soltado os cavalos, a competição teve a participação de seis times cheios de vontade de conquistar o título. A disputa acirrada, marca dos torneios de médio handicap nesta temporada, se repetiu aqui. Tanto que das 9 partidas realizadas, apenas uma terminou com uma diferença superior a um gol. Nas semifinais, Santa Marcia-BTG Pactual venceu por 8 a 7 a equipe Villa Real, de Roberto e Robertinho Villa Real com Rodrigo Correa e Leandro Rodrigues. Do outro lado, São Jorge-Coinvalores demonstrou sua capacidade de chegar a finais com a vitória por 11 a 10 sobre Cana Verde, de Alexandre Santini, Felix Von Planta, Gilberto Rodrigues e André Rodrigues. Na partida valendo a taça, foi o bom jogo de São Jorge que prevaleceu. Em duelo cheio de emoção, daqueles que é impossível prever quem levaria a melhor, o time de Antônio Moroni, Luiz Antônio Ferraz Neto, Ricardo Junqueira Franco e José Luiz Toledo exibiu domínio de bola superior, resistindo bravamente às investidas de Santa Marcia, de Alfredo Khoury, Luiz Rafael Guinle, André Coutinho e Gustavo Garcia. E por apenas um gol, bateu o oponente por 11 a 10. Uma vitória e tanto, perfeita para fechar a temporada com chave de ouro.


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Torneios de Baixo Handicap 6 e 2 gols VI Copa Cidade de Indaiatuba Copa Vogue Copa Estado de São Paulo Copa HPCC 54º Campeonato Brasileiro Copa Christofle

Para os polistas que disputam os torneios de baixo handicap não existe tempo feio: qualquer hora é hora de taquear, disputar, se divertir

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Oswaldo Sabio de Mello em disparada com Jo達o Roberto Souza Naves

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Rodrigo Costa Pinto Jr. e Humberto Costa Pinto do time Bela Vista-S達o Jorge na final da Copa Christofle

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Gustavo Ribeiro Garcia deslancha o taqueio em velocidade

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Igor Pinheiro do Carapuรงa-Itanhangรก prepara o back na final da Copa Christofle, seguido por Rodrigo Costa Pinto do Bela Vista-Sรฃo Jorge

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Gabriel Vilela Rosa do Itanhangรก controla a bola no Campeonato Brasileiro

O capitรฃo do Itanhangรก, Igor dรก a tacada 81


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André Coutinho do São Jorge-FPI na disputa com José Carlos Kalil do Prata no Brasileiro

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Torneios de Baixo Handicap

A HORA E A VEZ DOS PEQUENOS Se há algo que une os polistas além da paixão pelo cavalo, esse algo é o desejo de competir. Em qualquer modalidade, seja no alto ou no baixo handicap, é a competitividade que motiva atletas e suas equipes a se prepararem, a buscarem resultados melhores. “Os 6 gols estão mais disputados a cada ano. Todos têm investido bastante em cavalos, e podemos perceber a melhora das tropas em cada jogo”, comenta Paulo Bardella, que começou a temporada em grande estilo, conquistando o primeiro torneio do ano, a VI Copa Cidade de Indaiatuba (6 gols). O polista integrou a equipe Flamboyant, de Carlos Mansur Filho com Eduardo Monteiro e Gabriel Villela Rosa. Antes de chegar à final, esse time cheio de potencial teve de encarar alguns desafios que demonstram o quão complicado tem sido passar para a fase seguinte. Em um dos jogos classificatórios, por exemplo, foi o bom jogo do 3 Colinas-Cana Verde, de Wilson Mello Neto, Oswaldo Sábio de Mello Filho, Laerte Meirelles Filho e João Roberto Souza Naves, que prevaleceu. “Vencemos a partida contra Flamboyant, o que nos animou bastante”, diz João Roberto. Seu 3 Colinas-Cana Verde seguiu adiante e encontrou na semifinal o Bela Vista. “Aí as coisas não correram tão bem. Começamos ganhando e fomos assim até o último tempo, quando cometemos alguns erros e nossos adversários não perdoaram”, explica ele, sobre a partida que garantiu à esquadra dos Costa Pinto a vaga na final. E no jogo valendo o título, o Flamboyant saiu na frente, imprimindo pressão. Muito bem montado, manteve-se na liderança mesmo quando o Bela Vista de Humberto e Rodrigo Costa Pinto ameaçou reagir tendo à frente Guilherme Ribeiro, em grande fase. Mesmo contundido em função de um acidente no dia anterior, Paulo Bardella, do Flamboyant, fez sua parte. “Joguei à base de analgésicos, mas este foi um daqueles dias em que tudo deu certo. O Gabriel Villela Rosa jogou muito bem, soube comandar nosso time até a vitória final”, elogia. Para Eduardo Monteiro, a estratégia mais importante adotada por seu Flamboyant foi jogar para frente, pensando sempre no gol. “Como nosso time tinha handicap menor, 5 gols, não podíamos segurar a bola. Por isso jogamos para frente, tentando fazer gols na velocidade”, explica. O resultado não poderia ter sido melhor: 12 a 7 para Flamboyant, que levou sua primeira taça no ano. 84

Mostrando as garras

Na Copa Vogue (6 gols), Flamboyant, Bela Vista e 3 ColinasCana Verde voltaram a figurar entre os semifinalistas. Os três times, que haviam se destacado no torneio anterior, estavam com fome de bola e queriam abocanhar a taça. No duelo contra 3 Colinas-Cana Verde, o favorito Flamboyant, de Carlos Mansur Filho, Eduardo Monteiro, Flávio Fioravante Neto e Gabriel Villela Rosa, levou a pior. Com um Laerte Meirelles Filho inspirado, o time ditou o ritmo da partida e levantou poeira apoiado por Wilson Mello Neto, Oswaldo Sábio de Mello Filho e João Roberto Souza Naves. Com a vitória por 11 a 5, a equipe 3 Colinas conquistou a vaga na final. Já Bela Vista, que começara a temporada com o pé direito, conquistando o vice-campeonato da Copa Cidade de Indaiatuba, não resistiu às investidas do Tigres: caiu frente ao placar de 12 a 10 na semifinal. Sob o comando do carioca Bernardo Klabin, o Tigres mostrou suas garras na equilibrada decisão pelo título. Contando com Daniel Jardim, Pedro Moraes Dantas e Guilherme Ribeiro, a equipe de Bernardo enfrentou o 3 Colinas de cabeça erguida, sem receio de errar. Jogou com vontade, para frente, e em muitos momentos ficou clara sua vocação para se sair bem em lances disputados. Acertando mais que errando e buscando anular os ataques rivais com muita marcação, Tigres fechou o placar em 10 a 8. Bernardo e seus companheiros saíram coroados do baixo handicap da Copa Vogue enquanto seu irmão, o polista Wolff Klabin, alcançava outro bom resultado para o Tigres: o vice-campeonato na modalidade 18 gols do mesmo torneio.

O segredo da vitória

Entre os meses de maio e junho, a Copa Estado de São Paulo (6 gols) trouxe para o centro dos holofotes novos participantes. Dessa vez, São Jorge-Toca do Gato e Hípica Polo foram os protagonistas entre os 8 times inscritos na competição. Antes de enfrentarem-se pelo título, ambos os finalistas tiveram de suar a camisa. Hípica Polo, por exemplo, teve de encarar Coinvalores em semifinal dura, cheia de faltas. “Foi um jogo bem disputado no qual tivemos um melhor desempenho conforme a partida se aproximava do final”, afirma Helio Leite, do Coinvalores. No último tempo, ele e seus companheiros, Pedro Dantas, André


Eduardo Soares de Camargo do Lincx escapa de Robertinho Villa Real no Campeonato Brasileiro 85


Torneios de Baixo Handicap

Coutinho e Leonardo Zunstein, conseguiram levar o jogo ao empate, mas logo foram surpreendidos pelos dois gols do Hípica Polo, que fechou o placar em 12 a 10. “Infelizmente não conseguimos treinar muito junto antes, portanto ficou claro que a falta de entrosamento foi prejudicial”, lamenta Helio Leite, sobre a derrota que o deixou de fora da final. Na outra semi, foi Santa Clara-Invernada que quase atrapalhou os planos de São Jorge-Toca do Gato. Formado por Thomas Helou, Alberto Diniz Junqueira, Paulo Bardella e Gabriel Villela Rosa, o Santa Clara vinha como favorito, pois havia ganho seus jogos na fase classificatória com relativa facilidade. Assim, largou na frente e manteve a liderança até o quinto chukker, quando o oponente encaixou melhor seu jogo e conseguiu a virada. Com Vandré Luiz Vijal jogando de back, Afranio Affonso Ferreira Neto no ataque e Sérgio Figueiredo Neto e Antonio Moroni atuando no meio, de 3 e 2, respectivamente, o São Jorge anotou belos gols e conseguiu, com um imponente 7 a 4, classificar-se para a grande decisão. Com esse espírito de superação, o time de Antonio Moroni não se intimidou no duelo com Hípica Polo, mesmo havendo perdido para essa mesma equipe na primeira fase. “Acertamos detalhes de posicionamento para essa final e mantivemos a concentração durante todo o jogo”, comenta Antonio Moroni. Com essa estratégia, seu São Jorge abriu 4 gols de vantagem no início da partida, mantendo alto seu desempenho em campo. A partir do terceiro tempo, no entanto, o Hípica Polo iniciou a reação contando com Luigi Cosenza e Marcos Schalldack no ataque e Gustavo Garcia de armador. Fata jogou de back, substituindo Miguel Sábio de Mello Neto, que quebrara o braço em torneio anterior. Essa reação culminou com o empate em 6 a 6 ao fim do quinto tempo, elevando os ânimos dos jogadores. “Entramos no sexto tempo para decidir, mas eles jogaram muito bem e fizeram dois gols”, afirma Luigi Cosenza, comandante do Hípica Polo. “Mas chegar à final é sempre um ótimo resultado”, completa o vice-campeão. Para o campeão Antonio Moroni, o segredo da vitória do São Jorge por 8 a 6 reside no fato de que todos de sua equipe jogaram bem, cada um cumprindo sua função pré-determinada. “Também marcamos bem e aproveitamos as chances de gol”.

Polo na Copa

Em tempos de Copa do Mundo só se fala e se pensa em futebol no Brasil. Mas para alguns fanáticos, o polo continua em primeiro lugar, e no mês de junho, quando a Seleção Brasileira buscava o hexa na África do Sul, nossos polistas davam suas tacadas pela Copa HPCC (06 gols). “A Copa motivou ainda mais a turma”, afirma Fabiano Carvalho, comandante do Santa Carolina. Como em função do número de times a classificação era através da soma dos resultados de todas as partidas, o Santa Carolina entrou no jogo contra La Lechuza para ganhar e, sobretudo, somar um bom saldo de gols. E contando com João Locoselli, Pedro Zacharias e seu sobrinho Julio, venceu por 11 a 8 a equipe de Luiz Fernando Ottoni Candido. Com essa vitória, o Santa Carolina obteve o passe para a grande final contra Platanos, formada por Gilberto Sabie, João Roberto 86

Gabriel Vilela Rosa foge da marcação na Copa de Prata


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Torneios de Baixo Handicap

Souza Naves, Oswaldo Sábio de Mello e Laerte Meirelles Filho. Super equilibrada, a partida teve gols para todos os lados e, ao fim do terceiro tempo, o placar marcando 5 a 5 demonstrava o quão parelhas eram as equipes. “Hoje não há mais grandes disparidades entre os times, são todos mais ou menos equivalentes. Tanto é que nos resultados as diferenças são de no máximo 2 gols”, comenta Gil Sabie, do Platanos. No quarto tempo, o time de Gil abriu vantagem. Seus jogadores estavam nas posições que apresentam melhor desempenho: enquanto Laerte “Alemão” protegia o gol na função de back, o restante do time partia para o ataque. No último chukker, Santa Carolina mostrou que tem determinação e coragem para reagir, empenhando-se nas jogadas. Mas o tempo era curto, e o placar marcando 10 a 8 no fim do último tempo deu a vitória ao Platanos. “Fomos buscar a diferença, pena que o tempo correu e não deu para empatar”, afirma o vice-campeão Fabiano Carvalho.

Tudo pelo Brasileiro

Conhecido por atrair jogadores de todo o país, o Campeonato Brasileiro mantém intacto seu status. Em sua 54ª edição, esse tradicional torneio teve patrocínio da Mitsubishi e contou com nada menos que 18 equipes disputando a modalidade 6 gols. Vindos do Rio de Janeiro e de Brasília, além de cidades como Franca, Colina e Orlândia, polistas e seus times se dividiram em seis chaves e enfrentaram uma verdadeira maratona classificatória que afunilava ainda mais nas quartas-de-final. Já na fase semifinal, por 11 a 7 Invernada bateu Guabi Polo, de Roberto Luiz J. Neto, Roberto J. D. Junqueira, Túlio J. Cerdeira Lima e Fernando D. Junqueira. Por outro lado, Itanhangá se classificou para a final ao vencer por 6 a 5 a equipe Diamante, de Oswaldo Mendonça, Paulo Toledo, Fabio Meirelles Neto e Gustavo Toledo. E no dia da grande decisão, Invernada provou por que é um dos times mais respeitados do Helvetia e de todo o interior. Na disputa contra Itanhangá, de Igor Pinheiro com Gabriel Villela Rosa, Alfredo Khouri Junior e Luiz Jaime Vasconcellos Filho, o jogo teve um primeiro tempo equilibrado. A partir do segundo, Invernada deslanchou e não enfrentou grandes dificuldades para manter a liderança. Enquanto Claudio Novaes cuidava da defesa e Alexandre Junqueira atuava como armador, Alberto Diniz Junqueira e Eduardo Parisi aproveitavam todo e qualquer deslize do Itanhangá para atacar e, claro, anotar belos gols. Aliado à tropa de altíssima qualidade, o entrosamento da turma do interior fez a diferença para o resultado final: um contundente 11 a 4. “Havia ótimas equipes, mas conseguimos esse título inédito para mim”, festeja o campeão Alexandre Junqueira.

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Já no torneio de 2 gols de handicap, com sete equipes inscritas, o campeão foi Pedra Negra, de Gustavo Ribeiro, João Roberto Souza Naves, Lauro Bracarense e Rafael Toledo. Venceu por 6 a 2 o LincxSanta Fé de Eduardo Soares Camargo, Fabio Berti, Armando Tonon e Gilberto Rodrigues.

Unindo forças na Christofle

Às vezes rivais, às vezes companheiros de equipe, os polistas vivem trocando camisas para compor times competitivos para os torneios que disputam. Na Copa Christofle (6 gols), alguns deles resolveram unir forças com o objetivo de buscar melhores resultados. Foi o caso dos dois finalistas: o Bela Vista, dos Costa Pinto, se agrupou a São Jorge, de Antonio Moroni; já Carapuça, de Rubens Zogbi, fechou parceria com o Itanhangá de Igor Pinheiro. Na grande final, as duas esquadras – ou seriam quatro? – entraram em campo para brilhar. De um lado, Bela Vista-São Jorge contou com Guilherme Ribeiro apoiando a formação de Humberto e Rodrigo Costa Pinto com Antonio Moroni. Impondo pressão desde o início, a equipe correu, bateu, anotou golaços para vencer por 10 a 7 o Carapuça-Itanhangá, que tinha Vandré Luiz Vijal e Alfredo Khouri Junior jogando com Rubens Zogbi e Igor Pinheiro.

Último ato

A Copa HPCC (02 gols) foi a última oportunidade da temporada para que os times mostrassem seus dotes no baixo handicap. E quem se incumbiu de fazer isso foi Patua, que contava com Marcelo Reis estreando em torneios no Helvetia. Iniciante, ele tinha a seu lado Alexandre Santini, Daniel Matheus e Gilberto Rodrigues, e começou com o pé direito. Na partida valendo o título, o Patua enfrentou a equipe FrancaCana Verde. Formada por Felix Von Planta, José Adão Neto, Laerte Meirelles e André Coutinho substituindo Oswaldo Sábio de Mello, o time lutou o quanto pode para fazer um jogo parelho, mas acabou vencido por Patua por apenas um gol de diferença. O destaque do Cana Verde foi o experiente Laerte Meirelles que, aos 69 anos, foi autor de 3 dos 5 gols do time, mostrando ter fôlego de sobra para encarar finais no campo 1. “Foi uma grande honra jogar junto com o Laerte uma final no Helvetia. Ele é responsável por tudo o que eu sei de polo, e é o criador de 100% da tropa que usei nestes jogos”, diz o vicecampeão Felix Von Planta. Para ele, os torneios de baixo handicap ajudam a trazer novos jogadores para o esporte. “Este é o caso do Marcelo Reis. Ele no fim ganhou, e nós ganhamos mais um amigo”, conclui.



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Top Players

POLO E PODER É com estrutura de nível superior e cavalos da mais alta qualidade que os protagonistas do alto handicap colocam seus times em campo

Invernada: Renato Diniz Junqueira, José Eduardo D.Junqueira, Fabio Diniz Junqueira e Fabio Estrela

Como em um quebra-cabeça, onde todas as peças

têm que se encaixar, o polo de alto handicap tem mil fatores que necessariamente precisam estar alinhados para fazer toda a engrenagem funcionar. Além da paixão pela adrenalina, o que move um time dentro de um nível tão competitivo quanto o praticado no Helvetia é principalmente a capacidade de organização. Um time, na essência da palavra, tem de trabalhar em grupo – e não apenas durante os seis chukkers da partida. A preparação para a hora do show começa muito antes e prevê um trabalho diário 92

no qual estão envolvidos inúmeros profissionais. De veterinários a peticeiros, o trabalho nos bastidores tem importância fundamental para o bom desempenho de cavalos e atletas nas competições. Mas como orquestrar tudo isso requer tempo, dedicação e investimento, apenas as equipes mais bem preparadas figuram entre o que chamamos de super potências. No quesito organização, o São José é insuperável. Há alguns anos seu comandante, José Eduardo Matarazzo Kalil, trabalha forte para estar no topo. A preparação de seu time começa com o aprimoramento da tropa através do manejo e da criação de cavalos.


São José Polo - Audi: José Eduardo Matarazzo Kalil, Rodrigo Andrade, Luiz Candido Junqueira Filho e Caio Lellis Vieira

Maragata: Carlos Francisco M. Bastos, João Gaspar M. Bastos, Luiz Paulo M. Bastos e David Klabin

Tudo para ter à disposição animais de desempenho similar, isto é, que não apresentem diferença de rendimento quando trocados no jogo. À tropa de altíssima linha somam-se atletas entrosados. Formando a base do time estão José Eduardo, Rodrigo Andrade e Willian Rodrigues que, jogando juntos ao longo dos últimos anos, foram capazes de desenvolver uma sintonia tão fina refletida na perfeição dos passes e na antecipação de jogadas. O nível de profissionalismo é tamanho que a estrutura do São José tem sido comparada à dos times argentinos, os maiores do circuito internacional. O resultado pode ser medido em vitórias. Só

para falar desse ano, o leque de conquistas inclui o Aberto do Estado, torneio de mais alto handicap do país, e o Aberto do Helvetia. Além, claro, da Tríplice Coroa, que em sua primeira edição entrou para sua coleção de títulos.

Villa Real e seus triunfos

Quem também se mostrou pronto para estar entre as super potências foi Villa Real. Apesar de ser relativamente novo no alto handicap, o time de Roberto Villa Real foi protagonista de diversas finais e surpreendeu 93


Abacateiro - Casa Verde: Alexandre Ribeiro, Roberto Souza Aranha Filho, Sylvio Andrade Coutinho e Jefferson Junqueira Franco Neto

BTG Pactual: Luiz Carlos F. Mello, André dos Santos Diniz, Guilherme Ribeiro e Luiz Raphael Guinle

muita gente boa por sua capacidade de organização. O trabalho começou antes do início da temporada, com reuniões para planejar como e com quem os torneios seriam jogados. Em excelente fase, João Paulo Ganon mostrou liderança e profissionalismo. Com responsabilidade, exerceu papel fundamental nas decisões estruturais e ainda conduziu com maestria seus companheiros de equipe, ajudando o time se superar a cada rodada. O jogo em conjunto desenvolvido com Robertinho Villa Real, Leandro Santos e Pedrinho Zacharias também foi determinante 94

para a obtenção de bons resultados. Vale destacar ainda a estratégia inteligente traçada pelo grupo para cada torneio. A ordem de entrada dos cavalos nas partidas, a posição dos jogadores dentro de campo, a sintonia de todos os que atuam nos bastidores... toda essa “família” em forma de estrutura favoreceu o andamento da esquadra e a ajudou a crescer e aparecer. Assim, o Villa Real alcançou seus objetivos: venceu adversários fortes e ganhou torneios como a Copa Vogue e a Copa de Ouro. Com essas vitórias, conquistou respeito e passou a figurar entre os maiores times da atualidade.


Sharks Ashby: Gonçalo Matarazzo, Carlos Eduardo S. Camargo, Deuler Junqueira Franco Neto e Arthur Junqueira Pinto

Carapuça - Itaipava: Pedro H. Zacharias, João Junqueira Novaes, Ricardo Mansur Filho e Rubens Zogbi Filho

Itanhangá na ponte aérea Brasil-Argentina

A temporada de 2010 foi pra lá de boa para a equipe SollysItanhangá. “Não tivemos muita sorte no resultado dos jogos, mas foi importante na formação do time e dos cavalos. Trouxemos para a equipe o argentino Pite Merlos de 9 gols, que é um verdadeiro ‘professor’, e deve continuar em 2011” diz Noberto Pinheiro, capitão da equipe com seu irmão Rodrigo. Os planos do Itanhangá para 2011 são melhorar ainda mais a tropa, jogar no Brasil e Argentina, onde montaram estrutura nos clubes Centauro e Jacaré, em Pilar, e já estão jogando neste final de ano. Noberto

participou do torneio “Camara dos Deputados” – ele joga 4 gols de handicap na Argentina – com Magoo Laprida e os irmãos Santiago e Ignácio Tocalino. Rodrigo jogou a Copa Província e mais alguns torneios. O Sollys-Itanhangá disputou os principais torneios do Helvetia, chegando a duas semifinais. “Perdemos a semi de 26 gols do Aberto do Estado para o Maragata só nos detalhes” afirma Rodrigo. O time base do Itanhangá é formado por Noberto, Rodrigo, Nando Pelosini e Pite Merlos. A organização tem mais de 100 cavalos, sendo 50 bons para o jogo, divididos entre 95


Tigres - Azul Linhas Aéreas: Humberto Costa Pinto Neto, Aluisio Villela Rosa, Jorge Junqueira e Wolff Klabin

Sollys - Itanhangá: Rodrigo Pinheiro, Gustavo Ribeiro Garcia, André Ribeiro Andrade e Fernando Pelosini

Noberto, Rodrigo e o irmão Igor, que voltou a jogar polo. Sua cria já é realidade, o garanhão é o belo alazão Cyclon, de muita potencia e velocidade, que tem jogado até dois tempos e meio com Noberto. Já contam com 30 potros e estão desenvolvendo transferência de embriões. As éguas top são Gloria e Bela. Cada jogador tem dois peticeiros e mais um ajudante, e tem três campos disponíveis na sede. “Os torneios de 22 gols do Helvetia são mais competitivos e difíceis do que na Argentina. Já somos a segunda força mundial do polo”, finaliza Noberto. 96

O poderio do Maragata

Se a temporada outra vez foi das melhores para o Maragata, isso se deve à capacidade que a equipe tem de manter os pontos positivos de sua estrutura sem jamais deixar de aprimorá-la. Seu poderio se baseia na dedicação e seriedade com que os irmãos Bastos encaram o esporte que, mesmo tratando-se de um hobby, é altamente competitivo. Jogadores de alto handicap, João Gaspar, Luiz Paulo e Cachico não apenas esbanjam entrosamento por jogarem juntos desde a infância como também mostram que, mais maduros, conseguem enfrentar numa boa a pressão.


Villa Real: Leandro Santos, João Paulo Ganon, Gustavo J. Franco Toledo e Roberto Villa Real Neto

Villa D: Francisco M. Junqueira Neto, Flavio Castilho, Ubajara Andrade Jr. e Luiz Felipe Chaves D’Ávila

Donos de estilos de jogo diferentes, eles atuam em posições complementares e contaram com diversos companheiros para cobrir o lugar de Angelo Antonio, que este ano não jogou no Helvetia. Para o Aberto do Estado, torneio no qual lutavam pelo bicampeonato, trouxeram o craque argentino Juan José Brané, que em função do adiamento dos jogos devido à chuva acabou substituído por Juan Martin Echeverez na final e semifinal. Além do segundo lugar nesse torneio que é o de mais alto handicap do país, com 26 gols, o Maragata ainda ficou em vice no Brasileiro. Outro diferencial da equipe são os animais, na maior parte provenientes da criação de

Cabeto Bastos. Com cavalos em quantidade e qualidade suficientes para abastecer os três irmãos e enfrentar toda a longa temporada, o Maragata não ficou desfalcado mesmo tendo sofrido algumas baixas. Coisa que só é possível para um time com expertise em renovar-se mantendo intacta e sólida sua base.

Itaipava e o sabor da vitória

Liderado por Rico Mansur, o Itaipava também esteve entre os grandes da temporada 2010 de alto handicap.Com uma tropa potente sempre integrada por incríveis tordilhos, o craque apresentou 97


Top Players

desempenho impecável e em muitos jogos teve participação decisiva. Sua melhor performance aconteceu ao longo de toda a campanha da Copa Giorgio Moroni, um dos torneios da Tríplice Coroa. Para a conquista desse título Rico colocou em campo seus melhores cavalos e também se cercou de ótimos jogadores. Além do craque André Diniz, o Itaipava contou com o bicampeão mundial Calão Figueira de Mello e com Humbertinho Costa Pinto, excelente em sua posição mesmo estando em sua temporada de estreia no alto handicap. Ao saborear a vitória na Copa Giorgio Moroni, o Itaipava de Rico ainda somou pontos para obter o segundo lugar no ranking da Tríplice Coroa. Por botar medo e surpreender os adversários é, sem dúvida, uma das super potências do polo nacional.

O renascer do Invernada

Se no primeiro semestre da temporada o Invernada teve uma

presença apagada, no segundo mostrou que estava mais vivo do que nunca. Liderado pelo experiente José Eduardo Diniz Junqueira, o time de Orlândia recuperou a performance que lhe rendeu a fama de competitivo provando que é sim um dos maiores do alto handicap. O segredo para ressurgir em grande estilo está ligado ao jogo cheio de marcação proposto por seus integrantes além da utilização de cavalhada de alto nível, em grande parte oriunda de criação própria. Fabinho Diniz Junqueira, por exemplo, estava muito bem montado e foi um dos destaques do time. Seu desempenho combinado com o entrosamento de companheiros como Renato Diniz Junqueira foi determinante para a conquista do Campeonato Brasileiro e do vice no Aberto do Helvetia. Não por acaso o Invernada representa a tradição do polo do interior, sempre associado a tropa de qualidade superior e a jogadores de muita raça.

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Revelações

BOLA DA VEZ Exibindo garra, talento e competitividade na medida, Pedrinho Zacharias e Leandro Santos se destacaram nas canchas do Helvetia. Com atuações decisivas na boa fase do Villa Real, eles estão entre as revelações do ano

Pedrinho Zacharias

Aos 21 anos, Pedrinho Zacharias exibe desempenho de gente grande. Talentoso e muito batalhador em campo, ele acaba de ter seu handicap elevado de 5 para 6 gols. Isso porque fez uma temporada e tanto, defendendo outra vez a equipe Villa Real, com a qual venceu a Copa Vogue (18 gols) e a Copa de Ouro (22 gols). Dedicando-se integralmente ao polo, esse jovem polista profissional vem se destacando por sua garra e sua habilidade. Cheio de confiança, é capaz de fazer jogadas incríveis. Afinal, para ele não existe bola perdida. Normalmente usando a camisa n° 2, o filho de Pedro Zacharias não se limita à sua posição. Versátil, ele não só se mostra um goleador de primeira como também circula em velocidade por todas as áreas do campo, marcando os adversários com firmeza, de modo a 100

abrir espaço para que seus companheiros possam jogar. Graças ao domínio que tem do tempo da bola, antecipa jogadas, posiciona-se bem e, não raro com facilidade, rouba a bola do oponente. Sua trajetória começou na infância. Aos 8 anos, jogou seu primeiro torneio em Franca, aos 12 disputou a Copa Potrillos, na Argentina, e aos 13 participou de seu primeiro campeonato com adultos no Helvetia. Com o pai, que além de torcedor é um técnico exigente, Pedrinho aprendeu a dar o máximo de si e a jamais desistir da bola. Não por acaso sua força de vontade se transforma em jogadas que ajudam a decidir a partida. Extremamente dedicado, ele vê e revê DVDs de polo para aprender a fazer o que os craques fazem. Sua meta, afinal, é subir: atingir 8, 9 e, por que não, 10 gols de handicap.


Leandro Santos

Acompanhando a equipe Villa Real há algumas temporadas, Leandro Santos, 27 anos, mostrou neste ano que tem um papel decisivo no time. Afinal, um bom back é um trunfo e tanto numa equipe que se quer vitoriosa, competitiva. Filho de Joaquim Santos, Leandro sempre teve facilidade com cavalos. Seu primeiro torneio oficial foi aos 19 anos, mas muito antes disso ele já montava e dava suas tacadas. Atuando mais no fundo do campo, ele sabe se posicionar de modo a impedir o ataque adversário. Rápido, inteligente e habilidoso, é bom marcador e realiza passes precisos para seus companheiros. Se às vezes seu jogo aparentemente não aparece tanto, isso acontece fundamentalmente porque privilegia o jogo em conjunto. Com João Paulo Ganon, com quem tem um profundo entrosamento,

faz uma dobradinha capaz de decidir torneio. Braço direito do armador em campo, é aquele em quem se pode confiar: dificulta a passagem do adversário ao gol, passando muita tranquilidade para sua equipe. Campeão da Copa Vogue (18 gols) e da Copa HPCC (14 gols), teve desempenho exemplar nas diversas competições das quais participou. Uma de suas grandes atuações aconteceu na Copa de Ouro (22 gols), quando não só combateu os ataques do time adversário, o forte São José, como ainda marcou o gol da vitória, de virada, para o Villa Real. Essa performance, claro, foi reconhecida. Seu handicap para a temporada 2011 subiu de 5 para 6 gols. Handicap de craque, do tipo que constrói sua história com esforço, seriedade e talento. 101


Promessas

CRAQUES DO AMANHÃ A pouca idade não é problema para Carlinhos Mansur e Robertinho Villa Real. Cheios de vontade de evoluir, eles são as promessas entre os polistas da nova geração

Carlinhos Mansur Filho

Carlinhos Mansur, 14 anos, é daqueles casos típicos em que a paixão pelo polo é herança de família. Filho de Carlos Mansur, ele cresceu frequentando os campos do Helvetia, acompanhando os treinos do pai polista. Bem pequeno, começou a montar na fazenda, ganhando intimidade com o cavalo, animal pelo qual tem verdadeira adoração. E, tendo à disposição campos e tropa de primeira, ele logo começou a bater uma bolinha: aos 5 anos já taqueava, aos 8 passou a treinar e, aos 13, disputou seu primeiro torneio com adultos. Completamente fisgado pelo “vírus” do polo, Carlinhos atualmente concilia os estudos – passou para o 1º Colegial – em São Paulo e os treinos no Helvetia. É nos finais de semana que ele procura aprimorar sua técnica, aproveitando as dicas de feras como seu primo, o 8 gols de handicap Rico Mansur. Em campo, 102

sua posição é normalmente n° 1, e entre as suas qualidades está justamente seu bom taqueio. A temporada 2010 foi das melhores. Seu time, o Flamboyant, venceu a Copa Cidade de Indaiatuba (6 gols), foi vice nas Copas Estado de São Paulo (14 gols) e Christofle (14 gols), e semifinalista de diversos outros torneios. Esse desempenho ascendente foi nota e, claro, valorizado: Carlinhos teve seu handicap aumentado para 1 gol. Para a temporada 2011, ele quer muito mais. Sua ideia é disputar os torneios de 18 e de 22 gols, em sua opinião muito mais rápidos, dinâmicos e divertidos que os de médio e baixo handicap. Para encarar esse desafio, está se preparando. Além de reforçar a tropa com a aquisição de alguns cavalos na Argentina, ele também está treinando com frequência no país vizinho. Com tanta determinação, é difícil não imaginar o nome dele figurando no placar do campo 1...


Robertinho Villa Real Neto

Robertinho Villa Real Neto, 15 anos, começou a taquear há cinco anos, acompanhando os treinos de seu pai, Roberto Villa Real. Na época ele já saltava, mas abandonou o hipismo, que passou a considerar monótono demais. Seu negócio, desde então, passou a ser o polo, em sua opinião mais “competitivo e emocionante”. Apesar da pouca idade, o jovem polista já vivenciou uma série de experiências que vêm somando muito à melhora de seu desempenho em campo. Entre elas estão a clínica com Cacho Merlos em 2006, a disputa de torneios na Espanha em 2007 e a conquista da Copa Potrillos, na Argentina, em 2008. Este ano, Robertinho participou pela primeira vez da temporada de alto handicap do Helvetia. E sua estreia foi com o

pé-direito, diga-se de passagem. Seu Villa Real foi campeão da Copa Vogue (18 gols) e da Copa de Ouro (22 gols), além da Copa HPCC (14 gols). Mas mais do que essas vitórias, o polista acredita haver ganhando outra coisa importante: experiência. Enfrentando os mais altos handicaps do país e contando com jogadores do porte de João Paulo Ganon, Pedrinho Zacharias e Leandro Santos em seu time, ele acredita que temporada lhe serviu, sobretudo, como aprendizado. Ao longo da temporada, seu jogo cresceu e apareceu. A evolução de seu posicionamento em campo, de seu taqueio e de sua capacidade de marcação lhe proporcionaram subir para 1 gol de handicap. De todas as lições que o polista tomou nessa temporada, no entanto, a mais inesquecível talvez tenha sido a de experimentar o gostinho da vitória. 103


Polo Argentino

PAIXÃO E GLÓRIA Nestes últimos 130 anos, gerações sucessivas de jogadores da Argentina registraram seus nomes no topo do polo mundial. No livro “Paixão e Gloria’, um século de Polo Argentino”, sua autora Luisa Miguens, esposa do falecido polista Gonzalo Tanoira, conta a historia de como aconteceu o polo em seu país

Os ingleses trouxeram o polo à Argentina.

Com a ideia de construir ferrovias que ligariam o país inteiro, eles vieram à Argentina no final do século XIX. Estabeleceram-se gradualmente em regiões desabitadas e inóspitas, fundando estancias onde passaram a viver ao lado dos criollos. Amistosos e entusiastas, eles mantinham relações sociais com seus compatriotas sempre que podiam. Aos domingos, costumavam viajar grandes distâncias para reunir-se para almoçar e praticar esportes. A princípio, críquete e caça a raposa e, então, anos mais tarde, futebol. O vínculo com seu país de origem era forte e sempre havia notícias de casa. Na Inglaterra, àquela altura, o polo tornava-se popular. Diz-se que tudo começou em 1869 quando, durante um período de descanso, Hartopp, um oficial do 10º Regimento de Cavalaria, convenceu seus colegas a experimentar um esporte praticado na Índia. Ele havia tomado conhecimento dessa modalidade, folheando um exemplar da revista The Field. Assim, a primeira partida 104


CORONATION CUP, 1953 Para celebrar a coroação da Rainha Elizabeth II, um torneio internacional de polo foi disputado entre a Inglaterra e países convidados. Ao lado de Lord Cowdray, sua Majestade a Rainha entrega o troféu ao time argentino vencedor: Ernesto Lalor, Eduardo Braun Cantilo, Alex Mihanovich e Juan Carlos Alberdi

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Polo Argentino

CAIRO, 1950 Francisco Bengolea, embaixador argentino no Cairo, com Porfírio Rubirosa, ex-embaixador dominicano na Argentina, recebendo seus troféus

foi disputada com cavalos do regimento, bastões de caminhada e uma bola de críquete. Dois anos mais tarde, o primeiro artigo sobre o esporte apareceu no jornal Morning Post e, em 1874, o primeiro Clube Hurlingham de Polo fora fundado nos arredores de Londres. Um novo esporte havia nascido, e todos falavam sobre ele. Na Argentina os ingleses jogavam com amigos e também com camponeses e capatazes que trabalhavam em suas estancias. No início, o polo era jogado de forma desordenada, com poucas regras, e as partidas duravam 40 minutos. Mais tarde, foram criados clubes e associações e estabelecidas as regras deste esporte praticado por ingleses “malucos”. Jogava-se principalmente em Buenos Aires, Flores, Caballito e Hurlingham, assim como na região sul da província de Santa Fé. Figuras de destaque nesta época incluem Hugo Scott Bobson, os irmãos Traill e o Barão Peers. Estes foram os anos dos times chamados de “Las Petacas”, “Las Rosas” e Santa Fé do Norte”. Em 1893 foi disputado o primeiro Torneio Aberto. Durante a Grande Guerra, praticamente todos os jogadores de polo ingleses deixaram a Argentina para lutar por seu país.

Polo, esporte olimpico

Em 1936, a Argentina novamente ocupou a posição número um do polo ao redor do mundo, graças a seu desempenho nas Olimpíadas de Berlim e a sua primeira vitória na Copa das Américas, troféu que 106

ela mantém desde então. Para o time olímpico, a Associação escolheu Diego e Roberto Cavanagh, Luis J. Duggan, Andres Gazzotti, e José e Martin Reynal. Estes dois últimos não aceitaram a indicação e foram substituídos por Enrique Alberdi e Manuel Andrada. Jack Nelson, na condição de chefe da delegação, e seu primo Tomas Nelson, conhecido como um dos melhores tratadores de cavalo do mundo, também foram juntos para cuidar dos animais com a ajuda do assistente de Tomas, Jorge Bishop, e mais 14 auxiliares. Dos 200.000 pesos alocados pelo Comitê Olímpico, 150.000 foram utilizados no transporte de cavalos, assistentes e jogadores. As despesas excedentes foram cobertas pelo Ministério da Agricultura da Argentina, pelo Jockey Club e pela Associação de Polo. “Nosso plano era ambicioso e de longo alcance; nós havíamos concordado em jogar na França, Bélgica e Alemanha, e, então, cruzar o Atlântico rumo aos Estados Unidos para disputar a Copa das Américas, que tínhamos perdido


NO PODIUM, 1936 Depois de bater os mexicanos por 15-5, o time argentino ganha a medalha de ouro olímpica pela segunda vez

em 1932”, escreve Nelson no livro El Polo en la Argentina. Ele prossegue: “... Nós embarcamos um grupo seleto de 57 dos melhores cavalos do país e seguimos para a França, onde eles foram alojados nos maravilhosos estábulos do senhor Bemberg, em Le Breuil, que gentilmente nos colocou à disposição essas instalações.” Antes dos Jogos Olímpicos, houve exibições, treinos e torneios em Bagatelle, na França, e nos arredores de Antuérpia, na Holanda. A delegação foi para Berlim em julho. Luis Duggan, Roberto Canavagh, Andres Gazzotti e Manuel Andrada participaram do jogo de abertura, que venceram com facilidade. Na final, contra o México, todos os recordes de público foram batidos: uma multidão de 76.000 espectadores assistiu ao time argentino tornar-se campeão olímpico, ganhando de 15 a 5. A Argentina também trouxe para casa uma medalha de ouro no boxe com Oscar Casanovas e uma de prata na natação com Jeannette Campbell.

Naquela época, poucos times argentinos iam ao exterior em turnês, mas o polo ressurgiu na Europa em grande parte graças àqueles jogadores que viajavam por conta própria e exportavam seus excelentes cavalos para a prática do polo. A figura do praticante argentino de polo tornou-se mais e mais atraente aos europeus, que amavam o esporte. A imagem da Argentina, com seus cavalos e pampas fascinava os estrangeiros que os visitavam. Além disto, o polo argentino era disputado por cavaleiros, que aprenderam a jogar depois de terem aprendido a montar, ao contrário dos jogadores europeus que aprenderam a jogar polo e a cavalgar ao mesmo tempo.

Ídolos de Palermo

Até a década de 1940, houve apenas dois jogadores argentinos de polo com um handicap de dez gols: Johnny Traill e Luis Lacey. 107


PALERMO, 1961 Daniel Gonzalez fez parte da equipe Coronel Suarez nas temporadas de 1961, 1962, 1965 e 1966

Nos anos 1940, juntaram-se a eles Enrique Alberdi, Luis J. Duggan, Julio Menditeguy, Juan Carlos Alberdi e Carlos Menditeguy. Ao longo dos anos em que El Trebol e Venado Tuerto estavam competindo pelo título do Campeonato Aberto, eles tornaram-se tão populares como jogadores de futebol. Entre os dois irmãos Menditeguy, Charlie foi o mais legendário. Um atleta extraordinário, ele não só demonstrou excelência no polo, mas também no tênis, golfe, esgrima, futebol, squash, boxe e automobilismo, sendo esta última modalidade sua grande paixão. Durante o mês de janeiro de 1945, a revista Polo y Campo publicou: “Se existe um jogador que nunca falhou nem jamais nos decepcionou, este jogador é Carlos Menditeguy; ele é 100% efetivo, totalmente confiável e autoconfiante.” Seu irmão Julio era um número dois como nenhum outro. Muitos afirmavam que nem mesmo o grande Roberto Cavanagh, mais um jogador de defesa que de ataque, podia rivalizar com ele. Durante a primavera, quando a temporada de polo começava em Buenos Aires, ninguém queria perder as partidas vespertinas. As mulheres, vestindo tailleurs acinturados com ombros estruturados, ainda eram a maioria nas arquibancadas. Para eventos sociais tão 108

ansiosamente esperados, esses trajes esportivos eram um must, definidos pela estilista Elsa Schiaparelli como roupa “econômica e de extremo bom gosto.” Localizado bem defronte da pista de corrida, o Campo de Polo de Palermo já havia se tornado uma espécie de “Meca” do polo. De fato, a temporada de 1949, de sucesso internacional, começou com o Campeonato Mundial e a participação de cinco países: Estados Unidos, Inglaterra, México, Chile e Argentina. A Índia também tinha sido convidada, porém, em meio ao processo de independência do país, não pôde enviar uma delegação. A temporada terminou com o Campeonato Aberto e a participação de quinze times – onze locais e quatro estrangeiros, e a vitória do imbatível Venado Tuerto, que venceu seu quinto Aberto.

Verão Europeu

Da mesma forma, os jogadores argentinos deleitavam-se com o polo europeu e seus campos em Bagatelle, Cowdray,Windsor, Punta Ala e Deauville. Eles eram convidados com frequência por algum cliente que, além de jogar com eles e comprar seus cavalos, os apresentava à


TORTUGAS, 1976 A equipe Nueva Escócia: Gonzalo Pieres, Eduardo Moore, Eduardo Novillo Astrada e Alcides Diniz

sociedade local. Os europeus ficavam impressionados com suas boas maneiras e cavalheirismo. A temporada europeia de polo tinha seu próprio circuito. Iniciava-se em Bagatelle, na França, e continuava em Londres para terminar em Deauville. Mais tarde, depois de o empresário francês François André ter dado início à Taça de Ouro do Polo em 1950, o circuito cresceu. Logo a seguir, Deauville, lugar exclusivo de veraneio para aristocratas e americanos ricos, tornou-se uma destinação frequente para os jogadores argentinos. Em agosto, o jet set internacional do polo reuniu-se na plage fleurie, como Deauville era chamada. Embora os espectadores ingleses apreciassem o polo como esporte, a maioria dos franceses consideravam Deauville um evento social de crucial importância. Nas décadas de 1940 e 1950, incluíam-se dentre os frequentadores assíduos o Barão Elie de Rothschild e o playboy dominicano Porfírio Rubirosa – amigo dos Kennedy, de Sinatra, do Rei Farouk e de Rita Hayworth e um bon vivant. “Ruby”, como costumava ser chamado, jogava ao lado dos argentinos em todos os campos europeus.

The players

O polo tornou-se um esporte popular e de massa. Dos anos 50 aos 80, a equipe Coronel Suarez venceu 24 torneios de Palermo, sendo considerada invencível. O único team que pôde desafiar o Coronel Suarez com Juan Carlos e Alfredo Harriot, e Alberto Pedro e Horacio Heguy, foi o Santana, seu eterno rival. Naqueles anos Palermo era só entusiasmo e euforia. Nos anos 60, cinco jogadores argentinos chegaram aos 10 gols de handicap: Juan Carlitos Harriot, os Dorignac, Horacio Heguy e Gonzalo Tanoira.

TRABALHO DE EQUIPE Julio Menditeguy e seu peticeiro preparam a lista de cavalos para o jogo 109


Polo Argentino VITÓRIA DA ARGENTINA Juan Carlos e Alfredo Harriot, Horacio e Alberto Heguy, vencedores da Copa das Américas em San Antonio, Texas, 1980

PALERMO 1975 A equipe El Trebol: Alfredo Harriot, Gonzalo Tanoira, Daniel Gonzalez e Alberto Heguy

CAIRO 1955 Carlos Miguens e seu peticeiro Juan “Triqui” Garcia. Eles foram grandes amigos por 40 anos

Apesar dos quatro jogadores do Coronel Suarez ter o mesmo handicap, Juan Carlitos era sem duvida a figura mais importante, admirado e respeitado por todos, até pelos adversários. Na cena internacional, Juan Carlitos foi aplaudido por personagens como Grace Kelly e a Rainha Elizabeth. Em 1961, aos 24 anos ele conquistou 10 gols de handicap, com o qual jogou até 1980 aos 43 anos de idade. Após uma vitória triunfante na Copa das Américas contra a equipe norte-americana, ele retirou-se do esporte.

O jogo dos 80 gols

“Isto somente poderia acontecer na Argentina”, foi a manchete de capa da revista El Gráfico, referindo-se à partida histórica jogada no ano de 1975, na qual dois times apresentavam um handicap de 40 gols cada um. “A Partida do Século” foi programada para celebrar 100 anos de polo na Argentina, o centésimo aniversário do primeiro confronto na Estancia Negrete, em Banchos. Não foi apenas um grande espetáculo, mas também uma homenagem a todos aqueles que deixaram sua marca no polo argentino. Alberto Pedro Heguy, Daniel Gonzalez, Gonzalo Tanoira e Alfredo Harriott jogaram pelo El Trebol, enquanto Horacio Heguy, Gaston Dorignac, Juan Carlitos Harriott e Francisco Dorignac jogaram pelo Venado Tuerto, representando o mesmo time que havia vencido a Taça das Américas em 1966 e 1969. Poder-se-ia suspeitar que Venado Tuerto teria sido o vencedor nesta partida de aniversário, mas de fato foi um jogo muito apertado. Tratava-se do nível máximo do polo e todos concordaram que, desconsiderando o handicap, foi um jogo limpo e honesto que realmente honrou a história e a tradição do polo argentino. Cerca de 20.000 pessoas assistiram a 110

vitória da equipe El Trebol sobre a rival, com escore final de 7 a 6. El Gráfico sentenciou: “ A figura de Juan Carlitos se sobressaiu naquela tarde. Se um handicap de 12 gols fosse possível, ele merecia.” O artigo também elogiou “a coragem de Daniel Gonzalez, o talento de Gonzalo Tanoira, a confiança de Francisco Dorignac, a calma de Alfredo Harriot, o ritmo e destreza de Alberto Heguy, o espírito de luta de Gaston Dorignac e a velocidade de Horacio Heguy.”

O polo no sangue

Os especialistas reconhecem que o excelente polo jogado na Argentina é o resultado de sua popularidade, da criação cuidadosa


de cavalos e do grande número de torneios e campeonatos disputados no país inteiro. No final da década de 1970, “A Taça dos Potros” (“Los Potrillos”) e o Torneio Internacional atraíram o interesse dos jovens e a quantidade de estudantes que se inscreveram para essas disputas aumentou significativamente de ano a ano. Porém, há algo que advém das profundezas; ou seja, esses jovens têm o polo “no sangue”. Muitos deles começam a jogar desde a primeira infância: eles passam longos verões no campo, brincando de jogar polo com irmãos, primos e amigos. Eles compartilham partidas informais com seus pais, cavalariços e vizinhos; eles aprendem a brecar os cavalos, manter um olho na criação e participam de tudo que concerne ao esporte.

O polo também é um esporte que nasceu no núcleo familiar, sendo compartilhado por pais, irmãos e irmãs, e que passou de geração a geração. Ao longo de toda a história do polo, vários times de irmãos, ou de pais e filhos, tiveram destaque. Sem ir muito longe, o time, que demonstrou excelência nos anos setenta e que ainda detém o recorde de vitórias no Campeonato Aberto de Palermo, foi formado por dois grupos de irmãos. Quando, em 1980, dois jogadores do time Coronel Suarez retiraram-se em seu momento de auge, eles foram substituídos por outros jogadores que incorporaram o espírito nas gerações futuras. 111


VALE TUDO PELA Logo no início de maio, pouco depois da Copa Vogue,

foi a Copa Ouro São José Polo que movimentou as equipes de alto handicap. Realizada no São José Polo pelo empresário e polista José Eduardo Matarazzo Kalil, a competição seguiu os moldes internacionais e pela primeira vez integrou o circuito World Polo Tour (WPT). Com alto nível de organização e disputado com bola de madeira, o torneio contou com arquibancada lotada, patrocinadores, leilão de cavalos, desfile de moda e muitos holofotes. Não por acaso teve a participação de nove times de 22 gols de handicap, todos 112

querendo um lugar ao sol na festa armada para a grande final. Para alcançar esse objetivo, as esquadras não pouparam esforços: selaram os cavalos mais velozes de suas tropas, desenvolveram estratégias especiais para os jogos e se reforçaram com a contratação de polistas argentinos acostumados a jogar em Palermo. Os irmãos Noberto e Rodrigo Pinheiro, por exemplo, trouxeram do país vizinho o craque Pite Merlos, de 9 gols, para vestir a camisa do Itanhangá-Sollys ao lado de Fernando Pelosini. Pela Copa Subsidiária, a briga pelo terceiro lugar colocou frente a frente as equipes Prata Polo-Audi e Tigres-Azul Linhas


Panorâmica do evento São José Copa Ouro Brasil em Indaiatuba

A COPA DE OURO Aéreas. O jogo prometia fortes emoções, já que os times já haviam se encontrado em partida classificatória disputadíssima, vencida por Tigres no sétimo tempo. Composto por Calão Figueira de Mello, Henrique Junqueira, José Luis Toledo e o argentino Geraldo Mancini, o Prata Polo era muito coeso, sem furo, e saiu na frente, tentando impor pressão. Mas o Tigres de José Klabin, que também tinha um elenco de primeira, manteve seu ritmo e não sucumbiu aos ataques do adversário. O argentino Juan José Bramé, que substituiu o contundido Ubajara Andrade, fez um jogo técnico e, mesmo entrando de última hora,

se adaptou bem aos cavalos do Tigres e completou o jogo ofensivo de Aluisio Villela Rosa. Já Francisco Junqueira, o “Chicão”, usou sua bem cotada tropa para cumprir, e muito bem, seu papel de back. Com gols para um lado e para outro, o jogo seguiu equilibrado, até que ao soar do alarme final, o placar em 9 a 8 deu a vitória ao Tigres, confirmando sua excelente fase na temporada. Mas o principal palco daquela tarde memorável tinha como protagonistas Villa Real e São José Polo-Audi. Eram eles as estrelas que o público, acomodado na arquibancada repleta de gente elegante, queria ver. São José, que não entra em campo para brincar, 113


Copa de Ouro As tropas de Sollys Itanhangá e TNT em disparada

Rodrigo Pinheiro da equipe Sollys Itanhangá na disputa da bola com Jorge Junqueira do team TNT

era o favorito. Além de ter um longo histórico de campanhas bemsucedidas em temporadas passadas, queria vencer em casa. E, para isso, colocou seus melhores puros-sangues para correr com Rodrigo Andrade, craque do time e único 10 de handicap do Brasil. Com a tropa em ponto de bala, Rodrigo executava jogadas com exatidão, ocupando todo o campo. Em total sintonia, seus companheiros o acompanhavam e, mais do que isso, se mostravam perfeitos para seus postos. Enquanto o patrão José Eduardo aproveitava com inteligência as oportunidades para atacar, Willian Rodrigues e o argentino Agostin Baldomero Palomeque abriam caminho, tirando 114

Robertinho Villa Real faz a curva e taqueia contra o argentino Agostin Palomero do São José Polo – Audi

os adversários das jogadas. Tamanho entrosamento se evidenciou em números: 7 a 1 para São José no fim do terceiro tempo. Para quem estava de fora, a sensação era que o jogo estava ganho, que Villa Real não conseguiria reverter o placar adverso. Mas no polo tudo é possível, e a reação veio a galope. No quarto tempo, o time de Robertinho Villa Real acordou: colocou seus melhores cavalos, ajustou a marcação e, de repente, passou a finalizar as bolas que na primeira metade do jogo teimavam em não entrar. Ao inverter sua posição com Robertinho, Pedrinho Zacharias exibiu todo seu talento e liderou os ataques armados por João Paulo


A eterna aguerrida disputa entre as equipes Maragata e Invernada

João Paulo Ganon controlando a queda do cavalo, faz um “pouso manteiga”

Domínio da bola de Luiz Carlos F. de Mello do Prata Polo – Audi

Ganon, que mostrou ter handicap de sobra para ser decisivo numa final. Enquanto isso, Leandro Santos colocava em evidência as qualidades que o torna um dos grandes backs da atualidade, não permitindo que São José anotasse mais que um único gol nos três últimos tempos da partida. Assim, gol a gol, o público viu a diferença no marcador diminuir. No sexto tempo, Pedrinho empatou em 8 a 8, levando os ânimos ao limite. O jogo estava quente, e a 34 segundos do fim da partida, próximo ao gol do Villa Real, o choque entre José Eduardo e Willian, do São José, leva ambos ao chão.

Passado o susto, depois de uma breve paralisação, o jogo é retomado. Na saída de fundo do São José, Rodrigo toca e é fechado por João Paulo. Ao ver a bola sobrar, Pedrinho rapidamente dá um back para Leandro que, sem pestanejar, marca o gol da vitória do Villa Real. Nessa impensável virada, o sangue frio foi fundamental para fazer o que parecia impossível se tornar realidade. Aos campeões só restou receber os cumprimentos pela capacidade de superação e, claro, aproveitar as honrarias na festa que os aguardava. 115


Copa de Ouro

Robertinho e Adriana Villa Real

Gonzalo e Cecília Píeres

Sua majestade, a bola

A Audi fez o lançamento de seu modelo A5

Viva Villa Real!

José Henrique, Renata e José Guilherme Kalil

José Eduardo e Renata Kalil

116

Paulo Sergio Kakinoff, presidente da Audi, entrega os troféus para o Villa Real



CABETO BASTOS Combinando diversas facetas, Carlos Alberto Martins Bastos é criador de cavalos, polista gaúcho e pai de quatro guris. E não necessariamente nessa ordem

Raras são as pessoas que conseguem ser

unanimidade em um grupo, mas essa é a posição que Carlos Alberto Martins Bastos ocupa no polo. Onde quer que esteja, no Helvetia ou no lobby do Alvear durante a temporada argentina, que frequenta há desde 1970, Cabeto é sempre cumprimentado, saudado, festejado. Isso porque além de ser o homem forte do Maragata, time cheio de carisma e hoje formado por seus filhos, ele faz questão de viver cercado de amigos de toda uma vida, gente com quem deu suas tacadas em Uruguaiana, São Paulo e Rio, ou que viu crescer, ajudou a introduzir no esporte, levou palavras de incentivo. Homem de temperamento generoso e de gestos polidos carrega em seu falar um acento agauchado que revela a origem no extremo sul do Brasil, na fronteira com o Uruguai e a Argentina. 118

Foi dos pampas, ambiente de forte tradição agropecuária onde o polo é mais prazer e menos status, que o pai de Angelo Antônio, João Gaspar, Luiz Paulo e Carlos Francisco trouxe a base do que esse esporte significa em sua família: um hobby altamente competitivo que tem o poder de formar elos, construir relações, promover o convívio com amigos. Dividindo-se entre os papéis ora de técnico ora de torcedor, ele acompanha de perto todas as decisões do Maragata. Primeiro a opinar, organizar e orquestrar o time, estimula o mais alto desempenho dentro da medida que um time amador, formado por irmãos, pode desenvolver. Com esses valores, faz do polo uma fonte de prazer para o Maragata, que hoje se posiciona entre os maiores do cenário brasileiro.

Melito Cerezo

Personalidade do Polo



Personalidade do Polo

Os irmãos em frente à estância no ano de 1953: Luiz Antonio, Paulo, Cabeto e Jorge

O primeiro torneio oficial em julho de 1965: Cabeto, Aníbal Fabrício de Albuquerque e o irmão Paulo

Os namorados Mireya e Cabeto em 1973

Cabeto numa festa campeira praticando uma ‘coleada’ – derrubando o boi pelo rabo em 1979

O pai de quatro guris

Com os três filhos maiores em Itaguaí no ano de 1985

Cabeto se considera um felizardo: teve não só um, mas quatro filhos polistas, e a possibilidade de formar um time completo de polo. A realização de um sonho para qualquer pai polista. Responsável por ensinar os guris a taquear e por no dia a dia orientá-los nos treinos e na escolha dos cavalos, ele há alguns anos os assiste disputarem, com competitividade, os mais importantes torneios do país. E o que é melhor, juntos, na medida em que o handicap crescente permite. Neste ano, o Maragata focou dois campeonatos principais do calendário do Helvetia: o Campeonato Brasileiro (18 gols) e o Aberto do Estado de São Paulo (26 gols), torneio de mais alto nível disputado no Brasil e no qual buscava o bicampeonato. E contando 120

com três dos quatro irmãos (o primogênito Angelo Antônio vive e joga na Argentina e Uruguai), o time chegou à final em ambos. A trajetória do Maragata está repleta de outros momentos igualmente inesquecíveis, a maioria vivenciados desde que Cachico, o caçula, alcançou idade e handicap suficientes para começar a integrar a equipe. Entre os torneios de alto handicap que o quarteto foi protagonista está o Aberto do Estado de 2005 contra o forte São José, campeão de uma final memorável que começou com o Maragata na frente e terminou só na semana seguinte, em função da chuva. Apesar da derrota neste jogo, ganharam o premio Mercedes-Benz de melhor equipe do ano. Em 2007, o quarteto ainda deu um presente e tanto para o pai-torcedor ao disputar a Copa de Ouro de 22 gols na Argentina, vencendo uma partida contra dois Novillo Astrada de 10 de handicap.


Cabeto em ação no Brasileiro em Orlândia em 1975

Luiz Matarazzo, Cabeto, PG Meirelles e José Henrique Castejon

Torneio Internacional em 1980 numa equipe de 22 gols: José Henrique Castejon, Joa Junqueira, Silvio Novaes e Cabeto

Na Copa Vogue no Helvetia em 1978, a equipe Três Fronteiras com Pito Tellechea, Fernando Fabrício de Faria Correa, Cabeto e José Carlos Fabrício Barbosa, contra a equipe Tigres, de Cel. Brilhante, Daniel Klabin, Jorge Rangel e Armando Klabin

Um jogaço que valeu o campeonato inteiro! Assim, enquanto na vizinha Argentina há dinastias como os Heguy, de irmãos que, jogando juntos, transformaram seus times em esquadras legendárias, por aqui temos hoje os “cabetinhos”. Mas a história de Cabeto, como veremos adiante, vai muito além do fato de ser pai dos quatro guris.

O polista gaúcho

A paixão de Cabeto pelo polo surgiu no Rio Grande do Sul, terra conhecida não só como provedora de cavalos de grande qualidade, mas também pelos excelentes jogadores que se desenvolveram dentro dos quartéis do Exército instalados na região fronteiriça. Assim, sua história tem início em Uruguaiana, quando aos 8 anos recebe de presente do tio Newton Luzardo Ulrich um taco de polo e passa a

ver os jogos de seu primo-irmão João Francisco Tellechea Filho, o Pito – com quem anos depois passaria também a jogar. O polo era, na infância e adolescência, um jeito organizado, com regras, de fazer o que se fazia com o cavalo, ou seja, correr, trombar, brincar no meio do pasto. Até que em 1965 disputa seu primeiro torneio, em Paso de los Libres, na Argentina. Mas é na década de 1970, de volta a Uruguaiana depois de uma temporada de estudos em Porto Alegre, que Cabeto passa realmente a se dedicar ao polo. Contando com o apoio dos primos e amigos polistas e também dos militares, que preocupados em perpetuar a prática do esporte abriam os campos dos Regimentos aos civis, ele passa a disputar campeonatos regionais e a integrar as equipes locais que se aventuravam nos grandes centros. Nessa época, participou 121


Personalidade do Polo

Na comemoração dos 50 Anos de Polo de Pito Tellechea em Uruguaiana: Sergio D. Figueiredo, Sergio Bastos Tellechea, Kiko Meirelles, PG Meirelles, Pito Tellechea, Armando Klabin, Cabeto e Didi Souza Aranha

Um momento prazeroso para Cabeto: sua picape cheia com a gurizada indo jogar polo

de torneios por todo o Rio Grande, no Uruguai e varias cidades argentinas. Além de defender as cores do Círculo Militar e do Três Fronteiras, poderoso time do primo Pito, criou o Minuano, uma equipe só de polistas civis. Depois do casamento com Mireja, em 1975, e já pensando nos herdeiros que viriam, seu time passa a se chamar Maragata. O nome, homenagem à esposa, faz referência a todos os nascidos na cidade de San José, no Uruguai, chamados “maragatos”. A partir de 1985, quando se transfere para o Rio a trabalho, o polista fortalece laços de amizade com os cariocas Daniel e Armando Klabin, Sérgio Domingues Figueiredo, Paulo César Tovar e Ronnie Ganon. Foi nessa época que atingiu seu handicap máximo, 6 gols, e conquistou feitos memoráveis, como a vitória no Brasileiro de 122

Cabeto recebendo homenagem em Palermo do presidente da Associação Argentina de Criadores de Cavalo do Polo

Polo de 85 disputado no Itanhangá. Na ocasião, a equipe do Círculo Militar de Uruguaiana formada pelos gaúchos Cabeto, coronel Castilho, coronel Brilhante e Sérgio Tellechea venceu a equipe Toca, de Alcides Diniz com Rafael Palma, PG Meirelles e João Paulo Diniz. Às vitórias no Rio se somaram outras tantas em São Paulo, para onde Cabeto se mudou em 1987. Entre elas, a conquista da Copa Vogue, do Aberto da Hípica e do Aberto do Helvetia. Com o espírito de aprimorar seu jogo, encarou torneios de alto handicap na Argentina, onde teve contato com alguns dos maiores polistas da história, como Juan Carlitos Harriot, e amizade com outros ‘monstros’ como Horácio e Alberto Pedro Heguy, Adolfo Cambiaso, Gonzalo e Alfonso Píeres. Passagens memoráveis, guardadas na lembrança e em seus diversos álbuns de fotografia.


Equipe Três Fronteiras no Campeonato Brasileiro na Hípica Paulista em 1980: José Carlos Fabrício Barbosa, Sergio Bastos Tellechea, Cabeto e Pito Tellechea

Na final de Palermo de 1971, José Fernando de Carvalho e Silva, Juan Carlitos Harriot e Cabeto

Na platéia da Estância Itapitocai em Uruguaiana: Fernando Fabrício de Faria Correa, José Henrique Castejon, Paulo Setúbal, Luiz Antonio M.Bastos, Pedro Leonetti e Josefina Noronha Bastos

Visita do presidente FHC à Uruguaiana, hospedado na Estância Itapitocai de Cabeto

Inauguração do Campo de Polo ‘Cabeto Bastos’ em Porto Alegre na propriedade de Fernando Carlos Schuch

Cabeto recebe homenagem de Alcides Diniz no primeiro leilão de cavalos de polo da Fazenda Capuava

Lando Simonetti, dona da grife La Martina, Cabeto e Luis Garrahan, dono da revista Polo Internacional 123


Personalidade do Polo

João Gaspar, Ângelo Antonio, Cabeto, Mireya, Luiz Paulo e Carlos Francisco

Cabeto com Cachico...

O criador de cavalos

...João Gaspar,

Outra faceta de Cabeto é a de criador de cavalos de polo. Com família ligada à vida no campo, ele cultivou desde a infância a intimidade com o animal. Na faculdade de Veterinária, tratou de desenvolver ainda mais conhecimento a respeito do tema, que só se aprofundou ao longo dos anos, buscando cavalos para sua própria tropa. Diferente dos cavalos crioulos que montava no Sul em seus primeiros anos de polo, sua cavalhada se torna mais parecida com os animais da atualidade através da mistura com garanhões purosangue de carreira. Essa melhora, estabelecida com um complexo trabalho, garantiu ao polista uma tropa de qualidade que competia em igualdade com times como Toca ou Casa Verde, alguns dos mais poderosos da época. 124

...LP,

...e Angelo Antonio

Baseada em Uruguaiana, a criação alcançou um grau maior de desenvolvimento a partir dos anos 2000, quando Angelo Antônio, com a supervisão de Cabeto, assume a administração da estância da família. É nesse momento que a cria progride a ponto de abastecer os quatro homens do Maragata. Há alguns anos, a cria é motivo de orgulho. Em 2007, as éguas Itapitocai Tijo Coca e Tijo Cicatriz foram montadas por Adolfo Cambiaso, melhor jogador do mundo, na final do Aberto de Palermo. Destes exemplares absolutamente excepcionais já estão sendo gerados novos potros, um legado genético por Cabeto preparado para seus filhos e netos. Afinal, o pequeno João Luiz Martins Bastos, primogênito de Angelo Antônio, aos 2 anos e meio já começa a brincar com o taquinho, seguindo a tradição dos homens da família.


Cabeto e seu swing de esquerda no Brasileiro de AvarĂŠ em 1979

125


126


60 GOLS HISTÓRICO Para homenagear os 90 anos de polo no Brasil, os melhores polistas do país se enfrentaram em inédita partida de 60 gols de handicap 127


Disputa entre Xandinho, AndrĂŠ Diniz, JoĂŁo Paulo Ganon e Rodrigo Andrade

128


Joรฃo Paulo Ganon dรก a tacada a toda velocidade

129


60 Gols Histórico Rodrigo Andrade e seu swing marca registrada

Hip-hip-hip-hurra!

Eles estão no topo do ranking nacional e não

raro são adversários. Donos de um handicap alto, oito polistas brasileiros não viram problema em vestir outra camisa que não a de seus times para participar de uma partida de 60 gols em homenagem os 90 anos de polo no Brasil. Inédito no país, o confronto teve status de momento histórico, já que apenas Brasil e Argentina contam com número suficiente de jogadores de alto handicap para realizar uma partida desse nível. Com cara de espetáculo, o jogo contou exclusivamente com jogadores brasileiros e homenageou os dois times mais tradicionais 130

do país: o São Martinho, da família Meirelles, e o Casa Verde, criado por Calu Souza Aranha na década de 1930. Para defender sua cor laranja, o Casa Verde contou com os craques Luiz Paulo Bastos, Alexandre Ribeiro, João Paulo Ganon e Ubajara Andrade. Representando o São Martinho, André Diniz, Rodrigo Andrade, Renato Diniz Junqueira e Jorge Junqueira vestiram a camisa azul. Mesmo se tratando de uma exibição, ninguém queria perder. A competitividade deu o tom, e das arquibancadas do campo 1 do Helvetia o público conferiu um jogo ofensivo, repleto de lances disputados. Do início ao fim, o que se viu foi um duelo de grandes,


Comemoração com champagne: a vitória é do Polo do Helvetia

com os maiores handicaps do país exibindo potência, técnica, habilidade e domínio da bola. Com gols saindo para ambos os lados, era impossível prever quem levaria a melhor. Ao longo de toda a partida, a diferença manteve-se pequena. Todo cuidado era pouco, já que em jogos equilibrados como esse, onde um erro pode colocar tudo a perder, o que importa é dar o máximo de si, evitar falhas e aproveitar todo e qualquer vacilo do adversário para contra-atacar. No vaivém de gols e lances disputados, só ao fim é que as coisas se decidiram. No sexto tempo, Casa Verde entrou dois gols de

vantagem e desejava administrar o placar. Mas o São Martinho, que em seu forte elenco tinha Rodrigo Andrade, não apenas empatou como se colocou um gol à frente. O tempo ia passando, e os últimos minutos foram tensos como uma final de campeonato. Quando a vitória do São Martinho parecia garantida, o Casa Verde reagiu: anotou e deixou o placar igualado. Ao soar do sino, o empate em 11 a 11 fechou a partida histórica evidenciando o alto nível do polo nacional. Mais do que uma exibição memorável, que acabou com um churrasco delicioso na sede do clube, a partida de 60 gols deixou marcada a evolução do polo brasileiro ao longo de 90 anos. 131


Helvetia Polo Country Club

TRÍPLICE COROA Reunindo os três principais torneios de alto handicap da temporada, a Tríplice Coroa Brasileira teve São José como campeão de sua primeira edição

A exemplo da Argentina,

que anualmente realiza sua Tríplice Coroa, o Helvetia Polo Country Club, em parceria com o Canal Rural, do Grupo RBS, realizou a primeira edição da competição no Brasil. Se no país vizinho o circuito é formado pelos Abertos de Tortugas, Hurlingham e Palermo, em nossas canchas foram o Aberto do Estado de São Paulo (26 gols), a Copa Giorgio Moroni (22 gols) e o Aberto do Helvetia (22 gols) os torneios eleitos para integrar a disputa. Prometendo uma grande final a cada etapa, a competição pelo título começou quente, com São José, de José Eduardo Matarazzo Kalil, levando a melhor no torneio de mais alto handicap do país, o Aberto do Estado. Contando com o 10 de handicap Rodrigo Andrade, a forte esquadra tirou do Maragata, dos irmãos Bastos, o sonho do bicampeonato. Com a conquista, São José computou nada menos que 200 pontos. Na etapa seguinte, foi Itaipava que levou a melhor. Em final emocionante no campo 1 do Helvetia, o time de Rico Mansur bateu o São José por 12 a 10 na Copa Giorgio Moroni, que homenageia o fundador do clube. Formado por André Diniz, Calão Figueira de Mello e Humberto Costa Pinto Neto, o Itaipava garantiu 100 pontos e, claro, fez uma baita festa no pódio. Também com transmissão pelo Canal Rural, a grande decisão da Tríplice Coroa aconteceu na final do Aberto do Helvetia. Valendo 100 pontos ao time campeão e 50 ao vice, a vitória sobre o Invernada proporcionou ao São José a pontuação necessária para a conquista da primeira edição da Tríplice Coroa. No jantar promovido para celebrar os 35 anos do clube, os homens do São José festejaram o título histórico e foram agraciados com o troféu, uma bandeja de prata que tem gravado o nome dos campeões. 132


São José Polo - Audi, campeão da Tríplice Coroa 2010: José Eduardo Matarazzo Kalil, Rodrigo Andrade, Willian Rodrigues e Caio Lellis Vieira

133


Ranking da Tríplice Coroa

1º lugar São José (350) 2º lugar Itaipava (100)

3º lugar Maragata (100)

PONTUAÇÃO ABERTO DO ESTADO DE SÃO PAULO • 26 GOLS São José

200

campeão

Maragata

100

vice-campeão

Itanhangá

50

3º lugar

Villa Real

50

4º lugar

Itaipava

100

campeão

São José

50

vice-campeão

Itanhangá

25

3º lugar

Villa Real

25

4º lugar

São José

100

campeão

Invernada

50

vice-campeão

Vila Fal

25

3º lugar

Agudo

25

4º lugar

COPA GIORGIO MORONI • 22 GOLS

ABERTO DO HELVETIA • 22 GOLS

MELHOR JOGADOR Rodrigo Ribeiro Andrade

375

Fernando Pelosini

75

Willian Cesar

250

Juan Merlos

75

José Eduardo M. Kalil

250

Noberto Pinheiro Jr.

75

Gustavo Toledo

250

João Paulo Ganon

75

Ricardo Mansur Filho

125

Leandro Santos

75

Luiz Paulo M. Bastos

100

Pedro Henrique Zacharias

75

João Gaspar M. Bastos

100

Santos Ulhoa

50

Carlos Francisco M. Bastos

100

Christian Laprida

50

Juan Jose Brane

100

Pedro Henrique Ganon

50

André dos Santos Diniz

100

Roberto Villa Real Neto

25

Luiz Carlos F. de Mello

100

Rodrigo Pinheiro

25

Humberto Costa Pinto Neto

100

134


Carta do Presidente

Pedro Bordon: ‘Esperamos que a nossa Tríplice Coroa perpetue e se torne a competição mais importante do calendário do Polo’

Prezados Polistas, É com grande satisfação que nesse ano de 2010, demos inicio ao nosso segundo mandato, respaldado por todos os sócios e conselheiros. Gostaria de agradecer não somente o apoio que tivemos de todo conselho, aqui representado pelo seu presidente, Sr. Joaquim Egydio de Souza Aranha, mas principalmente de toda a diretoria: Luis Paulo, Afranio, Paulinho, Kiko e Ubajara. Os pontos altos desse ano foram sem dúvidas dois: primeiro, a idealização e estruturação da primeira edição da Tríplice Coroa de Polo do Brasil, que nasceu de um sonho e se tornou realidade. Realidade essa que não teria se concretizado, não fosse o empenho e ajuda de todos colaboradores e diretores do Helvetia Polo Country Club e, principalmente, a dedicação e colaboração do Canal Rural e RBS, que não somente acreditou nesse projeto, mas que também não minimizou esforços e trabalho de toda a sua equipe. Esperamos que assim como na Argentina, a nossa Tríplice Coroa perpetue e se torne uma das competições mais importantes de todo o calendário do Polo mundial e para que isso aconteça, seguiremos apostando e contando com a parceria e apoio do Canal Rural e RBS.

Atingimos o ápice de nossa temporada por ocasião do encerramento da Tríplice Coroa, quando conseguimos realizar pela primeira vez no Brasil um jogo de 60 gols com jogadores genuinamente brasileiros. Mais uma vez, tive a grata satisfação de participar desse evento, que culminou com a celebração dos 35 anos de nosso clube e os 90 anos da chegada do Polo ao Brasil. Satisfação maior ainda foi poder ver as cores das equipes mais antigas e tradicionais voltando a se enfrentar no Campo 1. Parabenizo os eternos capitães das respectivas equipes: Casa Verde (família Souza Aranha) e São Martinho (família Meirelles, representada pelo sempre querido PG Meirelles), equipe essa que tenho o maior orgulho de ter feito e ainda fazer parte. Fechamos mais um excelente ano de Polo. Congratulo-me com todos os polistas e capitães de equipes por sua dedicação e participação. Ao longo de 2011 teremos novidades que deverão abrilhantar ainda mais o nosso clube e esporte.

Pedro Bordon Presidente do Helvetia Polo Country Club 135


Leilões de Polo

SEU EMBRIÃO VALE UM MILHÃO Os remates de cavalos de polo da temporada foram excelentes, com dois grandes shows: o I Leilão do Haras Villa Hana e o II Leilão São José Polo O leilão do Haras Villa Hana vendeu animais em jogo e embriões

Vera Diniz tem em seu haras

Villa Hana éguas que foram de seu irmão Alcides, e que haviam jogado nos Estados Unidos e em Palermo com seu sobrinho Fabio. Na verdade, Alcides Diniz numa certa época comprou cavalos no nível dos melhores do mundo. Ele ia para a Argentina e adquiria os três melhores cavalos da temporada, através de Eduardo ‘Gordo’ Moore, que funcionava como ‘olheiro’, orientado para comprar sempre os top. Estas éguas tiveram uma cria muito interessante com os bons garanhões que Alcides possuía. E agora, em sua terceira geração, as netas são éguas 136

não menos espetaculares, que foram colocadas neste ano à venda no I Leilão do Haras Villa Hana. A idéia do leilão surgiu de uma conversa de Vera com Luiz Matarazzo, e depois de acertada uma parceria, ele foi para a Argentina manter contato com grandes criadores. Numa conversa com Gonzalito Pieres, conseguiu arrendar um garanhão dele por três anos, neto de Rainbow Corner, que trouxe para o Brasil no ano passado. Luiz foi também com Vera assistir ao leilão de cavalos da Ellerstina, e ela se encantou com a organização dos argentinos,


Royal Salute

‘Cheers’ aos vencedores O whisky Royal Salute realizou um happy hour na terceira etapa do campeonato Tríplice Coroa no clube Helvetia. Os convidados brindaram em comemoração aos vencedores e aproveitaram a festa degustando Royal Salute. Outra parceria da marca foi o apoio ao time Flamboyant na Copa Christofle na qual o time conquistou o segundo lugar

Pedro Bordon, presidente do Helvetia Polo Country Club e a equipe São José Pólo - Audi, campeã da Tríplice Coroa 2010

Carlos Alberto Mansur Filho, da equipe Flamboyant – Royal Salute

GG Garcia da equipe Flamboyant – Royal Salute

A camiseta Royal Salute confeccionada pela La Martina

O lounge Royal Salute


Leilões de Polo

A égua Tarsila, bateu o recorde nacional para égua jogadora no remate do Haras Villa Hana

comprando duas éguas e um garanhão, decidindo fazer o primeiro leilão de seu haras. No leilão, tudo foi colocado à venda, as éguas entrando em dupla e os machos sozinhos. O remate foi um sucesso, sendo que o lance vencedor da égua Tarsila bateu o recorde nacional de égua jogadora, sendo também batido o recorde nacional de potros. Detalhe importante, neste leilão não foi apresentado nenhuma defesa. A idéia é repetir o evento em 2012, com potros que já vão ter dois anos de idade e embriões de primeira linha. Segundo Luizinho, “no mercado do embrião você compra uma expectativa, mas é a melhor saída, porque ninguém vende um bom cavalo jogando. É muito difícil porque os profissionais precisam de bons cavalos para jogar e para serem contratados, e os grandes times não vendem porque vão competir nos torneios com seus top animais. O mercado do embrião é um negocio que vai deslanchar.” Já a Scott Leilões, leiloeira pioneira de Ronnie Scott, fez este ano o II Leilão São José Polo de José Eduardo Matarazzo Kalil, vendendo animais em jogo e embriões. A novidade foi a venda de potros de reconhecida linhagem por valores acessíveis. Entraram 30 animais com resultado bastante bom, alguns alcançando 100 mil reais, valor bem próximo do mercado internacional. Ronnie também realizou o Leilão Haras Reunidos do Polo, durante o Campeonato Brasileiro, com a presença de criadores argentinos na platéia. Foram 25 animais, inclusive a tropa de Bruno Pelosini, que vendeu até potros de um ano de idade. “O ponto forte de nossa atuação está na equipe e no leiloeiro que entendem de polo, pois aqui, alem do pedigree, está se vendendo função. Para se colocar bem o produto, temos que apresentar bons argumentos, conhecer handicaps e regras do jogo”, diz Ronnie Scott. O ponto a favor dos leilões de cavalos de polo é que numa só noite o criador pode vender até 20 animais, o que seria muito trabalhoso acontecer de outra forma. As condições de venda são muito favoráveis ao comprador, pois numa operação particular as condições de pagamento não passam de três prestações, mas num 138

O cavalo Kelvin teve o maior lance no leilão do São José Polo

leilão são 14 parcelas, duas a vista, duas a trinta dias e o restante em 10 vezes. O comprador pode até montar para avaliar o cavalo antes do evento, além de observá-los nos treinos e jogos. O leiloeiro também obriga o vendedor apresentar um laudo veterinário das condições de cada animal que vai a remate. “Fomos procurados pelo Gonzalo Tanoira, filho do famoso jogador de 10 gols de handicap, que nos convidou para assistir seu evento na Argentina, o Leilão Cria Tanoira, considerada das melhores do mundo, no dia 1° de dezembro em Pilar Chico, na época das finais do torneio de Palermo. Vão vender potros, potras e embriões. Estamos negociando para fazermos na próxima temporada o leilão da ‘Cria Tanoira e Convidados’ aqui no Helvetia, e o ideal seria no mês de maio, em data próxima do Riacho Fundo Uruguaiana, pois em abril teremos o do São José. E no segundo semestre, o Haras Reunidos do Polo”, completa Ronnie.



Indaiatuba

Um dos pontos fortes de Indaiatuba, que atrai empresários interessados em se instalarem no município, é a organização de seus distritos e condomínios industriais

UMA CIDADE QUE VIVE O POLO Dezenas de campos de polo implantados na cidade fizeram dela uma referência nacional e internacional do esporte Indaiatuba: a cidade tem qualidade de vida

e coleciona índices privilegiados. Um dos municípios que apresenta os melhores índices de desenvolvimento do Brasil, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjam), Indaiatuba, localizada na Região Metropolitana de Campinas (RMC), interior do Estado de São Paulo, destaca-se pela sua infraestrutura em diversas áreas, como educação, saúde e, principalmente, o setor industrial. Ressaltando essas qualidades o prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira reafirma a pujança e os benefícios para quem investe no município: podemos dizer que nestas duas décadas Indaiatuba se destaca como referência regional da região metropolitana de Campinas, somos o segundo município em nível de exportações, destaque na empregabilidade e na formação de mão de obra, destaque também no índice de desenvolvimento municipal apontado pela Firjan, destaque no empreededorismo dos nossos empresários, e muitos outros itens que deixa Indaiatuba ser referência regional e estadual. Com 180 anos, a cidade tem área territorial de 310,56 quilômetros quadrados e população de 200 mil pessoas. O PIB per capita, em reais, segundo dados do IBGE de 2007, é R$ 23.427,00. É a primeira cidade da Região de Campinas a ter 100% do esgoto tratado. Bem localizada, Indaiatuba tem acesso fácil às principais rodovias do país, como Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco, Santos Dumont, Dom Pedro, entre outras. A cidade faz fronteira com Monte Mor, Elias Fausto, Itupeva, Salto e Campinas. Outro fator importante é que está apenas a 100 km de São Paulo, 22 km 140

de Campinas, 55 km de Sorocaba, 190 km de Santos e 12 km do Aeroporto de Viracopos, um dos principais do país, e que deverá ser ampliado em breve. Além da sua infraestrutura privilegiada, Indaiatuba conta com outros atrativos, como excelentes restaurantes, rede hoteleira, incentivos fiscais, comércio, construção de novo shopping, distritos e condomínios industriais planejados. Em breve a cidade ainda será privilegiada com a implantação do trem de alta velocidade que ligará Campinas, Rio e São Paulo, além de um grande terminal ferroviário para transporte de containers e futuramente um porto seco.

Distrito Industrial é ponto forte

Outro ponto forte de Indaiatuba, que atrai empresários interessados em se instalarem no município é a organização de seus distritos e condomínios industriais. Hoje são pelo menos sete distritos que oferecem infraestrutura completa para o empresário, como asfalto, iluminação, água, entre outros facilitadores. O maior distrito hoje é o Recreio Campestre Joia com 983 mil metros quadrados de área total divididos entre 732 lotes, de mil a dois mil metros. O Distrito Industrial Domingos Giomi tem 57 lotes de quatro mil a 20 mil metros, somando uma área de 555 mil metros quadrados de área. O Distrito Industrial Nova Era tem 218 mil metros quadrados de área total, em 74 lotes de mil a dois mil metros. O loteamento comercial Vitória Martini tem 284 lotes espalhados em uma área de 410 mil metros quadrados de área total. Também


o loteamento industrial João Narezzi tem 181 lotes, com 399 mil metros quadrados de área total, em lotes de mil a dois mil metros quadrados. Ainda há o American Park NR, que tem 133 lotes, em uma área total de 223 mil metros quadrados. O mais recente espaço para estabelecimento é o Distrito para Micro e Pequenas Empresas (Dimpe), com 124 lotes de 300 metros a 530 metros quadrados. O distrito é considerado uma referência no município, já que no local os lotes são destinados a micro e pequenas empresas que funcionavam em locais inadequados, sem infraestrutura, e com as novas instalações, esses empresários têm mais condições de serem competitivos no mercado. Indaiatuba conta também com grandes áreas livres que podem ser utilizadas para instalação de novos negócios. Esses terrenos estão próximos a indústrias de grande porte, como Toyota, Metal Leve, Mann Hummel, TMD Friction, SEW, Celulose Irani, Fupresa, entre outras, e os lotes têm de cinco mil a 100 mil metros quadrados de área.

Acesso fácil às principais rodovias do país

Localizada em uma das regiões mais promissoras do país, Indaiatuba oferece infraestrutura completa para as empresas interessadas em se instalar no município. São distritos e condomínios industriais organizados, água, saneamento básico, entre muitos outros motivos. A localização estratégica da cidade é um dos pontos fortes, já que hoje as empresas querem facilidade para escoamento dos seus produtos. A cidade está há apenas 100 km de São Paulo, 22 km de

Campinas, 20 km de Itu, 32 km de Hortolândia, 42 km de Jundiaí, 55 km de Sorocaba, 283 km de Bauru, 10 km de Salto, 50 km de Sumaré, 31 km de Valinhos, 25 km de Vinhedo, 190 km de Santos, e, apenas 12 km do Aeroporto de Viracopos, um dos maiores aeroportos de carga, e que com sua ampliação, também será um dos maiores em passageiros. Além das proximidades com cidades também importantes, Indaiatuba tem acesso facilitado às principais rodovias do país, como Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco, Santos Dumont, Dom Pedro I, Rodovia do Açúcar, e outras. Outro fator importante é que Indaiatuba é uma das cidades por onde passam as linhas férreas da América Latina Logística (ALL), que tem mais de 21.300 km de extensão.

O projeto porto seco

A implantação de um porto seco é um dos projetos do prefeito Reinaldo Nogueira para os planos de incentivos às indústrias. O projeto, na avaliação de Nogueira, é de suma importância, já que a implantação deve ser um facilitador para as empresas que transportam seus produtos. O porto seco de Indaiatuba deve ser implantado em uma grande área de três milhões de metros quadrados no bairro Pimenta, que foi declarada de utilidade pública. Esse porto seco deverá incentivar as indústrias, visto o investimento que o município estará fazendo com a implantação do maior pólo intermodal da região, onde existe malha ferroviária, rodoviária e aérea em um 141


Indaiatuba Com o anúncio da ampliação de Viracopos, mais empresas industriais e de logística estão se instalando na cidade

grande empreendimento dentro de Indaiatuba, onde predominarão contêineres, siderúrgicos e granéis. O processo de implantação do porto seco está em fase de levantamento de documentações e licenças necessárias junto aos órgãos competentes.

A implantação de um porto seco é um dos projetos do prefeito Reinaldo Nogueira

Ampliação de Viracopos

A apenas 12 quilômetros do Aeroporto de Viracopos – Indaiatuba está mais perto do que o município de Campinas, onde o aeroporto está situado – a cidade comemorou o anúncio da ampliação de suas instalações, mas demonstrou desde o início preocupação em saber de que forma ocorria esta ampliação, de modo que não agrida o meio ambiente. Já ocorreram diversas reuniões com a Infraero e a ampliação deverá acontecer de fato. Até 2025 Viracopos será um dos aeroportos mais movimentados, em passageiros, do Brasil. Hoje ele já é o maior terminal de cargas do país. Com o anúncio da ampliação, mais empresas estão se instalando na cidade, e não apenas as industriais, como as de logística também, a fim de aproveitar a proximidade e a malha viária existente. Também há interesse de grandes empresas do ramo de hotelaria. O Plano Diretor do Aeroporto Internacional de Viracopos prevê obras de ampliação, que possibilitarão o atendimento de 61 milhões de passageiros por ano, além de 570 mil operações de pouso e decolagem, considerando-se a execução de uma segunda pista. Ainda está previsto no projeto, que Viracopos se transforme no grande aeroporto da Terminal São Paulo e também da América do Sul e pelo planejamento, os terminais de logística poderão processar até 720 mil toneladas de carga aérea por ano. A previsão é que a primeira fase da ampliação, que permitirá o atendimento de nove milhões de passageiros, deve ser concluída até 2015, segundo a Infraero. Os investimentos estão estimados em mais de R$ 350 milhões e para a execução da primeira etapa da obra uma área de 12,36 quilômetros quadrados deverá ser desapropriada no entorno do aeroporto. As áreas já foram declaradas de utilidade pública. 142

Viracopos a 25 minutos de São Paulo

O trem de alta velocidade que ligará Campinas a São Paulo e Rio de Janeiro, totalizando 518 quilômetros de trilhos, é mais um ponto de incentivo às empresas em Indaiatuba, devido à proximidade com a vizinha Campinas. O projeto do trem, que terá paradas obrigatórias ainda em Guarulhos, São José dos Campos, em São Paulo, e Volta Redonda e Galeão, no Rio de Janeiro, pode ter algum dos seus trechos concluídos até a Copa de 2014, que será realizada no Brasil. Com a sua implantação, Campinas ficará a apenas 25 minutos de São Paulo, já que o trem poderá atingir a velocidade de 200 km por hora. O investimento previsto para a obra é de R$ 34,6 bilhões.


Placar

Resultados dos torneios 2010 ALTO HANDICAP COPA VOGUE 18 gols 17/04/10 Agudo 12 x 07 Maragata São José 15 x 05 Santa Márcia 18/04/10 Abacateiro 07 x 09 Agudo São José 12 x 10 Tigres Invernada 06 x 08 Villa Real

80º ABERTO DO ESTADO DE SÃO PAULO 26 gols 16/05/10 Itaipava 11 x 13 Itanhangá Maragata 08 x 09 Invernada 19/05/10 São José 11 x 08 Villa Real 20/05/10 Itanhangá 12 x 11 Maragata

20/04/10 Shark’s 11 x 09 Invernada

21/05/10 Villa Real 10 x 07 Itaipava

21/04/10 Shark’s 09 x 10 Villa Real Santa Márcia 08 x 11 Tigres Abacateiro 09 x 14 Maragata

22/05/10 São José 11 x 08 Invernada Villa Real 11 x 12 Maragata

25/04/10 São José 10 x 11 Villa Real Agudo 07 x 09 Tigres

23/05/10 Itaipava 09 x 07 Invernada São José 09 x 08 Itanhangá

01/05/10 Villa Real 10 x 09 Tigres

27/05/10 Itanhangá 09 x 10 Maragata São José 09 x 08 Villa Real

COPA DE OURO 22 gols

29/05/10 Maragata 06 x 09 São José

02/05/10 Invernada 13 x 11 Maragata Sollys Itanhangá 11 x 12 TNT Tigres Azul LA 9 x 8 Prata Polo - Audi

COPA GIORGIO MORONI 22 gols

06/05/10 TNT 9 x 13 Vila Real SJP - Audi 9 x 4 Maragata 08/05/10 Sollys Itanhangá 10 x 9 Vila Real SJP - Audi 12 x 10 Invernada 09/05/10 Tigres Azul LA 13 x 10 Abacateiro 11/05/10 Abacateiro 7 x 12 Prata Polo - Audi 13/05/10 Vila Real 9 x 8 Tigres Azul LA SJP - Audi 13 x 6 Prata Polo - Audi 15/05/10 Tigres Azul LA 9 x 8 Prata Polo - Audi SJP - Audi 8 x 9 Vila Real

04/06/10 Villa Real 09 x 12 Itaipava Itanhangá 10 x 11 Invernada 06/06/10 Invernada 11 x 12 São José Tigres 09 x 13 Itanhangá Villa Real 12 x 09 Abacateiro Maragata 10 x 11 Itaipava 09/06/10 Maragata 10 x 12 Abacateiro 12/06/10 São José 08 x 05 Itanhangá Invernada 08 x 10 Tigres 13/06/10 Maragata 10 x 09 Villa Real São José 12 x 04 Tigres Itaipava 07 x 04 Abacateiro

17/06/10 Itaipava 10 x 09 Itanhangá São José 14 x 11 Villa Real 19/06/10 Itaipava 12 x 10 São José

54º CAMPEONATO BRASILEIRO 18 gols 07/08/10 Invernada 07 x 06 Abacateiro Maragata 10 x 07 Villa D Tigres 09 x 13 Carapuça Villa Real 11 x 04 Sharks Village VIII 08/08/10 Abacateiro 04 x 13 São José Invernada 10 x 08 BTG Pactual Villa D 09 x 11 Sharks Itanhangá 08 x 07 Tigres 11/08/10 São José 15 x 10 BTG Pactual 12/08/10 Maragata 07 x 08 Villa Real 13/08/10 Itanhangá 07 x 10 Carapuça 14/08/10 Abacateiro 11 x 10 BTG Pactual Invernada 13 x 10 São José Maragata 16 x 06 Sharks Villa D 06 x 07 Villa Real 15/08/10 Maragata 09 x 08 Carapuça Invernada 09 x 08 Villa Real 21/08/10 Maragata 05 x 13 Invernada

CAMPEONATO ABERTO DO HELVETIA 22 gols 22/08/10 São José 10 x 09 Villa Real Abacateiro 09 x 11 Vila Fal 25/08/10 Maragata 06 x 07 Agudo 27/08/10 Maragata 07 x 12 Vila Fal Invernada 08 x 11 São José 143


Placar 28/08/10 Agudo 09 x 06 Abacateiro Invernada 09 x 08 Villa Real

14/05/10 Flamboyant 11 x 05 Shark’s Bela Vista 13 x 08 3 Colinas

19/06/10 Flamboyant 05 x 09 Toca do Gato Colina 09 x 10 Prata

29/08/10 Abacateiro x Maragata Vila Fal 12 x 05 Agudo

15/05/10 Vila Mariana 03 x 08 Casa Verde Diamante 12 x 08 Goitacá São Jorge 12 x 11 Toca do Gato Flamboyant 13 x 11 Prata Audi La Luna 11 x 05 Shark’s 3 Colinas 09 x 07 Plátanos

20/06/10 Toca do Gato 09 x 10 Prata

02/09/10 Vila Fal 05 x 06 Invernada São José 12 x 02 Agudo 04/09/10 Invernada 10 x 12 São José

MÉDIO HANDICAP

16/05/10 Casa Verde 07 x 09 Bela Vista São Jorge 13 x 11 La Luna 22/05/10 São Jorge 14 x 05 Bela Vista

VI COPA CIDADE INDAIATUBA 14 gols

COPA ESTADO DE SÃO PAULO 14 gols

27/03/10 Sucuriu 12 x 10 Santa Márcia Casa Verde 08 x 10 Tigres Shark’s 08 x 13 Villa’D

22/05/10 Sharks 08 x 09 Guabi Polo Abacateiro 08 x 14 Santa Marcia

28/03/10 Tigres 13 x 11 Pratas 01/04/10 Santa Paula 11 x 10 Santa Márcia Pratas 15 x 12 Casa Verde Shark’s 10 x 13 Flamboyant

23/05/10 Flamboyant 09 x 10 Guabi Polo Prata 06 x 11 Abacateiro Villa D 13 x 14 Bela Vista 29/05/10 Colina 13 x 10 Bela Vista Flamboyant 12 x 08 Sharks

10/04/10 Villa’D 08 x 09 Flamboyant Sucuriu 07 x 08 Santa Paula

30/05/10 Villa D 09 x 11 Colina Santa Marcia 07 x 11 Prata

11/04/10 Tigres 09 x 08 Villa D Santa Paula 09 x 13 Flamboyant

03/06/10 Colina 10 x 14 Flamboyant Guabi Polo 12 x 11 Santa Márcia

17/04/10 Tigres 09 x 10 Flamboyant

12/06/10 Flamboyant 10 x 11 Guabi Polo

COPA DE PRATA 08 gols

COPA ANDREA MORONI 08 gols

02/05/10 Santa Márcia 08 x 10 Toca do Gato Vila Mariana 06 x 07 Goitacá

06/06/10 Invernada 09 x 08 Bela Vista Carapuça 09 x 11 Colina Toca do Gato 12 x 08 Urso Americana Flamboyant 12 x 09 Água Fria

08/05/10 Mata Chica 06 x 09 São Jorge Casa Verde 09 x 10 Diamante Plátanos 07 x 11 Bela Vista La Luna 14 x 11 Prata Audi 09/05/10 Shark’s 08 x 14 Prata Audi Vila Mariana 11 x 10 Diamante Goitacá 09 x 10 Casa Verde São Jorge 10 x 05 Santa Márcia Mata Chica 09 x 12 Toca do Gato 12/05/10 Flamboyant 09 x 10 La Luna 144

12/06/10 Pratas 11x 03 Bela Vista Toca do Gato 12x 08 3 Colinas Coinvalores 07x 06 Colina 13/06/10 Invernada 08 x 10 Pratas Flamboyant 09 x 07 Sharks Carapuça 11 x 10 Coinvalores 3 Colinas 10 x 09 Urso Americana

COPA HPCC 14 gols 20/06/10 Franca 12 x 08 Polo SA Itanhangá 10 x 14 Invernada Santa Márcia 11 x 09 Flamboyant 26/06/10 Vila Fal 08 x 09 Franca Prata 08 x 10 Invernada Sharks 10 x 08 Flamboyant 27/06/10 Vila Fal 11x 08 Polo SA Prata 11 x 08 Itanhangá Sharks 06 x 08 Santa Marcia 03/07/10 Santa Márcia 12 x 13 Franca Invernada 10 x 08 Vila Fal 04/07/10 Invernada 10 x 11 Franca

COPA CHRISTOFLE 14 gols 28/08/10 Villa D 09 x 04 Tigres Sharks 07 x 08 Prata 29/08/10 Flamboyant 19 x 11 Villa D Tigres 09 x 10 Prata 04/09/10 Villa D 10 x 11 Sharks Tigres 08 x 09 Flamboyant 05/09/10 Tigres 07 x 08 Sharks Prata 12 x 08 Flamboyant 10/09/10 Flamboyant 10 x 09 Sharks 11/09/10 Prata 11 x 07 Flamboyant

COPA HPCC 08 gols 09/10/10 Santa Carolina 04 x 05 Villa Real Sharks 08 x 07 Santa Márcia 10/10/10 São Jorge 09 x 08 Santa Carolina Cana Verde 10 x 11 Santa Márcia



Placar 12/10/10 São Jorge 09 x 10 Villa Real Sharks 09 x 13 Cana Verde 16/10/10 Villa Real 07 x 08 Santa Márcia Cana Verde 10 x 11 São Jorge 17/10/10 São Jorge 11 x 10 Santa Marcia

BAIXO HANDICAP VI COPA CIDADE DE INDAIATUBA 06 gols 27/03/10 Flamboyant 12 x 08 Água Fria Hípica Polo 10 x 06 Taquaral 28/03/10 Flamboyant 09 x 13 3 Colinas 10/04/10 Bela Vista 08 x 10 Taquaral 3 Colinas 11 x 06 Água Fria Hípica Polo 10 x 10 Bela Vista 11/04/10 Flamboyant 09 x 07 Hípica Polo 3 Colinas 11 x 12 Bela Vista 18/04/10 Flamboyant 12 x 07 Bela Vista

COPA VOGUE 06 gols 17/04/10 Sucuriu 09 x 11 Flamboyant São Jorge 10 x 09 Itaguaí Tigres 06 x 04 3 Colinas 18/04/10 São Jorge 06 x 10 3 Colinas 21/04/10 3 Colinas 13 x 08 Itaguaí São Jorge 06 x 07 Tigres Hipica Polo 10 x 11 Bela Vista 25/04/10 Tigres 06 x 05 Itaguai Hipica Polo 07 x 08 Flamboyant Sucuriu 06 x 07 Bela Vista 01/05/10 Flamboyant 05 x 11 3 Colinas Tigres 12 x 10 Bela Vista 02/05/10 3 Colinas 08 x 10 Tigres

146

COPA ESTADO DE SÃO PAULO 06 gols 22/05/10 Equinecare 06 x 08 Santa Clara 23/05/10 La Lechuza 05 x 13 Santa Clara 3 Colinas 03 x 09 São Jorge Coinvalores 09 x 07 Equinecare Hípica Polo 10 x 05 Jal 29/05/10 Equinecare 10 x 12 La Lechuza Hípica Polo 13 x 09 3 Colinas Coinvalores 02 x 07 Santa Clara São Jorge 08 x 06 Jal 30/05/10 Coinvalores 08 x 07 La Lechuza Hipica Polo 09 x 08 São Jorge Jal 07 x 06 3 Colinas 03/06/10 Santa Clara 04 x 07 São Jorge Hípica Pólo 12 x 10 Coinvalores 13/06/10 Hipica Polo 06 x 08 Toca do Gato

COPA HPCC 06 gols 19/06/10 Santa Carolina 09 x 05 Coinvalores 26/06/10 Coinvalores 07 x 05 La Lechuza 27/06/10 La Lechuza 08 x 11 Santa Carolina Plátanos 09 x 07 Coinvalores 03/07/10 Platanos 10 x 08 Santa Carolina

CAMPEONATO BRASILEIRO 00 a 02 gols 07/08/2010 Unipolo 05 x 04 La Lechuza Lincx 06 x 04 Itanhangá RJ Pedra Negra 08 x 04 Santa Carolina 08/08/2010 Patuá 11 x 03 Unipolo Lincx 05 x 08 Pedra Negra Itanhangá 06 x 07 Santa Carolina 14/08/2010 Lincx 07 x 04 Santa Carolina Itanhangá 03 x 07 Pedra Negra Patuá 08 x 07 La Lechuza 15/08/10 Unipolo 05 x 07 Lincx Pedra Negra 09 x 05 Patuá

21/08/10 Lincx 02 x 06 Pedra Negra

54º CAMPEONATO BRASILEIRO 02 a 06 gols 07/08/10 Flamboyant 11 x 07 Cana Verde Diamante 08 x 07 Bela Vista Guabi Polo 09 x 06 Toca do Gato Hípica Polo 12 x 10 Sucuriu Invernada 10 x 07 São Jorge Itanhangá 09 x 06 Arena Polo 08/08/10 Invernada 12 x 05 Prata Arena Polo 09 x 08 Datagro Guabi Polo 11 x 05 Colina Cana Verde 12 x 03 Jaguari Diamante 08 x 05 Polo SA Sucuriu 09 x 07 Coinvalores 14/08/10 Flamboyant 12 x 09 Jaguari Prata 10 x 07 São Jorge Datagro 07 x 08 Itanhangá Bela Vista 11 x 05 Polo SA Coinvalores 09 x 11 Hípica Polo Colina 06 x 12 Toca do Gato 15/08/10 Flamboyant 08 x 09 Guabi Polo Hipica Polo 10 x 11 Itanhangá Diamante 07 x 06 Bela Vista Invernada 10 x 09 Cana Verde 21/08/10 Guabi Polo 07 x 11 Invernada Itanhangá 06 x 05 Diamante 22/08/10 Invernada 11 x 04 Itanhangá

COPA CHRISTOFLE 02 a 06 gols 28/08/10 Bela Vista 12 x 09 Coinvalores Hipica Polo 11 x 10 Cana Verde 29/08/10 Cana Verde 08 x 09 Jal Coinvalores 08 x 09 Carapuça 04/09/10 Hipica Polo 07 x 06 Jal Bela Vista 07 x 09 Carapuça 05/09/10 Hípica Polo 09 x 10 Bela Vista Carapuça 08 x 07 Jal 11/09/10 Bela Vista 10 x 07 Carapuça





7

898937 870987


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