internacional
martina cavalcanti revista@cidadenova.org.br
Uma família global
Milhares de anos de civilização foram arruinados pelos combates em Homs, na Síria
ORIENTE MÉDIO A Síria busca negociar com os rebeldes o fim da guerra civil, mas eles já não são os únicos personagens envolvidos nesse conflito, que se torna cada vez mais complexo e de difícil resolução
O
ano começou com uma tarefa difícil para a comunidade internacional: negociar a paz na Síria. Para acabar com a guerra civil que devastou o país nos últimos seis anos, governo e opositores se reuniram em janeiro, no Cazaquistão. O encontro foi mediado por Rússia e Irã, os principais suportes do regime de Bashar al-Assad, e Turquia, apoio dos rebeldes. As negociações ocorrem em um novo contexto esboçado nos últimos meses, após a decisiva intervenção militar russa em apoio a Assad
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Cidade Nova • Março 2017 • nº 3
e a surpreendente vitória de Donald Trump, cuja condução da política externa ainda é desconhecida. No encontro, consolidou-se o acordo de cessar-fogo assinado em 30 de dezembro entre governo e rebeldes. No entanto, com a diversidade de atores envolvidos no conflito, além da ausência do Estado Islâmico nas negociações, a paz ainda parece distante. Cidade Nova conversou com especialistas para entender como essas novas forças devem interferir no conflito e quais são as reais perspectivas de paz no país.
Diversos atores em jogo Um dos motivos do impasse na Síria é não haver apenas dois lados, senão vários atores em guerra. Como cada um tem sua agenda própria e interesses particulares, o conflito se torna ainda mais complexo. Apenas entre os opositores, é estimada a existência de mil grupos distintos. Entre eles, estão os rebeldes que lutam contra o Exército sírio e a liderança de Assad, além dos partidos políticos que responsabilizam o presidente por fraudar eleições para
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Em busca de paz