Comunicação Empresarial - Unidade03

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UNIDADE

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COMUNICAÇÃO E CULTURA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


COMUNICAÇÃO E CULTURA Partindo dos conteúdos anteriores, temos que o signo linguístico é concebido como um elemento representativo que se constitui por dois elementos básicos: o significante e o significado, que juntos formam um todo indissociável. Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar com a palavra “casa”. Ao ouvirmos, logo temos uma imagem associada à materialização desta imagem, quer dizer, algo que a represente de forma gráfica, através dos fonemas (sons das letras) que formam as sílabas.

Dessa forma, temos: COLOCAR A IMAGEM DE UMA CASA

O significado da palavra “casa”, segundo Amora (2009, p.128), a palavra “casa” significa: 1. Construção que se destina a habitação; 2. Família; 3. Morada; 4. Estabelecimento. (Amora, 2009, p. 128). Isso implica na noção de significado, que nos remete a uma imagem mental. E, foneticamente os sons desta palavra seriam assim representados: K/A/Z/A; uma imagem sensorial, neste contexto representado por letras. Desta forma, estamos falando do significante. Diante disso, tal representação nos leva a considerar que as letras do alfabeto nem sempre são fieis a pronúncia dos fonemas. E é por este motivo que se criou o alfabeto fonético, o qual você poderá conhecer melhor de acordo com a tabela a seguir.

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fig. 01

Assim, a tabela mencionada, evidencia o porquê de os fonemas /c/ e /s/ foram representados por /k/ e /z/, respectivamente. Também podemos antepor um outro signo em referência à palavra “casa”, como “uma” – uma casa. Porém, seria impossível formar “um casa”. Isso demonstra que o conhecimento de uma língua não se apenas à identificação de seus signos, mas também ao uso correto dos fatos linguísticos como um todo. Portanto, como a língua exerce um papel estritamente social, ao utilizarmos as regras que a língua portuguesa nos impõe, nos tornamos aptos a exercer nosso papel social, quer no campo da oralidade quanto no da escrita. Sendo assim, para que tenhamos uma comunicação adequada, precisamos entender o que é o código adequado a cada situação comunicacional. Assim temos que: Código – conjunto de regras gramaticais por meio dos quais os signos se combinam para permitir a expressão e a comunicação entre os usuários de uma língua, o qual você pode encontrar disponível em: <https://logisticauniso.files.wordpress.com/.../slides_978850208361_8.ppt>. Há dois tipos de código: o aberto e o fechado. Assim, código aberto apresenta mais de um significado e, consequentemente, mais de uma resposta para um mesmo significante, por isso, permite múltiplas interpretações, enquanto o código fechado – apresenta um único significado para cada significante e, consequentemente, uma única resposta.

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Casos de código fechado:

O código fechado é que deve ser utilizado nas comunicações escritas organizacionais. E para que as mensagens sejam elaboradas de modo a não deixar espaços para diversas interpretações, é importante que o emissor tenha um bom repertório. Repertório: conjunto de conhecimentos de uma pessoa que se constitui por sua experiência de vida, grau de escolaridade, atividade profissional, leitura, cultura, etc. Além de um repertório adequado, o emissor também precisa levar em consideração o receptor da mensagem, a qual deverá atender ao repertório do receptor. Diante disso, entendemos que o texto empresarial privilegia a linguagem escrita formal, a fim de evitar alguns problemas, vamos a eles, baseados em afirmações de Gold, (2005, p.11). • O uso de termos compreendidos só por uma das partes envolvidas na comunicação. • O uso de expressões informais, como tudo que nos é mais próximo, tende a evocar mais intensamente nossas reações emocionais; essas expressões, por serem próprias a grupos de amigos ou familiares, determinam a quebra de uma imparcialidade na transmissão da informação e, consequentemente, a possibilidade de descrédito da mensagem. • A ocorrência de quebra dos procedimentos gramaticais que constroem a imagem de letramento, isso é, de um grau de escolaridade propiciador de credibilidade. Neste contexto, precisamos tomar cuidado com certos exageros observados em textos, exemplo: tautologia, coloquialismo excessivo, jargão, chavão, verbosidade, aos quais chamamos de vícios de linguagem.

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VÍCIO: é um hábito que se tornou padrão, adquirindo um caráter negativo. (GOLD, p. 14) O QUE É TAUTOLOGIA? É um dos vícios de linguagem que “consiste em repetir uma ideia, de forma viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. O exemplo clássico é o famoso subir para cima ou descer para baixo”. Mas há outros, como aponta Gold (2005. p. 24), que vale a pena conferir. COLOQUIALISMO EXCESSIVO

Segundo Gold (2005, p. 24), [...] é o nome dado à maneira informal de nos comunicarmos. É o registro da linguagem que usamos em família. Como cada padrão de linguagem deve atender à finalidade para a qual é empregado, podemos concluir que o coloquialismo não é a forma adequada à comunicação empresarial escrita – mesmo que se dê por correio eletrônico.

A informatização nas empresas nos levou à uma comunicação via computadores, mas isso não exime a necessidade de se manter a escrita formal da língua portuguesa. O texto pode ser simples, mas sem excesso de informalidade. JARGÃO Este nome se dá pela maneira específica e característica de um determinado grupo se comunicar. Gold (2005, p. 25), nos dá um exemplo em relação aos advogados que têm sua linguagem própria, os economistas também têm a sua, os analistas de sistema, e assim por diante. No entanto, toda linguagem utilizada por um grupo fechado, como os citados, deve sofrer uma adequação se o grupo de destinatários se amplia, uma vez que a linguagem deverá atingir também as pessoas que não dominam o jargão do grupo.

Este fato não significa que a linguagem será mais “elevada” ou

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menos, apenas que deve estar de acordo com o grupo que tiver mais destinatários, logicamente se não pertencerem ao grupo fechado. CHAVÃO Gold (2005, p. 20), diz: “Você já imaginou receber uma mensagem no correio eletrônico, um dos mais modernos canais de comunicação, com expressões da década de 60?” Assim, entendemos como chavão o uso de expressões antiquadas, que foram condicionadas aos textos empresariais. Gold (2005 p. 20), complementa a ideia afirmando que é um vício de estilo já incorporado como linguagem do texto empresarial (GOLD, 2005). Desta forma, visando a eficácia no texto, devemos eliminar o uso destas palavras ou expressões. Exemplo: outrossim, debalde, destarte, vimos através desta, solicitar..., venho pela presente, solicitar..., acusamos o recebimento...., reiteramos nossos votos de elevada estima e consideração..., sem mais para o momento..., entre outras.(GOLD, 2005, p. 20-21) O QUE É VERBOSIDADE? Para Matos (2009, p.14), é a característica de dizer de forma complexa o que pode ser dito de maneira mais simples. Ela se caracteriza pelo uso de vocabulário entendido como rebuscado, sofisticado, pelo uso de parágrafos longos, e construções intercaladas ou invertidas. Como exemplo, citamos uma carta presente apresentada por Matos (2009, p.16) Exemplo com erro: “Solicitamos o pagamento das mensalidades nas datas aprazadas no dito carnê, colaborando destarte para manutenção precípua deste sodalício na orientação e assistência dos seus associados. ”

O autor faz as seguintes perguntas sobre este texto:

• Será que um órgão que tem por objetivo congregar colegas e uma

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mesma profissão precisa se dirigir a seus pares com tal formalidade? • A reação imediata de quem recebe essa correspondência será positiva ou negativa? O objetivo da associação de classe – qual seja, o pagamento das mensalidades – terá o retorno esperado? Em vista das respostas negativas a essas questões observamos a ineficácia do uso de um vocabulário sofisticado nos textos modernos, não importando o tipo de documento (MATOS, 2009, p. 16).

Agora, o exemplo corrigido:

“Solicitamos o pagamento das mensalidades até as datas de vencimento constates do carnê. ” (MATOS, 2009, p. 16). Assim, com estes itens e exemplos aqui abordados, podemos perceber que escrever textos empresariais não só dependem do repertório, mas também da compreensão e do entendimento das normas gramaticais de nossa língua. Á medida que evoluirmos com os estudos outras informações serão acrescidas, tornando sua produção textual mais coerente e concisa.

LISTA DE IMAGENS Fig.01 - https://pt.wikipedia.org REFERÊNCIAS AMORA, A. S. Minidicionário Soares Amora da língua portuguesa. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. ANDRADE, L. M. Tecnologias de informação e comunicação: as influências das novas tecnologias perante a sociedade. Lívia Maria Andrade. liviaandrad@hotmail.com. FIMI SILVA, Fabiano Correa da fabianocosil@hotmail.com MATOS, G. M. de. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2ª ed. rev. e ampl.-Barueri, São Paulo, Manole, 2009.

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