Leitura e Produção de Texto - Unidade09

UNIDADE

09

ESTRATÉGIAS DE LEITURA PALAVRAS E IDEIAS CHAVE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESTRATÉGIAS DE LEITURA PALAVRAS E IDEIAS CHAVE

A leitura é inserida no cotidiano do cidadão no instante em que ele está preparado para decifrar e compreender o mundo ao qual pertence. No afã de interpretar os acontecimentos do cotidiano e contextualizá-lo em sua vida, o indivíduo estará formando um tipo de leitura, mesmo que inconscientemente. Nesse sentido. leciona Freire (2008, p.11): “A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente.”

O que o estudioso assevera é que cada pessoa tem vivências e experiências diferenciadas, desta forma, possui um modo de interpretar uma determinada situação, conforme os padrões de construção de ideias da realidade na qual está presente.

Cumpre observar que ler adequadamente significa ir além da decodificação das palavras ou expressões, ou seja, compreender a intenção do autor do texto para além das palavras (ironias, duplo sentido, sátira).

Desta forma, ler bem é sempre o resultado da ponderação de dois tipos de fatores: os linguísticos e os contextuais ou situacionais.

Confere-se, portanto, que a leitura não se interrompe no momento em que se lê, ou seja, permanece por todo o processo de compreensão que antecede o texto e produz efeitos na vida e no convívio com as outras pessoas.

Vale ressaltar que existem procedimentos específicos de seleção e diferenciação das informações: selecionar títulos e subtítulos; analisar ilustrações; visualizar elementos textuais importantes; reconhecer e marcar palavras-chave e identificar textos significativos.

Existem procedimentos de simplificação das ideias do texto, como construir paráfrases mentais ou orais de elementos do texto;

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substituir ideias lexicais por equivalentes e reconhecer relações morfológicas.

Alguns procedimentos são utilizados pelo leitor na primeira leitura, enquanto por outros, isso ocorre na releitura e podem ser direcionados para construção do próprio texto do leitor.

Confere-se que os objetivos da leitura estão relacionados com as diversas modalidades de leitura. Assim, em alguns momentos, lê-se com a finalidade de adquirir conhecimentos, no entanto, em outros, pelo simples lazer ou entretenimento. Desta feita, o modo como se lê um jornal ou uma revista, em que a leitura é para se obter informações sobre fatos ou notícias torna-se diferente da maneira como se lê um romance, cuja finalidade é a distração.

Observa-se que no processo no qual se compreende a linguagem escrita intervém tanto o texto, sua forma e conteúdo, quanto o leitor, suas expectativas e conhecimentos prévios. Assim, a compreensão da leitura se constrói no âmbito de atividades compartilhadas.

Cabe salientar que para uma boa compreensão, o leitor deverá realizar operações mentais denominadas estratégias de leitura, as quais são utilizadas na construção do sentido de um texto.

As estratégias de leitura são, via de regra, utilizadas de forma intuitiva, podem ter seu desenvolvimento estimulado nos alunos por meio de atividades criadas pelo professor que propiciem o desenvolvimento dessas técnicas de leitura.

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Destaca-se que o termo “estratégia” é polissêmico, ou seja, pode ser empregado com diferentes sentidos, dependendo do contexto.

Contudo, para o estudo em tela, deve-se compreendê-lo como a interpretação de um texto por meio de um conjunto de ações mentais desenvolvidas pelo leitor para a construção de um sentido.

Confere-se que as estratégias de leitura fazem parte do processo cognitivo da leitura e constituem as operações mentais que o leitor realiza, instintivamente, na interação com o texto para construir o sentido.

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Segundo Kleiman (2000), as estratégias de leitura podem ser classificadas como estratégias cognitivas e estratégias metacognitivas. Para o autor, as estratégias cognitivas de leitura são as operações inconscientes do leitor, ou seja, as que não chegam ao nível consciente para o alcance dos objetivos da leitura. “São planos flexíveis adaptados às diferentes situações que variam de acordo com o texto a ser lido e a abordagem elaborada previamente pelo leitor para facilitar a sua compreensão”. (Duffy&Cols.,1987; Brown, 1994; Pellegrini;1996; Kopke,2001).

Duke e Pearson (2002) identificaram seis tipos de estratégias de leitura que as pesquisas realizadas têm sugerido como auxiliares no processo de compreensão. Segundo esses autores, são técnicas de leitura mais aplicáveis no processo de apreensão de leitura: 1.

Seleção cognitiva: síntese das ideias principais;

2. Estratégias de antecipação: tornam possível prever o que ainda está por vir, com base em informações explícitas e em suposições; 3. Estratégias de inferências: permitem captar o que não está dito no texto de forma explícita. São adivinhações tanto em pistas dadas pelo próprio texto, como em conhecimentos que o autor possui; 4. Estratégias de verificação: tornam possíveis os controles da eficácia ou não das demais estratégias.

As estratégias de leitura caracterizam-se como uma forma sintética de obter, avaliar e utilizar informações e, conforme suas aplicações, há estratégias de seleção, de antecipação, de inferência e de verificação.

Ainda nesse processo de memorização, o professor proporciona aos alunos os mecanismos necessários para que possam dominar progressivamente as estratégias e sejam capazes de utilizá-las mesmo depois da retirada das técnicas iniciais.

Destaca-se que há necessidade de realizar uma adequada leitura informativa ou de estudo, tendo em vista que, no âmbito acadêmico observamos textos técnicos, teóricos, de cunho filosófico-científi-

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co.

Nesse sentido, Cervo & Bervian (1983, apud ANDRADE,1999, P.20-21) citam as fases e as estratégias necessárias para a realização de uma boa leitura dos textos, que são: • leitura de reconhecimento ou pré-leitura: também classificada por outros autores como leitura prévia ou de contato. Tem como finalidade dar uma visão global do assunto ao mesmo tempo em que permite ao leitor verificar a existência ou não de informações úteis para o seu objetivo específico; • leitura seletiva: o objetivo é a seleção de informações mais importantes e que interessam à elaboração do trabalho em perspectiva; • leitura crítica ou reflexiva: leitura de análise e avaliação das informações e das intenções do autor. A reflexão se dá por meio da análise, comparação e julgamento das ideias contidas no texto; • leitura interpretativa: é a mais completa. É o estudo aprofundado das ideias principais, na qual se procura saber o que realmente o autor afirma, quais os dados e informações ele oferece, além de correlacionar as afirmações do autor com os problemas em questão.

Após análise, o leitor estará preparado para sintetizar o texto, porém para que seja executada uma boa interpretação textual é necessária que a leitura seja proveitosa.

Assim, com base em Severino (2002, p. 51-58), as etapas de análise de um texto são: 1. Análise textual: esta é a primeira verificação do texto com vistas à preparação da leitura. Nessa etapa, é necessário que o leitor procure esclarecimentos para melhor compreensão do texto; 2. Análise temática: é a etapa em que se procura analisar o conteúdo da mensagem do autor por meio da ideia central do texto; 3. Análise interpretativa: interpretar, em sentido restrito, é possuir uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, ou seja, ler nas entrelinhas. Destaca-se que essa estratégia é também cha-

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mada de leitura crítica.

Os hábitos de leitura que temos de tentar corrigir são:

1. ler tudo com a mesma velocidade, uma vez que alguns textos são mais difíceis de compreender que outros; 2. ler devagar, pois esse procedimento divide o material de leitura.

Ler rápido permite captar conceitos com claridade.

3.

movimentos ineficientes dos olhos.

4.

pouca superfície de fixação.

5. reafirmação auditiva: ao ler em voz alta, limitamos a velocidade de leitura à velocidade da fala, muito mais lenta.

6. distrações, pois inibem nossa concentração e nos obrigam reiniciar a leitura várias vezes.

Para se aprofundar mais no assunto, indicamos a leitura do livro “Estratégias de Leitura”, de Isabel Solé. Editora: Artmed.

REFERÊNCIAS CERVO, A.L; BERVIAN, P.A; DA SILVA, R. Fases da elaboração da pesquisa. In_Metodologia Científica. 6.ed.Sao Paulo.Pearson Pretice Hall,2007,p.83-89.

DUFF,G.G.,Roehler, L.R.,Sivan, E, Rackliffe, G., Book, C., Meloth,M,Vavrus, L., Wesselman,R., Putnam, J& Bassiri, D(1987). The effects os ex-

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plaining the reasoning associated with using reading strategies.

Reading Research Quarterly, 22,347-368.

DUKE, N.K & Pearson, P.D(2002). Effectives practices for developing reading comprehension. Em A. E. Farstrup & S.J Samuels (Orgs), What Research Has to say About Reading Instruction (3º ed. p.205242). Newark: Internacional Reading Association.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: três artigos que se completam. 49 ed., São Paulo: Cortez, 2008.

KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: teoria e prática. 7ª ed. Campinas: Pontes, 2000.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico.

22 .ed. rev. e ampl. de acordo com a ABNT. São Paulo: Cortez, 2002.

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