UNIDADE
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FUNDAMENTOS DO COMPORTAMENTO EM GRUPO
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
FUNDAMENTOS DO COMPORTAMENTO EM GRUPO Olá, Aluno (a). Avançamos em nosso terceiro bloco a fim de definir e classificar grupos dentro das organizações, bem como caracterizá-los. Hoje, é comum ouvir pessoas falando sobre grupos e sobre a importância de se trabalhar ou adentrar em determinado grupo. Você saberia dizer o que é um grupo ou o que significa este termo? De acordo com Robbins (2005), um grupo é definido como dois ou mais indivíduos, interdependentes e interativos, que se reúnem visando à obtenção de um objetivo em comum.
Observe a figura a seguir.
REAÇÃO Comportamento membro A
Comportamento dos outros membros
REAÇÃO Fonte: figura elaborada pelo autor.
Interação significa o comportamento de um dos membros do grupo sobre outros, gerando impacto ou reação no comportamento de outros membros e vice-versa. Por sua vez, a interdependência significa que os integrantes do grupo dependem um dos outros em sua interação. Algo comum em situações de conversa no trabalho ou com amigos é a falta de conversa. Isso mesmo! A falta de conversa. Com a tecnologia e modernização dos aparelhos de comunicação, as pessoas passam muito tempo interagindo com quem está longe e esquecem de manter o relacionamento interativo com quem está perto. Assim, elas só dividem o mesmo espaço e deixam de formar um grupo.
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Em uma empresa, as características do grupo podem ser verificadas quando os participantes se reúnem: • Por uma razão comum: um grupo sempre tem um objetivo. Por exemplo, os integrantes do grupo igreja têm o objetivo de adorar a Deus. No trabalho, o objetivo pode ser bater as metas ou receber o salário ao final do mês. • Desenvolvendo papéis: cada integrante do grupo, normalmente, desempenha um papel não é estático, ou seja, ele pode mudar ao longo do tempo. O líder do grupo hoje pode não ser o líder daqui seis meses. • Desenvolvendo simpatias, apatias e antipatias: Não é possível agradar a todos. Alguns membros do grupo têm simpatia com alguns e antipatia com outros. Há ainda aquelas pessoas com quem somos apáticos, que não fazem diferença. Portanto, não desenvolvemos antipatias e nem simpatias e são esses sentimentos que determinam o grau de interação que teremos com outros sujeitos. . • Desenvolvendo normas e valores: os grupos definem aquilo que suportam, o que os seus integrantes fazem e o que é proibido para pertencerem aquele grupo. Aquilo que é considerado certo é valorizado e o que é considerado errado é punido pelo grupo, podendo, em casos extremos, fazer com que a pessoa saia do grupo. Por exemplo, em uma empresa, se o colaborador falta muito e deixa o trabalho “nas costas” dos outros membros, ele pode ser demitido e não pertencer mais a esse grupo, já que essa é uma conduta inaceitável. • Formando uma estrutura organizacional: se reúnem definindo o papel e as atividades que cada um dos membros deverá desempenhar na empresa. Cada grupo adquire sua própria personalidade dentro de suas características. Por exemplo: alguns grupos de alunos, assim como você, acham que o importante é estudar apenas para tirar notas suficientes para passar de ano. Outros grupos acham que aprendem sobre o conteúdo e, além do conteúdo, é mais importante do que tirar notas boas. Mas, provavelmente, os dois grupos têm o mesmo objetivo em comum: se formar e conseguir o diploma da graduação.
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A interação dentro de um grupo pode ocorrer de três formas, Unidade 10. Fundamentos do Comportamento em Grupo
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conforme pode ser observado na figura a seguir.
Pessoa
Pessoa
Pessoa
Grupo
Grupo
Grupo
Fonte: figura adaptada pelo autor
Alguém pode influenciar outra pessoa do grupo ou pode influenciar o grupo todo e, ainda, um grupo pode influenciar outro grupo. Esta influência que o grupo pode receber se refere às modificações de comportamento que se dão nos membros, podendo ser influenciados: 1. De forma positiva, que resulta em consequências positivas para o indivíduo ou para o grupo ou ainda para ambos. 2. De forma negativa, trazendo consequências negativas para um indivíduo ou para o grupo como um todo ou então para ambos. 3. De forma neutra, em que a influência não traz consequências nem positivas e nem negativas. Quando um grupo começa a se formar, geralmente, aparece a hierarquia e definição de papéis a serem desempenhados, sendo que estes podem mudar com o desenvolvimento do grupo. Quando grande, pode dividir-se em subgrupos e cada subgrupo com a sua hierarquia. Conforme Zimerman (1993), de uma forma generalizada, os papéis comumente desempenhados em grupos são: • Bode Expiatório: É o membro que o grupo elege para descarregar suas dificuldades e deficiências. É uma espécie de “bobo da corte”, culpado por todas as desgraças e acontecimentos inconvenientes que ocorrem no grupo. Ao culpar o outro, alivia
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suas próprias deficiências e tensões. Podem ocorrer situações em que o grupo chega a expulsar o membro. • Porta Voz: É o membro do grupo que levanta questões ou dúvidas que é do interesse comum, antecipa situações e desejos dos demais participantes. • Radar: o radar é o membro do grupo que capta os primeiros sinais sutis de tensão ou ansiedade que começam a surgir. • Instigador: é o membro que perturba o clima elaborando e estabelecendo uma rede de intrigas entre os membros, provocando a divisão do grupo, manifestando e instigando os demais participantes compactuar com sua insatisfação. • Indutor de Coalizões: membro que assume para si a tarefa de dissolver conflitos e disputas atenuando as divergências e promovendo consensos. • Atuador pelos demais: é o membro que atua ou executa tarefas que não são permitidas. Os demais membros, nesse caso, expressam uma ambivalência de sentimentos ao mesmo tempo em que criticam e se divertem- com prazer perante a situação. • Moralista: é o membro que assume a postura zelosa da “moral e dos bons costumes”. Geralmente, este papel fica a cargo da pessoa que está facilitando o grupo. • Sabotador: É o participante que tem atitudes que buscam aliviar a tensão, oportunizando ao grupo a fuga e o não enfrentamento das dificuldades. Consequentemente, o grupo não alcança os objetivos propostos. É um obstáculo para a o cumprimento das tarefas. • Líder: Surge entre os membros do grupo de forma espontânea e é seguido pelos demais membros. Essa postura de liderança caminha por dois vieses; a liderança positiva, que motiva e constrói, ou a liderança negativa, em que prevalece o egoísmo e a desestruturação do grupo. Nem todos os grupos precisam ter membros que desempenham todos os papéis descritos anteriormente. Mas esses papéis podem estar presentes em diversos grupos. E como é o comportamento do indivíduo no grupo?
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O indivíduo compõe o grupo, mas não é o grupo que se comporta e sim o indivíduo. Normalmente, os indivíduos se comportam de forma diferente quando estão em grupo em comparação com a forma com que ele se comporta individualmente. O comportamento do grupo surge porque um organismo é importante para outro como parte do seu ambiente. Por isso é importante uma análise do ambiente social e dos aspectos que ele possui. O mesmo indivíduo pode ser animado e divertido quando está na presença dos amigos e quieto e sério quando está na presença dos colegas de trabalho ou na igreja. Você também muda o seu comportamento de acordo com o ambiente? No grupo se dá importância especial ao reforço, como atenção, aprovação, afeição e submissão. Esses importantes reforçadores sociais generalizados requerem a mediação de outro indivíduo. Portanto, o sujeito acima descrito deve ter recebido aprovação por ser animado e divertido com os amigos e esse comportamento pode ser sido desaprovado no ambiente de trabalho. Diante disso, o indivíduo se adapta ao ambiente.
Em geral, os indivíduos aprendem a se comportar no grupo por imitação.
Quando vemos uma criança imitando a mãe escovando os dentes. Este comportamento influencia e ensina as crianças por imitação, incluindo o ato da fala. Contudo, essa aprendizagem não se limita a infância. Você já foi em algum banheiro de shopping em que a torneira não abria de forma tradicional? Como foi que você fez para abri-la? Pisou em um botão no chão ou utilizou um sensor de movimento? Normalmente, observamos como as outras pessoas fazem e imitamos. Outro exemplo de como utilizamos a imitação para recebermos aprovação do grupo é a forma como nos vestimos. Muitas vezes, durante a adolescência ou a vida adulta, ligamos para as pessoas para perguntar com que roupa elas vão a uma festa ou a algum evento para que não vire comentário ou seja desaprovada pela maioria. Fonte: https://search.creativecommons.org/
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Atualmente, os casos em que grupos de pessoas se juntam para fazer justiça com as próprias mãos vêm crescendo no nosso país. Um exemplo disso foi o linchamento de um homem em Porto Alegre após um sequestro relâmpago. Diversos outros casos de linchamento já aconteceram em nosso país. Diante disso reflita? • O que você considera a causa do aumento de tentativa de fazer justiça com as próprias mãos? • O que você considera o motivo para que o indivíduo se comporte em grupo de forma diferente do que ele se comporta individualmente? O sentimento de insegurança e impunidade é grande. A população diz que se o governo e a polícia não fizerem a parte deles, eles mesmos fazem. Essa atitude pode ser chamada de justiça? É justo condenar alguém sem mesmo saber se essa pessoa é culpada? Pessoas que não cometeram crime já foram linchadas no nosso país até a morte? Esse é um exemplo claro de comportamento em grupo, muitas das pessoas que participaram de linchamentos não fariam isso se estivessem sozinhas. O grupo encoraja e traz um sentimento de força e corresponsabilidade
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